licenciatura em sistemas e tecnologias da informação · tecnologias existentes em cada um deles e...
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Licenciatura em Sistemas e Tecnologias da
Informação
VOIP - Estudo de implementação e análise de
soluções
Disciplina: Plataformas Tecnológicas - Arquitecturas de TIC
Docente: Professor Daniel Caçador
Discentes: Nuno Ferreira, nlferreira@sapo.pt José Cavalheiro, jfcavalheiro@sapo.pt
Luís Neves, luís.neves1984@gmail.com
Oeiras, Novembro de 2009
Resumo
Este trabalho pretende tratar o tema da telefonia IP ou VoIP (Voice over Internet
Protocol), abordando os principais pontos essenciais para a uma correcta
compreensão da tecnologia e sua à implementação no terreno. Sendo uma
tecnologia baseada em redes IP, ir-se-á analisar como funciona as redes IP e quais
as especificidades que terão de se ter em conta quando de uma implementação
para VoIP.
Após uma analise de toda a infra-estrutura que suporta o VoIP, terá de se ter em
atenção quais os protocolos existentes hoje em dia, quais os mais utilizados e o
modo como se interligam entre si. Tendo este trabalho uma componente
maioritariamente prática, os principais fabricantes e tecnologias utilizadas
actualmente no mercado serão também alvo de análise, referindo assim, as
tecnologias existentes em cada um deles e as suas vantagens e desvantagens.
Índice
1. Introdução 1
2. A Infra-estrutura de rede 2
3. Os Protocolos 6
1. SIP 6
2. H.323 7
3. IAX2- IAX - Inter Asterisk Exchange 9
4. Modos de interligação dos Sistemas 10 4. Soluções existentes no mercado 11
1. Microsoft OCS 2007 11 2. Asterisk 12 3. Cisco CallManager 13
Conclusão 14 Bibliografia 15
1
1. Introdução
O surgimento das redes globais e a democratização da Internet, vieram sem duvida
aproximar as relações a nível mundial e aumentar as exigências por parte das
empresas ao nível da flexibilidade, custo e facilidade de comunicar globalmente.
Com o sistema tradicional de telefonia PSTN (Public switched telephone network),
as três exigências indicadas no parágrafo anterior dificilmente poderiam ser
garantidas, principalmente devido à flexibilidade e ao custo. A rede PSTN é muito
pouco flexível, já que se baseava em canais dedicados ponto a ponto e o conceito
de mobilidade tão necessária nos nossos dias dificilmente poderá ser implementado
numa rede desse tipo. O custo neste tipo de redes também é um factor a ter em
consideração, já que numa rede PSTN o desperdício de largura de banda e o grau
de dependência das operadoras é enorme.
[1]Nos finais da década de 90, através da VocalTec começou a surgir um novo
conceito de telefonia, o VoIP, inicialmente só em telefones por software instalados
em computadores pessoais. A qualidade de comunicação na altura estava
altamente comprometida principalmente devido ainda à quase inexistente
disponibilização de redes em banda larga e à utilização de modems que resultava
numa qualidade de voz inferior ao que o sistema tradicional apresentava.
Só após a disseminação das redes da banda larga e o surgimento dos primeiros
telefones IP é que se começou realmente a ouvir falar de VoIP. Em 2003 com o
surgimento da Skype o conceito de VoIP começou a chegar ao mainstream e a uma
inevitável generalização da tecnologia, que está a ser muito rápida, principalmente
por parte das empresas e devido aos três factores referidos no inicio (flexibilidade,
custo e facilidade de comunicar).
