prevenÇÃo, preparaÇÃo e resposta À emergÊncias … · quantidades de agentes produzem efeitos...

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PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E

DESASTRES QUÍMICOS

Dra. Susana I. GarcíaMinisterio de Salud de Argentina

Curso de Auto-aprendizagem

Terrorismo quimico

O que é uma armaquímica?

Armas químicas Produtos químicos tóxicos e seus precursores,

munições e dispositivos, projetados especificamente para causar lesões ou a morte.

Precursores de armas químicas Ingredientes químicos que são usados para fabricar

agentes utilizados em/como armas químicas. A maioria são usados para usos lícitos nas

indústrias químicas.

letalidade extrema: pequenas quantidades de agentes produzem efeitos massivos.

Transtornos na sociedade, inclusive em ataques pequenos.

Terror entre o público. Efeitos a longo prazo sobre o

ambiente e a saúde.

Compreensão das ameaças apresentadas pelas AQDM

Condições para a produção: Conhecimento disponível Tecnologia e infra-estrutura de

complexidade intermediária Intermediários relativamente fáceis de

serem obtidos Interesses de grupos, empresas ou

particulares que procuram beneficiar-se do elevado lucro associado às atividades proliferadas

Cientistas com ambições que vivem em países que atravessam situações econômicas críticas.

Compreensão das ameaças apresentadas pelas AQDM

Projeteis de armas químicas

Possíveis programas de armas químicas em nível estatal e arsenais de armas químicas

Disponibilidade de substâncias químicas, equipamentos e tecnologia de duplo uso devido à globalização da indústria química

São adquiridas ou roubadas/furtadas de fornecedores legítimos. Podem ser fabricadas em quantidades pequenas com poucos

recursos e pessoal. São de difícil detecção por meio de métodos tradicionais e a

produção em pequena escala pode passar de forma inadvertida. Podem ser transportadas praticamente sem

serem detectadas.

Compreensão das ameaças apresentadas pelas AQDM

23 ton3 de gás mostarda Mais de 1.300 ton3 de precursores 3.563 bombas aéreas químicas sem recheio 1 planta de produção de AQ desativada e 2 instalações de

armazenamento de AQ Importação de equipamento químico e precursores de armas

químicas

Planta Pharma 150 em Rabta, Libia

Fontes: Comunicado de imprensa da OPAQ, http://www.opcw.org/html/global/press_releases/2k4/PR10_2004.htmlDepartamento de Defesa dos Estados Unidos, Proliferação: Ameaça e resposta (2001): http://www.defenselink.mil/pubs/ptr20010110.pdf

Programa de Proliferação de Armas Químicas da Líbia

(OPAQ), 2004

Custo de cobrir um área de 1 km2

2.000 dólares com armas convencionais800 dólares com armas nucleares600 dólares com armas químicas

1 dólar com armas biológicas

“Bomba Atômica do Homem Pobre”

Relação custo-eficácia ou beneficio x custo

Figura comparativa das quantidades de

diferentes substâncias tóxicas necessárias para

causar lesões fatais a 8.500.000 de pessoas (População da Suécia)

http://www.dhs.gov/xnews/releases/pr_1193971111885.shtm

Programa de US $30 milhões Duas empresas fictícias foram usadas para obter várias

toneladas de produtos químicos de mais de 200 empresas japonesas

Planta de produção com tecnologia de ponta Equipamento químico resistente à corrosão Sarin, VX, fosgênio, cianeto de hidrogênio

Recrutamento de cientistas Técnicas de disseminação primitivas.

Fonte: Centro Stimson, Ataxia, http://www.stimson.org/cbw/pdf/atxchapter3.pdf

Aum Shinrikyo, líder de Shoko Asahara

Programa de armas químicas de Aum Shinrikyo

1915 Ypres, Bélgica: as tropas alemãs lançaram 150 toneladas de cloro

1917 Alemães empregam Iperita(mostarda)

Antecedentes de uso de armas químicas

Década de 1980: Guerra Irã-Iraque: ataques do Iraque contra Irã com iperita - agentes nervosos e ácido cianídrico

Antecedentes de uso de armas químicas

Não há distinção entre combatentes e civis (afeta a todos de forma similar)

Baixo custo de produção Poucas quantidades são suficientes para

grandes efeitos Podem ser produzidas com precursores

facilmente acessíveis Não requerem infra-estrutura elaborada Aniquilam e invalidam de forma cruel

Singularidade das armas químicas

Reino Unido: cinco pessoas acusadas de produzir armas químicas (ricina) em um prédio em Londres.

