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EDUCAÇÃO CATÓLICA EM GOIÁS (GO): IRMÃS DOMINICANAS E A INSTRUÇÃO
DE MENINAS NO COLÉGIO SANT´ANNA.
Kênia Guimarães Furquim Camargoi
Keniafurquim2@hotmail.com
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Ademilson Batista Paesii
abpaesbr@yahoo.com.br
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Educação Católica. Irmãs Dominicanas. Instituições Escolares.
INTRODUÇÃO
Segundo os apontamentos de Perrot (2005, p. 14), “É o olhar que faz a história. No coração
de qualquer relato histórico, há a vontade de saber. No que se refere às mulheres, esta vontade foi
por muito tempo inexistente”. Assim, é perceptível, nos documentos pesquisados, a falta de
importância dada ao espaço feminino no cenário brasileiro como no goiano, como salienta
Palacín (2001), as mulheres ocuparam espaço diminuto na sociedade goiana, assim como também
na educação feminina no século XIX. Pesquisar a instrução católica oferecida no Colégio
Sant‟Anna é conferir à mulher visibilidade e historicidade e, ao buscar vestígios, reconstruir a
trajetória da atuação das Irmãs Dominicanas na então província de Goiás. Consideram-se as
observações de Prost (2008) e seu destaque ao afirmar que a história é conhecida pelos vestígios.
Ela se faz pelas questões elaboradas pelo historiador, por meio das análises das fontes, ou seja, os
“[...] vestígios são os documentos, e o método histórico consiste em analisá-los para determinar
os fatos antigos dos quais esses documentos são os vestígios”[...] (PROST, 2008, p. 66).
Nesse percurso, procuramos reconstruir o passado do Colégio Sant‟Anna, por meio dos
vestígios. Dessa forma, os arquivos escolares têm chamado cada vez mais atenção dos
historiadores da educação brasileira assim como no caso da educação feminina católica, ofertada
pelas irmãs dominicanas francesas, na cidade de Goiás, antiga capital do estado (GO).
Portanto, as fontes possibilitam que a escrita da história seja a representação do que
aconteceu. Conforme Veyne (1998, p.18), a história “[...] é em essência conhecimento por meio
de documentos [...]”, sendo assim, “[...] a narração histórica situa-se para além de todos os
documentos, já que nenhum deles pode ser o próprio evento”.
Como muito bem salienta Ginzburg (1989), o pesquisador deve estar atento aos pequenos
indícios, pois as mínimas pistas podem revelar fenômenos gerais, como indícios que suscitam
uma visão de mundo de uma classe social, de uma sociedade, enfim, de um tempo. Além de
investigar minuciosamente os documentos primários, como livros atas, livros de matrículas, de
exames, cartas e fotografias, do colégio em apreço, devemos capturar fragmentos recolhidos nas
fontes trabalhadas e montar uma interpretação possível dessa educação católica feminina
oferecida pelas irmãs Dominicanas no Colégio Sant‟Anna. Trata-se de um trabalho árduo, mas ao
mesmo tempo prazeroso e entusiasmante quando nos deparamos com um achado. De acordo com
Pesavento, (2005, p. 43), o pesquisador tem como papel “Ir além de tomar o documento como
„dados‟ procurar compreender a significação da escrita, nas entrelinhas, nas subjetividades dos
documentos. Procurar atingir as sensibilidades de um outro tempo e de um outro no tempo”.
Os arquivos escolares nos últimos anos têm ganhado grande visibilidade por parte de
pesquisadores da História da Educação, por oferecerem importantes contribuições para a
organização e a construção da história e da memória da educação. A esse respeito, Vidal aponta:
[...] Relatos de experiências de organização de acervos institucionais, narrativas
sobre as potencialidades da documentação escolar para a percepção da cultura
escolar pretérita (e presente), publicação de inventários e guias de arquivo,
elaboração de manuais e reprodução de documentos (digitados ou digitalizados)
vêm mobilizando investigadores da área, renovando as práticas da pesquisa e
suscitando o uso de um novo arsenal teórico metodológico.(VIDAL, 2005a, p.
71).
