ortognaisses peraluminosos associados ao grupo … · 2015-02-09 · por biotita metagranito...
Post on 19-Apr-2020
5 Views
Preview:
TRANSCRIPT
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 672
ORTOGNAISSES PERALUMINOSOS ASSOCIADOS AO GRUPO ARAXÁ NA REGIÃO DE ROCHEDO, GOIÁS
Guillermo Rafael Beltran NAVARRO1; Antenor ZANARDO
1; Fabiano Tomazini da
CONCEIÇÃO2
(1) Departamento de Petrologia e Metalogenia (DPM), Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE), Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Endereço: Av. 24 A nº 1515. Bairro: Bela Vista. Rio Claro. UF: São Paulo. CEP: 13506-
900. Endereços eletrônicos: navarro@rc.unesp.br, azanardo@rc.unesp.br.
(2) Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento (DEPLAN), Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE),
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Endereço: Av. 24 A nº 1515. Bairro: Bela Vista. Rio Claro. UF:
São Paulo. CEP: 13506-900. Endereços eletrônicos: ftomazini@rc.unesp.br.
Introdução
Geologia local
Petrografia Geoquímica
Discussão e conclusões Agradecimentos
Referências bibliográficas
RESUMO - Nos metassedimentos do Grupo Araxá, na região sul de Goiás, ocorrem numerosos corpos graníticos gnaissificados.
Duas dessas ocorrências encontram-se localizadas nos arredores do distrito de Rochedo, município de Piracanjuba. Estas duas
ocorrências mostram composição peraluminosa, cálcio-alcalina e são classificadas como do tipo-S e/ou MPG. Esses corpos
ortognaissicos apresentam baixos a médios teores de álcalis, enriquecimento em elementos litófilos de raio iônico grande (Cs, Th, U,
Ba, Rb, K) e ETRL em relação a ETRP e a elementos de alto campo de força (Zr, Y, Nb, Ta, Hf). Apresentam ainda anomalias
negativas de Nb, Ta, P e Ti, semelhantes à composição química de magmas gerados em arcos magmáticos. A semelhança
geoquímica nos padrões de distribuição de LILE, HFSE, ETR e a presença de anomalias de Nb, Ta, P e Ti em amostras de
metassedimentos do Grupo Araxá e dos ortognaisses, sugerem que os ortognaisses Rochedo derivam da fusão parcial dos
metassedimentos do Grupo Araxá. Os dados geoquímicos e isotópicos para rochas da região, em congruência com o contexto
geológico, indicam que a fonte dos metassedimentos são rochas formadas em arcos magmáticos e que eles foram depositados em
bacias tipo antearco, desenvolvidas nas margens de arcos de ilhas neoproterozoicos.
Palavras chaves: Faixa Brasília, Grupo Araxá, ortognaisses peraluminosos, geoquímica.
ABSTRACT - In the Araxá Group metasediments in southern Goiás, there are occurences of numerous gnaissified granitic bodies.
Two of these occurrences are located near Rochedo district, municipality of Piracanjuba. These two occurences show peraluminous,
calc-alkaline composition, and are classified as S-type and/or MPG. These orthogneissic bodies have low to medium levels of alkalis,
enrichment in large ion lithophile elements (Cs, Th, U, Ba, Rb, K), and LREE relative to HREE and to high field strength elements
(Zr, Y , Nb, Ta, Hf). They also show negative anomalies of Nb, Ta, P and Ti, similar to the chemical composition of magmas
generated in magmatic arcs. The geochemical similarity in the distribution patterns of LILE, HFSE, REE and the presence of
anomalies of Nb, Ta, P and Ti in samples of the Araxá Group metasediments and of the orthogneisses suggest that the Rochedo
orthogneisses derived from partial melting of Araxá Group metasediments. The geochemical and isotopic data for rocks of the
region, in congruence with the geological context, indicate that the source rock of these metasediments were formed in magmatic
arcs and that they were deposited in backarc type basins, developed on the margin of the Neoproterozoic island arcs.
Keywords: Brasília Belt, Araxá Group, peraluminous orthogneisses, geochemistry.
INTRODUÇÃO
No estado de Goiás, a Zona Interna da
Faixa Brasília (FUCK, 1990) é
tectonoestratigraficamente constituída de leste
para oeste pelo Grupo Araxá, Complexo
Anápolis-Itauçu, Grupo Araxá, Arco
Magmático de Goiás (Figura 1) e sequências
metavulcanossedimentares associadas.
O Grupo Araxá foi definido
inicialmente por Barbosa (1955) na região de
Araxá, estado de Minas Gerais, sob a
denominação de Série Araxá. O referido autor
incluiu nesta unidade um conjunto de
metassedimentos “de caráter eugeossinclinal”,
onde predominam biotita xistos, comumente
granatíferos, que se alternam com camadas
quartzíticas e, localmente com lentes de
gnaisses, mármores calcíticos e/ou dolomíticos,
anfibolitos e metabasitos; sendo intrudido por
rochas graníticas, rochas máficas e
ultramáficas. Posteriormente Barbosa et al.
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 673
(1966) no Projeto Araguaia e Barbosa et al.
(1969) no Projeto Brasília – Goías estendem a
“Série Araxá”, que foi definida no planalto
araxaense, para o estado de Goiás. Barbosa et
al. (1970) restringiram o significado de “Grupo
Araxá” para xistos com duas micas e com
granada, rutilo, zircão, turmalina, cianita e
estaurolita, intercalados por quartzitos, por
vezes ferríferos, e anfibolitos; estendendo essa
denominação até a parte central do estado de
Goiás. Embora ocorram variações no
empilhamento do Grupo Araxá ao longo de sua
extensão, este é constituído dominantemente
por quartzitos micáceos e xistos (calci-xisto,
muscovita-quartzo xisto, muscovita-clorita
xisto, biotita-granada xisto, estaurolita xisto e
xistos feldspáticos) localmente com lentes de
gnaisse, anfibolito, metaultramáfica e
retroeclogito. Na base desta unidade de xistos
ocorrem, frequentemente, paragnaisses com
biotita e hornblenda. Em muitas regiões, em
associação com os micaxistos do Grupo Araxá
ocorrem rochas metavulcânicas (metabasaltos,
meta-andesitos e metariolitos).
Figura 2
3
0 km 50 km
Goiânia
Trindade
Piracanjuba
Varjão
Pontalina
Morrinhos
Cromínia
Caldas Novas
Área de estudo
3
3
3
3
1
1
1
2
4
4
5
2
2
2
2
2
6
7
7
6
6
22
2
16 45’o
48 11’o
17 40’o
49 35’o
2
2
Mairipotaba
3
2
2
22
Escala
3
Bloco Paranapanema
Granitos
Arco Magmático de Goiás
Sequências metavulcanossedimentares:
Grupo Araxá
Complexo Anápolis-Itauçu
FAIXA BRASÍLIAZona Interna
: tipo Ipameri (1), tipo Piracanjuba (2), tipo Aragoiânia (3)
(4) Maratá, (5) Rio Veríssimo, (6) Silvânia, (7) Anicuns-Itaberaí.
Zona Externa
Grupo Paranoá
Figura 1. Mapa geológico esquemático da Faixa Brasília na porção sul de Goiás (modificado de Lacerda Filho et al.,
1999).
