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SÉRGIO HENRIQUE MARTINS RÔAS
RELATO DE EXPERIÊNCIA: VIVÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO PROFISSIONAL A
PARTIR DE UM CURSO EAD
______________________________________________________________
Dourados – MS
2011
5
SÉRGIO HENRIQUE MARTINS RÔAS
TÍTULO: RELATO DE EXPERIÊNCIA: VIVÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO
PROFISSIONAL A PARTIR DE UM CURSO EAD
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica e Saúde da Família, como requisito para obtenção do título de Especialista em Saúde pública.Orientadora: Enfª. Dda Érika Kaneta
Dourados/ /MS
2011
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LISTA DE SIGLAS
EAD - Ensino a Distancia
ESF - Estratégia Saúde da Família
SUS - Sistema Único de Saúde
UNA-SUS - Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde
UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................05
2 OBJETIVO GERAL..................................................................................................08
3 METODOLOGIA.......................................................................................................09
4 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................10
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................20
REFERÊNCIAS.............................................................................................................21
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RESUMO
Este trabalho é um relato de experiência pessoal a partir do Curso de Especialização em Atenção
Básica em Saúde da Família de modalidade EAD, promovido pela ENSP-FIOCRUZ com a parceria
da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, entre outros. Tem como objetivo, analisar as
mudanças pessoais durante o curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família de
modalidade EAD, enfocando a transformação das bases paradigmáticas do modelo de saúde, novos
conceitos, instrumentos e formas de trabalhar saúde. O relato, feito a partir de registros do portfólio
do ambiente virtual do curso, apresenta as análises segundo a própria estrutura seqüencial que este
se deu, ou seja, em unidades temáticas. Ainda, com auxílio de fragmentos das inúmeras reflexões
alimentadas regularmente no portfólio, apresenta a transformação gradual e progressiva de mudança
de paradigmas e conceitos de saúde. O autor considera que recebeu uma excelente qualificação
profissional, teórica e de efeitos práticos indiscutíveis, confirmando a qualidade da formação
estratégica com uso da internet e tecnologias midiáticas, que foi conjugada com a pedagogia
construtivista e problematizadora, e assim conseguiram estabelecer uma relação dialógica e
ambiental de crescimento cognitivo e profissional.
Palavras-chave: Ensino a distância; Ambiente Virtual de Aprendizagem; Relato de experiência.
1 INTRODUÇAO
A educação, com o advento do desenvolvimento acelerado e expansivo das tecnologias de
comunicação, tem se instrumentalizado cada dia mais dos recursos oferecidos por esse processo
científico. A informática e a internet, por exemplo, vêm revolucionando o acesso a cursos de
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inúmeras naturezas, colaborando para a formação e a capacitação profissional de qualidade àqueles
que, por razões de tempo e/ou distância, de outra forma não poderiam ser incluídos.
As transformações nas relações sociais e culturais, gerado por esse desenvolvimento
tecnológico e informacional, repercute em vários aspectos da vida humana, que vai desde a
construção do saber até as relações entre ciência, educação, sociedade e trabalho. Nesse contexto,
surgem novas alternativas de promoção da educação, ampliando as possibilidades metodológicas e
organizacionais, além de disponibilizar diversos ambientes para fins didáticos, de capacitação e
formação (FORMIGA et al., 2007).
Uma faceta dessa demanda social de formação, gerada pela evolução e rapidez com que se
apresentam novos conhecimentos e técnicas, é a necessidade de atualização constante daqueles que
já possuem alguma formação específica (BASTOS; GUIMARÃES, 2003). Essa tarefa se torna
menos difícil quando se utilizam os instrumentos tecnológicos postos à disposição, como o
computador e a internet. Esses recursos são muito bem listados nas palavras de Masetto (2000):Por novas tecnologias em educação, estamos entendendo o uso da informática, do computador, da internet, do CD-ROM, da hipermídia, da multimídia, de ferramentas para educação a distância – como chats, grupos ou listas de discussão, correio eletrônico etc. – e de outros recursos de linguagens digitais de que atualmente dispomos e que podem colaborar significativamente para tornar o processo de educação mais eficiente e mais eficaz. (MASETTO, 2000, p. 152).
Uma estratégia que evidencia muito bem esse aproveitamento é a criação dos cursos EAD
(ensino a distância), que atualmente gozam de indiscutível reconhecimento nos quesitos de eficácia
e eficiência, pois reduziram custos, englobaram uma gigantesca população excluída dos processos
formativos, dinamizaram o processo comunicativo entre alunos e formadores, e aos poucos
provocaram uma reflexão e mudança na pedagogia ultrapassada que dominava a educação
tradicional. Porém, deve-se lembrar que tudo isso é algo em evolução, e mesmo que a utilização de
EAD já tenha ultrapassado momentos de sucessos e fracassos, além de ter sido taxado de educação
de “segunda categoria”, há muito a ser desenvolvido. (FORMIGA et al., 2007).
