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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS
Áurea Maria Paes Gonçalves Frullani
Orientador
Prof. Francisco Carrera
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Ambiental
Por: Áurea Maria Paes Gonçalves Frullani
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, todo poderoso, sem Ele nada
somos, em especial ao meu marido e a
minha mãe, ao meu orientador
Francisco Carrera.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao: Meu marido e
meus professores, pelo incentivo,
carinho, dedicação ao longo deste curso.
5
RESUMO
Este trabalho busca contribuir para a compreensão do modo como se dá
a relação entre a Educação Ambiental Formal das escolas e a Educação
Ambiental Não Formal.
6
METODOLOGIA
Como primeiro procedimento será feito uma pesquisa bibliográfica e
após a seleção dos materiais, será feito uma leitura e análise criteriosa sobre
as opiniões dos autores e informações encontradas sobre o tema Educação
Ambientais no Processo Ensino Aprendizagem nas Escolas. As fontes de
pesquisa serão primárias e secundárias, visto que serão utilizados livros,
revistas, monografias, artigos jornalísticos, tópicos de pesquisas feitas pelos
alunos e outros materiais científicos que possam contribuir.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 09
CAPÍTULO II - A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A EDUCAÇÃO FORMAL 14
CAPÍTULO III – POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÂO AMBIENTAL E SUA
RELAÇÃO COM O ENSINO FORMAL 16
CONSIDERAÇÕES FINAIS 50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
8
INTRODUÇÃO
A Educação Ambiental é um ramo da educação cujo objetivo é a
disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua
preservação e utilização sustentável dos seus recursos. É uma metodologia de
análise que surge a partir do crescente interesse do homem em assuntos
como o ambiente devido às grandes catástrofes naturais que tem assolado o
mundo nas últimas décadas.
No Brasil a Educação Ambiental assume uma perspectiva mais
abrangente, não restringindo seu olhar à proteção e uso sustentável de
recursos naturais, mas incorporando fortemente a proposta de construção de
sociedades sustentáveis, Mais do que um segmento da Educação, a Educação
em sua complexidade e completude.
A Educação Ambiental tornou-se Lei em 27 de Abril de 1999, A Lei nº
9.795, Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2º afirma “A educação
ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional,
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.
A Educação Ambiental tenta despertar em todos a consciência de que o
ser humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão
antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de
tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante.
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CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1.1 - A Educação Ambiental nas escolas
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu
processo de socialização, o que nela se faz se diz e se valoriza representa um
exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos
ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da
vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada
do mundo, no tempo e no espaço, a escola devera oferecer meios efetivos
para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e
sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres
vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas
potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais
construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente
justa, em um ambiente saudável.
Considerando a Educação Ambiental um processo continuo e cíclico, o
método utilizado pelo programa de Educação Ambiental para desenvolver os
projetos e os cursos capacitação de professores conjuga os princípios gerais
básicos da Educação ambiental.
Educar para a construção de uma sociedade sustentável é o principio
que fundamenta o conceito de educação ambiental na atualidade.
Nesse sentido quando falamos em educação ambiental estamos
buscando promover a construção de novos padrões de comportamento e o
desenvolvimento de concepções e valores diferentes na relação dos homens
com o meio ambiente e dos homens entre si. É por isso que um dos principais
desafios atuais da educação ambiental é influenciar a atual concepção de
desenvolvimento adotada pela grande maioria das nações do planeta.
10
A educação ambiental tenta despertar em todos a consciência de que o
ser humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão
antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de
tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante.
Atualmente, são comuns a contaminação dos cursos de água, a
poluição atmosférica, a devastação das florestas, a caça indiscriminada e a
redução ou mesmo destruição dos habitats faunísticos, além de muitas outras
formas de agressão ao meio ambiente.
Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar o
comportamento do homem em relação à natureza, no sentido de promover sob
um modelo de desenvolvimento sustentável, a compatibilização de práticas
econômicas e conservacionistas, com reflexos positivos evidentes junto à
qualidade de vida de todos.
As questões ambientais começaram a se apresentar pelos idos dos
anos 1970,quando eclode no mundo um conjunto de manifestações, incluindo
a liberação feminina, a revolução estudantil de maio de 1968 na França e o
endurecimento das condições políticas na America Latina, com a instituição de
governos autoritários, em resposta às exigências de organização democrática
dos povos em busca de seus direitos à liberdade, ao trabalho, à educação, à
saúde, ao lazer e à definição participativa de seus destinos.
