presidente portuguÊs visita huÍla e benguela...

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Estanislau Costa | Lubango

Horácio Reis é uma voz dereferência no mundo em-presarial, além de radialistade renome. Nascido em Por-tugal, fixou morada no Lu-bango, província da Huíla, hámais de 40 anos. “Os angolanose portugueses estão conde-nados a conviver juntos porvários factores históricos econjunturais”, disse.

Hoje, na qualidade deluso-angolano, considera avisita do Chefe de Estadoportuguês, ao Lubango, umaoportunidade para manifes-tar a inquietação das comu-nidades portuguesas, mastambém dos angolanos quese deslocam com frequênciaà Lisboa para vários fins.

A abertura de um Con-sulado no Lubango seria, noseu entender, uma mais-valia para as comunidadesportuguesas que residem nasprovíncias da Huíla, Namibe,Benguela e Cuando Cubangopor reduzir os custos de des-locação, hospedagem eoutros encargos.

Horácio Reis lamenta osserviços prestados no Con-sulado de Benguela, princi-palmente as enchentes quese verificam todos os dias epede, em nome dos demaiscompatriotas, que se criemcondições para minimizar osofrimento. Dados do Serviço

de Emigração e Estrangeiros(SME) atestam que vivemna Huíla 565 cidadãos por-tugueses. A maioria residena cidade do Lubango.

Álvaro Ferdineles, um dosmaiores comerciantes deprodutos frescos do MercadoMunicipal do Lubango, ape-sar de corroborar com asopiniões de Horácio Reis,defende que os dois Estadostêm muito a dar na formaçãotécnico-profissional, maté-ria-prima, tecnologia devários ramos, entre outros.

“O desenvolvimento nãose faz só com quadros uni-

versitários, mas com todosaqueles que são capazes detransformar a teoria à práticapara a resolução dos proble-mas da população e garantiruma vida condigna onde sãofundamentais a saúde, edu-cação, habitação, energia eágua”, afirmou.

Horácio Reis e Álvaro Fer-dineles reconhecem o con-tributo da força de trabalhoportuguesa com realce nasáreas de construção civil,educação, saúde, e agricul-tura para a solução dos pro-blemas da população huilana.“Lubango, por exemplo, está

a mudar de imagem face aoárduo trabalho de nacionaise expatriados”.

Argumentam que a uniãodos dois povos em váriasacções em curso na região sul,repercutem-se no fomentodo progresso e troca de expe-riências capazes de promovero auto-emprego. “A seca estáa tirar o sossego a várias famí-lias agricultoras e criadorasde gado na Huíla, Namibe,Cunene e Cuando Cubango”.

Álvaro Ferdineles lembraque na época colonial haviavários projectos na bacia dorio Cunene que partia doGove até à foz. “Estavam pre-vistos a construção de váriasbarragens de retenção ecanais de distribuição deágua para as zonas mais crí-ticas com terras férteis e ani-mais em abundância”, disse.

Apoio para contornar a secaUma das grandes preocupa-ções da região Sul, a seca,pode ter solução com a vindade Marcelo Rebelo de Sousa.Horácio Reis lembra que aprovíncia da Huíla tinha umprojecto deixado por enge-nheiros portugueses nasObras Públicas, mas com oconflito, os documentos desa-pareceram. “Urge pressionaro Presidente Marcelo paraque seja possível forneceruma cópia de modo a reaveras bases para solucionar aquestão da seca”, disse.

4 DESTAQUE Terça-feira5 de Março de 2019

Gabriel Bunga

As relações entre Angolae Portugal vão dominar oencontro que o Presidentede Portugal, Marcelo Rebelode Sousa, vai manter comos académicos angolanosna Faculdade de Direito daUniversidade AgostinhoNeto, durante a visita deEstado a Angola.

O vice-decano para osassuntos científicos daFaculdade de Direito daUniversidade AgostinhoNeto, Evaristo Solano, disseque o encontro vai decorrerdepois da visita de Rebelode Sousa à área científicada Faculdade de Direito. AFaculdade de Direito propôsao Presidente da Repúblicade Portugal três temas,sendo que as relações entreAngola e Portugal vão estarno centro da conversa.

