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Colégio Anglo Cassiano Ricardo 1°Série – Ensino Médio
Grupo 13
Projeto Escolar Interdisciplinar Travessias: histórias construídas pelo conhecer,
fazer, conviver e ser
LEGALMENTE LÍCITO - SOCIALMENTE ILÍCITO
São José dos Campos2016
Professor Orientador: Angélica Marcondes
Nome Função
Ana Clara da Silva Cristina Redatora
Ana Clara Gomes Ricotta Redatora
Ana Clara M. A. dos Santos Líder
Ana Elisa Aguiar Lopes Expositora
Carolina Luiza D. R. Alves Expositora
Catarina A. M. Souza Expositora
Graziela Ribeiro Santos Expositora
Iara Vivancos Corrêa Apresentadora Oral
Jennifer da Cunha Monteiro Secretária
Joyce Akemi Sato Redatora
Lara Nunes de Lacerda Blogger
Leonardo Veri dos Santos Apresentador Oral
Luana Bambilla Mícoli Expositora
Natália Pereira Expositora
Natália Almeida F. da Silva Expositora
Pedro Henrique S. Cursino Apresentador Oral
Renan Friggi Silva Expositor
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, que contribuíram para a realização do projeto.
AGRADECIMENTOS
Ao professor, Eric Nakano, que nos auxiliou e orientou durante o primeiro semestre.
À professora Angélica Marcondes, que nos orientou a partir de julho.
Aos nossos colegas e amigos que colaboraram para realização deste projeto,
respondendo os questionários.
Aos professores que esclareceram nossas dúvidas e nos ajudaram.
Aos nossos pais, que nos apoiaram e incentivaram durante o projeto.
Ao Colégio Anglo Cassiano Ricardo que sempre acreditou em nosso potencial e nos
proporcionou o local de reunião.
Aos nossos patrocinadores Fisk, Eliane Delgado Costuras, Mashmallow Fábrica de
Doces e Retalhos S. J. Campos, que nos apoiaram e contribuíram financeiramente para a
realização do projeto.
“Sempre existiram drogas mais potentes, mais calmantes, mais tranquilizantes, mais alucinógenas do que todas as drogas da farmacopeia antiga e da farmacologia moderna. Essas miracle-drugs, essas drogas-milagre são as palavras.”
Pitigrilli (Dino Segrè)
RESUMO
A adolescência é um período de transição entre a infância e a fase adulta, sendo também uma fase de experimentações, de dúvidas e também de busca pela aceitação social, por esses motivos o consumo de drogas torna-se realidade para muitos adolescentes, os quais constroem, durante essa travessia, histórias trágicas; prejudicando sua evolução como ser social. Para compreendermos os motivos do consumo de drogas pelos adolescentes, temos como objetivo avaliar a relação jovem X drogas e a orientação familiar, além de analisar se as drogas lícitas são porta de entrada para as drogas ilícitas. Para a realização do trabalho, fizemos análises bibliográficas e um questionário aplicado a 100 alunos Colégio Anglo Cassiano Ricardo, com idade de 14 a 18 anos, cursando o ensino médio, a fim de compreender a relação desses jovens com as drogas. A utilização de drogas lícitas ou ilícitas pode causar dependência, doenças e morte. Entretanto, a necessidade de ser aceito socialmente leva adolescentes com menos de 15 anos de idade a usarem drogas, iniciando costumeiramente pelo álcool. De acordo com a UFRGS, 50% dos usuários de maconha tiveram como início a bebida alcoólica e se esta for usada como “consolo” será porta de entrada para drogas mais fortes. Podemos concluir que o maior motivo do uso de drogas pelos adolescentes é a aceitação social, o diálogo entre jovens e familiares sobre as drogas ainda são superficiais, principalmente sobre o álcool que pode ser um facilitador para o uso das diversas drogas.