Assim, podemos perceber a importância dos arquivos escolares para as pesquisas em
História da Educação, bem como a preservação e a documentação nestes depositadas. Vale
ressaltar ainda que as pesquisas em História da Educação se desenvolveram, no Brasil, a partir
das novas correntes historiográficas, especialmente pela Nova História Cultural a partir dos anos
de 1990. Nesse contexto, é que assuntos como cultura escolar, formação de professores, livros
didáticos, disciplinas escolares, currículo, práticas educativas, questões de gênero, infância, e as
instituições escolares surgem como temas de estudos (NOSELLA; BUFFA, 2008). Assim,
passaram a considerar a materialidade e finalidade das instituições escolares, tendo em vista
vários aspectos, tais como:
[...] o contexto histórico e as circunstâncias específicas da criação e da instalação
da escola; seu processo evolutivo: origens, apogeu e situação atual; a vida da
escola; o edifício escolar: organização do espaço, estilo, acabamento,
implantação, reformas e eventuais descaracterizações; os alunos: origem social,
destino profissional e suas organizações; os professores e administradores:
origem, formação, atuação e organização; os saberes: currículo, disciplinas,
livros didáticos, métodos e instrumentos de ensino; as normas disciplinares:
regimentos, organização do poder, burocracia, prêmios e castigos; os eventos:
festas, exposições, desfiles. (NOSELLA; BUFFA, 2008, p.16).
Dessa maneira, com A Nova História Cultural passaram a buscar investigar a
historiografia das instituições de ensino com novos olhares, visando:
[...] penetrar a caixa preta escolar, apanhando-lhe os dispositivos de organização
e o cotidiano de suas práticas; por em cena a perspectiva dos agentes
educacionais; incorporar categorias de análise – como gênero –, e recortar temas
– como profissão docente, formação de professores, currículos e práticas de
leitura e escrita –, são alguns dos novos interesses que determinam tal
reconfiguração. (CARVALHO, 1998, p.32).
Para a composição do presente texto, foram levantados depoimentos (HO) no sentido de
elucidar outros olhares a partir de sujeitos que passaram pelos bancos do Colégio Sant‟Anna,
fundado em 1889, na cidade de Goiás, dirigido pelas Irmãs francesas, pois vale ressaltar que, “[...]
lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje. [...] O
passado não sobrevive „tal como foi‟, porque o tempo transforma as pessoas em suas percepções,
ideias, juízos de realidade e de valor.” (FREITAS, 2002, p. 66-67).
Nessa perspectiva, busca-se analisar a vinda das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do
Rosário de Monteils para o Brasil, seus marcos históricos, assim como a atuação dessas religiosas
junto à infância, suas práticas e saberes transmitidos no Colégio Sant‟Anna na Cidade de Goiás,
antiga capital do estado.
Dominicanas em terras brasileiras e goianas
A origem da Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Santíssimo
Rosário de Monteils, remonta ao longínquo século XII, na pessoa de Domingos de Gusmão
(nascido na Espanha, em 1170) que deu origem à Ordem dos Pregadores (OP), como salienta
Santos:
[...] Domingos de Gusmão com seu Projeto de Evangelização, um projeto
essencialmente apostólico e missionário: a fundação em 1216 da Ordem dos
Frades Pregadores, cujo objetivo principal era a pregação do Evangelho no novo
mundo nascente. (SANTOS, 1996, p. 9)
Em meados do século XIX, mais precisamente no vilarejo de Bor (França), o Padre
Gavalda passou a exercer a atividade de catequista-educador, em função de estar preocupado com
a situação das pessoas que ali frequentavam sua paróquia, sendo a maioria composta por
analfabetas, buscando vencer um duplo desafio: sanar o problema do analfabetismo e catequizar
seus paroquianos. Dessa forma, abriu duas escolas: uma para meninos e outra para meninas,
convidando algumas jovens para desenvolver esse projeto e, dentre elas, as sobrinhas, Virginie
Gavalda e Alexandrine Conduché que mais tarde viria a ser a Madre Anastasie, como salienta
Borges:
[...] a jovem Alexandrine Conduché (Madre Anastasie, mais tarde), secundada
por seu tio padre, vigário de Bor, levou avante o projeto de fundar uma
Congregação, que se dedicasse ao ensino, que se ocupasse com zelo e amor
dessas crianças tão carentes (...). inserida, em 1875, na Secular Ordem de São
Domingos pelas mãos veneráveis do Padre Cormier, então Prior em Tolosa, a
planta se revigorou, se expandiu, se aprimorou. As fundações se multiplicaram,
então, nos lugarejos desprovidos de escola, e as crianças acorriam numerosas
para desfrutar da dedicação e do amor sem limites daquelas humildes Religiosas.