França: quinze pessoas suspeitas de preparar atentados contra o metrô de Paris e contra alvosna França e no resto da Europa. A ricina era produzida em um dormitório de uso familiar, era seca com jornais e o pó era armazenado em frascos de creme Nivea. Alguns frascos foram encontrados depois no Reino Unido. Um frasco aindanão apareceu.

Casos reais investigados em 2004

Agentes de armas químicasAgentes de armas químicas

TóxicosTóxicos IncapacitantesIncapacitantes

NervososNervososSangüíneosSangüíneos VesicantesVesicantesAsfixiantesAsfixiantes

CloroFosgênio

Cianeto de hidrogênioCloreto de cianogênioArsina

Mostarda destiladaMostarda de nitrogênioLewisita

SománSarinTabúnVX

BZ

Outros agentes de armas químicas

Outros agentes de armas químicas

Cáusticos (ácidos) Anticoagulantes a longo prazo Metais Solventes orgânicos Agentes anti-distúrbios/gás lacrimogêneo Alcoóis tóxicos Agentes eméticos

Segundo a persistência e volatilidade

Persistentes e pouco voláteis(mostarda e VX)

Muito voláteis e não persistentes (Cianeto de hidrogênio e sarin)

Classificação das AQDM

No solo (vida média)

Tabun 1 – 1,5 diasSarin 2 – 24 horas (5 0C – 25 0C)Soman Relativamente persistenteVX 2 – 6 dias

Mostarda 2 semanas – 3 anosdestiladaLewisita Dias

Fonte: Medical (Army Surgeon General) www.nbc-med.org

Persistência

1 10 20 100 200

Cloro

CHCl

Fosgênio

CHN

Mostarda

Sarin

VX

600

600x

200x

13x7x

6x

2x

Letalidade relativa: via inalatória

Uso bélico

vítimas militares > responsabilidade das

Forças Armadas agentes químicos de uso

bélico alta letalidade fácil dispersão persistência

Uso terrorista

vítimas civis > responsabilidade da

resposta civil agentes químicos de todo

uso disponibilidade fácil dispersão toxicidade

Uso bélico e uso terrorista: diferenças

Equipamentos de proteção individual

Detectores Descontaminação Tratamento inicial Critérios de alta

Uso bélico e uso terrorista: diferenças

Industrial ou transporte

não deliberado impacto jornalístico não

desejado plantas químicas, depósitos de

produtos químicos, rodovias agente identificável por métodos

convencionais > responsabilidade do setor

privado

Terrorista

deliberado alto impacto jornalístico

desejado centros urbanos,

comerciais, turísticos, subterrâneos

agente não identificável por métodos convencionais

> responsabilidade do setor público

Emergência industrial e terrorista: diferenças

Amplo

Moderado

Poucos ou nenhum

Usos comerciais

3

2

1

ListaCAQ

Moderado

Significativo

Risco alto

Risco de proliferação

substâncias químicas

Agentes sanguíneos e asfixiantes; precursores de substâncias químicas da Lista 1 ou precursores da Lista 2

Substâncias químicas tóxicas; precursores de substâncias químicas da Lista 1 ou substâncias químicas tóxicas da Lista 2

Agentes nervosos e vesicantes, toxinas, precursores binários

CAQ: Convenção de Armas Químicas

Classificação segundo o risco de proliferação

Estudo de caso: exposição a agentes nervosos

Ataque que chamou a atenção mundial sobre o perigo do terrorismo urbano com armas não convencionais

5 vagões de trem,

3 linhas de trens,

12 sacolas de SARIN

300-500 cm3 cada uma

20 de março 1995, Tóquio, Japão. Gás Sarin

5510 vítimas procuraram atenção médica em 50 hospitais de Tóquio.

4.000 leves, 980 moderadas, 50 graves, 12 mortos. 88% evacuados em veículos ocasionais. 688 em ambulâncias. 500 hospitalizados.

Análise do caso

As vítimas

A maioria das mortes ocorreram na fase pré-hospitalar

10% de pessoas afetadas (200 encarregados do resgate e uma dezena de profissionais médicos foi vítima de exposição secundária)

A organização do hospital

Hospital St. Luke recebeu 641 vítimas (5 severos; 106 moderados) em 24 horas e 350 mais durante a semana

Os leves foram tratados na igreja do hospital O evento foi gerido pelo diretor do hospital

Sintomatologia

Leves: dor de cabeça, dor nos olhos, dispnéia, náuseas, rinorréia, agitação.