Partindo-se do que foi dito, e buscando contribuir para a compreensão dessa promissora
estratégia educacional, que exponho minhas experiências e reflexões acerca da utilização do ensino
a distância, quando da minha formação no curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da
Família, promovido pela ENSP-Fiocruz, que se utilizou dessa ferramenta para atingir os
trabalhadores em Saúde da Família de Mato Grosso do Sul com a finalidade fortalecer e
desenvolver a Atenção Básica do no SUS.
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Assim, torna-se necessário delinear cada conceito importante para o entendimento do
discurso realizado nesse relato de experiência, como a concepção de EAD, que segundo o art. 1º. do
decreto presidencial no. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, é definida da seguinte forma:
Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.
Ou ainda, segundo o art. 1º. do decreto presidencial no. 5.622, de 19 de dezembro de 2005:Para fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
Portanto, a educação a distância tem como maior legado, além do uso atual da tecnologia
midiática a favor do educando, a característica de alcançar aqueles que desejam uma formação, e
não o contrário apenas. É o que se extrai da explanação poética de Oliveira (2003, p. 72):
É um novo modelo de escola que derruba suas paredes, que salta além de seus muros, revelando um aprendizado sem fronteiras, limites de idade, pré-requisitos burocráticos, traduzindo uma nova relação de abertura com a comunidade e reconhecendo a existência de novos espaços do conhecimento. Uma escola sem paredes, uma “escola expandida”, que cria novos espaços de convivência e aprendizagem.
Muito importante se faz frisar também, a abordagem pedagógica utilizada no curso, que se
baseou na pedagogia da problematização defendida por Paulo Freire, já que esta forma de
construção do saber soluciona vários vícios e problemas da educação tradicional (BEHRENS et al.,
2007). O fato de o curso se dar a distância, obviamente exigiria uma estratégia diferente para atingir
o objetivo de formar com qualidade, partindo-se da interação entre todos envolvidos no projeto.
Nisso, o pensamento de Paulo Freire tem ampla sintonia, pois a interatividade e colaboração
proposta pelas idéias desse pensador da educação se ajustam muito bem às características da EAD.
Resumidamente, a mudança pedagógica com o uso da EAD seria a de que:
A EAD possibilita a concretização do processo ensino-aprendizagem independente da distância e pode ser classificada em duas vertentes: partindo dos princípios da pedagogia tradicional, nos quais a interatividade não existe e é permeada por algumas características gritantes como a inflexibilidade dos programas, o curso planejado e os conteúdos sistematizados por um único professor e professores transmissores do conteúdo para a versão virtual/digital desconsiderando a realidade dos alunos e, por aquela onde a interatividade é aproveitada propiciando uma relação interativa e colaborativa, tendo os alunos como sujeitos do seu próprio processo de aprendizagem. A autonomia se faz presente e o ambiente é rico
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em diversidade, possibilitando uma construção conjunta dos alunos e professores. (Ribas, 2010, p. 2).
A interação e a responsabilidade de todos na construção do próprio saber, levando em
consideração as próprias limitações e capacidades de cada um nesse processo, é próprio da
pedagogia construtivista de Paulo Freire (BEHRENS et al., 2007), o que se amolda perfeitamente
com um curso à distância, pois o processo pedagógico se amolda de forma mais adequada às
potencialidades, aptidões e vivências do aprendiz.
Sobre toda essa estrutura logística e pedagógica, na qual se baseia o curso EAD em questão,
descansam, ou seja, trabalham, os educandos como eu, na busca de aperfeiçoamento profissional
que traga reflexos de ordem profissional, financeira, social e espiritual.
2 OBJETIVO GERAL
Analisar as mudanças pessoais durante o curso de Especialização em Atenção Básica em
Saúde da Família modalidade EAD, enfocando a transformação das bases paradigmáticas do
modelo de saúde, novos conceitos, instrumentos e formas de trabalhar saúde.
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3 METODOLOGIA
Este trabalho consiste em um relato de experiência pessoal vivenciado no Curso de
Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, na modalidade EAD, oferecido pela
ENSP-Fiocruz. O substrato utilizado foram reflexões e relatos realizados no portfólio
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disponibilizado pelo ambiente virtual, onde foram inseridos regularmente, entre agosto de 2011 a
setembro de 2011, à medida que realizava as tarefas, as atividades e encontros presenciais.