A flexibilidade na tecnologia VoIP é enorme, devido a estar assente numa
plataforma IP, sendo que as limitações geográficas ou a plataforma onde o
utilizador estabelece a comunicação são facilmente adaptadas às necessidades de
cada utilizador. Poderemos actualmente por exemplo ter um único contact center e
estabelecer comunicações "locais" para todo o mundo, assim como ter vários
contact centers espalhados pelo mundo. O custo à partida de uma comunicação
VoIP é zero, já que utiliza o acesso à Internet para estabelecer a comunicação, só
quando utilizamos operadores VoIP para adquirir números públicos ou ligar-se à
rede tradicional poderemos estar sujeitos a tarifas, sendo esta uma verdadeira
revolução em relação ao antigo cenário em que as operadoras tinham o controlo e
cobravam sempre que era utilizada a rede pública. A facilidade com que
comunicamos utilizando a tecnologia VoIP é tendencialmente superior ao sistema
tradicional, principalmente devido às diferentes formas como poderemos
estabelecer uma comunicação, podendo ser utilizado um telefone IP que do ponto
de vista de utilização é em tudo semelhante aos tradicionais, existindo ainda a
opção de se utilizar um soft phone instalado num computador pessoal ou até
mesmo aceder a um website onde existe uma pequena aplicação para estabelecer
essa comunicação.
A massificação das comunicações assentes na tecnologia VoIP veio aumentar a
exigência de toda a infra-estrutura de rede, o factor qualidade de serviço e
disponibilidade passou a ter uma importância cada vez maior quando do desenho e
implementação de uma rede seja ela local ou ao nível dos operadores. É
exactamente neste ponto que iremos começar o desenvolvimento deste trabalho
que tem por objectivo abordar de uma forma generalizada os principais factores a
ter em consideração aquando da implementação de uma solução VoIP.
2
2. A Infra-estrutura de rede
Até há 15 anos atrás, antes do conceito de VoIP, a infra-estrutura de voz e dados
eram dois mundos opostos que coexistiam nas empresas, utilizavam standards
diferentes, diferentes tipos de cablagem e os sistemas de gestão eram totalmente
autónomos uns dos outros. Este facto para as empresas traduzia-se numa maior
complexidade na gestão e infra-estrutura instalada, principalmente cablagem e
custos de manutenção, já que a equipa de gestão da rede de dados e a equipa de
gestão da rede de voz eram em regra diferentes.
Com a evolução da Internet e da tecnologia VoIP foi então possível começar a
pensar em interligar estes dois mundos, após este passo passou a ser possível
pensar na infra-estrutura de rede como um todo, já que a voz passou a ser
transportada tal como os dados baseados numa arquitectura de pacotes TCP/IP
Fig.1 - Interligação da infra-estrutura de voz e dados utilizando o VoIP.
Interessa então analisar um pouco como funciona a arquitectura TCP/IP para
melhor compreender e conseguir desenhar uma infra-estrutura que suporte
serviços de dados e voz.
[2]O TCP/IP não é mais que um conjunto de protocolos, facto este que faz com que
também seja conhecido como pilha TCP/IP, sendo esta pilha constituída por quatro
camadas:
Camada física - Responsável por tratar do "bit", engloba todos os
componentes eléctricos, cablagem e conectores necessários ao
estabelecimento da comunicação;
Camada de rede - Camada responsável pelo roteamento de pacotes entre a
origem e o destino, tornando transparente para as camadas superiores os
componentes eléctricos e electrónicos envolvidos na comunicação, é nesta
camada que surge a noção de IP;
Camada de transporte - Nesta camada são tratados os tipos de transporte
dos pacotes existindo essencialmente dois, TCP (Transmission Control
Protocol), transmissão orientada à conexão, existindo neste caso um
controlo, garantia de entrega do pacote e respectiva sequenciação e UDP
(User Datagram Protocol), transmissão não orientada à conexão, não
3
existindo neste caso garantias de entrega dos pacotes nem da sua
sequenciação;
Camada de aplicação - Oferece ao utilizador as ferramentas/protocolos para
que possa utilizar a rede, é nesta camada que temos transferência de
ficheiros (FTP), correio electrónico (SMTP), serviços de terminal (Telnet),
etc.
É no protocolo IP que está a base de toda a arquitectura, actualmente temos dois
tipos de protocolos IP a operar em simultâneo, o IPV4 e o seu sucessor IPV6. O
protocolo IP é um protocolo não orientado à conexão, não fiável, sendo das
camadas superiores essa garantia de transmissão.
[2]No IPV4 o endereço IP é definido por um conjunto de 32 bits normalmente
representado em notação decimal, dentro do seu datagrama não fornece quaisquer
indicações da prioridade do pacote transmitido nem quaisquer tipo de encriptações,
sendo sempre da responsabilidade de outros protocolos complementares essa
função.