O professor e vice-decanopara os Assuntos Científicosda Faculdade de Direito daUniversidade AgostinhoNeto disse que a expectativasobre a visita do PresidenteRebelo de Sousa a Angola égrande e recorda que Rebelode Sousa sempre considera-se um "filho" da Faculdadede Direito.

Enquanto académico,Marcelo Rebelo de Sousaimpulsionou a criação decursos de Mestrado e Dou-toramento na Faculda-de de Direito da Universi-dade Agostinho Neto. Emmomentos muito difíceisdo país, refere, participouna formação de vários qua-dros, que hoje desempe-nham várias funções nasinstituições públicas e pri-vadas do país.

"Hoje temos um númeromuito elevado de mestrese há um número de inscritosno curso de Doutoramento,devo dizer que o ProfessorMarcelo Rebelo de Sousatem impressão digital nestesprogramas", disse.

O vice-decano para osAssuntos Científicos daFaculdade de Direito daUAN disse que os candi-datos ao mestrado dos pri-meiros cinco programas deformação tiveram o privi-

légio de receber formaçãodo Professor Marcelo Ribeirode Sousa, no programa doDireito Público.

Entre os quadros forma-dos com a participação deRebelo de Sousa constanomes como o ministro daAdministração do Territórioe Reforma do Estado, Adãode Almeida, o Professor Mar-ques de Oliveira, que bene-ficiaram da orientação dassuas teses nos níveis de Mes-trado e Doutoramento, res-pectivamente, pelo MarceloRibeiro de Sousa.

Beneficiaram da forma-ção de Marcelo de Sousaquadros como Marcy Lopes,secretário do Presidenteda República para AssuntosConstitucionais, AntónioPaulo (antigo secretário deEstado), Cremildo Paca eJoão Damião, docentes daFaculdade de Direito.

“São fazedores de opi-nião no que diz respeito aoDireito Público, graças aoProfessor Marcelo Ribeirode Sousa e, para nós, é umagrande expectativa, vê-lode regresso nas vestes dePresidente da República",disse.

Fortalecer as relaçõesacadémicasEvaristo Solano disse queé preciso fortalecer a relaçãoacadémica entre os doispaíses e nos dois sentidos,não apenas de professoresportugueses a ministraraulas em Angola, mas tam-bém de angolanos nas ins-tituições académicas por-tuguesas. O vice-decanopara os assuntos científicosafirma que já existem, aindaque poucos, alguns profes-sores angolanos a ministra-rem aulas nas universidadesportuguesas, Carlos Feijó eJosé Octávio Van-Dúnem."É desta relação recíprocaque falo", disse.

O académico recorda aspalavras de Rebelo de Sousana última visita àquela uni-dade orgânica, em 2017,quando deixou claro queaceitaria o convite para par-ticipar nas sessões de provaspúblicas dos candidatos aMestrados e Doutoramento.

Aula magna PRESIDENTE PORTUGUÊS VISITA HUÍLA E BENGUELA

Horácio Reis fixou residência no Lubango há mais de 40 anos

Evaristo Solano, da Faculdade de Direito da UAN

ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

DOMINGOS CADÉNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Lubango aguarda expectante

visita de Marcelo

César André

Nascido no Concelho deGuimarães, norte de Lisboa,há 69 anos, Santos Melhordesembarcou no Porto deLuanda em Dezembro de1963. Hoje é uma figuraincontornável no antigobairro da Vila Alice.

Logo após a sua chegadaa Luanda, Santos Melhorainda passou pela locali-dade do Nóqui, região quefaz fronteira com a Repú-blica Democrática doCongo (RDC), e por MbanzaCongo (na altura São Sal-vador do Zaire), onde cum-priu o serviço militar.Entretanto, foi em Luandaonde fixou residência paratoda uma vida. Trabalhounum restaurante na Ilhado Cabo como empregadode bar, além do Rangel eSão Paulo, onde esteveligado ao sector do comér-cio, para ganhar algumsustento para a família.

