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1
ARTIGO ACADÊMICO – PROJETO DE INTERVENÇÃO
PESQUISA DE CAMPO ACADÊMICA - CIEJA BUTANTÃ
RAIMUNDO BARTHÔ DA SILVA
SÃO PAULO – 2016
GÊNERO E RELAÇÕES RACIAIS NA EJA.
PROBLEMATIZANDO O DESENVOLVIMENTO DO TEMA NA ESCOLA:
LEGISLAÇÃO, SOCIEDADE E PERCEPÇÕES DA COMUNIDADE ESCOLAR.
2
RAIMUNDO BARTHÔ DA SILVA
GÊNERO E RELAÇÕES RACIAIS NA EJA.
PROBLEMATIZANDO O DESENVOLVIMENTO DO TEMA NA ESCOLA:
LEGISLAÇÃO, SOCIEDADE E PERCEPÇÕES DA COMUNIDADE ESCOLAR.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Gênero e Diversidade na Escola
Universidade Federal de São Paulo
Orientação: Prof.ª M.ª, Tânia Pedrina Portella
Nascimento
SÃO PAULO, 2016
3
DEDICATÓRIA
Aos corajosos e determinados, pois deles, e
a partir deles é que brotarão os novos caminhos
para uma Educação justa, inclusiva, assertiva,
aberta, livre de preconceitos e com resultados palpáveis.
4
AGRADECIMENTOS
A Prof.ª Orientadora desse TCC, Mestra Tânia Pedrina Portella Nascimento, braço amigo de
todas as etapas deste trabalho.
Aos tutores Mestre Tássio Acosta Rodrigues e Prof.º Marco Antônio Amorim dos Santos por
serem exímios profissionais, dedicados à Educação e às causas de Gênero e Diversidade, entre
outras.
À professora do curso, Prof.ª. Dr.ª Nara Rejane Cruz de Oliveira pela fixidez de princípios tão
exemplares para todos nós e também à Prof.ª Dr.ª Daniela Finco, coordenadora deste curso,
pela exímia competência.
Aos amigos, pela força e pela vibração em relação a esta tão produtiva jornada.
A todos os professores, tutores presenciais e à distância e aos colegas do Curso, pela valiosa
troca de informações.
A todos que colaboraram para a realização e finalização satisfatória deste trabalho.
Em especial ao professor tutor de TCC, Philippe Arthur dos Reis, pelo incentivo e pela
manutenção da minha persistência em sempre estudar mais para dar maior qualidade à esta
monografia, bem como aos meus conhecimentos pessoais.
À confiança e doação de todos que indiretamente estiveram envolvidos.
A todos do CIEJA Aluna Jéssica Nunes Herculano, o CIEJA Butantã, em especial a
Coordenadora Geral, Prof.ª Danielle Brasileiro do Prado Bohn Monello, à Vice Coordenadora
Geral Prof.ª Ana Célia Romano de Carvalho, aos Orientadores Pedagógicos Educacionais
Sérgio Tenório de Almeida e Laura de Carvalho Symbalista e também à Supervisora Escolar
Sônia Maria A. M. dos Santos. Agradeço ainda aos colegas professores, dos quais destaco a
Prof.ª Teluyo Fukasawa, à equipe escolar e ao secretário Elcio Barros Raulino.
Ao COMFOR e a UAB pela disponibilidade.
À SME/SP e ao Governo Federal pela iniciativa.
A minha família, por estar mais uma vez comigo nessa etapa importante da minha carreira, ao
meu filho e in memoriam ao atleta, funcionário público da Prefeitura de São Paulo, escultor,
ator, advogado, relações públicas, jornalista e conselheiro cultural do Brasil na Nigéria, o
‘negro’, Adhemar Ferreira da Silva.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Adhemar_Ferreira_da_Silva
5
EPÍGRAFE
“No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz:
Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira.
E pois. Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos –
O verbo tem que pegar delírio. ”.
Manoel de Barros, O Livro das Ignorãnças – “VII”
6
SILVA, Raimundo Bartho da. Gênero e Relações Raciais na E.J.A: Problematizando o
desenvolvimento do tema na escola: Legislação, Sociedade e Percepções da Comunidade
Escolar. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Especialização em Gênero e Diversidade
na Escola. Universidade Federal de São Paulo, 2016.
RESUMO
A partir da dubiedade no texto do artigo 5º da nossa Constituição Federal de 1988 que promove
interpretações diversas e com isso pode causar prejuízos aos ‘todos’ ali descritos uma vez que
parece afirmar que eles – os indivíduos brasileiros natos ou naturalizados - ‘são iguais’ em vez
de dizer que ‘todos devem ser tratados igualmente’, pormenor que provocou, desde sempre,
e ainda provoca abertura jurídica para que indivíduos inexperientes utilizem a força de seu texto
– e também de seu contexto – para defender culpados e oprimir inocentes; para privilegiar quem
não sofre preconceito e racismo e desvalorizar os que infelizmente são submetidos a eles.
Consequentemente a valorização dos sujeitos negros e indígenas no espaço escolar continuou
precária. Atrelado a isso temos ainda a diversidade de gênero que é outro tema que a escola
ainda não consegue trabalhar satisfatoriamente e por isso as estatísticas indicam que os sujeitos
que mais se evadem das escolas são os negros e os homossexuais. Com isso a importância das
escolas de EJA se tornou real e indispensável, pois no futuro essas minorias, assim chamadas
aqui pela falta de oportunidade e de representatividade, em algum momento de suas vidas,
retomarão os estudos e precisarão de um espaço adequado, que respeite sua identidade,
realidade social, incentive sua autoestima e ofereça qualidade de ensino. É justamente aí que o
papel das escolas de EJA se torna fundamental e indispensável.
Palavras-chave: Gênero; Diversidade; Educação; Escola; Constituição; Políticas Públicas
7
SILVA, Raimundo Bartho da. Gênero e Relações Raciais na E.J.A: Problematizando o
desenvolvimento do tema na escola: Legislação, Sociedade e Percepções da Comunidade
Escolar. Monograph for the Specialist Degree in Gender and Diversity in School. Federal
University of São Paulo, 2016.
ABSTRACT
To from the ambiguity in the text of Article 5 of our Federal Constitution of 1988 that promotes
several interpretations and that can cause losses to 'all' there described since it seems affirm
that they - native Brazilians or naturalized – “are same” instead of saying that "everyone
should be treated equally". Detail that caused, always, and still causes legal opening for what
inexperienced individuals get the strength of your text - and also its context - to advocate guilty
and oppress innocent ; to focus who not suffer prejudice and racism and devalue people which
unfortunately are subjected to them. Consequently, the valuation of the black people and of the
indigenous people at school remained precarious. Coupled to these we still have the gender
diversity that is another issue that the school still cannot to work satisfactorily once statistics
indicate that the students that most evade schools are blacks and homosexuals. Thus the
importance of adult education schools became real and essential, because in the future these
minorities, so called here by the lack of opportunity and representativeness, at some point in
their lives , will resume their studies and will need adequate space that respects, their identity,
their social reality , encourage yours self-esteem and provide quality teaching. It is precisely
here that the role of adult education schools becomes essential and indispensable.
Key Words: Gender; Diversity; Education; School; Constitution; Public Policies.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ----------------------------------------------------------------------------------------------- 12
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 14
Gráfico 2 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 14
Gráfico 3 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 15
Gráfico 4 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 17
Gráfico 5 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 19
Gráfico 6 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 19
Gráfico 7 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Gráfico 8 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Gráfico 9 ---------------------------------------------------------------------------------------------- 21
Gráfico 10 --------------------------------------------------------------------------------------------- 21
Gráfico 11 --------------------------------------------------------------------------------------------- 30
Gráfico 12 --------------------------------------------------------------------------------------------- 30
Gráfico 13 --------------------------------------------------------------------------------------------- 30
9
SUMÁRIO
1. PESQUISA DE CAMPO ----------------------------------------------------------------------- 10
1.1 Local ----------------------------------------------------------------------------------------------- 10
1.2 Uma ex-aluna, morta em 2010, dá nome ao CIEJA que se tornou a primeira escola bra-
sileira batizada com o nome de uma aluna -------------------------------------------------------- 12
2. PÚBLICO ALVO -------------------------------------------------------------------------------- 13
3. FORMA DE AÇÃO ----------------------------------------------------------------------------- 13
4. PRIMEIRA FASE ------------------------------------------------------------------------------- 14
4.1 Resultado em gráficos --------------------------------------------------------------------------- 14
4.2 Sobre os resultados ------------------------------------------------------------------------------ 22
5. RAÇAS HUMANAS ---------------------------------------------------------------------------- 22
5.1 Quantas raças humanas existem? -------------------------------------------------------------- 23
6. QUANTOS NEGROS EXISTEM NO BRASIL? ----------------------------------------- 23
6.1 Como os negros estão diante da economia mundial? --------------------------------------- 23
6.2 Teste ----------------------------------------------------------------------------------------------- 24
6.2.1 Faça o ‘teste do pescoço’ e saiba se existe racismo no Brasil --------------------------- 24
7. A POPULAÇÃO HOMOSSEXUAL REPRESENTA 30% A MAIS DO CONSUMO
SE COMPARADA COM O CONSUMIDOR HETEROSSEXUAL --------------------- 25
7.1 Quantos homossexuais existem no Brasil? --------------------------------------------------- 25
7.2 A cada 28 horas um homossexual morre de forma violenta no Brasil -------------------- 25
7.3 Mais de um terço dos jovens no Brasil são gays ou bissexuais ---------------------------- 25
8. SENSIBILIZAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------ 27
9 . SEGUNDA FASE -------------------------------------------------------------------------------- 30
9.1 Resultado em gráficos e percentuais e respostas dadas a pesquisa ------------------------- 30
9.2 Sobre os resultados ------------------------------------------------------------------------------- 45
10. CONCLUSÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 45
11. ANEXOS ------------------------------------------------------------------------------------------ 46
11. REFERÊNCIAS EXTRAS1 --------------------------- --------------------------------------- 48
1 Trata-se das referências diferentes das relacionados no TCC por serem mais direcionadas (em termos de escrita
e confiabilidade) à comunidade de EJA.
10
1. PESQUISA DE CAMPO
Em paridade com o objetivo deste trabalho científico, a pesquisa de campo consistirá de
entrevistas, através de questionários, com alunos, equipe de uma escola municipal de São Paulo
que atua na área de EJA e comunidade do entorno que se localiza na primeira metade da zona
oeste da capital.
Seu espaço recebe uma clientela diversa o que vem ao encontro do que se valoriza neste
TCC.
É uma escola de passagem porque se localiza próxima de importante rodovia que liga o
sub centro aos bairros e à periferia da zona oeste e também a algumas microcidades.