A presença de lentes de rochas
metamáficas (anfibolito, granada anfibolito,
anfibólio xisto), com características
geoquímicas e isotópicas de basaltos oceânicos
(do tipo E-MORB), também ocorrem
associadas aos metassedimentos do Grupo
Araxá, e são interpretadas como fragmentos de
crosta oceânica (SEER et al., 2001). A
ocorrência de corpos metaultramáficos
(serpentinito, actinolita xisto, clorita xisto e
talco xisto, localmente com lentes de cromita
podiforme associadas), tectonicamente
intercaladas nos metassedimentos do Grupo
Araxá, são interpretados como restos de
assoalho oceânico, assumindo características de
mélange ofiolítica (DRAKE JR., 1980;
STRIEDER & NILSON, 1992), obductada para
cima da margem continental da Placa São
Franciscana por nappes, transportadas de W
para E (VALERIANO et al., 2004).
Quantidades significativas de corpos
graníticos gnaissificados ocorrem por toda a
extensão do Grupo Araxá em Goiás (Figura 1).
Lacerda Filho et al. (1999) cartografaram os
corpos que ocorrem no Grupo Araxá sob a
denominação de granitóides sin-tectônicos tipo
Aragoiânia e Ipameri e sin- tardi-tectônicos tipo
Rio Piracanjuba. Estes correspondem a uma
série de plútons graníticos, geralmente
milonitizados, de dimensões variadas, com uma
ampla distribuição geográfica no estado de
Goiás, encaixados principalmente nos
metassedimentos do Grupo Araxá.
Os granitóides tipo Ipameri (Figura 1)
são sin-tectônicos, em relação à principal
deformação das supracrustais do Grupo Araxá
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 674
(LACERDA FILHO et al., 1999), posicionados
em zonas miloníticas, exibindo variados
estágios de deformação, desde protomilonitos
até ultramilonitos. Apresentam caráter ácido
metaluminoso a peraluminoso e exibem
mineralizações de cassiterita. São classificados
como do tipo-S e do tipo-A e são interpretados,
em parte, como derivados da fusão de rochas
metassedimentares do próprio Grupo Araxá
(LACERDA FILHO & OLIVEIRA, 1995;
PIMENTEL et al., 1999; KLEIN, 2008). Dados
isotópicos Sm/Nd e U/Pb associam esses
granitos a um evento extensional continental
ocorrido entre 770-800 Ma e a um evento
colisional ocorrido a 660-630 Ma (PIMENTEL
et al., 1999; KLEIN, 2008).
Os granitos tipo Aragoiânia (Figura 1)
correspondem um conjunto de corpos
graníticos, peraluminosos do tipo-S, sin-
tectônicos, de coloração cinza claro, granulação
fina a média, ás vezes com textura milonítica a
ultramilonítica. São constituídos principalmente
por plagioclásio (oligoclásio), feldspato
potássico, quartzo, biotita e granada, e
caracterizados como biotita-muscovita
metagranitos a metagranodioritos. Esses
granitos encontram-se encaixados
preferencialmente nas rochas do Grupo Araxá,
concordantes com a foliação S2 desses
metassedimentos (LACERDA FILHO, 1989).
Estudos geocronológicos realizados por
Tassinari et al. (1988), através do método Rb-
Sr, forneceram uma idade de 900 Ma para essas
rochas.
Os granitóides tipo Rio Piracanjuba
(Figura 1) constituem uma série de granitóides
crustais porfiríticos, de composição granítica a
tonalítica, leuco a mesocráticos, de filiação
calcioalcalina, distribuídos na porção centro-sul
do estado; alojados principalmente no
Complexo Anápolis-Itauçu. São representados
por biotita metagranito pórfiro,
metagranodioritos e metatonalitos, que se
encontram posicionados ao longo de zonas de
cisalhamento dúcteis, desenvolvendo estruturas
protomiloníticas, miloníticas e ultramiloníticas;
que lhes conferem, na maioria das vezes, um
bandamento gnáissico. Datações pelo método
Rb-Sr (TASSINARI et al., 1988) revelaram
isócronas com idade 1.300 Ma e alta razão
inicial, com valores de 0,7105, indicando a
origem crustal desses corpos.
GEOLOGIA LOCAL
O Grupo Araxá na região de Rochedo
(Figura 2) é constituído, principalmente, por
metassedimentos pelíticos e por
metassedimentos psamo-pelíticos, agrupados
informalmente sob a denominação de unidade
xistosa e unidade quartzítica (Figura 2). A
unidade xistosa é a mais expressiva na área
mapeada e é constituída por uma seqüência de
granada-muscovita-biotita xistos, granada-
biotita xisto, granada-muscovita-biotita-quartzo
xisto, granada-biotita-quartzo xisto e mais
raramente granada-muscovita-biotita-xistos
com cianita e estaurolita, normalmente com
veios e/ou lentes de quartzo associados. Essas
rochas, por vezes são feldspáticas, chegando a
constituir paragnaisses. As rochas, desta
unidade, são leucocráticas a mesocráticas;
apresentam texturas lepidoblásticas a
granoblásticas e granulação fina a média. Em
alguns locais, ocorrem associados aos xistos
lentes de anfibolitos homogêneos, com textura
nematoblástica, granulação média a grossa e
foliação marcada pela orientação dos cristais de
anfibólios, paralela à foliação principal. As
dimensões dessas lentes variam de
centimétricas a métricas. Ocorrem ainda nos
xistos, pequenos bolsões pegmatóides,
granoblásticos, constituídos por quartzo-
feldspato-biotita, de dimensões variadas.
A unidade quartzítica constitui uma
faixa orientada no sentido E-W, que ocorre na
porção norte da área. Esta unidade é constituída
por uma associação de quartzito puro e
micáceo, com ou sem granada e cianita
(quartzitos micáceos e mica-quartzo xistos),
intercalados por granada-muscovita-biotita
xisto e/ou granada-biotita-muscovita xisto, que
se estende no sentido W-E. Estratigraficamente,
da base para o topo, esta seqüência é
constituída por muscovita-quartzo xisto,
granada-muscovita-biotita xisto, muscovita
quartzito, localmente os xistos ficam ricos em
plagioclásio formando pequenas porções
gnáissicas (pequenas camadas e/ou lentes de
muscovita gnaisse e granada-biotita/muscovita
gnaisse). A porção intermediária desta
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 675
seqüência é constituída predominantemente por
quartzito e quartzito micáceo, com espessuras
métricas e intercalações centimétricas a
métricas de biotita-muscovita xisto, com ou
sem granada. Entre as camadas métricas de
quartzito ocorrem intercalações de xistos
pelíticos (granada-biotita xisto, granada-
muscovita xisto, que podem gradar para
gnaisse). Essas camadas apresentam
intercalações decimétricas a centimétricas de
quartzito e quartzito micáceo.
Rochedo
8084.000
692.000688.000684.000680.000
8080.000
8076.000
692.000688.000684.000680.000
8084.000
8080.000
8076.000
LEGENDA
Ortognaisses Rochedo
Metaultramaficas
Quatzitos e xistos Xistos e Paragnaisses
Grupo Araxá
0 km 4 km
Escala
50º
16ºGoiânia
BRASIL
Area de estudo
Rochedo
R6R7
R8
R9
R10
R11
R1R2R3R4R5
Amostras analisadas Cidade
Rio
Meia
Po
nte
Figura 2. Mapa geológico esquemático da área de estudo (modificado de Lacerda Filho et al., 1999).
A unidade quartzítica grada, em direção
ao topo da seqüência, para uma seqüência de
intercalações de ortoquartzito e quartzito
micáceo, muscovita-biotita xisto e biotita xisto,
com ou sem granada. Existem porções
quartzíticas homogêneas e/ou bandadas, onde
aparecem leitos marcados por porções mais
micáceas e menos micáceas e por intercalações
xistosas. Os quartzitos apresentam granulação
média a fina, textura granoblástica, localmente
lepidoblástica.