Hoje, é proprietário doSnack Bar Esquimo, situadona rua Eugénio de Castro,à Vila Alice. O local virouparagem obrigatória deoutros compatriotas por-tugueses, entre jornalistas,médicos ou sociólogos.

Santos Melhor consi-dera Angola a sua segun-da pátria, devido à longavivência.

“Hoje tenho muito or-gulho e me considero, tam-bém, angolano”, afirma e sublinha: “as minhasamizades são todas ango-lanas, razão pela qual tam-bém me identifico comeste país”. E complemen-ta: “Os angolanos têm umcomportamento exemplar,nunca tive razões de quei-xas, sempre tive uma ami-zade colorida com eles e asminhas maiores e melhoresamizades são angolanas”.

Empreendedor e homemde vários ofícios, o comer-ciante é, também, acari-nhado pelos funcionáriose clientes. Gaba-se que um

dos seus clientes, o jornalistaLuís Fernando, publicou,há cerca de dois anos, umartigo no jornal O País, ondedestaca as qualidades desteempreendedor luso, o aten-dimento da casa e os pratosali confeccionados.

“Funje de bacalhau aManuel” é o título sugeri-do na altura por Luís Fer-nando na sua crónica.Protegida numa moldurade madeira, a publicaçãoganhou espaço privilegiadona parede da sala VIP, doestabelecimento que é jáuma referência em Luanda,que chega a receber até200 pessoas por dia.

Com esperança no fu-turo de Angola, Santos Me-lhor dá por acertada a apos-ta que fez há 44 anos, quan-do adquiriu a esplanada deum compatriota portuguêsque decidiu abandonarLuanda no eclodir da guerracivil, em 1975.

Mais de 300 portuguesesÀ semelhança de SantosMelhor, outros compatrio-tas lusos vivem há décadasem Angola e dão o seu con-tributo para o desenvol-vimento do país. Além defazer riqueza, facilitam aintegração e garantememprego para angolanose portugueses.

Marcos António nasceuno Concelho de Oeiras,Portugal, há 50 anos, resideem Angola há dez anos. Ésócio de uma empresa deconstrução civil. Afirmaque Angola tornou-se, aolongo dos anos, uma portade entrada para os portu-gueses que pretendem tra-balhar e fazer negócios.

“A nossa presença emAngola, além de criar maispostos de trabalho, temcomo finalidade alavan-car a economia do país”,afirma, ao mesmo tempoque sublinha: “muitos com-patriotas estão ansiosos edisponíveis em trabalharem Angola, porque têmboas referências deste mag-nífico país”.

Marcos António realçaos encantos de Luanda,mas sublinha que não éfácil trabalhar. “A vida aquié dura, trabalha-se muito

e, diariamente, existemmuitos problemas logís-ticos e não só, para resolver,além da falta de água e luzque, por vezes, é cons-tante”. Entretanto, afirmaque já se acostumou a viverem Luanda, ainda que otrânsito seja caótico e aperiferia, em alguns casos,perigosa no que toca aosassaltos.

Crescêncio Valdez che-gou em Setembro de 2010e está ligado a uma empresade Tecnologias de Infor-mação. “ Com a experienciaque tenho nesse ramo detecnologias vou passandoo meu saber aos meusirmãos”, afirma, ao mesmotempo que garante queAngola é um país de gran-des realizações e que o seudesenvolvimento politico,económico e social dependemuito do engajamento dosseus filhos e não só.

terça-feira5 de março de 2019 5DESTAQUE

“Funje de bacalhaua Manuel” é o títulosugerido na alturapor Luís Fernandona sua crónica.Protegida numa

moldura demadeira, a

publicação ganhouespaço privilegiadona parede da sala

VIP, doestabelecimentoque é já umareferência em

Luanda, que chegaa receber até 200pessoas por dia

Os mais de 200 postos de tra-balho criados nos últimos anos,em benguela, com investimen-tos das empresas tendências,indústrias e Comércio, ludimate oliveira e ligeiro, expressamo peso dos portugueses no tecidoempresarial da região, que con-tinua a piscar o olho aos inves-tidores privados.