[2]Com o IPV6 alem de aumentar o número de endereços possíveis na rede de 232
(4.294.967.296) para 2128
(340.282.366.920.938.463.363.374.607.431.768.211.456) veio trazer outras
inovações ao protocolo IP, tais como a introdução de diferentes tipos de
prioritização de pacotes (QoS) e formas de autenticação e privacidade dos pacotes
transmitidos.
Numa infra-estrutura destinada a suportar redes de voz e dados em simultâneo não
se poderá descurar alguns pontos que por vezes nas redes apenas destinadas a
dados eram consideradas de menor importância, então teremos de ter especial
atenção a qualidade de serviço (QoS), segurança, redundância e disponibilidade.
[2]A qualidade de serviço será sem duvida a questão mais crítica num serviço VoIP
e talvez a mais difícil de ser garantida, o QoS depende de vários factores tais como
a largura de banda disponível, a latência de transmissão, variação da latência e
fiabilidade do meio físico. Actualmente devido à importância que este assunto tem
nas redes informáticas estão definidos pelo IETF (Internet Engineering Task Force)
diversos mecanismos para a implementação de QoS, tais como: IntServ, MPLS,
Engenharia de Tráfego, Encaminhamento com QoS e DiffServ.
Num desenho de uma rede existem mecanismos para aumentar os níveis de QoS
tais como a implementação de Vlans (IEEE 802.1q) de forma a dividir o tráfego de
dados do tráfego de voz, a instalação de equipamentos de rede ao nível de switchs
e routers que tenham capacidade de prioritizar o tráfego e utilização de acesos à
Internet com maior qualidade de serviço e maior largura de banda tais como redes
em MPLS ou circuitos dedicados.
Fig.2 - Esquema de uma Vlan
4
[2]O tema da segurança sendo em si um assunto de enorme relevo nas redes
somente de dados, com a integração de serviços de voz nessa mesma rede passou
a ter um relevo ainda maior, quando uma comunicação de voz é estabelecida é de
enorme importância que se garanta a confidencialidade dessa comunicação, para
tal terá de se tomar medidas quando do desenho e escolha dos sistema de rede a
implementar, mais uma vez poderá ser implementado um sistema de Vlan para
segmentar e separar o tráfego de voz e dados e utilizar mecanismos de cifragem
dos pacotes de voz transmitidos ou utilização de firewalls para protecção do tráfego
VoIP.
A redundância e disponibilidade da rede são temas que poderão ser abordados
conjuntamente, já que os sistemas de redundância de uma rede não são mais que
mecanismos para aumentar a disponibilidade e dependência da mesma. [3]A
utilização de equipamentos de rede redundantes com rotas alternativas com a
implementação do protocolo spanning tree (IEEE 802.1d) entre os switch vai
diminuir drasticamente a dependência de um determinado equipamento de rede, já
que se o equipamento por alguma razão deixe de funcionar automaticamente será
criada uma nova rota para a transmissão do pacote e a comunicação não cairá.
Associado a este mecanismo a utilização de cópia de segurança no fornecimento de
energia eléctrica aos equipamentos de rede com recurso a UPS, os próprios
equipamentos de rede integrarem fontes redundantes, os switch e os terminais
telefónicos integrarem o [4] Power over Ethernet (IEEE 802.3af) o que possibilita a
alimentação eléctrica de dispositivos Ethernet pelo cabo de rede através do switch,
dispensando desta forma a alimentação local dos terminais telefónicos vão em
conjunto ser factores de enorme importância para garantir a disponibilidade de
serviço em caso de falha eléctrica ou avaria de equipamentos.
Alem da redundância e segurança a nível da rede local, terá de se ter igual atenção
a conexão à Internet, sendo esta a porta de entrada e saída de toda a comunicação
da empresa, agora de dados e voz, se este porta não garantir a redundância e
disponibilidade que garanta a continuo funcionamento da empresa, esta pura e
simplesmente perde a conexão com o exterior com todos os prejuízos inerentes a
esse facto. Para garantirmos essa situação ter-se-á dentro do possível de conseguir
acessos à Internet com níveis e garantias de serviço o mais elevados possíveis e
estabelecer contratos de fornecimento do acesso com mais que um fornecedor que
idealmente forneçam o acesso por plataformas diferentes, como por exemplo, cabo
e ADSL.