Na busca de compreender melhor o que é um portfólio, faz-se necessário buscar a evolução
etimológica da palavra, que surgiu de uma raiz bastante antiga e que por sua vez deu origem aos
vocábulos “portafoglio” em italiano e “portfólio” em inglês. Em português são utilizados os termos
“portefólio”, “portifólio” e “portfólio”, em vez do vocábulo “porta-fólio”, que seria mais natural
com a latinização do termo. A idéia que a palavra traz é a de portafolhas, ou seja, um objeto onde
são armazenados organizadamente os trabalhos de uma pessoa (JÚNIOR;COUTINHO, 2008).
A sua importância se realiza por proporcionar ao estudante a liberdade de construir o seu
próprio conhecimento, buscando o material necessário nos diversos recursos tecnológicos
disponíveis, como a internet e outros, escolhendo o que e como mostrar, expondo opiniões sobre
assuntos e temas, bem como reflexões sobre a própria aprendizagem. Portanto, com o uso do
portfólio torna-se possível que o aluno tenha papel ativo e central de sua própria formação
(JÚNIOR; COUTINHO, 2008).
Para o dicionário AURÉLIO, relato significa “descrição dum fato, dum estado de espírito,
etc.”. Já o termo experiência, possui vários significados, dentre os quais este, que acredito ser o
mais pertinente: “conhecimento que se obtém na prática.”, portanto pode-se concluir que o relato
de experiência é uma descrição das transformações espirituais, cognitivas ou emocionais, geradas a
partir da vivência de uma prática ou fato.
No presente trabalho, busco analisar as mudanças pessoais em relação a apresentação da
transformação das bases paradigmáticas do modelo de saúde, novos conceitos, instrumentos e
formas de trabalhar saúde, e como tudo isso transformou minha forma de encarar o processo de
trabalho na busca de desenvolver uma atividade mais próxima possível daquela preconizada pelo
SUS.
Essas considerações, utilizadas na elaboração do trabalho, partiram de mim, Sérgio Henrique
Martins Rôas, nascido em 1975, casado, pai de 2 filhos, formado em Odontologia em 1999, e há 11
anos como trabalhador da saúde pública municipal de Dourados/MS.
São reflexões surgidas no desenvolvimento do curso, esse buscado com vistas à inserção na
Estratégia Saúde da Família (ESF), pois desejava, de modo mais preparado e direcionado, realizar
formação adequada, já que nos últimos seis anos havia atuado exclusivamente na odontologia
especializada.
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4 DESENVOLVIMENTO
Objetivando a compreensão do contexto em que se deu todo processo pedagógico e político
do Curso de Pós Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família, a fim de tornar mais clara a
minha evolução cognitiva durante o curso, apresento algumas informações selecionadas como
importantes, através da metodologia de relato de experiência.
Inicialmente, é necessário contextualizar a organização da política de formação de recursos
humanos no Sistema Único de Saúde (SUS). Neste sentido, a Secretaria de Gestão do Trabalho e da
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Educação em Saúde do Ministério da Saúde, na tentativa de implementar uma política de formação
em recursos humanos do SUS, de modo estruturado, criou uma rede de ações em educação, entre as
quais se encontra a UNA-SUS (Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde).
Essa ação anteriormente citada é, resumidamente, um programa institucional gerado com o
objetivo de criar condições para o funcionamento de uma rede colaborativa de instituições
acadêmicas, serviços de saúde e gestão do SUS, destinada a atender as necessidades de formação e
qualificação permanente da rede pública de saúde. Não se resumindo ao fato de ser uma iniciativa
federal, a sua concepção, implantação e gestão é interfederativa, com a presença do Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) e do Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (CONASS) representando os outros entes federativos.
A partir de sua criação, o UNA-SUS teve como uma de suas primeiras ações, o oferecimento
de cursos de especialização em saúde da família para médicos, dentistas e enfermeiros do PSF.
Nessa linha, foram feitas várias parcerias com universidades e instituições de renome nacional,
entre elas a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS),
buscando assim, materializar os elementos responsáveis pela logística do projeto.
No Mato Grosso do Sul, onde recebi essa formação, buscava-se a qualificação dos
profissionais atuantes nas equipes da ESF do Estado pantaneiro, oferecendo uma formação
direcionada aos trabalhadores do SUS, especificamente aos pertencentes às ESF, com a
denominação antes citada. Devido o curso ser disponibilizado por tais entidades de qualidade
indiscutível, a disputa provavelmente seria acirrada, e o número de vagas ficaria muito aquém do
ideal, pecando na acessibilidade. Porém, ao conhecer mais detalhes da proposta, a esperança e
ansiedade para me inscrever ficaram intensas, pois realmente se tratava de uma ação que buscava
mudar a realidade de formação em que atuava.
