kelly cristina dos prazeres monitoramento e avaliaÇÃo …
Post on 15-Oct-2021
5 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
KELLY CRISTINA DOS PRAZERES
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS CAUSADOS POR
DICLOFENACO EM EFLUENTES E ÁGUA DEABASTECIMENTO DE
UM MUNICÍPIO DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
São Paulo
Fevereiro de 2017
i
KELLY CRISTINA DOS PRAZERES
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS CAUSADOS POR
DICLOFENACO EM EFLUENTES E ÁGUA DEABASTECIMENTO DE
UM MUNICÍPIO DA REGIÃO METROPOLITANA DO SÃO PAULO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção, da
Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como
requisito para a obtenção do título de Mestre em
Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Curvelo Santana.
Co-Orientador: Silvério Catureba da Silva Filho
São Paulo
Fevereiro de 2017
ii
Prazeres, Kelly Cristina dos. Monitoramento e avaliação dos riscos causados por diclofenaco em efluentes e água de abastecimento de um município da região metropolitana de São Paulo. / Kelly Cristina dos Prazeres. 2017. 106 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2017. Orientador (a): Prof. Dr. José Carlos Curvelo Santana.
1. Diclofenaco. 2. Qualidade da água. 3. Espectrofotometria. 4.Análise de riscos. 5.Impactos ambientais. I. Santana, José Carlos Curvelo. II. Titulo.
CDU 658.5
iii
Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação de Kelly Cristina dos Prazeres em
Engenharia de Produção.
Prof. Dr. José Carlos Curvelo Santana (Orientador)
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr. José Carlos Curvelo Santana, pelos valiosos ensinamentos,
por toda a atenção, dedicação, pelas novas idéias e contribuição no enriquecimento deste
trabalho, pela confiança, credibilidade, paciência e minha sincera gratidão e admiração, por
ser um grande exemplo de competência profissional, de dedicação à docência e fonte de
inspiração para prosseguir na carreira acadêmica, meus eternos agradecimentos.
Ao Prof. Silvério Catureba da Silva Filho pela confiança, credibilidade e apoio na
elaboração deste trabalho.
Aos meus pais, Ivo Rodrigues dos Prazeres e Maria Aparecida dos Santos Prazeres
pela ajuda contínua, por acreditarem, e por sempre estarem na torcida.
Aos meus irmãos, Sandro Rodrigues dos Prazeres e Suellen Cristina dos Prazeres,
por todo o apoio e confiança, por serem iluminados e me inspirarem.
As minhas filhas por me incentivarem e compreenderem a minha ausência durante
os meus estudos.
Aos meus amigos e familiares que sempre acreditaram e fizeram presentes no
decorrer deste estudo, mas sobretudo, pelo exemplo de pessoas maravilhosas.
vi
“Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la
como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa
força capaz de mover o mundo. ”
Mahatma Gandhi
vii
RESUMO
O diclofenaco e seus metabólitos são relatados com frequência na literatura e já foram
detectados em água superficiais de diversos países, como: Alemanha, Suécia, Grécia,
Taiwan, Suíça e Espanha. Os seus danos ao meio ambiente a à saúde humana estão
causando preocupação, pois podem aumentar a resistência de bactérias, a feminilização de
peixes e a redução da produção de esperma humano, etc. Assim, este trabalho objetivou o
monitoramento da presença do fármaco diclofenaco em água de abastecimento e efluente
em uma cidade da Região da Grande São Paulo, avaliando os riscos de contaminação do
solo, de ambientes aquáticos e para a saúde humana. Um questionário foi elaborado de
forma a se mensurar o grau de conhecimento de população sobre os impactos causados
pelo descarte irregular do diclofenaco. Durante a aplicação dos questionários foram
coletadas amostras de água de abastecimento. Coletou-se também, amostras de efluentes
de esgoto sanitário, no canal de saída de ETEs da mesma cidade. As análises foram
realizadas por espectrofotometria UV/vis usando o permanganato de potássio como para
oxidar o diclofenaco em meio ácido. Uma matriz de risco foi elaborada para verificar a que
situação de perigo a cidade se encontra. Os resultados apresentados na tabulação dos dados
do questionário mostraram que 72% dos entrevistados praticam o descarte incorreto dos
fármacos (lixo, vaso sanitário e pia). As análises nas amostras detectaram a presença do
diclofenaco em água de efluente (5,0 mg.L-1) e na água de abastecimento (entre 2,5 e
3,1 mg.L-1). O que pode ser uma consequência destes descartes incorretos. Desta forma,
a análise de riscos mostrou que nas condições atuais os corpos hídricos podem levar a
consequências catastróficas ou graves com probabilidade muito alta de ocorrência de
bactéria resistentes, morte de espécies aquáticas, eclosão antecipada de ovos de animais,
mutação celular e inflamação de fígado em animais e retardo no crescimento e diminuição
da reprodução devida redução de esperma no ser humano. Assim, este trabalho conseguiu
identificar a presença do diclofenaco em amostras de água de abastecimento e de efluente
sanitário; servindo de alerta para que os Órgãos Públicos tomem decisões de forma a
minimizar os seus efeitos ao meio ambiente e ao ser humano.
Palavras chave: Diclofenaco, qualidade da água, espectrofotometria, análise de riscos,
impactos ambientais
viii
ABSTRACT
Diclofenac and its metabolites are frequently reported in the literature and have already
been detected in surface water from several countries, such as Germany, Sweden, Greece,
Taiwan, Switzerland and Spain. Their damage to the environment to human health is
causing concern, as they can increase bacterial resistance, feminization of fish and
reduction of human sperm production, etc. Thus, this work aimed at monitoring the
presence of diclofenac in drinking water and effluent in a city in the Greater São Paulo
Region, evaluating the risks of soil contamination, aquatic environments and human health.
A questionnaire was developed in order to measure the level of population knowledge
about the impacts caused by the irregular disposal of diclofenac. During the application of
the questionnaires were collected water supply samples. Samples of sanitary sewage
effluents were also collected in the ETEs exit channel of the same city. Analyzes were
performed by UV/vis spectrophotometry using potassium permanganate as to oxidize
diclofenac in acidic medium. A risk matrix has been developed to verify what danger
situation the city is in. The results presented in the tabulation of the questionnaire data
showed that 72% of the interviewees practiced incorrect disposal of the drugs (garbage,
toilet and sink). And, the analyzes in the samples detected the presence of diclofenac in
effluent water (5.0 mg.L-1) and in the supply water (between 2.5 and 3.1 mg.L-1). This may
be a consequence of these incorrect discards. In this way, the risk analysis showed that
under current conditions the water bodies can lead to catastrophic or serious consequences
with very high probability of occurrence of resistant bacteria, death of aquatic species,
anticipated hatching of animal eggs, cell mutation and liver inflammation In animals and
delayed growth and decreased reproduction due to sperm reduction in humans. Thus, this
work was able to identify the presence of diclofenac in samples of water supply and
sanitary effluent; Serving as an alert for Public Bodies to make decisions in order to
minimize their effects on the environment and the human being.
Keywords: Diclofenac, water quality, spectrophotometry, risk analysis, environmental
impacts
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Estrutura molecular do diclofenaco sódico..................................................... 16
Figura 2 Estrutura de DCF e metabólitos DCF sintéticos.............................................. 18
Figura 3. Esquema das possíveis fontes e rotas de ocorrência de resíduos
farmacológicos no ambiente aquático.............................................................................
27
Figura 4. Principais vias de exposição ambiental do diclofenaco.................................. 29
Figura 5. Classificação da pesquisa científica................................................................ 43
Figura 6. Exemplo de Matriz de Risco........................................................................... 48
Figura 7. Classe de medicamentos utilizados pela população amostra.......................... 52
Figura 8. Uso de anti-inflamatórios................................................................................ 53
Figura 9. Marcas de anti-inflamatório mais utilizado.................................................... 53
Figura 10. Respostas sobre os aspectos, orientações de armazenamento, descarte dos
fármacos. ........................................................................................................................ 55
Figura 11 Descarte de fármacos..................................................................................... 61
Figura 12 Descarte de fármacos no município da RMSP.............................................. 62
Figura 13 Respostas sobre orientações do descarte de fármacos................................... 63
Figura 14. Resposta sobre o conhecimento dos impactos ao meio ambiente............... 64
Figura 15. Curva de calibração do diclofenaco de sódio em permanganato de
potássio............................................................................................................................ 61
x
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Ranking das maiores empresas farmacêuticas no mundo........................... 8
Quadro 2. Classificação dos principais anti-inflamatório....................................................... 14
Quadro 3. Divisão dos resíduos químico farmacêuticos.............................................. 26
Quadro 4. Classificação dos compostos de acordo com os seus valoresCE50........... 33
Quadro 5. Categoria de severidade das consequências................................................ 38
Quadro 6. Probabilidade de ocorrência........................................................................ 39
Quadro 7. Escala de probabilidade de ocorrência........................................................ 49
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Eficiência da remoção em estações de tratamento de esgoto....................... 30
Tabela 2. Dados ecotoxicológicos (mg. L-1) da literatura utilizada para avaliar o
risco ambiental aquático representado pelo diclofenaco.............................................. 35
Tabela 3. Concentração efetiva média da toxicidade (CE50) mg. L-1.......................... 56
Tabela 4. Concentração média de Fármacos detectados no meio ambiente................ 57
Tabela 5. Perigo identificados, suas probabilidades e impacto................................... 58
Tabela 6. Matriz de risco gerada para a cidade da RMSP........................................... 60
Tabela 7. Resultado da análise das amostras............................................................... 67
Tabela 8. Resultado da análise das amostras............................................................... 69
xii
ABREVIATURAS E SIGLAS
CCE - Contaminante emergente
DCF - Diclofenaco
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ETE - Estação de tratamento de esgoto
ETA - Estação de tratamento de água
CAG - Carbono ativado granulado
RMSP - Região Metropolitana de São Paulo
CNQ - Confederação nacional de química
ECDC - Centre for disease prevention and control
ASS - Ácido acetilsalicílico
AINE - Anti-inflamatório não esteroidal
AIE - Anti-inflamatório esteroidal
Cmax - Concentração máxima
AUC - Área sob curva
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
RM - Resíduos médicos
RSSS - Resíduos Sólidos em Serviço de Saúde
PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
CENO - Concentração de efeito não observado
CEN - Concentração de efeito observado
UTA - Unidade tóxica aguda
xiii
UTC - Unidade toxica crônica
CEE - Comissão das normas europeia
COX - Enzima ciclooxigenase
CL - Concentração letal média
CE - Concentração efetiva média
xiv
SUMÁRIO
LISTA DEFIGURAS ............................................................................................... i
LIST A DE QUADROS............................................................................................. ii
LISTA DE TABELAS .............................................................................................. iii
LISTA DEABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................. iv
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.1. Objetivos........................................................................................................ 6
1.1.1. Objetivo geral........................................................................................ 6
1.1.2. Objetivos específicos.............................................................................. 6
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 7
2.1. Industria farmacêutica.................................................................................... 7
2.1.1. Os fármacos mais utilizados pela população.......................................... 9
a) Antibióticos.............................................................................................. 9
b) Analgésicos.............................................................................................. 11
c) Antiansioliticos........................................................................................ 11
d) Anti-hipertensivos........................................................................................ 12
e) Anti-inflamatórios..................................................................................... 12
2.1.2. Diclofenaco: Anti-inflamatórios não esteroidais.................................... 15
2.2. Resíduos sólidos em serviço de saúde (RSSS)............................................... 18
xv
2.3. Impactos ambientais causados pelos fármacos............................................... 21
2.4. Rota de Resíduos de Medicamentos e o Meio Ambiente............................... 25
2.5. Toxicidade em Organismos Aquáticos........................................................... 31
2.6. Gerenciamento de Risco................................................................................. 36
2.6.1. Classificação de risco............................................................................... 38
2.6.2. Matriz de riscos........................................................................................ 40
2.6.3. Avaliação dos riscos................................................................................ 41
3. METODOLOGIA DE PESQUISA...................................................................... 43
3.1.Caracterização da pesquisa.............................................................................. 43
3.2. População e amostra....................................................................................... 45
3.3 Elaboração e aplicação do questionário........................................................... 46
3.4. Análise de risco dos fármacos no meio ambiente........................................... 48
3.5. Método de Análise do Diclofenaco................................................................. 50
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 41
4.1. Avaliação de conhecimento ambiental........................................................... 52
4.2. Fármacos utilizados pela população............................................................... 53
4.3. Avaliação dos riscos.... .................................................................................. 57
4.4. Levantamento das formas de descarte............................................................ 62
4.5. Curva de calibração........................................................................................ 66
4.6. Resultado das amostras................................................................................... 68
xvi
5. CONCLUSÃO....................................................................................................... 72
5.1. Sugestões para trabalhos futuros.................................................................... 73
5.2. Publicações..................................................................................................... 73
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 75
7. ANEXO I ............................................................................................................... 93
1
1. INTRODUÇÃO
Acreditava-se que a água potável, seria um bem infinito, pois a natureza foi sempre
tão generosa que se imaginou, que os mananciais seriam reservas inesgotáveis e
renováveis. Entretanto a utilização indiscriminada dos recursos naturais tem provocando a
sua escassez. Embora a disponibilidade de água pareça ilimitada, na verdade está
confirmação representa uma limitação, pois a medida que a população e a economia
crescem, menos o ciclo natural da água é respeitado, como consequência, tem-se a
degradação e a água vai se tornando inadequada para consumo (BARROS & AMIN,
2007).
A escassez hídrica, a contaminação das fontes naturais e o desperdício são fatores
que comprometem o abastecimento em diversos países e, há muito tempo, a questão de
sobrevivência da humanidade está sendo ameaçada e pouco é feito para evitar uma crise,
em um futuro próximo (VENANCIO et al., 2015).
Com o crescimento populacional dos centros urbanos e os impactos ambientais que
a indústria vem causando ao longo do tempo, por meio do descarte irregular de materiais
tóxicos em corpos hídricos, a situação se agrava, acarretando desequilíbrio e degradação
da qualidade das águas superficiais, o que proporciona um aumento da contaminação de
rios, lagos e reservatórios por compostos tóxicos e centenas de substâncias conhecidas
como contaminantes emergentes (CE) (PEREIRA; CURI, 2012).
A partir da segunda metade do século XX, a preocupação com o meio ambiente
vem sendo discutida com maior ênfase, estudos revelam que contaminantes emergentes
reúnem diversos compostos que podem ser definidos como grupos de substâncias de
origem natural ou sintética, que fazem parte de uma nova classe de compostos, ainda sem
regulamentação e, portanto,o seu monitoramento não é exigido. O que levou a sua
identificação em águas de abastecimento e efluentes sanitários, devido ao descarte irregular
e à excreções humana e animal (NASCIMENTO; ARAÚJO; ALVAREZ, 2015).
Desse modo, tornou-se necessário o desenvolvimento de técnicas de análise
efetivas, para a determinação dos contaminantes emergentes nos corpos hídricos, novos
métodos analíticos instrumentais que apresentem vantagens como rapidez e sensibilidade,
sendo apropriados para a determinação de baixas concentrações (µg. L-1 até mg. L-1).
2
Segundo Godoy; Kummrow; Pamplin, (2015), essas técnicas, só foram desenvolvidas no
final do século XX, sendo possível, portanto, a identificação dos CE apenas a partir dessa
época.
Com a rápida evolução da química analítica instrumental e a crescente sofisticação
de técnicas, um grande número de substâncias, fossem detectadas. Surgindo a possibilidade
de identificar potenciais produtos químicos tóxicos, devido à grande variação de métodos
analíticos.
Inúmeros métodos são descritos na literatura para a determinação de um composto
único ou de alguns compostos em preparações farmacêuticas e fluidos biológicos, entre
elespode-se citar a cromatografia (RIBANI et al., 2004; SUCHARA, 2007;
KRYMCHANTOWSKI et al., 2008; QUEIROZ, 2011; SAMIR; SALEM;
ABDELKAWY, 2012; HEYDARI; SHAMSIPUR; NALEINI, 2013); o espectrofotômetro
de absorção atômica (MUSTRA, 2009), espectrofluorometria (GOUDA et al., 2013); a
espectrofotometria UV – VIS (CÓRDOVA; BARRELES; DÍAZ, 1998; PASCHOAL et
al., 2003; SOUZA; FERRÃO, 2006; FREER et al., 2014; ) e a espectrofotometria
(CIAPINA et al., 2005; GOUDA et al., 2013; KRAMANCHEVA et al., 1997; MATIN;
FARAJZADEH; JOUYBAN, 2005; MEREY, 2016; SOUZA; TUBINO, 2005). Tais
métodos permitem identificar os fármacos e os seus metabólitos no meio mesmo em baixas
concentrações.
De acordo com a pesquisa realizada por Barcelo e Alda (2008) sobre os efeitos
potenciais dos fármacos e produtos para cuidados e higiene pessoais, ibuprofeno,
diclofenaco, ácido clofíbrico, ácido acetilsalicílico e triclosan, normalmente detectados em
concentrações inferiores a 250 ng.L-1 foram encontrados no rio Llobregat na Espanha,
porém a falta de informação sobre a toxicidade ambiental não exclui os efeitos prejudiciais
sobre o ambiente aquático a longo prazo, esses efeitos podem progredir para estágios
irreversíveis, alterando a sucessão natural e ecológica (KUSTER et al., 2008; BARTHA et
al., 2010).
A presença de fármacos residuais no meio ambiente pode causar efeitos adversos
em organismos aquáticos e terrestres, além de prejuízos à saúde humana, sendo, portanto,
importante para identificar fontes, rotas, receptores e toxicidade dos contaminantes
emergentes na natureza. A ocorrência e o destino de compostos farmacêuticos e seus
metabólitos no meio aquático têm sido reconhecidos como um problema emergente. Há
3
preocupação, porque pouco se sabe sobre os efeitos potenciais desses compostos em
organismos não-alvo, principalmente toxicidade crônica e possíveis efeitos aditivos de uma
vasta gama de produtos farmacêuticos presentes no ambiente aquático (RIGOBELLO et
al., 2013).
Alguns grupos de medicamentos merecem atenção especial, como os antibióticos,
hormônios, antineoplásicos, antidepressores, analgésicos, anti-inflamatórios, antipiréticos e
reguladores lipídicos, podem originar efeitos adversos, tais como, lesão celular,
desregulação endócrina, infertilidade, hermafroditismo, alteração comportamental,
resistência aos antibióticos, alteração da pressão arterial, entre outros (HEBERER, 2002;
BILA e DEZOTTI 2003; ALMEIDA e WEBER 2005; FENT; WESTON; CAMINADA,
2006; HENRIQUES et al., 2010; KUMMERER, 2010; FALQUETO et al., 2010;
MIRANDA et al., 2011; BORRELY et al., 2012; PINTO et al., 2014).
Resíduos de diclofenaco e seus metabólicos foram detectados em regiões distintas,
como Alemanha, Suécia, Taiwan, Suíça, China e Espanha. Embora esses resíduos sejam
encontrados em pequenas concentrações, alguns estudos validam os efeitos adversos a
organismos aquáticos. De acordo com estudos, há indícios de animais, principalmente
peixes, anfíbios e répteis, que vivem em locais com grande quantidade de esgoto
doméstico e possuem problemas de mortalidade, inibição do crescimento da população,
infertilidade e indefinição sexual (HEBERER, 2002; JOBLING et al., 2003; FENT;
WESTON; CAMINADA, 2006; BOLONG et al., 2009; SANTOS et al., 2010).
A ocorrência dos fármacos na natureza aumenta com o crescimento e
envelhecimento populacional, uma vez que população vem envelhecendo de forma intensa,
como consequência da redução da fecundidade, da mortalidade infantil e do aumento da
expectativa de vida nas pessoas mais velhas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) (2016), a população acima de 65 anos, deve passar de 14,9 milhões
(7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060. É indiscutível à
necessidade dos medicamentos na sociedade, com grande importância no tratamento de
enfermidades ou até mesmo como fonte preventiva de doenças, aumentando a longevidade,
necessitando dessa forma, um desenvolvimento maior da indústria farmacêutica.
Corroborando com o crescimento do setor farmacêutico, que, em 2011, cresceu
19%, movimentando R$ 38 bilhões de reais em vendas, com expectativa de movimentar
R$ 87 bilhões em 2017, segundo o IMS Health (empresa americana que fornece
4
informações, serviços e tecnologia para a indústria de cuidados de saúde) (2016). O Brasil
está entre os maiores consumidores de medicamentos do mundo, conforme dados da
Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA, 2016), que
apontam o país como o sétimo maior mercado mundial. Esse cenário favorável do
crescimento nas vendas de medicamentos é devido a um conjunto de fatores, o mais
predominante é o envelhecimento da população da América Latina, mais de 150 milhões
de pessoas terão mais de 50 anos em 2050.
Em paralelo ao aumento da produção e ao consumo de fármacos, existe ausência de
coleta desse resíduo, no Brasil ainda não há uma responsabilidade definida sobre como
deverá ser realizado o descarte de medicamentos por parte de consumidores. Grande parte
da população não tem orientação sobre o descarte dos medicamentos, descartando em lixo
comum e em efluentes sanitário, não sabe ou nunca obteve informações sobre como
realizar o descarte de medicamentos que possui em casa. Por este motivo, a forma
indiscriminada como é feito o descarte desses contaminantes emergentes, geram níveis
alarmantes de preocupação (RODRIGUES, 2009; FRANÇA, 2011; MEDEIROS;
MOREIRA; LOPES, 2014).
Aliado a isso, o tratamento convencional, efetuado nas Estações de Tratamento de
Esgoto (ETE) são ineficientes na remoção dos diclofenaco (DCF), Zhang; Geisse; Gal,
(2008) mostram que nem todos os medicamentos são completamente removidos durante o
tratamento, consequentemente, DCF que tem sido encontrado nas águas superficiais, torna-
se mais preocupante já que este fármaco continua a sua rota, mesmo depois do tratamento,
sendo lançados em rios, provocando a contaminação das águas superficiais (BAUTITZ,
2006).
A contaminação dosolo e de ambientes aquáticos com resíduos de fármacos é
relatada com grande frequência na literatura (ERIKSSON; SVANFELT; KRONBERG,
2010; BROZINSKI et al., 2013; GIMENES et al., 2013; GAMARRA et al., 2015). No
estudo relatado por Bila e Dezotti (2003) a ocorrência de fármacos residuais no esgoto
doméstico e em águas superficiais é um problema internacional que chamou a atenção de
pesquisadores.
Acreditava-se que as baixas concentrações dos CE, não seriam prejudiciais ao
meioambiente. Entretanto, Sanderson et al. (2004) puderam verificar que os fármacos
podem ser bioacumulativos em seres vivos por serem lipofílicos (dissolve na gordura
5
acumulando-se).
Gracia-Lor et al. (2012) monitoraram 50 fármacos na região mediterrânea da
Espanha, águas residuais de afluente e efluente de diferentes ETE e o DFC foi um dos anti-
inflamatórios mais encontrado, sendo um dos fármacos mais consumido nomundo.Ainda
existe o problema da toxicidade dos metabólitos e dos subprodutos formados na remoção
do DFC.
