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Universidade de Brasília
ERENITA MOREIRA CARVALHO
A ESCOLHA DA MODALIDADE ESPORTIVA:
INFLUÊNCIA DA MÍDIA/TV
Belo Horizonte
2007
1
ERENITA MOREIRA CARVALHO
A ESCOLHA DA MODALIDADE ESPORTIVA: INFLUÊNCIA DA MÍDIA/TV
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientadora: Profª. Ms. Juliana de Oliveira Torres.
Belo Horizonte
Universidade de Brasília
2007
2
MOREIRA CARVALHO, Erenita
A escolha da modalidade esportiva. Belo Horizonte, 2007.
37 p.
Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.
1. Modalidade esportiva 2. Mídia 3. Influência
3
ERENITA MOREIRA CARVALHO
A ESCOLHA DA MODALIDADE ESPORTIVA: Influência da mídia/TV
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar, pelo Centro de Ensino a Distância, da Universidade de
Brasília, pela Comissão formada pelos professores:
Presidente: Professor Doutor Rodolfo Novellino Benda Universidade Federal de Minas Gerais
Membro: Professora Mestre Lucila Souto Mayor Rondon de Andrade
Universidade de Brasília
Belo Horizonte, 02 de setembro de 2007.
4
DEDICATÓRIA
À minha família que entendeu a minha pouca disponibilidade.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço...
Ao Ministério do Esporte pela oportunidade de participar de um curso de
especialização à distância.
À Professora Nelma pela parceria na realização do curso e na implantação do
Programa Segundo Tempo Escolar.
6
“Não existe arte maior nem mais benéfica para a alma humana que a de esculpir a própria escultura”.
Da Coletânea da Revista Logosófica - tomo III
7
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo analisar a influência da mídia/TV na escolha da
modalidade esportiva pelos alunos da Escola Municipal Henriqueta Lisboa de Belo
Horizonte. A consulta foi usada como subsídio para a implantação das modalidades
esportivas oferecidas aos alunos dentro do Programa Segundo Tempo Escolar no
ano de 2006, com o intuito de atender, dentro do possível, os desejos manifestados.
A amostra foi composta por todos os alunos de 09 a 16 anos matriculados na escola
nos turnos da manhã e da tarde, num total de 566 sendo 293 do sexo masculino e
273 do sexo feminino. O levantamento de dados foi realizado através da aplicação
de um questionário objetivo onde o aluno indicava a modalidade (apenas uma), de
sua preferência, que gostaria de praticar na escola, no contra-turno escolar. Indicava
também o que mais o influenciou para fazer essa escolha. O resultado mostra que
dos 531 alunos que fizeram opção por alguma modalidade, 90 declararam que a
televisão teve influência em sua escolha (16,94%), ficando atrás apenas da opção
“já praticou em outro lugar” com 29.94 %.
Palavras-chave: Modalidade esportiva, mídia, influência.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1- Percentual das justificativas nas escolhas............................................26
Gráfico 2- Preferência pelas modalidades X influência da TV.............................28
Gráfico 3- Percentual de influência da TV em cada modalidade escolhida...........30
Tabela de resultados.................................................................................................37
9
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO .....................................................................................................10
1.1- Objetivo geral .....................................................................................................13
1.2- Objetivo específico .............................................................................................13
2- REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................14
2.1- Fatores que influenciam na escolha da modalidade esportiva .......................14
2.2- A influência da mídia ......................................................................................17
3- METODOLOGIA ................................................................................................. 22
3.1 Amostra ...............................................................................................................22
3.1.1 Contextualização da escola, dos alunos e do PSTE ...........................22
3.2 Instrumento ..........................................................................................................24
3.3 Procedimentos .....................................................................................................24
3.4 Análise dos dados ...............................................................................................25
3.5 Cuidados Éticos ...................................................................................................25
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................26
5- CONCLUSÃO ........................................................................................................31
REFERÊNCIAS .........................................................................................................32
ANEXOS ....................................................................................................................34
10
1- INTRODUÇÃO
Quando a escola traça seu Projeto Político Pedagógico com o foco no
aluno, todas as suas ações são construídas coma intenção de atender as demandas
desse aluno. A implantação do Programa Segundo Tempo Escolar (PSTE) do
Ministério do Esporte na Escola Municipal Henriqueta Lisboa da Rede Municipal de
Belo Horizonte, teve como eixo ouvir as alunos e alunas e a partir de suas escolhas
decidir quais modalidades esportivas seriam oferecidas a eles no contra-turno
escolar por estagiários de Educação Física.
A recomendação de que se considerassem os alunos em suas
aspirações, aparece em trabalhos realizados no âmbito do PSTE:
“... o professor deve se deter em observar mais seus alunos, seus
anseios, suas necessidades, respeitando divergências de pensamentos, ou seja,
respeitar a individualidade do aluno” (LOPES, 2006, p. 12).
“Faz-se necessário, no entanto, rever a estrutura metodológica do PSTE,
verificando se é possível desenvolver uma proposta conciliatória que aproxime os
objetivos educacionais gerais do programa com o desejo dos alunos de praticar uma
determinada modalidade esportiva” (PRADO, 2006).
