governança local e redes de cidades na questão da mudança climática
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
IRI - INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
GOVERNANÇA LOCAL E REDES DE CIDADES NA
QUESTÃO DA MUDANÇA CLIMÁTICA
Vivian Bassani
Nº USP: 8510595
Disciplina: Climate Policy (BRI0051)
Professor: Florian Rabitz
São Paulo
2015
1
Sumário
1. Introdução
2. Os Problemas da Governança Global do Clima
3. Governança Local do Clima: uma alternativa
4. A Importância das Redes de Cidades nas Articulações da
Governança Local do Clima
5. Coordenação Regional de Cidades - Mercosul
6. Resultados em São Paulo
7. Conclusão
8. Referências bibliográficas
2
1. Introdução
A discussão sobre mudança climática tem ganhado espaço na agenda mundial
nas últimas décadas, com grandes ações de magnitude global, como a criação
do IPCC1 em 1988 (BBC Brasil, 2007), a realização da Eco-92 e a assinatura
da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, as
Conferências das Partes (UNFCCC)2 desde 1995 (Portal Brasil, 2014), com
vistas a elaborar compromissos e metas para amenizar os impactos da
mudança climática. Em 2007, o relatório divulgado pelo IPCC apresentou
pesquisas que demonstraram os graves efeitos da ação antrópica sobre o meio
ambiente, inclusive com estimativas alarmantes sobre o aumento da
temperatura média do planeta e da elevação do nível dos oceanos, por
exemplo (SOLOMON et al., 2008, cap. 9). O trabalho de conscientização
promovido pelo ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, tanto com líderes
internacionais quanto com a população em geral (produzindo inclusive o filme
“Uma verdade inconveniente” - direção de Davis Guggenheim, 2006), também
foi relevante para a popularização do tema (HOGAN; MARANDOLA Jr, 2009,
apud MARTINS, 2009, p. 399). A dispersão desse conhecimento implica no
desenvolvimento da consciência de ações devem ser tomada e leva a pressões
para sua solução (KOUSKYA; SCHNEIDER, 2003, p.12).
As formas de lidar com o problema colocado têm sido mitigação e adaptação
(IPCC, 2007), ou seja, devem-se reduzir as ações antrópicas que levam ao
aquecimento global e tomar medidas que amenizem suas consequências.
Mesmo com as muitas iniciativas globais que objetivam resolver a questão,
muitos impasses aparecem nas negociações, que têm sido infrutíferas, ou
conseguido muito pouco progresso prático (ANDRESEN, 2014). Nesse cenário,
a cidade aparece como ator fundamental, tanto por sua condição de âmbito
governamental mais próximo da população, o locus de aplicação das políticas
ambientais (FONSECA, 2011, p.4), quanto pelo complexo equilíbrio entre
vulnerabilidade e responsabilidade em sua relação com a mudança climática
1 A sigla IPCC é usada em referência a Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (em inglês).
2 A sigla UNFCCC é usada em referência à Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (em
inglês).
3
(GORE, 2005, p. 105-107) – é responsável pelas atividades que emitem GEE3
(PUPPIM DE OLIVEIRA, 2009, p. 254), mas também sofre com suas
consequências (SATTERTHWAITE, 2008, p. 4-8).
O objetivo deste ensaio é, por meio de análise de artigos, notícias e websites
institucionais, investigar o surgimento da governança local como alternativa
para superar os impasses das negociações globais sobre mudança climática.
Para tanto, serão abordadas as seguintes questões: qual o papel das redes de
cidades no desenvolvimento dessa forma de governança e quais os aspectos
favoráveis e contrários do protagonismo municipal, além de especificidades do
modelo na América Latina, devido ao seu processo peculiar de urbanização.
Por fim, serão apresentados alguns resultados da participação de entes
subnacionais brasileiros na governança local.
