escola de outros tempos-3
Post on 03-Jul-2015
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Em 1881, o ministro Jules Ferry votou para que a escola fosse gratuita.
Depois, em 1882, tornou a escola obrigatória: dos 6
anos até aos 12 anos.
Avanço Manual…
A ESCOLA DE OUTROS TEMPOS
Este PPS é muito interessante! Embora as imagens sejam referentes
às Escolas Francesas, têm muitas semelhanças com as antigas Escolas
Portuguesas, e tudo isto é quase incompreensível para quem ainda não
tenha quarenta anos de idade…Nele se encontram verdadeiras
relíquias escolares do antigamente…
NOTA: Além das legendas traduzidas do francês, vai aparecendo um texto explicativo e bem elucidativo, que
acompanhava a mensagem, de autor desconhecido, e que serve para uma
melhor compreensão!
L’école habite un coin de notre esprit, avec les bons et mauvais souvenirs de l’enfance.
A escola habita um canto do nosso espírito, com boas e más recordações da infância.
Si vous avez quelques souvenirs semblables à ces
images, vous avez déjà beaucoup d’expérience, sinon
vous êtes encore jeune…
Se tu tiveres algumas lembranças semelhantes a estas imagens, tu tens já
muita experiência, senão és ainda jovem…
A escola de outros tempos...
A secretária do Prof., munida de uma garrafa com ‘torcida’ a sair do gargalo para alumiar, ao entardecer, quando já estava escuro (a iluminação eléctrica ainda andava longe); o ‘quadro preto’
com o esquadro e o transferidor da ‘Caixa Métrica’ da sala de aula; as
carteiras [pupitre] em madeira com a ranhura á frente para depositar (colocar deitadas) as «plumas»
(canetas de haste), em que numa das pontas umas ‘molas’ permitiam que se fixasse um dos vários tipos de ‘aparos’ - coisa que a esferográfica ou bolígrafo,
na década de 60, mandou para as Calendas gregas…
À descoberta da escola de outros tempos…
o tinteiro de carteira onde se «recarregava» o ‘aparo’ com tinta
(tinteiros em faiança ou em vidro, que se enfiavam no tampo da carteira - as carteiras de dois alunos tinham dois
tinteiros, à direita dos alunos); a «caixa dos lápis», muitas vezes em madeira –
neste caso em pele -, onde se guardavam os ‘apetrechos’ do aluno:
compasso, lápis, régua, lápis, «penas», etc.; os jogos de «Medidas» de litro, ½
litro, ¼ de litro, decilitro, etc. [para líquidos e para secos {grão, feijão,
milho, etc.}]…
O mestre sabe fazer-se ouvir por todos, porque mesmo os «cábulas» não ousam
perturbar.Impressionante na sua bata cinzenta,
com voz autoritária, o nosso professor passeia-se pela sala de aula.
a ardósia, encaixilhada em madeira para lhe aumentar a robustez e os ‘ponteiros’ com que nela se escreviam os primeiros
rabiscos - grafismos - e se «faziam as contas»; as carteiras para um ou dois
lugares; o Ditado [Dictée] e a letra que saía das ‘penas’; os mapas geográficos
de onde ‘montes’ de coisas inúteis eram estudadas até à exaustão e feita a
sua localização num piscar de olhos; as famosas ‘orelhas de burro’ na cabeça
para os maus alunos; fotografia de turma, tirada por fotógrafos ambulantes
que corriam de escola em escola, buscando o seu ganha-pão e deixando,
para o resto da vida - a quem comprasse -, a recordação da turma…
O escritório do mestre
A pasta do mestre
Vestidos com as suas batas, estes pequenos alunos de um dia, sentados no seu
banco, permanecem, bem direitos, de braços cruzados.
As imagens não mostram, mas o ‘tinteiro’ do Prof. - que também escrevia com «penas», porque a
caneta de tinta permanente ainda não havia nascido - tinha dois vasos: um
com tinta azul para a escrita ‘normal’ e outro de tinta vermelha para a
«Correcção» e sublinhar os erros ortográficos que os alunos dessem… imprescindível nesses tempos era o «papel mata-borrão», papel grosso e poroso, que secava - absorvendo a
tinta - os pingos de tinta que, caindo em demasia dos ‘aparos’, manchavam
a escrita no papel.
O livro de leitura
Pequeno ditado feito à pena!