Rigobello et al. (2013) avaliaram a eficiência dos processos convencionais de
tratamento de água potável com e sem pré-oxidação com cloro e dióxido de cloro e o uso
de filtração de carbono ativado granular (GAC) para a remoção do DCF. Pode-se observar
que o tratamento em ciclo completo seguido da adsorção em CAG foi eficiente na remoção
de DCF, com remoção maior que 99,7%. Entretanto, na remoção de DCF foram
identificados os principais subprodutos do DCF formados na oxidação com cloro e dióxido
de cloro, apresentaram as seguintes fórmulas moleculares: C14H112NO3, C13H10Cl3N e
C14H10Cl3NO2. Com o dióxido de cloro foi identificado o subproduto de fórmula molecular
igual a C14H11Cl2NO3, o que torna significativo e importante o estudo da ocorrência do
DCF no meio ambiente. Logo, fica evidente a preocupação com a qualidade da água.
Por meio das observações feitas, pode-se verificar o descaso existente por
contaminantes emergentes nos corpos hídricos. Não há tratamento adequado, capaz de
retirar os fármacos dos efluentes sanitários, tampouco o monitoramento do caminho que o
fármaco realiza na natureza e os possíveis efeitos a saúde humana e no meio ambiente.
No Brasil, os dados dos riscos e detecção do DCF em efluente, afluente e água de
abastecimento são escassos e, neste contexto, a identificação e o destino final dos fármacos
é um tema relevante para a saúde pública, devido às diferenças de propriedades físico-
químicas dos fármacos e as interações farmacológicas, que por fim se tornarão resíduos.
Desta forma o monitoramento de corpos hídricos para verificar a presença de um
fármaco, como o diclofenaco, seria importante para realizar uma avaliação de riscos ao
meio ambiente e ao ser humano, pois já foi evidenciado que podem ocorrer problemas
como doenças, feminilização em peixes, problemas de fecundidade, microorganismos mais
resistentes (bactérias), extinção de espécie aquática e outros.
Por conseguinte, está pesquisa pretende realizar a avaliação de riscos à saúde
humana e meio ambiente em uma cidade da Região Metropolitana de São Paulo, além de
6
monitorar a presença do diclofenaco em água de abastecimento e córrego desta mesma
cidade.
1.1. Objetivos
1.1.1. Objetivo geral
O objetivo desse trabalho é avaliar os riscos de contaminação e monitorar a
presença de diclofenaco em água de abastecimento e em efluente sanitário de uma cidade
da Região Metropolitana de São Paulo.
1.1.2. Objetivos específicos
• Elaborar e aplicar um questionário para verificar o nível de conhecimento sobre o
uso correto, descarte e impactos ambientais causados pelos fármacos.
• Verificar o nível de conhecimento da população de uma cidade da RMSP sobre e
uso correto, descarte e impactos ambientais causados pelos fármacos.
• A partir de indicadores (concentração) de contaminação por fármacos elaborar uma
tabela de níveis de risco.
• Analisar amostras de água de abastecimento e de efluente sanitário para identificar
a presença do diclofenaco.
• Analisar os riscos e consequências do acúmulo de diclofenaco para o meio
ambiente.
7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo tem o propósito apresentar a revisão bibliográfica inerente,
fundamental e relevante com relação ao tema de pesquisa selecionado. Por meio de busca e
triagem na literatura, seja em periódico ou livros, são identificados os principais autores e
conceitos associados ao objeto de estudo. Além de que, também foram identificadas
lacunas na literatura atual, bem como tendências que puderamconduzir o desenvolvimento
pesquisa.
2.1. Industria farmacêutica
O desenvolvimento da indústria farmacêutica no Brasil iniciou-se no período entre
1890 e 1950 tendo relação direta com as instituições de saúde pública. O setor
farmacêutico se sustenta com base em pesquisas e desenvolvimento tecnológico. O Estado
brasileiro teve uma participação importante no do desenvolvimento industrial farmacêutico
ao incentivar e fornecer recursos para laboratórios farmacêuticos. Com a crescente
urbanização do País, geram o aumento de doenças. Quanto mais pessoas doentes, maior
consumo de fármacos (Confederação Nacional do Ramo Químico - CNQ, 2016).
O setor farmacêutico no Brasil cresceu 19% em 2011, movimentando R$ 38 bilhões
de reais em vendas, em 2012 o Brasil era o oitavo maior consumidor de medicamento do
mundo e o quinto maior produtor de medicamentos, ficando atrás somente de Estados
Unidos, Japão, Alemanha e França, segundo dados Associação Brasileira do Atacado
Farmacêutico (ABAFARMA, 2016).
Em 2013, o Brasil ocupou o 4º lugar no mercado de consumo de medicamentos no
mundo. Segundo o instituto IMS Health, que audita o mercado farmacêutico mundial, o
Brasil é o país com o maior número de farmácias do mundo, com uma proporção de 3,34
farmácias para cada 10 mil habitantes, o faturamento da indústria farmacêutica cresce 16%,
segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo
(SINDUSFARMA, 2016).
8
Em 2014, o setor movimentou 55,89 bilhões de reais no Brasil, este segmento deve
atingir R$ 87 bilhões em 2017, segundo o IMS Health. Esse cenário favorável do
crescimento nas vendas de medicamentos.
A Forbes Brasil divulgou em 2015 o ranking das maiores empresas farmacêuticas
no mundo. Essa classificação é calculada a partir da combinação de quatro fatores:
receitas, lucros, ativos e valor de mercado. A multinacional norte-americana Johnson &
Johnson ocupa o primeiro lugar, atuando também nos segmentos de cuidados para o corpo
e higiene, entre outros produtos, e ocupa, neste ano, o 34º lugar da Global 2000, lista anual
das maiores companhias do mundo. Os dez primeiros colocados no ranking Forbes das
grandes indústrias farmacêuticas estão apresentados Quadro 1.
Quadro 1. Ranking das maiores empresas farmacêuticas no mundo
Ranking Empresa
Farmacêutica País
Posição na
Global
2000
Segmento
1º Johnson &
Johnson
Estados
Unidos
34º Opera como uma empresa de investimentos
em diversos tipos de produtos, como
cuidados com a saúde, higiene e beleza.
2 º Pfizer
Estados
Unidos
48 º É uma empresa global de pesquisa
biofarmacêutica.
3 º Novartis
Suíça
52 º Desenvolve, fabrica e comercializa produtos
para a saúde.
4 º Merck & Co Estados
Unidos
80 º Fornece diversas soluções, por meio de
medicamentos de prescrição, vacinas,
terapias biológicas, saúde animal e produtos
de cuidados, aos consumidores em todo o
mundo.
5 º Roche Holding
Suíça
81 º Tem foco em pesquisa, com destaque em
produtos farmacêuticos e diagnósticos.
6 º Sanofi França 89 º Trabalha com pesquisa, produção e
9
distribuição de produtos farmacêuticos.
7 º Bayer Alemanha 108 º Se compromete com o desenvolvimento,
fabricação e distribuição de produtos das
áreas de saúde, nutrição e materiais
tecnológicos.
8 º GlaxoSmithKline Inglaterra 135 º Opera como uma empresa global de saúde
engajada em pesquisa e desenvolvimento de
medicamentos e marcas inovadoras.
9 º Amgen
Estados
Unidos
161 º É uma empresa biotecnológica, que
investiga, desenvolve, fabrica e comercializa
medicamentos para doenças graves.
10 º McKesson Estados
Unidos
172 º É uma corporação empresarial de serviços de
saúde e tecnologia, que fornece
medicamentos e produtos farmacêuticos
desenvolvidos para o cuidado de pacientes.
Fonte: Adaptado da FORBES (2015)
2.1.1. Os fármacos mais utilizados pela população
Na lista dos fármacos mais vendidos no Brasil constam os indicados para o controle
da hipertensão, à redução do colesterol e ansiolíticos, além de uma parte considerável de
medicamentos imune de prescrição médica, tais como analgésicos e anti-inflamatórios,
medicamento para o tratamento da disfunção erétil e contraceptivos.
Os produtos farmacêuticos são divididos em cinco classes principais utilizadas pela
população.
a) Antibióticos
Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento
ou causar a morte de bactérias. Com o surgimento crescente de infecções, há necessidade
10
de tratamento com antibiótico, entretanto o uso desnecessário e prescrição excessiva torna
o de antibióticos ineficientes, formando microrganismos multirresistentes, atualmente
pessoas morrerem por infecções simples, porque o antibiótico não é mais eficaz
(GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).
Tornando se um problema de saúde púbica bastante relevante, o desenvolvimento
de resistência bacteriana aos antibióticos é um fenômeno natural resultante da pressão
seletiva exercida pelo uso de antibióticos, mas que tem sofrido uma expansão muito
acelerada devido à utilização inadequada destes fármacos (LOUREIRO et al., 2016).
De acordo com dados divulgados no relatório European Centre for Disease
Prevention and Control (ECDC), a Grécia é o país com maior consumo de antibióticos.
Considerando a utilização relativa das diferentes classes de antibióticos, a penicilina é o
mais utilizado na comunidade em todos os países da Europa valor de quase 70% no grupo
etário dos 0-14. Apesar de ser também o grupo mais prescrito nos mais idosos, representam
apenas cerca de 40% (RAMALHINHO et al., 2015; LOUREIRO et al., 2016).
A penicilina foi descoberta, por Alexander Fleming em 1928, é um dos
acontecimentos marcantes da história da ciência, abriu as portas de um novo mundo, com
o surgimento de uma grande indústria que passou a se dedicar à produção de penicilina e
outros antibióticos responsáveis em matar as bactérias ou inibir a sua proliferação
(PEREIRA; PITA, 2005).
A penicilina é um antibiótico β-lactâmicos, age inibindo formação de ligação
cruzada entre cadeias de peptideoglicano (um polímero constituído por açúcares e
aminoácidos que originam uma espécie de malha na região exterior à membrana celular
das bactérias), impedindo a formação correta da parede celular bacteriana (GUIMARÃES;
MOMESSO; PUPO, 2010).
b) Analgésicos
A dipirona é o analgésico mais utilizado no Brasil, consiste em um pirazolônico
derivado analgésico não opiáceo (derivada da papoula). É um analgésico com eficácia
comprovada no alívio da dor em pós-cirúrgica, dor de dente, cirurgia oncológica e
enxaqueca (QUEIROZ et al., 2013)
11
O seu efeito analgésico começa quase imediatamente e atinge o seu máximo 20 a
45 minutos após administração intravenosa. Seus metabolitos ativos são metil-amino-
antipyrine e aminoantipirina. A excreção é predominantemente renal
(KRYMCHANTOWSKI et al., 2008).
Também conhecida como metamizol, a dipirona vem sendo alvo de muita
polêmica, sendo proibida, na maioria dos países desenvolvidos (Austrália, Canadá,
Dinamarca, Estados Unidos da América - EUA, Noruega, Reino Unido, Suécia, entre
outros). Esta não é comercializada, em virtude do suposto papel de deprimir a medula
Óssea, causando anemia aplástica, reações alérgicas graves (como edema de glote e
anafilaxia) e agranulocitose (falta ou redução leucócitos granulosos)(FERREIRA et al.,
2013; QUEIROZ et al., 2013).
Desde a sua introdução no mercado mundial, há mais de 100 anos, no mercado
nacional, há mais de 70 anos, a dipirona tem sido amplamente utilizada em casos de dores
em geral, tais como, dor de cabeça, dente, ouvido e usado em casos de febre. Quando
administrada pela via parenteral (injetável), apresenta efeito analgésico similar aos anti-
inflamatórios não esteroidais e opiôides fracos (DANIELI; LEAL, 2003).
c) Antiansioliticos
O rivotril possui clonazepam como princípio ativo um tranquilizante do grupo do
benzodiazepínico, introduzidos na terapêutica na década de 1960, são fármacos
depressores do sistema nervoso central, utilizados como hipnóticos, têm sido utilizados
para tratar uma variedade de desordens, incluindo ansiedade, depressão, insônia, retirada
álcool, e convulsões.
A eficácia dos benzodiazepínicos é indicado nos tratamentos de curta duração,
porém o uso prolongado é contraindicado devido aos riscos de efeitos adversos, incluindo a
dependência. O uso excessivo benzodiazepínico é observado em diversos países. No
Brasil, estima se que 1,6% da população adulta seja usuária crônica de benzodiazepínicos.
Entretanto a sua utilização como tratamentos de manutenção diminuiu nas últimas décadas
devido a preocupações quanto ao potencial para o abuso, a tolerância, a sedação excessiva
(FIRMINO et al., 2011).
12
Os metabólitos dos benzodiazepínicos são excretados pela urina na forma de
glicuronídios ou metabólitos oxidados, e em menor concentração nas fezes. Uma parcela
pequena é eliminada na urina de forma inalterada (GOLAN, 2009).
d) Anti-hipertensivos
A losartana é um anti-hipertensivo mais vendido, sendo um composto sintético potente,
pelo fato de ser um inibidor de angiotensina, é originalmente usado para o tratamento da
hipertensão, age de modo a reduzir a pressão arterial, além de ter sido aprovada para a
profilaxia do acidente vascular cerebral. Entre os efeitos colaterais estão tonturas e,
raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (GOODMAN; GILMAN, 2012; ROYO et
al., 2014).
Com relação ao metabolismo e excreção desse fármaco, aproximadamente 4% da
dose administrada são excretadas de forma inalterada na urina e aproximadamente 6% são
excretadas na urina na forma do metabólito ativo de ácido carboxílico (GODOY, 2014).
e) Anti-inflamatórios
Desde a Antiguidade, o homem buscava meios para aliviar a dor, a febre e a
inflamação. Na pré-história, o homem parecia agir instintivamente, como os animais, no
tratamento de suas enfermidades. Assim, é comum encontrar pinturas rupestres de homens
das cavernas lambendo suas feridas, ou bebendo muita água e ficando nas proximidades de
fogueiras quando se tinha febre. Em 1898, Felix Hofmann pesquisando a cura para a artrite
que incomodava seu pai, descobriu o ácido acetilsalicílico (AAS) com propriedades
analgésicas desejada (LUENGO, 2005; VIEGAS, et al., 2006).
O ácido acetilsalicílico foi introduzido no mercado no final do século XIX como o
primeiro medicamento anti-inflamatório cientificamente divulgado. Foi comercializado por
mais de 70 anos sem que seu mecanismo de ação fosse conhecido e, quando descoberto,
possibilitou a síntese de novos fármacos (MONTEIRO et al., 2008).
13
Os anti-inflamatórios foram agrupados em dois grandes grupos, dadas as suas
características: anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e anti-inflamatórios esteroidais
(AINs) (corticoides). Também foram incluídas informações sobre os principais
medicamentos modificadores da doença reumática, fármaco com propriedades anti-
inflamatórias e imunomoduladoras que tem sido utilizado especificamente para o
tratamento da dermatite atópica (CRF SP, 2013). O quadro 2mostra a classificação dos
anti-inflamatórios.
Em 1949 os AINs começaram a ser utilizados terapeuticamente. E em 1952,
iniciou-se a exploração do uso tópico destes esteroides. Os (AIEs) são drogas que
mimetizam os efeitos do hormônio cortisol. Este hormônio é essencial à vida, sendo
responsável por vários processos, desde o estado de embrião. Além de possuir efeitos
metabólicos próprios, também, age amplificando o efeito de outros hormônios no
organismo humano (MONTEIRO et al., 2008).
Na segunda metade do século XX, vários AINEs foram inseridos no mercado e,
apesar da diversidade das estruturas químicas, apresentaram as mesmas propriedades
terapêuticas. Nessa época os corticoides também foram descobertos e começaram a ser
incluídos nas terapias, tornando-se a principal categoria de medicamentos para o
tratamento da artrite reumatoide. Os anti-inflamatórios estão entre os mais prescritos no
mundo, devido as suas propriedades desejadas (LUENGO, 2005).
Os AINEs são classificados em: seletivos e não seletivos, sendo que os não
seletivos são os mais antigos, e apontado como tradicionais. Os AINEs seletivos são
usados para inibir a enzima ciclooxigenase (COX-2). Nos últimos anos, tem sido
questionada a segurança do uso dos AINEs na prática clínica, devido a evidências sobre o
aumento do risco cardiovascular com o uso de AINEs são ainda incompletos
(BATLOUNI, 2010).
Os classificados em outros, são anti-inflamatórios modificadores da doença
reumática, pode reduzir o processo de destruição cartilaginosa e óssea que ocorre na artrite,
que compreendem a hidroxicloroquina, a sulfassalazina, o metotrexato, entre outros. Estes
medicamentos atuam sobre a resposta imune, podendo suprimir o processo da doença (MS,
2010).
Quadro 2. Classificação dos principais anti-inflamatório
14
ANTI -INFLAMATÓRIOS
Esteroidais (AINs) Não-esteroidais (AINEs)
Outros Corticoides
AINEs
seletivos
AINEs
não-seletivos
Betametasona (T, S) Celecoxibe (S) Aceclofenaco (S) Hidroxicloroquina
(S)
Budesonida (T, S) Etodolaco (S) Ácido acetilsalicílico (S) Mesalazina (S)
Deflazacorte (S) Etoricoxibe (S) Ácido mefenâmico (S) Metotrexato (S)
Desonida (T) Meloxicam (S) Benzidamina (T) Pimecrolimo (T)
Dexametasona (T, S) Nimesulida (S) Cetoprofeno (S) Sulfassalazina (S)
Hidrocortisona (T, S)
Cetorolaco de
Trometamina (S)
Metilprednisona (T, S)
Diclofenaco (T, S)
Metilprednisolona (T, S)
Diclofenaco
Colestiramina (S)
Prednisolona (T, S)
Dipirona (S)
Prednisona (S)
Fenilbutazona (S)
Triancinolona (T, S)
Flurbiprofeno (T, S)
Ibuprofeno (S)
Indometacina (S)
Loxoprofeno (S)
Naproxeno (S)
Paracetamol (S)
Piroxicam (S)
Tenoxicam (S)
Fonte: CRF SP (2013). Legenda: (T, S) uso tópico e uso sistêmico; (T): uso tópico; (S): uso sistêmico.
Os classificados em outros, são anti-inflamatórios modificadores da doença
reumática, pode reduzir o processo de destruição cartilaginosa e óssea que ocorre na artrite,
15
que compreendem a hidroxicloroquina, a sulfassalazina, o metotrexato, entre outros. Estes
medicamentos atuam sobre a resposta imune, podendo suprimir o processo da doença (MS,
2010).
2.1.2. Diclofenaco: anti-inflamatório não esteroidal (AINE)
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) encontram-se entre os medicamentos
mais prescritos em todo o mundo. São utilizados principalmente no tratamento da
inflamação, dor e edema, como também nas osteoartrites, artrite reumatoide e distúrbios
músculos-esqueléticos (BATLOUNI, 2010).
O DCF de sódio é um dos AINE tradicional (não seletivo) mais utilizados com
efeito analgésico, anti-inflamatório e antipirético. Por ser um potente inibidor da enzima
ciclooxigenase, este medicamento é utilizado para aliviar a dor e a inflamação nos
processos inflamatórios em geral, e em casos mais específicos de atrite reumatoide,
osteoartrite, bursites, tendinites, dor pós-operatórias e espondilose anquilosante é
encontrado, principalmente, com o nome comercial Voltarem® e o DCF de potássio como
Cataflan®, (RIGOBELLO, 2012).
Estes incluem a profilaxia contra a doença cardiovascular, alívio do desconforto
associado com traumatismos e dores de cabeça secundárias, e de alívio da dor grave
causada por uma variedade de doenças das articulações inflamatórias e degenerativas.
Apesar da ampla utilização de AINEs durante o último século, seu mecanismo de ação não
foi totalmente apreciado até 1971, quando Vane publicou suas observações seminais
propondo que a capacidade de AINEs para suprimir a inflamação depende essencialmente
da sua capacidade de inibir a enzima ciclooxigenase (LIMA et al., 2015).
Apresenta-se na forma de um sal, derivado do ácido benzenoacético. Denominado
quimicamente por 2-[(2,6-diclorofenil)amino] benzenoacetato de sódio, mais conhecido
por diclofenaco sódico é um potente inibidor competitivo reversível da atividade da
ciclooxigenase que se apresenta como pó cristalino branco a levemente amarelado, pouco
higroscópico, com peso molecular de 318,13. A Figura 1 apresenta a fórmula estrutural da
molécula, sendo a sua fórmula molecular é constituída por C14H10Cl2NNaO2, possui pKa:
16
4, levemente ácido, log P (n-octanol/água): 4,4, e ponto de fusão (°C): 283-285
(FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2010).
Lançado no mercado japonês no início de 1974, o diclofenaco atualmente, pode ser
encontrado em cerca de 120 países em todo mundo, tendo sido aprovado pelo FDA (Food
and Drug Administration) em 1988, como a primeira droga anti-inflamatória não esteroidal
(LIMA et al, 2015).
Segundo Gracia-Lor et al. (2012) o DCF é o anti-inflamatório mais vendido no
mundo corroborando com a pesquisa realizada por Nunes et al. (2006). Por meio de uma
pesquisa executada em uma drogaria na região de Guarulhos, o consumo de anti-
inflamatórios é frequente. Aproximadamente, 75 toneladas de DCF com prescrição são
vendidos anualmente na Alemanha (TERNES, 2001).
A automedicação supera a venda sob prescrição, revelando que os anti-
inflamatórios não-esteroidais vêm sendo os medicamentos de uso rotineiro, desde
pequenas inflamações, dores de cabeça, dores musculares, atrite reumatoide, osteoartrite,
situação alarmante do ponto de vista da saúde pública, visto que a população pode não
estar ciente da posologia, dos efeitos adversos e das possíveis interações com outros
medicamentos ou alimentos, podendo acarretar intoxicação, inibição do fármaco ou
doenças secundárias ao tratamento (LIMA; ANJOS, 2010).
Figura 1. Estrutura molecular do diclofenaco sódico
Fonte: FARMACOPÉIA BRASILEIRA (2010).
17
O DCF sódico é absorvido rapidamente após administração oral e parenteral,
chegando ao sangue aproximadamente 30 minutos após sua administração. A concentração
máxima (Cmax) é alcançada de 1,5 a 2,5 horas após administração oral de comprimidos
gastro-resistentes. A concentração máxima no sangue varia de 0,70 a 1,50 mg. L-1. E a
biodisponibilidade via oral é de 60%, com meia-vida de excreção de 1,1 a 1,8 horas.Após
administração oral, o DCF é eliminado num curto período (semivida de eliminação cerca
de 2 h) (SAVASER, OZKAN, ISIMER, 2005).
A área sob a curva (AUC) de concentração plasmática alcançada após a
administração parenteral do fármaco é cerca do dobro da alcançada após administração da
mesma por via oral. Isto é atribuído ao metabolismo de primeira passagem quando é
realizada a administração por via oral, e corresponde a disponibilidade fisiológica de 50%
da dose de fármaco administrada (CARVALHO, 1998).
O DCF liga-se as proteínas plasmáticas em 99%, sua meia-vida no plasma é de 1-2
horas, e volume de distribuição de 0,171 L kg-1. Sofre metabolismo hepático por uma
isoenzima do citocromo P450 da subfamília CYP2C em 4-hidroxidiclofenaco, o metabólito
principal, e em outras formas hidroxiladas. Os metabólitos são excretados 65% via urinária
e 35% via biliar (ROBERTS; MORROW, 2003).A Figura 2 representa o mecanismo de
ação do diclofenaco no organismo humano.