No processo de investigação de quais modalidades seriam as preferidas
pelos alunos, veio à tona a preocupação com os elementos que levariam a uma ou
outra escolha. A análise desses elementos poderia contribuir com a reorganização
dos objetivos do trabalho dos professores de Educação Física e os meios para
alcançá-los. Um desses elementos que instigou uma atenção maior foi a TV.
11
A presença da TV no dia a dia dos nossos alunos é incontestável. Eles
trazem para a escola comportamentos que estão diretamente ligados ao que se
veicula na TV.
De acordo com Betti (2003, p. 108), “os professores (...) percebem o
grande impacto que a televisão exerce sobre seus alunos, em especial porque ela
veicula exemplos de comportamentos”.
Sabe-se que o número de horas que eles passam em frente às “telinhas”
é muito grande. Em várias pesquisas isso foi constatado como relatado abaixo.
Em pesquisa feita em 16 escolas de Niterói com 325 alunos (123 meninos
e 202 meninas), a média de horas de assistência à TV variou entre 4,4 e 4,9 horas
por dia (meninos e meninas respectivamente)1.
Em estudo feito pela Unesco, o tempo que as crianças gastam assistindo
a televisão é, pelo menos, 50% maior que o tempo dedicado a qualquer outra
atividade do cotidiano, como fazer a lição de casa, ajudar à família, brincar, ficar com
os amigos e ler.
“...pesquisas, que comprovam que mais de 80% da população,
especialmente as mais pobres, assistem cerca de 50 horas de televisão por
semana” (ZAPELINI, 1998).
Segundo Ferrés (1996, p. 84), nos EUA uma criança no período entre o
início do 1º grau até o final do 2º grau assiste a 11 mil horas de aula e 25 mil horas
de TV, lembrando que a TV, neste país, permanece ligada em torno de sete horas
por dia.
1 Nível de atividade física em adolescentes do Município de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil Rosane C. Rosendo da Silva e Robert M. Malina.
12
Sabe-se também que o desenvolvimento de um olhar crítico para tudo
que é oferecido nas programações não é muito estimulado e em vários estudos isso
é recomendado:
Segundo Betti (2003, p. 97-98), “o consumo de informações e imagens
provenientes das mídias deve ser objeto e meio de educação, visando
instrumentalizar o aluno para manter uma relação crítica com as mesmas”.
Umberto Eco (1977, p. 80): “a civilização democrática somente terá
salvação se fizer da linguagem da imagem uma provocação à reflexão crítica, não
um convite à hipnose”.
“A leitura da mídia não estará centrada em valores de certo ou errado,
bom ou mau, mas sim na ampliação do olhar crítico, fundeado sobre a compreensão
dos aspecto sociopolíticos que estão por trás dos valores por ela difundidos”
(MARTINS, 2003).
Hatje, Bianchi e Shubert (2005) na conclusão do trabalho Mídia e esporte:
valores notícia e suas repercussões na sociedade contemporânea, citam também
essa necessidade: “este trabalho, bem como seus futuros desdobramentos, tem
como objetivo contribuir para que as pessoas possam observar e absorver o
discurso veiculado pela televisão de maneira mais crítica e consciente”.
“Cabe, à escola, aos movimentos sociais e a todos os setores da
sociedade responsáveis pela educação formal ou não, e mesmo a nós próprios,
tomar um posição mais crítica diante da programação. Desligar o aparelho não
resolve, mas filtrar as idéias pode, senão mudar o que ela transmite, mas ao menos
mudar o que recebemos. Só assim, a juventude e todas as pessoas deixarão de ser
apenas telespectadores para ser cidadãos” (ZAPELINE, 1998).
13
Se a criança e o adolescente passam tanto tempo assistindo à TV e se
não há ainda um nível adequado de análise crítica por parte deles quanto ao que é
veiculado, há influência dessa mídia nesse público?
Em relação ao contexto esportivo, essa mídia influencia crianças e
adolescentes quando vão fazer a escolha pela modalidade esportiva que irão
praticar?
1.1- Objetivo Geral
Avaliar fatores que influenciam na escolha da modalidade esportiva de
crianças e adolescentes no Programa Segundo Tempo Escolar.
1.2- Objetivo específico
Identificar se a mídia televisiva exerce influência no momento do
adolescente escolher a modalidade esportiva que irá praticar no Programa Segundo
Tempo Escolar.
14
2- REVISÃO DE LITERATURA
2.1- Fatores que influenciam na escolha da modalidade esportiva
A escolha de uma modalidade esportiva pela criança ou adolescente
depende, primeiramente, do conhecimento sobre as opções de modalidades.
Segundo Soares (1996), o desejo é constituído socialmente. Gosta-se, em
princípio, do que se conhece. Rejeita-se, em princípio, o desconhecido, o difícil, o
elaborado.
Uma cultura corporal rica de vivências motoras com várias possibilidades
de práticas esportivas amplia esse conhecimento e por conseqüência dá mais
respaldo para a escolha da modalidade esportiva.
O desejo por uma ou outra modalidade é despertado por alguns fatores e
limitado por outros. Alguns estudos levantaram os fatores motivacionais em crianças
para iniciarem a prática esportiva.
Buonamano e Mussino (1995) citam: diversão, razões físicas (ficar em
forma, saúde, ficar forte), razões sociais (fazer novos amigos), razões competitivas,
aprender e desenvolver habilidades motoras, ascensão social (status, dinheiro e
popularidade).