Nos anos 70 fortalecia-se o processo de implementação de modelos de
desenvolvimento fortemente neoliberais, regidos pela norma do maior lucro
possível no menor espaço de tempo. Com o pretexto da industrialização
acelerada, apropriava-se cada vez mais violentamente dos recursos naturais e
humanos.
No âmbito educativo, processavam-se criticas à educação tradicional e
às teorias tecnicistas que visavam à formação de indivíduos eficientes e
eficazes para o mundo do trabalho, surgindo movimentos de renovação em
educação.
Os antecedentes da crise ambiental da década de 1970 manifestaram-
se ainda nas décadas de 1950 e 1960, diante de episódios como a
contaminação do ar em Londres e Nova York, entre 1952 e 1960, os casos
11
fatais de intoxicação com mercúrio em Minamata e Niigata, entre 1953 e 1965,
a diminuição da vida aquática em alguns dos grandes lagos norte americanos,
a morte de aves provocadas pelo efeito secundário imprevisto do DDT e outros
pesticidas e a contaminação do mar em grande escala, causada pelo naufrágio
do petróleo Torrei Canyon, em 1966.
Esses acontecimentos, entre outros, receberam ampla publicidade,
fazendo com que países desenvolvidos temessem que a contaminação já
estivesse pondo em perigo o futuro do homem.
Ainda não se falava de Educação Ambiental, mas os problemas
ambientais já demonstravam a irracionalidade do modelo de desenvolvimento
capitalista.
Ao mesmo tempo, na área do conhecimento cientifico, deram-se
algumas descobertas que ajudaram a perceber a emergente globalidade dos
problemas ambientais. A construção de uma ciência internacional também
começava a consolidar-se nas décadas de 1960 e 1970, sendo que grande
parte dos conhecimentos atuais dos sistemas ambientais do mundo foi gerada
nesse período.
Com a ampliação do movimento ambientalista, na segunda metade do
século XX, passaram a ser elaborados quase todos os aspectos do meio
natural associados ao interesse pela situação do ser humano, tanto no plano
da comunidade como no das necessidades individuais de vida e subsistência,
destacando-se a relação entre os ambientes artificiais e os naturais.
O movimento conservacionista anterior, de proteção à natureza,
interessava-se em proteger determinados recursos naturais contra a
exploração abusiva e destruidora, alegando razões gerais de prudência ética
ou estética. O novo movimento ambiental, sem descartar essas
movimentações, superou-as estendendo seu interesse a uma variedade maior
de fenômenos ambientais. Alegava que a violação dos princípios ecológicos
teria alcançado um ponto tal que, no melhor dos casos, ameaçava a qualidade
da vida e, no pior, colocava em jogo a possibilidade de sobrevivência, em
longo prazo, da própria humanidade.
12
A fim de buscar respostas a muitas dessas questões, realiza-se, em
1972, a Conferencia de Estocolmo. Desde então, a Educação Ambiental passa
a ser considerada como campo da ação pedagógica, adquirindo relevância e
vigência internacionais.
No inicio da década de 1970, importantes organismos especializados
das Nações Unidas tinham iniciado programas sobre vários países
desenvolvidos tinham estabelecido instituições nacionais para manejar os
assuntos ambientais. O elemento ambiental integrou-se aos programas de
muitos organismos intergovernamentais e governamentais que se ocupavam
das estratégias de desenvolvimento.
No período de 1973, realizou-se um conjunto de experiências e praticas
de Educação Ambiental em muitos países que possibilitou avanços
importantes na sua conceituação, inspirada em uma ética centrada na
natureza, que pode ser identificada como a Vertente Ecológico
Preservacionista da Educação Ambiental.
Dois anos mais tarde celebrou-se em Tbilisi, URSS, a Conferencia
Intergovernamental sobre Educação Ambiental, que constitui até hoje, o ponto
culminante do Programa Internacional de Educação Ambiental. Nessa
conferencia foram definidos os objetivos e as estratégias pertinentes em nível
nacional e internacional. Postulou-se que a Educação Ambiental é um
elemento essencial para uma educação global orientada para a resolução dos
problemas por meio da participação ativa dos educando na educação formal e
não formal, em favor do bem estar da comunidade humana.
Acrescentou-se aos princípios básicos da Educação Ambiental nessa
conferencia a importância que é dada ás relações natureza sociedade, que,
posteriormente, na década de 1980, dará origem á vertente socioambiental da
Educação Ambiental.