Eram 500 alunos iniciais, portanto número suficiente para não frustrar qualquer um que
quisesse uma excelente formação em saúde de forma gratuita. Nas minhas expectativas, via essa
oportunidade como uma forma de conhecer mais o SUS, sua proposta, seu funcionamento e sua
fundamentação teórica. Com certeza, isso foi superado, pois o curso reconstruiu meus conceitos e
minha forma de enxergar o que é saúde e doença, desconstruindo paradigmas e conceitos “velhos” e
ineficientes, que engessavam minha prática.
Assim, através das entidades anteriormente citadas e seguindo a programação
governamental de educação permanente para os trabalhadores do SUS, especificamente nesse caso,
aqueles pertencentes à ESF, foi-nos oferecido o Curso de Especialização em Atenção Básica em
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Saúde Da Família na modalidade EAD, ambiente no qual passei as experiências de aprendizagem e
reflexão, que por sua vez geraram um portfólio rico nas minhas considerações pessoais a respeito do
processo pedagógico passado, substrato de meu relato de experiência. Isto se deu entre agosto de
2010 a novembro de 2011, período que compreende todas minhas colocações no link destinado para
tal, do ambiente virtual de aprendizagem Moodle.
Seu objetivo geral pode ser resumido em formar profissionais de saúde, de nível superior,
vinculados à Estratégia de Saúde da Família dos diversos municípios do Estado de Mato Grosso do
Sul. Já os objetivos específicos são inúmeros, entre os quais se destacam:
Capacitar os profissionais de saúde para resolver e lidar com os problemas biológicos,
sociais e psicológicos de sua clientela;
Melhorar o trabalho interdisciplinar e multidisciplinar das equipes, bem como a
integração das equipes da ESF com toda a rede de saúde e com a comunidade;
Preparar os profissionais para que possam elaborar estratégias de promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, da família e da comunidade,
utilizando-se do planejamento, análise e avaliação dos dados produzidos e da
epidemiologia, norteando a ação da equipe para as metas desejadas.
No que se refere ao curso em si, o mesmo iniciou o processo de formação com um primeiro
encontro presencial no dia 08 de agosto de 2011, quando foram, então, apresentados às turmas, os
tutores e outros profissionais que auxiliariam direta ou indiretamente no processo de aprendizagem.
No mesmo dia, também, discutimos o ementário, seus objetivos gerais e específicos, já expostos,
bem como a idéia inicial da metodologia que seria empregada.
O conteúdo, segundo a apresentação, seria dividido em unidades, e este em módulos,
abarcando todo conhecimento necessário para as boas práticas na ESF, dando ênfase à uma forma
aplicativa e problematizadora do conhecimento, de forma a transformar e desenvolver o processo de
trabalho e o pensar em saúde dos trabalhadores da Atenção Básica.
Esse contato inicial também esclareceu muitas dúvidas acerca da dinâmica do curso, além de
estabelecer um contato inicial com nossos colegas, já que a relação entre nós, discentes e docentes,
seria predominantemente online.
No referido encontro, tivemos também um treinamento inicial para o manuseio das
ferramentas e recursos do AVA-Moodle, ambiente virtual na plataforma conhecida como Moodle,
que nos permitiria realizar as tarefas, aprender e interagir com todos os integrantes do curso. Devido
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às dificuldades iniciais de algumas pessoas quanto ao manuseio da internet e do Moodle, foi dado
um novo treinamento dias depois.
O ambiente virtual era composto de inúmeros links, relativos a materiais pedagógicos de
várias naturezas, como artigos, livros, apostilas e vídeos, que se localizavam na biblioteca do
módulo, bem como links de fóruns para vários fins, desde a discussão de tarefas, até dúvidas sobre
o TCC. O mesmo apresenta, inclusive, o link do portfólio, onde havia um recurso de edição de
texto, que permitia salvar minhas reflexões e análises obtidas a cada passo do decorrer do curso.
Ainda, além dos recursos citados, essa estratégia pedagógica materializada nesse sistema
informático permitia excelente interação e informação, desde recados instantâneos para os e-mails
pessoais, até murais e painel de notícias. Era possível, inclusive, solicitar ajuda ou tirar dúvidas com
os administradores do Moodle, de modo a remover eventuais incompreensões e dificuldades em
manipulá-lo.
Estruturalmente, o curso se dividiu em 5 unidades: 4 unidades básicas e 1 unidade opcional
mais específica da área de atuação do profissional da ESF. Essas unidades dividiam-se em 2, 4 ou 5
módulos, fazendo-se necessário assim, realizar a descrição das experiências vividas no portfólio,
com base nessa forma de fragmentação teórica.