2. Os Problemas da Governança Global do Clima
Segundo Keohane e Victor (2010), as dificuldades políticas da mudança
climática estão baseadas em três razões fundamentais. Primeiro, a dimensão
global do problema – não são suficientes ações unilaterais ou de pequenos
grupos de Estados. Segundo, os piores efeitos da mudança climática ainda não
podem ser observados, ou seja, trata-se de um problema intergeracional –
deve-se convencer a população a arcar com custos pelo interesse de gerações
futuras. Terceiro, as ações que devem ser tomadas em relação à mudança
climática exigem mudanças de hábito de bilhões de pessoas, o que demanda
incentivos criados pelo governo, que muitas vezes não tem interesse ou
habilidade para fazê-lo. Os autores ainda destacam a diversidade de
problemas relacionados à questão que, associada à diversidade de padrões
políticos de interesses, poder, informação e crenças, não sinalizam a instituição
de um regime de mudança do clima integrado e abrangente em um futuro
próximo.
Nessa conjuntura, a governança local do clima tem se colocado como
alternativa viável, alterando a perspectiva para a resolução do problema: as
3 A sigla GEE é usada em referência a Gases de Efeito Estufa .
4
questões em relação à mudança climática não são resolvidas em si próprias,
mas são associadas a outras questões ambientais que levam à melhoria das
condições de vida de seus habitantes (LANKAO, 2007, p. 7; SCHNEIDER;
KUNTZ, 2002).
3. Governança Local do Clima: uma alternativa
Os entes subnacionais têm se internacionalizado nesse período de
globalização, o que tem provocado um fenômeno denominado “glocalização”,
ou seja, “o global se ‘localiza’ e o local se ‘globaliza’”, desenvolve-se um
vínculo entre local e global (ROBERTSON, 2000 apud FONSECA, 2011, p. 4).
Dessa forma, a cidade se coloca como parte integrante do regime climático,
tratando os problemas de maneira peculiar, com interesse na melhoria geral da
qualidade de vida em seu território – há uma associação de interesses em que
é resolvido mais de um problema com determinada medida (LANKAO, 2007, p.
7; SCHNEIDER; KUNTZ, 2002).
As decisões tomadas no nível global serão efetivamente aplicadas em
instâncias menores, assim, governos subnacionais têm papel fundamental na
implementação de políticas relacionadas à mudança climática, já que estão
mais próximos de onde ocorrerão suas consequências e têm potencial para
promover políticas de mitigação e adaptação (PUPPIM DE OLIVEIRA, 2009, p.
253). Além disso, Gore (2005) expõe que além da cidade sofrer as
consequências da mudança climática, o que a coloca numa posição de
vulnerabilidade4, é no âmbito urbano que se concentram as atividades
responsáveis pela emissão de gases poluentes que agravam o efeito estufa –
produção industrial, transporte (principalmente individual), produção de energia
-, e as autoridades locais têm competência para influenciar essas atividades, o
que imputa responsabilidade à cidade pela mudança climática. Nesse sentido,
Wilbanks e Kates (1999) demonstram o que chamaram de “envelopamento” –
4 É interessante ter em mente a definição de Liverman (1990) de vulnerabilidade. Ele a define como a
intensidade de exposição de um sistema a perturbações, choques ou estresses . Ou seja, “essa abordagem sugere que os mais vulneráveis são aqueles que estão mais expostos a essas perturbações e
apresentam menor capacidade de responder e se recuperar desses choques ” (MARTINS; COSTA FERREIRA, 2011, p.626).
5
há uma conexão contundente entre a escala analisada e a estrutura causal das
mudanças climáticas. A tabela apresentada5 mostra claramente que emissões,
impactos e respostas se concentram nos domínios locais (cidades e
províncias), enquanto perturbação radiativa (radiative forcing) e mudança
climática se concentram no domínio regional (países e continentes) – ou seja, é
possível perceber que as emissões do nível local levam a problemas em níveis
mais amplos, mas os impactos e as respostas (mitigação e adaptação) ocorrem
novamente no âmbito local.