Palavras chaves: travessia, influência, drogas, família, diálogo.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Pesquisa para saber se os jovens conversam com os pais sobre
uso de bebidas alcóolicas e outras drogas.............................................................. 17
FIGURA 2: Pesquisa para saber se os jovens já usaram algum tipo de droga.... 18
FIGURA 3: Pesquisa para saber com qual idade teve o primeiro contato
(consumo) com alguma droga................................................................................. 18
FIGURA 4: Pesquisa para saber qual o motivo os jovens consomem drogas..... 19
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 09
1.1. Justificativa................................................................................................. 09
1.2. Fundamentação Teórica.............................................................................. 09
1.3. Situação Problema....................................................................................... 11
1.4. Hipótese...................................................................................................... 11
1.5. Objetivos..................................................................................................... 12
2. METODOLOGIA............................................................................................. 13
3. RESULTADO E DISCUSSÃO........................................................................ 14
3.1. As Drogas e seus Porquês.......................................................................... 14
3.2. O que Pensam os Jovens............................................................................. 17
3.3. Do Lícito ao Ilícito..................................................................................... 19
4. CONCLUSÃO.................................................................................................. 21
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................... 22
APÊNDICE A....................................................................................................... 23
1. INTRODUÇÃO
1.1. Justificativa
Analisando o mote 2016 “Travessias: histórias construídas pelo conhecer, fazer,
conviver e ser”, escolhemos o tema “Legalmente lícito, socialmente Ilícito”, pois
queremos tratar sobre um assunto considerado tabu na sociedade: drogas na
adolescência. O tema é essencial, pois a adolescência marca a primeira grande travessia
do ser humano, quando o jovem começa a perceber que será constituído pelas histórias
que vivenciará ao longo da vida. Nessa fase, começam os conflitos na elaboração do ser
e, a influência do seu grupo social e do familiar será muito determinante.
Segundo Dallo (2011), a curiosidade natural do adolescente influencia na
experimentação de substâncias psicoativas, o que o impulsiona a experimentar novas
sensações e prazeres. O jovem vive o presente e busca realizações imediatas, e os
efeitos das drogas vão ao encontro desse perfil, proporcionando prazer passivo e
imediato. Atualmente o número de adolescentes que pratica algum tipo de introjeção
com substâncias tóxicas aumenta gradativamente. Entretanto, o foco da maioria das
discussões são as drogas ilícitas, mas as drogas lícitas são tão presentes e perigosas
como aquelas e a consciência disso depende da informação que, muitas vezes, não é
devidamente trabalhada.
1.2. Fundamentação Teórica
A adolescência é um período de transição entre a infância e a fase adulta e por isso é
uma fase de experimentações, dúvidas e também necessidade de aceitação.
(...) a adolescência é considerada uma etapa de transição entre a infância e a idade adulta, tendo como base as transformações puberais, de caráter biológico, que, por sua vez, desencadeariam mudanças psicológicas e sociais, até atingir a maturidade. Esta etapa do desenvolvimento humano corresponde, para a maioria daqueles que integram essa tendência, à segunda década da vida, ou seja, dos 10 aos 20
anos, sendo considerados adolescentes todos aqueles que se situarem no referido grupo etário. (PERES, 1995)
O período da adolescência é marcado pelas mudanças e adaptações que o indivíduo
vivencia na transição para a fase adulta. É um período considerado crítico no que se
refere ao desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais, aquisição de
habilidades e tomada de decisões. Além disso, é na adolescência que o sujeito busca
mais fortemente seu universo de experimentações (descoberta do novo) e identificações,
geralmente com associações aos grupos de pares. O consumo de drogas entre
adolescentes vem ganhando maior amplitude na sociedade contemporânea. Tal uso tem
ocorrido precocemente e, assim, suas consequências ou prejuízos também podem ser
antecipados.
Segundo Araújo (2011), é considerada droga qualquer substância natural ou sintética,
que ao ser introduzida no organismo, modifica suas funções. A Organização Mundial da
Saúde define droga como qualquer substancia não produzida pelo organismo que tem a
propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas produzindo alterações em seu
funcionamento.
De acordo com Longenecker (1998) as drogas naturais são obtidas através de alguns
animais, plantas e minerais. Por exemplo, a cafeína (do café), a nicotina (presente no
tabaco), o ópio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da maconha). Já as drogas
sintéticas são fabricadas em laboratório (exemplos: metanfetamina, LSD, ecstasy).