Diversas ocorrências de rochas
metaultramáficas ocorrem alojadas no Grupo
Araxá na região. A principal ocorrência
localiza-se a sul das cidades de Mairipotaba e
Cromínia, estendendo-se por uma faixa de pelo
menos 20 km de comprimento por até 2 km de
largura. Corresponde a uma faixa
alongada/lenticular, com direção W-E,
constituída por serpentinito ao qual se associam
talco xisto e clorita xisto. As porções mais
espessas das ocorrências de metaultramáficas
apresentam um zoneamento composicional, que
da borda para o centro, varia de clorita xisto,
magnetita-clorita xisto, talco-clorita xisto, talco
xisto e, às vezes, turmalina-clorita xisto, para
serpentinito, com porções de clorita e talco
xisto no centro (NAVARRO & ZANARDO,
2005).
Quimicamente, os metassedimentos do
Grupo Araxá na região apresentam composição
peraluminosa, enriquecimento em elementos
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 676
litófilos de raio iônico grande em relação a
elementos de alto campo de força e elementos
terras raras, mostrando anomalias negativas de
Nb, Ta, Sr, P e Ti (Navarro et al. 2013). Dados
isotópicos Sm/Nd – idades modelo (TDM) entre
1,04 – 1,51 e 1,76 – 2,26 Ga – e U/Pb
(predomínio de zircões com idades < 900 Ma)
sugerem que esses metassedimentos têm como
principal fonte rochas de idade neoproterozoica.
As características químicas e isotópicas dos
metassedimentos da região sugerem que a fonte
destes são rochas formadas em arcos
magmáticos e que eles foram depositados em
bacias tipo antearco, desenvolvidas nas
margens de arcos de ilhas neoproterozoicos
(Navarro et al., 2013).
As associações minerais relacionadas ao
pico metamórfico na região são típicas da fácies
anfibolito médio a superior caracterizadas por:
biotita + plagioclásio + granada + anfibólio;
biotita + plagioclásio + granada; granada +
plagioclásio + biotita + (estaurolita) + (cianita),
(cianita) + biotita + plagioclásio + granada,
todas contendo quartzo e muscovita, sendo
rutilo e ilmenita os principais óxidos
associados.
O retrometamorfismo, de caráter
regional é caracterizado por:
(i) crescimento de clorita sobre biotita e
granada, por vezes substituindo boa parte dos
grãos;
(ii) grandes grãos de muscovita dispostos de
forma aleatória sobre a foliação principal e,
(iii) saussuritização do plagioclásio.
(iv) nas rochas ultramáficas pela associação de
serpentina + talco + clorita, clorita + talco.
As associações evidenciam variação das
condições metamórficas da fácies anfibolito
para a fácies xisto verde. O retrometamorfismo
é resultante do equilíbrio mineral sin- a tardi-
Dn, pois os minerais formados nessa fase
encontram-se deformados e parcialmente
orientados.
O ápice metamórfico registrado para as
rochas do Grupo Araxá é correlacionável à fase
deformacional Dn (regional). Associações
mineralógicas retrometamórficas, geradas sin-
tardi- desenvolvimento da foliação principal
(Sn) evidenciam variação das condições
metamórficas da fácies anfibolito para a fácies
xisto verde. Os dados termobarométricos
mostram que o pico metamórfico ocorreu a
610ºC e ~10 kbar, em condições de pressão
mais elevada do que o metamorfismo
barroviano típico (Navarro et al., 2009, 2011).
A trajetória P-T inferida é horária, típica de
cinturões colisionais semelhante às observadas
em outras partes da Faixa Brasília (Navarro et
al., 2009, 2011).
Corpos graníticos deformados e
gnaissificados, denominados informalmente de
ortognaisses Rochedo (agrupados sob a
designação de Granitóides tipo Aragoiânia,
segundo Lacerda Filho et al., 1999; Moreira et
al., 2008), ocorrem intercalados no Grupo
Araxá, na região de Rochedo. Os corpos são
alongados na direção E-W e concordantes com
a foliação principal (Figura 2).
Petrograficamente são constituídos por biotita-
muscovita ortognaisse tonalitico a
granodioritico, muscovita-biotita ortognaisse
tonalitico a granodioritico e muscovita
ortognaisse tonalitico a granodioritico.
PETROGRAFIA DOS ORTOGNAISSES DA REGIÃO DE ROCHEDO
As amostras dos ortognaisses Rochedo
analisadas apresentam características
mineralógicas e texturais semelhantes. São
rochas anisotrópicas, com estrutura gnáissica,
marcada por bandamento descontínuo e
aspecto blastomilonítico. A estrutura
gnáissica é homogênea pouca a bem
desenvolvida, marcada pela orientação de
filossilicatos, epidoto, agregados de quartzo e
secundariamente pelos outros minerais. A
textura é granoblástica orientada,
dominantemente lobulada, inequigranular,
localmente porfirítica, de granulação fina a
média, contendo difusos domínios
lepidoblásticos. A granulação média destas
rochas é da ordem de 0,2 a 0,7 mm, sendo que
os maiores cristais, esporadicamente podem
atingir 1 a 2 mm. A foliação é marcante e
constituída pela orientação de domínios
lenticulares descontínuos granoblásticos e
lepidoblásticos e por trilhas de minerais
opacos e de minerais micáceos.
Mineralogicamente são constituídos por
plagioclásio (oligoclásio/andesina e
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 677
subordinadamente por albita), microclínio,
quartzo, biotita e muscovita, com sericita,
epidoto, titanita, zircão, allanita, apatita, e
minerais opacos como acessórios. As
variações nas proporções entre os minerais
constituem muscovita-biotita ortognaisse,
biotita-muscovita ortognaisse e muscovita
ortognaisse tonaliticos a granodioriticos.
O microclínio ocorre intersticialmente,
junto ao plagioclásio e ao quartzo nas porções
granoblásticas, ocorre também como
inclusões no plagioclásio e mais raramente
como cristais maiores (de até 1,1 a 2 mm), às
vezes, ocorrem envoltos por agregado
policristalinos constituídos basicamente por
albita com granulação média inferior a 0,3
mm. É anedral a subedral. Os cristais maiores
(porfiroclastos) são normalmente tabulares
(subeudrais) a anedrais e ocorrem orientados,
com ou sem extinção ondulante, recuperação
e recristalização. É localmente pertítico e
exibe geminação em grade nítida a incipiente.
A quantidade de feldspato potássico
observada nas lâminas varia entre menos que
5% a 30%.
O plagioclásio (oligoclásio/andesina)
constitui cristais subtabulares (subedrais na
maioria dos casos) a irregulares, com
dimensões variando entre 0,4 a 0,7 mm, com
os limites pouco modificados por processos
tectônico metamórficos. Os cristais
apresentam ou não geminação (tipo Albita,
Periclina e Carlsbad) bem a mal definida,
frequentemente possui inclusão de quartzo
arredondado a irregular e, às vezes, leve
extinção ondulante, recuperação fina e
recristalização nas bordas. Os cristais estão
parcialmente substituídos por muscovita fina
e/ou sericita, que ocorre na forma de palhetas
tabulares. Estes filossilicatos estão dispostos
de forma caótica ou com leve controle
cristalográfico do plagioclásio (clivagens ou
geminação). O plagioclásio mostra ter sido
corroído por feldspato potássico, que além de
englobar aparece no interior do plagioclásio,
na forma de manchas irregulares a
retangulares, localmente, controlados por
linhas de crescimento gerando texturas
antipertíticas de corrosão. O plagioclásio sin-
a pós-cinemático, de natureza sódica (albita)
constitui agregados de cristais pequenos
dispostos intersticialmente ou na borda do
feldspato potássico. A quantidade de
plagioclásio nas lâminas descritas varia de 30
a 50%.