1.1 Local
O local onde ocorrerá a pesquisa de campo é o projeto CIEJA (Centro Integrado de
Educação de Jovens e Adultos) Aluna Jéssica Nunes Herculano, mais conhecido como CIEJA
Butantã, que se situa nas proximidades dos primeiros 10 quilômetros da Rodovia Raposo
Tavares, Zona Oeste de São Paulo. É considerada uma escola de passagem porque esta
importante rodovia é caminho para vários bairros da zona oeste da capital bem como acesso à
microcidades como Alphaville, Cotia, Osasco e Taboão da Serra localizadas a menos de 20
quilômetros dali.
O prédio escolar é uma casa térrea, ampla, que foi totalmente adaptada com
acessibilidade para receber alunos de EJA com o conforto e o acolhimento que eles merecem.
Logo, esse ambiente parecido com uma casa promove tranquilidade aos educandos.
Os cômodos – quase todos transformados em salas de aula – com ar condicionado,
ventiladores, armários, quadro branco, computador, mesas e cadeiras, desorganizadas
propositalmente, proporcionam legalidade e autonomia para educandos e educadores além de
maior proximidade.
Não existe cozinha, então não há refeições. Em vez disso distribui-se a chamada
‘merenda seca’ que consiste de bolachas do tipo ‘maria’ ou ‘cream cracker’, achocolatados
embalados em ‘tetra pack’, docinhos de banana cristalizados e barrinhas de cereais, tudo
embalado individualmente para que o aluno coma sentado no pátio enquanto espera pelo início
de sua aula.
Tal merenda é entregue nos quinze minutos que antecedem ao início do turno uma vez
que no CIEJA cada turno tem duração de 2h15, e, por isso não há recreio/intervalo.
11
O projeto CIEJA funciona em 3 períodos – manhã, tarde e noite – com 2 turnos em cada
período, totalizando 6 turnos diários.
É mantido pela Prefeitura da Cidade de São Paulo sob responsabilidade da Secretaria
Municipal de Educação para oferecer exclusivamente ensino na modalidade EJA, porém
mantém também a sala de SAAI para atender alunos portadores de necessidades especiais.
A clientela estudantil está na faixa etária inicial de 15 anos.
Além de receber a comunidade que procura por ensino, o CIEJA recebe ainda cidadãos
indicados pela Justiça e pelo departamento de demanda escolar da Diretoria Regional de Ensino
Municipal, os quais tem prioridade de matrícula.
A parte pedagógica é coordenada pelos OPEs (orientadores pedagógicos educacionais)
que vinculam suas atividades também com o setor administrativo.
Em vez de Diretora e Vice-Diretora o comando do CIEJA tem à frente Coordenadora
Geral e Vice- Coordenadora Geral.
Hierarquicamente seguem-se equipe docente, secretário de escola, ATE II, ATE I e
equipe de apoio.
Os alunos do CIEJA recebem material didático, uniforme e participam de eventos e
atividades extraclasse, respeitando-se claro suas condições de jovens ou adultos, bem como
seus compromissos profissionais e familiares.
O ensino no CIEJA é dividido nas 3 áreas do conhecimento: Linguagens e Códigos
(português, inglês e arte), Ciências Humanas (história e geografia), Ciências da Natureza e
Matemática (matemática, ciências, biologia, física e química).
Não existem séries/anos. Em vez disso o CIEJA trabalha com 4 módulos:
Módulo I – equivalente a 1ª e 2ª séries/anos;
Módulo II – equivalente a 3ª e 4ª séries/anos;
Módulo III – equivalente a 5ª e 6ª séries/anos;
Módulo IV – equivalente a 7ª e 8ª séries/anos;
Os candidatos antes de iniciarem os estudos são submetidos a uma Avaliação
Diagnóstica que é uma prova de conhecimentos escolares equivalente ao conhecimento
declarado pelos mesmos no ato da inscrição. Os resultados definem o módulo em que este irá
12
ingressar na escola. Alguns progridem em relação ao que estudou no passado e outros podem
regredir em virtude do esquecimento ou da falta de prática.
Outros detalhes de infraestrutura inerentes ao ambiente escolar comum também estão
presentes no CIEJA como banheiro para deficientes, rampas, bebedouros, biblioteca, sala de
informática, equipe de limpeza e higienização do ambiente, vigia e ronda escolar.
Os professores que trabalham no CIEJA precisam ser concursados da rede municipal de
ensino, e também prestam provas (em várias etapas) para conseguir uma vaga para uma das
áreas de ensino. Valoriza-se o professor que além da sua especialidade também tenha
pedagogia, experiência e conhecimento em EJA no currículo.
1.2 Uma ex-aluna, morta em 2010, dá nome ao CIEJA que se tornou a primeira escola
brasileira batizada com o nome de uma aluna
Jéssica Nunes Herculano, jovem, mulher e negra estudou no CIEJA Butantã de 2006 até
2008 quando concluiu o Ensino Fundamental, aos 18 anos, após bons e maus momentos
compartilhados em outras instituições de ensino por ser portadora da Síndrome de Williams e
por ter uma personalidade hiperativa. No CIEJA ela se encontrou. O CIEJA Butantã foi a sua
última escola. Ela gostava do CIEJA, do ambiente, do convívio com todos e às vezes nem queria
voltar para casa. Ela foi escolhida como oradora da turma quando se formou. Em 2010, Jéssica,
que já era cardíaca, apresentou problemas mais sérios e entrou na fila do transplante do INCOR.
Lá mesmo foi transplantada. Foi a primeira pessoa com SW a se submeter a um transplante
cardíaco e depois de grandes batalhas e de longo tempo de internação faleceu por infecção
generalizada causada por citomegalovírus que provocou a falência múltipla dos seus órgãos.
Figura 1
Jéssica Nunes Herculano2
2 Jéssica Nunes Herculano – 1990-2010
13
O auditório do Parque Estadual do Jaraguá, na trilha do silêncio, onde as cinzas mortais de
Jéssica foram jogadas, também foi batizado com o nome Jéssica Nunes Herculano.
2. PÚBLICO ALVO
O questionário, base dessa pesquisa de campo foi respondido por alunos de Módulo IV,
equivalente a 7ª e 8ª séries, por estarem no final do ciclo e, por, supostamente, serem mais
maduros culturalmente, equipe escolar (professores, coordenadores, ATEs e equipe de apoio)
na modalidade de “abordagem coletiva”. Além disso foram entrevistados na modalidade
“abordagem individual” as Coordenadora e a Vice Coordenadora do CIEJA, bem como os
OPEs, alguns professores, alguns alunos e moradores do entorno.
3. FORMA DE AÇÃO
O questionário para abordagem coletiva foi respondido em 2 fases distintas: na primeira
fase (realizada entre os dias 23/06/2016 e 06/07/2016) os entrevistados apenas responderam às
perguntas sem receber qualquer informação prévia sobre o tema, sendo apenas informados
sobre a necessidade de responde-lo por ocasião de um TCC de abordagem educacional.
Essas respostas foram pautadas e no prazo de 120 dias o mesmo questionário foi
aplicado novamente (segunda fase, em formato virtual), com as questões embaralhadas, mas
dessa vez antecedido por uma breve apresentação (também virtual) sensibilizadora, baseada nas
respostas obtidas na primeira fase amparadas ou desmistificadas por dados estatísticos.
Necessariamente este questionário de segunda fase não precisou ser respondido pelas
mesmas pessoas que participaram da primeira fase, respeitando-se o tipo de entrevistado.
Não houve abordagens individuais ou coletivas na segunda fase da pesquisa.
14
4. PRIMEIRA FASE
4.1 Resultado em gráficos e percentuais
ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO DIA 30/06/2016 – TABULAR IDADE E SEXO
DOS ENTREVISTADOS
CLASSIFICAÇÃO Raimundo Bartho da Silva – Pós-Graduando – UNIFESP
– Gênero e Diversidade na Escola
barthoraimundo@yahoo.com.br - Fase 1
1 Homem entre 15 e 25 anos 08
2 Homem entre 26 e 35 anos 07
3 Homem entre 36 e 55 anos 11
4 Homem entre 56 e 75 anos 03
5 Homem com 76 anos ou mais 00
6 Mulher entre 15 e 25 anos 13
7 Mulher entre 26 e 35 anos 10
8 Mulher entre 36 e 55 anos 13
9 Mulher entre 56 e 75 anos 07
10 Mulher com 76 anos ou mais 01
SUB TOTAL H 29
SUB TOTAL M 44
TOTAL PARCIAL 73
Gráfico 1
Gráfico 2
05
1015
8 711
3
13
1013
7
1
QUANTIDADE
29
44
POR SEXO
HOMENS
MULHERES
15
ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO DIA 01/07/2016 – TABULAR ENTREVISTADOS
DO TIPO 4 - EQUIPE ESCOLAR E COMUNIDADE
Raimundo Bartho da Silva – Pós-Graduando – UNIFESP – Gênero e Diversidade na Escola
barthoraimundo@yahoo.com.br – Fase 1
QUESTÃO FORMULAÇÃO
1 A educação de jovens e adultos, no Brasil, já é oferecida em vários formatos há muito
tempo. Com base na sua experiência de vida, por que muita gente ainda abandona os
estudos e por que existem tantas pessoas não alfabetizadas no Brasil?
RESPOSTAS: Falta de estímulo; necessidade de trabalhar; fracasso escolar; questões sociais;
evasão; falta de apoio familiar; dificuldades. O abandono se deve à falta de subsídios públicos.
2 Os negros e os homossexuais são as minorias que mais abandonam os estudos. Em sua
opinião por que isso acontece? Se houvesse, nas escolas, profissionais especializados
no assunto, essa realidade poderia ser diferente?
RESPOSTAS: Discriminação; preconceito; falta de preparo e de conhecimento; falta de bases
familiares; 5 pessoas acham que especialistas em gênero e diversidade podem ajudar; 1 pessoa acha
que tal profissional não pode ajudar em nada e 4 pessoas não opinaram.
3 Em 1988 estabeleceu-se a nova Constituição do Brasil. O artigo 5º fala sobre igualdade
entre todos e o artigo 6º privilegia vários direitos, entre eles a Educação. Você acha
que esses dois artigos, depois de 28 anos, são respeitados como deveriam?
RESPOSTA: 6 pessoas acham que não; 2 entrevistados acham que são em partes; 1pessoa acha que
há entendimento equivocado sobre o que são direitos e 1pessoa acha que ainda vigora a cultura
patriarcal e segregadora.
4 Você acredita que o ensino oferecido na modalidade EJA é importante? Por quê?
RESPOSTA: 10 pessoas acham que o ensino na modalidade EJA é importante; 7 pessoas justificam
que haverá mais oportunidades de trabalho e de prosseguimento nos estudos; 1 pessoa acha que isso
é um direito; 1 pessoa acha que é uma educação de qualidade e 1 pessoa acha que os professores são
mais comunicativos. 1 pessoa não opinou.