As drogas podem ser classificadas como lícitas ou ilícitas de acordo com as leis de cada
país. As drogas lícitas são aquelas em que o consumo, produção e fabricação são
permitidos pelo governo. Diferentemente das drogas ilícitas em que o consumo é
considerado ilegal. No Brasil, o álcool, tabaco e alguns medicamentos são considerados
drogas lícitas. Já a maconha, o crack e a heroína são consideradas drogas ilícitas,
portanto, proibidas. É importante mencionar que o fato de algumas drogas serem
liberadas para venda e consumo, não quer dizer que estas não sejam prejudiciais.
Conforme comenta Araújo (2011).
Observa-se aqui que o fato de serem liberadas não significa que não tenham algum tipo de controle governamental bem como não provoquem algum prejuízo à saúde mental, física e social. Isto dependerá de múltiplos fatores, tais como, quantidade, qualidade e frequência de uso.
1.3. Situação-Problema
O álcool, droga lícita no Brasil, é uma das substâncias psicoativas mais consumidas
pelos jovens. Os primeiros goles, que há uma década aconteciam por volta dos 15 a 16
anos, atualmente já ocorrem com 53% dos adolescentes entre 10 e 12 anos,
(PECHANSKY, 2004). A partir dessa afirmação, indagamo-nos se o jovem tem
consciência das consequências do consumo constante em seu organismo? Se o tem,
quais motivos para consumí-lo? Além disso, é possível afirmar que a bebida alcóolica é
porta de entrada para drogas ilícitas?
1.4. Hipóteses
Acreditamos que apesar do jovem, na maioria das vezes, ter a noção de que a droga
lícita faz mal à saúde, ele não possui conhecimento suficiente sobre os efeitos que as
substâncias podem ter no organismo, acrescentado a esse fato, há a falta de diálogo
entre os jovens e a família.
Além disso, acreditamos que as drogas lícitas, principalmente a bebida alcóolica, não
são necessariamente uma porta de entrada para as drogas ilícitas.
1.5. Objetivos
Este trabalho tem como objetivos:
Avaliar as consequências do consumo da bebida alcóolica no nosso organismo e
compará-las às do uso da maconha (droga ilícita).
Compreender os motivos que levam o jovem a consumir a bebida alcóolica.
Analisar, na nossa comunidade escolar, a relação dos adolescentes com as drogas lícitas
e se eles possuem diálogo com os familiares sobre o tema.
Avaliar a relação do uso das drogas lícitas como porta de entrada às ilícitas.
2. METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho, foram feitas análises bibliográficas dos livros
“Almanaque das drogas”, do autor Tarso Araújo, que aborda de modo simples o uso de
drogas e suas consequências e “Como agem as drogas” da autora Gesina L.
Longenecker que detalha os tipos de drogas mais utilizadas e suas classificações.
Também foram analisados artigos acadêmicos relacionados ao tema.
Foi feita também, em maio de 2016, uma pesquisa de campo (questionário que se
encontra no apêndice A), com 100 alunos, entre 14 e 18 anos, do Ensino Médio do
Colégio Anglo Cassiano Ricardo sobre a relação desses adolescentes e as drogas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. As Drogas e seus Porquês
As drogas sempre foram alvo de discussões a respeito de sua aceitação perante a
sociedade e a lei; algumas geram polêmica maior devido a seus efeitos no corpo
humano, além das diferentes formas de acesso a elas, o que faz com que exista um tabu
em torno do assunto. Porém, o maior problema é a falta de informação.
As drogas lícitas, segundo levantamento de 2005 do Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas Psicotrópicas CEBRID, são as mais consumidas e com o maior número de
dependentes (ARAUJO, 2014). Entretanto o maior alvo das discussões são as ilícitas.
Durante a travessia para a fase adulta o jovem sofre diversas influências externas, o que
acaba levando ao uso das drogas muitas vezes sem ter conhecimento amplo sobre elas.
Se avaliarmos as discussões sociais sobre o uso de drogas, perceberemos que, na
maioria das vezes e, principalmente, pelo senso comum; limitam-se ao consumo das
drogas ilícitas, como a maconha, por exemplo.