O quartzo ocorre sob a forma de
pequenos cristais formando agregados
policristalinos, intersticiais, ligeiramente
inequidimensionais gerando leve orientação.
É anedral e apresenta limites lobulados,
localmente engrenados. Os maiores cristais,
raramente atingem 1 mm e a granulação
média fica entre 0,2-0,7 mm. Normalmente
apresenta extinção ondulante leve a moderada
acompanhada de recuperação difusa e nítida.
A quantidade de quartzo varia de 25 a 40%
nas lâminas descritas.
A muscovita constitui de 4 a 5% do
volume podendo esporadicamente chegar a
7%. Constitui palhetas pequenas, lenticulares
a subtabulares que podem chegar a atingir
dimensões entre 1 a 1,2 mm, normalmente os
cristais possuem dimensões entre 0,3 a 0,6
mm. Os cristais estão dispostos de forma
pouco orientada e chegam a formar difusas
trilhas paralelas a foliação. Os cristais
maiores (da ordem de 1-1,2 mm) são
anedrais, ocorrem dispersos pela lâmina,
estão pouco orientados e mostram fraco
pleocroísmo. Vários cristais possuem opacos
pulverulentos nos planos de clivagem
evidenciando tratar-se de produto de alteração
de biotita. Alguns cristais estão dispostos
intersticialmente em associação com biotita e
plagioclásio gerando agregados lenticulares
e/ou leitos/lâminas descontínuas bem
orientadas.
A biotita forma palhetas subtabulares
a irregulares, raramente tabulares,
normalmente com tamanhos médios da ordem
de 0,3 a 0,7 mm, localmente podendo atingir
cerca de 1,1 mm. Ocorre formando trilhas e
difusas concentrações. De modo geral, está
distribuída mais ou menos homogeneamente e
apresenta cor marrom a marrom amarelada.
Alguns cristais estão parcialmente corroídos
por muscovita e epidoto. Vários cristais
possuem opacos pulverulentos inclusos às
vezes nos planos de clivagem.
Secundariamente mostra alteração para
hidróxidos/óxidos de ferro e representa de 5%
a 10% do volume da rocha.
O epidoto ocorre sob a forma de
cristais pequenos (com dimensões médias da
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 678
ordem de 0,2 a 0,3 mm), irregulares a
prismáticos (anedrais a subedrais), dispostos
intersticialmente e sobre outros minerais, em
especial sobre o plagioclásio. Frequentemente
engloba allanita metamíctica, exibe feições de
corrosão, e chega a constituir mais de 2% do
volume da rocha. Os cristais de maiores
dimensões e a maior quantidade aparecem
associados aos planos de maior deformação
(septos) em associação com filossilicatos,
chegando a formar cristais ou agregados bem
alongados e orientados, com a mesma
orientação do plano de deformação.
Os minerais acessórios mais comuns
nestas rochas são sericita, titanita, zircão,
minerais opacos, allanita e apatita. Formam
cristais pequenos a minúsculos, euedrais a
anedrais, dispersos pela lâmina e não chegam
a representar 3% do volume da rocha. A
titanita ocorre dispersa pela lâmina
constituindo cristais euedrais a anedrais, com
dimensões médias de ~0,3 mm. O zircão
ocorre disperso pela lâmina, é minúsculo
(com dimensões médias <0,2 mm), anedral a
subedral, raramente euedral. A allanita ocorre
no interior do epidoto sob a forma de massa
amorfa, normalmente subelíptica de cor
amarelo alaranjado a marrom. Os opacos
ocorrem sob a forma de raras pontuações
associadas ao epidoto e biotita.
GEOQUÍMICA DOS ORTOGNAISSES DA REGIÃO DE ROCHEDO
Foram selecionadas onze amostras
representativas pertencentes aos ortognaisses
Rochedo para estudos litogeoquímicos de
elementos maiores, menores, traços e elementos
terras raras (ETR). As análises químicas (rocha
total) foram realizadas pelo Laboratório Acme
(Analytical Laboratories LTD, Vancouver,
Canadá). Os elementos maiores (SiO2, TiO2,
Al2O3, Fe2O3T, MnO, MgO, CaO, Na2O, K2O,
P2O5 e também o Cr2O3) foram analisados por
Espectrometria de Emissão Atômica por
Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES),
após fusão utilizando metaborato/tetraborado de
lítio e digestão em ácido nítrico diluído, sendo a
perda ao fogo (LOI) determinada pela diferença
de peso da amostra antes e depois do
aquecimento a 1000ºC por quatro horas. Os
elementos-traços (Cs, Rb, Ba, Th, U, Nb, Ta,
Sr, Zr, Hf, Y, Sc, V, Co, Ga) e ETR (La, Ce, Pr,
Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Er, Tm, Yb, Lu)
foram analisados por Espectrômetro de Massa
em Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS),
após fusão utilizando metaborato/tetraborado de
lítio e digestão em ácido nítrico, sendo que para
os metais Cu, Ni, Pb e Zn a digestão foi por
água régia. O tratamento dos dados
geoquímicos e a construção de diagramas foram
realizados com emprego do programa MINPET
versão 2.02 (RICHARD, 1995).
As amostras dos ortognaisses Rochedo
(Tabela 1) apresentam pequena variação nos
conteúdos totais de SiO2 (70,12%-73,07%),
Al2O3 (15,03%-16,06%), baixos conteúdos em
TiO2 (0,16%-0,44%), Fe2O3T (1,11%-2,08%),
MgO (0,26%-0,61%), CaO (0,96%-1,63%), e
médio a altos conteúdos em Na2O (4,06%-
6,5%) e de K2O (0,8%-4,25%). Possuem
pequena variação no conteúdo de elementos
traço, com teores relativamente baixos de Y
(3,1-7,4 ppm), Nb (3,9-11,6 ppm), Zr (90,5-
189,7 ppm) e conteúdos médios a relativamente
altos Ba (491-824 ppm), Sr (431-571,5 ppm) e
Rb (54,6-200,2 ppm). Nos diagramas tipo
Harker (Figura 3 e 4) não se observam trends
ou grupos bem definidos entre os elementos
maiores e traços em relação ao teor de SiO2,
apresentando grande dispersão nos conteúdos
dos elementos analisados, exibindo fracas
correlações negativas em relação a Ba, Sr, Zn,
Zr, V e U.
Tabela 1. Elementos maiores (%), menores (ppm), traços (ppm) e elementos terras raras (ppm) analisados nas amostras
dos ortognaisses Rochedo.
