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Psicologia
Trabalho apresentado para obtenção de nota parcial de A1, da Disciplina de Epistemologia e História da Psicologia, ministrada pelo Prof. Filipe Degani.
Discente: Fernanda Vital, Milena Luz, Thais Carvalho e Kathleen Santos.
As origens do pensamento moderno e a ideia de modernidade
A. Ideia de modernidade
Não tem como objetivo tratar neste estudo minuciosamente sobre toda a história da época moderna enumerando datas, citando nomes e lugares, senão que em síntese retratar somente sobre alguns pontos, sejam eles; o que se entende pelos termos modernidade, humanismo, reforma protestante, e por fim revolução científica.Podemos compreender que o conceito de modernidade está realmente relacionado para aquilo que se refere à ideia de "novo", é dizer, aquilo que rompe com a tradição. Trata-se, portanto, de um conceito associado quase sempre a um sentido positivo, por assim dizer, de mudança, transformação e progresso.
A questão do humanismo, sobre o qual é de suma importância comentar nesta etapa da história, a já citada "idade moderna”, isto é, a ideia de modernidade. Poder-se-á afirmar que o humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como primordiais, numa escala de importância. Igualmente entendida como uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa apresentar diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior. Desde o século XVIII-XIX, o humanismo tem sido associado ao anticlericalismo herdado dos filósofos iluministas do século XVIII.
Antropocentrismo que era a ideia de o homem ser o centro do pensamento filosófico, ao contrário do teocentrismo na qual a ideia de Deus está enraizada, no centro do pensamento filosófico. Ouso ainda dizer que, o antropocentrismo de forma direta ou indireta, como bem quiser entender surgiu a partir do renascimento cultural
B. Humanismo Renascentista
Durante o Renascimento cultural, artístico e científico que ocorreu na Itália, no
século XIV, o Humanismo ganhou destaque entre os pensadores renascentistas,
principalmente por se caracterizar como um movimento intelectual que voltou seus
interesses para as obras filosóficas, literárias e científicas da Antiguidade Clássica
(Grécia e Roma). O interesse pela Antiguidade Clássica não revelou uma vontade de
retornar ao passado (vontade nostálgica). Os homens medievais tinham a consciência
de que viviam e tinham outros valores sociais e culturais, ou seja, eram homens
diferentes dos homens da Antiguidade Clássica. A revalorização da ciência, da arte
e da filosofia clássica era necessária para adaptá-las ao novo contexto histórico.
O retorno às obras dos pensadores clássicos teve início com a Filosofia Escolástica.
O principal representante dessa corrente filosófica foi São Tomás de Aquino (1225-
1274), filósofo e teólogo da Igreja Católica. São Tomás acreditava que a razão, o
intelecto humano, não devia ser temida – ele considerava a razão como outro caminho
para Deus. A Escolástica adaptou os ensinamentos do filósofo grego Aristóteles à
religião. As ideias do filósofo foram utilizadas para esclarecer e explicar os
ensinamentos da religião através de conceitos e princípios lógicos. Por meio do
Humanismo, o homem passou a ser visto como imagem e semelhança do seu criador
Deus, tornando-se a medida de todas as coisas. Os humanistas romperam com o
Teocentrismo (a ideia de que Deus era o centro de todo o universo e de toda a vida
humana) e passou a prevalecer a ideia do Antropocentrismo o homem no centro do
universo e da vida humana. Um fato importante que aconteceu no século XV foi a
criação da imprensa, ou prensa, por Johann Gutemberg. O invento revolucionou a
produção de livros, que não precisaram ser mais manuscritos por copistas, processo
que demandava bastante tempo. Com a criação de Gutemberg – os tipos móveis
metálicos (imprensa) –, o processo de produção do livro diminuiu, sendo impressas,
em poucos anos, milhares de obras, o que facilitou o contato dos leitores com as
ideias e os autores humanistas, ou seja, a invenção propiciou uma maior difusão do
conhecimento. O Humanismo, como visto, foi a base teórica e filosófica do movimento
renascentista, influenciando o Renascimento artístico, cultural e científico.
Orígenes defendia a utilização da Filosofia Grega como instrumento de estudos,
dentro da tradição cristã. “Segundo o qual, após a fuga do Egito os judeus
agradeceram a Deus em um culto em que se utilizaram dos vasos de prata que
haviam trazido do Egito.” Porque mesmo longe de uma tradição intelectual dos seus
fundamentos, pode se utilizar dos recursos do mesmo, para defesa de uma tradição,
utilizamos como instrumento, neste caso Origines utilizou a Filosofia Grega para
reforçar os princípios Cristãos, chegando mencionar os grandes percussores da
Filosofia como Sócrates e Platão, que não foram cristãos por causa do nascimento
anterior a Cristo. A posição não foi unanime, existiram muitos que descordaram do
pensamento por dizerem que a Filosofia Grega era pagã e não tinha como objetivo
cristão. Chegaram inclusive a sustentar, como é o caso de Taciana, que os gregos
tomaram suas ideias da tradição judaica, do que não há evidências históricas,
condenando a Filosofia. Nesse período ficou conhecido por conflitos entre a razão e a
fé. Seria a razão, o conhecimento, a Filosofia um caminho, uma preparação para fé.
Tendo, portanto, um interesse legítimo, ou ao contrário a fé.
Santo Agostinho e Platonismo Cristão
Foi um bispo de Hipona no Norte da Africa, foi o filosofo mais importante, na tarefa de
conciliar a fé com a razão. Santo Agostinho conseguiu inserir bem o conceito do livre
arbítrio na sua filosofia Cristã ao afirmar que o pensamento do homem não se
confunde com a materialidade do seu corpo. Santo Agostinho se inspirou em Platão
onde afirmou que o homem seria essencialmente uma alma que se serve de um corpo
e que por sua vez se impressionou profundamente com a demonstração de Sócrates e
afirma que a alma é imortal.
