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FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A CONSTRUÇÃO DE LEITORES ATRAVÉS DO GÊNERO POESIA
Autor Rosangela Aparecida Basso
Escola de Atuação Colégio Estadual Papa Paulo VI –EFM
Município da escola Nova América da Colina - Pr
Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio
Orientador Miguel Heitor Braga Vieira
Instituição de Ensino Superior UENP ( Cornélio Procópio )
Disciplina/Área (entrada no PDE) Letras/Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o
professor PDE desenvolveu o
trabalho: professores, alunos,
comunidade...)
Alunos da 7ª série do Ensino Fundamental
Localização
(identificar nome e endereço da
escola de implementação)
Colégio Estadual Papa Paulo VI – EFM
Nova América da Colina – Pr
Rua Ivai, 360
Apresentação:
(descrever a justificativa,
objetivos e metodologia utilizada.
A informação deverá conter no
máximo 1300 caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou Times
New Roman, tamanho 12 e
espaçamento simples.
Através da Unidade Didática buscarei proporcionar ao alunos
oportunidades para que os mesmos adquiram gosto pelos textos do
Gênero Poesia. Com leituras, jograis incentivaremos os mesmos para
que percebam a importância da poesia e de seus escritores em nosso
dia a dia considerando que a leitura é compreendida como um ato
dialógico, interlocutivo que envolve demandas sociais, históricas,
políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas. Proporcionaremos
atividades sensibilizantes, preparatórias aproximando o textos da
realidade psicológica e social do aluno.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Proporcionar. Compreender. Interpretar.
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Objetivos Gerais e Específicos
Objetivos Gerais:
Proporcionar aos alunos oportunidades para que os mesmo adquiram gosto e o
hábito de ler.
Incentivar os alunos a perceberem a importância da leitura usando o Gênero
Poesia.
Objetivos Específicos:
Instigar no aluno a compreensão de textos de diferentes gêneros orais e escritos,
considerando que a leitura é compreendida como um ato dialógico, interlocutivo
que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógica e
ideológica.
Estimular atividades sensibilizantes, preparatórias.
Aproximar o texto da realidade psicológica e social do aluno.
Desenvolvimento Teórico
É responsabilidade da escola desenvolver tarefas que possibilitem ao aluno sua
formação na leitura e escrita proporcionando também a participação com as demais
disciplinas para o desenvolvimento destas habilidades, uma vez que as mesmas serão
exigidas em diversas práticas da vida dando-lhes oportunidades e conhecimentos
capazes, participativos na sociedade em que vivem e no ambiente de trabalho.
Hoje com o apoio das tecnologias professores e alunos possuem diversos
recursos para uma aprendizagem pautada no sucesso que é o processo que evidencia as
novas mudanças na Educação.
Sabendo do desenvolvimento da leitura em práticas sociais cabe a nós
professores oportunizar aos nossos alunos textos criativos de poetas consagrados que
contribuíram e contribuem com nossa literatura brasileira.
O que dizem os Documentos do Governo
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica: entende-se por
conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para cada série da etapa final do
Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados imprescindíveis para a
formação conceitual dos estudantes nas diversas disciplinas da Educação Básica. O
acesso a esses conhecimentos é direito do aluno na fase de escolarização em que se
encontra e o trabalho pedagógico com tais conteúdos é responsabilidade do professor.
No caso de leitura de textos do Gênero poético, o professor deve estimular, nos
alunos a sensibilidade estéticas, fazendo uso, sem dúvida, eficaz: a leitura expressiva. O
modo como o docente proceder à leitura do texto poético poderá tanto despertar o gosto
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pelo poema como a falta de interesse pelo mesmo. Assim, antes de apresentá-lo para os
educando, o professor deve estudar, apreciar, interpretar, enfim, fruir o poema.