Amostra R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11
SiO2 71,11 70,76 70,72 70,12 71,34 73,07 71,33 71,9 70,44 71,75 71,05
TiO2 0,25 0,34 0,26 0,44 0,2 0,16 0,23 0,31 0,25 0,27 0,3
Al2O3 15,51 15,51 15,71 15,35 15,6 15,27 15,65 15,73 15,86 15,03 16,06
Fe2O3 1,8 1,85 2 2,08 1,74 1,11 1,62 1,98 1,7 1,88 1,85
MnO 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 <0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02
MgO 0,46 0,43 0,46 0,61 0,41 0,26 0,46 0,51 0,48 0,55 0,57
CaO 1,59 1,63 1,33 1,5 1,06 1,43 1,15 1,27 1,31 1,11 0,96
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 679
Na2O 4,73 4,06 4,41 4,06 4,38 4,41 4,61 6,5 4,3 4,28 5,31
K2O 3,62 4,21 3,76 4,25 3,86 3,14 3,76 0,8 3,88 4,14 2,6
P2O5 0,1 0,07 0,06 0,1 0,03 <0,01 0,05 0,09 0,1 0,09 0,07
LOI 0,6 0,9 1 1,3 1,2 1 0,9 0,7 1,5 0,7 1
Total 99,81 99,8 99,79 99,77 99,84 99,85 99,83 99,83 99,83 99,84 99,82
ACNK 1,063 1,093 1,143 1,096 1,172 1,152 1,139 1,135 1,162 1,11 1,208
Sc 2 1 2 2 3 <1 2 2 2 2 3
V 23 19 19 30 19 13 20 21 21 16 22
Cr 20,53 27,37 13,68 13,68 27,37 27,37 13,68 20,53 13,68 20,53 13,68
Co 2,6 2,4 3,5 3,5 3,8 1,8 1,9 3,7 2,8 3,1 3,2
Ni 2,5 2 2,6 2,5 2 1,2 2 1,9 2 1,9 1,8
Cu 4,6 4,3 4,4 10,5 3,9 4,2 5,1 2,7 3,2 3,3 2,5
Zn 47 57 49 75 34 12 36 35 50 52 32
Rb 164,5 160,7 189,3 187,6 194 106,5 200 54,6 194,1 200,2 113
Cs 6,3 6,5 7 11,2 5,7 3 5,9 3,2 7,8 4,7 4
Sr 540,2 566,8 537,1 562,5 453 440,6 531,5 520 491,5 431 571,5
Ba 679 824 743 817 552 530 648 491 655 692 748
Y 4 3,5 5,1 3,8 4,7 6 3,1 4,5 4,3 5,3 7,4
Zr 134,2 189,7 150,9 185,4 104,3 90,5 112,2 186,1 132,7 125,6 133,5
Hf 4,3 5 3,6 6,1 4,2 3,5 3,7 5,1 4,2 3,9 4,2
Nb 9,5 5,3 11,6 7,5 11,3 3,9 10,2 9,6 10,6 10,4 9,8
Ta 1 0,7 0,9 0,7 1,2 0,3 1,1 0,9 1,2 1,1 1
Pb 20,9 17,9 33,2 17,2 45,5 8,7 29,2 24,3 30 44 53,8
Th 6,4 7,4 6,8 8,5 6,5 4 6,1 7 6,9 6,6 8,5
U 4 2,7 4,9 2,5 3,6 1,7 2,6 2,7 6,3 3,5 3,8
Ga 24,2 21,6 25,4 22,2 25,5 21,4 25,7 21,1 25 25,5 24,1
La 12,3 13,4 17,2 23,3 13,1 22,6 11,7 4,5 13,2 14,2 28,5
Ce 26,7 29,1 31,7 43 25,2 43,4 19,1 28,8 24,8 29,9 42,6
Pr 2,88 3,18 3,76 5,13 3,17 4,82 2,68 1,49 3,09 3,29 5,76
Nd 10,5 11,5 12,6 17,9 9,3 20,4 11,9 7,9 13,5 12,9 21,1
Sm 2,09 2,22 2,34 3,04 2,24 3,58 2,01 1,99 2,15 2,31 3,21
Eu 0,54 0,54 0,58 0,73 0,49 0,7 0,44 0,47 0,48 0,49 0,71
Gd 1,71 1,67 1,67 2,06 1,65 2,64 1,39 1,74 1,7 1,61 2,36
Tb 0,19 0,17 0,2 0,2 0,19 0,28 0,13 0,16 0,16 0,2 0,26
Dy 1,21 0,6 1,09 1,03 0,89 1,33 0,68 0,8 0,71 0,92 1,27
Ho 0,14 0,1 0,18 0,16 0,17 0,18 0,1 0,12 0,12 0,15 0,23
Er 0,37 0,24 0,38 0,23 0,44 0,46 0,25 0,35 0,37 0,34 0,51
Tm 0,06 0,03 0,06 0,05 0,08 0,06 0,04 0,06 0,04 0,05 0,07
Yb 0,36 0,14 0,32 0,23 0,43 0,35 0,29 0,48 0,3 0,33 0,38
Lu 0,03 0,03 0,05 0,03 0,06 0,06 0,03 0,07 0,05 0,06 0,08
0.0
1.0
2.0
10.0
11.0
12.0
13.0
14.0
15.0
16.0
17.0
18.0
19.0
20.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
7.0
6.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
0.0
0.1
0.2
0.3
TiO2 Al O2 3 FeOT MgO
CaO Na O2 K O2 P O2 5
50 60 70 80
SiO2
50 60 70 80
SiO2
50 60 70 80
SiO2
50 60 70 80
SiO2 Figura 3. Diagramas binários de elementos maiores (TiO2, Al2O3, FeOTotal, MgO, CaO, Na2O, K2O e P2O5) x SiO2,
mostrando a variação da composição das amostras. Círculos = amostras dos ortognaisses Rochedo. Losangos =
amostras de metassedimentos do Grupo Araxá (Navarro et al., 2013).
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 680
0
1000
2000
Ba
0
100
300
100
200
300
400
500
600
700
800
0.0
10.0
20.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
0
100
200
300
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50 60 70 80
0.0
10.0
20.0
SiO2
1.0
4.0
7.0
50 60 70 80
10.0
20.0
30.0
SiO2
50 60 70 80
0
100
200
SiO2
50 60 70 80
0
10
20
30
SiO2
Rb Sr
Th Zr
Hf Y Nb
Ga V Sc
0.0
100.0
200.0
0.0
100.0
200.0
300.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
0
10
20
30
0
30
60
0.0
1.0
2.0
0
10
20
Cs
Pb U
Ta
CuCr
Ni
ZnCo
200
Figura 4. Diagramas binários de elementos menores (Cs, Rb, Sr, Ba, Pb, Th, U, Zr, Hf, Y, Nb, Ta, Ga, V, Sc, Ni, Cr,
Cu, Co e Zn) x SiO2, mostrando a variação da composição das amostras. Círculos = amostras dos ortognaisses Rochedo.
Losangos = amostras de metassedimentos do Grupo Araxá (Navarro et al., 2013).
São rochas de composição cálcio-
alcalina (Figura 5A) e peraluminosa (razão
molecular A/CNK de 1,063 a 1,208) (Figura
5B). A composição normativa (CIPW) mostra
como minerais principais: quartzo, albita,
ortoclásio, anortita, hiperstênio e coríndon e
subordinadamente hiperstênio, magnetita,
ilmenita e apatita (Tabela 2). A composição,
com base no conteúdo de feldspato normativo,
varia de trondhjemito a granito, predominado a
composição granítica (Figura 5C). No diagrama
discriminante R2 x R1 (DE LA ROCHE et al.,
1980) as rochas são classificadas como granitos
(Figura 5D).
A distribuição dos elementos traço e ETR
(Tabela 1, Figura 6A) normalizados pelos
valores do manto primitivo (TAYLOR &
MACLENNAN, 1985) mostra que os
ortognaisses são enriquecidos em Cs, Rb, Ba,
Pb, K, Th e U em relação a Nb, Ta, ETR, P, Zr,
Ti e Y apresentando fracas a médias anomalias
negativas em Nb, Ta, P e Ti (Figura 6A).