Para efeito de análise deste trabalho foram escolhidas duas drogas: o álcool e a
maconha, que são as mais utilizadas pelos adolescentes.
Segundo dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas –
CEBRID; a maconha é a droga ilícita mais usada no Brasil entre estudantes do Ensino
Médio e Fundamental da rede pública de ensino, afirma Rigoni (2007).
O uso de maconha proporciona efeitos prazerosos, como: sensação de relaxamento,
cinco sentidos mais aguçados, qualquer coisa torna-se divertida, euforia e aumento de
prazer sexual. Já os efeitos que causam desprazer são: ansiedade, pânico, paranoia,
diminuição das habilidades mentais - especialmente da atenção e memória - diminuição
da capacidade motora, aumento do risco de ocorrerem sintomas psicóticos. O uso
crônico da maconha pode levar a déficits de aprendizagem e memória, diminuição
progressiva da motivação, piora de distúrbios já existentes, bronquites e pode causar até
infertilidade (Rigoni, 2007).
A bebida alcoólica é uma droga considerada lícita e seu uso vem crescendo a cada
década entre os mais jovens. Isso explica porque o jovem as vezes se sente encorajado
em determinadas situações, como para entrar em uma briga ou “chegar” em uma
menina. Sem saber que seu consumo pode levar a dependência, ele ingere a droga
acreditando ser a melhor solução, ou seja, sem estar preparado para as consequências.
Além disso, a mídia faz com que o jovem acredite que seu produto, no caso, a bebida
alcoólica, lhe trará felicidade, explorando a mulher como objeto sexual, mostrando
amigos sempre sorridentes e artistas com grande influência.
O álcool é responsável por inúmeras mortes no Brasil, através de doenças, intoxicações
agudas, acidentes e violência. Ele atinge diretamente o sistema nervoso e atua no
comportamento do ser humano, pode causar também perda de função dos neurônios,
problemas de memória, paralisia de alguns músculos e distúrbios de consciência ou
estado mental (Dallo,2011). Muitas vezes pelo fato do jovem não saber dessas
consequências ele se interessa em consumir por influência de amigos ou até mesmo da
própria família; a falta de diálogo é um importante fator nesse interesse pela bebida,
pois o adolescente pode não ter sido preparado para enfrentar o que lhe é oferecido pelo
mundo.
Longenecker (1998) afirma que o uso de qualquer tipo de droga, além de provocar
efeitos imediatos também pode provocar alterações no organismo do indivíduo pelo
resto da vida. A destruição dos neurônios causada pelas substâncias faz com que a
capacidade de pensar diminua. Doenças psiquiátricas (como depressão, psicose ou
esquizofrenia) são graves consequências do uso de drogas. O usuário também pode
apresentar lesões no fígado, mau funcionamento dos rins e do fígado, desnutrição
causada pelo comprometimento do sistema que regula a fome, além de problemas no
coração.
Existem muitas outras doenças que podem ser causadas pelo uso das drogas, e a sua
gravidade vai depender da quantidade de droga ingerida, que com o passar do tempo,
tende a ser cada vez maior. Estas doenças geralmente começam a se manifestar após
alguns meses do início do uso das drogas.
Diversos são os sentidos ou motivos para o início do uso de drogas na atualidade, pois é
possível estabelecer diferentes modos de relação com as drogas, de modo que nem
sempre quem as usa ou experimenta desenvolve algum problema relacionado à
dependência. Ao longo da história, as substâncias psicoativas estiveram inseridas em
diferentes culturas, possibilitando diferentes vínculos. A maioria dos adolescentes faz
uso de bebidas alcoólicas por motivos “sociais” e pouco relata o enfrentamento como o
principal motivo para tal uso, todavia, estudos apontam outros diferentes motivos para o
uso como a busca pelo prazer, a diversão, a experimentação/curiosidade, a valorização
social/ pertencimento, alívio do tédio, relaxamento, bem como problemas pessoais
(Peres, 1995).
