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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
O Arquiteto, A Criatividade verso Desenho Assisto por Computador - CAD
Por: José Antonio Mendes Casas Novas
Orientador: Prof. Marco Antonio Chaves
Rio de Janeiro, RJ, abril/2001
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
O Arquiteto, A Criatividade verso Desenho Assisto por Computador - CAD
Por: José Antonio Mendes Casas Novas Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência de ensino Superior
Rio de Janeiro, RJ, abril/2001
2
Agradecimentos
Aos meus pais, por terem me dado a
chance de conhecer as primeiras letras,
me incentivar, exigir mais
conhecimento e nunca me acomodar
com o pouco saber acumulado.
Ao sempre urbano Professor Marco
Antonio Chaves, Titular de
Metodologia da Pesquisa que se
permite descer do seu alto saber para
transmitir a arte de se obter um pouco
mais conhecimentos; por sua
eloquência, paciência e sobretudo
vocação para o magistério em
academia.
Aos novos e já velhos amigos da
Turma.
3
Dedicatória
Aos profissionais de arquitetura que
ousam na arte de projetar, sem nunca
esquecer a sua meta final: O Bem Estar
do Homem.
4
Dístico
“Deus dá às pessoas as coisas em que elas acreditam.”
Sabedoria popular
“Sempre houve a crença de que Deus
nos daria tudo o que a Ele pedíssemos.
Mas isso não é verdade. Ele nos dá
apenas aquilo em que acreditamos.
Senão, como explicar que uma pessoa
desconfiada, que não acredita em
ninguém, seja sempre enganada? ”
Roberto T. Shinyashiki
5
Sumário
Resumo............................................................. 6 O Cad- Desenho Assistido por Computador... 8 A Criatividade, O Arquiteto e o CAD................................................................... 10 O Que é um CAD........................................... 15 Metodologia do Ensino do CAD..................... 17 Pesquisa entre os usuários de CAD.................. 20 Tabelas das Respostas Obtidas..................... 23 Conclusão......................................................... 27 Bibliografia....................................................... 29 Anexos.............................................................. 30-
6
Resumo
O Desenho Assistido por Computador, é hoje em dia uma
ferramenta importantíssima para os profissionais de arquitetura, artes e ramos
afins. No entretanto também nota-se que mesmo sendo para o arquiteto uma
peça quase indispensável como a velha prancheta, alguns profissionais
rejeitam-no, alegando que o Cad traz uma certa inquietação, reação esta que
acaba anulando, se não totalmente, mas influenciando de sobremaneira o ato
de criar idéias e soluções que levem a um projeto final.
A rejeição de alguns profissionais ao Cad, é em decorrente
ao estado total de submissão. Esta submissão no caso específico ao
computador, trás consigo um sentido de inutilidade pois os profissionais
passam a ser mero coadjuvantes na execução de comandos, colando figuras
geométricas, e blocos; entendes aqui por blocos, desenhos arquivados, onde o
operador apenas executa uma edição, para que ele, o(s) bloco(s), se adapte ao
desenho em questão. Assim feito, há incrementação na produção de desenho.
Apesar da rapidez da incrementação e do desenvolvimento do projeto, a sua
criação, o seu nascer propriamente dito, para estes profissionais, é original do
da velha e aposentada prancheta. O ato de criar é ritualístico. para estes
7
profissionais é muito particular. Uma vez fechado o projeto, delegam para -
CAD - o desenvolvimento e viabilidades técnicas do projeto.
Por que isto acontece mesmo na geração de técnicos,
artistas e projetistas da era da Internet?
8
O Cad – Desenho Assistido por Computador
O sistema CAD é uma realidade na indústria e nas
universidades, onde o projeto gerado com auxílio do computador é uma
exigência. Esta tecnologia não pode ser mais ignorada, pois os clientes estão
exigindo o fornecimento de modelos no formato do CAD, por uma série de
facilidades de edição, não só para o cliente como para o profissional .
Evoluindo sempre, o sistema CAD permite geração de
superfícies tridimensionais em alta resolução, modelos precisos etc., esta
tecnologia crescente não dispensa conhecimento prévio em projetos, dos
arquitetos, engenheiros e outros profissionais.
