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Onde iniciou sua graduação e quando?
Iniciei minha graduação em bacharel em química no
ano de 2002 na Universidade Estadual do Centro-Oeste do
Paraná - Unicentro, na cidade de Guarapuava/PR. No terceiro
ano também optei por cursar as disciplinas da grade da
Licenciatura, assim me formei em 4 anos com as duas
habilitações.
Como foi a sua experiência na graduação?
A graduação, além do conhecimento de formação,
me proporcionou vivenciar diferentes situações que foram
fundamentais na escolha de qual caminho seguir após
formada. Eu iniciei a graduação em química com a certeza de
que a indústria na área de análise química seria meu destino
depois de concluí-la. Era algo decidido para mim. Porém, no
decorrer do curso várias oportunidades surgiram, fazendo
com que eu pudesse “vivenciar” um pouco de algumas
atribuições de um químico. No segundo ano consegui um
estágio em um laboratório de análise de águas e efluentes da
própria universidade, onde estagiei até me formar. Meu
pensamento foi mudando ao cursar as disciplinas da
licenciatura, atuar como monitora de Química Analítica e
desenvolver pesquisa como aluna de iniciação científica. A
partir dessas experiências, percebi que queria continuar na
área acadêmica, seguindo para o mestrado e doutorado. Não
posso deixar de comentar que a professora Sueli Pércio
Quináia (da área de analítica) me influenciou muito também
(não somente em ser professora, mas também pela área de
Analítica), pois desde a primeira aula que assisti “foi
inspiração à primeira vista” risos. Pensei: quero ser igual a ela,
profissional, ética, didática e humana!
Com certeza posso dizer que as dificuldades, conflitos,
dilemas, descobertas e aprendizados presentes na minha
graduação foram fundamentais para o meu amadurecimento
como pessoa e profissional.
Onde realizou o mestrado e o doutorado e como foi?
Realizei meu mestrado na mesma universidade que
me graduei, na Universidade Estadual do Centro-Oeste do
Paraná - Unicentro, na área de química analítica a qual me
identifiquei desde o segundo ano da graduação, sob a
orientação da professora Dra.Sueli Pércio Quináia. O período
do mestrado foi um momento um tanto quanto árduo. Eu entrei
na primeira seleção do Programa de Pós-Graduação da
Unicentro, e apesar de ter sido classificada para o
recebimento de uma bolsa da CAPES, esta somente “chegou”
na universidade quando eu já estava defendendo o mestrado.
Diante dessa situação, eu trabalhei durante todo o meu
mestrado. Eu lecionava em 2 escolas particulares do ensino
médio e também era professora substituta da Unicentro. O
trabalho de mestrado era realizado nos períodos em que não
lecionava e nos fins de semana. Mas eu não desanimei e
consegui defender o mestrado em menos de 2 anos.
Na Unicentro não tinha ainda um programa de pós-
graduação com doutorado, então baseada nas sugestões de
professores e também porque sou paulista, voltei para o
Estado de São Paulo. Entrei para o Programa de Pós-
Graduação em Química da Universidade Federal de São
Carlos alocando-me no Grupo de Análise Instrumental
Aplicada, sob a orientação do professor Dr. Joaquim de Araújo
Nóbrega. Continuei na área de Química Analítica, porém
mudei da subárea da Ambiental (mestrado) para a
Instrumental. Durante o doutoramento também realizei um
período de sanduíche na Universidad de Alicante, em San
Vicente del Raspeig, Espanha. Tanto o período no Brasil como
na Espanha foram de experiências enriquecidoras. O
doutorado me proporcionou a participação em eventos
científicos, a ampliação de contatos na sociedade de química,
troca de experiências e a vivência da ciência.
ENTREVISTAS
Profª. Catarinie Pereira
Para essa edição do Jornal
Momento Químico, convidamos a
professora Dra. Catarinie Diniz
Pereira que leciona as disciplinas
d e Q u í m i c a A n a l í t i c a
Experimental, Química Analítica
Instrumental, Química Ambiental,
Química Geral e Inorgânica
Escrito por:
Paula KrieckGraduanda em Licenciatura em Química
Franc ie le Kruczk iewicz é a
acadêmica entrevistada desta
edição. Aluna do curso de
Licenciatura em Química, ela é uma
das formandas desse semestre e
possui experiência na Química
Analítica Instrumental.