Gráfico 3
10 entrevistados
5
1
4
2
6
2
10
0
2
4
6
8
10
12
acham queespecialistasem gênero ediversidade
podem ajudar
acham queespecialistasem gênero ediversidadenão podem
ajudar
não opinaramsobre a
importância deprofissionais
especializadosem gênero ediversidade
acham que aConstituição érespeitada em
partes
acham que aConstituição
não érespeitada
tem opiniõesdivergentes
sobre orespeito à
Constituição
acham que aEJA é
importante
Questões 2, 3 e 4
16
ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO DIA 05/07/2016 – TABULAR RESPOSTAS DOS
ENTREVISTADOS DO TIPO 1 – FASE 1
Raimundo Bartho da Silva – Pós-Graduando – UNIFESP – Gênero e Diversidade na Escola
barthoraimundo@yahoo.com.br – Fase 1
QUESTÃO FORMULAÇÃO SIM NÃO
1 Você se considera uma pessoa que tem preconceito contra negros? 00 37
2 Você se considera uma pessoa que tem preconceito contra
homossexuais?
1 36
3 Você conhece alguém com ideias preconceituosas? 27 10
4 Você se considera uma pessoa vitimizada pelo preconceito? 14 23
5 Em sua opinião quem são os negros?
Pessoas normais; humanos; pessoas comuns; pessoas que merecem respeito.
6 Em sua opinião quem são os homossexuais?
Pessoas normais; pessoas com escolhas diferentes; pessoas que sentem atração por pessoas do
mesmo sexo; humanos; homens com opções sexuais diferentes.
7 Você acha que negros e homossexuais tem mais dificuldades para se
manterem nas escolas?
29 8
POR QUE?
SIM – alegaram ‘PRECONCEITO’ 16 pessoas; falta de qualificação; tem gente que não aceita
isso; tem muita gente com a mente fraca; racismo; nem todos pensam do mesmo jeito;
normatividade; nojo; bullying;
NÃO – respostas variadas, porém, nada pontual ou relevante, mas uma chamou atenção: basta ter
força de vontade;
8 Você acha que as pessoas são tratadas com igualdade? 4 33
9 Você acha que profissionais especializados no assunto poderiam
contribuir, nesse sentido, nas escolas?
34 3
POR QUE?
Nada relevante ou importante foi mencionado
10 Em 2003 aulas sobre história afro-brasileira e indígena foram incluídas no currículo
escolar e em 2008 se tornaram obrigatórias por lei.
Você estuda essas matérias? 19 18
Você acha importante estudar essas matérias? 35 2
100% não tem preconceito contra negros
2,7% tem preconceito contra homossexuais
73% conhecem pessoas com ideias preconceituosas
38% já foram ou são vítimas de preconceito
22% apenas, acham que negros e homossexuais tem dificuldades para se manterem nas escolas
89% acham que as pessoas NÃO são tratadas com igualdade
91% acham que especialistas em gênero e diversidade seriam bem-vindos às escolas
54% não estuda história afro-brasileira ou indígena
A CONSIDERAR
17
Gráfico 4
44 entrevistados – 7 questionários a serem desconsiderados = 37 entrevistados
100%
2,7%
73%
38%
22%
89% 91%
54%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
PERCENTUAIS
PERCENTUAIS
18
ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO DIA 06/07/2016 – TABULAR ENTREVISTADOS
DO TIPO 2 - PROFESSOR
Raimundo Bartho da Silva – Pós-Graduando – UNIFESP – Gênero e Diversidade na Escola
barthoraimundo@yahoo.com.br – Fase 1
QUESTÃO FORMULAÇÃO
1 A educação de jovens e adultos, no Brasil, já é oferecida em vários formatos há muito
tempo. Com base na sua experiência de vida, por que muita gente ainda abandona os
estudos e por que existem tantas pessoas não alfabetizadas no Brasil?
RESPOSTAS: Abandonam por questões de trabalho, família, acesso (localização da escola), falta de
dinheiro, insegurança, o ensino regular não dá conta da demanda, evasão excludente, questões
sociais, falta de interesse, vergonha, falta de oportunidade, casamento, filhos, doenças, exclusão,
desinteresse, cansaço, falta de perspectivas de futuro, falta de transporte, distância entre conteúdo e
necessidade do aluno, sistema arcaico,
Existem muitos não alfabetizados porque não há flexibilidade no Ensino Médio, não há flexibilidade
de horários e porque na alfabetização deveriam ter poucos alunos em sala.
2 Os negros e os homossexuais são as minorias que mais abandonam os estudos. Em sua
opinião por que isso acontece? Se houvesse, nas escolas, profissionais especializados
no assunto, essa realidade poderia ser diferente?
RESPOSTAS: Essas minorias se evadem por causa da discriminação, falta de dinheiro, preconceito,
exclusão, falta de políticas públicas, falta de oportunidades, falta de acesso à cultura, pura opção,
perseguição, falta de acesso, ambiente hostil, não se consideram parte da sociedade.
12 pessoas acham que profissionais em gênero e diversidade podem mudar essa realidade, 1 pessoa
acha que tal profissional talvez possa ajudar, 3 pessoas acreditam que não e 6 não opinaram.
3 Em 1988 estabeleceu-se a nova Constituição do Brasil. O artigo 5º fala sobre igualdade
entre todos e o artigo 6º privilegia vários direitos, entre eles a Educação. Você acha
que esses dois artigos, depois de 28 anos, são respeitados como deveriam?
RESPOSTAS: 16 pessoas acham que não, 1 pessoa acha que sim e 5 pessoas acham que os direitos
são parcialmente respeitados.
4 Qual a principal função de um professor de EJA?
RESPOSTAS: Promover autonomia, ensinar, retomar a realidade escolar, letramento, desenvolver
habilidades no educando, acolher e identificar necessidades individuais, despertar interesse para que
prossigam com os estudos, permanecer em constante formação, oferecer estudo e conhecimento
livrando-se dos rótulos ou títulos acadêmicos, adequar o conhecimento à realidade do aluno, acolher,
respeitar, despertar, ajudar na superação de traumas, mostrar o mundo do conhecimento atrelado ao
afetivo, ensinar valores, buscar a implantação de um currículo diferenciado, estimular a autoestima
e trabalhar com seriedade, oferecer conhecimento escolar e visão de mundo, envolver o aluno para
que ele veja na Educação um caminho para o sucesso, fazer a diferença.
19
Gráfico 5
Gráfico 6
22 entrevistados
12
1
3
6
0
2
4
6
8
10
12
14
SIM TALVEZ NÃO NÃO OPTARAM
Especialistas em gênero e diversidade na escola podem amenizar o abandono dos estudos?
16
5
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
NÃO PARCIALMENTE SIM
Você acha que os artigos 5º e 6º da Constituição Federal de 1988 são respeitados?
20
ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO DIA 07/07/2016 – TABULAR ENTREVISTADOS
DO TIPO 2 – COORDENAÇÃO GERAL
Raimundo Bartho da Silva – Pós-Graduando – UNIFESP – Gênero e Diversidade na Escola
barthoraimundo@yahoo.com.br – Fase 1
QUESTÃO FORMULAÇÃO
1 A Senhora acredita que a educação de jovens e adultos, no Brasil, da forma como é
oferecida, tem capacidade para resgatar valores sociais (como autoestima) que foram
deixados de lado – ou nunca trabalhados na escola – com o passar do tempo?
RESPOSTAS: 2 pessoas acreditam que sim.
Convém lembrar que a EJA não é um Ensino Regular abreviado e que há necessidade de
aprimoramentos constantes.
2 Quando falamos em evasão escolar, negros e homossexuais (entre outros) são as
minorias que mais se evadem pelos mais variados motivos. Oferecer, além de matérias
curriculares, palestras com especialistas em gênero e diversidade e outras atividades
que não se fixem apenas em comentar sobre o 20 de novembro ou sobre os ‘coloridos’
da parada do orgulho gay, em sua opinião é algo a ser somado ao currículo?
RESPOSTAS: Debates são bem-vindos, mas não influenciam na baixa da evasão escolar; para que
todos sejam incluídos as discussões devem ser constantes.
3 O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 fala sobre igualdade entre todos os
cidadãos. A senhora consegue perceber essa igualdade? A senhora acredita que a
escola possa contribuir com isso? Como?
RESPOSTAS: 2 pessoas acham que sim.
A escola é capaz de contribuir sem reproduzir tais desigualdades e debater esses temas; a escola
precisa atuar sem reproduzir o que há além dos muros escolares.
4 O artigo 6º da Constituição Federal de 1988, de certa forma, complementa o artigo
anterior e enumera alguns direitos prioritários aos cidadãos e, entre eles está a
Educação. A senhora acredita que após 28 anos essa prioridade consegue promover
igualdade?
RESPOSTAS: A Educação diminui a desigualdade, mas não é suficiente para promover igualdade;
Somos educadores porque acreditamos na Educação.
5 A EJA tem sido muito procurada nos últimos anos. A que a senhora atribui isso?
RESPOSTAS: O modelo de escola tradicional não vai ao encontro das necessidades dos estudantes
que se evadem e retornam mais tarde na EJA; A educação regular não tem atendido às necessidades
dos alunos.
Gráfico 7 Gráfico 8
2 entrevistadas
100 %
A EJA pode resgatar valores sociais e autoestima?
100%
O artigo 5º da Constituição Federal fala sobre igualdade. A
escola pode contribuir com isso?
SIM SIM
21
ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO DIA 08/07/2016 – TABULAR ENTREVISTADOS
DO TIPO 2 - OPE
Raimundo Bartho da Silva – Pós-Graduando – UNIFESP – Gênero e Diversidade na Escola
barthoraimundo@yahoo.com.br – Fase 1
QUESTÃO FORMULAÇÃO
1 A educação de jovens e adultos no Brasil já é oferecida em vários formatos há muito
tempo. Com base na sua experiência em Educação, nesses anos todos em que a
modalidade é oferecida, por que ainda existem tantas pessoas não alfabetizadas no
Brasil?
RESPOSTAS: Falta de atendimento adequado, discriminação, abandono; a EJA nunca foi tratada
com a prioridade necessária e com os currículos adequados.
2 A evasão escolar faz parte da realidade nacional, mas ela ocorre em maior número na
idade regular escolar. Na EJA esse número é menor. Na sua opinião, os alunos da EJA
retomam os estudos mais conscientes da necessidade de estudar?
RESPOSTAS: Os alunos que conseguem adequar os estudos à sua realidade se emprenham e
prosseguem; há clientelas diversas com expectativas e trajetórias diferentes.
3 As minorias negra e homossexual são as que mais se evadem da escola por motivos
óbvios e bastante conhecidos dos educadores. O CIEJA está preparado para receber de
volta essa clientela que fora excluída no passado? Existe algum trabalho de
conscientização e/ou respeito que privilegie essas minorias? Isso está previsto no PPP?