Essas pesquisas deixam claro que não é possível discutir mudança climática
sem a participação das instâncias governamentais locais. Ao analisar a
motivação das cidades, é possível perceber que, embora à primeira vista não
pareça provável que autoridades locais tomem medidas unilaterais, elas o têm
feito, pois perceberam que podem conseguir redução de custos e outros
benefícios conexos (KOUSKY; SCHNEIDER, 2003, p.3). Schneider e Kuntz
(2002) apontam que muitos países lutam para reduzir mortalidade, criar
empregos, reduzir a poluição do ar e da água – “são demandas concretas,
iminentes e vitais para o bem estar”. Por outro lado, os custos impostos pela
mudança climática são “difusos, atrasados e intangíveis” e, somados às
incertezas sobre suas consequências, levam os países a darem baixa
prioridade para o problema. Os autores argumentam que respostas políticas à
mudança climática (mitigação e adaptação) têm mais chances de sucesso se
integradas a políticas desenhadas para questões não climáticas.
A pesquisa sobre a atuação de cidades dos EUA na governança do clima,
conduzida por Kousky e Schneider (2003) constata que medidas eco-friendly
proporcionam ganhos econômicos líquidos, considerando o investimento e a
economia gerada durante a vida útil do projeto. Estre os exemplos são citados
a mudança da lâmpada dos semáforos para as do tipo LED, a compra de
carros híbridos (gasolina-eletricidade) para a frota municipal, uso de metano
recuperado para ativar aquecedores nas escolas municipais (Pew Center on
Global Climate Change, 2001), entre outras medidas6.
5 WILBANKS ; KATES, 1999, p.611 - Figure 3. Scale domains of climate change and consequences.
6 KOUSKY; SCHNEIDER, 2003, p. 7 – Table 1. Summary of projects
6
Além dos ganhos econômicos, há benefícios conexos associados que podem
ser percebidos pela comunidade em menos tempo (near-term). Alguns
exemplos estão listados abaixo:
Perceived municipal co-benefits to reducing GHG emissions
Reductions in traffic that save people time on congested roadways and
reduce accident related injuries.
Reductions in on-going maintenance and future operating costs derived
from the use of energy efficient technologies.
Reductions in air pollution, and the resulting health and ecological
improvements.
Decreases in municipal solid waste.
Creating new market opportunities and enhancing the local economy.
Creating a city environment that draws people and business.
Creating partnerships across government departments that might not
have worked together before the climate policy was enacted.
Avoided costs (as in complying by default with other regulations or
avoiding damages).
(KOUSKY; SCHNEIDER, 2003, p. 9, tabela 3)
A relação entre as medidas de mitigação e os benefícios que atingem a
comunidade de maneira mais direta pode, segundo os autores, localizar
problemas climáticos para os cidadãos, promover a resolução de múltiplas
questões simultaneamente e justificar políticas climáticas e o gasto do dinheiro
público (KOUSKY; SCHNEIDER, p. 9). Esses pontos são importantes para
reduzir o problema da questão eleitoral, que geralmente é colocada como
dificuldade para a adoção de medidas de mitigação, já que estas implicam em
custos e o retorno tende a ser lento – pouco percebido pelos eleitores, o que
pode afetar negativamente a reeleição de um candidato ou partido.
Todas essas possibilidades de ação dos governos locais mostram o maior
protagonismo das cidades no tema da mudança climática e o reconhecimento
7
da importância de sua participação em decisões que as afetam diretamente.
São conquistas recentes que têm sido potencializadas pelas Redes de cidades.