Estereótipos limitam as escolhas, em relação ao gênero, por modalidades
pouco “recomendadas” para mulheres e vice-versa.
Estudo realizado por Motyn (1995) investigou a associação entre prática
de esportes e visões estereotipadas sobre a mulher no esporte, encontrou relação
estatisticamente significativa como a prática esportiva pode prejudicar: sua imagem
15
feminina, a possibilidade de arranjar um namorado, aumento da musculatura,
tornando-as masculinizadas, e finalmente, que as mulheres devem evitar esportes
que exijam força física, violência e contato físico.
Por outro lado, para Bandinter (1993), os esportes que envolvem
competição, força física, contato físico e agressão, são considerados como melhor
iniciação à virilidade, pois é nesse espaço que o adolescente ganha "status de
macho", mostrando publicamente seu desprezo pela dor, o controle do corpo, a força
e a vontade de ganhar e vencer os outros.
A participação dos pais pode despertar ou limitar o desejo por uma ou
outra modalidade.
A figura dos pais constitui uma grande influência para o ingresso da
criança no esporte, entretanto, como cita Hanlon (1994) muitas vezes os pais
projetam seus sonhos de 20-30 anos atrás em seus filhos, buscando suprir seus
interesses próprios, ao invés de ajudar suas crianças a terem experiências alegres,
seguras e de grande valor.
Uma pesquisa realizada pelo professor Antônio Carlos Simões, da Escola
de Educação Física e Esportes da Universidade de São Paulo, mostrou que a vida
esportiva das crianças está ligada ao desejo dos adultos, principalmente dos pais,
que incentivam e orientam os filhos de acordo com sua realidade social.
O biótipo entra como um fator de influência já associado a resultados do
esporte de rendimento que acabam passando conceitos até para quem vai escolher
uma modalidade com fins recreativos, de lazer. Por exemplo: “não posso escolher
basquete, pois não tenho altura”.
16
Sobral (1988), reconhece que a seleção dos atletas adolescentes é feita
com base nas dimensões corporais e da qualificação técnica, portanto, a utilização
de parâmetros morfológicos e fisiológicos são comuns.
No PSTE não é esse o referencial, pois não há seleção prévia, os alunos
têm livre opção e o esporte educacional é o eixo do trabalho, mas percebemos que
conceitos pré-concebidos estão presentes nas falas dos alunos.
Segundo Bara Filho e Ribeiro (2005), muito se questiona o quanto
variáveis da personalidade do indivíduo influenciam a escolha da modalidade, o
sucesso esportivo e o comportamento nos treinamentos e competições ou se é o
esporte que modifica e “constrói” a personalidade das pessoas. Alguns estudos
apontam para a tendência de pessoas mais estáveis emocionalmente e introvertidas
procurarem mais os esportes individuais e pessoas mais ansiosas, dependentes e
extrovertidas, os esportes coletivos.
A cultura é também um elemento de interferência na escolha das práticas
esportivas, pois, “o homem possui construções corporais diferentes em função de
contextos culturais diferentes” 2 A opção pode se dar por práticas completamente
diversas ou por práticas resignificadas de outras existentes em outras culturas,
adaptadas à cultura local.
A classe social em que os sujeitos estão inseridos também interfere nas
escolhas das modalidades quando as mais dispendiosas não são nem vivenciadas
nem consideradas para serem praticadas pelos menos favorecidos
economicamente. Alguns projetos sociais têm oferecido a comunidades carentes
oportunidade de praticarem modalidades que normalmente não estariam ao alcance
de sua população, com resultados muito satisfatórios.
2 Módulo 1 – Esporte e sociedade p.78.
17
Os modismos também despertam desejos quando se promove, por vários
motivos, um ou outro esporte e os aspectos atrativos da modalidade são
evidenciados. Acontece também de grupos da sociedade iniciarem certas práticas
esportivas ou atividades físicas específicas e para se inserir nesses grupos a pessoa
deve ser capaz de praticar tais atividades, como na “tribo” do le parkour.
A oferta de oportunidades também pode interferir na escolha das
modalidades. Conhecer o handebol nas aulas de Educação Física, desejar praticá-lo
e não encontrar nenhuma oportunidade para essa prática pode causar o abandono
desse desejo.
Bloom (1985) verificou que as crianças necessitavam do suporte de um
grande número de indivíduos e instituições para desenvolver o seu talento. Sem a
dedicação dos pais, técnicos e mentores, boas escolas e oportunidades
desafiadoras, é muito difícil para adolescentes persistirem na disciplina que a
cultivação do talento requer.
A influência da mídia/TV será abordada em um capítulo à parte por ser o
foco desse trabalho.
2.2 A influência da mídia/TV
O termo “mídia” deriva de um aportuguesamento da pronúncia em inglês
do termo latino media. Em latim, media é a forma plural de medium, “meio”. Em
termos do senso comum, se entende por “mídia” os “meios de comunicação de
massa”, versão em português da expressão “mass media”, ou seja, os “veículos” de
comunicação, tomados como dimensão tecnológica, que, a partir da produção
18
centralizada, veiculam seus produtos de modo “massificado”, isto é, a um público
numeroso e indistinto, sem levar em conta a individualidade de cada um dos
participantes deste público (geralmente referido pelo termo “audiência”). Exemplos
de “mídia”, neste sentido, são a televisão, o rádio, o jornal, os outdoor, etc.