A equipe docente trabalha bem com isso?
RESPOSTAS: 2 pessoas acham que sim.
Existe trabalho de conscientização; Há valorização no PPP; A equipe escolar aceita e trabalha bem
o tema.
4 O artigo 6º da Constituição Federal de 1988, de certa forma, complementa o artigo
anterior e enumera alguns direitos que estabelece igualdade entre todos os cidadãos.
Ele enumera alguns direitos prioritários e, entre esses direitos está a Educação. O (a)
Senhor (a) acredita que após 28 anos essa prioridade consegue promover igualdade?
RESPOSTAS: 2 pessoas acham que não.
5 A EJA tem sido muito procurada nos últimos anos. A que o (a) senhor (a) atribui isso?
RESPOSTAS: A sociedade é desigual e não consegue garantir educação para todos; A escola regular
é um território hostil que exclui não só os negros e os homossexuais, mas também pessoas com
deficiências. A EJA é mais procurada para alfabetização, porém recebe a clientela outrora excluída
que se evadiu. Gráfico 9 Gráfico 10
2 entrevistados
100% %
O CIEJA está preparado para receber essa clientela que fora excluída no passado?
100%
O artigo 6º da Constituição Federal consegue garantir a
igualdade prevista no artigo 5º
SIM NÃO
22
4.2 Sobre os resultados
Como se podia esperar 100% das pessoas entrevistadas responderam que não
tem preconceito contra negros e a pergunta é: Onde estão os preconceituosos já que vivemos
relatos, experiências e constantes notícias sobre ataques raciais? Mesmo assim 73% desses
mesmos entrevistados admitem conhecer pessoas com ideias preconceituosas e 38% diz que já
foi ou está sendo vítima de preconceito.
Contrariando as estatísticas (o que indica falta de conhecimento de causa e olhar
diferenciado para as minorias) apenas 22% acha que negros e homossexuais tem dificuldades
para se manter nas escolas. Certamente desconhecem os motivos que elevam a evasão de negros
e homossexuais das escolas ou se acostumaram a não fazer nada diante de tal situação ao ponto
de achar tudo isso normal. A sociedade tem facilidade para assimilar normatizações
padronizadas.
Entretanto 89% dos entrevistados acham que as pessoas NÃO são tratadas com
igualdade e a pergunta é: Como? Se esses mesmos entrevistados, 78% deles, acreditam que
negros e homossexuais NÃO tem dificuldades para se manterem nas escolas? Isso dá a entender
que há ‘bastante’ igualdade no tratamento dispensado às pessoas em geral.
Por sorte, 91% acredita que Especialistas em Gênero e Diversidade na Escola poderão
ser úteis ao produzir conhecimento e fazer entender sobre o tema, mas 54% admite que não
estuda sobre a cultura afro-brasileira e nem indígena.
Já com relação aos homossexuais apenas 2,7% dos entrevistados admitem ter algum
preconceito, mas os dados indicam que a cada 28 horas um homossexual é morto de forma
violenta no Brasil. Então quem está matando os homossexuais não são preconceituosos, certo?
Quem são?
5. RAÇAS HUMANAS
Raça3 pode ser entendida como um constructo social, usado para distinguir pessoas em
termos de uma ou mais marcas físicas. Em outras palavras, raça é uma categoria usada para se
referir a um grupo de pessoas cujas marcas físicas são consideradas socialmente significativas.
Desse modo, raça é um importante instrumento analítico para a Sociologia, pois entende-se que
as percepções e concepções de raça podem afetar e organizar a vida social das pessoas, sendo
responsável principalmente pela criação e manutenção de um sistema de desigualdade social.
3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7as_humanas
23
Usado em primeiro lugar para se referir a falantes de um idioma comum e, posteriormente, para
denotar filiações nacionais. No século XVII, iniciou-se o uso do termo para relacionar os traços
físicos observáveis das pessoas. Tal uso promoveu hierarquias favoráveis a diferentes grupos
étnicos. A partir do século XIX, o termo passou a ser usado frequentemente, em um
sentido taxonômico (biológico), para designar as populações humanas geneticamente
diferentes, definidas pelo fenótipo (características observáveis).
5.1 Quantas raças humanas existem?
Não é possível definir porquê a aceitação biologizante da raça, bem como de suas
características depende não mais da biologia (isso está ultrapassado). A sociologia pretende que
as pessoas se definam como sendo (pertencendo, aceitando) ou não, o seu fenótipo como
possível determinante desta ou daquela raça a ser assumida por elas.
6. QUANTOS NEGROS EXISTEM NO BRASIL?
54% da população brasileira é declarada negra4. No mundo todo, supõe-se que haja 1,3
bilhões de negros ou descendentes de negros africanos5. Isso apenas comprova o quanto existe
de distância entre quantidade e qualidade; entre posição e condição.
O filósofo camaronês, Achille Mbembe diz que o mundo vai ser negro6. Essa afirmação
e essa fala é bastante importante. Me privarei de adentrar no mérito para que haja interesse dos
leitores em saber mais sobre isso.
6.1 Como os negros estão diante da economia mundial?
Apenas 11 dos 1.826 bilionários do mundo são negros apontou a lista divulgada
pela Forbes dos mais ricos do mundo em 20157. O seleto grupo contou com a estreia este ano
de dois nomes - a lenda do basquete americano Michael Jordan e o magnata de energia da
Nigéria Femi Otedola.
4 http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/12/04/negros-representam-54-da-populacao-do-pais-mas-
sao-so-17-dos-mais-ricos.htm 5 https://www.quora.com/What-is-the-percentage-of-black-people-in-the-world 6 http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-mundo-vai-ser-negro-diz-filosofo-camarones-premiado-na-
europa/ 7 http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/so-11-dos-1-826-bilionarios-do-mundo-sao-negros-diz-forbes
24
6.2 Teste
6.2.1 Faça o 'teste do pescoço' e saiba se existe racismo no Brasil8
Aplique o Teste do Pescoço em todos os lugares e depois tire sua própria conclusão. Questione-
se se de fato somos um país pluricultural; uma Democracia Racial
1. Andando pelas ruas, meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos negros/as são
balconistas;
2. Vá em quaisquer escolas particulares, sobretudo as de ponta como; Objetivo, Dante Alighieri,
entre outras, espiche o pescoço para dentro das salas e conte quantos alunos negros/as há.
Aproveite, conte quantos professores são negros/as e quantos estão varrendo o chão;
3. Vá em hospitais tipo Sírio Libanês, enfie o pescoço nos quartos e conte quantos pacientes
são negros, meta o pescoço a contar quantos negros médicos há, e aproveite para meter o
pescoço nos corredores e conte quantos negros/as limpam o chão
4. Quando der uma volta num Shopping, ou no centro comercial de seu bairro, gire o pescoço
para as vitrines e conte quantos manequins de loja representam a etnia negra consumidora. Enfie
o pescoço nas revistas de moda, nos comerciais de televisão, e conte quantos modelos negros
fazem publicidade de perfumes, carros, viagens, vestuários e etc.
5. Vá às universidades públicas, enfie o pescoço adentro e conte quantos negros há por lá:
professores, alunos e serviçais;
6. Espiche o pescoço numa reunião dos partidos PSDB e DEM, como exemplo, conte quantos
políticos são negros desde a fundação dos mesmos, e depois reflitam a respeito de serem contra
todas as reivindicações da etnia negra.
7. Gire o pescoço 180° nas passeatas dos médicos, em protesto contra os médicos cubanos que
possivelmente irão chegar, e conte quantos médicos/as negros/as marchavam;
8. Meta o pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de correção para menores, conte quantos
são brancos, é mais fácil;
9. Gire o pescoço a procurar quantas empregadas domésticas, serviçais, faxineiros, favelados e
mendigos são de etnia branca. Depois pergunte-se qual a causa dos descendentes de europeus,
ou orientais, não são vistos embaixo das pontes ou em favelas ou na mendicância ou varrendo
o chão;
10. Espiche bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte quantos fazendeiros são negros,
depois tire a conclusão de quantos são sem-terra, quantos são sem-teto. No Globo Pequenas
Empresas & Grandes Negócios, quantos empresários são negros?
8 http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/07/teste-do-pescoco-revela-racismo-no-brasil.html
25
7. A POPULAÇÃO HOMOSSEXUAL BRASILEIRA REPRESENTA 30% A MAIS DO
CONSUMO SE COMPRARADA COM O CONSUMIDOR HETEROSSEXUAL
As companhias brasileiras ainda engatinham quando o assunto é o mercado LGBT, sigla
que reúne lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Com um padrão de
consumo 30% maior do que os heterossexuais de mesma faixa de renda, os cerca de 18 milhões
de homossexuais do país acompanham as empresas saírem timidamente do armário, mesmo
quando as cifras envolvidas são altas. O turismo, por exemplo, se destaca entre despesas do
público gay. O brasileiro aparece em segundo lugar em um ranking elaborado pela americana
Out Now Consulting, com uma expectativa de gastos com viagens de US$ 22,9 bilhões em
2013, atrás apenas dos Estados Unidos.
Além disso, uma pesquisa da inSearch Tendências e Estudos de Mercado mostra que 83% dos
homossexuais pertencem às classes A e B9.
7.1 Quantos homossexuais existem no Brasil?
Estima-se que mais de 14% da população mundial seja homossexual. No Brasil as
pesquisas de 2013 apontavam que existiam 17,9 milhões de homossexuais, dos 200,4 milhões
de pessoas. Isso representava 0,9% da população.
7.2 A cada 28 horas, um homossexual morre de forma violenta no Brasil
Só em 2015, o Disque 100 recebeu quase 2 mil denúncias de agressões contra gays.
Desde o início de 2016, 132 homossexuais já foram assassinados no Brasil.
Estima-se que a cada 28 horas, um homossexual morre de forma violenta no país. Mas não se
sabe quantos desses casos tiveram a homofobia como motivação principal. Hoje, se uma pessoa
sofrer uma agressão física ou for xingada, pelo simples fato de ser homossexual, ela vai chegar
numa delegacia de polícia para prestar queixa, mas não vai conseguir registrar o caso como
homofobia. Porque não existe esse crime na legislação brasileira. A homofobia não é
considerada crime, e por isso casos de violência contra homossexuais recebem menos atenção
da polícia.10
7.3 Mais de um terço dos jovens no Brasil são gays ou bissexuais11
Intitulado Ideias e Aspirações do Jovem Brasileiro sobre Conceito de Família, o estudo
ouviu 1.500 pessoas entre 18 e 34 anos via internet
9 http://imprensa.spturis.com.br/saiu-na-midia/gays-consomem-30-mais 10 http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/06/cada-28-horas-um-homossexual-morre-de-forma-violenta-no-
brasil.html 11 https://www.noticiasaominuto.com.br/brasil/153632/pesquisa-diz-que-mais-de-um-terco-dos-jovens-sao-gays-
ou-bissexuais
26
De acordo com um levantamento feito pela PUC-RS, mais de um terço dos homens (33,8%) e
pouco mais de um quinto das mulheres (22,4%) de 18 a 34 anos são homo ou bissexuais.