(BORGES, 1986, p. 33)
Em 1850 nasce a Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de
Monteils, numa rara junção de apostolado e educação fundada pela Irmã Anastasie que passa a
ser a coluna mestra da Congregação, sendo que a educação não era o único objetivo da instituição,
mas também objetivava o cuidado de enfermos, daí o carisma estar sedimentado em dois eixos: a
educação de crianças e jovens e o cuidado da saúde.
Devido às várias mudanças ocorridas no campo social, político e econômico na França no
findar do século XIX, explica-se a vinda das religiosas da Ordem de São Domingos para o Brasil,
através do projeto de expansão dos núcleos religiosos, aconselhados pelo Papa Pio X, e também
com o intuito de fugir das perseguições do Estado contra as casas religiosas.
Numa ação missionária, Padre Cormier dominicano e francês e mais seis “irmãs de Bor”,
vieram para o Brasil, tanto com o objetivo de abrirem, em outros locais, Casas da Congregação
como para fugir das perseguições laicizantes, pois, no campo religioso, o momento era de
instabilidade, após a crise entre Igreja e Estado, conforme aponta Manoel:
[...] Na Europa, França e Itália notadamente, as lutas burguesas implicaram a
perseguição anticlerical e o afastamento da Igreja de todos os centros de decisão,
inclusive do sistema público de ensino. As reformas de Jules Ferry, na Terceira
República, foram decisivas para a consolidação do laicismo educacional e
neutralidade religiosa na França (MANOEL, 1996, p.17)
Assim, Padre Comier também com seu ardor missionário em descobrir novas fronteiras e
novos desafios como exercer o ministério apostólico, apresenta um projeto à Madre Dosithée,
Superiora Geral da Congregação das Irmãs Dominicanas (francesas) de Monteils de fundar, no
Brasil, casas dessas religiosas, associadas aos Frades Dominicanos de Tolosa - que desde 1880 já
estavam no país - e edificarem missões na Diocese de Goiásiii
.
Os frades dominicanos solicitaram juntamente com o Bispo de Goiás D. Cláudio Ponce de
Leão, auxílio às Irmãs Dominicanas para projeto missionário em terras brasileiras. Diante de
tantos motivos, as Irmãs Dominicanas francesas vieram para o Brasil, como Melo assinala:
[...] No dia 15 de junho de 1885, as seis missionárias chegaram em Uberaba e
foram recepcionadas à moda da época, com banda de música, discursos, estourar
de foguetes, etc. O Bispo D. Cláudio Ponce de Leão veio de Goiás, à cavalo,
numa viagem que durou vinte dias. E, juntamente com o povo, fizeram a
acolhida às precursoras da educação em Uberaba (MELO, 2002, p.44).
As religiosas escolhidas para fundarem casas em terras brasileiras foram: Madre Maria
José, designada para presidir os trabalhos da fundação e suas companheiras Irmã Maria Otávia,
Irmã Maria Eleonora, Irmã Maria Hildegarda, Irmã Maria Juliana e Irmã Maria Reginalda.
Inicialmente, de maneira bem tímida em 1885, as Irmãs Dominicanas fundaram, em Uberaba, o
Colégio Nossa Senhora das Dores, tendo duas alunas internas e quatro externas, conforme pontua
Melo “A Congregação das Irmãs Dominicanas foi pioneira quanto à implantação de colégios no
interior do triângulo mineiro”, porém bastou um ano para o Colégio atrair centenas de alunas,
cuja maioria provinha de classes sociais economicamente privilegiadas. ( MELO, 2002, p. 45)
No findar do século XIX, por meio de D. Cláudio Ponce de Leão, uma segunda remessa
de religiosas embarcaram em Bor (França) com destino ao Brasil, chegando a terras brasileiras
(Uberaba) em junho de 1889, onde permaneceram alguns meses para descansarem da viagem e
estudarem a língua portuguesa e, em 3 de setembro de 1889 chegaram à Cidade de Goiás, na
época, capital do estado com o intuito de fundar o Colégio Sant‟Anna.
As Irmãs Dominicanas, dedicadas à saúde e à educação, algum tempo depois de fundarem
o colégio, foram requisitadas para dirigirem o orfanato, o asilo e o hospital da cidade. Em 1909,
fundaram, na Cidade de Goiás, o Asilo São Vicente de Paulo, construído pelos Vicentinos,
destinado a abrigar deficientes mentais, além de anciãos abandonados. O asilo, cuja direção foi
confiada às Irmãs Dominicanas, era mantido por meio de recursos angariados pelas religiosas,
junto à população local.