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 681
A) B)
1000
2000
2
0 1000 30000.0
2000
3000
R1
R
Toleíto
Cálcio-alcalino
Na O+K O2 2 MgO
FeOt
Pera c ol alin
0.5 1.0 1.5 2.0
Metalumino os Peraluminoso
A/CNK
0.4
1.0
2.0
3.0
A/N
K
Albita Ort á ioocl s
AnortitaA - Tonalito
B - Granodiorito
C - Adamel olit
D - Trondjemito
E - Granito
A
BC
D E
C)
4045
55
60
65
70
75
50
D)
Monzo-diorito
Teralito
Melteigito
Essexito
Sieno-gabro
Sieno-diorito
Alcali-gabro
Olivina-gabro
Gabro-gabro
Peridotito
Lherzolito
HarzburgitoDunito
Gabro-diorito
Diorito
Granodiorito
Monzonito
Quartzo-monzonito
Quartzo-sienito
Sienito
Nefelina-sienito
Tonalito
Granito
Alcalí-granito
Piroxenito
Monzogabro
Ijalito
Figura 5. (A) Diagrama AFM (Irvine & Baragar, 1971, A = Na2O + K2O; F = FeOT, M = MgO) mostrando o caráter
cálcio-alcalino dos ortognaisses da região. (B) Gráfico de classificação do índice de Shand (Maniar & Piccoli, 1989).
(C) Gráfico de classificação baseado no teor de feldspato normativo. (D) Diagrama de classificação para rochas
plutônicas Ri x R2 (De La Roche et al., 1980). Círculos = amostras dos ortognaisses Rochedo.
Tabela 2. Composição normativa (CIPW) dos ortognaisses Rochedo.
R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11
Q (S) 25,35 26,67 26,77 26 27,89 31,88 26,72 27,24 27,05 27,48 27,08
or (KAS6) 21,62 25,23 22,56 25,56 23,18 18,81 22,52 4,78 23,37 24,74 15,59
ab (NAS6) 40,36 34,76 37,81 34,89 37,58 37,74 39,46 55,52 37,01 36,55 45,5
an (CAS2) 7,38 7,78 6,34 6,97 5,16 7,19 5,48 5,84 6,02 5,03 4,41
lc(KAS4) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ne(NAS2) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
C(A) 1,13 1,46 2,11 1,57 2,38 2,03 2,02 2,07 2,45 1,69 2,95
ac(NFS4) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ns(NS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Di wo(CS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Di en(MS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Di fs(FS) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hy en(MS) 1,16 1,09 1,17 1,55 1,04 0,66 1,16 1,29 1,22 1,39 1,44
Hy fs(FS) 1,85 1,72 2,1 1,84 1,89 1,11 1,66 1,96 1,74 1,93 1,82
Ol
fo(M2S) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Ol fa(F2S) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
mt(FF) 0,45 0,48 0,5 0,56 0,43 0,28 0,41 0,5 0,43 0,47 0,47
he(F) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
il(FT) 0,48 0,65 0,5 0,85 0,39 0,31 0,44 0,6 0,48 0,52 0,58
ap(CP) 0,22 0,15 0,13 0,22 0,07 0 0,11 0,2 0,22 0,2 0,15
100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 682
Cs
Rb
Ba
K
Pb
Th
U
Nb
Ta
La
Ce
Pr
Sr
P
Nd
Sm
Zr
Hf
Eu
Gd
Ti
Tb
Dy
Y
Ho
Er
Tm
Yb
Lu
1
10
B)A)
0.2
1
10
100
La
Ce
Pr
Nd Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
Tm
Yb
Lu0.2
100
1000
2000
Am
ostr
a / M
an
to p
rim
itiv
o
Am
os
tra / M
an
to p
rim
itiv
o
Figura 6. A) Spiderdiagram de elementos menores, traços e ETR (normalizados pelo Manto Primitivo, Taylor &
MacLennan, 1985) dos ortognaisses da região. B) diagrama de distribuição dos elementos terras raras (normalizados
pelo Manto Primitivo, Taylor & MacLennan, 1985) dos ortognaisses da região. Círculos = amostras dos ortognaisses
Rochedo. Faixa cinza = amostras de metassedimentos do Grupo Araxá (Navarro et al., 2013).
O conteúdo total de ETR é baixo
(ETRTotal = 48,93 a 107,04 ppm) com
predomínio de conteúdos menores que 70 ppm
(ver tabela 1). Os elementos terras raras leves
(ETRL) normalizados pelo manto primitivo
(TAYLOR & MACLENNAN, 1985)
apresentam concentrações entre 2,62 e 41,48
vezes acima do mato primitivo, enquanto que
os elementos terras raras pesados (ETRP) entre
0,41 e 4,43 vezes (Figura 6B). O padrão de
distribuição de elementos terras raras mostra
que as amostras dos ortognaisses Rochedo são
enriquecidas em ETRL em relação os ETRP,
mostrando forte fracionamento (LaN/LuN =
6,92-83,66). Em relação aos ETRL apresenta
padrão com inclinação acentuada, evidenciando
médio a alto fracionamento (LaN/EuN = 2,34-
9,82); enquanto que em relação a distribuição
de ETRP o padrão é pouco inclinado tendendo
a sub-horizontal no caso dos ETR mais
pesados, mostrando um enriquecimento em
ETRP intermediárias (GdN/LuN = 3,09-8,53).
Observam-se ainda discretas anomalias
negativas (Eu* = 0,67-0,86) sugerindo a
ocorrência de fracionamento de plagioclásio ou
anfibólio durante a cristalização do magma.
Os resultados obtidos mostram que os
ortognaisses Rochedo são quimicamente
semelhantes a granitos do tipo-S (CHAPPELL
& WHITE, 1974; WHITE & CHAPPELL,
1988) e/ou MPG (BARBARIN, 1999). Nas
figuras 3, 4 e 6, as amostras dos ortognaisses
são comparadas com amostras de
metassedimentos do Grupo Araxá. A
comparação mostra que os ortognaisses são
mais empobrecidos em TiO2, FeOT, MgO,
P2O5, Zr, Hf, Y, V, Sc, Ni, Cr, Cu, Co, Zn e
ETR e enriquecidos em SiO2, Na2O, Sr, Pb e
Ga que os metassedimentos. O conteúdo de
Al2O3, CaO, K2O, Cs, Rb, Ba, Nb, Ta, Th e U,
são similares entre as amostras de ortognaisses
e as amostras de metassedimentos. Nos
diagramas tipo Harker (Figura 4 e 5) observa-se
correlações positivas entre Na2O, K2O, Sr, Pb,
U e Ga e negativas entre TiO2, FeOT, MgO,
CaO, P2O5, Zr, Hf, Y, V, Sc, Ni, Cr, Cu, Co e
Zn em relação com SiO2. O padrão de
distribuição de ETR, de elementos traço e
menores entre os ortognaisses e os
metassedimentos são similares (Figura 6B).
Nota-se que as amostras de metassedimentos
são mais enriquecidas em ETR que os
ortognaisses e mostram menores anomalias de
Nb, Ta, P e Ti.
Nos diagramas discriminantes Rb versus
Y + Nb e Nb versus Y (PEARCE et al., 1984) e
Rb/30 – Hf – Ta*3, Ta versus Nb e Rb/Zr
versus SiO2 (HARRIS et al., 1986) as amostras
de ortognaisses Rochedo e de metassedimentos
da região exibem composição química
semelhante a rochas plutônicas geradas em
arcos magmáticos com características sin-
colisionais (Figura 7A, B, C, D e E). Os
metassedimentos do Grupo Araxá mostram
enriquecimento em elementos litófilos de raio
iônico grande em relação a elementos de alto
campo de força e ETR, mostrando anomalias
negativas de Nb, Ta, Sr, P e Ti, semelhantes a
padrões de rochas de arcos vulcânico,
sugerindo que estes metassedimentos, tiveram
contribuição expressiva de rochas geradas em
arcos vulcânicos (bacia tipo antearco). A
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 683
semelhança geoquímica nos padrões de
distribuição de LILE, HFSE, ETR e a presença
de anomalias de Nb, Ta, P e Ti em amostras dos
metassedimentos do Grupo Araxá e dos
ortognaisses, sugerem que estes derivam da
fusão parcial dos metassedimentos do Grupo
Araxá e, que o menor conteúdo em ETR,
principalmente em ETRP, nos ortognaisses está
relacionado a fracionamento de anfibólio,
magnetita/ilmenita e principalmente de
granada.