Os programas CAD devem ser considerados ferramentas de
o auxílio a projetos, e desta forma, o melhor rendimento desta ferramenta
será obtido quando usado pelos melhores profissionais em desenho e projetos.
De complexa aparência e manipulação, os Cads
apresentam uma série infindável de ícones, onde pode-se desenhar qualquer
coisa, desde um simples palito de fósforo a uma complexa estação espacial.
Faz se animações , podendo-se no caso da construção civil, projetar um
9
edifício e antes mesmo de executá-lo, fazer-se um tour internamente como se
ele já estivesse pronto.
Durante a fase de desenvolvimento do projeto, esta
ferramenta e de grande utilidade, pois permite a edição de supressão ou de
acréscimo, sem maiores transtorno e gasto de papéis e tintas como na velha
prancheta. Até então, normografado o desenho, qualquer modificação a
posteriori tornava-se trabalhosa, chegando-se em alguns caso a se refazer
toda prancha. No computador – CAD - esse processo é extremamente fácil,
rápido e sem causar maiores transtorno não havendo necessidade de
refazimento de nova prancha antes da plotagem final.
O desenhar com assistência do computador é um processo
extremamente prático , embora para o principiante seja muito complexo em
função do número aparentemente excessivo de ferramentas disponíveis. O
projetista interagem com a máquina, executando comandos específicos
produzindo efeitos ou resultados, apenas pressionando-se uma, duas ou até
mais teclas conjugadas . Depois de algum tempo de operação o projetista pode
ir arquivando desenho e projetos, estes tornar-se-ão desenhos padrões de uso
corriqueiro. Arquivados como blocos, serão colados a novos projetos,
evitando-se o desperdício de tempo, aumentando-se assim produtividade.
Uma vez concluído o projeto, todos os relatórios técnicos-construtivo e
quantitativo poderá ser obtido bastando para isto um simples pressionar de
teclas. Esses relatórios gerados poderão ser enviadas para todas as partes
envolvidas com o projeto: do fornecedores de insumos e incrementos ao
canteiro de obra e etc.
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A Criatividade o Arquiteto e o CAD
Criar não é uma ato isolado. Para alguns autores a
criatividade é a descoberta e a expressão de algo que tanto é uma novidade
para o criador quanto uma realização por si mesma. No ato de criar está
envolvido uma infinidade de considerações. A velocidade com que surgem as
novas necessidades do ser humano, exige um grau cada vez maior de
conhecimento técnico e científico do projetista, seja ele de que ramo for. No
caso do arquiteto chega a um grau de exigência que o transforma em um
especialista de especialidades. Pois quanto o arquiteto está projetando, criando
algo de novo ele deve e tem obrigação de conhecer todos os detalhes que
envolve a solicitação do cliente, desde seu hábito matutino de tomar o café,
passando pelo seu banho, saída para trabalho, como também outros fatores e
projetos complementares que irão auxiliá-lo para que ele possa criar um
espaço que não existia e que atenda a solicitação do cliente. Alia-se a tudo isso
conhecimento de marketing, psicologia, legislação, técnicas construtivas,
todos os materiais de construção, instalações prediais e estruturas. Ao criar o
arquiteto está fazendo uma interpretação dos anseios e desejo de seu cliente e
tornando seu sonho uma realidade.
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Não há uma teoria universalmente aceita sobre a
criatividade, podemos no entanto citar algumas que podem melhorar a nossa
compreensão sobre o ato de criar:
Criatividade como Inspiração Divina
“Uma das mais velhas concepções da criatividade,
sustenta que o criador é divinamente inspirado” Essa noção sem dúvida surge
da tentativa de explicar a extraordinária originalidade das grandes obras
criadoras. Foi expressa de maneira mais memorável por Platão, que declarou
ser o artista, no momento da criação, agente de um poder superior, perdendo
o controle de si mesmo:”(George F. Kneller)
Criatividade como Loucura
“Outra tradição que remonta à antigüidade, concebe
a criatividade naturalisticamente com uma forma de loucura. Sua aparente
espontaneidade e sua irracionalidade são explicadas como fruto de um acesso
de loucura. Muita vezes o gênio, especialmente o artístico, parece separado
da loucura apenas por um fio de cabelo. A extrema sensibilidade do artista e
sua tendência para forçar ao extremo a própria natureza são a prova
suprema de sua sanidade “ (George F. Kneller). O sociólogo Cesare
Lombroso citou “muitos homens geniais que eram neuróticos ou louco,
alegando que a natureza irracional ou involuntária da arte criadora deve ser
explicada patologicamente”.