Moderada - graves: dispnéia, opressão torácica, fasciculações, convulsões, coma.

Freqüência de sinais clínicos

Miose 99% Colinesterase baixa 75% Alcalose respiratória 67% Taquipnea 33% Fasciculações 24% Semicomatosos 17% Taqui-bradicardia 4-9% Convulsões 3%

Tratamento

Suporte respiratório e antídotos:• Atropina e Oximas ( 2 PAM )• Não descontaminação • Atropina - 0.5 mg/h até 1-2 mg.• Oximas ( 2PAM ) - 500mg até 2 doses• Anticonvulsivante - Diazepam• Suporte – Oxigênio, cristalóides,

gotas analgésicas e midriáticas.

Recuperação

Leves e moderados: 4-10 dias

• Miose até 14-21 dias

• Dores de cabeça, insônia, pesadelos durante semanas e meses

Os erros

Agente químico reconhecido equivocadamente como Acetonitrila.

3.5 horas até o diagnóstico clínico e a preparação de protocolo terapêutico por um grupo de médicos militares.

O trabalho de resgate foi realizado sem equipamentos de proteção individual.

As roupas das vitimas não foram removidas que também não foram descontaminadas.

Lições aprendidas

O terrorismo de armas não convencionais não éuma teoria... é um fato

SARIN “doméstico” (25% de atividade) Doses de atropina muito baixas Tratamento ocular midriático muito eficaz É preciso usar equipamento de proteção individual

e descontaminar às vítimas É necessário separar a área

contaminada da área limpa

substâncias químicas que afetam as vias aéreas ou os pulmões Cloro (Cl) Fosgênio (CG)

Ataques com cloro no Frente Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial desde as linhas alemãs.

Agentes asfixiantes ou pulmonares

•Os agentes nervosos têm ação sobre:• sistema nervoso central• sistema nervoso periférico• sistema nervoso autônomo

•Inibem a enzima acetilcolinesterase, responsável pela terminação do efeito colinérgico

•São altamente tóxicos•Interrompem funções

orgânicas vitais

Agentes nervosos

Dos grupos principais

• Agentes "G“(mais voláteis, menos persistentes)

• Agentes "V“(altamente persistentes, não voláteis, mais letais)

Tabún (GA)

Sarin (GB)

Somán (GD)

VX

Agentes nervosos

Agentes nervosos: tratamento

Antídotos

Atropina

Oximas (Pralidoxima – USA

Obidoxima - Europa)

Diazepam

Auto-injetor (uso bélico)

21 de novembro de 1978, Jonestown, Guiana

Cianeto de hidrogênio (AC)

Cloreto de cianogênio (CK)

Arsina (AS)

Agentes sangüíneos

30 de dezembro de 2005, Buenos Aires, Argentina

Agentes sanguíneos

Denominação para diferenciá-los de agentes de ação local (vesicantes ou pulmonares).

Interpretação errada de que o local de ação do agente é o sangue.

efeito do pH na ionização do Ácido Cianídrico (pK = 9,2)

CN- 50% CNH

O grau de ionização depende do pKa docomposto e do pH do meio.

pH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1pH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

sólido gás

Cianídrico: Aspectos físico-químicos

1. Hidroxicobalamina

(vitamina B12)

Cianocobalamina

Cianeto

2. Hipossulfito de sódio (tiossulfato de sódio)

Rodanasa

Tiocianatos

Cianídrico: Toxicocinética e tratamento

Hboxidadao MetaHb(Fe +++)

Nitritos

Sulfocianatose TiocianatosUrina

Tiossulfato de Na

CianometaHb

CIANETOHbreduzida (Fe ++)

Cianídrico: Toxicocinética e tratamento

Cianídrico: Triagem

PrioridadesSintomas

EXPECTANTEApnéia e falência circulatória

MÍNIMOEfeitos leves

DEMORADORecuperando de efeitos leves ou de terapia exitosa.

IMEDIATOConvulsões, apnéia. hemodinamicamente instável.

Em geral, um paciente que sobreviveu à exposição por via inalatória o tempo suficiente para receber cuidados

médicos, os necessitará em grau mínimo.