Uso da filosofia grega pelos cristãos
De acordo com a tradição interpretada por Orígenes os filósofos gregos passaram a
serem vistos ”como precursores do cristianismo por sua sabedoria e virtude”. (tradição:
interpretar a doutrina cristã como filosofia) No entanto á filosofia grega teve muitos
opositores teólogos forte como: Taciano, Tertuliano e Lactâncio. Eles advertiam que a
filosofia grega era pagam; alheia a mensagem cristã e que seus métodos e discussões
podem ser perniciosos. Esses teólogos se inspiravam em passagens escritas por são
Paulo em suas epistolas, que eles interpretavam como se são Paulo estivesse
condenando a filosofia. A posição dos defensores da filosofia, e de uma teologia que
se desenvolve a partir da filosofia e com base nela, se consolidara durante o período
conhecido como o da igreja conciliar, ou seja, foi o período da realização dos
principais concílios, reuniões de bispos e líderes religiosos. Os mais importantes
foram: o de Nicéia, ode Constantinopla e o de Calcedônia. São esses os principais
concílios, que fixaram a doutrina considerada a legitima e condenaram a que não
aceitaram esses dogmas como hereges, expulsando-os da igreja. Nas discussões
travadas nos concílios encontramos um recurso freqüente a elementos da filosofia
grega em defesa de determinados pontos doutrinários, na fixação dos dogmas e na
condenação das heresias.
Em resumo, pode se dizer que a leitura que os primeiros pensadores cristãos fazem
da filosofia grega é sempre altamente seletiva, tomando aquilo que consideram
compatível com o cristianismo enquanto religião revelada.
O Múltiplo Surgimento Da Psicologia
Entende-se por subjetividade aquilo que o individuo é por si só, ou seja, suas experiências e vivencias. Aquilo que somente ele mesmo entende, aquilo que o mesmo viveu. Subjetividade é um plano de interioridade dentro desse individuo livre e autônomo que busca a compreensão de tudo que tem haver com essa subjetividade. Foucault (1984) buscou desvendar as formas como esses indivíduos estabeleciam essas relações de trato e cuidado consigo na Antiguidade Pagã, chamando de Técnicas de si. Na Antiguidade Greco-Romana esse processo se dá baseado na reflexividade sobre si mesmo em que buscamos mergulhar na intensidade do nosso “eu” (o verdadeiro), mesmo que para eles, naquele momento não fizesse diferença e nem sentido algum. Não visava o conhecimento da nossa própria intimidade, mas sim para o chamado controle, o que nos explica que o homem deveria ter consciência dos seus limites, sendo assim, o que triunfa nesse período nada mais é do que a busca por uma vida alicerçada no autogoverno.
Nesse período o que triunfava sobre o individuo era a busca de uma vida “bela” comparando-a como uma obra de arte ao contrario disso, não buscavam o conhecimento sobre si. Sabendo disso, as técnicas de relações consigo não estão
calçadas numa busca de revelar o verdadeiro eu desse individuo mas na construção desse individuo a parte de uma verdade e de ensinamentos de grandes mestres.
Jean-Pierre Vernant (1990) Em relação á interioridade individualizada e personalidade os gregos não possuíam uma experiência generalizada sobre o “eu”, apesar de discursarem em primeira pessoa, porém, há entre os gregos uma interioridade não individualizada, reflexiva e “estacionada” em um eu. Foi a partir de uma ética cristã que essa invenção de interioridade individualizada e da hermenêutica era processada como um instrumento de verdade (Sec. II D.C), é então a partir desse período que começam a serem formados os termos básicos para a construção do cuidado de si atual. É nesse instante que surge a figura de um homem atento ás armadilhas do diabo buscando á Deus no interior do seu eu, surge então um modo de vida que fora produzido lentamente no seio de uma vida religiosa.
Ocorrem mudanças na passagem para o cuidado de si numa visão mais modernizada, não se há mais uma busca de purificação da alma a fim de atingir um patamar mais “santo”, ao contrário, na modernidade, triunfa uma busca de uma autoafirmação.
O que permite a passagem desse cuidado da Antiguidade Cristã até as suas formas modernas? É a partir da modernidade que passa a existir diversas formas de relação, deixando a religiosa de ser única. Um exemplo de forma de relação são os planos públicos e privados. Na modernidade destaca-se uma forma especial de cuidado de si, sendo estabelecido por conhecimento que se tornou crucial para a Psicologia. É a partir do Século XVII que o exame de interioridade tem como foco o acesso a verdades e a fugas de supostas ilusões. Um destaque nessa nova abordagem sobre interioridade é o filosofo moderno René Descartes (1596-1650), que encontra na mesma subjetividade bases novas e diferentes certezas, onde essa intuição denuncia um eu pensante e um novo ponto de partida para o pensamento ocidental, não mais na busca de um ser divino, mas agora sendo o espírito e o sujeito sedes da verdade.
Segundo Descartes espírito e corpo são compreendidos como duas substancias de naturezas diferentes: A extensa (soma) e a inextensa (alma). Compreende-se corpo como objeto de exame ou controle de seu espírito, mas tarde no Século XVIII esse espírito se torna um objeto de exame e conhecimento. A razão e a sensibilidade eram alvos de debates no século XVII e XVIII, com ênfase de que região do espírito é responsável pela verdade e qual é culpada por supostos erros. E no século XIX, as chamadas Epistemologias serão consideradas herdeiras do trato como essa primeira região, responsáveis então pelo conhecimento verdadeiro e ao mesmo tempo em que a Psicologia ocupava o espaço de da incerteza, ou seja, paixões e ilusões.
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