(GASTALD, 2002).
Atualmente, aproximadamente 90,3%3 dos lares brasileiros possuem um
aparelho de televisão e como conseqüência, a alta exposição de seus moradores às
programações oferecidas nos canais existentes.
A mídia televisiva, com suas programações diárias, tem um grande
poder de alcance, ou seja, consegue atrair muitos espectadores de várias idades,
culturas, condições sociais.
A influência desse meio de comunicação é abordada em vários
trabalhos e publicações e abrange tanto o teor do que se veicula até as
conseqüências que esses conteúdos provocam.
Segundo Penteado (1991, p. 34), a TV “veicula, ao longo de todo o tempo
de transmissão, valores e princípios da ética capitalista, como o individualismo, a
competição, o materialismo”.
Para Hatje, Bianchi e Shubert (2005) “A televisão caracteriza-se como um
dos métodos de comunicação mais eficientes da atualidade, representando grande
poder de abrangência populacional. Sua representatividade é capaz de estimular a
reprodução do universo real, através de um simulacro do mundo que o indivíduo
pertence, assumindo as imagens produzidas como se fosse sua vida real.”
3 Dado obtido no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Esse número se refere à última atualização realizada no ano de 2004. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/tabelas/habitacao.htm.
19
A televisão (...) pode ser também indutora de condutas por mímese. A
criança aprende por experimentação, por observação e por imitação. Tudo o que
não aprende por experiência direta, aprende por submissão a uma autoridade ou por
imitação de modelos atraentes. A televisão dificulta, em princípio, a experiência
direta, mas tem autoridade e torna-se atraente, sendo assim um instrumento
eficiente de penetração cultural ao potencializar, por intermédio desses meios, o
aprendizado de conhecimentos e de comportamentos (FERRÉS, 1996, p. 57).
Para Capinussú (2005) a influência da TV no modo de agir das pessoas é
decisiva, seja no linguajar, na gesticulação e, às vezes, até na mudança da
personalidade, com base em certos tipos característicos das tele-novelas e dos
programas humorísticos.
Em sua tese de doutorado O Adolescente e a TV: O Caso da Telenovela
Malhação, a pedagoga Maria Inez Masaro Alves concluiu que, diante da ausência
dos pais no lar e a pouca participação da escola no processo de formação pessoal,
a televisão acaba cumprindo papel de agente socializador e modelador do jovem de
hoje.
“O tempo que encontram livre, os adolescentes passam em frente à
televisão. O texto imagético serve como uma modelação. Se o adolescente não sabe
o que deve fazer, por falta de uma orientação, vai encontrar na televisão um espelho
para sua vida. Vai partir da imagem para desempenhar os seus papéis, agindo de
acordo com a novela. O que é positivo na trama, ele tenta reproduzir; o que é
negativo, tenta negar” (MASARO, 2001).
Masaro (2001) acrescenta: “O grande poder da mídia televisiva revela-se
de forma subliminar em questões mais profundas e polêmicas que envolvem
preconceitos e valores. É o gotejamento, o depósito invisível, mas contínuo, de
20
cognições que vão se acumulando através das imagens representadas, repassadas
e repetidas”.
Na 4ª Cúpula Mundial de Mídia para crianças e adolescentes 2004
realizada no Rio de Janeiro, esteve presente o conceituado professor de mídia e de
comunicações da London School of Economics and Political Science, do Reino
Unido, Roger Silverstone.. Silverstone destaca que a mídia faz parte, hoje, de nossa
organização de espaço e tempo. Ela nos oferece pontos de referência, pontos de
parada, pontos para o olhar de relance e para a contemplação, pontos de
engajamento e oportunidades de desengajamento.
A televisão também possibilita o culto a modelos. Esses modelos segundo
Baldanza (2006), “são representações construídas nas relações entre a mídia e seu
público, que acabam por idealizar determinados sujeitos, evidenciando e
supervalorizando sua imagem, isto é, os modelos significam o que se deseja ser,
mas não necessariamente aquilo que realmente se é”.
As crianças e os adolescentes então, acabam almejando “ideais estéticos
e corporais, ideais de riqueza, fama e poder, parâmetros de moda e comportamento,
desejo de consumo, entre outros” (LOPES, 2004, p. 51).
Segundo Betti (2003), “as mídias exercem influência crescente e decisiva
também no âmbito da cultura corporal de movimento, informando e ditando formas,
construindo novos significados (...), o consumo de informações e imagens
provenientes das mídias faz parte da cultura corporal de movimento
contemporânea”.
As pessoas que assistem aos programas esportivos, na sua maioria,
passam a viver as emoções através das imagens da televisão, tornando-se
21
consumidoras de programas esportivos e, sendo estimuladas a passar mais tempo
em frente a TV (HATJE; BIANCHI; SHUBERT, 2005).
Em 1995, Nelson Mandela, então presidente da África do Sul, enviou uma
mensagem para a primeira Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes,
em Melbourne. Ele disse: "O futuro do nosso planeta está nas mãos de nossas
crianças. Todos vocês que fazem televisão, uma das mais poderosas influências
sobre as crianças, têm uma impressionante responsabilidade em seus ombros".