Fig.3 - Exemplificação de uma rede com Spanning Tree
5
Por fim, no desenho de uma infra-estrutura e para melhor tirar partido da
mobilidade que oferece o protocolo IP, será de grande importância a
implementação de sistemas Wireless que permitam aos utilizadores terem
mobilidade e liberdade de se deslocar no seu local de trabalho. Na escolha de um
Access Point terá de se ter em atenção questões como a segurança, roaming e
qualidade de serviço.
Em relação à segurança terão de ser considerados dois pontos essenciais, a
integração do Access Point com as Vlan implementadas na rede e o nível de
encriptação que permite configurar no sistema. Actualmente e num contexto
empresarial será exigido um sistema baseado em [5] WPA2 (IEEE.11i) e a
utilização de autenticação através de um servidor [6]RADIUS (IEEE 802.1x). [7]O
roaming entre os Access Point (IEEE 802.11F) será um ponto essencial, já que será
este o factor que permitirá dar liberdade de movimentos a quem utiliza o sistema
móvel e principalmente para as comunicações de voz será de vital importância que
seja estabelecida sem falhas ou interrupções. [8] As redes Wireless sendo redes
mais expostas a falhas e congestionamentos na transmissão dos pacotes, para
suportar o serviço de voz terão de ser implementados equipamentos que agreguem
protocolos específicos que garantam qualidade de serviço (IEEE 802.11e) para que
a qualidade de uma comunicação em Wireless seja semelhante à comunicação
estabelecida por cabo.
Fig.4 - Rede Wireless com autenticação por Radius e segmentação através de Vlan
6
3. Os Protocolos
3.1. SIP
[9]O Protocolo de Iniciação de Sessão (Session Initiation Protocol - SIP) é
um protocolo de aplicação, que utiliza o modelo “requisição-resposta”, similar ao
Http, para iniciar sessões de comunicação entre utilizadores e é um standard da
Internet Engineering Task Force. O SIP é um protocolo que permite estabelecer
chamadas e conferências através de redes via TCP/IP. O estabelecimento,
mudança ou fim da sessão é independente do tipo de aplicação que está a ser
usada na chamada e uma chamada pode utilizar diferentes tipos de dados, como
áudio e vídeo. O SIP teve origem em meados da década de 90 (por esta altura o
Protocolo H.323, abordado mais a frente tinha já a sua definição toda estruturada)
para que fosse possível adicionar ou remover participantes dinamicamente numa
sessão multicast. Este desenvolvimento concentrou-se em ter um impacto tão
significativo quanto o protocolo HTTP, enquanto este efectua essa interligação
através de links em páginas web, o SIP pode integrar diversos tipos de conteúdos
nas diversas sessões estabelecidas. Acabando por ser adoptado como um padrão
para comunicações integradas e aplicações que utilizam o estado de
disponibilidade. (Estado de disponibilidade significa a aplicação estar consciente da
sua localização e disponibilidade). O SIP foi moldado e inspirado noutros protocolos
de Internet baseados em texto como por exemplo o SMTP (email) e o HTTP
(páginas da web) e foi desenvolvido para estabelecer, mudar e terminar chamadas
em um ou mais utilizadores numa rede IP de uma maneira totalmente
independente do conteúdo de dados da chamada. Como o HTTP, o SIP deixa ao
cliente o controle da ligação eliminando assim a necessidade de uma central de
comutação.
Como é que o SIP Funciona ?
Corpo das mensagens SIP para chamadas telefónicas são definidos no SDP - o
protocolo de descrição da sessão.
É um protocolo baseado em texto que usa a codificação UTF-8
Usa a porta 5060 tanto para UDP e TCP.
O SIP oferece todas as potencialidades do VOIP e tem as seguintes características :
Poder efectuar chamadas em voz ou realizar a interligação de conteúdos
multimédia (Vídeo).