“Quando recebi o convite,aceitei por gostar de angola, porser um país com muita poten-cialidade, apesar desta crise quevivemos recentemente”, referiuà reportagem da angop o cidadãoluso mário rebelo, de 49 anosde idade, sócio-gerente daempresa oliveira e ligeiro (ol),que começou em 2001, fruto deuma parceria entre um sócio por-tuguês e um angolano.

o foco da mesma é a vendade material escolar e mobiliáriode escritório tanto em benguela,quanto nas províncias circunvi-zinhas do Cuanza-sul, Huambo,bié e Huíla. Hoje, mário rebelo,a viver em angola desde 2005,diz-se orgulhoso do crescimentodo projecto, que tem quatro lojas(duas delas no lobito), um arma-zém de distribuição e outro deretém. além de papelaria, a firmatambém tem, na Canjala, umafazenda de mil hectares, dosquais 20 dedicados ao cultivoda banana, e virou-se ao ramoda manutenção de viaturas, comoconta, em declarações à angop,mário rebelo, natural de sãoJoão da madeira, cidade indus-trializada a 30 quilómetros doporto e tida como a “capital” docalçado em portugal.

o empresário garante que,ao longo destes 14 anos, a em-presa sempre primou por rein-vestir todos os lucros em angola,começando por melhorar as ins-talações das lojas, bem como aapostar na agropecuária na Can-jala, onde tem mais de 100 cabe-ças de gado bovino, e no ramoautomóvel. ao todo, foram criadoscerca de 100 empregos.

o também director-executivoda oliveira e ligeiro afirmou quea empresa tinha facturado, em2013, um montante na ordem dos12 milhões e meio de dólares norte-americanos, valores que em 2018baixaram para dois milhões e 200mil dólares, devido às condicio-nantes da crise económica.

os objectivos para este anopassam por regularizar os atra-sados com os fornecedores etambém começar a recuperar acapacidade de stock que a em-presa já tinha e permitia fornecer

qualquer revendedor em 24horas, em qualquer quantidade.exemplificou com o concursoganho para fornecer material aoCFb (Caminho de Ferro de ben-guela) no sentido de mobilar asestações e apeadeiros do lobitoao luau. e mário rebelo lembraque a empresa tinha em arma-zém todo o material necessáriopara fazer o apetrechamento,quando foi adjudicado.

porém, não esconde o seuoptimismo porque “já se começaa conseguir divisas para conten-tores novos e para amortizar osantigos”, apesar dos prejuízoscambiais na empresa, que,segundo a fonte, se situaram emcerca de 70 milhões de kwanzas,em 2018, face à desvalorizaçãoda moeda nacional.

Mercado apetecívelo cidadão português eduardoseabra, de 40 anos e sua família,originária da zona da bairrada,na freguesia do distrito de aveiro,também não resistiram à ape-tência pelo mercado angolanoe expandiram a empresa ludimat,presente há mais de 40 anos nosector de materiais de construçãoe artigos de lar, com a “Casa eze-quiel”, no norte de portugal.

e tudo começou em 2008, coma abertura no centro da cidadede benguela da primeira dasactuais duas lojas daquela firmaportuguesa, num investimentoprivado que rondava, na altura,os 100 mil dólares norte-ameri-canos. a isto soma-se um arma-zém no vale do Cavaco.

eduardo seabra era dono deum bar em Coimbra, antes dedeixar portugal e rumar paraangola, onde hoje, passados 10anos, é o director comercial daludimat e olha na expansão dosnegócios para o mercado ango-lano como uma estratégia paraconsolidar a presença da empresade matriz portuguesa, atravésde artigos de qualidade.

de igual modo, estima que,de 2008 até hoje, o investimentoda empresa já é superior aos doismilhões de euros, o que resultada visão de reinvestir os dividen-dos no próprio mercado angolanoe assim ir melhorando cada vezmais. Hoje, são 40 postos de tra-balho directos.

até 2016, a ludimat teve anosde crescimento. Contudo, seabraassume que 2017 e 2018 foramdois anos difíceis, por impossi-bilidade de efectuar os paga-mentos aos fornecedores dematerial no exterior do país.

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