Estudos relatam a existência de fármacos em meio ambiente aquático da ordem de
10-9 a 10-6 ppm. Mesmo encontrados em baixas concentrações, estudos já validam a
capacidade de tais compostos de provocarem efeitos mutagênicos e genotóxicos no
ambiente aquático (BILA e DEZOTTI, 2007; TAMBOSI, 2008; RICHARD et al., 2013;
TONUCCI, 2014; GODOY, 2014).
18
Figura 2. Estrutura de DCF e metabólitos DCF sintéticos. As principais enzimas
responsáveis pelo metabolismo do DCF, intermediários reativos propostas e o conjugado
de Cisteina N-acetil sintético sintetizado
Fonte: SAVASER; OZKAN, ISIMER (2005)
2.2. Resíduos sólidos em serviços de saúde (RSSS)
De acordo com Resolução CONAMA nº 358/05, Resolução ANVISA n° 33/03 e os
resíduos oriundos da produção, formulação, preparação e utilização de produtos
farmacêuticos, bem como resíduos de medicamentos, estão enquadrados como resíduo
19
perigoso e devem ser tratados com a devida atenção. Os resíduos de medicamentos (RM)
são classificados como Resíduos Sólidos em Serviços de Saúde (RSSS), e são classificados
em cinco grupos:
Grupo A - potencialmente infectantes; Grupo B - químicos; Grupo C - rejeitos
radioativos; Grupo D - resíduos comuns; e Grupo E - perfurocortantes. As considerações
de classificação, segregação e destino final do grupo B, que é o foco de interesse deste
trabalho, está representado da seguinte forma (GARCIA & RAMOS, 2004):
a) Classificação: Grupo B – Químicos: resíduos contendo substâncias químicas que
apresentem risco à saúde pública ou ao meio ambiente, independente de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
b) Classificação dos resíduos do grupo B: resíduos dos medicamentos e dos insumos
farmacêuticos vencidos, contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente impróprios
para consumo que oferecem risco (produtos hormonais de uso sistêmico; antibacterianos
de uso tópico descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de
medicamentos; medicamentos citostáticos, antineoplásicos, digitálicos, imunossupressores,
imunomoduladores, antiretrovirais).
c) Descarte de Resíduos grupo B: os fabricantes, importadores e distribuidores deverão
providenciar informações ao consumidor quanto ao perigo durante o manuseio. Eles devem
ser acondicionados em recipientes de material rígido, adequado a cada tipo de substância
química, respeitadas as suas características físico-químicas e seu estado físico; em frasco
de até dois litros ou bombonas de material compatível como líquido armazenado. Sempre
que possível deve ser de plástico, resistentes, rígidas e estanques, com tanque rosqueada e
vedante. Resíduos B gerados pelos Programas de Assistência Domiciliar: devem ser
identificados, acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por
pessoa treinada de acordo com o regulamento técnico, e encaminhados ao estabelecimento
de saúde de referência.
d) Segregação dos Resíduos do grupo B: Devem ser encaminhados ao Aterro Sanitário
Classe I ou serem submetidos a tratamento de acordo com as orientações do órgão local de
meio ambiente, em instalações licenciadas para este fim. Resíduos químicos no estado
sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos. O
responsável pelo estabelecimento gerador deverá implementar um Plano de Gerenciamento
de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), definido como um conjunto de procedimentos
20
de gestão, planejados e implementados baseando-se em normas científicas, normativas e
legais, com o objetivo de minimizar a produção e proporcionar aos resíduos gerados um
encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos funcionários, a
preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
O PGRSS deve ser elaborado com base nas características e volume dos resíduos de
serviços de saúde gerados, estabelecendo as diretrizes de manejo desses resíduos, incluindo
as medidas de: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno,
armazenamento intermediário, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento
externo, coleta e transporte externo e destinação final. Cada uma dessas etapas é indicada
de maneira específica para cada tipo de resíduos de serviços de saúde (MIRANDA, 2013).
De acordo com a NBR N° 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), os resíduos sólidos são definidos como: “Resíduos nos estados sólido e
semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível."
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei n° 12.305
(BRASIL, 2010), de 2 de agosto de 2010, regulamentada pelo Decreto n° 7.404 de 23 de
dezembro de 2010, e prevê a eliminação das formas de destinação e disposição final
inadequada de resíduos sólidos e rejeitos. Assim, a normatização e novas definições foram
elaboradas para nortear a gestão de resíduos sólidos.
Conforme a Lei nº 12.305/ 2010(PNRS) são proibidas as seguintes formas de
destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos: lançamento em praias, no
mar ou em quaisquer corpos hídricos; lançamento “in natura” a céu aberto, excetuados os
resíduos de mineração; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos
não licenciados para essa finalidade; outras formas vedadas pelo poder público (ANVISA,
2017).
21
O Brasil não dispõe atualmente de legislação específica para o gerenciamento de
resíduos sólidos de medicamentos descartados pela população com a abrangência e
alinhamento ao novo marco regulatório trazido pela Política Nacional de Resíduos 38
Sólidos. Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) são classificados pela RDC nº 306/2004
da ANVISA e Resolução nº 358/2005 do CONAMA, que regulamentam o gerenciamento e
destinação final de resíduos de serviços de saúde (MIRANDA, 2013).
2.3. Impactos ambientais causados pelos fármacos
Aproximadamente dois terços do planeta é cercado por vastos oceanos. A beleza do
planeta azul visto do espaço é de encantar qualquer pessoa. Cerca de 2,493% dessa
imensidão, que podemos observar, é de água doce e estão distribuídas em geleiras e
aquíferos, 97,5% da água disponível na Terra é salgada e encontra se em oceanos e mares,
portanto impropria para o consumo humano. Apenas 0,007% de água do planeta é doce e
de fácil acesso, localizada em lagos, rios e na atmosfera (BARROS; AMIN, 2008).
Há décadas existe um descaso com o meio ambiente, esgotos industriais e
residenciais clandestinos, desperdiço de água, descarte indevido de materiais tóxicos, como
os fármacos. Com o crescimento populacional dos centros urbanos e os impactos
ambientais que a indústria vem causando ao longo do tempo, ocorreu um desequilíbrio e
degradação da qualidade das águas superficiais, proporcionando um aumento da
contaminação de rios, lagos e reservatórios por compostos matéria tóxico. A presença de
fármacos residuais no meio ambiente pode causar efeitos adversos em organismos
aquáticos e terrestres, além de prejuízos à saúde humana. É necessário o uso de
medicamentos na sociedade, com grande importância no tratamento de enfermidades ou
até mesmo, como fonte preventiva de doenças, aumentando a longevidade (SANTOS,
2014).
Segundo dados de 2008 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, por meio da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB, 99,96%
dos municípios brasileiros têm serviços de manejo de Resíduos Sólidos, mas 50,75% deles
dispõem seus resíduos em vazadouros; 22,54% em aterros controlados; 27,68% em aterros
sanitários. Esses mesmos dados apontam que 3,79% dos municípios têm unidade de
22
compostagem de resíduos orgânicos; 11,56% têm unidade de triagem de resíduos
recicláveis; e 0,61% têm unidade de tratamento por incineração. A prática desse descarte
inadequado provoca sérias e danosas consequências à saúde pública e ao meio ambiente e
associa-se a triste quadro socioeconômico de um grande número de famílias que, excluídas
socialmente, sobrevivem dos "lixões de onde retiram os materiais recicláveis que
comercializam.
O medicamento quando descartado em resíduos sólidos comum, gerado em
residênciasacabam disseminado a contaminação em lixões ou em aterros sanitários,
impróprios para esse tipo de resíduo, podendo contaminar o solo e efluentes. Vazadouro a
céu aberto é a forma mais impactante ao meio ambiente e às populações vizinhas. É um
tipo de disposição dos resíduos diretamente no solo, sem nenhum controle que permita
evitar a contaminação de lençóis freáticos e cursos de água, através dos líquidos percolados
(chorume) (SOARES; SALGUERIO; GAZINEU, 2007).
O chorume, oriundo da decomposição anaeróbica das frações orgânicas contidas
nos materiais descartados, gera liberação de gases voláteis ricos em enxofre (S), amônia
(NH3), gás carbônico (CO2), dentre outros que são poluentes e alguns favoráveis à
combustão. Portanto, percebe-se perfeitamente a grande contribuição à degradação
ambiental sem contar os inúmeros indícios de comprometimento à saúde pública (LIMA,
2003).
Muitas vezes o DFC é jogado na rede de esgoto comum, sem um tratamento
adequado, esses fármacos continuam no meio ambiente. De acordo com a Resolução do
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nº 5, de 5 de agosto de 1993, artigo 3º,
os resíduos de medicamentos encontram-se no Grupo B, que engloba os resíduos químicos,
caracterizados pela presença de substâncias químicas. Dentro desta classe encontram-se os
produtos farmacêuticos e os quimioterápicos (GASPARINI; GASPARINI; FRIGIERI,
2011).
A maioria dos fármacos encontrados no meio ambiente é proveniente do uso
humano e veterinário, como os quimioterápicos, antibióticos, anti-inflamatórios,
reguladores de lipídios, antidepressivos e contraceptivos orais (GHISELLI; JARDIM,
2007). Uma grande parte da contaminação pelo ser humano está no descarte incorreto de
medicamentos, muitas vezes por má orientação, são descartados diretamente no esgoto “in
23
natura” nos corpos d’água ou descartados no lixo comum, contaminando o solo e
possivelmente os recursos hídricos.
O destino dos medicamentos que sobram de tratamentos finalizados e dos que são
comprados em quantidades desnecessárias é observado pela pesquisa realizada no
Município de Catanduva, 2000 pessoas foram entrevistadas, com o propósito de verificar
como era realizado o descarte dos fármacos, onde 30,8% dos entrevistados guardam esses
medicamentos para utilizarem novamente e 30,45%, estão aqueles que apontam que as
sobras de medicamentos são descartadas no lixo, sendo 88,18% no lixo seco e 7,75% no
lixo úmido (GASPARINI; GASPARINI; FRIGIERI, 2011).
Assim como na pesquisa realizada na região de Paulínia, onde 613 alunos, foram
entrevistados e verifica-se que 62% do total de entrevistados, fazem o descarte no lixo
comum, 19% na água corrente, sendo que somente 4% destinam os medicamentos
adequadamente em postos de saúde, farmácias ou centros comunitários (PINTO et al.,
2014). E em uma pesquisa realizada por Ueda et al. (2009), na UNICAMP, com população
amostral de 141 pessoas. Destas, 88,6% afirmaram descartar seus resíduos farmacológicos
no lixo doméstico; 9,2% o descartam pelo esgoto e 2,2% têm outro meio de fazê-lo.
Quanto ao impacto ambiental causado pela ação, constatou-se que apenas 28,4% dos
entrevistados já se ativeram à questão. Os demais nunca pensaram a respeito.
Os resultados das entrevistas executadas em Catanduva, Paulínia, e Campinas,
mostram que a maioria das pessoas não tem conscientização do problema que os descartes
incorretos de medicamento podem trazer para a saúde humana e meio ambiente. Ainda,
constatou-se que, da população amostral de pessoas que relataram já ter se preocupado
com o assunto, um percentual de 25% elimina fármacos no esgoto, acreditando que não
irão causar danos ao meio ambiente. Entretanto os outros 75% tem consciência dos danos
provocados pelo descarte incorreto, mas continuam efetuando o descarte assim mesmo.
As Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) não são eficientes na remoção destes
resíduos. Este tipo de contaminação torna-se mais preocupante já que estes efluentes são
lançados diretamente em rios provocando a contaminação das águas superficiais
(BAUTITZ, 2006). No estudo relatado (BILA; DEZOTTI, 2003) a ocorrência de fármaco
residuais no esgoto doméstico e em água natural é um problema internacional que chamou
a atenção de pesquisadores para o assunto, mostrando que esses fármacos estão presentes
em ambientes aquáticos em várias partes do mundo.
24
A literatura, ainda é muito restrita em relação aos efeitos que medicamentos, como
os anti-inflamatórios, podem trazer para o meio ambiente, assim como não está claro quais
organismos são afetados e em que grau. Alguns grupos de medicamentos merecem uma
atenção especial, dentre eles são os antibióticos, anti-inflamatórios e os hormônios. No
Reservatório Billings, o diclofenaco, o ibuprofeno e a cafeína foram os principais
medicamentos identificados em maiores concentrações (ALMEIDA; WEBER 2005;
BORRELY et al., 2012).
Podendo portanto causar diversos problemas à saúde como relata Kummerer (2010)
e Henriques et al. (2010) a exposição crônica a concentrações baixas de certas classes de
fármacos existentes no meio ambiente, como os antineoplásicos, hormônios,
antidepressores, antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios, antipiréticos e reguladores
lipídicos, podem originar efeitos muito adversos na saúde humana, nomeadamente, lesão
celular, desregulação endócrina, infertilidade, alteração comportamental, resistência aos
antibióticos e alteração da pressão arterial, entre outros, o que torna significativo e
importante o estudo da ocorrência destes compostos no meio ambiente.
O etoposide é um fármaco muito utilizado e descartado no meio ambiente, sendo
um derivado semissintético do vegetal podofilotoxina, anticancerígeno. Atualmente é
considerado um antineoplásico essencial, tem sido utilizado em uma ampla variedade de
neoplasias incluindo cancro do pulmão de células pequenas, o carcinoma esofágico, cancro
do testículo, leucemia aguda e linfomas Hodgkin (linfonodos do sistema linfático). É
conhecido como "veneno de topo-isomerase"(enzima que controla e modifica o estado
topológico do DNA) (FREITAS et al., 2002).
O metabolismo do etoposide ainda não é muito conhecido. Em pacientes
pediátricos que recebem etoposide oral, a excreção renal apresenta 30 a 40% da droga,
porém está quantidade, excretada na urina, reduz medida que se aumenta a dose
administrada. Aproximadamente 40% do etoposide administrado é metabolizado e
eliminado via hepática (GREGIANIN, 2002).
Apesar dos efeitos benéficos da droga no tratamento de tumores malignos, alguns
relatórios também têm enfatizado uma ação prejudicial no organismo de mamíferos,
incluindo os testículos. As implicações de dados histológicos sobre o desempenho
reprodutivo devem ser consideradas, principalmente em pacientes adultos e crianças
jovens, uma vez que existe um risco potencial de perda ou diminuição da capacidade
25
reprodutiva em indivíduos tratados com etoposídeo. Há um consenso geral de que vários
medicamentos antineoplásicos exercer um efeito prejudicial na espermatogônias
provocando a morte dessas células (FREITAS et al., 2002).
Routledge et al. (1998), analisaram duas espécies de peixes, Oncorhynchus mykiss e
Rutilus, as quais foram expostas por 21 dias a concentrações de 17β-estradiol e estrona
ambientalmente relevantes (1, 10, 100 ng. L-1). Os resultados confirmaram que os
estrogênios identificados em efluentes domésticos estão presentes em quantidades
suficientes para induzir a síntese de vitelogenina (VTG) em espécies de peixes,
aumentando a massa do fígado.
A vitelogenina é uma proteína precursora de gema de ovo, produzida pelo fígado,
encontrado especificamente nas fêmeas. Quando encontrada nos machos, frente a
hormônios, torna está proteína um biomarcador (marcador biológico da ocorrência dos
hormônios) para disfunções do sistema endócrino (SUMPTER; JOBLING, 1995).
2.4. Rota de resíduos de medicamentos e o meio ambiente
A ocorrência de contaminação ambiental por fármacos, está intrinsecamente, ligada
aos aspectos quantitativos da produção. A contaminação do meio ambiente por fármacos
deve ser originária das grandes (indústrias farmacêuticas), pequenos (instituições de
ensino, pesquisa e hospitais) e micro geradores de resíduos (residências e fazendas
pecuárias) (GIL; MATHIAS, 2005). Os riscos associados aos resíduos de origem químico
farmacêutica dependerão principalmente da inerente atividade biológica e/ou reatividade
química. No Quadro 3 pode se observar a divisão dos resíduos químico farmacêuticos,
quanto aos seus riscos potenciais.
As rotas que os resíduos chegam ao meio de contaminação são as vias urbanas,
associadas a medicamentos de uso humano, decorrente da excreção urinária ou fecal, com
consequente contaminação de esgotos por fármacos e/ou seus metabólitos; ou descarte de
medicamentos lixos domésticos ou por via rural está associada aos medicamentos de uso
veterinário, como o uso de antibióticos para promoção de crescimento, adição de
hormônios em rações, agentes antiparasitários(GIL; MATHIAS, 2005; MEDEIROS;
MOREIRA; LOPES, 2014; SOUZA; FALQUETO, 2015)
26
Quadro 3. Divisão dos resíduos químico farmacêuticos
Fármacos
Metabólitos
Substâncias químicas residuais dos
processos de síntese ou purificação
de fármacos
Alta toxicidade
associada e alta
estabilidade
Mais tóxicos
Alta estabilidade
Baixa
estabilidade
Tóxicas e/ou reativas
Alta toxicidade
associada e
baixa
estabilidade.
Ativos
Alta estabilidade
Baixa
estabilidade
Inócuas e/ou inertes
Baixa toxicidade
associada
Inativos
Fonte: adaptado (GIL; MATHIAS, 2005)
Quanto às possíveis vias de contaminação ambiental por resíduos de fármacos e
seus metabólitos, destaca-se tanto a zona a urbana e como a rural. O trajeto percorrido
pelos Fármacos pode ser representado na Figura 3, a seguir:
27
Figura 3. Esquema das possíveis fontes e rotas de ocorrência de resíduos farmacológicos
no ambiente aquático
Fonte: (GODOY, 2014; HEBERER, 2002)
Produtos medicinais para uso humano
Esgoto doméstico
Águas residuais municipais
Lodo
Resíduo doméstico
Águas subterrâneas
Fábricas de produção de fármacos
Aquiculturas
Produtos medicinais para uso veterinário
Efluente hospitalares
Medicamentos inutilizados
Excreção
Águas de consumo promotore de
Local de disposição de resíduos
Águas superficiais
Fertilizantes
Solo
Estações de tratamento de esgoto
Irrigação de plantações
28
A ocorrência dos fármacos no meio ambiente podem ser divididos em cinco grupos
(HALLING-SORENSEN et al., 1998; MIRANDA, 2013):
a) águas de lençóis freáticos: por infiltração de linhas de esgoto ou efluentes;
b) águas de rios: por despejo de esgoto doméstico ou industrial ou de rural quando
transportadas do solo pelas chuvas;
c) águas oceânicas: por despejo de esgoto doméstico ou dos próprios rios;
d) sedimentos: pela deposição de espécies ativas insolúveis;
e) solo: pelo despejo urbano inadequado ou do uso rural.
Segundo Rodrigues (2009), a rota de entrada de resíduos de medicamentos no
ambiente ocorre por meio do lançamento de esgotos domésticos em cursos de água,
efluentes de indústrias farmacêuticas, efluentes rurais, e disposição inadequada de
fármacos após expiração do prazo de validade. Os resíduos de medicamentos seguem para
o esgoto bruto, chegam nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), onde são
submetidos a processos de tratamento convencionais, que não são eficientes para a
completa remoção de fármacos residuais. Isso ocorre em decorrência dos medicamentos
possuírem ação biocida ou estruturas químicas complexas não passíveis de biodegradação,
fatos esses comprovados por estudos que evidenciam a presença desse tipo de
contaminante em efluente de ETE (MELO et al., 2009).
As principais vias de contaminação de ambientes terrestres e aquáticos, a
exposição, disposição e efeitos com resíduos de DCF no meio ambiente pode ser
visualizada por meio da Figura 4, a qual se verifica a passagem dos resíduos de fármaco
pelo sistema de tratamento de esgoto e a persistência desses resíduos no ambiente aquático.
Uma vez no solo, a lixiviação, o fluxo superficial e a erosão podem conduzir à
frente os resíduos de fármacos, atingindo os recursos hídricos. Ademais, pequenas
concentrações de fármacos, de uso humano e animal, são comumente encontradas em
amostras de lodo ou efluente oriundo das estações de tratamento de esgoto. A disposição
final desses resíduos nos cursos d’água ou o uso agrícola do efluente ou do lodo como
fertilizantes orgânicos e animal (REGITANO; LEAL, 2010).
29
Figura 4. Principais vias de exposição ambiental do DCF
Fonte: Adaptado ( HALLING-SORENSEN et al., 1998; MIRANDA, 2013)
Está bem fundamentado por Gros et al. (2010) que as ETE são os principais
contribuintes de contaminação do ambiente aquático, uma vez que cargas importantes são
descarregadas nas águas dos rios através de efluentes. Embora os fármacos ainda não
estejam regulados é de suma importância saber se os tratamentos aplicados podem eliminar
os compostos farmacêuticos. Além disso, pouco se sabe sobre a ocorrência e o destino de
subprodutos (metabólitos e produtos formados durante os tratamentos de água potável) e
seus efeitos toxicológicos.
30
Segundo Melo, et al. (2009) a presença de resíduos de fármacos em efluentes de
ETE é reflexo da baixa eficiência de remoção dos mesmos pelos processos convencionais
de tratamento e leva à contaminação de águas superficiais. A remoção dos resíduos de
fármacos em ETE depende das características físico-químicas de cada composto.
Eficiência de remoção afluente e efluente de alguns fármacos em unidades de tratamento
de esgotos é bastante variável. A fim de demonstrar essa variação, alguns exemplos estão
relacionados na Tabela 1.
Tabela 1. Eficiência da remoção em estações de tratamento de esgoto (equipamento
diferente, diferentes ETE, amostragem em diferentes épocas)
Máxima remoção % Referência
17 Heberer (2002)
69 Ternes (1998)
75
Andreozzi et al.
(2003)
74 Strenn et al. (2004)
30 Quintana et al (2005)
22 Bendz et al., (2005)
Fonte: (FENT; WESTON; CAMINADA, 2006)
O trabalho de Rigobello (2013) avaliou a eficiência dos processos convencionais de
tratamento de água potável (coagulação, floculação, sedimentação, filtração de areia e
desinfecção de cloro), mostrando que não foi eficaz na remoção de DCF, uma vez que não
se verificou diferença significativa entre a concentração de DCF. Estes resultados
corroboram com os relatados na literatura, que se referem a uma redução da concentração
de DCF para menos de 5% por coagulação com sulfato de alumínio, floculação,
sedimentação e filtração com areia, em geral, estes processos não são eficientes na
remoção da maioria dos produtos farmacêuticos da água, promovendo a contaminação das
águas superficiais por resíduos deste tipo e o comprometimento da sua qualidade,
31
destinada ao abastecimento urbano (BAUTITZ, 2006; VIENO et al., 2007; POJANA;
FANTINATI; MARCOMINI, 2011).
2.5. Toxicidade em Organismos Aquáticos
São utilizados testes de toxicidade aquática para detectar e analisada os efeitos
tóxicos de produtos químicos em organismos aquáticos. Testes de toxicidade são ensaios,
realizados em condições específicas e controladas, usados para estimar a ecotoxicologia de
substâncias. São ferramentas utilizadas para avaliar a qualidade das águas e a os
contaminantes de efluentes, uma vez que as análises tradicionais realizadas, nas estações
de tratamento de esgoto não são suficientes para avaliar o potencial de risco ambiental dos
contaminantes.
