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23 de março de 2020
Nada escapa da política. Apesar do prestígio
e da aprovação popular do ministro da Saúde,
Luiz Henrique Mandetta, a rejeição à postura do
presidente Jair Bolsonaro ainda ocupa grande
espaço na imprensa e nas redes sociais. Desde a
quinta-feira, o governo diariamente apresenta ações
coordenadas de apoio à população, à economia e
de combate à pandemia. O ruído no front político,
no entanto, parece ser o vento contra para a
população e as instituições. Destacam-se na crise
as ações de grande impacto de empresas como a
Vale, que anunciou a compra de 5 milhões de kits
de teste rápido para identificar em até 15 minutos
infectados pela COVID-19. Lamenta-se, porém, que
Ação com Estados. Em meio a conflitos com governadores, o presidente Jair Bolsonaro divulgou medidas para
auxiliar os governos estaduais durante a pandemia, entre elas, a suspensão da dívida de estados com a União no
valor de R$ 12,6 bilhões.
Idas e vindas. Uma medida provisória publicada na noite de domingo que autorizava a suspensão de contratos de
trabalho entre empresas e funcionários e o consequente não pagamento de salários provocou mais uma crise no governo.
Memes e ironias têm apelo quase irresistível para as massas nas redes. Mas o humor na internet também pode
indicar a gravidade do momento. O brasileiro, de acordo com essa lógica, acordou para o problema. Entre 0h de
sábado e 23h59min de domingo, conteúdos sobre prevenção e confinamento representam 57% das menções coletadas. Esse conteúdo “sério” era de apenas 18% nos dias 14 e 15/03.
O humor, que representou 44% das publicações na semana passada, agora não ultrapassa os 14%. Questões políticas continuam com grande importância no cenário. Bolsonaro foi citado diretamente em 21% dos conteúdos. Outro
termo que gerou grande atenção foi “Itália”, atingindo 13% do total, demonstrando a preocupação do brasileiro com
o aumento dos casos de contágio e morte no país europeu.
Gráfico 1 - Termos mais mencionados nos dias 21 e 22/03 Gráfico 2 - Palavras mais citadas nos dias 14 e 15/03.
Força-tarefa. Governo Federal deve antecipar formatura de estudantes de medicina. Ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, afirmou que médicos residentes serão treinados para combater o coronavírus.
São Paulo. Começa amanhã, 24, quarentena determinada pelo Governo para 645 municípios do Estado. Serão 15
dias iniciais com possibilidade de prorrogação. Prefeitura da capital já avalia internação de pacientes em hotéis.
Rio de Janeiro. Prefeitura anunciou a disponibilização de abrigos para moradores de rua e de hotéis para idosos que
não podem ficar com suas famílias de forma segura.
Minas Gerais. Expominas, Mineirão e Othon Palace vão servir de hospital de campanha em Belo Horizonte. Os
espaços serão destinados para ampliar a capacidade geral de atendimento em saúde na capital mineira, não
necessariamente somente aos casos de coronavírus.
Brasília. Estádio Mané Garrincha será hospital de campanha e centro de triagem durante pandemia. Termo de
cooperação entre Governo do Distrito Federal e Arena BSB foi assinado no último domingo.
Nordeste. Na Paraíba, Governo do Estado anunciou implantação de mais 300 leitos de UTI. Já em Fortaleza, um
hospital de campanha será montado no Estádio Presidente Vargas. Estrutura já começou a ser montada na tarde
de hoje e terá 204 leitos.
Fato ou Fake. O Ministério da Saúde lançou um canal via WhatsApp para receber denúncias de supostas fake news. Uma
equipe de especialistas vai apurar a informação e, após a verificação, a pessoa receberá uma mensagem dizendo se a
notícia é fake ou não. A informação também será publicada no portal Saúde Sem Fake News.
Sistema falho. Matéria da Folha de S. Paulo joga luz sobre realidade vivida por enfermeiros e profissionais de saúde em
meio à epidemia de coronavírus. Falta de EPIs e protocolos de atendimento têm preocupado quem está na linha de
frente da guerra contra o vírus.
A crise gerada pelo novo coronavírus interrompeu o ciclo de recuperação da indústria brasileira que, em janeiro de 2020,
já demonstrava faturamento em trajetória de alta.
Pesquisa aponta que cerca de 70% das empresas do ramo de elétrica e eletrônica já apresentam problemas com o
abastecimento de componentes produzidos majoritariamente na China, prejudicando, assim, a produção nacional de
veículos, máquinas e equipamentos.