D)C)
10010 10002000
Y
10 100 1000
Y+Nb
Nb
2000 11
10
100
11
10
100
1000
2000
Rb
1000
50 60 70 800.1
1
10
100
SiO2
Rb
/Zr
1 10 100 2000.1
1
10
20
Nb
Ta
Hf Ta*3
Rb/30
GranitosSin-Colisionais
GranitosIntra-Placa
Granitosde Arcos Vulcânicos
Granitosde Dorsais Oceânicas
GranitosIntra-Placa
Granitosde Dorsais Oceânicas
Granitos
Sin-Colisionaisde Arcos Vulcânicas
e
GranitosSin-Colisionais
Gra
nitos
Intra
-Pla
ca
Granitosde Arcos Vulcânicos
e GranitosPós-colisionais
GranitosIntra-Placa
Gra
nitos
de Arc
os Vulc
ânicos
GranitosSin-ColisionaisGranitos
Sin-Colisionais
Granitosde Arcos Vulcânicos Granitos
Pós-colisionais
B)A)
E)
Figura 7. Diagramas discriminantes de ambientes tectônicos para os ortognaisses da região. A) e B) Pearce et al.
(1984). C), D) e E) Harris et al. (1986). Círculos = amostras dos ortognaisses Rochedo. Losangos = amostras de
metassedimentos do Grupo Araxá (Navarro et al., 2013).
Nos digramas (Na2O + K2O) / (FeO +
MgO + TiO2) versus (Na2O + K2O) / (Na2O +
K2O + FeO + MgO + TiO2), (Al2O3) / (FeO +
MgO + TiO2) versus (Al2O3 + FeO + MgO +
TiO2) e (CaO) / (FeO + MgO + TiO2) versus
(CaO + FeO + MgO + TiO2) (PATIÑO
DOUCE, 1999) as amostras dos ortognaisses da
região de Rochedo encontram-se no campo de
fundidos experimentais gerados a partir da
fusão de metagrauvacas e em parte no campo
de fundidos experimentais gerados a partir de
anfibolitos, o que sugere uma forte contribuição
sedimentar para o protólito dos ortognaisses
(Figura 8).
(Na
O +
KO
)/(F
eO
+ M
gO
+ T
iO)
22
2
10 12 14 16 18 20 22 24
0
5
10
15
20
25
5 7 9 11 13 15 17 19
1
3
5
7
9
11
13
15
Na O + K O +FeO + MgO + TiO2 2 2 Al O +FeO + MgO + TiO2 3 2
(AlO
)/(
Fe
O +
Mg
O +
TiO
)2
32
0 2 4 6 8 10 12 14
0.0
0.5
1.0
CaO +FeO + MgO + TiO2
(Ca
O)/
(Fe
O +
Mg
O +
TiO
)2
LeucogranitosPeraluminosos
Fundidosexperimentais
de pelitos felsicos
Fundidosexperimentaisde anfibolitos
Fundidosexperimentais
de metagrauvacas
Fundidosexperimentais depelitos felsicos
Fundidosexperimentaisde anfibolitos
Fundidosexperimentais demetagrauvacas
LeucogranitosPeraluminosos
Fundidosexperimentaisde anfibolitos
Metagrauvacas
Pelitos felsicosLeucogranitosPeraluminosos
Figura 8. Diagramas (Na2O + K2O) / (FeO + MgO + TiO2) versus (Na2O + K2O) / (Na2O + K2O + FeO + MgO +
TiO2), (Al2O3) / (FeO + MgO + TiO2) versus (Al2O3 + FeO + MgO + TiO2) e (CaO) / (FeO + MgO + TiO2) versus (CaO
+ FeO + MgO + TiO2) (Patiño Douce, 1999). Círculos = amostras dos ortognaisses Rochedo.
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 684
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
Os ortognaisses Rochedo que ocorrem
alojados em metassedimentos do Grupo Araxá,
são corpos sin-tectônicos (sin-colisionais),
possuem composição peraluminosa, cálcio-
alcalina e são classificados como do tipo-S e/ou
MPG. As anomalias negativas de Nb, Ta, P e Ti
em relação a ETR e o enriquecimento em
elementos litófilos de raio iônico grande (Cs,
Th, U, Ba, Rb, K), presentes também em
metassedimentos do Grupo Araxá, mostram que
a composição dessas rochas é semelhante entre
si e à de rochas gerados em arcos magmáticos.
Os dados litoquímicos em congruência com a
composição mineralógica e com o contexto
geológico permitem concluir que os
ortognaisses da região de Rochedo são
derivados da fusão dos metassedimentos que
constituem o Grupo Araxá e, que estes
sedimentos tiveram contribuições ou foram
gerados a partir de rochas presentes em arcos
magmáticos.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP,
processos nº 08/50723-0 e 05/59203-1) e ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq, processo nº
304535/2011-7) pelo suporte financeiro concedido para a realização desta pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BARBARIN, B. A review of the relationships
between granitoid types, their origins and their geodynamic
environments. Lithos, v. 46, p. 605-626, 1999.
2. BARBOSA, O. Guia das Excursões. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 9, 1955, São
Paulo, Noticiário 3, 1955, p. 3-5.
3. BARBOSA, O.; ANDRADE RAMOS, J.R.; GOMES,
F.A.; HELMBOLD, R. Geologia Estratigráfica, Estrutural e
Econômica da Área do Projeto Araguaia. Monografia no XIX.
DNPM. Rio de Janeiro. 1966.
4. BARBOSA, O.; BAPTISTA, M.B.; DYER, R.C.;
BRAUM, O.P.G.; INDA, H.A.V.; MARCHETTO, M.;
FRATIN, O.; MENEGUESSO, G.; COTTA, J.C.; SEIXAS,
S.R.M.; REN, C. Projeto Brasília – Goiás. Geologia e
Inventário dos Recursos Minerais do Projeto Brasília.
DNPM/PROSPEC S.A. 225 p. 1969.
5. BARBOSA, O.; BAPTISTA, M.B.; DYER, R.C.;
BRAUN, O.P.G.; FRATIN, H.; MENEGUESSO, G. Projeto
Goiânia, Relatório preliminar. Rio de Janeiro,
DNPM/PROSPEC, 75 p., 1970.
6. CHAPPELL, B.W. & WHITE, A.J.R. Two
contrasting granite types. Pacif Geology. v. 8, p. 173-174,
1974.
7. DE LA ROCHE, H.; LETERRIER, J.;
GRANDCLAUDE, P.; MARCHAL, M. A classification of
volcanic and plutonic rocks using R1R2 – diagram and major-
element analyses –ITS relationships with current nomenclature.
Chemical Geology, v. 29, p. 183-210, 1980.
8. DRAKE JR., A.A. The Serra de Caldas windows,
Goiás. In: Tectonic studies in the Brazilian Shield. U. S.
Geological Survey, Professional Paper, 1999A-B, p. 1-11,
1980.