Como em 1932, com uma pluma que mergulha no tinteiro, cheio pelo mestre!
O ditado
Era tarefa dos «contínuos», hoje conhecidos por «Auxiliares da Acção
Educativa», ter que atestar os tinteiros, antes do início das aulas…
(Convém esclarecer o termo «plumas» ou «canetas de aparo». Até à invenção do aço, no séc. XIX, que possibilitou a manufactura dos aparos de metal, a escrita era feita
com penas de aves (ganso, em geral) devidamente talhadas... as hastes com aparo mantiveram o nome de
«plumas» - penas.
Uma carteira de madeira, de dois lugares, algumas eram pintadas em preto e
outras inteiramente enceradas. “O trabalho penoso de encerar era
reservado aos alunos de menos mérito”
A pasta em couro era, muitas vezes,
utilisada por várias crianças da
mesma família
O estojo em couro permitia arrumar os seus «instrumentos» de maneira rigorosa e metódica.
A caixa dos lápis, em madeira, era o pricipal elemento, indispensável no equipamento do
aluno.
Os porta-plumas mais largos, nas ecolas, eram frequentemente em madeira, porque poucas fantasias eram
autorisadas nas panóplias do aluno perfeito.
As plumas mais utilisadas nas escolas, entre as quais se recordam as do célebre Sergento mor
O grande tinteiro que o mestre utilizava de tempos a tempos para encher os tinteiros dos alunos.
Os tinteiros eram em faiança, vidro, baquelite ou mesmo, para os mais antigos, em estanho.
No último quartel do século XIX, Waterman inventou a «caneta de tinta permanente», com aparo... - usar uma
caneta desse tipo na década de 40 ainda dava estatuto a qualquer pessoa -. A esferográfica,
também foi criada no século XIX, como bolígrafo para marcar peles;
aperfeiçoada, popularizou-se após a II Guerra Mundial e arrumou com as primeiras... mas na década de 50
muitas crianças, nos primeiros anos de escola, utilizaram as «plumas».
Muitos alunos conheceram o que era uma 'caneta de tinta permanente'
como prenda, quando terminavam a 4.ª classe...]
A ardósia, primeiramente, simples pedra rectangular, aperfeiçoa-se com o tempo com o seu quadro em madeira e do buraco onde se poderia atar um pequeno pano para o limpar. Os gizes eram quadrados, depois redondos, “os gizes Robert são os mais célebres” e os «ponteiros» de pedra são os instrumentos de escrita.
O conhecimento da geografia
tinha reflexos condicionados!
Podia-se mesmo pedir às crianças para
recitarem a lista dos
departamentos, com os sub-
departamentos, certamente.
A qualidade dos mapas era
notável.
Fazendo parte do fundo escolar, as medidas em estanho testemunham a importância que era, no fim do séc. XIX, a aprendisagem do sistema
métrico.
Regulamento interno.
«Aos alunos das Escolas é proibido»:
…..
Um pouco de cálculo mental
O bom velho fogão
A lição de moral
Os manuais escolares
O pátio de recreio
Brincava-se…
… à amarelinha.
… aos berlindes.
… ao eixo
Boas notas e belas imagens eram as recompensas dos bons
alunos…
… e as orelhas de burro para os maus alunos.
Desde o aparecimento da fotografia, as escolas foram, no fim do sé. XIX, um tema de predilecção para os fotógrafos ambulantes. Prevenidos da sua passagem, os pais faziam questão que os seus filhos fossem bem
vestidos.
Foto de grupo... uma bela recordação.
O calendário recordação
E a terminar… o «Diploma» - Certificat -, que em Portugal
era uma honra alcançar, especialmente se era atribuído
«Com Distinção» - sinal que tinha sido um aluno de melhor que «Muito Bom», no Exame… [O Exame da 4.ª Classe, tinha
grande importância, e equivale, hoje, ao 4.º ano de
escolaridade… ]
Tempos que não voltam!…
Dentro do espírito de Jules Ferry, o Certificado de
Estudos Primários devia, como o seu nome indica,
permitir a cada aluno justificar a aquisição de uma
bagagem escolar normalisada.
Alunos da escola de hoje descovrem o quadro da escola de outros tempos…
Música : Yesterday - The Beatles Tradução de legendas e colocação de um texto, de Autor desconhecido, no PPS por: Linito
Imagens da Net
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