Dessa maneira, com verbas e doações particulares elas puderam, com o passar do tempo,
aumentar, melhorar e modernizar o prédio e suas instalações. Mais uma instituição, em 1913, foi
destinada aos cuidados das Irmãs Dominicanas, no caso o Hospital de Caridade São Pedro, a
pedido do presidente e membros da junta administrativa do hospital em apreço. A título de
ilustração citamos:
[...] Tendo V.Ex.ª, na qualidade de procuradora da Madre Superiora Geral da
Ordem, se obrigado pelo contrato que firmou a fazer com que as duas irmãs aqui
estivessem a 12 de novembro do ano p.p. e já tendo a Junta dado todas as
providencias no sentido de recebê-las no estabelecimento, do acordo com as
obrigações contratadas, inclusive a entrega de um conto de reis para pagamento
da metade do transporte das mesmas da França, até esta capital. Apresentamos a
V.Exª. as homenagens do nosso respeito e subida consideração. (CARTA,
21/01/1913).iv
Como pudemos verificar, a missão das Irmãs Dominicanas era anunciar, em toda parte, o
evangelho pela palavra e pelo exemplo, considerando a situação dos homens, seja na educação ou
locais relacionados à saúde. Mais tarde, em 1924, as religiosas, Madre Helena e Irmã Maria
Ambrosina, fundaram o Orfanato São José, mais uma casa destinada aos cuidados das
Dominicanas de Monteils na Cidade de Goiás.
Dominicanas e infância no Colégio Sant’Anna
Ao chegarem à cidade de Goiás, em 03 de setembro de 1889, as Irmãs fundadoras do
Colégio Sant‟Ánna foram recebidas, pela comunidade católica, em ambiente festivo com bandas
de música e fogos de artifício, realizando passeata até a Praça da Boa Morte, atualmente Museu
Sacro, onde, após todos os festejos, finalizaram com o canto “TE DEUM”.
Para que Dom Cláudio Ponce de Leão conseguisse trazer as irmãs francesas para Goiás,
teve que assinar um contrato de onze cláusulas a pedido do Bispo de Rodez, da França, o superior
das irmãs e como exigência o artigo primeiro dizia: “O colégio será dirigido e administrado pelas
religiosas dominicanas de Bor e compreenderá a educação das jovens ricas, pobres, filhas de
escravos e ainda, visita aos doentes em domicilio”.v Quanto ao empenho de Dom Cláudio Ponce
de Leão, vale destacar a seguinte nota publicada em um periódico da época:
[...] O bem immenso que este Collegio faz em Goyaz, é impossível de se
aquilatar. Só cuidando da educação dos meninos, Goyaz esquecia de modo
lamentável a educação das meninas. Goyaz esquecia de modo lamentável a
educação e a instrução da mola real de uma casa... a mãe de família. Para por
fim a esse mal, o Exmº. Rvmº. Sr. Dom Cláudio não descansou enquanto não
conseguiu estabelecer aqui um Collegio dirigio por oito irmãs da Ordem
Terceira de São Domingos [...]. (ESTADO DE GOYAZ, n.10, 1891)vi
Segundo Bretas (1991), as religiosas fundadoras do Colégio Sant‟Anna foram oito irmãs
francesas, três das quais já haviam morado em Uberaba (MG), podemos citar: Ir. Otávia, que
ocupou o cargo de superiora, Ir. Estefânea, Ir. Catarina, Ir. Antonieta, Ir. Isabel, Ir. Verônica e Ir.
Rosa Santana. Um fato que não pode deixar de ser mencionado é que, para que acontecesse a
fundação do Colégio Sant‟Anna, Ir. Otávia contou com a ajuda de algumas das damas da
sociedade local, levantando fundos para as primeiras manutenções do colégio, pois, naquele
momento, as mulheres seriam as mais beneficiadas com a educação feminina oferecida pelas
religiosas, já que o colégio tinha como incumbência ser uma escola para meninas.
O Colégio Sant‟Anna trata-se da primeira instituição de ensino confessional católico no
estado de Goiás, sendo a segunda casa de missão no Brasil e sua fundação faz parte de um
aspecto novo da cultura educacional brasileira no final do século XIX, preocupando-se com a
educação das mulheres. Sendo criado para funcionar como internato e externato, desde o
princípio tinha seus objetivos e proposta pedagógica bem definida.