O que também pode acontecer é que no ambiente familiar são os próprios pais que
influenciam os filhos inconscientemente, por exemplo, ingerindo bebida alcoólica em
grandes quantidades na frente do jovem, fazendo com que ele acabe classificando
aquele ato como “normal” mesmo para sua idade, e procure experimentar.
A mídia também pode ser uma grande vilã. Ao exaltar apenas a euforia, a beleza e o
erotismo, as publicidades levam o adolescente a criar a falsa ideia de que tudo se resume
a apenas isso.
3.2 O que Pensam os Jovens
Com o intuito de consolidar nossas pesquisas, realizamos um questionário para analisar
a relação dos jovens de nossa comunidade escolar com as drogas lícitas e a liberdade de
conversar com os pais sobre esse assunto. Cem alunos do Ensino Médio, com idade
entre 14 e 18 anos responderam ao nosso questionário e os dados obtidos estão
mostrados nos gráficos das figuras 1 a 4.
Figura 1: Pesquisa para saber se os jovens conversam com os pais sobre uso de bebidas alcóolicas e outras drogas. Alunos do Ensino Médio. Fonte: Elaboradas pelos alunos do grupo.
Podemos notar no gráfico da figura 1, que a maioria dos jovens (72%) afirma conversar
com seus pais sobre o uso de bebidas e outras drogas. Entretanto, não foi perguntado
sobre o teor e a profundidade dessa conversa. Embora a maior parte ter afirmado que
mantém diálogo com a família, um número considerável (28%) e preocupante desses
jovens não o faz.
Figura 2: Pesquisa para saber se os entrevistados já experimentaram drogas. Alunos do Ensino Médio. Fonte: Elaboradas pelos alunos do grupo.
De acordo com o gráfico da figura 2, nota-se que muitos jovens (71%) já
experimentaram algum tipo de droga. Essa informação nos chama a atenção para o fato
de que o uso de drogas realmente é presente na vida dos adolescentes. Percebe-se
também que a porcentagem de jovens que já experimentaram alguma droga é bem
próxima ao número de jovens que disseram conversar com os pais sobre. Isso chama
muita atenção ao fato de que essas conversas muitas vezes se dão de maneira superficial
e acabam não impedindo o consumo das drogas.
Figura 3: Pesquisa para saber com qual idade teve o primeiro contato com as drogas. Alunos do Ensino Médio. Fonte: Elaboradas pelos alunos do grupo.
Em relação à idade, através do gráfico da figura 3, é possível perceber que a faixa etária
de maior experimentação é entre 13 e 15 anos (50%). Podemos supor que isso ocorre
porque os jovens estão na fase das festas e iniciando o Ensino Médio. Apesar de
pequeno (11%), o número de jovens que tiveram contato com drogas antes dos 13 anos
de idade ainda é preocupante.
Figura 4: Pesquisa para saber o motivo do jovem consumir as drogas. Alunos do Ensino Médio. Fonte: Elaboradas pelos alunos do grupo.
Segundo o gráfico da figura 4, podemos perceber claramente a maioria dos jovens
(79%) utiliza as drogas para ser aceito por amigos, para pertencer a determinado grupo.
A publicidade também influencia, mas a questão social é determinante para o uso.
3.3 Do Lícito ao Ilícito
De acordo com Pechansky (2004), a bebida alcóolica é a droga mais usada pelos
adolescentes. A hipótese dessa realidade é que essa droga é considerada lícita no Brasil
e acaba sendo considerada não tão preocupante. Alguns pais afirmam que o maior
receio sobre o uso do álcool é ser porta de entrada para outras drogas consideradas mais
pesadas, desconsiderando os malefícios causados à saúde, já que é legalmente lícito.
(SANTOS; GANEM, 2014).
Essa preocupação, não é totalmente equivocada, pois se o adolescente inicia o uso do
álcool para se sentir aceito socialmente ou por “vazio interior”, pode buscar outras
drogas para suprir tais necessidades.
O uso de drogas lícitas como a bebida alcoólica normalmente antecede ao uso de outras
drogas, geralmente sendo a maconha a droga eleita na segunda fase de experimentação.