12
Criatividade como Gênio Intuitivo
“ A criatividade é a forma saudável e altamente
desenvolvida de intuição”. O criador, embora não mais anormal ou doente,
ainda é um tipo de pessoa rara e diferente. No ato da criação ele intui direta e
imediatamente o que outras pessoas só podem apurar devagando longamente.
A criatividade não pode ser educada porque é imprevisível, não racional e
limitada a algumas poucas pessoas”. (George F. Kneller) A idéia do gênio
nasceu no fim do Renascimento, quando foi aplicada aos poderes criadores de
homens como Leonardo da Vinci, Vasari, Telésio. Durante o século XVII,
muitos pensadores e escritores, em particular Kant em sua Crítica do Juízo
entendeu ser a criatividade “um processo natural que criava suas leis
próprias, imprevisíveis; e daí concluiu que a criatividade não pode ser
ensinada formalmente. Mesmo que os críticos possam examinar as criações e
analisar-lhes os princípios dirigentes, a aplicação desses princípios não mais
produzirá obras originais
Criatividade com Força Vital
“ Uma das conseqüência da teoria da evolução de
Darwin foi a noção de ser a criatividade humana manifestação da força
criadora inerente à vida. Segundo esse entendimento, embora a matéria
inanimada não seja criadora ( sempre produziu as mesmas entidades, como
átomos e estrelas), a evolução orgânica e fundamentalmente criadora, uma
vez que está sempre a gerar novas espécies. Na verdade, a força criadora da
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evolução parece lançar-se para a frente, em inesgotável variedade de formas
peculiares, sem precedentes, sem repetição, irreversíveis. (George F. Kneller)
A criatividade humana também tem sido encarada
como expressão de uma criatividade universal imanente a tudo que existe.
Alfred North Whitehead, Process and Reality, afirma “a criatividade é
rítmica ou cíclica, pois o mundo não consiste em uma corrente de eventos
singulares, mais de eventos que constituem entidades reais, que nascem, se
desenvolvem e morrem”. Essa criatividade incessantemente produz
novidades. Estes são de dois tipos. Num certo sentido, tudo que existe tem de
renovar-se continuamente para poder existir. A fim de manter-se como é, deve
constantemente substituir seus próprios componentes. Cada um desses
antecedentes é semelhante ao sue próprio antecedente, apesar de ímpar,
porque não lhe é idêntico. No Segundo sentido, a criatividade está
continuamente produzindo entes, experiências e situações sem precedentes. A
criatividade, pois, não apenas mantém o que já existe, mas também produz
formas completamente novas.”
A Criatividade não pode ser definida, ou se quer
rotulada, o ato de criar é próprio de cada pessoa, não segue uma receita de
bolo, e sim leis próprias, imprevisíveis, portanto não pode ser ensinada de
maneira formal. A educação, de modo geral, não respeita a criatividade, não
respeita as diferenças e as diversas formas de aprender de cada pessoa. Os
sofisticados recursos tecnológicos de que hoje dispomos, do celular à Internet,
podem ao contrário do que se espera e do que se imagina, ser limitadores e
14
empobrecedores. Além, de em muitos casos acentuar desigualdades e
escravizar usuários.
O arquiteto já na fase de criação tem a obrigação de
conhece e se preocupar com todos os elementos que irão compor o projeto
como um todo, e mesmo que ele não elabore também os projetos
complementares, no mínimo, deverá saber gerenciá-los, orientando e
discutindo com os profissionais responsáveis por cada um deles. Não adianta o
arquiteto está na moda, freqüentar a mídia, colunas sociais se não sabe
resolver um simples problema de tomada elétrica, esquadria, instalações
hidrosanitárias, ar condicionado e etc. para responder simples indagações de
seu cliente e assim poder concretizar uma proposta. Já se vai longe a época em
que ao arquiteto eram equivocadamente conhecido como um desenhista caro.