Efectuar chamadas em modo de conferência
Reter chamadas
No fundo o SIP pode ser considerado como um protocolo de viabilização para a
telefonia e voz sobre IP (VoIP). As principais funcionalidades que o SIP apresenta e
que desempenham um papel fundamental nas comunicações VoIP são :
Localização do utilizador e mapeamento: Garantir que a chamada chega ao
destino independentemente de onde eles estão localizados e a realização
de mapeamentos das informações descritivas e de localização.
Negociação : Para permitir que o grupo que tentou iniciar uma chamada
(esta pode ser uma chamada de conferência) possa chegar a acordo sobre
os recursos disponíveis por cada um para que a sessão possa ser
estabelecida.
7
Gestão de Participantes da Chamada: Durante uma chamada este pode
trazer outros utilizadores para a mesma ou cancelar ligações. Além disso,
os utilizadores poderão ser transferidos ou colocados em espera.
Gestão de Recursos da Chamada: O utilizador deve ser capaz de alterar as
características de chamada no decurso da mesma. Por exemplo, uma
chamada pode ter sido criada como sendo apenas de "voz", mas no
decurso desta, pode ser activada a função de vídeo, por exemplo.
Negociação de Codecs: Os mecanismos inerentes SIP, permitem a selecção
do codec apropriado para o estabelecimento de uma chamada entre os
vários dispositivos. Desta forma, dispositivos com versões diferentes de
software podem participar na chamada, desde que o codec apropriado
exista.
Fig.5 - Redes de voz baseadas no protocolo SIP
3.2. H.323
[10]O H.323 é um conjunto de protocolos definidos pelo ITU-T, para transmissão
de voz sobre Internet (VoIP), a sua especificação é do tipo, guarda-chuva
(umbrella), porque inclui vários padrões da ITU-T na sua arquitectura. Além das
aplicações de voz, o H.323 fornece também mecanismos para a comunicação de
vídeo e colaboração de dados, em combinação com os padrões ITU-T série T.120,
assim sendo, estas características tornaram o H.323 como um dos principais
protocolos VOIP. A especificação do H.323 foi publicada pela primeira vez em 1996
e a versão mais recente (v5) foi concluída em 2003.
Existem cinco tipos de troca de informações que são permitidas na arquitectura do
H.323:
Áudio
Vídeo
Dados
Controle da Comunicação (troca de funções de suporte, canais de lógica de
controle, etc)
8
Controle das ligações (inicio e fim de sessões estabelecidas.)
Como já referido, o H.323 é um guarda-chuva, que faz uso de vários protocolos do
ITU. Os protocolos que compõem o núcleo de qualquer sistema H.323 são:
H.225.0 Registration, Admission and Status (RAS), que é usado entre uma
extremidade e um servidor H.323 para fornecer a resolução de endereços e
serviços de controle de admissão.
H.225.0 - Call Signaling, é usado entre duas entidades H.323, a fim de
estabelecer a comunicação.
H.245 - Protocolo de controle de comunicação multimédia, descreve as
mensagens e os procedimentos utilizados para a troca de capacidade,
abertura e encerramento de canais lógicos de áudio, vídeo e dados.
Real-time Transport Protocol (RTP) - É usado para o envio ou recepção de
informações multimédia (voz, vídeo ou texto) entre dois clientes.
Muitos sistemas H.323 implementam também outros protocolos definidos pela ITU-
T de forma a prestar serviços e funcionalidades complementares. Algumas dessas
recomendações são:
H.235 - Para implementação segurança adicional ao H.323.
H.239 - Descreve o fluxo em videoconferência, geralmente um para vídeo ao
vivo e outro para as imagens fixas.
H.460.18 - Para que os sistemas possam fazer Network Address Translation
(NAT) / Firewall (PF) de passagem.