Há poemas em que desconsiderar a leitura do ritmo significa comprometer a
interpretação e a compreensão, assim como há poemas em que este recurso não é tão
relevante. Há poemas em que a escolha lexical é o que faz a diferença, outros, ainda, em
que a pontuação é carregada de significação. Há poemas em que informações como as
condições de produção, o contexto histórico – cultural fariam falta para sua
compreensão, outros nem tanto, o poema responde por si só. Cabe ao professor,
portanto, observar quais recursos de construção do poema devem ser considerados para
a leitura e , como mediador do processo, contribuir para que os discentes sejam capazes
de identificá-los e, sobretudo, permitir a eles que efetivem, de fato a experiência de ler o
texto do gênero poético em toda a sua gama de possibilidades. Diretrizes Curriculares
da Educação Básica (2008, p.76).
Atividades- Unidade Didática
O trabalho preparado e desenvolvido pelo professor PDE 2010/2011, será
iniciado em sala de aula, um ambiente favorável e agradável aos alunos da 7ª série para
leitura de textos do Gênero Poético.
As atividades apresentadas nesta Unidade Didática estarão de acordo com os
pressupostos teóricos e o Método Criativo de Bordini e Aguiar.
Unidade I
1. Apresentar aos alunos textos do Gênero Poesia de autores diversos.
2. Reconhecer o Gênero Poesia.
3. Ler oralmente algumas poesias em sala de aula juntamente com os alunos para
melhor reconhecimento da entonação e rimas.
Nota do Professor: Pedir aos alunos que tragam poesias para lermos em voz alta em sala
de aula.
Atividade Escrita – Sondagem
1. Você já leu alguma poesia? De quais autores(as)?
2. Escreva alguns tipos de sentimento de que tratam as poesias.
3. Você é leitor assíduo de poesias? Justifique.
Nota do Professor: Para que a atividade satisfaça aluno e professor, o questionário será
lido antecipadamente pelo professor.
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Comentário: Por ordem de seu pai, Jacó viajou para as terras de seu tio Labão,
irmão de sua mãe,a fim de escolher uma moça para ser sua esposa. Chegando
próximo ás terras de seu tio, conheceu uma pastora chamada Raquel,por quem se
apaixonou. Ficou sabendo depois que ela era sua prima, filha mais nova de Labão.
Depois de morar e trabalhar um mês na casa do tio, este lhe perguntou quanto
queria ganhar para continuar lá. Leia no texto o que aconteceu a seguir.
OS DOIS CASAMENTOS DE JACÓ
Então Labão disse a Jacó: ― Por seres meu parente, irás servir-me de graça?
Indica-me qual deve ser teu salário.‖ Ora, Labão tinha duas filhas: a mais velha se
chamava Lia e a mais nova, Raquel. Os olhos de Lia eram baços, mas Raquel tinha um
belo porte e belo rosto e Jacó amou Raquel. Ele respondeu: ―Eu te servirei sete anos por
Raquel, tua filha mais nova.‖ Labão disse: ―Melhor dá-la a ti do que a um estrangeiro;
fica comigo.‖
Jacó serviu então, por Raquel, durante sete anos, que lhe pareceram alguns dias,
de tal modo que ele a amava. Depois Jacó disse a Labão: ―Dá-me minha mulher, pois
venceu o prazo, e que eu viva com ela!‖ Labão reuniu todos os homens do lugar e deu
um banquete.
Mas eis que de noite ele tomou sua filha Lia e a conduziu a Jacó; e este uniu-se a
ela! Labão deu sua serva Zelfa como serva à sua filha Lia. Chegou a manhã, e eis que
era Lia! Jacó disse a Labão: ―Que me fizeste? Não foi por Raquel que eu servi em tua
casa? Por que me enganastes?‖. Labão respondeu: ― Não é uso em nossa região casar-se
a mais nova antes da mais velha. Mas acaba esta semana de núpcias e te darei também a
outra como prêmio pelo serviço que farás em minha casa durante ,mais sete outros
anos.‖ Jacó fez assim: acabou essa semana de núpcias e Labão lhe deu sua filha Raquel
como mulher. – Labão deu sua serva Bala como serva à sua filha Raquel.
– Jacó uniu-se também a Raquel e amou Raquel mais do que a Lia; ele serviu
na casa de seu tio ainda outros sete anos.