O Bom Arquiteto deve ser um profissional apto a criar ou modificar um
espaço partindo de interpretações subjetivas, aliando-se a isto necessidades
específicas de cada cliente e somando-se ainda uma dose sempre equilibrada
de criatividade como diz o Professor Flávio de Lemos Carsale, então vice-
diretor da Universidade Federal de Minas Gerais: “ Em nosso tempo, não é
mais o arquiteto de gabinete que como bom conhecedor da geometria e das
regras de composição, resolve matematicamente os problemas de uma família
ou comunidade, num projeto com estreito vínculo com esse cliente e os
expressa, sensivelmente, num projeto com estreito vínculo com esse cliente,
especializando seus próprios significados”. Temos então a verdadeira arte de
criar em arquitetura.
15
O Que um Cad?
A primeira versão do AutoCad, data de 1982, quando
foi anunciada nos Estados Unidos, até então os profissionais da área de
projetos estavam acostumadas a manusear intrincados manuais de referências
para desenvolver seus trabalhos, que na maioria era feitos com auxílio de
pranchetas e réguas de cálculo. Nessa época que o AutoCad firmou-se como
sinônimo de CAD. Passado 18 anos, é líder do mercado de programas de CAD
para PCs, sendo utilizado por um número incalculáveis de pessoas no mundo
todo. A firma produtora é a uma das primeiras no ranking das empresas
produtoras de programas para computador.
Os sistemas de desenho e projetos assistidos por
computador os sistema CAD (Computer Aided Design), são baseados em
técnicas de computação gráfica interativa, e têm por objetivo auxiliar o
usuário em todo processo, desde a criação, manipulação e representação de
desenhos e desenvolvimento do projeto. São sistemas de uso genérico que
através de uma interface, permite operações como: a produção de desenhos bi
e tridimensionais, geração de perspectivas, mudanças de escala, alterações de
supressão, acréscimo, criação de bibliotecas de símbolos e etc.
16
No campo da arquitetura, urbanismo e engenharia e design
de produtos , grande tem sido sua contribuição, especialmente na elaboração
de sistemas de desenho e projetos assistidos por computador( incluindo os
sistemas de modelagem e apresentação realista) sistemas de auxílio ao cálculo
estrutural, sistemas de geoprocessamento, entre outros.
17
Metodologia do Ensino do CAD.
Estrutura e Organização básica de um Curso
A FAU/UnB – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de
Brasília foi uma das escolas de arquitetura pioneiras na introdução de matérias
de informática, introduzindo a disciplina “Computação Gráfica Aplicada à
Arquitetura e Urbanismo” no currículo do curso de graduação em 1988.
O Enfoque principal da disciplina é o fornecimento de base
teórica em computação gráfica, associada à sua implementação dentro dos
sistemas CAD. O programa do curso inclui o conteúdo teórico básico
conjugado com uma metodologia de trabalho com um sistema CAD, visando a
melhor apreensão possível desta ferramenta para o desenvolvimento de
projetos, sendo ,o AutoCAD, o programa adotado desenvolvido pela Autodesk
Inc.
Fundamentos básicos sobre o AutoCad
- Conceitos básicos e Estrutura Geral do Programa
- As Ferramentas de Produção
- As Ferramentas de Edição
- A Visualização do Desenho e Controle de Imagem
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- Impressão do Desenho
- Projetando em 2D
- Planejamento e Organização de Projetos através de
Níveis de Trabalho
- Criação de Blocos e Bibliotecas de Símbolos
- Geração de Atributos e Referências Externas
AutoCAD Intermediário
- Comandos de Dimensionamento
- Geração de Textos
- Criação de Hachuras
- Cálculos de Áreas, Distâncias e informações sobre
Entidade
- Comandos Utilitários
- Digitalização e Introdução de Imagens
AutoCAD Avançado
- Conceitos Básicos sobre Modelagem
- A Produção do Desenho Tridimensional
- Aprofundamento em Ferramentas para a Produção e a
Visualização Tridimensional
- Linhas no Espaço 3D e Modelagem e Superfícies
- Modelagem de Sólidos com AME ( Advanced Modeling
Extension)
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Este é um programa considerado ideal para o curso de
AutoCAD, que na FAU/UnB é ministrado do XX período até o XX .