Intitulado Ideias e Aspirações do Jovem Brasileiro sobre Conceito de Família, o estudo
ouviu 1.500 pessoas entre 18 e 34 anos via internet.
A pesquisa salientou também que, entre os homens, 25% são homossexuais contra
apenas 7,6% dentre as mulheres.
27
8. SENSIBILIZAÇÃO
Para que os entrevistados pudessem responder ao questionário destinado a segunda fase
da pesquisa foi solicitado que primeiramente eles assistissem uma apresentação virtual em
slides que contemplava as respostas obtidas na primeira fase da pesquisa e as comparava com
dados estatísticos. Os slides seguem abaixo, os mesmo podem ser conferidos online em:
https://goo.gl/IPbfUe
28
29
9. SEGUNDA FASE – Sensibilização (apresentação de slides online) e nova coleta de dados
entre os dias 29/11/16 e 10/02/17.
9.1 Resultados em gráficos e percentuais das respostas dadas a pesquisa.
ATIVIDADE DESENVOLVIDA NO DIA 24/02/2017 – TABULAR RESPOSTAS DOS
ENTREVISTADOS – SISTEMA ONLINE ORIUNDO DO SERVIÇO GOOGLE DOCS
Raimundo Bartho da Silva – Pós-Graduando – UNIFESP – Gênero e Diversidade na Escola
barthoraimundo@yahoo.com.br – Fase 2
QUESTÃO FORMULAÇÃO SIM NÃO
1 Você conhece alguém com ideias preconceituosas? 76 05
2 Você se considera uma pessoa vitimizada pelo preconceito? 59 22
3 Em sua opinião quem são os negros?
CONFIRA RESPOSTAS NA PÁGINA: 30
4 Você se considera uma pessoa que tem preconceito contra
homossexuais?
02 79
5 Em sua opinião o que é uma pessoa homossexual?
CONFIRA RESPOSTAS NA PÁGINA: 33
6 Você se considera uma pessoa que tem preconceito contra negros? 00 81
7 Você acha que negros e homossexuais tem mais dificuldades para se
manterem nas escolas?
77 04
POR QUE?
CONFIRA RESPOSTAS NA PÁGINA: 37
8 Você acha que as pessoas são tratadas com igualdade? 00 81
9 Você acha que profissionais especializados no assunto poderiam
contribuir, nesse sentido, nas escolas?
78 03
Quer falar algo sobre isso?
CONFIRA RESPOSTAS NA PÁGINA: 39
10 Em 2003 aulas sobre história afro-brasileira e indígena foram incluídas no currículo
escolar e em 2008 se tornaram obrigatórias por lei.
Você estuda essas matérias? 11 70
Você acha importante estudar essas matérias? 81 00
Quer falar algo sobre isso?
CONFIRA RESPOSTAS NA PÁGINA: 42
100% não tem preconceito contra negros
2,5% tem preconceito contra homossexuais
93,8% conhecem pessoas com ideias preconceituosas
72,8% já foram ou são vítimas de preconceito
95,1% acham que negros e homossexuais tem dificuldades para se manterem nas escolas
100% acham que as pessoas NÃO são tratadas com igualdade
96,3% acham que especialistas em gênero e diversidade seriam bem-vindos às escolas
A CONSIDERAR
30
86,4% não estuda história afro-brasileira ou indígena
Gráfico 11
Gráfico 12
Gráfico 13
*As respostas abaixo eram facultativas
3. Em sua opinião quem são os negros?
1 - Pessoas com a pele escura.
2 - Seres humanos comuns que foram escravizados no passado
3 - Pessoas
4 - Pessoas de pele escura.
5 - São pessoas como eu.
6 - Seres humanos que a sociedade do passado condenou e que ainda hoje sofrem as consequências.
7 - Na minha opinião todos são negros
8 - Seres humanos.
31
9 - Descendentes de africanos
10 - Pessoa com a tonalidade de pele escura.
11 - Humanos dignos de respeito como todos.
12 - Descendentes de escravos?
13 - Pela aparência, os de pele mais escura, características no rosto. Difícil definir, pois somos uma
mistura.
14 - Negros são pessoas. O colonialismo e elitismo branco como forma de manutenção de seu próprio
poder investem em mecanismos de colonização das pessoas negras baseadas na cor de sua pele,
tornando-as minorias políticas (por que não são de fato minorias, já que representam a maior parte da
população deste pais).
15 - Da mesma forma como há amarelos e índios existem os negros.
16 - Pessoas extraordinárias
17 - Pessoas como eu.
18 - Eles são iguais os brancos
19 - Todo mundo é negro
20 - Pessoas normais, acho uma cor linda sou apaixonada, e detesto preconceito
21 - Pessoas comuns que foram escravizadas.
22 - Pessoas, Normal como eu.
23 - Negros são pessoas comuns iguais aos brancos
24 - Pessoas comuns que são discriminadas pela cor da pele.
25 - Pessoas que sofrem com o preconceito.
26 - Seres humanos que compõem nossa sociedade heterogênea
27 - Seres humanos prejudicados pelo racismo.
28 - Eu acredito que seja a raça mais antiga e predominante do mundo.
29 - A maioria da população brasileira.
30 - Uma raça linda. Os maiores representantes de como deve ser a 'cara' do Brasil.
31 - Humanos de pele escura e cabelos crespos.
32 - Pessoas com cor de pele de cor quase que oposta aos brancos
33 - Homens e mulheres com pele escura.
34 - Pessoas de pele escura cujo DNA está contido na população mundial (em maioria)
35 - Acho que há muitas respostas para esta pergunta. Negros são aqueles que se identificam como
negros. Negros são pessoas que como eu, são filhas de negros com brancos, têm aparência de brancos,
mas são pobres e criados nas periferias e guetos das cidades. Negros são pessoas que sofrem somente
porque têm mais melanina na pele. Negros são...
36 - A maioria étnica brasileira.
32
37 - Seres humanos que foram escravizados e também que contribuíram muito para o desenvolvimento
do Brasil
38 - Uma raça com cor de pele escura que é estigmatizada há muito.
39 - São os brancos sem preconceitos
40 - Uma pesquisa científica de uns 10 anos atrás dizia que o primeiro ser humano era negro e eu acredito
nisso! Então os negros são os responsáveis pela povoação do mundo.
41 - Pessoas comuns que foram escravizadas e se tornaram estigmatizadas.
42 - Uma raça heroica, forte e guerreira.
43 - Pessoas de pele escura que são descriminadas por isso e pelo passado que as estigmatizou.
44 - Seres humanos de pele escura para os quais a maioria direciona algum estigma.
45 - Seres humanos submetidos à escravização por conta da cor da pele e que até hoje sofrem os estigmas
do passado.
46 - Homens e mulheres com cor de pele escura.
47 - Aqueles e aquelas de pele escura
48 - São os negros, assim como os brancos são os brancos, os vermelhos são os vermelhos e os amarelos
são os amarelos, porém com um diferencial social: sofrem com racismo e preconceito.
49 - Pra mim pessoas comuns, normais, iguais a mim.
50 - Normal
51 - Raça de pele escura.
52 - Os (as) de pele escura?
53 - Seres humanos com vida e história que foram escravizados.
54 - Raça estigmatizada pela sociedade.
55 - Raça humana de cor de pele escura e que sofre por causa disso.
56 - Pessoas de pele escura, com ascendência ou não de povos escravizados.
57 - Acho que em termos de pele somos bastante 'vira-latas', mas os negros têm identidade na cor da
pele. Negros são negros.
58 - Homens e mulheres de pele escura.
59 - Pessoas de pele escura, descendentes de africanos ou não que sofrem com o racismo.
60 - Descendentes de africanos.
61 - Pessoas de pele escura que tem lutado para ocupar seu espaço na sociedade, mas que ainda sofrem
com o racismo e as injúrias raciais.
62 - Pessoas como todas as outros, mas que sofrem o racismo por conta da cor de sua pele e do histórico
de escravização e da pobreza e baixa escolaridade resultante dela.
63 - Pessoas comuns que foram escravizadas no passado e sofrem o estigma disso até hoje.
64 - Seres humanos como eu branco, embora muito injustiçado.
33
65 - Seres humanos que tiveram a infelicidade de serem escravizados e a partir daí estigmatizados
socialmente há séculos.
66 - Pessoas comuns como eu que são perseguidas socialmente pelo estigma de escravização do passado.
67 - Mulheres e homens com pele escura que sofrem com o racismo por causa da intolerância e da falta
de conhecimento da sociedade normativa.
68 - Seres humanos de cor de pele escura.
69 - Seres humanos como eu que sentem há séculos o estigma de um dia terem sido considerados como
raça inferior.
70 - Pessoas com cor de pele diferente daquela que a sociedade normalizadora considera como 'plena',
'limpa', 'pura'... e muitas outras idiotices.
71 - Pessoas com pele escura, cabelos crespos e beleza diferenciada.
72 - Aqueles que foram roubados de suas terras e forçados ao trabalho escravizado em lugares distantes.
73 - Pessoas como qualquer outra que sofre com os históricos do passado que escravizaram a raça e
consequentemente promoveram seu descrédito e empobrecimento e enfraquecimento social.
74 - População de pele negra, que pode ter ascendência africana e que sofre com o racismo em virtude
do passado histórico de escravização.
75 - Pessoas com o tom de pele escuro como os africanos, por exemplo.
Das respostas acima, algumas merecem destaque:
1 - Pessoas com a pele escura.
2 - Seres humanos comuns que foram escravizados no passado
6 - Seres humanos que a sociedade do passado condenou e que ainda hoje sofrem as consequências.
15 - Da mesma forma como há amarelos e índios existem os negros.
23 - Negros são pessoas comuns iguais aos brancos
28 - Eu acredito que seja a raça mais antiga e predominante do mundo.
30 - Uma raça linda. Os maiores representantes de como deve ser a 'cara' do Brasil.
34 - Pessoas de pele escura cujo DNA está contido na população mundial (em maioria)
40 - Uma pesquisa científica de uns 10 anos atrás dizia que o primeiro ser humano era negro e eu
acredito nisso! Então os negros são os responsáveis pela povoação do mundo.
42 - Uma raça heroica, forte e guerreira.
5. Em sua opinião o que é uma pessoa homossexual?
1 - É uma pessoa que tem atração sexual e sentimentos por outra do mesmo sexo.