(“Gênesis”, cap. 29 vers. 15 a 30, em A Bíblia de
Jerusalém. São Paulo, Paulinas, 1981)
Compreensão
1. O texto foi extraído do livro de Gênesis,o primeiro da Bíblia. A Bíblia é
composta de livros, que estão divididos em ―antigo testamento‖ e ―novo
testamento‖. Procure saber por que há essa divisão e o conteúdo do livro de
Gênesis.
2. Pela leitura do texto, podemos perceber muitas diferenças em relação aos
nossos costumes. Copie as frases, separando em duas colunas.costumes
mostrados pelo texto e os nossos costumes.
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a) Casamento monogâmico (o homem pode ter somente uma esposa);
b) Poligamia (o homem pode ter várias esposas ao mesmo tempo);
c) A mulher escolhe com quem quer se casar;
d) A mulher não participa da decisão sobre seu casamento;
e) Há uma cerimônia de casamento, de que participam familiares e amigos;
3. Veja : ―os olhos de Lia eram baços, mas Raquel tinha belo porte e belo rosto‖.
Copie a alternativa que melhor substitui a palavra baço nessa frase.
a) Bonitos; c) Sem brilho;
b) Brilhantes; d) Claros;
Comentário: O texto anterior mostrou a história do amor de Jacó por Raquel, contada
na Bíblia. Veja agora como essa história foi recontada por Luís Vaz de Camões, um
grande poeta português, nascido provavelmente em 1524.
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.
Os dias na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo triste pastor com que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta vida!
(Camões, Luís Vaz de. Obra Completa. Rio de Janeiro. José Aguilar, 1975)
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Compreensão
1. Comente o terceiro verso: ― Mas não servia ao pai, servia a ela‖.
2. O que significa ―os dias na esperança de um só dia passava‖?
3. Pudemos perceber, pelo texto bíblico, que Lia era feia, comparada a Raquel.
Baseado nisso, copie a alternativa que melhor substitui a palavra cautela nos
versos: ―Porém o pai, usando de cautela, / Em lugar de Raquel lhe dava Lia.‖
a) Maldade, egoísmo;
b) Cuidado, precaução;
c) Amor, carinho;
d) Raiva, ira.
(Ponto e Contraponto Português: homem-ser social/ Alfredina Nery, Márcia Regina
Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São Paulo: editora do Brasil, 1990.)
Unidade II
Neste módulo dividiremos a sala de aula em grupos de quatro ou cinco alunos
para lerem e estudarem textos poéticos selecionados pelo professor, incluindo textos
poéticos escritos pelo próprio professor.
Nota do Professor: Chamar a atenção dos alunos para as estrofes, rimas e a forma
do texto poético, inclusive o uso da concordância.
Metodologia
Oralidade (conhecimento da estrutura de uma poesia).
1. Que características este Gênero apresenta para considerarmos poesia?
2. De que sentimentos tratam as poesias que lemos? Esses sentimentos são ainda
marcantes no coração humano? Por quê?
Comentário: O poema a seguir foi escrito em julho de 1843, por Gonçalves Dias,
poeta brasileiro que na época cursava a faculdade de Direito em Coimbra.
CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
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Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, á noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem mais palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias, Antônio. Obras Poéticas de Antônio G.
Dias. São Paulo, Nacional, 1944)
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Compreensão
1. Procure no dicionário o sentido da palavra exílio.
2. Explique o significado das palavras aqui e lá, na primeira estrofe do poema.
3. Essa oposição dos dois lugares aparece também em outras estrofes. Quais são as
palavras que indicam o exílio e a pátria?
4. O ―eu‖ do poema menciona vários elementos naturais de seu país. Quais?
5. O poeta menciona também características do local onde se encontra?
Comentário: O poema a seguir foi escrito por Oswald de Andrade, poeta paulistano,
no início do nosso século(década de 1920).
CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinho daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
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Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a rua 15
E o progresso de São Paulo
( Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro.
Civilização Brasileira. 5ª Ed. 1978)
Compreensão
1. Segundo o ―Novo dicionário Aurélio de língua portuguesa‖, palmares é uma
das regiões botânicas do Brasil setentrional, a qual abrange vastas zonas
onde a vegetação predominante são palmeiras, quilombo dos Palmares;
negro que habitavam esse quilombo.