Porém esses testes não substituem as análises físico-químicas usadas
(características físicas, acidez ou alcalinidade, carbono orgânico, substâncias oxidáveis,
condutividade, amônio, cálcio e magnésio, cloretos, nitratos) (COSTA et al., 2008). Sendo
assim esses testes fornecem informações que são utilizadas para avaliar o risco associado
aos contaminantes. Os testes de toxicologia aquática constituem-se em importante
ferramenta para avaliação da sensibilidade de organismos a fatores ambientais
desfavoráveis como efluentes tóxicos, poluentes físicos, químicos e medicamentos
(MEDEIROS, 2008).
Os testes de toxicidade aguda e crônica são os mais utilizados para o
monitoramento de efluentes com contaminantes tóxicos. O teste agudo é utilizado para
medir os efeitos de agentes tóxicos sobre uma espécie aquática, durante um curto período
de tempo (24h-96h) em relação ao período de vida do organismo-teste. Estes testes têm por
objetivo determinar a Concentração Letal Média (CL50) ou a Concentração Efetiva Média
(CE50), ou seja, concentração do agente tóxico são letalidade ou causam estado de
mobilidade, a 50% dos organismos-teste depois de um determinado tempo de exposição
(MAGALHÃES e FERRÃO FILHO, 2008)
Os testes de toxicidade crônica são utilizados para medir o efeito dos agentes
tóxicos sobre uma espécie aquática por um período que pode abranger parte ou todo o ciclo
de vida do organismo-teste, permite avaliar os possíveis efeitos tóxicos de substâncias
32
químicas sob condições de exposições prolongadas, com concentrações que permitem a
sobrevivência dos organismos, mas que afetam suas funções biológicas, tais como
reprodução, desenvolvimento de ovos, crescimento e maturação, entre outros (COSTA et
al., 2008).
Nos testes de toxicidade crônica determina-se a Concentração de Efeito Não
Observado (CENO) e a Concentração de Efeito Observado (CEO) a CENO seria, portanto,
uma concentração considerada segura do agente tóxico ou efluente tóxico a ser lançado
num corpo d’água. Os testes de toxicidade crônica são também utilizados sempre que os
testes de toxicidade aguda não forem suficientes para caracterizar um efeito tóxico
mensurável (MAGALHÃES e FERRÃO FILHO, 2008).
A Quadro 4 indica os parâmetros de toxicidade relacionada com o valor da
concentração efetiva 50 %. Os valores numéricos de toxicidade aguda e crônica, expressos
como CL50, CE50, CENO e CEO, exprimem uma relação inversa à toxicidade, ou seja,
menores valores numéricos indicam maiores toxicidades. Para facilitar a comparação e
fazer com que esses parâmetros exprimam uma relação direta com a toxicidade, podem ser
transformados em unidades tóxicas aguda (UTa ) ou crônica (UTc) pelas seguintes
Equações 1 e 2 (COSTA et al., 2008):
��� � 100���� Ou ��� � 100����
(1)
��� � 100����
Ou ��� � 100����
(2)
Na Europa utiliza-se a Diretriz da UE 93/67/CEE (Comissão das Comunidades
Europeias, 1996) classifica as substâncias de acordo com o valor de EC50 mais baixo
medido em diferentes classes de risco. Uma EC50< 1mg.L-1 implicaria a classificação,
muito tóxico para organismos aquáticos; de 1 a 10 mg. L-1 tóxicos para os organismos
aquáticos e de 11 a 100 mg. L-1 prejudicial para organismos aquáticos. Substâncias com
CE50 acima de 100 mg.L-1 não seriam classificadas (CLEUVERS, 2003).
33
Os testes de toxicidade são importantes para avaliar o potencial de risco ambiental
dos contaminantes, uma vez que somente as análises químicas não possibilitam esse tipo
de avaliação (COSTA et al., 2008).
Quadro 4. Classificação dos compostos de acordo com os seus valores CE50
CE50 (mg. L-1) Níveis de toxicidade
< 0,1 mg. L-1 Extremamente tóxico para os organismos aquáticos
0,1 - 1 mg. L-1 Muito tóxico para os organismos aquáticos
1 - 10 mg. L-1 Tóxico para organismos aquáticos
10 - 100 mg. L-1 Nocivo para os organismos aquáticos
> 100 mg. L-1 Não-tóxico para os organismos aquáticos
Fonte: Sanderson et al (2004)
Em geral, os dados de toxicidade variam para cada classe de fármaco, no entanto, o
diclofenaco apresentou toxicidade aguda mais elevada dentro da classe dos AINE, uma vez
que para todos os dados analisados as concentrações de efeito CE50 foram abaixo de 100
mg. L-1 (CLEUVERS, 2003).
Fent et al. (2006) buscam estabelecer mecanismos de ação dos fármacos em
humanos e mamíferos e a possível ocorrência de biomoléculas-alvo em vertebrados
inferiores e invertebrados a partir da influência dos próprios fármacos. Os autores
comentam que o mecanismo de ação dos AINE tem papel decisivo na caracterização do
potencial de dano (GAMARRA, 2007).
Os fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais são ácidos fracos que atuam por
inibição reversível ou irreversível de uma ou ambas as isoformas das enzimas
ciclooxigenase, COX-1 e COX-2, envolvidas na síntese de diferentes prostaglandinas a
partir do ácido araquidônico (VANE; BOTTING, 1998). Foi encontrada uma enzima
ciclooxigenase semelhante ao CO2-humano em peixes. Tornando-os um alvo potencial
para a contaminação aquática (ZOU et al., 1999). As prostaglandinas também
desempenham papel importante na síntese de cascas de ovo de pássaro e de inibir sua
34
síntese, o desbaste da casca foi observado Entre os AINE, o DCF mostrou a natureza
tóxica mais aguda com efeitos observados em concentrações abaixo de 100mg.L-1
(LUNDHOLM, 1997).
Ensaios de toxicidade crônica realizados em trutas, uma espécie de salmonídeo
nativa dos rios alemães. Foram expostas a DCF em concentrações diferente (0,5, 5 e 50 µg
L-1), após 21 dias de exposição, a truta foi examinada quanto a alterações histopatológicas,
sendo que a exposição ao DCF evidenciou alterações citológicas no fígado, rins (bem
como a bioacumulação de fármacos no fígado) e brânquias em aumento da infiltração de
monócitos no fígado, telangiectasia em brânquias e ocorrência de gotas hialinas
intersticiais, líquido proteináceo intersticial e necrose tubular leve no rim do tronco. Além
disso, a capacidade do DCF para impedir a estimulação da síntese de prostaglandina E2 foi
demonstrada em macrófagos renais de cabeça de truta marrom in vitro (HOEGER et al.,
2005).
Triebskorn et al. (2004) investigaram a citopatologia (observação microscópica da
célula) no fígado, rim, brânquias e intestino da truta arco-íris Oncorhynchus mykiss),
(exposta a cinco concentrações diferentes (1, 5, 20, 100 e 500 µgL-1) do anti-inflamatório
DCF. Em condições laboratoriais. A menor concentração de efeito observada para
alterações citológicas foi de 1 µgL-1. No fígado, as reações mais marcantes foram o
colapso da compartimentação celular bem como a depleção de glicogénio dos hepatócitos.
No rim, um acúmulo grave de proteína nas células tubulares (chamada degeneração de
gotas hialinas), infiltração de macrófagos e alterações estruturais (dilatação, vesiculação)
do retículo endoplasmático, os túbulos renais proximal e distal foram observados. Além
disso, ocorreu encurtamento dos podócitos e sua retração da lâmina basal, espessamento da
lâmina basal, formação de desmossomas (junções celulares) e necrose das células
endoteliais nos corpúsculos renais. E nas brânquias, a necrose das células pilares, a
hipertrofia das células de cloreto e a elevação do epitélio se tornaram evidentes nas lamelas
secundárias. No intestino, no entanto, não ocorreu citopatologia (FENT; WESTON;
CAMINADA, 2006)
A fototransformação do DCF foi relatada a partir de ensaios laboratoriais, bem
como em sistemas de água natural, levantando a questão de possíveis efeitos adversos dos
produtos de fototransformação do DCF para organismos aquáticos. A fitotoxicidade do
diclofenaco exposto à luz solar natural foi avaliada utilizando culturas sincronizadas da
35
clorofítica unicelular Scenedesmus vacuolatus. DCF dissolvido em água ultra-pura a 50 mg
L-1 foi exposto à luz do sol por 145 h. A degradação rápida do DCF foi observada entre 3,3
e 6,4 h durante o primeiro e o terceiro dia de exposição, respectivamente.
Tabela 2. Dados ecotoxicológicos (mg. L-1) da literatura utilizada para avaliar o
risco ambiental aquático representado pelo diclofenaco.
País Taxonomia Espécie
Parâmetro
toxicológico
Dados de
ecotoxicidade Ref.
Alemanha Alga D.
subspicatus
EC50 (3d)
(Inibição do
crescimento)
72 Cleuvers, 2003
Alemanha Crustáceo D. magna EC50 (48 h)
(imobilização) 68 Cleuvers, 2003
Alemanha Lentilha
d´agua L. minor
EC50 (7 d)
(Inibição do
crescimento)
7.5 Cleuvers, 2003
Alemanha Bactéria V. fischeri
EC50 (30 min)
(Inibição do
crescimento)
11.45 Ferrari, 2003
Brasil Alga Dunaliella
tertiolecta
EC50 (96 h)
(Inibição do
crescimento)
0.18 Lin e Lateef., 2009
Espanha Crustáceo C. dubia EC50 (48 h)
(imobilização) 0.023 Ferrari, 2003
Reino
Unido Crustáceo C. dubia
EC50 (48 h)
(imobilização) 0.022 Ferrari, 2003
FONTE: Adaptado (FERRARI, 2003; CLEUVERS, 2003; FENT; WESTON;
CAMINADA, 2006;; LIN E LATEEF, 2009; SANTOS et al., 2010; GODOY;
KUMMROW; PAMPLIN, 2015).
36
A fitotoxicidade do DCF e seus produtos fotoquímicos na clorofítica unicelular
Scenedesmus vacuolatus. A inibição da reprodução de algas pelo composto progenitor
ocorreu apenas a uma concentração de 23mg.L-1, portanto, não indicando toxicidade
específica. Entretanto à luz solar potencializou a toxicidade, aumentando
significativamente a ameaça. Vários produtos de fototransformação foram encontrados a
partir de 53h de exposição solar. Isto indica um potencial de toxicidade elevado de
produtos de fototransformação de DCF a níveis de concentração que podem aproximar-se
das concentrações ambientais de DCF residual após degradação (SCHMITT-JANSEN et
al., 2007; SANTOS et al. 2010).
2.6. Gerenciamento de Risco
Existem diversas definições para o conceito de risco, a mais aceita está relacionada
fortemente pela teoria de probabilidades, e considera a possibilidade de prever as situações
ou eventos através do conhecimento de parâmetros de distribuição de probabilidades,
tentando estabelecer uma medida da severidade de efeitos adversos (BRILHANTE, 1999).
Segundo a OHSAS 18.001:2007, risco é a combinação da probabilidade de
ocorrência de um evento perigoso ou exposições com a gravidade da lesão ou doença que
pode ser causada pelo evento ou exposições e perigo pode ser definido como fonte ou
situação com potencial de provocar lesões pessoais, problemas de saúde, danos à
propriedade, ao ambiente de trabalho, ou uma combinação desses fatores.
Para realizar a identificação dos perigos, é necessário criar uma metodologia para
ser seguida. Essa identificação não é padrão para todas as empresas, devido às diferenças
no processo produtivo. Cada organização deve realizar sua própria metodologia, que esteja
de acordo com as necessidades e características em termos de detalhes. Desta forma, tem-
se o risco somente quando se tem a exposição ao perigo. Então, o risco é relacionado à
probabilidade de ocorrência, e a severidade, observado na equação 3 (BERKENBROCK;
BASSANI, 2010).
� � � � � (3)
37
Onde:
R = risco
P = probabilidade
S = severidade (consequência, severidade)
Para facilitar, pode-se dizer que a probabilidade é o resultado de quantas vezes o
risco pode virar um evento, e a severidade quão grande ou pequeno pode ser o dano à
saúde, ao bem material ou a outro (BERKENBROCK; BASSANI, 2010).
A gestão de riscos na cadeia de suprimentos está relacionada com a identificação e
o controle dos riscos internos e externos que podem prejudicar o desempenho da
organização. Identificando os riscos, é possível criar meios de abordagem, prevenindo o
minimizando os riscos. (PARRA; PIRES, 2003).
É descrito como o identificar,analisar e controlar os riscos. A principal
particularidade do gerenciamento de risco na cadeia de suprimento (SCRM), contrário à
gestão de riscos tradicional, visando a identificação e redução dos riscos não só no nível da
empresa, mas sim com foco em cadeias de suprimentos. No entanto, em muitas indústrias
de gestão de risco é ainda entendida principalmente como uma tarefa específica empresa,
como é citado por Juttner (2005).
Muitas empresas estão cientes dos riscos que podem influenciar negativamente a
sua cadeia de suprimento, os gestores não conseguem implementar instrumentos
adequados de gestão de riscos da cadeia de abastecimento (TANG, 2006).
Existe um crescente interesse relacionado aos riscos e vulnerabilidade na cadeia de
suprimentos, assim como apresentar os modelos mais adequados para geri-los. Entretanto,
estudos da literatura revelam que são raros os estudos empíricos sobre riscos em cadeias de
suprimentos com visão abrangente de várias empresas (THUN E HOENIG, 2011;
AGUIAR 2010).
Quando trata de processos produtivos, a noção de risco está relacionada à
probabilidade de eventos ou falhas de componentes. Nesses casos, a avaliação de riscos
serve de ferramenta para a identificação de perigos, probabilidades de ocorrência,
desenvolvimento de cenários e análise de consequências dos acidentes industriais,
particularmente em instalações em que eventos podem resultar em emissões de poluentes
38
no meio ambiente. É utilizada como ferramenta para o licenciamento ambiental de
instalações. Nas situações que envolvem produtos ou resíduos perigosos, a noção de risco
está relacionada ao estabelecimento das relações entre a exposição a determinados agentes
e os potenciais danos causados à saúde dos seres humanos e outros organismos vivos
(FREITAS, 2002).
2 6.1. Classificação de risco
É necessário determinar a escala de risco, ou seja, para que se possa graduar cada
risco encontrado é necessário definir categorias de probabilidade (frequência de
ocorrência) e severidade (consequência) para cada perigo. A elaboração dessas categorias é
mostrada a seguir, no Quadro 5 categorias de severidade das consequências e no Quadro 6
a probabilidade de ocorrência de uma análise preliminar de risco (APR)
(BERKENBROCK; BASSANI, 2010).
Quadro 5. Categoria de severidade das consequências
Categoria Descrição Características
I Desprezível
Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos, à
propriedade e/ou ao meio ambiente;
Não ocorrem lesões/mortes de funcionários, de terceiros (Não
funcionários) e/ou pessoas (indústrias e comunidade); o
máximo que pode ocorrer são casos de primeiros socorros ou
tratamento médico menor
II Marginal
Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio
ambiente (os danos materiais são controláveis e/ou de baixo
custo de reparo);
Lesões leves em funcionários, terceiros e/ou em pessoas
III Crítica Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio
39
ambiente;
Lesões de gravidade moderada em funcionários, em terceiros
e/ou em pessoas (probabilidade remota de morte de
funcionários e/ou de terceiros);
Exige ações corretivas imediatas para evitar seu
desdobramento em catástrofe
IV Catastrófica
Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade e/ou ao
meio ambiente (reparação lenta ou impossível);
Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas (em
funcionários, em terceiros e/ou em pessoas).
Fonte: Morgado (2000)
Quadro 6. Probabilidade de ocorrência
Categoria Denominação Descrição
A Muito Alta Incorrência em risco
praticamente inevitável
B Alta Incorrência em risco
frequente
C Moderada Incorrência em risco
ocasional
D Baixa Relativamente pouca
incorrência em risco
E Muito baixa Incorrência em risco
improvável
Fonte: Morgado (2000)
40
Após a graduação de riscos, pode-se montar a matriz de risco podendo ser
elaborado pelos responsáveis desse trabalho na organização, assim a visualização é feita
com maior facilidade, em que se deve realizar as primeiras ações, elaborando o plano de
ação.
2.6.2. Matriz de riscos
A matriz de risco pode ser conceituada como o resultado da mensuração qualitativa
de riscos, onde temos a definição do nível de risco. Essa definição é composta pelas
variáveis: probabilidade e a severidade. Assim a ferramenta matriz de risco pode ser
utilizada nos mais diversos segmentos da indústria.
Bergamini (2005) diz que a tabulação dos riscos em uma matriz permite a clara e
ordenada identificação dos riscos que podem afetar a empresa, tanto em termos de
frequência quanto de impactos. Em geral, adota-se uma classificação qualitativa para os
níveis de frequência e de impactos, que poderá variar em função do processo avaliado, da
cultura da empresa ou do segmento de mercado de atuação da empresa, entre outros
fatores.
A matriz de risco é construída pela composição das variáveis severidade e
frequência, podendo ser particionada em regiões que caracterizam os níveis de risco
avaliados. A definição dos níveis pode variar em função do perfil de risco do gestor, dos
processos avaliados e dos produtos operacionalizados. A matriz de risco é fundamental
para o trabalho de gestão do risco, com ela pode ser definida as prioridades de trabalho, de
forma justa entre todas as análises realizadas (BERKENBROCK; BASSANI, 2010).
A identificação de é uma fase importante na gestão de riscos, a forma que os riscos
são identificados e coletados resultar em processos mais efetivos, identificando as
potenciais áreas de riscos e a sua aderência a cada tipo de processo. Esses riscos devem ser
priorizados, o que significa primeiramente prever os impactos dos eventos sobre os
objetivos do processo e sua probabilidade de ocorrência. Esta análise considera os níveis
de tolerância a riscos e os períodos para os possíveis eventos de risco. Através da
probabilidade é estimar o impacto, isto é, a quantidade de danos ou ganhos de um evento
41
de risco. A partir disto, se monta uma matriz de probabilidade e riscos, associando grau de
intensidade aos riscos, como: altos médios ou baixos (FERREIRA, 2009).
A urgência dos riscos deve ser avaliada, com o objetivo de determinar a data mais
cedo de possibilidade de ocorrência do risco e, dessa forma, definir repostas para aqueles
que forem acontecer em breve. Para isso, é necessário considerar os sinais que indicam que
um evento de risco está preste a acontecer.
2.6.3. Avaliação dos riscos
Na literatura Bila de Dezotti (2003) mostram que os fármacos podem afetar
características do sistema reprodutivo de organismos aquáticos, indução ao
hermafroditismo, redução de fertilidade/ redução de espermas, disfunção no sistema
endócrino resultando algumas anomalias, como, irregularidades no ciclo menstrual,
prejuízos na fertilidade, endometriose e ovários policísticos, desenvolvimento de bactérias
resistentes, câncer de mama, testículos e próstatas e ovários policísticos.
Tambosi (2008) e Richard et al. (2013) também relatam efeitos mutagênicos e
genotóxicos no ambiente aquático, morte das espécies aquáticas, retardo de crescimento e
diminuição da reprodução. Na pesquisa de Sanches (2006) a existência de
bioconcentração: acúmulo direto do xenobionte a partir da água, pelas brânquias ou pela
pele, biomagnificação: acúmulo por via trófica, a partir da alimentação, estimula a
produção da substância indutora da maturação de oócitos, afeta o sistema nervoso central,
principal controle de produção hormonal, a hipófise.
Nos estudos de Kummerer (2010) e Henriques et al. (2010) o ser humano pode
adquirir lesões celulares, desregulação endócrina, infertilidade, alteração comportamental,
alteração na pressão arterial.
A concentração média dos fármacos detectadas, foram compiladas na Tabela 6,
revelando que os medicamentos persistem no meio ambiente em diversos países.
Diclofenaco é utilizado em cuidados médicos humanos pertencentes ao grupo dos
anti-inflamatórios não esteroides. Eles são usados em todo o mundo com um volume de
produção estimado em centenas de toneladas por ano (KOUTSOUBA et al., 2003). Em
42
2001 eram vendidas aproximadamente 75 toneladas de diclofenaco anualmente na
Alemanha (TERNES, 2001). Essas drogas foram detectadas em efluentes de esgoto, águas
superficiais e subterrâneas na Alemanha (TERNES, 1998), em águas sujas e águas
residuais efluentes no Brasil (STUMPF et al. 1999) e nos efluentes e afluente de esgoto na
Espanha com concentrações de até 2,2 e 3,6 µg/L respectivamente, ambos os casos foram
encontrados em concentrações mais elevadas, provavelmente devido à proximidade de um
hospital onde o consumo desses produtos farmacêuticos é muito alto. (GÓMEZ et al.,
2007).
O diclofenaco foi identificado como resíduo farmacêutico nos afluentes e efluentes
das estações de tratamento de águas residuais da Grécia a concentrações máximas de 560 e
365 ng/L, respectivamente. Estas estações de tratamento de esgotos recolhem mais de 50%
do total de esgotos municipais. Os efluentes de esgoto são descarregados diretamente ou
através de rios para o mar Mediterrâneo (KOUTSOUBA et al., 2003).
Na Suécia, Bendz et al. (2005), foram coletadas amostras no afluente e no efluente
da ETE, onde o esgoto tratado é descarregado na barragem, investigou-se a ocorrência e o
destino de dos compostos farmacêuticos ativos no meio ambiente, de diferentes classes
terapêuticas (fármacos, reguladores de lípidos, antiepilépticos, antibióticos e bloqueadores
de beta Inclusive sete anti-inflamatórios não esteroidais AINE: Ibuprofeno, Flurbiprofeno,
Fenoprofeno, Cetoprofeno, Naproxeno, Diclofenaco e Indometacina). A concentração de
diclofenaco variou entre 120 ng. L-1 no efluente e 160 ng. L-1 no afluente.
As análises, nas águas superficiais dos rios Pearl (Liuxi, Zhujiang e Shijing),
realizadas por Zhao et al (2009) confirmaram a presença de diclofenaco em uma
concentração média máxima de 147 ng/L, refletindo forte contaminação, especialmente, no
interior do rio Shijing, quando comparadas com a concentração de diclofenaco no rio
Parnaíba do Sul, Rio de Janeiro com concentração máxima de 60 ng/L (STUMPF et al.,
1999). Tais concentrações são justificada, pois o rio Pearl é muito desenvolvido e povoado.
Com o rápido desenvolvimento da indústria e da agricultura, a qualidade da água do
rio foi deteriorada nos últimos anos devido à descarga de águas residuais domésticas e
industriais tratadas e não tratadas (Li et al., 2014). As diferenças entre valores medidos em
cada região podem estar associadas a variações sazonais nas taxas de consumo anuais, nas
variações nas taxas de excreção, fortemente afetadas pelo sexo, idade, hipoxemia, nutrição
e função (BENDZ et al., 2005).
43
3. MÉTODO DE PESQUISA
Neste capítulo serão descritas e detalhadas todas as etapas metodológicas utilizadas
para o desenvolvimento desta pesquisa, assim como, sua caracterização, amostragem,
instrumento de coleta de dados e como foram analisados.
3.1. Caracterização da pesquisa
A classificação da pesquisa levando em consideração a natureza, objetivo,
abordagem e método são verificados na Figura 5.
Figura 5. Classificação da pesquisa científica
Fonte: Turrioni; Mello (2012)
Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa é classificada como aplicada,
caracteriza-se por seu interesse prático. Segundo Silva e Menezes (2001) a pesquisa
aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de
44
problemas específicos, da perspectiva de seus objetivos, a pesquisa é classificada como
exploratória e descritiva.