A recomendação de Nelson Mandela endossa a afirmação geral do
grande poder de influência da TV em vários aspectos da sociedade atual.
22
3- METODOLOGIA
3.1 Amostra
Participaram da pesquisa 566 alunos, na faixa etária de 09 a 16 anos,
entre os quais 293 do sexo masculino e 273 do sexo feminino, todos matriculados no
2º e 3º ciclo relativos à divisão de ciclos do Projeto Escola Plural da Rede Municipal
Henriqueta Lisboa de Belo Horizonte no ano de 2006.
3.1.1 Contextualização da escola, dos alunos e do PSTE
A escola está situada na Regional Nordeste, considerada bem localizada,
levando-se em conta a proximidade com o centro, com pontos comerciais
importantes, com oferta de serviços e infra-estrutura dos bairros próximos e fácil
acesso.
Atende prioritariamente os bairros São Marcos, Fernão Dias e D.
Joaquim, aos alunos a partir de 6 anos, e está organizada em ciclos de formação.
Parte dos alunos dessa escola tem uma condição econômica e social razoável,
existindo também o grupo menos favorecido. Conforme ficha de dados individuais
preenchida no início do ano, 93% dos alunos reside com os pais ou pelo menos com
um deles e 7% mora com outras pessoas como tios, avós ou padrinhos. Todos têm
acesso à TV, sendo que 94% possuem outros equipamentos eletrônicos como
vídeo, DVD e som. 20% faz algum tipo de curso fora da escola.
23
Diante dessa realidade, a escola buscou ampliar suas possibilidades de
atendimento à comunidade escolar e incorporou o Programa Segundo Tempo
Escolar do Ministério dos Esportes.
Esse programa caracteriza-se pelo acesso a diversas atividades e
modalidades esportivas (individuais e coletivas) e ações complementares,
desenvolvidas em espaços físicos da escola ou em espaços comunitários, tendo
como enfoque principal o esporte educacional. É um programa de esporte escolar
que, entre outras ações se organiza por uma articulação do professor de educação
física com estagiários/monitores de esporte escolar que formam um núcleo de
esporte no horário do contra-turno escolar.
O aumento do tempo de permanência do aluno na escola, gradua a
ampliação na perspectiva de posterior implementação da escola de tempo integral,
objetivo esse apontado na Lei de Diretrizes e Bases (1996) em seu artigo 34 (Art. 34.
A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de
trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de
permanência na escola).
No Manual de Diretrizes e Orientações do PSTE (2006) também aparece
esse objetivo: “O PSTE foi instituído com o objetivo de democratizar o acesso à
prática esportiva e de lazer, prioritariamente às crianças, adolescentes e jovens
matriculados no ensino fundamental médio das escolas públicas localizadas em
áreas de risco social, como forma de ampliar a permanência desse público em um
ambiente de convivência sócio-educativa, incluindo-se os portadores de
necessidades especiais”.
24
3.2 Instrumento
O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário, aplicado
pelos professores de Educação Física (ANEXO A), no qual não havia a possibilidade
de identificação do pesquisado, favorecendo assim uma maior liberdade no
momento das respostas. Além de dados como idade, sexo foram feitas duas
perguntas objetivas, ligadas diretamente à questão de estudo. A primeira diz
respeito a qual modalidade esportiva o aluno gostaria de participar no PSTE e a
segunda aponta para o motivo dessa escolha. Em ambas as perguntas só poderia
haver uma resposta.
3.3 Procedimentos
Inicialmente, foi realizada uma instrução a todos os alunos, matriculados e
freqüentes no ano de 2006, onde foram dadas algumas orientações sobre o
preenchimento do questionário (ANEXO B).
As modalidades oferecidas como opção no formulário da pesquisa foram
selecionadas de acordo com o espaço físico da escola e os materiais disponíveis (na
escola e os que seriam enviados pelo PSTE). As opções sobre os motivos da
escolha foram elencadas pelas professoras de Educação Física da escola.
O instrumento de estudo utilizado foi um questionário elaborado pela
pesquisadora que busca caracterizar o grupo avaliado, verificar as preferências dos
alunos por determinadas modalidades esportivas e avaliar os motivos que
influenciaram as suas escolhas (ANEXO A).
25
3.4 - Análise dos dados
Foi realizada uma análise descritiva quantitativa dos dados por freqüência
de respostas.
3.5 - Cuidados Éticos
O responsável pela Instituição, no caso a diretora da escola, assinou uma
Carta de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a realização da pesquisa.
Neste documento, foi garantido aos participantes o caráter anônimo e voluntário pela
participação nesta pesquisa (ANEXO C).
26
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 531 alunos que fizeram opção por alguma modalidade, 90
declararam que a televisão teve influência em sua escolha (16,94%), ficando atrás
apenas da opção “JÁ PRATICOU EM OUTRO LUGAR” com 29.94 %.