Que outros elementos de seu país o ―eu‖ do poema menciona?
2. Veja no dicionário o sentido da palavra gorjear. Depois responda: o mar
gorjeia?
3. Nesse poema também há oposição entre dois lugares. Como eles são
designados?
4. Releia a última estrofe. O que o ―eu‖ do poema deseja rever?
Linguagem
O poema de Oswald de Andrade só pode ser compreendido perfeitamente por
quem conhece a ―CANÇÃO DO EXÍLIO‖ de Gonçalves Dias. É uma paródia, ou seja,
um texto escrito a partir de outro, mas opondo-se ao sentido do original, de forma crítica
e bem- humorada.
1. A oposição já começa no título. O que Oswald de Andrade opõe a exílio?
2. Que sentido podemos atribuir, então, ao segundo verso do ―Canto de regresso à
pátria‖, que, visto isoladamente, é absurdo, já que mar não gorjeia?
3. A segunda estrofe é bastante semelhante à da ―Canção do Exílio‖. Quais são as
diferenças e qual seu efeito sobre o leitor?
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(Ponto e Contraponto Português: homem-ser s2ocial/ Alfredina Nery, Márcia Regina
Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São Paulo: editora do Brasil, 1990.)
Unidade III
Atividade escrita- poesias criadas pelos grupos de alunos divididos no módulo II .
Após a criação da primeira produção de poesias os grupos farão trocas de textos
para que todos conheçam as criações dos companheiros.
A medida que as trocas forem feitas os textos serão lidos oralmente por um
representante do grupo para o conhecimento de todos.
Nota do Professor: Essa criação deverá acontecer no mês de agosto e setembro com a
participação de todos os alunos da 7ª série participante.
CANÇÃO DO EXÍLIO
( fragmento)
Casimiro de Abreu
Se eu tenho medo de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! Dá-me de novo
Os gozos do meu lar!
O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem;
E este mundo não val um só dos beijos
Tão doces duma mãe!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!
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Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
( Casimiro de Abreu. Obras completas de C. de Abreu. Rio
de Janeiro, Zílio Valverde, 1943)
CANÇÃO DO EXÍLIO
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
(Mendes, Murilo. O menino experimental. 2ª Ed.
São Paulo, Summus, 1975).
1. Compare a Canção do Exílio de Casimiro de Abreu à de Gonçalves Dias e diga
se você considera que é uma paráfrase ou uma paródia. Justifique.
2. Faça o mesmo com a de Murilo Mendes.
3. Analise os poemas de Casimiro de Abreu e Murilo Mendes e diga qual pertence
ao Romantismo e qual, ao Modernismo.
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BALADA DO REI DAS SEREIAS
( Manuel Bandeira)
O rei atirou
Seu anel ao mar
E disse às sereias:
- Ide-o lá buscar,
Que se o não trouxerdes
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Foram as sereias,
Não tardou, voltaram
Com o perdido anel
Maldito o capricho
De rei tão cruel!
O rei atirou
Grãos de arroz ao mar
E disse às sereias:
- Ide-os lá buscar,
Que se os não trouxerdes
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Foram as sereias
Não tardou, voltaram,
Não faltava um grão.
Maldito capricho
Do mau coração!
O rei atirou
Sua filha ao mar
E disse às sereias:
- Ide-a lá buscar,
Que se a não trouxerdes
Virareis espuma
Das ondas do mar!
Foram as sereias...
Quem as viu voltar?...
Não voltaram nunca!
Viraram espuma
Das ondas do mar.
(Bandeira, Manuel. Estrela da Vida Inteira. Rio
de Janeiro, José Olympio, 1976)
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VOCABULÁRIO
Plagiar: assinar ou apresentar, como sua, obra artística ou cientifica de outrem.
Plágio: ato ou efeito de plagiar.
(Ponto e Contraponto Português: homem-ser social/ Alfredina Nery, Márcia Regina
Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São Paulo: editora do Brasil, 1990.)
Unidade IV
Este módulo dará ênfase do gênero Poético, no qual os alunos farão seus
próprios texto os quais faremos exposição e pretendemos contar com a participação dos
pais e comunidade escolar.