4. A Importância das Redes de Cidades nas Articulações da
Governança Local do Clima
No período pós Guerra Fria a convergência dos movimentos de
descentralização estatal e a chamada terceira onda de democratização
resultaram no fenômeno da internacionalização dos entes subnacionais, com
base na doutrina da cooperação internacional para o desenvolvimento
(AILLÓN, 2007 apud FONSECA, 2011, p.4). As Redes de cidades são um tipo
de cooperação horizontal entre seus membros, que abrange cooperação
técnica e representatividade, ou seja, há o desenvolvimento de temas comuns
e a promoção da cidade para a atração de investimentos. A cooperação vertical
também é importante na medida em que a captação de recursos e
investimentos são essenciais para a implementação de projetos que
extrapolam o orçamento urbano (FONSECA, 2011, p. 6-7).
A principal Rede de Cidades em relação às questões ambientais é o ICLEI7.
Ela foi fundada em 1990 na primeira Conferência Mundial de Governos Locais
por um Futuro Sustentável, que ocorreu na sede da ONU em Nova Iorque, e
suas operações iniciaram em 1991. A rede contou com a adesão de 200
cidades de 43 países. Seus primeiros programas locais foram Agenda 21
(1992), que promove governança participativa e o planejamento de
desenvolvimento sustentável local, e o CCP8 (1993), o primeiro e mais
abrangente programa de apoio às cidades quanto ao planejamento de ações
em relação à mudança climática (ICLEI). Em 1999, a conclusão das
negociações do Protocolo de Quioto marcou a consolidação do movimento de
governos subnacionais pela inclusão do tema da mudança climática na agenda
política local (BETSILL; BULKELEY, 2007 apud MARTINS; COSTA
FERREIRA, 2011, p. 619): “além das campanhas que visam à realização de
7 A sigla ICLEI foi usada em referência ao Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (em
inglês). Em 2003, a rede foi renomeada, aumentando seu escopo de atuaç ão e passando a se chamar
ICLEI – Local Governments for Sustainability. (ICLEI) 8 A sigla CCP é usada em referência a Cidades pela Proteção do Clima (em inglês).
8
políticas e medidas de adaptação e mitigação, o ICLEI tem tido bastante
destaque em suas ações de advocacy internacional, defendendo a importância
dos governos locais nas discussões empreendidas no âmbito do regime
internacional do clima.” (ALMEIDA et al., 2013, p. 1436).
Ao aderir à campanha, as cidades se comprometem a seguirem cinco medidas
(milestones): 1) criação de um inventário de emissões; 2) definição de meta de
redução de emissões; 3) desenvolvimento de plano de ação para alcançar a
meta; 4) implementação de políticas e medidas para alcançar a meta; 5)
monitoramento e verificação de resultados. (BACK, 2011, p. 4)
A importância do ICLEI e do CCP é constatada em vários artigos (ALMEIDA et
al., 2013; KOUSKY; SCHNEIDER, 2003; FONSECA, 2011; LANKAO, 2007)
como maneira de superar as dificuldades encontradas pelos entes
subnacionais, como barreiras de informação, incerteza e barreiras financeiras
(KOUSKY, SCHNEIDER, 2003, p. 4). Os serviços prestados pela rede facilitam
o planejamento e a implementação de políticas climáticas – associadas à
resolução de outros problemas -, o que permite que as cidades atinjam a maior
parte das metas de redução de GEE sem custos, ou ainda gerando redução de
custos de manutenção (KOUSKY, SCHNEIDER, 2003, p. 8). Ainda que as
metas sejam modestas, a coordenação regional pode levar a reduções mais
significativas (BETSILL, 2000 apud KOUSKY, SCHNEIDER, 2003, p. 12).
5. Coordenação Regional de Cidades - Mercosul
Os processos de integração regional têm incorporado a dimensão subnacional
por meio da criação de fóruns para discussão entre cidades sobre as questões
de integração. As Redes de Cidades criadas nos processos de integração
regional apresentam também papel de destaque na articulação política por
mais espaço e aumento de autonomia no sistema decisório da Organização de
integração. No Mercosul, a Rede Mercocidades se destaca nesse sentido
(FONSECA, 2011, p. 10).