Por que escolheu a Química?
Desde pequena sempre fui muito curiosa, sempre
querendo saber como tudo funcionava. No Ensino
Fundamental me identifiquei com as disciplinas de
matemática, biologia e química. No Ensino Médio eu
estava indecisa sobre prestar vestibular para Química ou
Biologia; ou algo que envolvesse as duas áreas. Após
pesquisas, descobri a química como uma ciência
multidisciplinar, e enxerguei nesse curso a possibilidade
de interação com diversas áreas.
Qual a maior dificuldade encontrada em sua
profissão?
Como professora de química penso que as
dificuldades estão associadas ao processo de ensino-
aprendizagem e ao desenvolvimento de pesquisa
científica. Os problemas enfrentados pelos professores,
seja de Ensino Médio ou Superior, estão relacionados à
pouca valorização da educação e da ciência no sistema
educacional brasileiro. O professor nem sempre tem o
apoio necessário para desenvolver suas funções, mas é
sempre cobrado pelo sistema. Também acho importante
ressaltar que os problemas enfrentados na profissão não
são somente relacionados a fatores externos, cada
profissional deveria fazer reflexões buscando superar
obstáculos a partir de suas próprias ações.
Dica de metodologia utilizada em sala, aos alunos e
aos professores?
Não é algo exato, não tem uma receita para a
prática em sala de aula ser eficaz. O professor deve
descobrir e redescobrir em suas aulas as ferramentas e
estratégias que lhe proporcionam um bom resultado. Mas
vale lembrar que o repertório do professor é importante;
ou seja, durante o curso de licenciatura temos a
oportunidade de vivenciar algumas estratégias e
metodologias que poderão ser utilizadas de acordo com a
particularidade de cada turma.
Você é monitora de Química Analítica Instrumental. Como
você vê a ementa da disciplina de modo a contribuir para a
formação dos acadêmicos de Química?
A ementa de Química Analítica Instrumental é voltada
para o estudo dos métodos instrumentais utilizados para
resolver problemas de análises quantitativas e qualitativas em
Química. Ela é importante na formação de um profissional de
Química porque os métodos instrumentais são amplamente
utilizados em diversas áreas que vão desde a agricultura até a
astrofísica, por exemplo. Além disso, suas vantagens
permitiram que eles passassem a ser mais empregados do que
os métodos clássicos de análise, como gravimetria ou
volumetria.
Você participou do programa Ciências sem Fronteiras.
Qual foi a universidade que você estudou no exterior?
Quais disciplinas você cursou e como elas contribuíram
para sua formação em Química?
Escolhi a França para realizar meu intercâmbio e fui
alocada na Université d'Orléans. Tive a oportunidade de cursar
disciplinas relacionadas ao mestrado intitulado Energia e
Materiais e que eram direcionadas principalmente às áreas de
Química Analítica e Físico-Química. Havia disciplinas como
Química Analítica Aplicada ao Meio Ambiente e Catálise
Heterogênea. Optei por fazer as que não são oferecidas no
nosso curso com o objetivo de complementar a minha
formação.
Para você, qual é a importância do estudo da Química
Analítica em prol de melhorias para a sociedade?
A Química Analítica desenvolve melhorias para a
sociedade porque é útil em todos os campos das Ciências e da
Medicina. Ela é essencial, por exemplo, no controle de
qualidade dos produtos farmacêuticos e alimentícios; também
contribui na resolução de problemas relacionados ao meio
ambiente, como a determinação de poluentes e contaminantes
contidos em ambiente aquáticos, no solo ou na atmosfera; e
mesmo na área de perícias para identificar traços de venenos
ou explosivos.
Franciele K.
Escrito por:
Nadine InácioGraduanda em Licenciatura em Química
4
Para conferir as entrevistas completas, acesse nosso site:
https://jornalmomentoquimico.wordpress.com/
Escrito por:
Karoline TarnowskiGraduanda em Licenciatura em Química
ensando em um experimento que aborde conceitos de equilíbrio químico, acidez e chuva ácida no Ensino Médio? Maia, Gazotti, Canela e Siqueira publicaram em 2005 um artigo na revista Química Nova na Escola,
sobre o tema, intitulado Chuva Ácida: Um Experimento para Introduzir Conceitos de Equilíbrio Químico e Acidez no Ensino Médio.