Lesões com bolhas, dano tissular grave nos olhos, no sistema respiratório e nos órgãos internos.

mostardas de enxofre (H) mostardas destiladas (HD) mostardas nitrogenadas (HN1, HN2,

HN3) Lewisita (L)

Agentes vesicantes

Agentes vesicantes: Mostardas

Ameaça em forma de vapor e líquido

Período de latência entre a exposição e os efeitos

Tóxico sistêmico Danos ao ADN, morte celular

Vermelhidão da pele Pequenas vesículas que logo se aglutinam

em bolhas Possível necrose (morte celular)

Tratamento:

Descontaminar (evitar a contaminação secundária) Loções calmantes, irrigação freqüente, antibióticos

tópicos, analgésicos NÃO hidratar em excesso; não é uma queimadura

térmica.

Lesões cutâneas

Agentes vesicantes

Estes agentes causam danos aos olhos, a pele, ao sistema respiratório e podem causar efeitos sistêmicos adicionais. Mostarda

• Age rapidamente; sintomas tardios, dano da medula óssea; não existe antídoto específico.

Lewisita• Age rapidamente, sintomas imediatos, há antídoto (BAL).

A descontaminação é o melhor tratamento inicial.

Lewisita: tratamento

Descontaminação imediata Antídoto britânico contra a Lewisita (BAL) para os

efeitos sistêmicos Cuidados paliativos

Oxigênio

British-Anti-Lewisite (BAL, Dimercaprol)

Lewisita: Protocolo

Avaliar a extensão das lesões

Tratar a pele afetada com ungüento de

dimercaprol (BAL) se for disponível.

Tratar os olhos afetados com pomada oftálmica de BAL, se

for disponível.

Efeitos severos ou pulmonares: BAL: 3 a 5 mg/kg IM profunda cada 4 horas (às O, 4, 8, e 12 horas) Morfina

Se a intoxicação for severa: reduzir os intervalos entre doses de BAL cada 2 horas.

Mostardas: Triagem (Sintomas e prioridades)

EXPECTANTELesiones cutâneas em mais de 50% da superfície corporal. Efeitos pulmonares extremamente severos que começam dentro das 4 a 6 horas da exposição.

MÍNIMOLesões cutâneas em menos de 5% da superfície corporal (áreas não vitais). Efeitos pulmonares leves (que começam depois das 12 horas da exposição e causa danos oculares leves).

DEMORADOLesões cutâneas em menos de 50% da superfície corporal. Efeitos pulmonares leves a moderados e oculares de qualquer grau.

IMEDIATOEfeitos pulmonares moderados a severos que começam dentro das 4 a 6 horas da exposição

SCT: Superficie corporal total

Mostardas: Protocolo Se houver obstrução da via aérea

•Tratamento sintomático•Antibióticos

oculares Precauções

estéreis

Estabelecer um acesso IV. Drenar as vesículas, “tirar a camada”

das bolhas grandes e irrigar a área com antibióticos

Observação: a morfina normalmente não é necessária no tratamento de urgência, mas pode ser com os pacientes internados.

TraqueotomiaSe houver grandes queimaduras

SIM

SIM

NÃO

NÃO

Cianeto de bromobencilo (CA)

Cloroacetofenona (CN)

Clorobencilidenmalononitrilo (CS)

Cloropicrina (PS)

Dibenzoxacepina (CR)

Chicago, 18 de fevereiro de 2003

Agentes antimotins, controle de distúrbios

Agentes antimotins

Irritação de olhos, vias respiratórias e pele.

Cãibra de pálpebras (tosse, lagrimejamento, salivação e secreções nasais abundantes).

Paralisia muscular transitória (dificuldade respiratória).

Tratamento:

Irrigação dos olhos e cuidados paliativos.

Agentes químicos de origem biológica, classificados como armas biológicas.

Categoria A: Alta prioridade – Alta letalidade (Equivalente a Variola, Antraz, Peste, Tularemia e Febres hemorrágicas virales) Toxina botulínica (Clostridium botulinum)

Categoria B: Baixa mortalidade e moderada morbidade (Equivalentea Febre Q, Brucelose, Encefalite Eqüinas e Patogênicos responsável das doenças de transmissão hídrica -Escherichia coliH7:O157, Vibrio cholerae, Shigella dysenteriae) Ricina (Ricinus communis) Enterotoxina B de Staphilococus.

Toxinas

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