O estatuto, transcrito em seguida, apresenta seus objetivos, o ensino oferecido e as normas
do estabelecimento, a partir de 1907:
[...] O Colégio Sant‟Anna, fundado em 1889, é dirigido pelas Irmãs
Dominicanas, desde sua fundação, tem tido, como fim principal, a formação de
boas mães de família, instruídas e educadas nos princípios da Santa Religião. A
Congregação das irmãs Dominicanas é administrada pela Superiora Geral. A
direção local do Colégio de Sant‟Anna é constituída pela diretora, vice-diretora,
tesoureira e secretária. O ensino do estabelecimento abrange vários cursos: um
curso primário de quatro anos, um curso complementar de dois anos e um curso
normal de quatro anos. Todos estes cursos estão organizados de perfeita
conformidade com os programas oficiais e contendo, a mais, a instrução
religiosa, obrigatória em todos os cursos. Quanto a disciplina, o sistema
pedagógico educativo é o preventivo. As colegiais estão constantemente sob
olhar vigilante das professoras que, como mães amorosas, procuram tornar-lhes
a vida colegial mais branda e amena possível. (CORREIO OFICIAL, 1907, p.
8)vii
O Colégio, no início, funcionou na casa em que o Bispo D. Cláudio Ponce de Leão cedera
às religiosas. Era pequena, mas muito agradável e que aos poucos foi sendo reformada e ampliada
conforme a necessidade e procura pela educação ali ofertada, chegando, posteriormente, ao belo
prédio que ainda hoje abriga o estabelecimento, localizado na Praça do Chafariz. No primeiro dia
de aula do Colégio Sant‟Anna, apareceram cinco moças que desejavam ser alunas internas e uma
centena de externas e bastaram dois anos para as matrículas chegarem a 150 meninas.
Ali se ofertou uma educação refinada, permeada de valores religiosos, sensibilidades,
imagens e gestos cuidadosamente construídos, que traçavam os contornos da moça de família
bem preparada para assumir sua função social de esposa prendada e mãe cuidadosa com a
educação dos filhos. Naqueles tempos, a educação popular praticamente não existia, a instrução
de meninas estava circunscrita ao conhecimento das primeiras letras, como se destaca:
[...] Quando alguns pais mais esclarecidos entendiam que suas filhas deveriam
aprender a ler e escrever, isso acontecia dentro dos lares, e aquilo que lhes
ensinavam era muito diferente do que era oferecido aos meninos. A ida das
jovens ao convento ou recolhimentos significava aprender a bordar, coser, fazer
doces, ler escrever e contar; um pouco de latim, música e história sagrada. Uma
educação que visava, sobretudo, preparar as jovens para o casamento em idade
de extrema juventude. (ALMEIDA, 2004, p. 66)
Em Goiás, a educação não aconteceu de maneira diferente das demais localidades do
Brasil, como aponta Almeida (2004) as meninas sejam em casa, nos colégios católicos, nas
escolas protestantes ou até mesmo nas instituições públicas eram preparadas para a missão
materna e exímias esposas e donas do lar, como podemos verificar em um anúncio no Almanach
Uberabense de 1903: “[...] Assim, pois, este Collegio contribue poderosamente para o nosso
adeantamento intellectual e moral, e obrigação temos de recomendal-o instantemente aos Paes e
mães de família do Triangulo Mineiro e do Estado de Goyaz [...]”viii
A fundação do Colégio, como já foi mencionada anteriormente, fez parte de um aspecto
novo da cultura educacional brasileira no final do século XIX, preocupando-se com a educação
das mulheres. Uma educação apoiada em um tripé em que a educação feminina deveria ser
baseada na polidez, na obediência e na caridade, que “era o verdadeiro destino da jovem cristã,
seu dever, sua missão, depois de completada a educação” (GUIDO, 1992, p. 64). Na instituição,
instruíam-se e educavam-se suas alunas de acordo com os princípios religiosos católicos,
ofertando uma educação refinada, para que as alunas pudessem se tornar jovens cultas, polidas e
sociáveis, preparadas para assumirem sua função social.
Por essa razão, o papel da escola era suscitar, nas educandas, qualidades essenciais à
mulher, ter uma postura cultural digna perante o lugar social que ocupa ou que ocuparia na
sociedade.