Para Gil, (2008) a pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver,
esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas na formulação de problemas mais
precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores, proporcionando maior
familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. A
pesquisa descritiva, por sua vez, tem como principal objetivo descrever as características
de determinada população ou fenômeno, ou ainda, estabelecer relações entre variáveis
(TURRIONI; MELLO, 2012).
Como qualquer pesquisa, ela também depende de uma pesquisa bibliográfica,
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de
periódicos, disponíveis nas bases de dados scielo, sciencedirect, google acadêmico, scopus
e web of science, juntamente com um estudo da legislação em vigor sobre o gerenciamento
de residuos sólidos e uma coleta de dados. Consolidado no conceito de Gil, a pesquisa
exploratória permite esclarecer, nesse estudo os riscos ambientais que os fármacos podem
provocar para a saúde humana e para o meio ambiente, assim como detectar sua
concentração em águas residenciais e de córregos. A classe dos anti-inflamatório foi
escolhida, levando em consideração os danos que este pode causar ao meio ambiente. Este
grupo foi destacado de acordo com os seguintes critérios:
a. Impacto ambiental;
b. Toxicidade;
c. Consumo;
d. Tempo de meia vida no meio ambiente.
Optou-se, por escolher o fármaco diclofenaco, um anti-inflamatório das classes não
esteroidal. A escolha do grupo dos anti-inflamatório, ocorreu em decorrência ao seu grande
consumo e ao alto poder de ecotoxicidade.
Para esta dissertação optou-se por uma abordagem quantitativa com emprego de
técnicas estatísticas para análise dos dados coletados, visando as características e problema
a ser estudado. O objeto principal deste estudo engloba determinar o diclofenaco em água
residenciais e afluente, apresentando como tema contextualizado os aspectos legais e
45
ambientais do destino final de resíduos de fármacos e classificar os riscos à saúde humana
e meio ambiente dos contaminantes emergentes nos corpos hídricos.
Do ponto de vista dos métodos a pesquisa é classificada como experimental,
quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes
de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a
variável produz no objeto. E utilizou o método survey para levantamento dos dados em
uma amostra significativa de todo universo do estudo. O método survey é empregado
quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhece (SILVA; MENEZES, 2001).
3.2. População e amostra
O estudo foi realizado em uma cidade da Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP), de com população entre as dez maiores e localizada na região nordeste o estado
de São Paulo, por motivo confidencialidade o nome da cidade não será divulgado. A
industrialização do município foi acompanhada de intenso crescimento populacional,
sendo uma das dez cidades responsáveis pelo PIB do país, abrigando um dos maiores
parques industriais do Brasil, com destaque para as indústrias farmacêuticas (GAMA,
2009).
O município depende de recursos hídricos limitados, considerando a grande
demanda relativa à região, possui quantidade de água superficial e subterrânea que não
alcançam 10% das necessidades locais, captando água dos rios Tietê, Baquirivu-Guaçu e
Cabuçu de Cima. Os corpos d’água passam a ter péssima qualidade quando atravessam
áreas urbanizadas, principalmente devido ao lançamento de efluentes
poluidores(UHLMANN,2015).
A coleta da água de abastecimento, para a análise, foi realizada em pontos variados
da cidade da RMSP, no córrego Cocho Velho e CAG 01/, em cada ponto foram coletadas
duas amostras em épocas diferentes. E as entrevistas foram feitas nas regiões norte, sul,
leste e oeste do município da RMSP, com uma população amostral de 51 questionários.
O cálculo de erro amostral (E) segui a Equação 4 (MIOT, 2011).
46
� � ��� . �� (4)
Usou-se o α = 0,05 (95% nível de confiança, o que dá Z = 1,96, sendo p =
proporção dos resultados favoráveis e q = proporção dos resultados desfavoráveis.
Após conclusão da pesquisa alcançou-se 51 respostas dos questionários e a partir
destas observou-se que a proporção de pessoas que usam fármacos foi de 84% (p) e que
não usam foi de 16% (q), conforme observa-se na Figura 8. Desta forma o erro desta
pesquisa foi:
� � 1,96�0,16 . 0,8451
� � 10%
3.3. Elaboração do questionário
Para realizar a coleta dos dados necessários à pesquisa, foi aplicado um
questionário previamente elaborado, composto por 16 perguntas fechadas e de múltipla
escolha, de acordo com Marconi e Lakatos (2004), o questionário é um instrumento de
coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, as quais foram divididas
em dois blocos. No primeiro bloco foram dispostas questões cuja finalidade foi identificar
o perfil de cada pessoa. Portanto, o respondente deveria escolher dentre as alternativas
possíveis aquela que melhor se adequa à sua realidade. O segundo bloco contém os
indicadores que visam investigar a dimensão do uso, descarte e armazenamento dos
medicamentos e a percepção geral sobre a os riscos que o descarte incorreto de
medicamento pode acarretar para a saúde humana e meio ambiente. A fundamentação
teórica do roteiro do questionário foi realizada através de pesquisa bibliográfica, sendo
baseado nas questões abordadas por Gasparini; Gasparini; Frigieri (2011) e Miranda et al.
(2011).
47
Os formulários foram distribuidos em regiões distintas da cidade RMSP. Esses
questionários foram respondidos por uma população amostral 51 pessoas, escolhidas por
conveniência, segundo Oliveira (2011) os elementos são selecionados de acordo com a
conveniência do pesquisador, e de maneira aleatória.
A coleta de dados foi realizada por meio de questionários presenciais e individuais,
a abordagem com cada pessoa foi sempre a mesma: direta, explicando o objetivo da
pesquisa e dando uma ideia geral das perguntas a serem feitas. Informava-se, também, o
tempo aproximado que a entrevista levava, cerca de 10 minutos (sendo que das 51 pessoas
abordadas, 2 duraram mais de 40 minutos).
Os questionários foram realizados de junho a dezembro de 2016, em praças,
parques e ruas. É interessante ressaltar que todos os entrevistados receberam muito bem o
“convite” para participar da pesquisa, mostrando-se interessados pelo assunto, com um
clima de cordialidade e simpatia sem haver qualquer coerção, intimidação ou pressão.
A entrevista foi estruturada em três etapas, a primeira parte da entrevista, com 4
perguntas, tinha o objetivo de identificar o perfil da pessoa. Além disso, visava incentivar o
respondente a falar abertamente a respeito dos medicamentos.
As perguntas principais que integravam esta primeira parte estavam relacionadas ao
gênero, idade, escolaridade e a zona da cidade da RMSP que reside
A segunda parte da entrevista, com 10 questões fechadas, tinha o objetivo de
identificar o conhecimento dos respondentes a respeito dos cuidados com qualidade,
armazenamento, descarte e o conhecimento acerca dos riscos dos fármacos no meio
ambiente. Sendo que 7 questões serão avaliadas na escala Likert.
A escala de Likert é a mais utilizada quando se aplicam questionários de opinião,
uma vez que originam informação de uma forma ordenada. Portanto, para avaliar o grau de
impacto em cada um dos indicadores, optou-se por utilizar uma variação desta escala, na
qual o respondente deverá atribuir um valor dentre os cinco possíveis níveis:
(1) Não
(2) Provavelmente não
( 3) Indiferente
( 4) Provavelmente sim
48
( 5) Sim
As perguntas que integravam essa etapa são relacionadas a presença de bula nos
medicamentos, se possui medicamento em casa, se estes medicamentos estão ao alcance de
crianças, se observa os aspectos e data de validade dos medicamentos antes de utilizá-los,
se armazena medicamento vencido em casa, se o descarte dos medicamentos está correto,
se acredita que o descarte dado aos medicamentos pode trazer problemas ambientais e se
recebeu alguma informação quanto ao armazenamento e descarte de medicamentos.
E a última parte da entrevista, com 2 perguntas de múltipla escolha, tinha o objetivo
de conhecer quais medicamentos são mais utilizados e principalmente quais as marcas de
anti-inflamatório são consumidas. Conforme apresentado no anexo I.
3.4. Análise de risco dos fármacos no meio ambiente
Foi realizada uma análise de risco, identificando o risco prioritario por uma mariz
de risco ambiental que os fármacos podem trazer para o meio ambiente, conforme é
ilustrado na Figura 6.
Figura 6. Exemplo de Matriz de Risco
Fonte: Berssaneti (2015)
A matriz de probabilidade e consequência prioriza o tratamento dos riscos. E desta
forma a metodologia usada por Thun e Hoenig (2011) e Santos (2014) que obtiveram
49
resultados significativos com a utilização desta matriz numa análise de risco para cadeia de
suprimentos, configurando-se assim como uma ferramenta muito útil na abordagem de
riscos. Especificam-se as combinações de probabilidade e impacto que resultam em uma
classificação dos riscos como de prioridade entre baixa, moderada e alta,
As células em vermelho com os maiores valores representam risco muito elevado,
enquanto que as preenchidas com cinza risco muito baixo, os azuis riscos baixos e as
verdes são riscos moderados. Através dessa ferramenta é possível identificar áreas que
sofrem mais ameaças. Deve-se elencar os possíveis risco encontrados no projeto, gerando
assim níveis de riscos identificados. Os riscos serão classificados de acordo com a
concentrações efetivas, como demostrada por Costa, (2008).
Para tanto a classificação dos riscos referentes a contaminação DCF foi feita
baseada no quadro 7.
Quadro 7. Escala de probabilidade de ocorrência
Categoria Denominação Descrição Concentração de DCF
ng. L-1
A Muito Alta Incorrência em risco
praticamente inevitável > 700
B Alta Incorrência em risco
frequente 400 - 600
C Moderada Incorrência em risco
ocasional 100 – 400
D Baixa Relativamente pouca
incorrência em risco 50 – 100
E Muito baixa Incorrência em risco
improvável 0 -50
50
Fonte: Adaptada Morgado (2000); a Bila e Dezotti (2003); b Freit et al., 2002); c Tambosi
(2008); d Richard et al. (2013); eFent; Weston; Caminada, 2006); fKummer, (2009); g Routledge et
al. (1998); h Rodgers-gray et al. (2000); i Sanches (2006); j Sanderson et al. (2004); kHalling-
sorensen et al., 1998); l Wang et al. (2010); m Gómez et al. (2007); n Gómez et al. (2007); o Bendz
et al. (2005); p Stumpf et al. (1999); q Santos et al. (2010); r Koutsouba et al. (2003); sAmérico et al.
(2012); t Ternes (1998).
Estes riscos foram baseados em um levantamento bibliográfico acerca de
concentrações que causam efeitos adversos dentro das categorias muito altas a muito baixa,
de acordo com as suas concentrações citadas pelos autores.
3.4.Método de análise do diclofenaco
O2-[(2,6-diclorofenil) amino] benzenoacético monossódico(diclofenaco) puro foi
adquirido, com grau de pureza de 99,5%. Então, 10 mg foi pesado em balança analítica e
dissolvido a 1 L, em balão volumétrico, sendo agitado no vortex, até diluição completa, de
forma a obter uma solução padrão de 10 mg/L. A partir da solução padrão de diclofenaco
de sódio de 10 mg/L foram feitas diluições em água de forma a obter concentrações
variando de 0,5 até 10 mg/L.
Uma curva de calibração do diclofenaco, com permanganato de potássio, foi
montada a partir das concentrações obtidas anteriormente. A absorção de luz a 465 nm em
um espectrofotômetro. Para tanto, preparou-se uma solução de permanganato de potássio
4.10-4 M em ácido sulfúrico 0,05 M. Após o preparo a solução foi acondicionada em um
frasco envolvido com papel alumínio, para proteger da oxidação da luz.
Em tubos de ensaio colocou-se 2,5 mL das concentrações padrão de diclofenaco,
preparadas anteriormente (0,5, 2, 4, 6, 8, 9 e 10 mg.L-1) e adicionou-se 2,0 mL de
permanganato de potássio, aguardando 10 minutos para que a solução se estabilize, cada
tudo de ensaio foi envolvido com papel alumínio para evitar oxidações com a luz.
As absorções das amostras, em clorofórmio, foram lidas no espectrofotômetro.
Então, será plotada a concentração de diclofenaco versus a sua absorção obtida
51
experimentalmente. A partir destes dados um ajuste linear foi realizado para obtenção da
curva de calibração (SULTAN et al., 2010, GOMES, 2014).
Após a obtenção da curva de calibração foi realizada uma validação da técnica e a
aplicação desta na análise de amostras coletadas em água de abastecimento e esgoto de
uma cidade da RMSP. Amostras foram coletadas durante o período de desenvolvimento da
dissertação, de forma a se ter um histórico da variação da concentração nas amostras
(SOUZA; TOBINO, 2005; EL-KOMONS et al., 2013; CIAPINA et al., 2015;).
52
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Avaliação de conhecimento ambiental
Os riscos ao meio ambiente são relatados muitas vezes na literatura. Tambosi
(2008) e Richard et al. (2013) relatam efeitos mutagênicos e genotóxicos no ambiente
aquático, morte das espécies aquáticas, retardo de crescimento e diminuição da reprodução.
Na pesquisa de Sanches (2006) observou a existência de bioconcentração (acúmulo
direto do xenobionte a partir da água, pelas brânquias ou pela pele, a razão entre a
concentração da substância no organismo pela concentração da mesma na água) e
biomagnificação(acúmulo por via trófica, a partir da alimentação, estimula a produção da
substância indutora da maturação de oócitos, afeta o sistema nervoso central, onde está o
principal controle de produção hormonal, a hipófise).
Nos estudos de Kummerer (2010) e Henriques et al. (2010) o ser humano pode
adquirir lesões celulares, desregulação endócrina, infertilidade, alteração comportamental e
alteração na pressão arterial.
Deve-se levar em consideração e questionar que a maioria dos efluentes analisados
são de países desenvolvidos, onde grande parte possui esgoto sanitário adequado, distante
das precariedades da situação de saneamento básico em algumas regiões do Brasil.
Portanto, há uma contaminação das águas superficiais, sem falar no problema cultural do
descarte de medicamento.
Apesar da baixíssima concentração, as descargas domésticas contêm grande
quantidade de estrógenos. É também agravante o fato de estrógenos não serem
considerados, até o presente momento pela resolução vigente, não prevendo tratamento
para esse fármaco, com a justificativa das baixas concentrações.
53
4.2. Fármacos utilizados pela população
Por meio do questionário, salientou-se que o meio ambiente, também, está sendo
contaminado através do descarte de medicamento, principalmente pela falta de orientação
da população.
A Figura 7 mostra as respostas atribuídas pelos consumidores quando questionados
sobre quais os tipos de medicamentos eles consumiam. Nota-se que há respostas de um
mesmo entrevistado com atribuição de dois ou mais medicamentos. Além disto, a Figura
apresenta um diagrama de Pareto para verificação das classes mais importantes a serem
estudadas na amostra. A partir deste diagrama e baseando no princípio de que 80% das
consequências advêm de 20% das causas (relação 80/20), verificou-se que os três classes
mais importantes a serem priorizadas neste tipo de estudo devem ser: os analgésicos, os
anti-inflamatórios e os antibióticos. Assim, fica evidenciado a importância de se estudar o
diclofenaco, já que é um dos principais anti-inflamatórios usados no Brasil.
Figura 7. Classe de medicamentos utilizados pela população amostral
Na Figura 7 se nota que mais de 90% da população entrevistada, consome fármacos
algum tipo de fármaco, sendo que a maioria consome analgésicos e anti-inflamatórios,
54
representando, um consumo da população amostral de 67% e 53% respectivamente.
Apenas 10% da população amostral, não fazem uso de nenhum tipo de medicamento,
relatando, que optaram por hábitos saudáveis, através da alimentação e de atividade física.
Coma crescente urbanização eos crescimentos populacional e industrial do País,
elevou-se o número de enfermidades e consequentemente, houve um aumento no consumo
de fármacos, aumentando de maneira exponencial o consumo de medicamentos,
principalmente, as classes de medicamentos que não necessitam de prescrição médica.
Quanto ao uso das marcas de anti-inflamatório, a população amostral, tinha a
liberdade de escolher por mais de um tipo de anti-inflamatório. Dos entrevistados apenas
16% não fazem uso de anti-inflamatórios e 84% da população amostral consome anti-
inflamatório. Usando para as pequenas dores e para casos mais graves, alegando a
facilidade de compra dessa classe de medicamento, como observado na Figura 8.
Figura 8. Uso de anti-inflamatórios
Da classe dos anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs), os mais conhecidos e
utilizados pelos entrevistados são o Cataflan® e Voltarem®, cujo o princípio ativo é o
diclofenaco, como é observado na Figura 8, 79% da população amostral consome o
84%
16%
Pessoas que consomem algum tipo do anti-inflamatório
Pessoas que não consomem nenhum tipo anti-inflamatório
55
Cataflan® e 44% consome do Voltarem®, as demais marcas, analisadas na entrevista, são
consumidas com um total de 42%.
Figura 9. Marcas de anti-inflamatório mais utilizado
O diclofenaco é o medicamento mais utilizado pela população corroborando com a
pesquisa do monitoramento, das classes de medicamentos realiza por Gracia-lor et al.
(2012) na Espanha, onde o diclofenaco foi um dos compostos frequentemente encontrado
nas águas de afluentes e efluentes.
O DCF medicamento é utilizado para aliviar a dor e a inflamação nos processos
inflamatórios em geral. Podendo ser comprado sem a necessidade de prescrição médica.
Portanto, a população utiliza em grande quantidade o diclofenaco. Sabendo que ele é
absorvido rapidamente após administração chegando ao sangue aproximadamente 30
minutos (SAVASER, OZKAN, ISIMER, 2005).
Por ser pouco higroscópico (não absorve água), ligeiramente ácido e pouco solúvel
em água, se ligando fortemente com as proteínas plasmáticas, como a albumina, na ordem
de 99%. Sendo que a albumina participa do equilíbrio ácido-básico e ainda está envolvida
na condução de substâncias fisiológicas e drogas. Devido a essas características os
metabólitos, são totalmente transportadose são excretados 65% via urinária e 35% via
biliar (ROBERTS; MORROW, 2003). Trazendo, portanto, uma maior contaminação nos
esgotos.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Cataflan Biofenac Voltarem Tandrilax
79 %
19 %
44 %
23%
56
Pode se notar na Figura 10, que a maioria dos entrevistados respondeu que estão
atentas ao aspecto de qualidade dos fármacos ao observarem sua validade, aspecto e
aparência, visual, além de não manterem fármacos vencidos em suas residências.
Pode-se afirmar que elas estão preocupadas com os problemas que tais
medicamentos podem vir a causar a saúde, pois apenas 38% possuem medicamentos
vencidos em casa. Isso não significa que estão fazendo uso dos mesmos, visto que 80%
fizeram uma verificação prévia dos medicamentos, observando as suas características,
antes de consumi lós.
Figura 10. Respostas sobre os aspectos, orientações de armazenamento, descarte
dos fármacos
Onde: *(1) Não; (2) Provavelmente não; (3) Indiferente; (4) Provavelmente sim; (5) Sim
A maioria concordou que não fazem um descarte correto dos seus medicamentos e
concordaram que este descarte, provavelmente, traz problemas ambientais, como é
observar na Figura 10. Entretanto na mesma Figura observa-se que a maioria não recebeu
nenhum tipo de orientação sobre o descarte e armazenamento dos fármacos. Devido à falta
57
de programas de incentivo ao descarte correto de medicamentos. Como se sabe, as
empresas farmacêuticas estão implantando os sistemas de logística reversa em algumas
redes de farmácias, mas se quer fizeram a divulgação em meios de comunicação de alcance
em massa.
4.3. Avaliação dos riscos no meio ambiente
Os hormônios como desreguladores endócrinos vêm sendo muito difundidos e
estudados, devido ao seu risco potencial de danos fisiológicos em organismos aquáticos,
humanos e a biota. Podemos citar o estudo realizado por Routledge et al. (1998), que ao
elaborar um relatório baseado em diversas pesquisas cientificas, montou uma tabela com
níveis de toxicidade de fármacos em meios aquáticos.
Sanderson et al. (2004) realizaram testes de CE50 em peixes, crustáceos e algas,
determinando os níveis de toxicidade hormonal existente em efluente, observando o
comportamento de cada espécie. A Tabela 3indica os resultados obtido da Concentração
efetiva média da toxicidade. As três classes quando submetidas ao teste apresentaram um
grande percentual de contaminação, 37% das algas e dos crustáceos testados tiveram uma
concentração efetiva 50% menor que 0,1 mg. L-1, sendo preocupante, pois essa
concentração apresenta extremo risco para o meio aquático.
Tabela 3. Concentração efetiva média da toxicidade (CE50) mg. L-1
Fonte: Sanderson et al. (2004)
58
Os peixes são os que mais correspondem aos níveis de concentração, 52% dos
peixes analisados apresentaram CE50< que 0,1 mg. L-1. Em todos os casos apenas 1% não é
afetado pela presença de hormônios nos efluentes. Tornando a discussão bastante relevante
e preocupante.
Na literatura Bila de Dezotti (2003) mostram que os fármacos afetam características
do sistema reprodutivo de organismos aquáticos, indução ao hermafroditismo, redução de
fertilidade, redução de espermas, disfunção no sistema endócrino, resultando algumas
anomalias como, irregularidades no ciclo menstrual, prejuízos na fertilidade, endometriose
e ovários policísticos, desenvolvimento de bactérias resistentes, câncer de mama, testículos
e próstatas e ovários policísticos.
A concentração média dos fármacos detectada, foram compiladas na Tabela 3,
revelando que os medicamentos persistem no meio ambiente em diversos países.
Existe ainda um grande problema em afetar a cadeia trófica, pois a extinção de um
organismo aquático pode afetar todos os níveis tróficos.
Inegável a existência dos riscos ao meio ambiente pela contaminação dos efluentes
por fármacos. A matriz de risco foi construída observando os perigos potenciais analisados
nesse artigo e sintetizados na Tabela 5, levando em consideração as concentrações
relatadas na Tabela 4 e fundamentadas nos níveis de toxicidade, relatados na literatura.
Tabela 4. Concentração média de Fármacos detectados no meio ambiente
Concentrações (ng. L-1) de diclofenaco medidos em diferentes ambientes aquáticos.
Continente País Amostra Diclofenaco Referência
Ásia China
Rio yellow ND - 136 Wang et al. (2010)
Rio Hai ND - 46.4 Wang et al. (2010)
Rio Liao ND - 717 Wang et al. (2010)
Rio Pearl ND-147 ±5 Zhao et al. (2009)
Santos et al. (2010)
Coreia ETE efluente 88 - 127 Kim et al. (2007)
59
Europa
Alemanha ETE efluente 150 (1200) Ternes (1998)
Espanha ETE afluente 200 - 3600
Gómez et al. (2007)
ETE efluente 400 - 2200
Suécia
ETE afluente
ETE efluente
160
120
Bendz et al. (2005)
Tixier et al. (2003)
Grécia
ETE afluente 12 – 560 Américo et al. (2012)
Santos et al. (2010)
Koutsouba et al.