Segundo a web page da Rede Mercocidades, ela integra 293 cidades dos
países membros e associados do Mercosul, proporcionando a inserção dos
9
subnacionais no processo de integração da organização. A Rede se organiza
em 16 Unidades Temáticas para facilitar a cooperação, entre elas a que lida
com a questão da mudança climática é chamada Unidade Temática de
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Lankao (2007) aponta para as peculiaridades da urbanização na América
Latina, o que torna mais importante uma rede de cidades para a região, já que
seus membros apresentarão vulnerabilidades semelhantes e, portanto, suas
discussões e soluções propostas serão mais frutíferas. Entre as características
apresentadas pela autora, é importante destacar que a urbanização tardia em
países com renda média ou baixa gerou problemas estruturais, como o
desemprego e a pobreza, e também que a maneira como se expandiram as
empresas, entre cidades, produziu um aumento da emissão de carbono,
principalmente onde não há uma política de transporte público. Essas questões
são agravadas pela política neoliberal aplicada nos países latino americanos,
que reduziram gastos públicos (LANKAO, 2007, p.6, tabela 2), apresentando
piora nessas questões.
Mesmo com esses agravantes, as cidades de média e baixa renda têm
relativamente baixa emissão de poluentes. Sua preocupação com a política
climática ocorre pela vulnerabilidade a que está sujeita, principalmente quanto
à dimensão humana – vulnerabilidade socioambiental urbana, decorrente da
pobreza (LANKAO, 2007, FERREIRA COSTA; MARTINS, 2011).
Um exemplo de atividade da Rede Mercocidades em relação à mudança
climática é a participação na campanha “Desenvolvendo Cidades Resilientes”,
do UNISDR9, com o compartilhamento de experiências, como de que maneira
o trabalho em gestão do risco de desastres integra aspectos relacionados com
a adaptação e/ou mitigação a mudança climática (MERCOCIUDADES).
Fonseca (2011) observa que quanto maior o grau de institucionalização e
reconhecimento dos atores internacionais em relação à autonomia dos entes
locais, maiores serão os resultados efetivos para o desenvolvimento local e
regional.
9 Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres
10
6. Resultados em São Paulo
De acordo com a pesquisa de Back (2011), a adesão ao ICLEI, em 2003, foi
um marco da inserção da agenda climática na política paulistana, pois fez com
que o município estabelecesse seu inventário de emissões, além de contribuir
para a conscientização e sistematização de políticas ambientais e urbanas
locais que convergissem com medidas tomadas no âmbito global.
Em 2005, foi constituído o Comitê de Mudanças Climáticas e Ecoeconomia,
uma policy community, que pretendia gerar aprendizado político a partir da
experiência na implementação de políticas locais de mitigação, e a partir de da
experiência adquirida na participação em redes de cidades, como o C40.
Houve ainda a criação da lei de Mudanças do Clima do município, definindo
permanentemente a agenda de problemas, além de criar uma “instituição
formada por corpos políticos e técnicos (Comitê e seus Grupos de Trabalho)
para atuar como policy community, propondo soluções e alternativas para a
resolução dos problemas. Desse modo, o legado institucional dificulta que haja
retrocessos relacionados ao ciclo político.” (BACK, 2011, p. 16)
7. Conclusão
O problema da mudança climática tem tido muitos problemas em sua
negociação no nível global, enfrentando resistência por vários motivos. Dessa
maneira, a governança local se coloca como alternativa para retomar as
negociações e conseguir medidas efetivas. Isso ocorre pelas características
intrínsecas das cidades, como emissor de GEE e espaço mais vulnerável para
as consequências das alterações no clima. Com o novo espaço conquistado
pelas cidades, as redes de cidades aparecem como suporte para auxiliar os
governos subnacionais nesse novo ambiente, seja como fórum para troca de
experiências, seja como instituição que reivindica maior autonomia para esses
atores.
11
As especificidades regionais também são lembradas nessa recente forma de
governança, potencializando a função das redes, pois trata de questões mais
específicas comuns, o que pode levar a resultados mais satisfatórios.
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