As práticas no Colégio Sant’Anna
A Pedagogia das Irmãs Dominicanas no Colégio Sant‟Anna, desde sua fundação em 1889,
em todos os níveis de ensino, baseava-se principalmente na cultura humanística no que diz
respeito às aulas de artes manuais, de música, de desenho, de pintura, além é claro, do ensino das
demais disciplinas como podemos verificar no quadro abaixo:
DISCIPLINAS OFERECIDAS NO COLÉGIO SANT’ANNA
Ensino Primário Ensino Ginasial Curso Normal
Catecismo Português Psicologia
Português Latim Prática de Ensino
Aritmética Francês Higiene e Puericultura
Geografia Matemática Português
História do Brasil História do Brasil Francês
Trabalhos Manuais Geografia Ciências
Desenho Desenho Matemática
Caligrafia Trabalhos Manuais Canto
Educação Física Canto História
Ciências Economia Doméstica Religião
Canto Religião Geografia
Quadro elaborado pela autora. Fonte: Livro de Atas.
O currículo escolar dos colégios confessionais, em particular do Colégio Sant‟Anna, se
estruturava conforme os desejos das famílias que ali matriculavam suas filhas, pois a sociedade
da época primava por uma educação refinada, permeada de valores morais e religiosos, ou seja,
preocupava-se em transmitir conhecimentos capazes de educar a juventude feminina para
atuarem, tanto dentro do ambiente escolar, como no doméstico, a fim de que as alunas fossem
bem preparadas para a futura missão de uma boa esposa e mãe exemplar. A educação no Colégio
Sant‟Anna destacou-se por se tratar de importante meio em que a renovação da presença católica
poderia atuar. A busca por colégios confessionais, principalmente, pelas famílias mais ricas,
demonstrava o grande interesse que possuía pela continuidade dos valores transmitidos pela
Igreja.
Segundo Louro (1997, p. 447), a ideia de escolarização das mulheres aparece na primeira
Lei de Instrução Pública, em 1827, associada à função educadora dos filhos. No entanto,
historicamente, as mulheres tiveram sempre mais dificuldade de acesso à escolaridade:
[...] As mulheres carecem mais de instrução, porquanto são elas que dão a
primeira educação aos seus filhos. São elas que fazem os homens bons ou maus;
são as origens das grandes desordens, como dos grandes bens; os homens
moldam a sua conduta aos sentimentos delas (LOURO, 1997, p. 443-481)
Essa era uma visão utilitarista da educação feminina, em que a profissionalização e a
carreira não estavam no primeiro plano, mas sim uma adequação das exigências dos novos
tempos, futuras mães e donas de casa treinadas para exercerem suas funções naturais e morais.
Cabe ressaltar que as práticas pedagógicas das irmãs francesas em apreço, não significava
somente instruir para assumir as funções sociais, mas sim, uma formação completa, conforme
está explicitado no relato abaixo:
[...] No Colégio Sant‟Anna as irmãs nos ensinava o francês, os trabalhos
manuais onde tínhamos que aprender a manusear agulhas para fazer os bordados,
os crochês, e nas aulas de prendas domésticas, aprendíamos como se deveria
cortar e comer uma fruta, sentar à mesa, manusear os talheres e também nos
ensinava como se deveria comportar na rua [...] (JARDIM, 2013).
Assim, podemos perceber que a família depositava na escola a responsabilidade de que
esta era responsável pela boa formação das alunas que ali estudavam. A partir da análise de
alguns documentos do colégio e relatos de ex-alunas, podemos observar que os processos de
formação são permeados por intencionalidades no que diz respeito ao modelo de aluna que se
desejava formar naquela época. Estudar o currículo de um estabelecimento escolar é buscar
compreender como os conteúdos são trabalhados e os conhecimentos que são construídos no
quotidiano escolar, é analisar quais conteúdos ali são priorizados e assim questionar quais são as
atitudes e valores de maior relevância na rotina escolar. Por meio de suas práticas, a escola teve
como função, ao mesmo tempo em que legitimava determinada situação, a formação de mentes
que deveriam estar de acordo com os discursos de uma minoria dominante:
[...] é por meio do currículo, concebido como elemento discursivo da política
educacional, que os diferentes grupos sociais, especialmente os dominantes,
expressam sua visão de mundo, seu projeto social, sua „verdade‟. (SILVA, 2001,
p. 10)
O currículo do Colégio Sant‟Anna deveria garantir o alcance dos objetivos educacionais
da época de acordo com os conteúdos ensinados. Não fugindo da proposta pedagógica das Irmãs
Dominicanas, que tinha como principal meta uma educação baseada em valores morais e
religiosos para a formação da juventude. Certamente os pais procuravam este modelo de
educação por apresentar várias vantagens, pois além de permitir a instrução da filha ao mesmo
tempo aperfeiçoava seus conhecimentos e hábitos religiosos, evitando correr qualquer risco
quanto à sua integridade física e moral, além de propagarem a importância da religião dentro de
seus lares.