MOTIVOS DAS ESCOLHAS
17%
2%
3%
9%
14%8%
30%
17%
1 2 3 4 5 6 7 8
Gráfico 1- Percentual das justificativas nas escolhas
LEGENDA :
1 -VIU NA TELEVISÃO E SE INTERESSOU 2 -JÁ PRATICOU EM OUTRO LUGAR 3 -ALGUÉM DA SUA FAMÍLIA JÁ PRATICOU 4 -VIVENCIOU NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E GOSTOU 5 -SEU PORTE FÍSICO É IDEAL PARA ESSA ATIVIDADE 6 -SEUS PAIS SUGERIRAM ESSA PRÁTICA ESPORTIVA 7 -ACHA QUE SERÁ BOM PARA TE AJUDAR A CRESCER (ALTURA) 8 -ACHA QUE VAI TE AJUDAR A SER UMA PESSOA MELHOR
27
O primeiro fator mais assinalado (29.94 %) diz respeito a já terem
praticado a modalidade em outros espaços e nesse caso houve uma escolha
anterior, o que também confirma a afirmação de Carmem Lúcia Soares (1996) “O
desejo também é construído socialmente... gosta-se, em princípio, do que se
conhece. Rejeita-se, em princípio, o desconhecido, o difícil, o elaborado.” Se
considerarmos que desses 29.94%, 40.25% optaram pelo futsal, temos claramente
a opção pelo conhecido, levando-se em conta a cultura do futebol e do futsal no
Brasil.
Essa análise reforça a orientação de vários currículos da área da
Educação Física de se trabalhar de forma mais ampla possível, a cultura corporal
(esportes, jogos, lutas, ginásticas, atividades rítmicas e expressivas). Quanto mais
conhecimento o aluno tiver das várias possibilidades de práticas físicas e esportivas,
maior o leque de opções nos momentos de optar por uma modalidade.
28
Os 90 alunos (16.95%) que declararam ter sido a televisão a referência
para a escolha, tiveram preferência pelas modalidades:
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
modalidades
Kung Fu
Tae Kwondo
Futsal
Dança
Karatê
GinásticaArtísticaGinásticarítmicaVolei
Handebol
Atletismo
Ping-pong
Futvolei
Basquete
Capoeira
Peteca
Gráfico 2- Preferência pelas modalidades X influência da TV.
As duas modalidades mais escolhidas pelos que se declaram
influenciados pela TV são artes marciais de origem oriental (Kung Fu e Tae
Kwondo), muito presentes na maioria dos filmes de ação que são veiculados e que
têm grande audiência junto ao público adolescente. A divulgação da filosofia oriental
que respalda as artes marciais e os benefícios que o exercício dessa filosofia e
também da atividade física da arte marcial trazem para a vida das pessoas pode
29
também ter sido motivo para despertar o desejo dos adolescentes por essas
práticas.
Mostra-se claro também a influência da TV abordada por FERRÉS(1996)
“A televisão dificulta, em princípio, a experiência direta, mas tem autoridade e torna-
se atraente, sendo assim um instrumento eficiente de penetração cultural ao
potencializar, por intermédio desses meios, o aprendizado de conhecimentos e de
comportamentos.” Temos também a evidência da globalização cultural, onde
comportamentos e valores de uma cultura tão distinta como a oriental se inserem e
se misturam com outras culturas, interferindo inclusive na escolha de atividades
físicas.
30
15,62
31,03
13,33
3,17
8,27
0
25,64
5,26
26,31
9,09
35,29
25
50
14,28
57,14
0
10
20
30
40
50
60
Modalidade
Dança Kung FuVolei HandebolFutsal PetecaKaratê CapoeiraTae Kwondo BasqueteGinástica rítmica AtletismoFutvolei Ping-PongGinástica Artística
Gráfico 3- Percentual de influência da TV em cada modalidade escolhida.
57,14% dos alunos que optaram pela Ginástica Artística declararam que a
televisão foi o que os influenciou. Os bons resultados dos atletas brasileiros dessa
modalidade nos últimos tempos fez com que a televisão abrisse mais espaço em
suas transmissões e isso pode ter feito a modalidade ser mais conhecida e mais
desejada. Nesse caso a televisão foi a influência mais marcante.
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4- CONCLUSÃO
A televisão tem considerável influência nos adolescentes no momento de
suas escolhas pela modalidade esportiva que irão praticar. Há indícios marcantes de
que a veiculação de modalidades antes pouco divulgadas, como a Ginástica
Artística, pode despertar o interesse pela prática das mesmas.
A mercantilização dos espetáculos esportivos faz com que se divulgue só
os que têm audiência garantida. Isso torna nossos programas esportivos pobres e
repetitivos, reforçando no país a cultura de uma modalidade só. Com exceção de
eventos como os Jogos Panamericanos 2007,relizados no Rio de Janeiro, onde
muitas modalidades foram transmitidas, a maioria do tempo esportivo na TV se
restringe ao futebol (considerando a TV aberta).
O envolvimento de interesses, como a candidatura do Brasil a sede dos Jogos
Olímpicos, pode ser fator para que se efetivasse mais tempo de transmissão e mais
modalidades fossem veiculadas. Em pesquisa realizada em 2003, na época da
realização dos Jogos Panamericanos de Santo Domingo, levando-se em
consideração o programa Esporte Espetacular da Rede Globo, constatou-se que
“...mesmo entre tantas modalidades esportivas, o futebol ratificou sua hegemonia na
imprensa brasileira, sendo, novamente, a modalidade mais veiculada pelo Esporte
Espetacular.” (HATJE, M.; BIANCHI, P.; SCHUBERT – 2005)
Nossos alunos precisam vivenciar mais elementos da cultura corporal,
principalmente nas aulas de Educação Física, mas também merecem assistir
eventos esportivos onde muito mais modalidades sejam alvo das câmeras.