Quanto aos codecs, o H.323 utiliza tanto os que estão definidos pela UIT-T como
fora. Os mais utilizados são :
Codecs de áudio: G.711, G.729 (incluindo G.729a), G.723.1, G.726, G.722,
G.728, Speex
Codecs Texto: T.140
Codecs Video: H.261, H.263, H.264
Fig.6 - Protocolo H323
9
3.3. IAX2- IAX - Inter Asterisk Exchange
[11]Dado o crescimento que a solução Asterisk tem tido nos últimos anos no
mercado de soluções VOIP, não poderíamos deixar de falar deste protocolo, porque
apesar de não ser o mais utilizado, pensamos ser importante contextualizar e
explicar de forma mais reduzida a história e modo de funcionamento deste. Depois
de Mark Spencer ter criado o Asterisk, o PABX "Open Source", ele verificou como a
falta de simplicidade pode ser uma barreira para o mercado de VoIP. Como solução
resolveu criar um novo protocolo chamado IAX. Os objectivos para a criação deste
novo protocolo foram : minimizar a largura de banda necessária para sinalização e
transporte de multimédia, fornecer suporte interno para a tradução de endereços
de rede NAT (transparência), sendo que não é necessária qualquer configuração
adicional para que o IAX possa atravessar firewalls e fazer NAT.
IAX2- IAX (acrónimo para “ Inter Asterisk Exchange”) é então um protocolo
desenvolvido por Mark Spencer (Digium) com o objectivo de estabelecer
comunicação entre servidores Asterisk de uma forma simples e eficaz, no fundo o
IAX é um protocolo de transporte, tal como o SIP e o H.323, no entanto utiliza
apenas um único porto UDP (4569) tanto para sinalização como para streams RTP,
o facto de utilizar apenas um porto é, como já referido, uma vantagem em cenários
em que existam Firewalls e ou seja necessário fazer NAT.
O protocolo IAX2 (IAX2 é versão 2 do IAX.) pode transportar tanto a sinalização
como os dados no mesmo pacote, incluindo os comandos e parâmetros, dado que
todas as extensões tem que ter um código numérico alocado, podem, caso o
destino seja ela, responder, de forma a optimizar a comunicação entre servidores,
em vez de enviar comandos de texto, como o envelope SIP, o IAX usa pacotes
binários de dados para um rápido processamento e as respostas são enviadas de
volta para o servidor de origem, em vez de serem negociadas com um endereço IP
externo, para que o servidor possa saber se os destinatários estão em linha, este
envia consultas de ping-pong e assim efectuar o controle destes. Esta modelação é
efectuada após os dados internos passarem por módulos de processamento do
Asterisk, utilizando um único fluxo de dados UDP (habitualmente na porta 4569)
para estabelecer a comunicação entre pontos finais, tanto para sinalização como
para dados. O tráfico de voz é transmitido in-band, ou seja transmite pacotes de
áudio com apenas 4 bytes de cabeçalho por forma a reduzir ao máximo a utilização
da largura de banda tornando assim o IAX mais leve e fácil de ser enviado, este
efeito é particularmente sentido em redes wireless. Estes são os principais
contrastes deste com o protocolo SIP e o H323 em que são utilizados RTP's out-
bands para entregar e controlar as informações de fluxo de áudio, vídeo e dados. O
IAX2 suporta o fork de chamadas e a criação de canais de multiplexação numa
única ligação, quando o fork é efectuado, os dados das múltiplas chamadas são
unidos num único 'set' de pacotes, o que significa que um pacote IP pode entregar
informações para mais de uma chamada, reduzindo assim o gasto efectivo de
tráfego sem criar latência adicional, sendo esta outra das grandes vantagens deste
protocolo.
10
3.4. Modos de interligação dos Sistemas - Codecs & Transcoders
[12]Os codecs utilizados nas tecnologias VoIP são algoritmos que permitem
converter voz em dados digitais, e a compressão destes em pacotes IP para
optimização da largura de banda existente, assim que os dados tenham chegado ao
seu local de destino a descompressão é efectuada. Basicamente, os Codecs
permitem executar a conversão através da replicação dos dados de áudio fazendo o
varrimento da frequência de voz milhares de vezes por segundo, por exemplo, o
codec G.722 efectua amostras de dados áudio 16.000 vezes por segundo, estas
taxas de amostragem diferem de codec para codec fazendo com que os níveis de
compressão destes difiram, quanto maior a amostragem da frequência de voz,
maior nitidez temos na voz e maior utilização da largura de banda. Os mais usados
em VoIP são o codec G.729 que tem uma taxa de varrimento de 8.000 vezes por
segundo.