A sensibilidade diante do meio ambiente aumentou entre as populações
mais ricas e com maior nível de educação, sendo estimulada por meio de livro,
filmes, jornais, revistas e meios de comunicação eletrônicos. As organizações
não-governamentais desempenham um importante papel no desenvolvimento
de uma melhor compreensão dos problemas ambientais.
13
No Brasil, em 1973, cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente
(SEMA), no âmbito e preocupa-se em definir seu papel no contexto nacional.
A década de 1980 caracteriza-se por uma profunda crise econômica que
afeta o conjunto dos países do mundo, bem como por um agravamento dos
problemas ambientais. Concebe-se a realidade socioeconômica em termos
sistêmicos e estruturais, mostrando a entropia do processo econômico, com a
aplicação das leis da termodinâmica na economia.
Fundamenta-se, também, a perspectiva global dos anos 1980:
globalidade dos fenômenos ecológicos, as inter-relações entre economia,
ecologia e desenvolvimento, políticas ambientais e cooperação internacional. A
relação entre a economia e a ecologia leva à necessidade de adoção de um
novo sistema de contabilidade ambiental e novos indicadores de bem estar
social e econômico. Realiza-se a critica ao Produto Nacional Bruto (PNB),
postulando-se um novo indicador: o beneficio social liquido que inclui o bem
estar econômico, social, individual e global e a noção de qualidade de vida.
No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente definida por meio da Lei
nº6.983/81, situa a Educação Ambiental como um dos princípios que garantem
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propicia à vida,
visando assegurar no pais condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e á proteção da dignidade da vida humana.
Estabelece, ainda, que a Educação Ambiental deve ser oferecida em todos os
níveis de ensino e em programas específicos direcionados para a comunidade.
Visa, assim, á preparação de todo cidadão para uma participação na defesa do
meio ambiente.
No decreto nº 88.351/93, que regulamenta a Lei nº226/87, do
conselheiro Arnaldo Niskier, que determina a necessidade da inclusão da
Educação Ambiental nos currículos escolares de 1º e 2º graus. Esse parecer
recomenda a incorporação de temas ambientais da realidade local compatíveis
com o desenvolvimento social e cognitivo da clientela e a integração escola
comunidade como estratégia de aprendizagem
14
Capítulo II 2.1 A educação ambiental e a educação formal Philipe Pomier Layrargues, na apresentação do livro Identidades da
Educação Ambiental Brasileira, do Ministério do Meio Ambiente, expressa que
a Educação Ambiental é um vocábulo composto por um substantivo e um
adjetivo, que envolvem, respectivamente, o campo da Educação e o campo
Ambiental. Enquanto o substantivo educação confere a essência do vocábulo
EA, definindo os próprios fazeres pedagógicos necessários a esta prática
educativa, o objetivo ambiental anuncia o contesto desta prática educativa, ou
seja, enquadramento motivador da ação educativa.
No ponto de vista do autor, o adjetivo ambiental designa uma classe de
característica que qualificam essa prática educativa, diante desta crise
ambiental que o mundo vivencia. Entre essas características, está o
reconhecimento de que a Educação tem sido sustentável, tal qual os demais
sistemas sociais, e que para permitir a transição societária rumo á
sustentabilidade, precisa ser reformulado. “Atualmente parece não ser mais
possível afirmar simplesmente que se faz Educação Ambiental. Dizer que se
trabalha com a EA, apesar do vocábulo conter em si os atributos mínimos
cujos sentidos diferentes da Educação( que não fazer é ambiental) são
indiscutivelmente conhecidos, parece não fazer mais plenamente sentido”.
O “velho argumento de que toda a educação é ambiental, assim, toda a
educação ambiental é simplesmente educação” , parece apenas jogar água
fria no que ao longo dos anos tem se tentado construir como uma
especificidade da prática educativa ambientalmente orientada para diluí-la no
marco geral da educação.
Dessa forma, posso afirmar que a importância da Educação Ambiental
se explicita formalmente na obrigatoriedade constitucional, em sua inclusão
nos Parâmetros Curriculares Nacionais e na publicação da Lei Federal que
define a Política Nacional de Educação Ambiental ( Lei 9795/1999),
instrumentos legais e documentos governamentais que asseguram á temática
15
um caráter transversal, indispensável e indissociável da politica educacional
brasileira – “ mesmo que possamos considerar que a Educação Ambiental não
esteja consolidada nacionalmente enquanto política pública”.
(LOUREIRO,2005,p.1474).
A Política nacional de Educação Ambiental, aponta que apesar da Lei
9795/99 apresentar uma certa evolução em relação ao movimento ambiental,
até porque o que tinha sido feito anteriormente apresentou um certo discurso
de caráter antropocêntrico a olhos vistos, esta ainda continua a perpetuar
resquícios de opressão e dominação, pois seu discurso retrata definições
imprecisas.