9. FUCK, R.A. Dobramentos neoproterozóicos da
margem Ocidental do Cráton do São Francisco: revisão. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36, 1990,
Natal. Boletim Resumos... Natal: Sociedade Brasileira de
Geologia, 1990, p. 288-289.
10. HARRIS, N.B.W.; PEARCE, J.A.; TINDLE, A.G.
Geochemical characteristics of collision-zone magmatism. In:
COWARD, M.P. & RIES, A.C. (eds.). Collision Tectonics.
Geological Society Special Publication, Blackwell Scientific
Publications, v. 19, p. 67-81, 1986.
11. IRVINE, T.N. & BARAJAR, W.R.A. A guide to the
chemical classification of the common volcanic rocks.
Canadian Journal of Earth Sciences, v. 8, p. 523-548, 1971.
12. KLEIN, P.B.W. Geoquímica de rocha total,
geocronologia de U - Pb e geologia isotópica de Sm – Nd das
rochas ortognáissicas e unidades litológicas associadas da
região de Ipameri – Catalão (Goiás). Brasília. 2008. 154 p.
Tese (Doutorado). Instituto de Geociências, Universidade de
Brasília (UnB).
13. LACERDA FILHO, J.V. DE. Programa de
Leventamentos Geológicos Básicos do Brasil. Folha
Caraíba, SE.22-X-B-VI. Goiânia: CPRM, DNPM, 149 p.,
1989.
14. LACERDA FILHO, J.V. DE; REZENDE, A.;
SILVA, A. DA. Programa de Levantamentos Geológicos
Básicos do Brasil - Geologia e Recursos Minerais do Estado
de Goiás e Distrito Federal. Goiânia: CPRM, METAGO S.A.,
UnB, 2º edição. 184p., 1999.
15. LACERDA FILHO, J.V. DE & OLIVEIRA, C.C.
Geologia da região centro-sul de Goiás. Boletim de
Geociências do Centro-Oeste, v.18, n. ½, p. 3-19, 1995.
16. MANIAR, P.D. & PICOLLI, P.M. Tectonic
discriminant of granitoids. Geological Society of American
Bulletin, v. 101, p. 635-643, 1989.
17. MOREIRA, M.L.O.; MORETON, L.C., ARAÚJO,
V.A., LACERDA FILHO, J.V. DE, COSTA, H.F. DA.
Geologia do Estado de Goiás e Distrito Federal. Texto
explicativo do mapa Geológico do Estado de Goiás e Distrito
Federal. Escala 1:500.000. Convênio Ministério de Minas e
Energia (MME)/ Serviço Geológico do Brasil (CPRM) –
Secretaria de Indústria e Comércio (SIC)/Fundo de Fomento a
Mineração (FUNMINERAL)/Governo do Estado de Goiás, 143
p., 2008.
18. NAVARRO, G.R.B. & ZANARDO, A. Petrografia e
geoquímica das rochas metaultramáficas da região de
Mairipotaba – Cromínia e Pontalina – Goiás. Revista
Brasileira de Geociências, v. 35, n. 4, p. 483-492, 2005.
19. NAVARRO, G.R.B.; MORAES, R.; ZANARDO, A.;
SIMÕES, L.S.A.; CONCEIÇÃO, F.T. Trajetória P-T e
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.672-685, 2014 685
condições do metamorfismo usadas como ferramenta para
compartimentação tectônica da Faixa Brasília em Goiás.
Revista Brasileira de Geociências, v. 39, n. 3, p. 544-559,
2009.
20. NAVARRO, G.R.B.; ZANARDO, A.; CONCEIÇÃO,
F. T.; MORAES, R.; SIMÕES, L.S.A. Química Mineral e
Estimativas de Pressão e Temperatura em Rochas
Metassedimentares do Grupo Araxá na Região de Morrinhos,
Sul do Estado de Goiás. Revista Geologia-USP, Série
Científica, v. 11, n. 2, p. 2-20, 2011.
21. NAVARRO, G.R.B.; ZANARDO, A.; CONCEIÇÃO,
F. T. O Grupo Araxá na Região Sul-Sudoeste do Estado de
Goiás. Revista Geologia-USP, Série Científica, v. 13, n. 2, p.
5-28, 2013.
22. PATIÑO DOUCE, A.E. What do experiments tell us
about the relative contributions of crust and mantle to the
origins of granite magmas? In: CASTRO, A., FERNANDEZ,
C., VIGNERESSE, J. L. (eds.). Underrstanding granites:
intergrating new and classical techniques. Geological Society
London, Special Publication, v. 168, p. 55-75, 1999.
23. PEARCE, J.A.; HARRIS, N.B.W.; TINDLE, A.G.
Trace element discrimination diagrams for the tectonic
interpretation of granitic rocks. Journal of Petrology, v. 25, p.
956-983, 1984.
24. PIMENTEL, M.M.; FUCK, R.A.; BOTELHO, N.F.
Granites and the geodynamic history of the neoproterozoic
Brasília belt, Central Brazil: a review. Lithos, v. 46, p. 463-
483, 1999.
25. RESENDE, M.; PIMENTEL, M.M.,
FRANCISQUINI, N.; BARBOSA, P.A.R.; BOAS, P.F.V.;
LIMA, T.M.; FILHO, W.R. Descrição das Unidades
Litoestratigráficas. In: LACERDA FILHO, J.V. DE;
RESENDE, A.; SILVA, A. DA (Coord.). Programa de
Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - Geologia e
Recursos Minerais do Estado de Goiás e Distrito Federal. Goiânia: CPRM, METAGO S.A., UnB. p. 31-78, 1999.
26. RICHARD, L.R. Mineralogical and Petrological
Data Processing System. MINPET for Windows. Version 2.02.
Copyright 1988-1995, 1995.
27. SEER, H.J.; BROD, J.A.; FUCK, R.A.; PIMENTEL,
M.M.; BOAVENTURA, G.R.; DARDENNE, M.A. Grupo
Araxá em sua área tipo: um fragmento de crosta oceânica
neoproterozóica na Faixa de Dobramentos Brasília. Revista
Brasileira de Geociências, v. 31, n. 3, p. 385-396, 2001.
28. STRIEDER, A.J. & NILSON, A.A. Melange
ofiolítica nos metassedimentos Araxá de Abadiânia (GO) e
implicações tectônicas regionais. Revista Brasileira de
Geociências, v. 22, n. 2, p. 204-215, 1992.
29. TASSINARI, C.C.G. Comentários sobre a
geocronologia das Folhas 1:100.000 do Programa de
Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, Projeto Sudeste
de Goiás, CPRM/DNPM. (Relatório não publicado), 1988.
30. TAYLOR, S.R. & MACLENNAN, S.M. The
continental crust: its composition and evolution. Blackwell,
Oxford. 312 p, 1985.
31. VALERIANO, M.C.; DARDENNE, M.A.;
FONSECA, M.A.; SIMÕES, L.S.A.; SEER, H.J. A evolução
tectônica da Faixa Brasília. In: MANTESSO-NETO, V.,
BARTORELLI, A., CARNEIRO, C. DAL RÉ, BRITO-
NEVES, B. B. DE (org.). Geologia do Continente Sul-
Americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques
de Almeida. São Paulo: Ed. Beca, p. 575-592, 2004.
32. WHITE, A.J.R. & CHAPPELL, B.W. Granitoid types
and their distribution in the Lachlan Fold Belt, south-eastern
Australia. Geological Society of America Memoirs. v. 159, p.
21-34, 1983.
Manuscrito recebido em: 02 de Julho de 2013
Revisado e Aceito em: 17 de Novembro de 2014
top related