[13]O Transcoding de Codecs fornece um meio para converter o tráfego de modo
que duas redes VoIP usando codecs diferentes possam comunicar sem fazer
alterações ao formato de codec que utilizam. O Transcoding é uma forma eficiente
e eficaz de interligar o tráfego num ponto de troca da rede, permitindo assim a
rede de cada prestador de serviços usar um codec a sua escolha. A localização é
outro factor chave no Transcoding dado que os codec são convertidos num ponto
central, permitindo ao prestador de serviços uma maior flexibilidade na utilização
de diferentes codecs em diferentes cenários.
Fig.7 - Interligações de redes VoIP com codecs diferentes
11
4. Soluções existentes no mercado
4.1. Microsoft OCS2007
[14]O Office Communications Server 2007 é o sistema de VoIP da Microsoft que
tem por objectivo disponibilizar aos seus clientes a flexibilidade e o controlo que
precisam sobre o serviço. Com a possibilidade de automatizar processos de negócio
com instant messaging (IM), voice e e-mails workflows através de ferramentas de
desenvolvimentos da Microsoft. A Microsoft apresenta esta solução integrada no
pacote de Office precisamente para reforçar a ideia de integração com as demais
ferramentas aplicacionais de Office oferecidas pela Microsoft, sendo exemplos disso
mesmo as seguintes aplicações com as quais o OCS apresenta possibilidades de
integração:
- Microsoft Dynamics CRM;
- Microsoft Exchange Server;
- Microsoft Office Outlook;
- Microsoft Sharepoint Server;
Além da integração entre a família de produtos Microsoft, possibilita a integração
através de Mediation Servers interligação com outras soluções de voz de terceiros.
A Microsoft não oferecendo soluções de hardware, o servidor será instalado tal
como a restante família de servidores Microsoft, sendo que em relação aos
terminais telefónicos existem no mercado diversas marcas a oferecer equipamentos
das quais destacamos a Snom e a Polycom.
Fig.8 – Integração do OCS com Exchange Server e interligação com serviços de voz de terceiros
12
4.2. ASTERISK
[15]O Asterisk é uma aplicação para troca e gestão de chamadas telefónicas, vulgo,
PABX, criado em 1999 por Mark Spencer da Digium. Como qualquer PBX, permite
anexar um telefone para fazer chamadas para um outro, e para ligar a serviços
telefónicos, incluindo a rede telefónica pública comutada (PSTN) e Voz sobre
Protocolo Internet (VoIP).É distribuído sob um modelo de licença dupla, usando o
GNU General Public License (GPL) como uma licença de software livre e uma licença
de software proprietário para permitir que a quem esteja licenciado para a
distribuição de propriedade, componentes do sistema inédito. Originalmente
concebido para Linux, o Asterisk agora também funciona numa variedade de
sistemas operacionais diferentes, incluindo o NetBSD, OpenBSD, FreeBSD, Mac OS
X, e Solaris.
O software Asterisk inclui muitos recursos disponíveis em sistemas proprietários
PBX: correio de voz, chamada em conferência, resposta de voz interactiva menus
(telefone) e distribuição automática de chamadas. Os usuários podem criar novas
funcionalidades ao escrever scripts de plano de marcação em várias línguas
próprias das plataformas Open Source.
Para ligar telefones analógicos tradicionais para uma instalação do Asterisk, ou para
se ligar ao PSTN, o servidor deve estar equipado com hardware especial. Digium e
uma série de outras empresas que vendem placas PCI para ligar telefones, linhas
telefónicas, linhas T1 e E1 e analógico e outros serviços de telefone digital para um
servidor.
Talvez de maior interesse para os implementadores, o Asterisk também suporta
uma ampla gama de Vídeo e Voz sobre protocolo IP, incluindo SIP, MGCP e H.323..
Como referido anteriormente os criadores do Asterisk também desenvolveram um
novo protocolo, Inter-Asterisk IAX2 (eXchange), para trunking eficiente de
chamadas entre PABX Asterisk, e aos prestadores de serviços VoIP que o servem.
Alguns telefones suportam o protocolo IAX2 directamente.