(2003) ETE efluente 10 - 365
América
USA Água de beber >25 Santos et al. (2010)
Ferrari et al. (2009)
Brasil Rio Paraíba do
Sul 10 - 60 Stumpf et al. (1999)
Verificou-se que os fármacos ácidos são predominantes no rio yellow, rio de Hai e
rio de Liao no norte da China, principalmente na estação chuvosa, o diclofenaco foi
encontrado em concentrações máximas de 136 ng/L no rio yellow e de 717 ng/L no rio
Liao, mas em concentrações mais baixas no Rio Hai, com concentração máxima de 46,5
ng/L, provavelmente devido aos menores níveis de água no verão. Os anti-inflamatórios
em concentrações mais altas foram encontrados com maior frequência nos locais
localizados nas áreas metropolitanas (WANG et al., 2010).
Existe ainda, um grande problema em afetar a cadeia trófica, entretanto a extinção
de um organismo aquático, podeM afetar todos os níveis tróficos.
A Tabela 6 apresenta a matriz de risco da biota nos efluentes contaminados por
fármacos, sendo entendida da seguinte maneira: a maior prioridade é dada aos riscos que se
encontrarem na área indicada em vermelho (risco muito alto), em segundo lugar a atenção
60
deve recair sobre a área em amarelo (risco alto) e, na área em verde (risco moderado), na
área azul (risco baixo) e na área cinza (risco muito baixo).
Tabela 5. Perigo identificados, suas probabilidades e impacto
Código Descrição do perigo Consequência ref. Máximo
concentração
ng. L-1
Rref. Probabilidades
A Desenvolvimento de
bactérias resistentes.
Catastrófica a, j,
k
717 l
Muito
alta
B Feminilização de
peixes
Catastrófica a,h 160 o Modera
da
C Eclosão antecipada de
ovos de pássaros,
peixes e tartarugas
Moderada i
1200 T Muito
alta
D Altera o sistema
reprodutivo em peixes,
repteis, pássaros,
mamíferos marinhos
Grave a 365 R Modera
da
E Redução de esperma
em seres humanos
Catastrófica a, b
>25
q
Muito
baixa
F Câncer de mama,
testículos e próstatas,
ovários e policísticos
Grave a >25 q
Muito
baixa
G Redução de fertilidade Catastrófica a 60 P Baixa
H Mutagênicos e
genotóxicos no
ambiente aquático
Grave c,
d,
e, f
2200 M Muito
alta
I Morte de espécies
aquáticas
Catastrófica c, d 3600 N Muito
alta
J Estimulação da Moderada g 560 s Muito
61
Vitelogenina alta
K Retardo de
crescimento e
diminuição da
reprodução
Grave c, d
46.4 L
Muito
Baixa
Fonte: adaptada a Bila e Dezotti (2003); b Freitas et al., 2002); c Tambosi (2008); d Richard et al.
(2013); eFent; Weston; Caminada, 2006); fKlaus, (2009); g Routledge et al. (1998); h Rodgers-gray
et al. (2001); i Sanches (2006); j Sanderson et al. (2004); kHalling-sorensen et al., 1998); l Wang et
al. (2010); m Gómez et al. (2007); n Gómez et al. (2007); o Bendz et al. (2005); p Stumpf et al.
(1999); q Santos et al. (2010); r Koutsouba et al. (2003); sAmérico et al. (2012); t Ternes (1998).
Analisando os valores é possível observar que a existência de prioridade nos riscos:
A, E, I, H e K. Quando se trata do meio ambiente e de organismos vivos, o risco não pode
ser desprezível, a matriz de risco mostrou que nas condições atuais os corpos hídricos
podem levar a consequências catastróficas ou graves com a probabilidade de muito alta de
ocorrência de bactérias resistentes, morte de espécies aquáticas, eclosão antecipada de ovos
de animais, mutação celular, inchaço do fígado, retardo no crescimento e diminuição da
reprodução devido a redução de espermas humano.
Tabela 6. Matriz de risco gerada para a cidade da RMSP
62
Sendo assim, ficou validado os riscos de contaminação que o ser humano já está
sofrendo, uma vez que somos consumidores na cadeia trófica e nos alimentamos de
animais, devido a existência de fármacos nos esgotos, lençóis freáticos, rios, lagos e
demais corpos hídricos.
4.4. Levantamento das formas de descarte
Por meio do questionário aplicado, verificou-se que a maioria das pessoas
entrevistadas, independentes do nível de escolaridade, fazem o descarte de medicamento
de maneira incorreta,sem o mínimo de orientação. O descarte incorreto foi considerado
como o descarte no lixo, no vaso sanitário e na pia/tanque. Já o descarte correto foi
considerado como sendo o descarte no ponto de coleta (farmácias/postos de saúde).
Na Figura 11 observou se que 16% não eliminam resíduos, uma vez que, é possível
verificar na Figura 12 que 4% consomem completamente o medicamento e 12% guarda
para utilizar novamente, guardando para a possibilidade de ficar doente novamente,
evitando assim mais gastos com medicamento.
Figura 11. Descarte de fármacos
O armazenamento de fármacos em casa é preocupante, pois em sua maioria,são
mantidos em locais indevidos, como armários de toaletes, podendo sofrer ação da umidade
72%
12%
16%
Descarte indevido Descarte correto Não eliminam resíduo
63
e alterar a sua qualidade, tornando-os sem efeito medicinal e até impróprios para o
consumo (MIRANDA, 2013).
Uma avaliação sobre os locais onde os medicamentos são descartadosmostrou que
72% dos entrevistados responderam que todos praticam um descarte indevido, pois os
fármacos são descartados no lixo, vaso sanitário e pia, corroborando com a análise de
risco, pois de acordo Godoy (2014) e Heberer (2002) os medicamentos consumidos pelo
ser humano vão parar nas águas residuais, através do esgoto sanitário, consequentemente
na ETE, vindo a contaminar as águas superficiais, enquanto que a parte sólida vai para em
resíduos domésticos, depois são dispostos em aterros sanitários, acabando sendo
carregados para águas subterrâneas, ao serem lixiviados pela água da chuva.
Estas respostas corroboram com as apresentadas na Figura 12, estando claro que os
entrevistados descartam indevidamente os seus resíduos de fármacos, 66% dos
entrevistados fazem o descarte em lixo seco ou úmido. Esses medicamentos quando
descartados em resíduos sólidos comuns, gerado em residências, acabamsofrendo
contaminação e propagando-a nos lixões e aterros sanitários que poderão levar a
contaminação do solo e de corpos hídricos circunvizinhos (GODOY, 2014)
Figura 12. Descarte de fármacos no município da RMSP
66%
4%
12%
4% 8%
4% 2%Lixo seco/úmido
Vaso Sanitário
Guarda para usar outra vez
Não sobram
Devolve a unidade de saúde
Entrega em pontos de coleta
Pia-tanque
64
Existem ainda, 6% dos entrevistados que eliminam os medicamentos diretamente
no esgoto, sendo 4% dos entrevistados em vaso sanitário e 2% dos entrevistados em pias
ou tanques. A água de esgoto é o principal ponto de entrada de fármacos, sendo uma
contaminação direta dos corpos hídricos (GAMARRA et al., 2015a).
Pode-se concluir que os descartes em vasos sanitários, pias ou tanques levariam os
resíduos farmacológicos para a rede sanitária da cidade e, consequentemente, para as
ETEs. De acordo com Bila e Dezotti (2003), por não haver um tratamento eficiente destes
resíduos nas ETEs, tais medicamentos acabam sendo direcionados para os rios, onde o
descarte das ETEs são feitos.
Já os descartes realizados no lixo, obviamente, levam os resíduos para aterros
sanitários, que por lixiviação acabam contaminando o solo e os lençóis freáticos. Esta
lixiviação ocorre devido ao arraste dos contaminantes pelas águas das chuvas.
Vazadouro a céu aberto é a forma mais impactante ao meio ambiente. É um tipo de
disposição dos resíduos diretamente no solo, sem nenhum processo de controle que
permita evitar a contaminação de lençóis freáticos e cursos de água, através dos líquidos
percolados. O chorume, oriundo da decomposição anaeróbica das frações orgânicas
contidas nos materiais dispostos, gera liberação de gases voláteis ricos em enxofre (S),
amônia (NH3), gás carbônico (CO2), dentre outros que são poluentes e alguns favoráveis à
combustão. Portanto, percebe-se perfeitamente a grande contribuição à degradação
ambiental sem contar os inúmeros indícios de comprometimento à saúde pública (LIMA,
2003).
Deve-se levar em consideração e questionar que a maioria dos efluentes analisados
é de países desenvolvidos, onde, grande parte possui esgoto sanitário adequado, distante
das precariedades da situação de saneamento básico em algumas regiões do Brasil
(portanto havendo uma contaminação das águas superficiais).
Sem falar na falta de campanhas de sensibilização para solucionar um problema
cultural de nossa população que leva às pessoas a descartaremirregularmente os
medicamento, como já mostrado por Miranda et al. (2011), na cidade de Itupeva e Pinto et
al. (2014) em Paulina.
A maioria dos entrevistados acredita que provavelmente realiza o descarte dos
medicamentos de maneira incorreta, como pode se notar na Figura 8, mesmo sem o
65
conhecimento adequado e concordaram que tal descarte pode provocar problemas
ambientais.
Na Figura 13 é possível observar que a população está sem instrução do que
realmente fazer com os resíduos de medicamento, pois 80% não receberam informações de
como deve ser feito o descarte corretamente. Isto, provavelmente, está ligado à falta de
campanhas para o descarte correto de fármacos que atinja a população.
Figura 13. Respostas sobre orientações do descarte de fármacos
Como se sabe, as empresas farmacêuticas estão implantando os sistemas de coleta
de resíduos em algumas redes de farmácias, mas se quer fizeram a divulgação em meios de
comunicação de alcance em massa, onde está claro que os entrevistados descartam
incorretamente os seus fármacos, mas provavelmente isso ocorre pela falta de informação
dos órgãos responsáveis.
A maioria concordou que não fazem um descarte correto dos seus medicamentos,
86% acreditam que os descartes que dão aos medicamentos, incorretos, causam impactos
ao meio ambiente, e entendem que tais atitudes, provavelmente, trazem problemas
ambientais, como podemos observar na Figura 9.
Entretanto esse dado vem em oposição ao relatado na Figura 12, que mesmo
imaginando as consequências e impactos ambientais, que o descarte indevido pode
20%
80%
Recebeu orientações quanto ao descarte de fármacos
Não recebeu orientações quanto ao descarte de fármacos
66
ocasionar, entretanto, continuam descartando os fármacos no meio ambiente, mas isso é
justificado na Figura 14, que indica que a maioria dos entrevistados não recebeu nenhum
tipo de orientação sobre o descarte e armazenamento dos fármacos.
Figura 14. Resposta sobre o conhecimento dos impactos ao meio ambiente
Com os dados da pesquisa fica evidente, que é muito restrita a parcela da população
que possui qualquer informação sobre este assunto. Seria essencial realizar campanhas de
esclarecimento e conscientização da população das próprias autoridades sobre a
importância do assunto.
4.5. Curva de calibração
A curva de calibração foi linear no intervalo de concentração de 0,5 a 10 mg.L-1 de
diclofenaco. A obtenção da curva de calibração, a qual faz uma relação das concentrações
em relação as suas áreas, foi utilizada para evidenciar a linearidade do método, de acordo
com a concentração conhecida de cada solução padrão. Para atestar que o método analítico
estava válido, a calibração foi realizada em triplicata e foram comparados os resultados. A
86%
14%
Certamente causa impactos ao meio ambienteCertamente não causa impactos ao meio ambiente
67
Figura 15 apresenta a resposta obtida para a dispersão dos dados, a qual pode ser
facilmente apresentada por uma reta, cujo coeficiente de correlação (R) obtido foi de
0,9958, de acordo com a curva de calibração, representada pela Equação 3.
Figura 15. Curva de calibração do diclofenaco de sódio em permanganato de potássio.
Desta forma, pode-se afirmar que este método pode ser empregado na determinação
dodiclofenaco, devido a boa precisão apresentada nos resultados.
� � ���,����,�� � � 0,9958 (3)
Utilizando este gráfico ou a equação da curva resultante, pode-se calcular
aconcentração desta substância na amostra.
68
4.6. Resultado das amostras
Considerando os resultados obtidos tanto na água de abastecimento como na água
de efluente parao fármaco estudado podemos encontrar na Tabela 7e 8, a concentração e
desvio padrão de cada amostra analisada.
Os resultados da Tabela 7 exibiram a presença do diclofenaco nas amostras
coletadas, em duas regiões distintas do município da RMSP. Na região central e na região
leste, sendo que na região central o DCF foi encontrado em água de efluente com uma
concentração de 5,034 mg.L-1, concentração bastante significativa, uma vez que na
literatura, os valores detectados foram na escala de µg.L-1 e ng.L-1.
O que sugere a possível entrada do DCF no ambiente pelo esgoto doméstico,
comprovando a ineficiência do tratamento de esgoto da ETE que despeja neste córrego e
confirmando os baixos valores de remoção, como por exemplo, na Suécia, com remoção
22% do diclofenaco, verificado na Tabela 1.
Com isto, podem ocorrer mutações nos seres que neles habitam, como a
feminilização de peixes, morte de espécies aquáticas, alteração o sistema reprodutivo em
peixes, pássaros, répteis e mamíferos marinhos.
Além disso, existe o problema de bioacumulação, que abrange todas as rotas de
exposição do diclofenaco, até mesmo a dieta alimentar, conforme avança nos níveis
tróficos, aumentando, assim, a concentração do DCF nos tecidos. Os efeitos
ecotoxicológicos são capazes de surgir em diferentes níveis de organização.
Tabela 7. Resultado da análise das amostras
Amostras Características Concentração
(mg/L)
Desvio
Padrão (±)
Região Central: Córrego
CAG01/01
Água de efluente
5,034 0,966
Região Central: Córrego
Cocho Velho
Água de efluente
LD -
69
Região Leste Água de
abastecimento 2,585 0,832
Região Leste Água de
abastecimento 3,127 0,867
Região Norte Água de
abastecimento LD -
Região Norte Água de
abastecimento LD -
Região Oeste Água de
abastecimento LD -
Região Oeste Água de
abastecimento Ausente -
Região Sul Água de
abastecimento Ausente -
Região Sul Água de
abastecimento Ausente -
LD= Fora do limite de detecção
Os danos causados pela contaminação devido ao diclofenaco se espalham pelo
ecossistema levando a modificaçõesnas características e na dinâmica da população
(crescimento, reprodução e mortalidade) na estrutura e função (alterando o processo de
respiração e fotossíntese) na estrutura e função das comunidades (alterando relação
predador-presa). Como o DCF chegam no meio ambiente, principalmente, aquático, já
abordado, afetam a qualidade da água e afetam a saúde do ambiente e do homem (COSTA
et al., 2008).
Ainda observando a Tabela 7, nota-se que foi encontrado DCF em água de
abastecimento, em dois pontos da região leste do munícipio da RMSP, com concentrações
de 2,585 mg.L-1 e 3,127 mg.L-1, o que demonstra uma ineficiência das técnicas de
tratamento de água de abastecimento na remoção do diclofenaco. Os efeitos podem atingir
diretamente aos seres humanos que estão consumindo desta água, podendo ocasionar
70
problemas no fígado e rins, levar a redução do índice de fertilização, redução da produção
de esperma, câncer de mama, ovários, testículos epróstatas.
De acordo com Stumpf (1999) a concentração de DFC encontrada no Brasil foi, em
média, de 0,03 µg.L-1 em água de rio. Nesse período já se preocupava com os efeitos
ecotoxicológico da droga e dos seus metabólitos. Os efeitos adversos, no ambiente
aquático, foram validados por Triebskorn et al. (2004), sendo notório que a concentração
do diclofenaco é relevante ambientalmente, essa droga provoca reações celulares no
fígado, rim, intestino e brânquias de peixes que deve ser considerado como uma indicação
de risco.
Oaks et al. (2004) atribuem a possibilidade de relação entre doença renal em
mamíferos e a ocorrência de diclofenaco como contaminante ambientalque alcança os
níveis tróficos. No Paquistão uma espécie de abutres foi ameaçada de extinção, pois estão
morrendo de falência renal, devido ao uso de diclofenaco nas criações de animais (fonte
alimentar dos abutres).
Para Fent; Weston; Caminada, (2006), os sistemas aquáticos indicam que é pouco
provável existir risco de toxicidade aguda. Pois as concentrações ambientais situam-se
entre 1000 vezes mais baixas do que os valores conhecidos de EC50 observado na tabela 2.
Porém, os resultados encontrados da análise da água de efluente e água de
abastecimento no município da RMSP são superiores ao encontrado na literatura. O teste
de toxicidade em crustáceos, na Espanha, onde a concentração de 0,023 mg.L-1 imobilizou
a população de crustáceos em 48 horas (Ferrari, 2003). E com maior concentração na
Alemanha, de 72 mg.L-1, inibiu o crescimento de algas em 3 dias (Cleuvers, 2003).
Entretanto, nota-se na tabela 8, a ausência do diclofenado em todas as amostras
analisadas.
Tabela 8. Resultado da análise das amostras
Amostras Características Concentração
(mg/L)
Desvio
Padrão (±)
Região Central: Córrego
CAG01/01
Água de efluente
Ausente -
71
Região Central: Córrego
Cocho Velho
Água de efluente
Ausente -
Região Leste Água de
abastecimento Ausente -
Região Leste Água de
abastecimento Ausente -
Região Norte Água de
abastecimento Ausente -
Região Norte Água de
abastecimento Ausente -
Região Oeste Água de
abastecimento Ausente -
Região Oeste Água de
abastecimento Ausente -
Região Sul Água de
abastecimento Ausente -
Região Sul Água de
abastecimento Ausente -
LD= Fora do limite de detecção
A identificação do diclofenaco é uma fase fundamentalpara compreender os danos
causados por diversos níveis de concentração deste fármaco no meio ambiente, bem coo
estudar formas de removê-lo ou reduzir estas para níveis aceitáveis.
72
5. CONCLUSÃO
A partir dos questionários mostraram que 86% da população estudada usam mais de
uma classe de medicamento, sendo que a maioria absoluta consome analgésico e mais de
50% usam anti-inflamatório, que é a classe de diclofenaco (objeto de estudo).
Verificou-se que apesar de 80% dos entrevistados afirmam que observam a
aparência e a validade dos fármacos, menos de 40% afirmam que não possuem
medicamentos vencidos.
Dentre os entrevistados, quase metade afirmaram que dão destino correto aos
fármacos, o que é incoerente já que 86% acham que o descarte ilegal gera problemas
ambientais. Entretanto apenas 38% tiveram informações de como deve ser realizado este
descarte.
Uma avaliação sobre os locais onde os medicamentos são descartados mostrou que
72% dos entrevistados praticam o descarte incorreto, pois responderam que os fármacos
são descartados no lixo, vaso sanitário e pia.
A matriz de riscos mostrou que nas condições atuais os corpos hídricos podem
levar a consequências catastrófica ou graves com probabilidade muito alta de ocorrência de
bactéria resistentes, morte de espécies aquáticas, eclosão antecipada de ovos de animais,
mutação celular e inflamação de fígado em animais e retardo no crescimento e diminuição
da reprodução devido redução de esperma no ser humano.
A partir da análise efetuada, no espectrofotômetro, das amostras coletadas no
município da RMSP, verificou-se a presença do diclofenacoem água de efluente na
concentração de 5,034 mg.L-1e na água de abastecimento, em dois pontos diferentes da
zona leste, com concentrações de 2,585 mg.L-1e 3,127 mg.L-1. Demonstrando a possível
ineficiência das ETE e das ETA.
A confirmação da existência do diclofenaco em corpos hídricos fortalece os riscos
avaliados na matriz de risco, podendo afetar todo o meio ambiente e causar distúrbios à
saúde humana.
73
Desta forma, comprovou-se a importância deste trabalho, pois apresentou dados
relevantes que podem servir de alerta aos problemas que os fármacos (diclofenaco) podem
causar ao meio ambiente e ao ser humano.
5.1. Sugestões para trabalhos futuros
A partir do conhecimento adquirido sobre o assunto durante o desenvolvimento
desta pesquisa, pode-se sugerir alguns temas que possam ser trabalhados futuramente:
1. Monitorar a presença de outros fármacos como: analgésicos e antibióticos.
2. Expandir o número de amostras de pessoas entrevistadas para compreender
melhor a situação do descarte de fármacos.
3. Aplicar a pesquisa em outras regiões, para melhor a compreensão sobre a
situação brasileira, mensurar o nível de conhecimento da população brasileira
ou paulistana sobre os problemas ambientais e à saúde causados pelo descarte
irregular de fármacos.
4. Monitorar rios e córregos de outras cidades do estado de São Paulo.
5.2. Publicações
Capítulos de livros publicados
1.PRAZERES, K. C.; MIRANDA, A. C. ; SILVA FILHO, S. C. ; SANTANA, J. C. C..
Matriz de risco da contaminação de efluente de esgoto contaminado por fármaco. In:
Pauline Balabuch. (Org.). Coletânea Nacional sobre Engenharia de Produção 2.
2ed.Curitiba - PR: Atena Editora, 2016, v. 1, p. 113-130.
Trabalhos completos publicados em anais de congressos
1. KLEPA, R. B. ; PRAZERES, K. C. ; SILVA, T. A. F. ; SANTANA, J. C. C..
Comparação entre os Módulos de Células Fotovoltaicas classificados pelas Normas
74
Brasileiras. In: : XXXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção - ENEGEP
2016, 2016, João Pessoa - PB. Anais do ENEGEP 2016. Rio de Janeiro - RJ: Editora do
ENEGEP, 2016. v. 1. p. 1-10.
2. PRAZERES, K. C.; MIRANDA, A. C. ; SILVA FILHO, S. C. ; SANTANA, J. C. C. .
MATRIZ DE RISCO DA CONTAMINAÇÃO DE EFLUENTE DE ESGOTO
CONTAMINADO POR FÁRMACOS. In: XXXVI Encontro Nacional de Engenharia
de Produção - ENEGEP 2016, 2016, João Pessoa - JP. Anais do ENEGEP 2016. Rio de
Janeiro - RJ: Editora da ABEPRO, 2016. v. 1. p. 1-8.
75
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAFARMA - Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico. Disponível em
<http://abafarma.com.br//>. Acessado em 12 maio de 2016.
ABRAFARMA - Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria. Disponível em
<http://www.abrafarma.com.br/>. Acessado em 12 maio de 2016.
ANVISA - Agência Nacional De Vigilância Sanitária (RDC 33). Dispõe sobre o Regulamento
Técnico para o Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Disponível em:
<www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/rdc/33>. Acessado em 02 de janeiro de 2017.
ANVISA - Agência Nacional De Vigilância Sanitária (RDC 306). Dispõe sobre o regulamento
técnico para gerenciamento de resíduos em serviços da saúde. Disponível em:
<www.anvisa.gov.br/legis/resol/2005/rdc/306>. Acessado em 03 de janeiro de 2017.
ANVISA - Agência Nacional De Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira. V. 1, ed. 5,
2010. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/ >. Acessado em 5 janeiro de 2016.
AGUIAR, E. C. Contribuição ao estudo do fator risco no desempenho em organizações e
cadeias de suprimentos. Tese (Doutorado) Faculdade de Economia e Administração, USP,
São Paulo, 2010.
ALMEIDA, G. A.; WEBER, R. R. Fármacos na represa Billings. Rev. Saúde Ambiente, v. 6,
n. 2, p. 7-13, 2005.