2 - Homens e mulheres que se relacionam com pessoas do mesmo sexo.
3 - Gays. Pessoas felizes que se relacionam com outras do mesmo sexo.
4 - Gente que gosta de outra do mesmo sexo.
5 - É uma pessoa com sexualidade diferente da normatizada pela sociedade
6 - Uma pessoa que quer ser feliz independente da escolha de sexo
34
7 - Pessoa que sente atração pelo mesmo sexo.
8 - São os gays e as lésbicas
9 - Pessoa que sente atração por pessoas do mesmo sexo.
10 - É uma pessoa com gênero diferente de homem e mulher
11 - São os e as gays
12 - Gay
13 - Mais um ser humano, não vejo diferença.
14 - Pessoas
15 - Um homossexual é uma pessoa que busca ter relações afetivas e sexuais com pessoas do mesmo
sexo. Embora hoje entendamos que há uma identidade homossexual, tanto esta quanto a
homossexualidade foram inventadas dentro de uma estrutura maior de discursos de poder e dominação
dos corpos. Efetivamente, e sexualmente, homossexuais não sentem um desejo de natureza diferente de
heterossexuais, porém é visto/lido como um diferente. Esse modelo coloca as pessoas homossexuais em
um lugar de desvio do padrão/norma e as reserva um espaço político e social determinado pelo
preconceito e homofobia.
16 - É quem sente atração por outras do mesmo sexo.
17 - É uma pessoa maravilhosa, abençoada que tem seu direito de escolher o que realmente quer pra si
18 - Pessoas como eu.
19 - Um homem que gosta de outro homem
20 - Todo mundo é homossexual
21 - Um ser humano comum, uma pessoa livre
22 - Homens e mulheres que sentem atração por pessoas do mesmo sexo.
23 - Comportamento, escolha
24 - São tipos de pessoas que vivem o mundo de outra forma
25 - Homens e mulheres que fogem da normatividade sexual padronizada pela sociedade.
26 - Pessoas cuja sexualidade atrai o mesmo sexo.
27 - Seres humanos que compõem a grande e diversificada sociedade humana
28 - Seres humanos prejudicados pelo preconceito.
29 - Pessoas com sentimentos e práticas sexuais diversa da heterossexual.
30 - Simplesmente um ser humano como outro qualquer. Porém, a sociedade heteronormativa insiste
em diferenciar e menosprezar.
31 - Uma pessoa tão normal quanto outra qualquer, que possui uma orientação homossexual
32 - Homens e mulheres (do sexo biológico) que se relacionam e tem sentimentos por pessoas de sexo
igual.
33 - Pessoas com atração sexual por outras do mesmo sexo.
34 - Gays, Lésbicas, Travestis
35
35 - Todos que gostam de se relacionar com pessoas do mesmo sexo.
36 - Pessoas que têm seu desejo direcionado para outras pessoas do mesmo sexo. Pessoas que se sentem
atraídas por outras do mesmo sexo.
37 - Os gays que fazem a sociedade brilhar e sorrir.
38 - Homens e mulheres que se relacionam sexualmente com outros do mesmo sexo.
39 - Pessoas que se relacionam com outras de sexo igual.
40 - Assumido com os prazeres.
41 - O (a) homossexual é o gênero que está dominando o planeta. É impossível parar isso. Em breve os
homossexuais estarão dominando os quatro cantos do planeta!
42 - Pessoa que gosta de se relacionar com outra do mesmo sexo.
43 - Quem gosta de outra pessoa do mesmo sexo?
44 - Gente que tem mais coragem do que a maioria e vive plenamente os sentidos e os pedidos do seu
corpo e da sua mente.
45 - Seres humanos que não se prendem somente ao sexo biológico.
46 - Pessoas cuja sexualidade difere de muitas outras.
47 - Gays e lésbicas
48 - Na minha opinião é quem gosta de outra pessoa do mesmo sexo.
49 - Gente corajosa que vive a sua sexualidade plenamente?
50 - Mulheres e homens que se relacionam com pessoas do mesmo sexo.
51 - Ñ sei.
52 - Essa gente corajosa e humilde que vive a vida numa boa.
53 - Quem se relaciona com outras pessoas de sexo igual.
54 - Lésbicas e gays. Pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo.
55 - Quem gosta do mesmo sexo.
56 - Pessoa gosta de outra do mesmo sexo e vive a vida numa boa.
57 - Homossexual é quem se relaciona com outra pessoa do mesmo sexo.
58 - Homossexual é a pessoa que se relaciona com outra do mesmo sexo.
59 - Pessoa que se relaciona com outra do mesmo sexo e também é mais corajosa que as outras.
60 - Pessoa que se relaciona com outra do mesmo sexo.
61 - Gays.
62 - Uma pessoa normal diferenciada na prática sexual.
63 - Homem que gosta de homem.
64 - Pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo.
65 - São os gays - homens e mulheres que são felizes com suas escolhas que diferem das normas sociais.
36
66 - Homens e mulheres que se diferem nas práticas sexuais e sentimentais do que diz respeito a
heteronormatividade.
67 - Vítimas de preconceito, apenas por querer viver da melhor maneira como os heterossexuais.
68 - Pessoas que vivem sua sexualidade na contramão da heteronormatividade.
69 - Uma pessoa homossexual gosta de se relacionar com outra do mesmo sexo.
70 - Homossexual é quem gosta de se relacionar com outra pessoa do mesmo sexo.
71 - Pessoas que gostam de se relacionar com outras do mesmo sexo.
72 - É quem gosta (sentimentalmente) e se relacionada de pessoas do mesmo sexo.
73 - São os gays e as lésbicas.
74 - É a pessoas que sente atração por outra do mesmo sexo.
75 - É quem gosta de se relacionar com pessoas do mesmo sexo.
76 - É aquela gente feliz que não tem medo de viver plenamente a sua sexualidade.
77 - Homossexual é que gosta e se relaciona com pessoas do mesmo sexo.
78 - Uma pessoa homossexual é quem se relaciona sexualmente com outra do mesmo sexo.
Das respostas acima, algumas merecem destaque:
6 - Uma pessoa que quer ser feliz independente da escolha de sexo
13 - Mais um ser humano, não vejo diferença.
18 - Pessoas como eu.
20 - Todo mundo é homossexual
23 - Comportamento, escolha
28 - Seres humanos prejudicados pelo preconceito.
31 - Uma pessoa tão normal quanto outra qualquer, que possui uma orientação homossexual.
41 - O (a) homossexual é o gênero que está dominando o planeta. É impossível parar isso. Em breve
os homossexuais estarão dominando os quatro cantos do planeta!
44 - Gente que tem mais coragem do que a maioria e vive plenamente os sentidos e os pedidos do seu
corpo e da sua mente.
45 - Seres humanos que não se prendem somente ao sexo biológico.
49 - Gente corajosa que vive a sua sexualidade plenamente?
62 - Uma pessoa normal diferenciada na prática sexual.
65 - São os gays - homens e mulheres que são felizes com suas escolhas que diferem das normas
sociais.
66 - Homens e mulheres que se diferem nas práticas sexuais e sentimentais do que diz respeito a
heteronormatividade.
67 - Vítimas de preconceito, apenas por querer viver da melhor maneira como os heterossexuais.
68 - Pessoas que vivem sua sexualidade na contramão da heteronormatividade.
76 - É aquela gente feliz que não tem medo de viver plenamente a sua sexualidade.
37
7. Por que negros e homossexuais têm mais dificuldades para se manterem nas escolas?
1 - Porque são estigmatizados em decorrência da pobreza e da sexualidade. Isso faz com que parem de
estudar.
2 - A escola é maldita. Pisa e esmaga certas minorias.
3 - Porque não suportam a pressão.
4 - Porque a escola é excludente.
5 - Porque o preconceito é maior.
6 - Porque precisam trabalhar mais cedo e porque existe muito bullying.
7 - Porque as pessoas não dão muita importância pra eles.
8 - Porque são grupos de pessoas que fogem do padrão que a sociedade impõe, há muito preconceito.
9 - Porque sofrem com o preconceito e com o racismo.
10 - Porque são mais pobres.
11 - N sei.
12 - Pelo preconceito.
13 - Não sei explicar.
14 - Os mecanismos de controle dos corpos e das sexualidades atuam na sociedade de forma contínua e
sutil. A escola é espaço privilegiado para a "formação" dos gêneros e sexualidade, assim como para a
delimitação do padrão, que são entendidos no senso comum como modelos naturais, porém não são. A
escola, portanto, sendo instituição parte da sociedade, e falando através dos mesmos discursos. Aqueles
que não se adequam ao modelo devem escolher entre expor-se e sofrer violência, ou fugir e se evadir do
ambiente.
15 - Pelo racismo e pelo preconceito.
16 - O preconceito e muito grande.
17 - Por que nem todo mundo pensa como eu.
18 - Depende dos alunos.
19 – Intolerância, sociedade com sérios problemas mentais.
20 - Não, acho que cada um tem que se assumir e se aceitar e não desistir de seus objetivos.
21 - Existe muita maldade, racismo e preconceito.
22 - Pelo preconceito q infelizmente ainda existe.
23 - Por causa que ainda existe muito preconceito envolvendo eles.
24 - Porque o preconceito e o racismo são maiores.
25 - Isso é evidente! O preconceito racial e a homofobia os afastam.
26 - Por que existe uma sociedade diferente que cria padrões que exclui ela própria.
27 - Claro que tem! O racismo e o preconceito, além de outros fatores como o 'financeiro' e o
'psicológico' acabam por expulsar esses seres humanos das escolas.
28 - Há muito racismo e preconceito!
38
29 - Quem aguenta uma escola excludente que não consegue lidar com as diferenças? Sejam elas na
diversidade ou no gênero! A escola não está pronta para o aluno! Nunca esteve!
30 - Porque a maioria das pessoas ainda se limita a aceitação de estereótipos.
31 - O preconceito e o racismo nas escolas afastam muitos alunos, mas é certo que essas minorias são
mais afetadas.
32 - Porque é assim mesmo! Sempre foi. Precisa mudar com urgência.
33 - Porque a pobreza e a falta de capacidade para lidar com essas pessoas (que são majoritariamente
excluídas pela sociedade) certamente influencia na evasão.
34 - Porque a sociedade os exclui demais.
35 - Pobreza e preconceito.
36 - Por serem desfavorecidos socialmente e economicamente. Por serem vítimas de preconceitos.
37 - Por falta de oportunidades.
38 - Porque não é fácil ser negro e homossexual no mundo, imagine no Brasil 'preconceituoso'.
39 - Porque a magnitude da NÃO COMPREENSÃO dessa sociedade normativa prova isso.
40 - Discriminação e fator socioeconômico.
41 - Porque o racismo é tão forte quanto o preconceito!
42 - Porque não podemos esquecer que o racismo está tão presente quanto o preconceito e que a escola
ainda é um organismo excludente por não estar preparada para o tema.