Existem também cursos livres, ministrados por entidades
de classe. Onde é dividido por horas assim distribuído.
- AutoCAD Básico - 40 horas aula
- AutoCAD Intermediário – 40 horas
- AutoCAD Avançado ou 3D – 40 horas aula
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Pesquisa entre os usuários de CAD
Distribuímos 180 formulários entre arquitetos atuantes e
também entre estudantes de arquitetura do último período. Dos formulários
distribuídos só 166 retornaram. Para efeito de pesquisa fizemos a seguinte
classificação arquitetos por campo de atuação e por faixa de idade:
Por campo de atuação
Executor de obra
Projeto
Interiores e Decoração
Projetista de Grandes Construtora
Estudante
Por faixa de idade:
Entre 40 e 55 anos
Até 39 anos
Entre 25 e 39 anos(só estudante)
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Fizemos as seguintes perguntas:
Ao criar seus projetos.........
Usa algum tipo de Cad?
Nenhum tipo de Cad
Uso Cad e prancheta.
Fazendo uma rápida análise nas tabelas feitas,
podemos constatar que uso de algum tipo de Cad alcança
percentuais expressivos, quase a grande maioria, mesmo numa
faixa de idade mais avançada dos profissionais, denotando que
entre os mais experientes e da geração anterior a massificação da
informática este percentual também é grande. Por outro lado
também constata-se que os profissionais atuantes no lado mais da
criação dos projetos o percentual, embora grande, não nos
pareceu tão significativos.. A justificativa desses profissionais foi:
“O computador inibe de algum forma a criatividade”. Houve
também um percentual de profissionais que fazem uso simultâneo
do computador e da prancheta. Entrevistamos pessoalmente estes
profissionais e como resposta quase unanime obtivemos: “Faço
uso do Cad, só após ter resolvido todo lado criativo, uma vez,
fechado o projeto por este aspecto, passo a usar o computador
para o desenvolvimento”.
Podemos observar que o percentual de uso de algum Cad é
grande. Não podemos deixar de registrar entre outros coisas, questões não
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levantadas e que foram objeto de comentários entre todos os alunos
pesquisados. Quase a totalidade dos questionários devolvidos pelos estudantes
obtivemos os seguintes comentários:
“A interação com o programa é bom porém pesado e
trabalhoso”.
“A interação com o programa é excelente, mas poderia ser
mais prático”.
“Não consigo interagir com computadores”
Excetuando-se as respostas “Não consigo interagir com
computadores”.
Às outras duas observadas cabe uma explicação técnica de
porque isso acontece: Dos Cad existente no mercado, sem dúvida alguma o
mais adotado tanto pelos profissionais quanto nas universidades é o
AutoCAD. Este por ser um Cad completo, requer um aprendizado mais longo
e mais específico, seus comandos básicos são super simples e de fácil
manipulação mas a medida que se avança no seu uso, requer mais
conhecimentos básicos dos princípios da geometria, principal a espacial,
muito importante quando se está fazendo maquetes eletrônicas. E nesta fase da
interação com o AutoCAD, justamente o 3D, que os conhecimentos da
geometria são mais aplicados. Se o usuário na tiver bons conhecimentos em
geometria e desenho técnico, dificilmente terá bons resultados, talvez esteja
aqui uns fatores de rejeição pelo AutoCAD. Diante de dificuldades como esta
apresentada entre outras que surge no decorrer o uso, os fabricantes passaram
a desenvolver uma série de outros cads, ou seja, personalização, biblioteca,
23
onde usuário para de pensar e limita-se a fazer colagem e aplicação de blocos
prontos em seus desenhos, se por um lado aumenta-se a produtividade, por
outro lado há um certo empobrecimento de soluções apresentadas, porque é
mais fácil se buscar nos arquivos e bibliotecas, soluções já prontas do que
elaboramos ou pensarmos em criar. Isto também vem contribuir para a
inibição, com a inabilidade dos projetistas(criadores) que por terem
dificuldade com a parte geométrica não consegue concretizar no CAD, suas
criações e também não coletam entre os arquivos da biblioteca algo que esteja
dentro daquilo imaginado para o projeto, resultando na rejeição ao programa
Tabelas das Respostas Obtidas
TABELA 1: RESPOSTAS A PERGUNTA 1 - POR FAIXA DE IDADE
FAIXA DE IDADE 1 2 3 TOT
1 Algum Tipo de Cad 42 45 18 105 2 Nenhum Tipo de Cad 23 19 3 45 3 Cad e Prancheta 10 6 0 16 75 70 21 166 Legenda das Tab 1 e 2: 1- Entre 40 e 55 anos de idade 2- Até 39 anos de idade 3- Entre 25 e 39 anos de idade
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TABELA 2: RESPOSTAS A PERGUNTA 2 -
POR QUE NÃO USA NENHUM TIPO DE CAD ?