A Educação Ambiental deve buscar valores que conduzam a uma
convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o
planeta, auxiliando o aluno a analisar criticamente o principio antropocêntrico,
que tem levado á destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias
espécies. É preciso considerar que a natureza não é fonte inesgotável de
recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional,
evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo vital; as
demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito. Além disso,
a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência; É
necessário planejar o uso e ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais,
considerando que é necessário ter condições dignas de moradia, trabalho,
transporte e lazer, áreas destinadas á produção de alimentos e proteção dos
recursos naturais.
16
Capítulo III
3.1 POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÂO AMBIENTAL E SUA
RELAÇÃO COM O ENSINO FORMAL
No primeiro artigo, da Lei 9795/99, a conservação do meio ambiente é
associada ao “bem de uso comum do povo”. A utilização dessa expressão
remete diretamente a uma concepção antropocêntrica, pois faz relação de
“uso” como bem jurídico de forma generalizada, não mencionando até que
ponto podemos “utilizar” o ambiente sem prejudicá-lo ou agredi-lo. Além disso,
não faz nenhuma referência ao tipo de impacto que uma grande empresa ou
um cidadão comum podem causar no ambiente, demonstrando uma certa
omissão em relação a responsabilidade que os grandes empresários possuem.
Já o segundo artigo fala da articulação da educação ambiental em todos
os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-
formal. Nesse ponto, tenho observado algumas ações de alguns educadores,
em minha escola, por exemplo, aparentemente isolados dos aspectos sociais,
estando preocupados somente com aspectos de degradação da natureza.
Assim, na prática, são poucos eficazes no processo de transformação da
realidade mais imediata com a qual estão lidando e, reciprocamente, com uma
realidade maus ampla. Além disso, observo falta de articulação com a
educação formal e não-formal.
Outro ponto importante, que vale a pena ressaltar, é em relação aos
meios de comunicação de massa. No terceiro artigo, aparece os meios de
comunicação incumbido de colaborar de maneira ativa na disseminação de
informações e práticas educativas e incorporar a dimensão ambiental em sua
programação. Na prática, é possível verificar em alguns comerciais, por
exemplo, a educação ambiental voltada somente para os aspectos naturais,
desvinculando-a da sociedade como um todo. Assim, apesar da mídia,
políticas, instituições e sociedade em geral apresentar preocupação em torno
da emergência da educação ambiental, são raras as preocupações a respeito
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das bases conceituais e epistemológicas sobre as quais ela deveria se
desenvolver.
No quinto artigo, quando são colocados os objetivos fundamentais da
educação ambiental, o primeiro parágrafo menciona o seguinte: “o
desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, legais,
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos”. A partir daí,
percebe-se uma omissão de um aspecto importantíssimo em Educação
Ambiental que merece ser mencionado: O aspecto HISTÓRICO. Como pensar
em uma Política Nacional de Educação sem levar em conta os aspectos
históricos? Concordando com Gadotti(2000), para entender o futuro é preciso
revisitar o passado.
Outro aspecto que merece ser mencionado é em relação a capacitação
dos recursos humanos, voltando-se para a incorporação da dimensão
ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino(artigo 8º.). na verdade,
o discurso é muito bem elaborado, mas peca na utilização do termo
“capacitação”, favorecendo uma visão “bancária” da Educação Ambiental, com
características antidialógicas que servem á opressão.
Gostaria de dizer que apesar da Política nacional de Educação Ambiental
apresentar um conteúdo bastante crítico e emancipatório, voltado para a
democracia e justiça plenas, as palavras comuns, frequentemente utilizadas
nos discursos de EA, começam a parecer falsas e vazias. Além disso, o
sentimento de angústia e frustração perpassam o cotidiano de muitos
educadores, pois estes sentem-se com sensação de não comprometimento
com a “causa”.
A Educação Ambiental está ligada a dois desafios vitais, o primeiro diz
respeito a questão da perturbação dos equilíbrios ecológicos, dos desgastes
da natureza e o segundo diz respeito á questão da educação. Contudo acho
que os desequilíbrios e a educação são heranças de um modelo de
desenvolvimento socioeconômico que se caracteriza pela redução da realidade
a seu nível material econômico, pela divisão do conhecimento em disciplinas
18
que fragmentam a realidade, pela redução do ser humano a um racional e pela
divisão das culturas.