Na unidade 1, com 4 módulos, foi abordado: 1) a introdução ao curso; 2) o processo de
trabalho em saúde da família; 3) o Estado e as políticas públicas; 4) os princípios gerais da
estratégia da saúde da família. Na unidade 2, com 2 módulos, foi trabalhado: 1) o planejamento em
saúde; 2) vigilância em saúde. Na seqüência, na unidade 3, com seus 2 módulos também, vimos: 1)
os temas de promoção de saúde e intersetorialidade; 2) família no contexto da atenção básica.
Finalizando a grade básica tivemos ainda a unidade 4, com 5 módulos: 1) atenção integral a saúde
da criança; 2) atenção integral a saúde do adolescente; 3) atenção integral a saúde do adulto; 4)
atenção integral a saúde do idoso; 5) atenção integral a saúde mental. Na grade optativa, de unidade
e módulo único, trabalhamos a saúde bucal por ciclos de vida.
Importante frisar que todo o curso foi permeado de teoria aliada a várias tarefas e atividades
de campo, trabalhando a aplicação prática dos conhecimentos em questão.
UNIDADE 1
Ao iniciar essa unidade, a insegurança em relação à capacidade de corresponder às
exigências do curso era bem evidente, pois não havia feito ainda nenhuma formação à distância e
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não sabia como se dava esse processo. Apesar de ter intimidade com a internet, softwares e
computadores, preocupava-me com a forma de transmissão do conteúdo, como a aprendizagem
seria cobrada e de que forma seria avaliado isso através do Moodle.
Após a abertura oficial do curso, tivemos uma capacitação rápida sobre os recursos e o
ambiente virtual Moodle. A disposição dos links e ferramentas, bem como sua função e
características gerais foram apresentados. Sua linguagem é bastante fácil e intuitiva, e o minicurso
foi muito importante para esse contato inicial, considerações que vão ao encontro das obtidas pela
avaliação dos alunos da FALE-UFMG sobre o uso dessa plataforma (Coelho et col., 2011). Mesmo
assim, muitas dúvidas surgiram, porém como ainda era algo muito teórico apenas o contato com o
ambiente virtual traria novas interrogações ou certezas. Compreendi bem a apresentação, mas fiquei
inseguro com a quantidade de links e recursos, fato exposto em dois trechos de minha reflexão no
portfólio, com as seguintes palavras:
Passou-nos uma impressão de facilidade, apesar dos inúmeros links e recursos. Os achei bem numerosos (05/08/2010).Logicamente, essa nova modalidade de ensino, pelo menos para mim, traz bastante insegurança, não pela capacidade executar as tarefas, mas pela possibilidade de me perder nos recursos deste ambiente virtual ou de não aproveitá-los adequadamente (05/08/2010).
No mesmo dia da capacitação do Moodle, houve um momento de encontro com a tutora que
por sua vez realizou a explanação de características gerais do curso, como a proposta pedagógica,
objetivos, metodologia, entre outras. Senti-me bem tranqüilo com sua apresentação, pois deixou
bem claro que o curso foi elaborado levando em consideração todas as limitações de pessoas como
eu, pai de família e trabalhador da saúde em tempo integral, sem que isso comprometesse a
qualidade. Essa impressão foi relatada da seguinte forma:
Foi muito bom o encontro com minha tutora, pois ela me passou tranqüilidade e, assim, ficou uma impressão de que é uma profissional muito bem preparada e treinada, além de saber bem quais serão nossas dificuldades (05/08/2010).
Em resumo, a fase inicial da primeira unidade, através de seus encontros, chats e tarefas,
auxiliados ainda com o material de leitura da biblioteca virtual, permitiram-me compreender com
mais segurança a extensão desse projeto educacional. Conhecer o curso, suas diretrizes, objetivos,
pedagogia, estratégias, forma de avaliação, estrutura humana e recursos oferecidos, foi
extremamente importante para mim, pois deu segurança em relação às expectativas de como
proceder para obter um melhor aproveitamento do mesmo.
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Assim, a abertura oficial, seguida da apresentação dos tutores e responsáveis pelo projeto,
juntamente com o encontro presencial inicial das turmas, e as primeiras atividades, ajudaram a
responder as seguintes questões:
1. O que exatamente é esse curso?
2. O que deseja me oferecer?
3. O que quer de mim?
4. O que eu estou sentindo e quais minhas expectativas em relação a essa formação?
5. Como se dará o processo de ensino-aprendizagem? E a avaliação?
6. Quem são meus colegas? Como eles são?
7. Quem são os responsáveis por minha turma e por mim? Como estão organizados?
8. Como será usada a internet e o computador nesse curso?
Essas são questões essenciais, que devem estar respondidas para aqueles que iniciam qualquer
processo formativo, pois define o eu, o exterior, o relacionamento e o objetivo comum. Obtive essas
respostas com o início da formação, que se deu através da unidade de ensino inicial, que por sua vez
criou um ambiente estratégico de reflexão e conhecimento acerca dessas questões subjetivas e
objetivas.