FAIXA DE IDADE 1 2 3 TOT 1 Inibe minha criatividade 18 14 3 35 2 Barreira da Língua 3 4 0 7 3 Sou avesso a Computadores 2 1 0 3 23 19 3 45
TABELA 3: RESPOSTAS A PERGUNTA 1 - POR CIDADE
Rio Outras TOT 1 Algum Tipo de Cad 60 45 105 2 Nenhum Tipo de Cad 21 24 45 3 Cad e Prancheta 6 10 16 TOTAL 87 79 166
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TABELA 4: RESPOSTAS POR CATEGORIA DO PROFISSIONAL
1 2 3 Categoria de Profissional Algum
Tipo de Cad
Nenhum Tipo de
Cad
Cad e Pranche
ta
TOTAL
1 Executor de Obras 12 3 2 17 2 Projetos 25 10 0 35 3 Méd/ Grd Construtoras 13 2 2 17 4 Autônomo - Escrit. Resid 8 7 3 18 5 Interiores e Decoração 24 19 8 51 6 Estudante de Arquitetura 23 4 1 28 TOTAL 105 45 16 166
TABELA 5: PERCENTUAIS DENTRO DAS CATEGORIAS
1 2 3 Categoria de Profissional Algum
Tipo de Cad
Nenhum Tipo de
Cad
Cad e Pranche
ta
TOTAL
1 Executor de Obras 70,6% 17,6% 11,8% 100,0% 2 Projetos 71,4% 28,6% 0,0% 100,0% 3 Méd/ Grd Construtoras 76,5% 11,8% 11,8% 100,0% 4 Autônomo - Escrit. Resid 44,4% 38,9% 16,7% 100,0% 5 Interiores e Decoração 47,1% 37,3% 15,7% 100,0% 6 Estudante de Arquitetura 82,1% 14,3% 3,6% 100,0% TOTAL 63,3% 27,1% 9,6% 100,0%
26
TABELA 6: RESPOSTAS POR CATEGORIA DO PROFISSIONAL
1 2 3 Categoria de Profissional Algum
Tipo de Cad
Nenhum Tipo de
Cad
Cad e Pranche
ta
TOTAL
1 Executor de Obras 11,4% 6,7% 12,5% 10,2% 2 Projetos 23,8% 22,2% 0,0% 21,1% 3 Méd/ Grd Construtoras 12,4% 4,4% 12,5% 10,2% 4 Autônomo - Escrit. Resid 7,6% 15,6% 18,8% 10,8% 5 Interiores e Decoração 22,9% 42,2% 50,0% 30,7% 6 Estudante de Arquitetura 21,9% 8,9% 6,3% 16,9% TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Ver Gráficos ilustrativos no anexo.
Como citamos anteriormente, a Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de Brasília, foi a pioneira no ensino da
Computação Gráfica, onde o ensino do CAD faz parte da grade curricular ,
sendo estudado em dois semestres dentro da cadeira Computação Gráfica 1 e
Computação Gráfica 2. O Cad adotado é o AutoCAD da Autodesk.