Ainda no setor automotivo, muitas marcas já tiveram suas produções impactadas e começam a tomar medidas: a Chevrolet
colocará trabalhadores em recesso e a Mercedes-Benz vai interromper a fabricação de caminhões e utilitários. Nos dois
casos, há estoques suficientes. Outras montadoras, como Toyota e Volkswagen, assim como diversos fornecedores de
autopeças do Grande ABC, também deverão interromper atividades para a quarentena.
Leitos extras em São Paulo. O prefeito Bruno Covas vem
acompanhando de perto as obras dos 2 mil leitos extras
de UTI que serão criados no estádio do Pacaembu e no
Complexo do Anhembi. Com previsão de entrega em
cinco dias, as estruturas serão administradas pelo Hospital
Albert Einstein.
O que ficou. A MP permite, por exemplo, que empregados fiquem “devendo” férias e feriados. Outro texto vai propor
a redução de 50% dos salários e da jornada. Por ser uma medida provisória, ela precisa ser aprovada no Congresso
em até 120 dias.
Capenga. O presidente do Congresso, Rodrigo Maia, avaliou o texto da MP como “capenga” e disse que vai propor
alterações. Ele também sugeriu a criação de um “orçamento de guerra” para tratar da pandemia.
Popularidade. Pesquisa do Datafolha divulgada hoje aponta que governadores são mais bem avaliados que o
presidente pela forma como vêm lidando com a crise. Enquanto 54% aprovam as medidas dos líderes estaduais,
35% dão nota positiva para Jair Bolsonaro.
Política
Pandemia Levada a Sério
Iniciativas Públicas
Saúde em Pauta
Um Olhar Sobre a Indústria
Enquanto isso, em Tóquio...
Recuo. A revolta nas redes sociais foi gigante e, quatro
horas após tuitar que o governo ajudaria os trabalhadores
nesse período, Bolsonaro avisou que revogou o item que
tratava sobre o rompimento de contratos. Paulo Guedes
chamou de “erro de redação”.
Vacinação. Começou hoje a campanha nacional de
vacinação contra a gripe que, na primeira fase, destina-se a
idosos e profissionais de saúde. A ação foi antecipada para
ajudar na identificação de pacientes com coronavírus.
Bárbara Furtado, gerente médica de vacinas da GSK, explica que a decisão de antecipação da vacinação pelo
governo é acertada. “A decisão vai auxiliar profissionais
de saúde a descartarem os casos graves de influenza na
triagem e acelerarem o diagnóstico para o coronavírus”.
Twitter / Jair M. Bolsonaro
Danilo Verpa / Folhapress
Ale Vianna/Altaphoto/Estadão Conteúdo
As informações incluídas neste documento são públicas e foram produzidas por uma célula de especialistas da InPress Porter
Novelli que vem acompanhando de perto a evolução do coronavírus. Sinta-se à vontade para compartilhar em suas redes!
Nossa agência pode auxiliar na preparação de estratégias que melhor se adequem ao seu negócio. Conte com a gente e,
qualquer dúvida, escreva para atendimento.saude@inpresspni.com.br.
nomes importantes no combate ao vírus, como o
infectologista David Uip, líder do comitê de crise do Governo de São Paulo, seja mais um caso confirmado no país.Esse é o resumo da segunda-feira, 23 de março.
Twitter / João Doria
O setor menos impactado até o momento é o de alimentos.
As indústrias de aves e suínos não têm planos para cortar
produção ou dar férias coletivas a trabalhadores, ainda
que a crise esteja alterando hábitos de consumo.
Na tentativa de minimizar efeitos da crise no ambiente industrial, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) apresentou
ao Executivo e ao Legislativo um conjunto de 37 propostas emergenciais, concentradas nas áreas de tributação, política
monetária, financiamento, regulação e legislação trabalhista.
Dominique Patton/Reuters
Jogos Olímpicos. Enquanto grande parte das
competições esportivas foi cancelada ou segue adiada,
o dilema sobre os Jogos Olímpicos deste ano continua.
Pressionado por atletas e dirigentes, o Comitê Olímpico
Internacional (COI) se reuniu às pressas e estipulou
prazo de até quatro semanas para apresentar a decisão
concreta sobre o adiamento (ou não) do evento, ainda
marcado para iniciar em julho. Segundo Dick Pound,
membro do COI, os Jogos serão adiados para 2021, mas essa ainda não é uma decisão oficial.