AMÉRICO, J. H. P.; ISIQUE, W. D.; CARVALHO, S. L.; TORRES, N. H. Fármacos em
Uma Estação de Tratamento de Esgoto na Região Centro-Oeste do Brasil e os Riscos aos
Recursos Hídricos. RBRH – Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 17, n. 2010, p.
61–67, 2012.
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO
DE 2010. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/hom>. Acessado em
20 maio 2015.
ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas (NBR 10.0004). – Classificação dos
Resíduos Sólidos Disponível em: <www.abnt.org.br>. Acessado em 24 de junho de 2016.
AZEVEDO, T. B. DE; RODRIGUES, M. V. R. Y.Softwares para Análise de Redes Sociais
76
- Ars. VI Congresso Nacional de Excelência em Gestão Energia, Inovação, Tecnologia E
Complexidade Para a Gestão Sustentável. Niterói, Rio de Janerio, 2010.
BATLOUNI, M. Anti-inflamatórios não esteroides: Efeitos cardiovasculares, cérebro-
vasculares e renais. Arquivos Brasileiros de Cardiologia,São Paulo, v. 94, n. 4, p. 556-563,
2010.
BAUTITZ, I. R. Degradação de tetraciclina utilizando o processo foto-fenton.Dissertação,
Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista – UNESP, Araraquara, 2006.
BARTHA, B.; HUBER, C.; HARPAINTNER, R.; SCHRÖDER, P. Effects of
acetaminophen in Brassica juncea L. Czern.: investigation of uptake, translocation,
detoxification, and the induced defense pathways. Environmental Science and Pollution
Research, v.17, n.9, Nov, p.1553-1562. 2010.
BARCELO, D. L.; ALDA, M. J. L. Contaminación y calidad química del agua: el problema
de los contaminantes emergentes. Panel científico técnico de seguimiento de la política del
agua. Jornada de presentación de resultados, p. 1–27, 2008.
BARROS, F. G. N.; AMIN, M. M. Água: Um bem econômico de valor para o Brasil e o
mundo. Revista Brasileira de Gestao e Desenvolvimento Regional, v. 4, n. 1, p. 75–108,
2008.
BELL, K. Y.; WELLS, M. J. M.; TRAEXLER, K. A.; PELLEGRIN, M. L.; MORSE, A.;
BANDY, J. B. Emerging pollutants. Water Environment Research, v. 81, n. 10, p. 2211–
2254, 2011.
BENDZ, D.; PAXÉUS, N. A.; GINN, T. R.; LOGE, F. J. Occurrence and fate of
pharmaceutically active compounds in the environment, a case study: Höje River in Sweden.
Journal of Hazardous Materials, v. 122, n. 3, p. 195–204, 2005.
BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no Meio Ambiente. Química Nova, vol. 26, n. 4,
523-530, 2003.
BERKENBROCK, P. E.; BASSANI, I. A. Gestão do risco ocupacional: uma ferramenta
em favor das organizações e dos colaboradores. Revista Interdisciplinar Científica
Aplicada, v. 4, n. 1, p. 43-56, Sem I 2010.
BERGAMINI JUNIOR, Sebastião. Controles internos como um instrumento de
governança corporativa. Revista do BNDS, v. 3, n. 24, 2005.
77
BERSSANETI, F. T. Apostila de Gerenciamento de Riscos. Universidade Nove de
Julho, São Paulo, 2015.
BILA, D.M., DEZOTTI, M. Fármacos no Meio Ambiente. Química. Nova. V. 26, n. 4, p.
523–530, 2003.
BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Desreguladores endócrinos no meio ambiente: efeitos e
consequências. Química Nova, v. 30, n. 3, 651-666, 2007.
BOTELLO, J.C., CABALLERO, GP. Spectrophotometric determination of Diclofenac
sodium with Methylene Blue.Talanta, vol. 42, n 1, 105-8, 1995.
BORRELY, S. I.; CAMINADA, S. M. L.; PONEZI, A. N.; SANTOS, D. R.; SILVA, V. H.
O. Contaminação das águas por resíduos de medicamentos: ênfase ao cloridrato de fluoxetina.
O mundo da saúde, p. 556-563, 2012.
BOLONG, N.; ISMAIL, A.F.; SALIM, M.R.; MATSUURA, T. A review of the effects of
emerging contaminants in wastewater and options for their removal. Desalination, v. 239, n.
1-3, p. 229–246, abr. 2009.
BRAUND, R.; PEAKE, B. M.; SHIEFFELBIEN, L. Disposal practices for unused
medications in New Zeland. Science Direct, Environmental International , v. 35, n. 06, p.
952-955, 2009.
BRICKS, L.; FERRO; S. C. A. A. Toxicidade dos antiinflamatórios não-hormonais. Pediatria
(São Paulo), v. 27, n. 3, p. 181-193, 2006.
BRILHANTE, O. M.; CALDAS, L. A. Gestão e avaliação de risco em saúde ambiental.
Rio de Janeiro: Fiocruz, 155p, 1999.
BROZINSKI, J. M.; LAHTI, M.; MEIERJOHANN, A.; OIKARI, A.; KRONBERG, L.The
anti-inflammatory drugs diclofenac, naproxen and ibuprofen are found in the bile of wild fish
caught downstream of a wastewater treatment plant. Environmental Science and
Technology, v. 47, n. 1, p. 342–348, 2013.
CARVALHO, W. A. Analgésico, antipiréticos e anti-inflamatórios. In: SILVA, P.
Farmacologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. p. 386-410.
CAVALCANTI P.P. Estudo da Biodisponibilidade Comparativa entre duas Formulações
Contendo Levotiroxina Sódica em Voluntários Sadios - Programa de Pós -Graduação em
Farmacologia.Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza, 2005.
78
CLEUVERS, M. Aquatic ecotoxicity of pharmaceuticals including the assessment of
combination effects. Toxicology Letters, v. 142, n. 3, p. 185–194, 2003.
CIAPINA, E. G.; SANTINI, A. O.; WEINERT, P. L.; GOTARDO, M. A.; PEZZA, H. R.,
PEZZA, L. Spectrophotometric determination of diclofenac in pharmaceutical preparations
assisted by microwave oven. Ecletica Quimica, v. 30, n. 1, p. 29–36, 2005.
CONAMA - Conselho Nacional Meio Ambiente. Resolução No 358, De 29 De Abril DE
2005. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35805.pdf>.
Acessado em 5 de janeiro de 2017.
COSTA, C. R.; OLIVI, P.; BOTTA, C. M. R.; ESPINDOLA, E. L. G. A toxicidade em
ambientes aquáticos: Discussão e métodos de avaliação. Química Nova, v. 31, n. 7, p. 1820–
1830, 2008.
CNQ - Confederação Nacional do Ramo Químico. Disponível em: <http://cnq.org.br/>.
Acessado em 12 de janeiro de 2016.
CRFSP - Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Fascículo IX: Anti-
inflamatórios. 2013.Disponível em:
<http://portal.crfsp.org.br/phocadownload/fasciculo9_web%205.pdf>. Acessado em 05 de
janeiro de 2016.
CÓRDOVA, M. L. F. DE; BARRELES, P. O.; DÍAZ, A. M. Sensitive and selective
determination of diclofenac sodium in pharmaceutical preparations by solid phase ultraviolet
absorptiometry. Analytica Chimica Acta, v. 369, n. 3, p. 263–268, 1998.
DANIELI, P.; LEAL, M. B. Avaliação da segurança da dipirona: uma revisão. Revista
Brasileira de farmácia, v. 84, n. 1, p. 17–20, 2003.
DAUGHTON, C.G. Cradle-to-cradle stewardship of drugs minimizing their environmental
disposition while reduction, and future directions. Environmental Health Perspectives, v.
111, n. 05, p. 775-785, 2003.
ERIKSSON, J.; SVANFELT, J.; KRONBERG, L. A photochemical study of diclofenac and
its major transformation products. Photochemistry and Photobiology, v. 86, n. 3, p. 528–
532, 2010.
79
FALQUETO, E.; KLIGERMAN, D.; FACCHETTI, R. Assumpção Como realizar o correto
descarte de resíduos de medicamentos? Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, supl.2, p. 3283-
3293, 2010.
FENT, K.; WESTON, A. A.; CAMINADA, D. Ecotoxicology of human pharmaceuticals.
Aquatic toxicology (Amsterdam, Netherlands), v. 76, n. 2, p. 122–59, 10 fev. 2006.
FIRMINO, K. F.; ABREU, M. H. N. G.; PERINI, E.; MAGALHÃES, S. M. S. Fatores
associados ao uso de benzodiazepínicos no serviço municipal de saúde da cidade de Coronel
Fabriciano , Minas Gerais , Brasil Factors associated with benzodiazepine prescription by
local health services in Coronel Fabriciano ,. Cad. Saúde Pública, v. 27, n. 6, p. 1223–1232,
2011.
FERRARI, B.; PAXÉUS, N.; GIUDICE, R. L.; POLLIO, A.; GARRIC, J.
Ecotoxicological impact of pharmaceuticals found in treated wastewaters: Study of
carbamazepine, clofibric acid, and diclofenac. Ecotoxicology and Environmental Safety,
v. 55, n. 3, p. 359–370, 2003.
FERREIRA, A. A. R. J. GESTÃO DE RISCOS PARA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA:
UM ESTUDO DE CASO DO PROJETO LATAM-LANEU Aldo . Dissertação (Mestrado)
- Gestão Industrial de Imunobiológicos, Politécnica da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
FERREIRA, A.L.; ROCHA, C. P.; VIEIRA, L. M.; DUSSE, L. M. S.; JUNQUEIRA, D. R.
G.; CARVALHO, M. G.. Alterações hematológicas induzidas por medicamentos
convencionais e alternativos Hematological changes induced by conventional and alternative
medicines. Revista Brasileira de Farmacia, v. 94, n. 2, p. 94–101, 2013.
Forbes - 15Maiores Empresas Farmaceutica do mundo. Disponível em
<http://www.forbes.com.br/listas/2015/07/15-maiores-empresas-farmaceuticas-do-mundo/>.
Acessado em 15 de janeiro 2016.
FRANÇA, M.D. Degradação de Paracetamol empregando Tecnologia Oxidativa
Avançada baseada em fotocatálise heterogênea usando irradiação artificial e solar.
Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal
de Uberlândia, Minas Gerais, 2011.
80
FREITAS, F. E. L.; MORI. F. C.; CERRI, E. C.; LUCAS, S. R. R.; MIRAGLIA, S. M.
Alterations Of Spermatogenesis In Etoposide-Treated Rats�: A Stereological Study.
Interciencia, v. 27, n. 5, p. 227–235, 2002.
FREITAS, C. M. A avaliação de riscos como ferramenta para a vigilância ambiental em
saúde. Informe Epidemiológico do SUS, v. 11, n. 4, p. 227-239, 2002.
FREER, J. BAEZA, C.; CONTRERAS, D.; SOTO, C.; CORRALES, S.; MORENO, N.
Simultaneous determination of atrazine and sodium diclofenac in natural water by
spectrophotometric approaches. Journal of the Chilean Chemical Society, v. 59, n. 3, p.
2632–2635, 2014.
GAMA, N. C. O. O processo de conformação da periferia urbana no município de
Guarulhos: os loteamentos periféricos como reprodução de novas espacialidades e
lugar de reprodução da força de trabalho. Dissertação (mestrado)- Faculdade de
Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, 2009.
GAMARRA, J. S.; GODOI, A. F. L.; VASCONCELOS, E. C.; SOUZA, K. M. T.;
OLIVEIRA, C. M. R. Environmental Risk Assessment (ERA) of diclofenac and ibuprofen: a
public health perspective. Chemosphere, v. 120, p. 462–9, fev. 2015.
GARCIA, L.P.; RAMOS, B.G.Z. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma
questão de biossegurança. Caderno de Saúde Pública, v.20, n.3, p.744-752, 2004.
GASPARINI, A. R.; GASPARINI, J.C.; FRIGIERI, M.C. Estudo do descarte de
medicamentos e consciência ambiental no município de Catanduva-SP. Ciência &
Tecnologia:FATEC-JB, v. 2, n. 1, p. 38-51, 2011.
GIMENES, D. T.; CUNHA, R. R.; RIBEIRO, M. M. A. C. PEREIRA, P. F.; MUÑOZ, R. A.
A; RICHTER, E. M. Two new electrochemical methods for fast and simultaneous
determination of codeine and diclofenac. Talanta, v. 116, p. 1026–1032, 2013.
GIL, E. S.; MATHIAS, R. O. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS
RESÍDUOS QUÍMICO – FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2,
p. 87–93, 2005.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GHISELLI, G.; JARDIM, W. F. Interferentes Endócrino no Meio Ambiente, Química Nova,
v. 30, n. 3, 2007.
81
GOODMAN S. L., GILMAN G. A. As bases farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Porto
Alegre – RS: AMGH; 2012.
GODOY, A. A. Cloridrato de propranolol e losartana potássica, em ação individual e
combinada, na macrófita Lemna minor (1753).Universidade federal de alfenas. Unifal-
MG, 2014
GODOY, A. A.; KUMMROW, F.; PAMPLIN, P. A. Z. Occurrence, ecotoxicological effects
and risk assessment of antihypertensive pharmaceutical residues in the aquatic environment--
A review. Chemosphere, v. 138, p. 281–91, nov. 2015.
GOLAN, D. E. Princípios de Farmacologia. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
914 p.
GOUDA, A. A.; KOTB EL-SAYED, M. I.; AMIN, A. S.; EL SHEIKH, R.
Spectrophotometric and spectrofluorometric methods for the determination of non-steroidal
anti-inflammatory drugs: A review. Arabian Journal of Chemistry, v. 6, n. 2, p. 145–163,
2013.
GÓMEZ, M. J.; MARTÍNEZ B, M. J.; LACORTE, S.; FERNÁNDEZ-ALBA, A. R.;
AGÜERA, A. Pilot survey monitoring pharmaceuticals and related compounds in a sewage
treatment plant located on the Mediterranean coast. Chemosphere, v. 66, n. 6, p. 993–
1002, 2007.
GRACIA-LOR, E.; SANCHO, J. V.; SERRANO, R.; HERNÁNDEZ, F. Occurrence and
removal of pharmaceuticals in wastewater treatment plants at the Spanish Mediterranean area
of Valencia. Chemosphere, v. 87, n. 5, p. 453–462, 2012.
GREGIANIN, L.J. Estudo de fase I e farmacocinética com etoposide oral em crianças
e adolescentes com tumores sólidos refratário. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-
Graduação em Ciências Médicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade
de Medicina.: Pediatria. Porto Alegre, 2002.GROS, M., PETROVIC, M., GINEBREDA,
A., BARCELÓ, D. Removal of pharmaceuticals during wastewater treatment and
environmental risk assessment using hazard indexes. Environment International. v. 36,
n. 1, p. 15–26. 2010.
GUEDES, V. L. S.; BORSCHIVER, S. Bibliometria�: Uma Ferramenta Estatística Para a
Gestão Da Informação E Do Conhecimento , Em Sistemas De Informação , De Comunicação
82
E De. CINFORM - Encontro Nacional de Ciência da Informação, p. 1–18, 2005.
GUIMARÃES, D. O.; MOMESSO, L. S.; PUPO, M. T. Antibióticos: Importância terapêutica
e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Quimica Nova, v. 33,
n. 3, p. 667–679, 2010.
HALLING-SORENSEN, B.; NIELSEN, S.N.; LANZKY, P.F.; INGERSLEV, F.;
HOLTEN L. H.C.; JORGENSEN, S.E. Occurence, fate and effects of pharmaceuticals
substance in the environment - A review. Chemosphere, v. 36, n. 2, p. 357–393, 1998.
HEBERER, T. Occurrence, fate, and removal of pharmaceutical residues in the aquatic
environment: a review of recent research data. Toxicology Letters, v. 131, n. 1-2, p. 5–17,
2002a.
HEBERER, T. Tracking persistent pharmaceutical residues from municipal sewage to
drinking water. Journal of Hydrology, v. 266, n. 3-4, p. 175–189, 2002b.
HENRIQUES, M.; CARDOSO, V. V.; RODRIGUES, A. M.; FERREIRA, E.; BENOLIEL,
M. J.; ALMEIDA, C. M. M.; J. Simultaneous Determination of Ten Endocrine Hormone
Disrupters in Water Using SPE/LC-(ESI)MS-MS. Journal of Water Resource &
Protection. vol. 2, p. 818-829, 2010.
HEYDARI, R.; SHAMSIPUR, M.; NALEINI, N. Simultaneous Determination of EDTA,
Sorbic Acid, and Diclofenac Sodium in Pharmaceutical Preparations Using High-Performance
Liquid Chromatography. AAPS PharmSciTech, v. 14, n. 2, p. 764–769, 2013.
HOEGER, B.; KÖLLNER, B.; DIETRICH, D. R.; HITZFELD, B. Water-borne diclofenac
affects kidney and gill integrity and selected immune parameters in brown trout (Salmo
trutta f. fario). Aquatic Toxicology, v. 75, n. 1, p. 53–64, 2005.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/>. Acessado em 20 de agosto de 2016.
JOBLING, S.; CASEY D.; RODGERS-GRAY T.; OEHLMANN J.; SCHULTE-
OEHLMANN U.; PAWLOWSKI S, BAUNBECK T.; TURNER AP.; TYLER CR.
Comparative responses of molluscs and fish to environmental estrogens and an estrogenic
effluent. Aquatic Toxicology, v. 65, n. 2, p. 205–220, 2003.
JUTTNER, U. Supply chain risk management. Supply Chain Management An
International Journal , v. 9, n. 2, p. 183–196, 2005.
83
KIM, S. D.; CHO, J.; KIM, I. S.; VANDERFORD, B. J. SNYDER, S. A. Occurrence and
removal of pharmaceuticals and endocrine disruptors in South Korean surface, drinking,
and waste waters. Water Research, v. 41, n. 5, p. 1013–1021, 2007.
KOUTSOUBA, V.; HEBERER, T.; FUHRMANN, B.; SCHMIDT-BAUMLER, K.;
TSIPI, D.; HISKIA, A. Determination of polar pharmaceuticals in sewage water of Greece
by gas chromatography-mass spectrometry. Chemosphere, v. 51, n. 2, p. 69–75, abr. 2003.
KÜMMERER, K. The presence of pharmaceuticals in the environment due to human use –
present nowledge and future challenges. Journal of Environmental Management, v. 90, n.
8, p. 2354 –2366, 2010.
KUSTER M.; DE ALDA, M. J. L.; HERMANDO, M. D.; PETROVIC, M.; MARTÍN-
ALONSO, J.; BARCELÓ, D. Analysis and occurrence of pharmaceuticals, estrogens,
progestogens and polar pesticides in sewage treatment plant effluents, river water and
drinking water in the Llobregat river basin (Barcelona, Spain),Journal of Hydrology.vol.
358, n.1-2, 112-123, 2008.
KRAMANCHEVA, I. Dobrev, I.; Brakalov, L.; Andreeva, A. Spectrophotometric
Determination of Diclofenac Sodium in Gel-Ointment. Analytical Letters, v. 30, n. 12, p.
2235–2249, 1997.
KRYMCHANTOWSKI, A. V.;CARNEIRO, H.; BARBOSA, J.; JEVOUX, C. Lysine
clonixinate versus dipyrone (metamizole) for the acute treatment of severe migraine attacks:
A single-blind, randomized study. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 66, n. 2 A, p. 216–220,
2008.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. V.. Metodologia científica. São Paulo: Editora Atlas,
2004.
LI, N.; ZHANG, X.; WU, W.; ZHAO, X. Chemosphere Occurrence , seasonal variation and
risk assessment of antibiotics in the reservoirs in North China. Chemosphere, v. 111, p. 327–
335, 2014.
MIOT, H. A. Tamanho da Amostral em Estudos Clínicos e Experimentais. Jornal Vascular
Brasileiro, V. 10, n.4, p. 275-278, 2011.
LIMA, R. S., RODRIGUES, M. J. R., SILVA, T. R. D., NOVAIS, C., & NAVES, P. Uso
indiscriminado de diclofenaco de potássio pela população idosa na cidade de Anápolis, no
84
estado de Goiás. Revista Colombiana de Ciencias Químico-Farmacéuticas, v. 44, n. 2,
179-188, 2015.
LIMA, H.C. ANJOS M. N. F. Anti-inflamatório não-esteroides e o uso indiscriminado: Um
estudo em drogarias no município Pimenta Bueno-RO. Uningá Review, v.3, n.4, p.13-20,
2010.
LUNDHOLM, C. E. DDE-Induced eggshell thinning in birds: Effects of p,p’-DDE on the
calcium and prostaglandin metabolism of the eggshell gland. Comparative Biochemistry
and Physiology - C Pharmacology Toxicology and Endocrinology, v. 118, n. 2, p. 113–
128, 1997.
LOUREIRO, R. J.; Roquea, F.; Rodriguesa, A. T.; Herdeiroa, M. T.; Ramalheira, E. O uso de
antibióticos e as resistências bacterianas: breves notas sobre a sua evolução. Revista
Portuguesa de Saude Pública, v. 34, n. 1, p. 77–84, 2016.
LUENGO, M. B. Uma revisão histórica dos principais acontecimentos da imunologia e da
farmacologia na busca do entendimento e tratamento das doenças inflamatórias. Revista
Eletrônica de Farmácia. v. 2, n. 2, p. 64-72, 2005.
MMA - Ministério do meio ambiente. Gestão de Resíduos. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p/eixostematicos/gest%C3%A3o-
adequada-dos-res%C3%ADduos. Acessado em 12 de janeiro de 2017.
MAGALHÃES, D. P.; FERRÃO FILHO, A. S. A. ecotoxicologia como ferramenta no
biomonitoramento de ecossistemas aquáticos. Oecologia Brasiliensis. v.12, n. 3, p. 355-381,
2008.
MARCHIORI, P. Z. MARCHIORI, P. Z.;BETTONI, E. M.; APPEL, A. L.;TABORDA, C. A.
L. Structural and motivacional aspects and discursive zones in academic social software.
Liinc em Revista, v. 6, n. 2, p. 355–369, 2010.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São
Paulo, Atlas, 2010.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de
pesquisas, elaboração, análise e interpretação dos dados. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1985.
MARIA, Y. R.URBAN SOLID WASTE AND PUBLIC POLICIES FOR
ENVIRONMENTAL EDUCATION: THE CASE OF THE PONTAL OF
85
PARANAPANEMA. Dissertação (Mestrado) Ciências Ambientais - Universidade do Oeste
Paulista, Presidente Prudente, 2013.
MARTINS, R.A.. Abordagens quantitativa e qualitativa. In: CAUCHICK MIGUEL, P.A.C.
(Coord.). Metodologia de pesquisa em Engenharia de Produção e Gestão de Operações.
2. ed. São Paulo: Elsevier, 2012.
MATIN, A. A.; FARAJZADEH, M. A.; JOUYBAN, A. A simple spectrophotometric method
for determination of sodium diclofenac in pharmaceutical formulations. Farmaco, v. 60, n.
10, p. 855–858, 2005.
MEAD, J. F., ALFIN-SLATER, R. B., HOWTON, D. R.Prostaglandins, thromboxanes, and
prostacyclin. InLipids: Chemistry, Biochemistry, and Nutrition ,New York: Plenum Press,
1986.
MEDEIROS, M. S.; MOREIRA, L. M. F.; LOPES, C. C. G. O. Descarte de medicamentos�:
programas de recolhimento e novos desafios. Rev. Cienc. Farm. Básica Apl., v. 35, n. 4, p.