27
Conclusão
A Informática chegou em nossas vida e veio para ficar,
experimentando um crescimento quase impossível de se acompanhar, a ponto
de que qualquer produto antes mesmo de ser lançado, já está obsoleto , a
rapidez é tamanha que quando o usuário começa a entender os princípios do
funcionamento do produto adquirido ele já sendo bombardeado pela mídia
com apelos consumistas obrigando-o a adquirir o lançamento mais recente e já
também obsoleto. Novas tecnologias são e serão bem vindas mas podem
escravizar e limitar o poder criativo do homem. Não se observa a colocação
das tecnologia a serviço do bem estar de uma forma geral. No que concerne o
lado educacional-criativo, observa-se claramente uma política de nivelamento
bem baixo para que haja um controle social cada vez maior. Os programas de
CAD são sem dúvidas, um elemento incrementador de produtividade para as
grandes indústrias, universidade e profissionais que lidam com as áreas de
desenho e projetos, porém não se pode deixar de observar que é a maneira
como estas tecnologias são apresentadas e como são manipuladas que
causam insatisfação nos usuário que ainda se dão o luxo de pensar. Há
também fatores da política educacional a nível de governo e mesmo a nível
familiar que no mínimo, por omissão, contribui para que este estado de coisa
que se perpetue. Os alunos nas universidades são apresentados aos programas
de CAD da forma mais indesejada possível, como diz o dito popular, de forma
que, o que deveria ser uma ferramenta de auxílio, passa a ser um instrumento
28
de tortura. Aos alunos passa-se a idéia de o programa irá fazer tudo que eles
imaginarem quando na realidade o computador é um mero executor de
comandos, um agilizador de cálculos, cálculos estes que mesmo não sendo
possível executá-los mentalmente, manualmente, pode-se no entanto
gerenciá-los, o usuário tem que no mínimo saber mandar o computador
executar a tarefa desejada e caso este não processe os dados por ausência de
programação, possa o usuário “enganá-lo” se é que isto é possível, para ele
possa apresentar um resultado, o mais próximo do desejado. “ As pessoas
deveriam estar aprendendo a ser “subversivas” em relação as novas
tecnologias em vez de serem, simples usuárias passivas. A relação como a
informática deveria ser menos dependente. Claro que não tivemos a pretensão
de provar nossa questão de que a criatividade seja diminuída pelo uso do
computador como também não podemos provar o contrário, nosso trabalho
tem por finalidade alertar o usuário não se deixar intimidar pela tecnologia e
sim fazer dela uma aliada no sentido de trazer mais prazer à vida. E também
servir de alerta aos estudantes a não se tornar mero espectadores desta
tecnologia e passar atuar de maneira ativa, contestando tudo e a todos de
maneira inteligente e que esta contestação se processe de maneira construtiva
e não nesse estado de letargia.
29
Bibliografia
SHINYASHIKI, Roberto T. Amar pode dar certo. 55ª ed. Gente. São Paulo,
1988.
KNELLER, George Frederick. Arte e Ciência da Criatividade. 14ª ed. São
Paulo: Ibrasa, 1978.
PATRICK, Catherine. What Is Criative Thinking? Nova York Philosophical
Library, 1955.
OMURA, George . Dominando o AutoCAD 13. Rio de Janeiro Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A., 1995
GOBBI, Cristina . AutoCAD 12 Estudos Dirigidos para Arquitetura e São
Paulo Editora Érica. 1995
WINNICOTT, D.W. Play and Reality 1a ed. London EC4 Tavistock
Publications Ltd. 1971.
ENCICLOPÉDIA BARSA. Rio de Janeiro/São Paulo: Enciclopédia
Britanica Editores Ltda, 1964-1977
CENSI, Alexandre L. C. AutoCAD 12 Guia Prático São Paulo. Editora Érica,
1994.
FOLHA DE SÃO PAULO. Enciclopédia Ilustrada. São Paulo, 1998.
CRUZ, Simonny Ribeiro da. Arquitetura com AutoCAD: AutoArchitect:
versão S7: Inglês e Português. São Paulo: Érica, 1996
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