Ainda na mesma unidade, através das tarefas e leituras, passei a compreender melhor os
conceitos de saúde e doença, o papel histórico do Estado em relação à saúde pública, a necessidade
de mudança de paradigmas, a importância de conhecer mais profundamente a comunidade e meu
serviço, os modelos assistenciais existentes e suas transformações históricas, os determinantes
sociais, o planejamento em saúde, o arcabouço constitucional, legal e teórico do SUS, assim como
também o papel da sociedade como um todo na busca do modelo assistencial desejado. A partir de
todo esse conhecimento, passei a entender o porquê de muitas contradições e dificuldades no
trabalho. Bem como os problemas em obter uma transformação da realidade, apenas com o serviço
clínico.
Quando consegui enxergar que um dos erros estava em meu referencial teórico, e que pude
individualizar melhor os atores do processo, suas formas e suas responsabilidades, além de delinear
melhor meu próprio papel no processo, senti-me mais estimulado e motivado a trabalhar, pois
compreendi minha importância e como deveria agir. Esse conhecimento e estímulo absorvidos,
aliados à capacitação em planejamento, tornaram-me apto a dissecar as realidades, e
conseqüentemente a pensar em soluções para possíveis problemas. Reflexões que se materializaram
nos registros de meu portfólio:
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Analisando a dinâmica de trabalho desenvolvida na equipe, relacionada aos resultados e à persistência da situação de saúde/doença da população, posso concluir que existem gargalos ou distorções consideráveis na teoria e prática nas ações da ESF. Conseqüentemente, a realidade local não será modificada (13/09/2010).
O bem estar físico, mental e social é mais do que ausência de doenças, é um estado que o ser humano atinge toda sua plenitude e potencialidade, segundo suas próprias e conscientes escolhas, e apoiado por uma estrutura social justa, igualitária, fraterna e livre em todos aspectos (14/09/2010).
Sociedade civil, trabalhadores em saúde, gestores, sanitaristas, todos, construindo o SUS de nossos sonhos, através da pressão popular por políticas inequívocas e direcionadas pelas necessidades sociais reais, desinfetada de proselitismo político ou nepotismo, este é nosso caminho, segundo Agenor Álvares (22/10/2010).
O princípio em comento (da integralidade), não deve ficar só no papel, deve nortear a organização do modelo assistencial, de nossas práticas diárias e das políticas públicas, pois nossa responsabilidade e de todos os gestores, não acaba quando o usuário sai de nossa unidade (15/11/2010).
Acredito que o simples fato de existir, legalmente, mecanismos e ferramentas de participação e controle social não bastam, sendo necessário que as pessoas conheçam e sejam conscientizadas para usá-los. Qual nossa militância e contribuição nesse processo? A minha é muito pouca, mas quero mudar isso, seja através da participação direta ou indireta nessas instituições e suas políticas geradas, ou na informação e conscientização de "meus" usuários (15/11/2010).
Os fundamentos da APS contribuem para nos localizar em meio aos valores, princípios e atributos possíveis, quais deverão nortear nossas ações para a construção de nosso sistema, visualizando a melhora da saúde e a redução das desigualdades, pelo menos nesse âmbito. Por tudo isso, no momento da eleição da forma de agendar, da recepção do usuário em toda sua subjetividade e expectativas, da produção do próprio cuidado em saúde, com uso integrado de técnicas leves e pesadas, e das escolhas de ações e serviços, entre outras coisas, não devemos esquecer que as mesmas devem estar consoantes com as bases antes colocadas (01/12/2010).
Portanto, essa primeira unidade ajudou-me a reconstruir o paradigma adotado, a enxergar
melhor as distorções e problemas nas situações observadas, a entender meu próprio papel e de
outros atores no processo, a utilizar instrumentos e recursos para transformar a realidade, bem como
o corrigir o processo de trabalho na busca de constante adaptação às necessidades do usuário e às
diretrizes do SUS. É o que LUZ (2010) afirma ser importante:
É importante que os profissionais da equipe saúde da família tenham perfil adequado e conhecimento de suas atribuições. Além disso, é necessário que os profissionais busquem se atualizar, se capacitar, para um bom funcionamento do processo de trabalho e para que as ações ocorram conforme as propostas do PSF (LUZ, 2010, p. 1).