A utilização desta substância tem relação com a idade e o sexo, sendo os homens jovens
os maiores usuários. Entre os usuários da maconha, 50% deles iniciaram pelo álcool. Os
indivíduos que iniciam o consumo de drogas apresentam maior probabilidade de
atingirem graves padrões de dependência química, de acordo com Santos e Ganem
(2014).
Se analisarmos, nem todo usuário de álcool passa a ser usuário de outra droga, porém,
pode ser um facilitador. A bebida alcóolica, muitas vezes, é usada como desinibidor, ou
seja, o adolescente pode se sentir mais encorajado a experimentar outras drogas,
principalmente para ser aceito pelo seu grupo.
Se a bebida for escolhida por esse jovem para ser um “consolo” para os momentos
difíceis, ela poderá ser substituída por uma droga mais pesada no futuro.
Para Santos e Ganem (2014), uma pessoa que nunca tenha experimentado nenhuma
droga lícita, dificilmente usará uma ilícita.
4. CONCLUSÃO
Através de nossas discussões e pesquisas concluímos, que um dos principais fatores da
imersão dos jovens nas drogas é a pressão causada pelos próprios amigos que acabam
influenciando a experimentação.
Apesar de alguns jovens conversarem com os pais sobre as drogas, acreditamos que essa
interação se dá de forma superficial. Além disso, por mais informações que os
adolescentes possam ter sobre os malefícios do álcool, o aspecto social é muito mais
importante do que as consequências à sua saúde.
Não é possível afirmar que as drogas lícitas, como o álcool, podem ser a porta de
entrada para as drogas ilícitas, mas podem ser um facilitador, já que causa desinibição e
sensação de coragem.
Portanto, é preciso que haja uma verdadeira parceria entre família e adolescentes para
que juntos construam suas histórias, fazendo da fase de adolescência uma travessia
menos conturbada para a fase adulta.
REFERÊNCIAS
- ARAÚJO, T. Almanaque das drogas: Um guia informal para o debate racional. 2. ed.
SP: Leya Brasil, 2011.
- DALLO, L. Uso de álcool entre adolescentes escolares: um estudo-piloto1.
Universidade Estadual Paulista, Marília-SP, Brasil. 2011. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/paideia/v21n50/05. Acesso em 09 jul.2016.
- LONGENECKER, Gesina. Como agem as drogas. São Paulo: Quark do Brasil. 1998.
- PECHANSKY,F. Uso de álcool entre adolescentes: conceitos, características
epidemiológicas e fatores etiopatogênicos. Rev Bras Psiquiatria 2004; 26.
- PERES, F. Adolescência: em busca dos sujeitos sociais. São Paulo, 1995. [Tese de
Doutorado, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo]. Disponível em
<http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/viewFile/7018/8487>.Acesso em 02 jul.2016.
- RIGONI, M.S. O consumo de maconha na adolescência e as consequências nas
funções cognitivas. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 267-275, maio/ago.
2007. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a07.pdf>. Acesso em
07 jul.2016.
- SANTOS, C. e GANEM, K. A bebida alcoólica como "porta de entrada" para o
uso de outras drogas psicoativas. Disponível em
<
http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/mostras/vi_mostra/cristina_silveira_moraes_sa
ntos.pdf>. Acesso em 20 jul.2016.
APÊNDICE A
Pesquisa realizada com 100 alunos, entre 14 e 18 anos, do Ensino Médio do Colégio Anglo Cassiano Ricardo.
1º) Você costuma conversar com seus pais sobre o uso de bebidas alcoólicas, cigarro, entre outros?
( ) Sim
( ) Não
2º) Você já experimentou bebida alcóolicas, cigarro, entre outros?
( ) Sim
( ) Não
3º) Com qual idade ocorreu (ou ocorrerá) o primeiro contato com esses produtos?
( ) Antes dos 13 anos
( ) 13 a 15 anos
( ) Após os 15 anos
4º) Na sua opinião, o que mais leva um jovem a consumir bebidas alcóolicas, cigarro, entre outros?
( ) Influência dos pais ou algum parente que já consome as drogas lícitas.
( ) A publicidade desses produtos na televisão, internet e outros meios de comunicação.
( ) Uma forma de inserção em grupos de colegas ou amigos.
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