43 - Basta olhar para os lados e ver como são tratados, inclusive dentro das escolas.
44 - Porque as escolas punem 'com certa delicadeza' essas 'minorias'.
45 - As escolas nunca estiveram preparadas para receber e lidar com gênero e diversidade.
46 - A escola é um organismo excludente.
47 - Essa dificuldade sempre existiu. Só agora resolveram estudar o caso?
48 - Porque é na escola que o racismo e o preconceito aflora nas crianças e jovens, enquanto que deveria
ser ao contrário.
49 - Porque a escola é uma sociedade que exclui descaradamente.
50 - Porque é na escola que as pessoas conhecem a dura realidade social.
51 - Nem sei.
52 - Porque a escola os coloca pra correr em virtude do racismo e do preconceito.
53 - A escola ensina a sociedade, mas não 'aprende' a entender a sociedade.
54 - A escola é o 'Inferno de Dante' pra todos. Imagine para essas minorias.
55 - A dificuldade está no fato de não haver esclarecimentos e como a escola costuma excluir.... Já viu,
né?
56 - A escola exclui demais e não se preparou para essa clientela.
57 - Porque a escola costuma excluir geral em vez de acolher.
58 - Porque o racismo e o preconceito são 'currículo' nas escolas.
39
59 - Porque parece que o 'ridicularizar o outro' faz parte das matérias escolares
60 - São minorias estigmatizadas.
61 - Porque a mão forte do preconceito e do racismo falam mais alto.
62 - A escola exclui.
63 - Porque as escolas são perversas nesse assunto. Exclui e isola.
64 - Porque as escolas se prepararam para receber pessoas normais.
65 - Nas escolas aprende-se de tudo, inclusive a odiar.
66 - Porque sentem necessidade de trabalhar para vencer na vida e com isso vencer as adversidades
pessoais, e além disso, nas escolas há a manutenção sórdida do preconceito e do racismo que acabam
por afastar essas pessoas dos estudos.
67 - Porque a escola não se preparou para recebe-los.
68 - Sim, pelo preconceito, bullying.
69 - As escolas não estão preparadas para a diversidade e nem para as questões de gênero.
70 - Há muito racismo e preconceito nas escolas (por parte de todos).
71 - Porque a escola é dura com eles.
72 - Porque a escola exclui sem dó.
73 - Estigma secular e preconceito social.
74 - Porque as escolas 'chutam' quem elas acreditam que não tenha o perfil normatizados secularmente
social.
75 - Pelo óbvio. As escolas excluem deliberadamente.
76 - É nas escolas que surgem os apelidos, as marcas ruins e a exclusão.
77 - A escola constrói estigmas.
78 - A escola nunca se preparou para lidar com diversidade e gênero.
79 - A escola exclui de todas as formas.
Das respostas acima, algumas merecem destaque:
2 - A escola é maldita. Pisa e esmaga certas minorias.
33 - Porque a pobreza e a falta de capacidade para lidar com essas pessoas (que são majoritariamente
excluídas pela sociedade) certamente influencia na evasão.
58 - Porque o racismo e o preconceito são 'currículo' nas escolas.
70 - Há muito racismo e preconceito nas escolas (por parte de todos).
78 - A escola nunca se preparou para lidar com diversidade e gênero.
Quer falar algo sobre a presença de especialistas em gênero e diversidade nas escolas?
1 - Não.
2 - Se existe a profissão, eles têm que trabalhar. Simples assim.
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3 - Com certeza! Porém, temos também que exigir uma ‘desespecialização’ das temáticas de igualdade.
Vivemos ainda um cenário onde a igualdade é pautada pela norma heterossexual, branca, católica, onde
a diferença é vista como um aspecto que deve ser tolerado. A tolerância, assume a ideia de que quem
tolera é superior ao diferente. Portanto, acho que currículos de formação superior devem
‘desespecializar’ a forma como entendemos as diferenças.
4 - Desde que família, comunidade e equipe estejam de comum acordo, sim.
5 - Não
6 - Deveria ter alguns especialistas nas escolas, e mostrar a sociedade que não importa a cor, roupa, sexo
todos somos iguais aos olhos de Deus.
7 - Sim. Muito.
8 - É o que falta na escola: profissionais.
9 - Eles poderiam ajudar a diminuir a discriminação racial e entre homossexuais.
10 - Porque conseguiriam esclarecer com palavras claras sobre esse tema.
11 - Eles têm condições de esclarecer as obscuridades que povoam a mentalidade da sociedade.
12 - Só com profissionais especializado e com a inserção do tema é que aprenderemos a conviver com
o outro, o diferente de mim.
13 - É urgente a contratação de profissionais dessa área nas escolas.
14 - Precisa sim porque os professores não sabem o que fazer quando surgem situações que envolvem
principalmente gênero.
15 - Claro! Se os educadores não conseguem lidar com isso, esses profissionais são indispensáveis!
16 - Sim, é importante discutir e refletir sobre a diversidade a fim de quebrar estereótipos e preconceitos.
O conhecimento é a melhor ferramenta.
17 - Se existem profissionais capacitados para isso já passou da hora das escolas os terem por perto!
18 - Se a experiência mostra que a escola continua sendo 'excludente' torna-se muito importante a
presença desse profissional na escola.
19 - Acho bom que se diferencie o professor de outros profissionais. É bom que cada um faça a sua
parte. É bom para esses profissionais e bom também para os alunos.
20 - Palestras com pessoas que entendem disso seriam bem-vindas nas escolas.
21 - Nos meus quase 30 anos de trabalho no ensino público e privado encontrei pouquíssimas pessoas
"especializadas" ou qualificadas para desenvolverem projetos que abordem esta questão. Por outro lado,
esta questão deveria estar no cerne do projeto pedagógico de qualquer espaço de educação deste pais e
deveria envolver toda comunidade. O trabalho individualizado, por mais que o educador se esforce,
acaba não se efetivando em mudanças de paradigmas. Uma outra questão é o "deserto e a indigência"
intelectual que reina entre os profissionais de educação. Não são leitores, não são consumidores de
cultura, muitos são deseducados, muitos não conhecem nem os conceitos básicos de sua própria área e,
o que é o pior, também não acham que isso seja importante. Muitos são preconceituosos e racistas e não
têm condições nem de perceberem isso. Muitos não têm a ação política necessária nem para brigar pelos
seus interesses profissionais e não estão preocupados com as ações políticas na sala de aula e dentro dos
espaços de educação.
22 - Já que educadores se ocupam de outras funções educativas, profissionais como estes podem assumir
compromissos socioeducativos.
41
23 - O Brasil precisa urgente disso.
24 - Se houve a necessidade de criar essa profissão eles têm que trabalhar para melhorar a mundo.
25 - Não
26 - São muito importantes!
27 - São necessários e pronto!
28 - Se eles existem precisam entrar em ação.
29 - Se as faculdades já estão formando pessoas nessa área é porque são necessárias.
30 - São indispensáveis.
31 - Se eles existem suas contribuições são bem-vindas.
32 - Já devia ter profissionais com essa e outras qualificações nas escolas há muito.
33 - Só acho que são necessários e importantes.
34 - A atuação deles poderá mudar a atitude social nas escolas.
35 - Isso é urgente.
36 - Sim. Podem.
37 - É muito necessária a presença desses profissionais.
38 - Esses e outros profissionais são necessários nas escolas.
39 - Precisa muito de profissionais dessa área nas escolas.
40 - São muito importantes.
41 - Se as escolas não estão preparadas porque não adotar esses profissionais.
42 - A atuação desse profissional é urgente.
43 - Se existe o profissional ele deve ser aproveitado.
44 - São muito importantes esses profissionais.
45 - Claro que são importantes.
46 - Não
47 - Se em séculos de história a escola não conseguiu lidar com o tema, claro que há necessidade destes
profissionais.
48 - Era só o que faltava existir um profissional pra isso.
49 - Isso é urgente!
50 - Eles são necessários sim.
51 - Se eles entendem disso, por que não?
52 - Eles podem contribuir sim. Muito.
53 - Vai melhorar o mundo.
54 - Esse profissional é necessário há muito tempo e pode ajudar sim.
55 - É necessário.
42
56 - Nas escolas e em muitas outras comunidades.
57 - A vida já ensinou que sem eles não seremos capazes de compreender a diversidade e os gêneros.
58 - Isso é muito importante.
59 - Profissionais dessa área deveriam atuar desde sempre.
60 - São muito necessários e podem contribuir muito.
61 - Se existem esses profissionais é porque são necessários.
Das respostas acima, algumas merecem destaque:
22 - Já que educadores se ocupam de outras funções educativas, profissionais como estes podem
assumir compromissos socioeducativos.
34 - A atuação deles poderá mudar a atitude social nas escolas.
48 - Era só o que faltava existir um profissional pra isso.
Quer falar algo sobre a importância de estudar história afro-brasileira e indígena?
1 - Não.
2 - E a nossa cultura.
3 - Faz parte da nossa cultura.
4 - É a nossa cultura.
5 - Acho importante, estudo, porém sinto que grande parte do meu conhecimento desses aspectos não
foi propiciado através da minha graduação (que acho que deveria), mas sim através de experiência em
cursinhos populares e contato com coletivos negros.
6 - São importantes por se tratar de bases das nossas origens existenciais e culturais.
7 - Não
8 - Acho importante, todos devemos ter conhecimento de tudo que foi vivido
9 - São muito importantes. Resgata a nossa história.
10 - Infelizmente nossos professores deveriam ser melhor preparados.
11 - Sim, pois aprendemos mais a respeitar o próximo
12 - Porque é importante conhecer nossas raízes. Isso evitaria muita confusão.
13 - Se temos origens (em maioria) indígenas e africanas temos o dever de conhecê-las.
14 - Esse e outros temas necessitam ser explorados pelos educadores e pelas escolas com maior
efetividade, e sem preconceitos.
15 - São as nossas origens que precisam ser resgatadas.
16 - É importante porque pode minimizar os ataques raciais e o preconceito uma vez que as pessoas vão
ter um melhor entendimento sobre as suas origens.
17 - Estudar estas matérias só pode significar uma coisa: RESGATE!
18 - Conhecer nossa história e nossa cultura é importante para a construção de nossa identidade.
43
19 - Não só estudar, mas também ABSORVER muito disso para toda a vida.
20 - Se essas matérias fossem estudadas há mais tempo, a escola e a sociedade seriam muito diferentes.
21 - Essas matérias deveriam estar presentes na escola desde sempre.
22 - Estudar sobre negros e indígenas pode promover uma melhor aceitação dessas raças.
23 - Não estudo estas matérias pois nunca participei de nenhum projeto que envolvesse estes temas, não
porque não sejam considerados importantes.