E s t a a t i v i d a d e e x p e r i m e n t a l c o n s i s t e n a o b t e n ç ã o d o e q u i l í b r i o2 NO ⇌ N O e na reação de um dos gases com água para simulação da chuva ácida. Através desta aula, segundo os 2 2 4
autores, o aluno pode aprender conceitos qualitativos sobre equilíbrio químico, sobre acidez e também basicidade. Além disso, os estudantes podem conhecer também como se forma a chuva ácida, refletindo sobre um de seus constituintes, o ácido nítrico ( ). Neste sentido, pode-se discutir os impactos que decorrem deste fenômeno, observado mais frequentemente nas grandes cidades industriais, em especial o de deterioração de monumentos de mármore e o de acidificação de rios/lagos.
HNO3
Equilíbrio Químico em Experimento
5
P
Esquema do equilíbrio 2 NO ⇌ N O e formação da chuva ácida. (MAIA, 2005) 2 2 4
Interessou-se? http://goo.gl/cDgXTiPara ler o artigo na íntegra, acesse e confira:
Autor: Biratan (2009).
Autor: Wilmarx (2009).
Um experimento bem conhecido desta época, foi o
aquecimento da urina, que contém ureia e fósforo
em sua composição, sendo que ao aquecê-la a ureia
é liberada em forma de gás, deixando apenas um
sólido branco. Este sólido ao ser queimado libera
muita luz e calor. Porém Hennig Brand (1630 — 1710)
não conseguiu produzir ouro a partir de urina, que fez
este experimento justamente por sua coloração, mesmo
não conseguindo achar o desejado metal dourado, ao
menos Brand isolou pela primeira vez um composto de
fósforo.
2
A análise superficial sobre os materiais já era considerada como uma análise química, pois ainda para
Curtius (1982, p.134) médicos antigos se preocupavam com o exame da água e comparavam o tempo de fervura
e os resíduos que sobravam da destilação para determinar sua pureza.
A balança é tão antiga que sua invenção era atribuída aos deuses. Por uma necessidade comercial, a
pureza do ouro e da prata, já na Antiguidade, era controlada, pesando-se o metal antes e depois de um tratamento
térmico (CURTIUS, 1982, p.134).
A química analítica é o centro de várias outras áreas da ciência, pois aborda todos os tipos de
aspectos em suas análises, desde a indústria até a medicina, sendo
aplicada em várias situações do cotidiano, em que podemos citar os
seguintes exemplos:
Em amostras de sangue são analisadas a
concentração de oxigênio e dióxido de carbono, para
diagnosticar doenças e seus tratamentos;
A descarga de gases feita pelos veículos que
liberam hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e
monóxido de carbono são determinadas para avaliar a
eficiência dos dispositivos de controle de poluição do
ar;
A quantidade de cálcio iônico no soro
sanguíneo é analisada para o diagnóstico de problemas
na tireóide;
A determinação nutricional e proteica de um alimento
é feita a partir da quantidade de nitrogênio em alimentos;
Ao analisar a composição do aço durante sua produção
pode-se determinar a quantidade específica de cada elemento que compõe a liga, podendo assim ajustar essas
quantidades para alterar a dureza, resistência à corrosão e flexibilidade;
O teor de mercaptanas¹ em gases de cozinha garante o odor ruim, alertando quando ocorre
vazamento de gás, justamente pelo gás de cozinha ser inodoro (SKOOG, 2010, p.2).
Para ler o texto completo e suas referências acesse nosso site!https://jornalmomentoquimico.wordpress.com/
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¹ - Mercaptanas são compostos de fórmula R-SH, onde R é um radical orgânico.
Desse modo, observa-se que a Química Analítica desempenha um importante papel no estudo dos processos que formam a chuva ácida, além de mensurar as quantidades dos gases poluentes que podem formá-la, como, por exemplo, os óxidos de nitrogênio, enxofre e carbono. Desse modo, esta área da Química pode ser utilizada como instrumento que evita prejuízos para a biota aquática, que são muito consideráveis, e também as perdas de caráter financeiro.
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