Pressão. A movimentação no Japão veio após alguns comunicados importantes de entidades internacionais:
Canadá já anunciou que não enviará atletas; na Austrália, a entidade responsável pelo esporte orientou que
competidores devem se preparar para 2021, considerando o adiamento; já a Noruega recomendou a não-participação
aos seus atletas. O Brasil também manifestou preferência pelo adiamento.
Mobilização global. Pesquisa divulgada hoje pelo New York Times mostra que 78% dos competidores do atletismo
querem o adiamento da Olimpíada. Foram ouvidos 4.000 atletas, em seis continentes. 87% deles apontam que estão
com treinamentos prejudicados por conta da crise.
REUTERS/Athit Perawongmetha)
Atividade essencial. O Governo Federal incluiu a imprensa em decreto que define as atividades consideradas essenciais
durante a pandemia. O objetivo é garantir que profissionais do setor possam circular livremente, sem prejuízo para a
cobertura.
Em apoio ao Brasil. Decisões de grandes empresas têm impacto decisivo nos desdobramentos de crises como a do
coronavírus. A Vale anunciou no domingo a compra de 5 milhões de kits de teste rápido, com resultado em 15 minutos,
para diagnóstico da infecção pela COVID-19. O material começa a ser entregue pelos fornecedores chineses na sexta-
feira, 27. Também da China virão lotes de equipamento de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde no Brasil.
Logística. O primeiro lote de 1 milhão de kits deve chegar ao Brasil na semana seguinte ao recebimento da carga na
China. A empresa e autoridades brasileiras estão empenhadas em acelerar o desembaraço da mercadoria para rápida
distribuição pelo governo federal. Os demais 4 milhões de kits chegarão até meados de abril.
Cobertura. Até o sábado, haviam sido distribuídos no país 27 mil kits de testagem. O governo federal anunciou que
pretende distribuir, ao todo - considerando a doação da Vale - 10 milhões de testes.
Nos países. Para entender o volume de testes e o desempenho nos países, o portal Our World in Data disponibilizou
gráficos e uma base de dados extraídos da Organização Mundial da Saúde.
A Ame Digital, em parceria com a ONG Ação da Cidadania, Médicos Sem Fronteira e a Cruz Vermelha, promove
campanha para arrecadação de fundos que serão revertidos em doações a comunidades impactadas pelo COVID-19
no Brasil. Os valores serão destinados a ações emergenciais, compra de cestas básicas e atendimento preventivo. A AME
dará 50% de cashback para quem doar pelo aplicativo, com limite máximo de 15 reais de cashback por usuário.
Além de fazer a sua parte para evitar a disseminação da COVID-19, que é permanecer em casa e seguir todas as orientações
de higiene e limpeza das autoridades sanitárias, é fundamental também cuidar da sua saúde mental. Veja 4 dicas que
podem ajudar nesse momento:
Mídia
Impacto positivo
Saúde Mental
Informação responsável. A competição pelo furo e pela
diferenciação nas manchetes tiveram seu momento
de pausa. Jornais impressos e digitais unificaram suas
primeiras páginas como parte de uma campanha lançada
pela Associação Nacional de Jornais (ANJ). Os veículos
também vão exibir em suas páginas o banner “Juntos vamos derrotar o vírus: unidos pela informação e pela responsabilidade”, incentivando o uso da hashtag
#imprensacontraovírus. Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Filtre as informações que recebe. A quantidade e a qualidade das notícias que consome precisa
ser balanceada. Caso perceba que o volume de informações está causando preocupações além do
normal, pare um pouco e faça atividades que tragam bem-estar. Pratique a resiliência. Encare a situação atual de forma realista, mas mantenha a calma. Lembre-se de que se trata de um momento crítico, sim, que merece cuidados rígidos, mas que não vai durar para sempre.
Estabeleça uma rotina. Para que seu dia seja mais organizado, produtivo e tranquilo, tente realizar as suas tarefas nos mesmos horários de antes e inclua também uma rotina de autocuidado: meditar,
movimentar o corpo e se alimentar de forma saudável.
Não interrompa seus tratamentos. É importante que você mantenha em dia seus tratamentos e
medicações. Se perceber algum sintoma atípico, entre em contato com seu médico, com o Disque Saúde (136) ou com os canais de atendimento de seu seguro saúde.
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