Conforme já mencionado, o princípio da Congregação das Dominicanas tinha como
alicerce uma educação religiosa integral em que a doutrina religiosa e os valores morais
caminhariam juntos, vinculados à rigorosa disciplina e ordem. Assim como, relata Dona
Olimpinha de como era a rotina das aulas no Colégio Sant‟Anna:
[...] Lembro que tínhamos aula de catecismo todos os dias, na chegada e na saída
das aulas as alunas em fila acompanhadas pelas irmãs íamos à Capela rezar,
rezamos um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria”, tenho em minhas lembranças
como a Capela era linda! No mês de maio, após o recreio rezávamos dez “Ave
Maria” e 10 “Pai Nosso” em oferecimento a Nossa Senhora, nos outros meses,
somente uma “Ave Maria”, depois cada um ia para sua sala. (BASTOS, 2013)
As Irmãs do Colégio Sant‟Anna tinham como objetivo moldar o caráter de suas jovens,
através dos princípios sublimes da fé católica, desta forma as alunas, através das orientações
recebidas pelas religiosas deveriam ter um tempo reservado à vida espiritual.
Percebemos que a religiosidade governava todas as atividades diárias da instituição, revelando-
nos que possuía um cotidiano muito rigoroso.
A fim de ilustração, observemos o relato de outra ex-aluna do Colégio, “As aulas de
religião eram bem ortodoxas, Deus me livre, não se podia fazer nada naquele colégio, tudo era
pecado” (BASTOS, 2013). Em colégios católicos, assim como na instituição em apreço, todas as
atitudes das alunas eram controladas, o silêncio constante nos corredores, o respeito à hierarquia,
o cumprimento de horários como também as regras de conduta, o autoritarismo, essas são as
características necessárias num ambiente de conformação e aceitação dentro de uma sociedade.
Dessa forma, por meio da disciplina, acreditava-se que a moral familiar fosse preservada e as
paixões do corpo fossem controladas, como pondera Foucault:
[...] A disciplina é uma técnica de poder que implica uma vigilância perpétua e
constante dos indivíduos. Não basta olhá-los às vezes ou ver se o que fizeram é
conforme a regra. É preciso vigiá-los durante todo o tempo da atividade e
submetê-los a uma perpétua pirâmide de olhares. (FOUCAULT, 1984, p. 106)
As irmãs ofereciam tratamento diferenciado às alunas, as internas que moravam na
instituição eram mais vigiadas, as religiosas se preocupavam mais com elas, já que as famílias
depositavam todas as suas confianças naquela instituição de ensino. Portanto, as alunas internas
recebiam um tratamento mais rigoroso, como bem salienta (FOUCAULT, 1977, p. 130), “A
disciplina exige a cerca, a especificação de um local heterogêneo a todos os outros e fechado em
si mesmo.” Todo esse cuidado das religiosas era para evitar que as alunas internas tivessem
algum contato com o mundo exterior, pois a disciplina da juventude feminina que frequentava o
Colégio Sant‟Anna era considerada muito importante pela sociedade, pois as mesmas deveriam
agir com prudência e recato. Vale ressaltar que outra particularidade da instituição era a grande
quantidade de avaliações às quais as alunas eram submetidas. Em palavras de Foucault:
[...] O exame é a vigilância permanente, classificatória, que permite distribuir os
indivíduos, julgá-los, medi-los, localizá-los e, por conseguinte, utilizá-los ao
máximo. Através do exame, a individualidade torna-se um elemento pertinente
para o exercício do poder. (FOUCAULT, p. 107)
Podemos constatar, ao analisar os Livros de Atas de Exames, tanto do curso primário,
quanto do curso ginasial e curso normal que as avaliações compreendiam provas orais e escritas,
depois as notas eram somadas e divididas por dois, assim obtinha-se a nota de todas as disciplinas
estudadas. Observe relato de Dona Ritinha:
[...] Lembro que tínhamos muitos exames, não falávamos provas e sim exames,
tínhamos o exame escrito que era passado no quadro, então copiávamos no
caderno, respondíamos e as irmãs corrigiam e davam as notas. O exame oral
acontecia da seguinte forma: sorteava algum tema e as alunas tinham que falar
sobre determinado tema ou respondia tal questão, tínhamos que ter o „ponto‟ na
ponta da língua. Tinha exame oral todo dia, e como era por sorteio tínhamos que
estar sempre estudando. (JARDIM, 2013)
Cabe salientar que os conteúdos trabalhados deveriam ser bem aprendidos pelas alunas, o
que deveria ser refletido através de notas obtidas nos exames, assim fica perceptível que as
religiosas utilizavam o processo avaliativo como instrumento de poder que pressionava as alunas
a se enquadrarem aos moldes estabelecidos pela instituição de ensino, conforme:
[...] Cada tempo histórico é marcado por uma proposta educacional. Durante o
início do século XX, a educação não era um dos principais assuntos de interesse
dos organismos governamentais, e nessa lacuna as instituições católicas se
fixaram como importantes meios de educação de uma camada mais rica da
sociedade. (RESENDE, 2006, p. 88).