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UNIDADE 2
Esse segundo recorte do conteúdo, apesar de ter menor extensão, foi de uma importância e
profundidade impressionantes para mim, pois além de aprender sobre os conceitos que envolvem a
vigilância sanitária, tema dessa unidade, passei a conhecer e utilizar ferramentas de informação em
saúde, como o SSA2 (Situação de Saúde e Acompanhamento das Famílias na Área) entre outros. A
utilização desses recursos permitiu um diagnóstico mais preciso da realidade em que trabalho, e
conseqüentemente um plano de intervenção mais adequado ao meu diagnóstico situacional.
Outro benefício do uso dessas ferramentas foi o próprio monitoramento da evolução de
minhas intervenções sobre a população adstrita. Elaborar estudos e metas, acompanhar a evolução
da ação e seus resultados, são trabalhos que se tornam mais eficazes e eficientes com a
aprendizagem que tive nessa unidade. Muitas reflexões que realizei em meu portfólio são frutos do
amadurecimento profissional que tive ao longo dessa fase. Abaixo, apresento alguns recortes:
O SIAB é um instrumento valioso de armazenagem e utilização de dados obtidos no desenvolvimento das ações das equipes, porém, para cumprir seu objetivo, deve ser alimentado constantemente com o máximo de informações possível. A partir de seus dados, é possível fundamentar e orientar o nosso planejamento e controle, tornando o trabalho mais eficiente e controlado (15/01/2011).
Com a utilização do banco de dados do sistema de informação da atenção básica, podemos
visualizar inúmeras características epidemiológicas e inclusive sociais de nossa população, e assim
conhecer melhor a necessidades e problemas daqueles que assistimos, transformando o modelo
assistencial de saúde segundo um paradigma que contemple os determinantes sociais de saúde. O
caminho para o conhecimento dessa ferramenta e do comprometimento dos trabalhadores das ESFs
com seu uso, realmente passa pela educação permanente, afirmação essa que vai ao encontro do
discurso de Freitas e Pinto (2005).
UNIDADE 3
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A unidade 3 trouxe uma grande mudança em minha capacidade de avaliar e entender as
situações que enfrento diariamente como profissional de saúde pública. Isso ocorreu porque seu
conteúdo estimulou a reflexão acerca de minha forma pessoal de ver essa realidade a partir dos
novos conceitos absorvidos. O referencial é muito importante para tais transformações. Buscar
educação permanente, avaliar o paradigma adotado e buscar novas formas de ver os problemas e as
soluções, foram efeitos dessa aprendizagem em minha forma de pensar e agir. Algumas reflexões
ilustram essa afirmação:
Apesar de, intuitivamente como disse na outra participação do fórum, questionar a efetividade e eficiência desse modelo, não conhecia mais detalhadamente sua essência paradigmática e teórica, bem como outras formas de realizar os mesmos objetivos. Por isso, sinto uma grande satisfação e alegria, em perceber, que aos poucos, entendo melhor os métodos existentes e que a reflexão está gerando modificações na minha forma de aprender e educar (11/04/2011).
Posteriormente, no segundo módulo dessa unidade, entrei em contato com o arcabouço
teórico sobre a unidade familiar e seus membros. Os desequilíbrios, os papéis sociais de seus
membros em cada fase do ciclo de vida, o adoecimento como conseqüência de desequilíbrios nesse
grupo, a importância da dinâmica familiar, entre muitos outros tópicos que me ajudaram a
compreender a importância dela para a saúde do indivíduo e da própria sociedade.
Ainda, na mesma secção, aprendi a manipular e usar instrumentos de diagnóstico familiar e
social, que nos dão diferentes perspectivas acerca da dinâmica de seus membros, suas relações e o
seu contexto. Aplicar o ECOMAPA, O GENOGRAMA, além de identificar a fase do ciclo de vida
das famílias, tornou-me mais apto identificar os seus problemas, suas dificuldades, suas
necessidades, bem como a elaborar um plano de ação mais efetivo para determinada realidade. A
ESF tem nesses instrumentos verdadeiros aliados na busca do ideal de saúde que a constituição
federal e o SUS preconizam, guardadas as devidas limitações práticas de seu uso.
UNIDADE 4
A seqüência da pós-graduação se deu com o conteúdo que abordava integralmente os grupos
assistidos pelo trabalho das ESF: crianças, adolescentes, adultos, idosos e mentais. Conjuntos esses,
que apesar da classificação, representam a comunidade assistida como um todo. Nas atividades
propostas, foram abordados temas que discutiam a vulnerabilidade dos componentes de cada grupo
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frente ao desequilíbrio familiar, a vulnerabilidade psicossocial e física que estavam submetidos, o
estatuto da criança e do adolescente, o estatuto do idoso, a organização e funcionamento dos
programas que absorviam essa população, as necessidades específicas de cada idade, os processos
de saúde-doença característicos, além dos processos de trabalho que contemplam os serviços
oferecidos a eles.