651–662, 2014.
MEDEIROS, L. S. Toxicicdade aguda e risco ambiental do inseticida teflubenzuron para
Daphnia magna, Lemna minor e Poecilia reticulata, Dissertação: Universidade Estadual
Centro de Aquicultura da UNESP, São Paulo, 2008.
MELO, S. A. S.; TROVÓ, A. G.; BAUTITZ, I. R.; NOGUEIRA, R. F. P. Degradação de
fármacos residuais por processos oxidativos avançados. Quimica Nova, v. 32, n. 1, p. 188–
197, 2009.
MIRANDA, A. C. Desenvolvimento De Um Método Para Monitoramento Da
Contaminação Do Solo Pelo Fármaco Azitromicina�: Uma Abordagem Sustentável.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção.
Universidade Nove De Julho. São Paulo, 2013.
MIRANDA, A.C.; FARIAS, T. M. B.; CALARGEL, F. A.; SANTANA, J. C. C. Avaliação
de conhecimento dos consumidores da cidade de Itapevi sobre os impactos causados pelo
descarte de Produtos farmacêuticos.Proceedings of XI Safety, Health and Environment
World Congress, Santos, SP, 2011.
86
MEREY, H. A. Simple spectrophotometric methods for the simultaneous determination of
antipyrine and benzocaine. Bulletin of Faculty of Pharmacy, Cairo University, v. 54, n. 2,
p. 181–189, 2016.
MONTEIRO, E. C. A.; TRINDADE, J. M. F.; DUARTE, A. L. B. P.; CHAHADE, W. H. O
reumatologista revisita: Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Temas de
Reumatologia Clínica. v. 9, nº 2, 2008.
MORGADO, C.R.V. AVALIAÇÃO DE RISCOS PARA PRIORIZAÇÃO DO PLANO DE
SEGURANÇA. SEGRAC – Núcleo de Pesquisa em Engenharia de Segurança,
Gerenciamento de Riscos e Acessibilidade na UFRJ, Rio de Janeiro, 2000.
MS, Ministério da Saúde. Formulário Terapêutico Nacional. 2ª ed. Brasília, 2010. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf .
Acesso em: 11 de janeiro., 2017.
MUGNAINI, R.; JANNUZZI, P. D. M.; QUONIAM, L. Indicadores bibliométricos da
produção científica brasileira: uma análise a partir da base Pascal. Ciência da Informação, v.
33, n. 2, p. 123–131, 2004.
MUSTRA, C. J. G. O. Aplicação da técnica de espectrofotometria de absorção atómica na
análise de metais e metalóides em amostras biológicas. Faculdade de Medicina de Lisboa,
p. 124, 2009.
NASCIMENTO, L. X.; ARAÚJO, R. T.; ALVAREZ, L. D. G. Contaminantes Orgánicos
Emergentes�: Impactos y Soluciones para la Salud Humana y el Medio Ambiente. RECyT,
v. 17, n. 24, p. 28–34, 2015.
NUNES, E. R.; NASCIMENTO, J. W. L.; ANTONIALLI, M. M. S.; DE MENEZES, F. G.
Estudo do uso de medicamentos anti-inflamatórios em drogaria da região central de
Guarulhos (SP). ConScientiae Saúde, n. 5, p. 83-89, 2006.
OAKS, J. L.; GILBERT, M.; VIRANI, M. Z.; WATSON, R. T.; METEYER, C. U.;
RIDEOUT, B. A.; SHIVAPRASAD, H. Z.; AHMED, S.; CHAUDHRY, M. J. I.; ARSHAD,
M.; MAHMOOD, S.; ALI, A.; KHAN, A. A. Diclofenac residues as the cause of vulture
population decline in Pakistan. Nature, v. 427, n. 6975, p. 630-633, 2004.
OLIVEIRA, M. F. Metodologia científica: um manual para a realização de pesquisas em
Administração. UFG, Catalão, 2011.
87
OHSAS 18001:2007. Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho: requisitos. São
Paulo: Risk tecnologia, 2007.
PARRA, P. H.; PIRES, S. R. I. Análise da Gestão da Cadeia de Suprimentos na Indústria de
Computadores. Gestão & Produção, v. 10, n. 01, p. 1-15, 2003.
PASCHOAL, L. R. FERREIRA, W. A.; PRADO, M. R. D.; VILELA, A. P. O. Aplicação do
método da espectrofotometria de derivadas na identificação e doseamento simultâneo de
sistemas multicomponentes. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas,v. 39, n. 1, p.
105-113, 2003.
PEREIRA, A. L.; PITA, J. R. Alexander Fleming (1881-1955). Da descoberta da penicilina
(1928) ao prémio Nobel (1945). História , v. 6, p. 129–151, 2005.
PEREIRA, S. S.; CURI, R. C. Meio Ambiente, Impacto Ambiental e Desenvolvimento
Sustentável: Conceituações Teóricas sobre o Despertar da Consciência Ambiental. Reunir�:
Revista de Administração, Contabilidade e Sustentabilidade, v. 2, n. 4, p. 35–57, 2012.
PINTO, G. M. F. SILVA, K. R.; PEREIRA, R. F. A. B.; SAMPAIO, S. I. Estudo do descarte
residencial de medicamentos vencidos na região de Paulínia ( SP ), Brasil. Engenharia
Sanitária e Ambiental, v. 19, n. 3, p. 219–224, 2014.
POJANA, G., FANTINATI, A., MARCOMINI, A. Occurrence of environmentally relevant
pharmaceuticals in Italian drinking water treatment plants. International Journal of
Environmental Analytical Chemistry. 91, 537–552, 2011.
CRF SP - Conselho Regional Projeto Farmácia Estabelecimento de Saúde: Anti-
inflamatório, de Farmácia do Estado de São Paulo, Fascículo lX, São Paulo, 2013.
QUEIROZ, F. B. DE. Desenvolvimento e validação de metodologia para determinação de
fármacos e perturbadores endócrinos em amostras de esgoto utilizando extração em fase
sólida e cromatografia líquida acoplada à espectrometira de massas. Dissertação
(Mestrado) Programa de Pós-Graduação Engenharia Ambiental. Universidade Federal de
Ouro Preto, Minas Gerais, 2011.
QUEIROZ, T. P. SANTOS, P. L.; ESTEVES, J. C.; STELLIN, G. G.; SHIMIZU, A. S.;
BETONI JR., W.; VIEIRA, E.H. Dipirona versus paracetamol no controle da dor pós-
operatória. Revista de Odontologia da UNESP, v. 42, n. 2, p. 78–82, 2013.
88
RAMALHINHO, I. GOMES, L.F.; FILIPE, C.; CAVACO, A.; CABRITA, J. Padrão de
prescrição de antibióticos no Algarve: características do doente e dispersão da terapêutica.
Revista Portuguesa de Saúde Pública, v. 33, n. 2, p. 207–221, 2015.
REDDERSEN, K.; HEBERER, T.; DUNNBIER, U. Identification and significance of
phenazone drugs and their metabolites in ground- and drinking water. Chemosphere, v. 49, p.
539–544, 2002.
REGITANO, J. B.; LEAL, R. M. P. Comportamento e impacto ambiental de antibioticos na
produção de animal brasileira. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 34, n. 3, p. 1–15,
2010.
RIBANI, M. BOTTOLI, C. B. G.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I . C, S. F.; MELO, L. F. C.
VALIDAÇÃO EM MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS E ELETROFORÉTICOS. Quimica
Nova, v. 27, n. 5, p. 771–780, 2004.
RICHARD, J.; BOERGERS, A.; VON EYRES, C.; BESTER, K.; TUERK, J. Toxicity of the
micropollutants Bisphenol A, Ciprofloxacin, Metrodolol and Sulfamethoxazole in water
samples before and after the oxidative treatment. International Journal of Hygiene and
Environmental Health, v. 217, n. 4, p. 506-514, 2013.
RIGOBELLO, E. S. Avaliação da Remoção de Diclofenaco e Formação de Subprodutos
em Tratamento de Água,Tese (doutorado) Instituto de Química de São Carlos-Universidade
de São Paulo, São Carlos, 2012.
RIGOBELLO, E. S.; DANTAS, A. B.; BERNARDO, L.; VIEIRA, E. M. Removal of
diclofenac by conventional drinking water treatment processes and granular activated carbon
filtration. Chemosphere, v. 92, n. 2, p. 184–191, 2013.
ROBERTS, L.J., MORROW, J.D., Analgésico-antipiréticos, agentes antiinflamatórios e
fármacos utilizados no tratamento da gota. In: GOODMAN & GILMAN: As Bases
Farmacológicas da Terapêutica, Eds.: Hardman, J.G., Limbird, L.E., Gilman, A.G., Rio de
Janeiro: McGrawn-Hill, 2003.
RODGERS-GRAY, T., S. JOBLING, S. MORRIS, C. KELLY, S. KIRBY, A.
JANBAKHSH, J. E. HARRIES, M. J. WALDOCK, J. P. SUMPTER, C. R. TYLER. Long-
Term Temporal Changes in the Estrogenic Composition of Treated Sewage Effluent and Its
Biological Effects on Fish. Environmental Science & Technology, v. 34, n. 8, p. 1521-
1528, 2000.
89
RODRIGUES, C. R. B. Aspectos Legais e Ambientais do Descarte de Resíduos de
Medicamentos. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Engenharia da
Produção – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Paraná, 2009.
ROUTLEDGE,E. J.; SHEAHAN,D.; DESBROW,C.; BRIGHTY,G. C.;
WALDOCK,M.;SUMPTER, J. P. Identification of Estrogenic Chemicals in STW Effluent. 2.
In Vivo Responses in Trout and Roach.Environmental Science & Technology, v.32, p
1559–1565, 1998.
ROYO, V. D. A.; SALDANHA, K. L. A; XAVIER, M. P.; FREITAS, R. F.; MENEZES, E.
V. Análise do medicamento losartana potássica manipulado em farmácias de Montes Claros.
Infarma , v. 26, n. 11, p. 229–232, 2014.
SANDERSON, H.; BRAIN, R. A.; JOHNSON, D. J.; WILSON, C. J.; SOLOMON, K. R.
Toxicity classification and evaluation of four pharmaceuticals classes: antibiotics,
antineoplastics, cardiovascular, and sex hormones. Toxicology, v. 203, p. 27 – 40, 2004.
SAVASER, A.; OZKAN, Y.; ISIMER A. Preparation and in vitro evaluation of sustained
release tablet formulations of diclofenac sodium. PubMed, v. 60, n.2, p.171-177, 2005.
SAMIR, A. SALEM, H.; ABDELKAWY, M. Simultaneous Determination of Salmeterol
Xinafoate and Fluticasone Propionate in Bulk Powder and SeritideDiskus using High
Performance Liquid Chromatographic and Spectrophotometric Method. Pharmaceutica
Analytica Acta, v. 03, n. 08, 2012.
SANTOS, J. S. T. Resíduos de Medicamentos�: Riscos Associados e Comportamento da
População Portuguesa. Dissertação (Mestrado) Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014.
SANTOS, L. H. M. L. M. ARAÚJO, A. N.; FACHINI, A.; PENA, A.; DELERUE-MATOS,
C.; MONTENEGRO, M C B S M. Ecotoxicological aspects related to the presence of
pharmaceuticals in the aquatic environment. Journal of Hazardous Materials, v. 175, n. 1-3,
p. 45–95, 15 mar. 2010.
SANCHEZ, D. C. O. Desreguladores endócrinos na indução da vitelogenina em peixes
nativos. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pósgraduação em Farmacologia.
Universidade Federal do Paraná, 2006.
90
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed.
Florianópolis, UFSC, 2005.
SINDUFARMA - Sindicato da Industria de Produtos Farmacêutico no Estado de São
Paulo. Disponível em: <http://sindusfarma.org.br/cadastro/index.php/site/ap_home>.
Acessado em 20m de janeiro de 2016.
SOARES, L. G. C.; SALGUERIO, A. A.; GAZINEU, M. H. P. Educação ambiental aplicada
aos resíduos sólidos na cidade de Olinda, Pernambuco–um estudo de caso. Revista Ciências
e Tecnologia, v. 1, n. 1, p. 1–9, 2007.
SOUSA, G. G.; DE MEDEIROS JERÔNIMO, C. E. Análise Preliminar de Riscos Ambientais
para Atividades Relacionadas a Perfuração de um Poço de Petróleo Terrestre. Revista
Monografias Ambientais, v.13, n. 3, 3265-3277. 2014.
SOUZA, R. L.; TUBINO, M. Spectrophotometric determination of diclofenac in
pharmaceutical preparations. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 16, n. 5, p.
1068–1073, 2005.
SOUZA, C. P. F. A.; FALQUETO, E. Descarte de Medicamentos no Meio Ambiente no
Brasil. Revista Brasileira de Farmácia, v. 96, n. 2, p. 1142–1158, 2015.
SOUZA, J. S. DE; FERRÃO, M. F. Aplicações da espectroscopia no infravermelho no
controle de qualidade de medicamentos contendo diclofenaco de potássio . Parte I�:
Dosagem por regressão multivariada. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 42,
n. 3, 2006.
SUMPTER, J. P.; JOBLING, S. Vitellogenesis as a biomarker for estrogenic
contamination of the aquatic environment. Environmental Health Perspectives, v. 103, p.
173-178, 1995.
STUMPF, M.; TERNES, T. A.; WILKEN, R.; RODRIGUES, S. V.; BAUMANN, W. Polar
drug residues in sewage and natural waters in the state of Rio de Janeiro, Brazil. Science of
The Total Environment, v. 225, n. 1-2, p. 135–141, jan. 1999.
SUCHARA, E. A. Desenvolvimento de Metologias Analíticas para Determinação de
Fármacos em Fluídos Biológicos e Amostras Ambientais por Cromatografia Líquida e
Gasosa. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal de
Santa Catarina, p. 145, Florianópolis, 2007.
91
SCHMITT-JANSEN, M.; BARTELS, P.; ADLER, N.; ALTENBURGER, R. Phytotoxicity
assessment of diclofenac and its phototransformation products. Analytical and Bioanalytical
Chemistry, v. 387, n. 4, p. 1389–1396, 2007.
SKOUTAKIS, V. A., CARTER, C. A., MICKLE, T. R., SMITH, V. H., ARKIN, C. R.,
ALISSANDRATOS, J., & PETTY, D. E. Review of diclofenac and evaluation of its place in
therapy as a nonsteroidal anti-inflammatory agent. Annals of Pharmacotherapy, 22(11),
850-859, 1988
TAMBOSI, J. L. Remoção de fármacos e avaliação de seus produtos de degradação
através de tecnologias avançadas de tratamento. Tese (Doutorado) - Programa de pós-
graduação em Engenharia Química. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2008.
TANG, C. S. Perspectives in supply chain risk management. International Journal of
Production Economics, v. 103, n. 2, p. 451-488, 2006.
TERNES, T. A. Occurrence of drugs in German sewage treatment plants and rivers. Water
Research, v. 32, n. 11, p. 3245–3260, 1998.
TERNES, T.A. Pharmaceuticals and metabolites as contaminants of the aquatic
environment. Pharmaceuticals and Personal Care Products in the Environment: Scientific
and Regulatory Issues. Symposium Series, American Chemical Society, Washington DC,
v. 791, p. 39–54, 2001.
TIXIER, C., SINGER, H.P., OELLERS, S., MÜLLER, S.R.,. Occurrence and fate of
carbamazepine, clofibric acid, diclofenac, ibuprofen, ketoprofen and naproxen in surface
waters.. Environmental Science and Technology. v. 37, n. 6, p. 1061–1068, 2003.
TONUCCI, M. C. Absorção de diclofenaco estradiol e sulfametoxal em carvões ativos e
nanotubos de carbos: Estudo cinético e termodinâmico. Dissertação (Mestrado) -
Programa de pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Universidade Federal de Ouro Preto.
Ouro Preto, 2014.
THUN, J.-H.; HOENIG, D. An empirical analysis of supply chain risk management in the
German automotive industry. International Journal of Production Economics, 131(1),
pp.242–249, 2011.
92
TRIEBSKORN, R.; CASPER, H.; HEYD, A.; EIKEMPER, R.; KÖHLER, H.
R.;SCHWAIGER, J. Toxic effects of the non-steroidal anti-inflammatory drug diclofenac:
Part II. Cytological effects in liver, kidney, gills and intestine of rainbow trout (Oncorhynchus
mykiss). Aquatic Toxicology, v. 68, n. 2, p. 151–166, 2004.
TURRIONI, J. B.; MELLO, C. H. P. Metodologia de pesquisa em engenharia de
produção. Minas Gerais: UNIFEI, 2012.
UEDA, J.; TAVERNARO, R.; MAROSTEGA, V. PAVAN, W. Impacto Ambiental do
Descarte de Fármaco e Estudo da Conscientização da População a Respeito do
Problema.Revista Ciência do Ambiente On-line, vol. 5, n. 1, 2009.
UHLMANN, E. A. Sistema de informação para avaliação da qualidade da água:
aplicação na bacia hidrográfica do Rio Baquirivu Guaçu (BHRBG); Arujá e Guarulhos
(SP). Dissertação (Mestrado) - Centro de Pós-Graduação e Pesquisa, mestrado em Análise
Geoambiental. Universidade Guarulhos (UNG), Guarulhos. 2015.
VANE, J. R.; BOTTING, R. M. Mechanism of Action of Anti-Inflammatory
Drugs.Scandinavian Journal of Rheumatology, v. 25, n. Suppl 102, p. 9–21, 1996.
VENANCIO, F. D. V.; SANTOS, R. M.; CASSARO, S.; PIERRO, P. C. C. A CRISE
HÍDRICA E SUA CONTEXTUALIZAÇÃO MUNDIAL Daniela. ENCICLOPÉDIA
BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, v. 11, n. 22, p. 1–13, 2015.
VIEGAS J, C.; BOLZANI, V. S.; BARREIRO, E. J. Os produtos naturais e a química
medicinal moderna. Química Nova, v.29, n.2, p.326-337, 2006.
VIENO, N.M., RARKKI, H., TUHKANEN, T., KRONBERG, F. Occurrence of
pharmaceuticals in river water and their elimination in a pilot-scale drinking water treatment
plant. Environmental Science & Technology.41, 5077–5084, 2007.
WANG, L.; Ying, G.G .;Zhao, J. L.; Yang, X. B.; Chen, F.; Tao, R.; Liu, S.; Zhou, L. J.
Occurrence and risk assessment of acidic pharmaceuticals in the Yellow River, Hai River
and Liao River of north China. Science of the Total Environment, v. 408, n. 16, p. 3139–
3147, 2010.
WARD, L. S. Levotiroxina e o problema da permutabilidade de drogas de estreito intervalo
terapêutico. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 55, n. 7, p. 429–
434, 2011.
93
ZHANG, Y.; GEISSE, S.; GAL, C. Chemosphere Carbamazepine and diclofenac�: Removal
in wastewater treatment plants and occurrence in water bodies. Chemosphere, v. 73, n. 8, p.
1151–1161, 2008.
ZHAO, J. L.; Ying, G. G.; Wang, L.; Yang, J. F.; Yang, X B.; Yang, L. H.; Li, X.
Determination of phenolic endocrine disrupting chemicals and acidic pharmaceuticals in
surface water of the Pearl Rivers in South China by gas chromatography-negative chemical
ionization-mass spectrometry. Science of the Total Environment, v. 407, n. 2, p. 962–
974, 2009.
94
7. ANEXO I
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E
PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PROJETO: Monitoramento e Tratamento de Contaminantes Emergentes em
Corpos Hídricos para Evitar os Seus Riscos Eminentes
Questionário de Pesquisa
Este questionário é destinado aos moradores da cidade de Guarulhos. Ele refere-se ao
descarte de medicamentos, seus possíveis impactos ambientais ao serem descartados no
ambiente e o tratamento eficaz na remoção dos medicamentos nos corpos hídricos.
1) Idade:_______
2) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
3) Escolaridade:
( ) Ensino fundamental incompleto
( ) Ensino fundamental completo
( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino médio completo
( ) Ensino superior incompleto
( ) Ensino superior completo
( ) Não desejo responder esta pergunta
4) Em qual Zona de Guarulhos você mora?
( ) Centro
( ) Leste
95
( ) Norte
( ) Oeste
( ) Sul
( ) Não desejo responder esta pergunta
5) Possui medicamentos em casa:
( ) Sim ( ) Não
6) Há presença de bula com o respectivo medicamento?
( ) Sim ( ) Não ( ) Somente algumas
7) Os medicamentos estão ao alcance das crianças (caso façam parte do convívio na
residência)?
( ) Não
( ) Provavelmente não
( ) Indiferente
( ) Provavelmente sim
( ) Sim
8) Observa o aspecto/aparência e a data de validade do medicamento antes de utilizá-lo?
( ) Não
( ) Provavelmente não
( ) Indiferente
( ) Provavelmente sim
( ) Sim
9) Possui medicamentos vencidos:
( ) Não
( ) Provavelmente não
( ) Indiferente
( ) Provavelmente sim
( ) Sim
Se sim o que faz com eles? ________________________________________________.
96
10) O que faz com as sobras ou medicamentos vencidos?
( ) Devolve à unidade ou ao agente de saúde
( ) Guarda para usar outra vez
( ) Põe no lixo. Se afirmativa, em qual?
( ) Lixo seco
( ) Lixo úmido
( ) Dá aos vizinhos/amigos/parentes
( ) Não sobram
( ) Entrega em pontos de coleta (Farmácias)
( ) Vaso sanitário
( ) Pia–tanque
( ) Outros, qual(is)? ______________________________________________________.
11) Você acha que o destino que deu ao medicamento está correto?
( ) Não
( ) Provavelmente não
( ) Indiferente
( ) Provavelmente sim
( ) Sim
12) Você acredita que o descarte de medicamentos pode trazer problemas ambientais:
( ) Não
( ) Provavelmente não
( ) Indiferente
( ) Provavelmente sim
( ) Sim
13) Já recebeu alguma informação quanto ao armazenamento e descarte de medicamentos?
( ) Não
( ) Provavelmente não
( ) Indiferente
( ) Provavelmente sim
( ) Sim
97
14) Caso afirmativo, você acha que esse despejo pode trazer danos ao ambiente?
( ) Não
( ) Provavelmente não
( ) Indiferente
( ) Provavelmente sim
( ) Sim
15) Qual(is) medicamentos a seguir você utiliza? Podendo marcar mais de um
medicamento.
( ) Femina ( ) Cerazette ( ) Microvlar
( ) Pozato ( ) Pilem ( ) Poslov
( ) Feldene ( ) Artrosil ( ) Celebra
( ) Terramicina ( ) Zitromax ( ) Novamox
( ) Novocilin ( ) Synulox ( ) Bactrin
( ) Colpistatin ( ) Levofloxacina ( ) Depress
( ) Zoloft ( ) Decadron ( ) Predinisolona
( ) Norvax ( ) Valsartan ( ) Captropil
( ) Advil ( ) Tramal ( ) Dorflex
( ) Neosaldina ( ) Novalgina ( ) Doraliv
16) Qual(is) anti-inflamatórios indicados a seguir você utiliza? Podendo marcar mais de
um medicamento.
( ) Biofenac ( ) Cataflan ( ) Voltaren
( ) Tandrilax ( ) Codaten ( ) Beserol
top related