32
REFERÊNCIAS
BALDANZA, R. F.; ABREU, N. R. A Comunicação na Mídia e os Símbolos de Beleza: Reflexões Sobre Influência da Indústria Cultural da Difusão de Valores Estéticos. IN: INTERCOM SUDESTE 2006 - XI Simpósio de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, Ribeirão Preto- SP, 2006. BANDINTER, E. XY-Sobre a identidade masculina. Trad. Maria Ignez Dutra Estrada. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1993. BARA FILHO, M. G.; RIBEIRO, L. C. S. Personalidade e esporte: uma revisão. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 13, n. 2, p. 101-110, 2005. BETTI, M. Imagem e ação: a televisão e a Educação Física Escolar. Educação Física e Mídia: novos olhares, outras práticas. São Paulo: Hucitec, 2003. p. 91-137. BLOOM, B. S. Developing talent in young people. New York: Ballantine, 1985. 557 p. BRASIL. MINISTÉRIO DO ESPORTE. Esporte e sociedade. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2004. BUONAMANO, R.; MUSSINO, A. Participation motivation in Italian Youth Sport. The Sport Psychologist, 9, 265 - 281, 1995. CAPINUSSÚ, J. M. Influência da mídia na prática esportiva, na alimentação do esportista e na propagação do movimento olímpico. Revista de Educação Física, Rio de Janeiro, n. 130, p. 52-55, abr., 2005. ECO, H. Apocalípticos e Integrados. São Paulo: Perspectiva, 1977. FERRÉS, J. Televisão e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. GASTALDO, E. L. Considerações sobre o país do futebol: mídia e Copa do Mundo no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 2002. Anais... São Paulo: Intercom, 2002.
33
HANLON, T. Sport Parent American Sports Education Program. Champaign, IL: Human Kinetics 1994 apud VILANI, L. H.; SAMULSKI, D. M. Família e Esporte: uma revisão sobre a influência dos pais na carreira esportiva de crianças e adolescentes, Belo Horizonte, 2002. HATJE, M.; BIANCHI, P.; SCHUBERT, J. M. Mídia e esporte: os valores notícia e suas repercussões na sociedade contemporânea. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 2005. Anais... São Paulo: Intercom, 2005. LOPES, A . C. A cultura corporal em escola de periferia. Porto Alegre: CEAD UnB, 2006. p. 12. LOPES, L. C. O culto às mídias: interpretação, cultura e contratos. São Carlos: EdUFSCar, 2004. MASARO, M. I. O Adolescente e a TV: O Caso da Telenovela Malhação JORNAL DA UNICAMP ANO XV Nº 161 – abril, 2001. MARTINS, C. Conhecimento sobre o corpo. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/SALTO/cronograma2003/ccm/ccmtxt4.htm, 2003. MYOTIN, E. A participação da adolescente brasileira em esportes e atividades físicas como forma de lazer: fatores psicológicos e socioculturais. In: Corpo, Mulher e Sociedade. Elaine Romero (org.). Campinas, SP: Papirus, 1995. PENTEADO, H. D. Televisão e escola: conflito ou cooperação? São Paulo: Cortez, 1991. PRADO, D. C. R. Análise dos fatores motivacionais para a para a participação de crianças e adolescentes no Programa Segundo Tempo Escolar, Brasília: CEAD-UnB, 2006. SOARES, Carmem Lúcia. Educação Física Escolar: Conhecimento e especificidade. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, supl. 2, p. 6-12, 1996. SOBRAL, F. O adolescente atleta. Lisboa: Livros Horizonte, 1988. 110 p. ZAPELINI, M. L. A influencia da televisão sobre a juventude. Santa Catarina: UNISUL, 1998.
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ANEXOS
ANEXO A- Questionário
ESCOLA MUNICIPAL HENRIQUETA LISBOA
DADOS DO ALUNO:
IDADE:_________ DATA DE NASCIMENTO_____________ SEXO____
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO ESCOLAR - 2006
MARQUE APENAS UM X
NO PROGRAMA SEGUNDO TEMPO ESCOLAR VOCÊ PODE PRATICAR ALGUM
TIPO DE MODALIDADE ESPORTIVA NESSA ESCOLA, FORA DO HORÁRIO DE
AULA, COM ESTAGIÁRIOS (ESTUDANTES) DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
1- NESSE PROGRAMA VOCÊ GOSTARIA DE TER AULA DE:
_____ATLETISMO _____PING-PONG _____DANÇA (VÁRIOS ESTILOS) _____GINÁSTICA ARTÍSTICA _____CAPOEIRA _____KUNG FU _____TAE KWONDO _____VOLEIBOL _____BASQUETEBOL _____HANDEBOL _____FUTSAL _____PETECA _____FUTVOLEI _____KARATÊ _____GINÁSTICA RÍTMICA _____NÃO GOSTARIA DE PARTICIPAR DE NADA 2- VOCÊ ESCOLHEU ESSA MODALIDADE ESPORTIVA PORQUE:
_____VIU NA TELEVISÃO E SE INTERESSOU _____JÁ PRATICOU EM OUTRO LUGAR _____ALGUÉM DA SUA FAMÍLIA JÁ PRATICOU _____ VIVENCIOU NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E GOSTOU. _____SEU PORTE FÍSICO É IDEAL PARA ESSA ATIVIDADE _____SEUS PAIS SUGERIRAM ESSA PRÁTICA ESPORTIVA _____ACHA QUE SERÁ BOM PARA TE AJUDAR A CRESCER (ALTURA) _____ACHA QUE VAI TE AJUDAR A SER UMA PESSOA MELHOR
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ANEXO B- Orientações para a aplicação do questionário.