24 - Precisamos estudar aquilo que valorize nossas origens e nossa cultura.
25 - Porque esse estudo pode fazer os racistas e os preconceituosos entenderem sobre suas deficiências
culturais.
26 - Raízes são raízes!
27 - Não
28 - Raízes e cultura estão aí para serem entendidas e compartilhadas!
29 - Precisamos resgatar nossas origens para entender porque há racismo e preconceito!
30 - Acho que estudar essas matérias melhoraria a diminuir o preconceito que há contra essas duas raças.
31 - Devia-se estudar essas matérias desde sempre.
32 - Nossas origens, nossa cultura!
33 - É bom para propagar a nossa real cultura.
34 - É simples: é a nossa real cultura, ou a mais próxima.
35 - Essas duas culturas fazem parte da nossa formação e são indispensáveis.
36 - Nossa cultura, nosso dever conhecer!
37 - Claro! É a nossa cultura.
38 - Precisamos conhecer sobre os nossos supostos ancestrais.
39 - Essas culturas compõem a nossa ancestralidade.
40 - É responsabilidade de cada cidadão conhecer a sua cultura.
41 - Nossos ascendentes mais próximos creio que sejam os negros, os portugueses e os índios. Essa
cultura nos interessa.
42 - É a nossa história.
43 - É a nossa cultura. Temos que assimilar.
44 - Não podemos fugir das nossas raízes.
45 - Se estudássemos essas matérias desde sempre, tudo seria diferente.
46 - Não
47 - Precisamos nos identificar com a nossa cultura.
48 - Para multiplicar o assunto.
49 - Para entendermos melhor as nossas ascendências e a nossa cultura.
50 - Trata-se da nossa cultura, da nossa história.
44
51 - É a nossa história. Temos que buscar nossas raízes e nossa cultura.
52 - É a cultura que temos que descobrir.
53 - É a cultura do país que não pode se perder.
54 - Cultura deve ser revisitada sempre.
55 - Se é a nossa cultura tem que fazer parte das nossas vidas.
56 - Trata-se da nossa cultura.
57 - Não devemos deixar de lado a nossa cultura.
58 - Cultura é cultura e deva estar sempre viva.
59 - Não se pode deixar de lado a cultura.
Das respostas acima, algumas merecem destaque:
3 - Faz parte da nossa cultura.
6 - São importantes por se tratar de bases das nossas origens existenciais e culturais.
9 - São muito importantes. Resgata a nossa história.
12 - Porque é importante conhecer nossas raízes. Isso evitaria muita confusão.
16 - É importante porque pode minimizar os ataques raciais e o preconceito uma vez que as pessoas
vão ter um melhor entendimento sobre as suas origens.
20 - Se essas matérias fossem estudadas há mais tempo, a escola e a sociedade seriam muito
diferentes.
21 - Essas matérias deveriam estar presentes na escola desde sempre.
22 - Estudar sobre negros e indígenas pode promover uma melhor aceitação dessas raças.
24 - Precisamos estudar aquilo que valorize nossas origens e nossa cultura.
25 - Porque esse estudo pode fazer os racistas e os preconceituosos entenderem sobre suas deficiências
culturais.
29 - Precisamos resgatar nossas origens para entender porque há racismo e preconceito!
41 - Nossos ascendentes mais próximos creio que sejam os negros, os portugueses e os índios. Essa
cultura nos interessa.
45 - Se estudássemos essas matérias desde sempre, tudo seria diferente.
47 - Precisamos nos identificar com a nossa cultura.
9.2 Sobre os resultados
A segunda fase da pesquisa foi feita virtualmente entre os dias 29/11/2016 e 10/02/2017
no seguinte endereço virtual: https://goo.gl/cUiTUD, quatro meses depois das entrevistas da
primeira fase. O país enfrentou nesse curto período de tempo um aumento na crise financeira,
grande aumento do desemprego e reformas educacionais vistas com pessimismo pelos alunos e
também pelos profissionais da área.
A segunda fase de pesquisas teve uma pobre participação de alunos, professores e do
quadro de apoio escolar, apesar de se estender por 74 dias e com campanhas (em redes sociais
45
e por mensagens em aplicativo de celular) solicitando a participação de quem já havia
colaborado na primeira fase. Estes, provavelmente, se sentiram desobrigados de participar de
uma pesquisa em favor da Educação, diante do quadro de incertezas governamentais, sobre o
que tais mudanças poderiam provocar de positivo para alunos e profissionais da área.
A maioria dos colaboradores assinaram sua participação na pesquisa como ‘voluntários’
e pode-se perceber também que seus níveis intelectuais e culturais pareciam ser elevados ao ler
como discorreram em suas respostas escritas e pela baixa quantidade de erros ortográficos e/ou
de concordância. Pode-se ainda concluir que, virtualmente, muitos deles se sentiram à vontade
para responder ao questionário por talvez pertencerem as minorias privilegiadas neste trabalho.
Independente disso todos precisaram assistir aos slides de sensibilização antes de irem as
respostas.
10. CONCLUSÃO
Conclui-se assim que as EJAs estão entre as instituições de ensino que mais respeita a
individualidade dos alunos e procura tratar com igualdade a todos, mas em paralelo os alunos
– que voltam a escola para resgatar o tempo perdido – apresentam uma certa pressa em obter a
certificação para buscar melhores trabalhos e até mesmo continuar os estudos. Isso faz com que
uma discreta aceleração (em favor dos mesmos) deixe de contemplar detalhes sociopedagógicos
que poderiam fazer diferença na aquisição cultural e comunitária de todos.
Para contornar a situação, o CIEJA Butantã, privilegia gênero e diversidade no PPP e
semanalmente faz um sarau onde os alunos se confraternizam e, saindo um pouco da rotina
escolar, participam de apresentações de poemas, contos, teatro e debatem temas da atualidade
que originalmente não estão pautados no currículo escolar. Além disso, há uma flexibilidade no
horário (já que a instituição tem 6 turnos diários) que permite que os alunos possam repor as
aulas perdidas e também frequentar outro horário caso algum problema profissional ou pessoal
comprometa seu comparecimento ao turno em que está matriculado.
Outro dado relevante nesta pesquisa foi saber que as pessoas percebem que não são
tratadas com igualdade, mas ainda são poucos os movimentos populares em favor de políticas
públicas que beneficiem essa ‘falta de igualdade’ ou de ‘tratamento igual’ o que deixa a
entender que a maioria das pessoas ainda esperam por deliberações politicamente espontâneas.
100% dos entrevistados afirmam não ter preconceito contra negros, mas o mesmo não
acontece quando a pergunta se refere aos homossexuais o que nos dá base para entender que a
população já tem mais conhecimento sobre racismo do que sobre preconceito contra
homossexuais e também sobre os problemas jurídicos que poderá enfrentar em caso de ofensa
racial, porém ainda se sente tranquila para continuar construindo julgamentos e desmerecimento
de valores com relação aos homossexuais que ainda não são tão amparados pelas leis em vigor.
A pesquisa revela ainda que pessoas do sexo masculino são mais preocupadas com a educação
e que suas idades estão nas faixas compreendidas entre 15 a 25 anos e 36 a 55 anos. Mais de
70% das pessoas afirmam já terem sido vítimas de preconceito e mais de 95% acham que negros
(as) e homossexuais tem mais dificuldade para se manterem nas escolas.
Portanto, esse trabalho de pesquisa pode também ter a intenção de interceder junto as
autoridades das 3 esferas público-políticas no sentido de requerer maior atenção aos alunos de
EJA bem como aos profissionais que nela atuam, visto que as EJAs, apresentam baixa evasão
de alunos, se comparadas com o ensino regular. Contam com educadores comprometidos
pedagógica e socialmente, além, claro, da valorização de gênero e diversidade, creditada no
PPP. Junto disso pede-se atenção para mais políticas públicas de qualidade.
46
47
CARTA DE APRESENTAÇÃO PARA PESQUISA DE CAMPO
48
DECLARAÇÃO DE CONCLUSÃO
SITUAÇÃO DO ALUNO - HISTÓRICO
49
11. REFERÊNCIAS
BRASIL AO MINUTO (Ed.). Pesquisa diz que mais de um terço dos jovens são gays ou
bissexuais. 2015. Disponível em:
<https://www.noticiasaominuto.com.br/brasil/153632/pesquisa-diz-que-mais-de-um-terco-
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COMUNICAÇÃO (São Paulo) (Ed.). Gays consomem 30% mais. 2013. Subordinada à São
Paulo Turismo. Disponível em: <http://imprensa.spturis.com.br/saiu-na-midia/gays-
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DCM - DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO (Brasil). “O mundo vai ser negro”, diz filósofo
camaronês premiado na Europa. 2015. Disponível em:
<http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-mundo-vai-ser-negro-diz-filosofo-camarones-
premiado-na-europa/>. Acesso em: 23 jul. 2016
FANTÁSTICO (Rio de Janeiro). Rede Globo (Org.). A cada 28 horas, um homossexual
morre de forma violenta no Brasil. 2016. Disponível em:
<http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/06/cada-28-horas-um-homossexual-morre-de-
forma-violenta-no-brasil.html>. Acesso em: 02 ago. 2016.
NUNES, Jô & LODDI, Cristina (São Paulo) – Editora Scortecci – 3ª Ed. Mãe Coragem –
Convivendo com a Síndrome de Williams – 2015.
REVISTA EXAME (Ed.). Só 11 dos 1.826 bilionários do mundo são negros, diz
Forbes. 2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/so-11-dos-1-826-
bilionarios-do-mundo-sao-negros-diz-forbes>. Acesso em: 26 jul. 2016.
SOUZA, LUH DE & ANTERO, FRANCISCO (Ed.). Faça o teste do pescoço e saiba se existe
racismo no Brasil. 2013. Subordinada ao site PRAGMATISMO PLÍTICO. Disponível em:
<http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/07/teste-do-pescoco-revela-racismo-no-
brasil.html>. Acesso em: 28 jul. 2016.
SUTTON, Alexandra E. What is the percentage of black people in the world? 2015.
Subordinada ao QUORA. Disponível em: <https://www.quora.com/What-is-the-percentage-of-
black-people-in-the-world>. Acesso em: 18 jul. 2016.
50
UOL ECONOMIA (Brasil). Negros representam 54% da população do país, mas são só
17% dos mais ricos. 2014. Disponível em:
<http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/12/04/negros-representam-54-da-
populacao-do-pais-mas-sao-so-17-dos-mais-ricos.htm>. Acesso em: 13 jul. 2016.
WIKIPEDIA (Portugal) (Org.). Adhemar Ferreira da Silva. 2001. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Adhemar_Ferreira_da_Silva>. Acesso em: 09 jul. 2016.
WIKIPEDIA (Portugal). Raças Humanas. 2001. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Raças_humanas>. Acesso em: 11 jul. 2016.
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