Ao apoiar uma mistura de tradicional e serviços de telefonia VoIP, Asterisk permite
aos implementadores construir novos sistemas de telefonia, ou gradualmente
migrar os sistemas existentes às novas tecnologias.
Fig.9 - Sistema VoIP baseado em Asterisk
13
4.3. CISCO CallManager
[16] [17]Cisco CallManager é a solução de VoIP apresentada pela Cisco Systems,
empresa líder mundial na área das comunicações IP, apresentando no seu portfólio
toda o hardware e software necessário para construir uma solução de voz sobre IP
independentemente da dimensão da solução a construir.
Solução esta que começou a ser desenvolvida em 1994 pela Selsius Systems com o
nome de Multimedia Manager 1.0, sendo na altura desenhado para controlar sinais
de vídeo ponto a ponto. Após a Selsius Systems ter sido adquirida pela Cisco
Systems em 1998 foi apresentada a primeira versão do Cisco Call Manager em
2000 com sob a designação Cisco CallManager 3.0. Actualmente a versão do
CallManager vai na sua versão 7 estando previsto para breve a saída da versão 8.
A cisco é uma solução bastante escalável sendo que poderá ser aplicado numa rede
desde os 5 posto de trabalho até a soluções em cluster até 30.000 utilizadores,
apresentando sistemas avançados de redundância, balanceamento de carga e
possibilidades de evolução do sistemas até às mais recentes tecnologias de
colaboração tais como a telepresença, solução esta que extravasa o conceito de
VoIP que temos tratado até agora.
Internamente o Cisco CallManager utiliza protocolos proprietários (SCCP),
possibilitando ligações com outros sistemas através de SIP Trunk. Em resumo a
solução encontrada com o Cisco CallManager é uma solução de VoIP topo de gama,
escalável a quaisquer organizações independentemente da dimensão, apresentando
um portfólio de equipamentos que permite implementar toda a infra-estrutura de
rede e toda a solução de voz baseado somente em equipamentos Cisco Systems
assegurando à partida uma maior compatibilidade e estabilidade do sistema.
Fig.10 - Sistema em cluster do Cisco CallManager interligado com sistemas SIP de terceiros
14
Conclusão
Voice over IP ou VoIP é um conceito que já entrou no vocabulário dos nossos dias,
todos os grandes fabricantes apresentam um portfólio completo de soluções
destinadas a implementar sistemas deste tipo, assim como os operadores de
telecomunicações já têm nos seus serviços soluções baseadas na tecnologia.
Todos estes factos confirmam a tecnologia VoIP, como uma tecnologia
implementada no mercado, com standards e linguagens de comunicação
perfeitamente estabelecidos e interoperáveis, podendo então se considerar com
maturidade suficiente para poder substituir os sistemas de telefonia tradicionais,
levando para isso ainda bastante tempo, devido sobretudo à complexidade e custos
inerentes dessa operação.
Com vantagens claras em relação à telefonia tradicional, como constatado ao longo
do trabalho, sobretudo no meio empresarial, devido à redução de custos, menor
complexidade da infra-estrutura necessária e a introdução de novos conceitos tais
como mobilidade e presença, que eram bastante complicados e dispendiosos de
conseguir em sistemas tradicionais.
Espera-se que a tecnologia VoIP continue a crescer e a evoluir em áreas tais como
a integração da voz com os sistemas de CRM, e ERP das empresas, integração com
os sistemas de vídeo, apresentando soluções como a apresentada pela Cisco com o
conceito de Telepresença, assim como o aparecimento de novas soluções baseadas
em Open Source que permitirão democratizar a tecnologia e ajudar à sua
massificação tanto no meio empresarial como doméstico. Também nos operadores
de telecomunicações se sente uma aderência em apresentar cada vez mais serviços
baseados em VoIP, respondendo às solicitações por parte dos sues clientes tanto
empresariais como domésticos de forma a não perder a corrida face aos seus
concorrentes, que sendo agora num conceito VoIP, uma concorrência ainda maior e
a nível global.
15
Bibliografia
[1] WhichVoIP.com. (2009, Nov.) Voip History. [Online].
http://www.whichvoip.com/voip/articles/voip_history.htm
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