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO ESCOLAR
ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO REFERENTE A COLETA DE DADOS PARA A MONOGRAFIA
1- Leitura do texto abaixo:
Irá recomeçar nessa escola o Programa Segundo Tempo Escolar que dá oportunidade aos alunos de praticarem uma modalidade esportiva fora do horário das aulas.
Vamos fazer agora uma pesquisa para saber de qual o esporte você gostaria de ter aula. 2 - Entrega do questionário 3 - Vamos iniciar com o preenchimento dos dados dos alunos
– Não será necessário colocar o nome. – No 1º espaço escreva quantos anos você tem – Em seguida escreva em que dia, mês e ano você nasceu – Marque no próximo espaço F para sexo feminino e M para masculino – Coloque agora o seu peso e sua altura aferidos na aula de Ed. Física – Caso tenha feito o cálculo de seu IMC, marque no outro espaço
4 - Ler o enunciado da 1ª questão e deixar bem claro que só se deve marcar uma vez (um X) 5 - Leia as opções (os esportes) e esclareça o que é cada um (dar uma característica marcante da modalidade) para que o aluno tenha clareza no momento de optar. 6 - Todos esclarecidos, pedir para marcarem sua opção. 7 - Leitura do enunciado da 2ª questão. Recomendar para que analisem bem todas as opções e realmente marcar a que for mais verdadeira. Caso o aluno não esteja contemplado nas opções apresentadas, escrever à mão o motivo da sua escolha. 8 - Marcar ou escrever sua opção. 9 - Recolher todos os questionários. 10 - Entregar o bilhete para os pais onde comunicamos o reinício do programa na Escola.
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ANEXO C
CARTA DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Escola Municipal Henriqueta Lisboa
Belo Horizonte, 01 de março de 2006. Autorizo a coleta de dados para pesquisa, com os alunos de 09 a 16
anos de idade desta escola, através de um questionário, mediante o compromisso
de se garantir o caráter anônimo e voluntário do pesquisado.
Os dados serão utilizados para subsidiar a pesquisa do Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) do curso de Especialização em Esporte Escolar da UNB,
das professoras Nelma Suzana Alves de Souza e Erenita Moreira de Carvalho e
também para orientar a oferta das modalidades do Programa Segundo Tempo nesse
Núcleo.
____________________________ Diretora
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TABELA DE RESULTADOS
DANÇA KUNGFU
VOLEI HANDEBOL
FUTSAL PETECA KARATÊ CAPOEIRA TAE KWONDO
BAS- QUETE
GRD ATLE-TISMO
FUT VOLEI
PING PONG
GINÁS
artísticaTOTAL
%
1 10 18 4 2 11 0 10 1 15 1 6 2 1 1 8 90 16.952 24 9 4 18 64 3 2 12 13 3 2 2 0 2 1 159 29.94 3 7 3 4 1 9 0 7 4 5 0 0 1 0 0 0 41 7.72 4 1 1 10 34 15 1 1 0 0 3 0 2 0 3 3 74 13.94 5 11 8 2 3 13 0 1 0 6 2 2 0 1 0 0 49 9.23 6 3 2 1 0 1 1 6 0 3 0 0 0 0 0 0 17 3.20 7 2 0 1 0 2 1 2 0 2 1 2 0 0 0 0 13 2.45 8 6 17 4 5 18 3 10 2 13 1 5 1 0 1 2 88 16.57
TOTAL 64 58 30 63 133 9 39 19 57 11 17 8 2 7 14 531 100 %
% DO TOTAL
12.05 10.92 5.65 11.86 25.05 1.70 7.34 3.58 10.73 2.07 3.20 1.51 0.38 1.32 2.64 100 %
% TV 15.62 31.03 13.33 3.17 8.27 0 25.64 5.26 26.31 9.09 35.29 25 50 14.28 57.1435 alunos não optaram por nenhuma modalidade 566 6.18
1- VIU NA TELEVISÃO E SE INTERESSOU 2- JÁ PRATICOU EM OUTRO LUGAR 3- ALGUÉM DA SUA FAMÍLIA JÁ PRATICOU 4- VIVENCIOU NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E GOSTOU 5- SEU PORTE FÍSICO É IDEAL PARA ESSA ATIVIDADE 6- SEUS PAIS SUGERIRAM ESSA PRÁTICA ESPORTIVA 7- ACHA QUE SERÁ BOM PARA TE AJUDAR A CRESCER (ALTURA) 8- ACHA QUE VAI TE AJUDAR A SER UMA PESSOA MELHOR
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