Dessa forma, o que tem ocorrido no ensino formal são atividades em
Educação Ambiental baseadas na concepção de ciência natural, ou seja, são
direcionadas na maior parte das vezes a atividades de reciclagem e
conservação de forma desarticulada do contexto social, cultural, político e
social. Como exemplo, posso mencionar a coleta seletiva de lixo realizada nas
escolas de forma descontextualizada das dimensões políticas, éticas e
culturais de uma realização.
Nesse contexto, percebe-se algumas dificuldades das escolas
incorporarem a dimensão ambiental no currículo de forma interdisciplinar como
aponta a Política Nacional de Educação Ambiental. Na verdade, a palavra
Interdisciplinar tem sido utilizada de forma corriqueira nos Projetos Políticos-
Pedagógicos. Até que ponto o seu uso não caiu no senso comum? Como se
sabe, o debate ambiental não foi internalizado plenamente, nem como
disciplina, nem como eixo articulador dos currículos de cursos de formação de
professores. Tampouco a EA tem conseguido estar presente nos espaços-
chave, da organização do trabalho educativo na escola como, por exemplo, na
definição dos projetos pedagógicos, dos planos de trabalho, do uso do tempo
em sala de aula, do planejamento, da distribuição das atividades e do tempo
remunerado dos professores.
Gadotti(2000) diz que qualquer que seja a perspectiva que a educação
contemporânea deva tomar, que seja uma educação voltada para a
contestação e superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado.
Além disso, o autor coloca que seja uma educação voltada muito mais para a
transformação social do que para transmissão cultural.
Portanto, não basta construir leis e teorias abstratas sob bases idealizadas,
que despejam uma enormidade de informações desconexas e
descontextualizadas e que não favorecem a intervenção qualificada de agentes
sociais. O próprio discurso e linguagem extremamente técnica não permite que
cidadãos comuns tomem conhecimento e entendam a mensagem que esses
documentos se propõe a passar. Além disso, é necessário que seja pensado,
19
como urgente, a necessidade de políticas públicas voltadas á formação de
professores em relação á concepção criticas e emancipatória da Educação
Ambiental. Através de uma fundamentação teórica e prática baseadas no
diálogo, respeito a diversidade e ao saber popular, podemos construir uma
importante ação para uma escola não-tradicional, não antropocêntrica e,
principalmente, consciente de seu papel social e ambiental como conceitos
20
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que não basta construir leis e teorias abstratas sob bases
idealizadas, que despejam uma enormidade de informações desconexas e
descontextualizadas e que não favorecem a intervenção qualificada de agentes
sociais. O próprio discurso e linguagem extremamente técnica não permitem
que cidadãos comuns tomem conhecimentos e entendam a mensagem que
esses documentos se propõem a passar. Além disso, é necessária que seja
pensado, como urgente, a necessidade de políticas públicas voltadas á
formação de professores em relação á concepção crítica e emancipatória da
Educação Ambiental. Através de uma fundamentação teórica e prática
baseadas no diálogo, respeito a diversidade e ao saber popular, pode-se
construir uma importante ação para uma escola não tradicional, não
antropocêntrica e principalmente, consciente de seu papel social e ambiental
como conceitos que se interligam entre si.
A ação ambiental empreendida por educadores ambientais tem sido de
natureza instrumental e raramente reflexiva.
21
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da Educação. Ed. Artes Médicas, 2000.
GUIMARÃES, Mauro. A Formação de Educadores Ambientais. Campinas: Papirus, 2004. LOUREIRO, C.F.B. Tragetória e Fundamentos da Educação. 2 ed. São Paulo, Cortez, 2005. MACHADO, Carly Barbosa Etal. Educação Ambiental Consciente 2ªed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
ZAKRZEVSKI, Sônia Balvedi. (org). Cenários da Trajetória da
Educação Ambiental. In : A Educação Ambiental na Escola:
Abordagens Conceituais, V.I, p.39-44, Erechim, 2003.
22
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
(TÍTULO) 11
1.1 - A Busca do Saber 12
1.2 – O prazer de pesquisar 15
1.2.1 - Fator psicológico 15
1.2.2 - Estímulo e Resposta 17
CONCLUSÃO 48
ANEXOS 49
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
BIBLIOGRAFIA CITADA 54
ÍNDICE 55
23
FOLHA DE AVALIAÇÃO NOME DA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES TITULO DA MONOGRAFIA: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS
AUTOR: Áurea Maria Paes Gonçalves Frullani
DATA DA ENTREGA: AVALIADO POR: CONCEITO
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