Eram tarefas que exigiram que eu buscasse conceitos e estudos detalhados desses grupos,
além de suas características e necessidades mais comuns e, assim, absorvesse uma bagagem teórica
que ao ser conciliada com a prática, tornar-me-iam apto a refletir, diagnosticar e intervir em todas as
situações dadas, mesmo que fictícias.
Em termos práticos, a referida unidade trouxe muitos esclarecimentos sobre como
reconhecer as necessidades desses usuários, como organizar meu processo de trabalho frente à
demanda desses grupos a que pertencem, quando e como encaminhá-los aos outros serviços do
sistema e como elaborar estratégias para intervir nos determinantes sociais que os afetam. Foram
resultados que derivaram de reflexões e transformações geradas pelo contato e compreensão dos
conceitos e informações obtidos dessa fase da formação. Os recortes de meu portfólio ilustram bem
a absorção do conteúdo que gerou tal resultado, como esse sobre o módulo da saúde do adolescente:
Nessa tarefa foi possível conhecer um pouco mais dos conceitos sobre adolescentes e adolescência, bem como entender as limitações desses conceitos e seus reflexos nas políticas adotadas. Passar a encará-los como sujeitos mais definidos torna o nosso trabalho melhor, em relação ao que podemos fazer por eles (17/06/2011).
Outro recorte, que aborda a importância e efeito desses conhecimentos e suas conseqüências,
são estes que coloco a seguir:
Nesse módulo, estou aprendendo muito acerca de várias influências sobre o processo saúde-doença e vulnerabilidades das pessoas, inclusive do homem, que sofre o efeito negativo de uma cultura machista que o afasta da prevenção em saúde. Com certeza terei outros olhos e forma de abordar esse grupo, seja nos atendimentos ou agendamentos, seja nas atividades educativas (26/07/2011).
Relato após tarefa envolvendo plano de ação para redução da fratura de colo de fêmur em
idosos:Essa atividade abordou um ponto esquecido por mim e pela sociedade em geral: os cuidados que devemos ter com nossa população idosa, que está cada vez maior. Conhecia um pouco sobre o tema, mas a atividade ajudou a organizar meu conhecimento, buscar fontes epidemiológicas e os pactos para elaborar estratégias de intervenção (20/08/2011).
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Portanto, a bagagem teórica e a conseqüente reflexão realizada durante as atividades,
sedimentadas no portfólio, demonstram minha mudança conceitual e de visão de mundo, que por
sua vez impulsionaram as transformações na minha prática de pensar e realizar o trabalho em saúde.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mudanças cognitivas e comportamentais em relação ao trabalho em saúde aqui relatadas,
que foram geradas pelo curso EAD em questão, demonstram que a forma pedagógica adotada e o
conteúdo ministrado provocaram uma grande mudança em minha forma de enxergar e agir na
prestação de meus serviços de saúde.
A apresentação de um discurso consciente e seguro, com exposição de conhecimento e
conceitos atuais de saúde pública, e que por sua vez demonstram a superação de velhos paradigmas
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e definições ultrapassados, revelam o meu entusiasmo e autocrítica em perceber a transformação.
Os relatos de aprendizagem apresentados, que partiram da troca de referenciais teóricos e absorção
de novos conhecimentos, evidenciam a capacitação em compreender melhor as realidades, a
estrutura e o funcionamento da sociedade com ênfase na comunidade adstrita, demonstram também
a conscientização quanto ao papel desempenhado sobre a situação de saúde da comunidade
assistida, expõe a posse de novos instrumentos e estratégias de abordagem de situações que
envolvem os inúmeros determinantes sociais que influenciam o bem-estar da população, bem como
a iniciativa em aplicá-los.
Enfim, houve evidente evolução teórica com reflexos práticos na rotina de abordagem e
prática na realidade de trabalho em saúde, frutos do curso. Isso materializa os objetivos dessa
formação, como exposto no início do trabalho, e me permite afirmar que hoje sou um profissional
de saúde pública com excelente formação, consciente de seu papel em uma equipe de trabalho, e
munido de instrumentos e estratégias de enfrentamento que me habilitam a promover
eficientemente o bem-estar social em várias perspectivas além de minha competência técnica.
Ainda, pensando na evolução dessa estratégia de formação para a ESF, sugiro a
obrigatoriedade do uso do portfólio para os educandos, já que o mesmo traz inúmeros benefícios
para quem o utiliza, além de ser fonte de informação rica e importante para futuras mudanças. Outra
sugestão que poderia melhorar a interação aluno-professor seria a criação de um portfólio do tutor,
que fosse acessível os alunos de sua turma. Isso traria um feedback da evolução da relação e
desmontaria falsas impressões de ordem subjetiva.
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