Assim, as instituições católicas ofereceriam a formação de novas gerações educadas
perante o controle e a vigilância dos religiosos, interessados na restauração da religião e na
preservação dos valores morais e religiosos.
O ensino confessional católico, oferecido pelas irmãs dominicanas, em nosso país, abriu
caminhos e deixou suas marcas que mostram a direção para uma educação que contribuiu,
decisivamente, para a educação feminina do estado de Goiás e demais localidades onde se
instalaram. O Colégio Sant‟Anna, desde sua fundação, merece destaque, por ter se tornado, ao
longo dos anos, em um importante espaço para a difusão da educação, e ao educar suas alunas,
formaram moças dentro dos moldes requisitados pela Igreja e pela família, já que, mais do que
uma educação moral, foi capaz de formar dedicadas mães e com o Curso Normal formar
competentes professoras.
Considerações Finais
Percebemos, então, que a intencionalidade de promover a educação feminina, no contexto
do Colégio Sant‟Anna, era condizente com os anseios da sociedade patriarcal da época e que
objetivava a preparação as alunas (crianças e jovens) para serem esposas e mães exemplares
como também despertar, nas educandas, a vocação para a vida religiosa. Assim, pensava-se que,
ao instruir essas jovens, favoreceriam a fé católica, uma vez que elas mesmas recebiam formação
de doutrina e fé católica, que posteriormente seriam repassados no interior da estrutura familiar.
Podemos destacar ainda, que apesar dos meios pedagógicos, muitas vezes coercitivos, da
constante vigilância, a educação no Colégio Sant‟Anna se destacou no cenário goiano, tendo
função relevante no sentido de proporcionar às alunas uma formação completa e válida para as
vivências fora do estabelecimento escolar.
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feminização do Magistério ao longo do século XX. SAVIANI, Dermeval. O legado educacional
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BASTOS, Olímpia de Azeredo. Entrevista concedida à autora. Goiás, 2013.
JARDIM, Ritinha da Veiga. Entrevista concedida à autora. Goiás, 2013.
i Acadêmica do curso de Mestrado em Educação, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Historiografia da Educação Brasileira (GEPHEB). E-mail: keniafurquim2@hotmail.com ii Docente (graduação e pós-graduação) e pesquisador da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS),
Unidade Universitária de Paranaíba. Líder do GEPHEB. E-mail: abpaesbr@yahoo.com.br
iii Nesta época, a Diocese de Goiás compreendia os atuais estados de Goiás e Tocantins e mais uma parte do atual
estado de Minas Gerais, conhecida como Triângulo Mineiro. iv Carta manuscrita pelo Presidente da junta administrativa do Hospital de Caridade São Pedro. (Acervo do Colégio
Sant’Anna). v Documento pertencente ao acervo do Arquivo do Museu das Bandeiras da Cidade de Goiás.
vi Periódico, Estado de Goyaz, n.10, 1891. (Arquivo – FECIGO: Fundação Educacional da Cidade de Goiás – Casa Frei
Simão Dorvi. vii
Acervo do Colégio Sant’Anna. viii
Almanach Uberabense, 1903 p. 164-165 apud ARAÚJO, Roberta Maira de Melo. O ensino de Arte na educação feminina no Colégio Nossa Senhora das Dores (1885-1973). São Paulo, (Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo), 2004.
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