A escola, como instituição portadora e responsável pela formação de pessoas
capazes de integrarem à sociedade deve preocupar-se com a formação de leitores
críticos e ativos permitindo aos mesmo a participação nas questões que envolvem a
comunidade em que vivemos.
A cada dia que passa as escolas estão mostrando uma grande preocupação com a
formação de seus professores e alunos e o conhecimento claro dos objetivos a serem
trabalhados torna o ensino e as aulas mais prazerosas tanto para alunos quanto para
professores.
Segundo as Diretrizes Curriculares na concepção de linguagens por elas
assumidas a leitura é vista como um ato dialógico interlocutivo.
A prática de leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas
diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também
pode defender seus direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz.
(Diretrizes Curriculares da Educação Básica, p.57), Silva 2005.
A poesia não é uma linguagem muito predileta entre os alunos, e entre os
professores o ensino um tanto apequenado, não que a linguagem deva ser privilegiada,
mas diria que, apresentada, deliciada entre nossos educandos. A poesia desperta
sentimentos nobres entre as pessoas, sentimentos estes tão longe de serem praticados ,
por muitos, dentro de seus lares.
A declamação de poesias é uma atividade que deve ser considerada, pois em
muitos casos ―desconsiderar a leitura do ritmo significa comprometer a interpretação e a
compreensão‖. ( Diretrizes Curriculares do Paraná, 2008). Cada poema vem carregado
de sutilezas as quais nos levam a sua compreensão, muitas vezes a pontuação vem cheia
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de significados que o leitor (aluno) lendo com fluência e declamando estará, naquele
momento, buscando formas de interpretá-lo, dando assim um toque especial na
oralidade.
QUESTIONÁRIO
a) Identifique o gênero textual.
b) Onde este gênero é veiculado?
c) Com que freqüência você lê poesias?
d) Cite o nome de autores(as) de poesias que você tem um breve ou amplo
conhecimento?
Seus Olhos
Seus olhos, tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De meiga expressão
Mais doce que a brisa, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; - causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
(Gonçalves Dias. Primeiros cantos. Belo Horizonte : Itatiaia, 2002.)
Nesse poema, o eu lírico exaltou a beleza dos olhos negros da mulher amada,
caracterizando-os. Observe que:
Há versos que rimam? Copie-os.
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A linguagem é subjetiva e figurada; fala-se de sentimentos mais íntimos
recorrendo a comparações. Comprove sua afirmação, copiando as frases
comparativas.
(Sarmento, Leila Lauar. Português: Leitura, produção, gramática.
2. Ed. São Paulo. Moderna ,2006 )
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REFERÊNCIA:
SARMENTO, Leila Lauar. Português: leitura, produção, gramática – 2. ed.
São Paulo: Moderna 2006.
NERY, Alfredina. Ponto e Contraponto, português: homem- ser social/
Alfredina Nery, Márcia Regina Choueri Vieira, Suely Aparecida Amaral. São
Paulo: Editora do Brasil, 1990.
LEITURAS:
O Currículo uma reflexão sobre a prática- J. Gimeno Sacristán
Secretaria de Estado da Educação do Paraná- Diretrizes Curriculares da
Educação Básica.
A produção da leitura na escola: pesquisa x proposta. 2 ed. São Paulo:
ática: 2002
Brasil Parâmetros Curriculares Nacional. Linguagens, códigos e suas
tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Média
e Tecnologia, 1998.
Estética da Criação Verbal- Mikhail Bakhtin. Martins Fontes- São Paulo 1997,
p.246
Gêneros do Discurso (Bakhtin, M 1992:277)
Leitura em Crise- Soares, Magda- 7° edição- Porto Alegre- RS- 1986
Letramento- Soares Magda -3° edição Belo Horizonte: Autêntica Editora,
2009.
O Professor, a Escola e a Leitura: Fregonezi E. Durvali: Edições
Humanidades : 2003.
Oficina de Leitura: Kleiman Ângela.
Escola e Leitura: Zilberman Regina.
Gêneros Textuais 1: definição e funcionalidade: Marcuschi A. Luiz.
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