da escola pÚblica paranaense 2009 - … · quando você vem pra cá? vem logo pra gente sair um...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
LEITURA E ESCRITA PARA SUJEITOS
AUTÔNOMOS: UM TRABALHO COM A
ARGUMENTATIVIDADE NO GÊNERO
CARTA
UNIDADE DIDÁTICA
Araruna - Paraná
2009
Estrutura Organizacional
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
NÚCLEO REGIONAL DE CAMPO MOURÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Autoria
LUCIMARA MARISA RODOLFO SAVARIS
(AUTORA E ORGANIZADORA)
VALÉRIA SANCHES FONSECA
(ORIENTADORA)
Área de Atuação
Língua Portuguesa
ARARUNA
2009
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 ÁREA: Língua Portuguesa
1.2 PROFESSORA PDE: Lucimara Marisa Rodolfo Savaris
1.3 PROFESSORA ORIENTADORA: Valéria Sanches Fonseca
1.4 IES VINCULADA: Universidade Estadual de Maringá
1.5 NRE: Campo Mourão
1.6 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Princesa Isabel – Ensino
Médio
1.6 PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos da 1ª série – Ensino Médio
1.8 PROJETO: PDE 2009
2. TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO: O texto Argumentativo sob a
perspectiva dos Gêneros Textuais
3. TÍTULO: LEITURA E ESCRITA PARA SUJEITOS AUTÔNOMOS: UM
TRABALHO COM A ARGUMENTATIVIDADE NO GÊNERO CARTA
4. MATERIAL DIDÁTICO SELECIONADO: Unidade Didática
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UNIDADE DIDÁTICA
I - INTRODUÇÃO
Esta unidade didática é resultado de pesquisas e reflexões realizadas no
decorrer do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), que é um programa
de formação continuada de professores da Rede Pública Estadual de Ensino do
Estado do Paraná, desenvolvido com o apoio do Ensino Superior do Paraná.
A idéia de compor esta unidade didática surgiu em decorrência das
dificuldades que temos encontrado ao trabalhar a produção textual nas turmas
do Ensino Médio. Temos percebido dificuldades do estudante do ensino médio de
produzir textos com qualidade argumentantiva, ou seja, de sustentar uma opinião,
de posicionar-se de forma substantiva, com propriedade. Verificamos que o
estudo do texto na escola, sob a perspectiva teórica bakhtiniana, ou seja, dos
Gêneros do Discurso, é recente, ainda não faz parte da práxis educativa e nem
está presente na grande maioria dos materiais didáticos disponíveis para o
professor e estudante.
Apresentamos, assim, essa proposição de desenvolver um trabalho
considerando essa necessidade de elaboração de atividades, tomando por unidade
de estudo os gêneros textuais/discursivos, com forte marca argumentativa, que
circulam na sociedade, O objetivo é trabalhar a compreensão da
argumentatividade presente de forma mais marcada no gênero
textual/discursivo carta. Consideramos que o estudo desse gênero também possa
permitir reflexões sobre as práticas sociais que subjazem a todo e qualquer
texto e, por conseguinte, nas cartas. O ensino/aprendizagem da língua deve
proporcionar ao aluno diferentes formas de efetiva participação social,
participação esta que o aluno do Ensino Médio, enquanto jovem cidadão, pode e
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deve conquistar, fazendo uso apropriado da linguagem nas diferentes situações
sociais.
Desta forma, apresentamos uma proposta para motivar o aluno a pensar o
funcionamento textual/discursivo como um processo dinâmico de interação, como
um meio de realizar ações, de agir e interagir.
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II - APRESENTAÇÃO DO TEMA
Leia esta carta escrita por uma adolescente:
Curitiba, 21 de abril de 2010
Oi Bia!
Prima, hoje não to muito legal. Até resolvi escrever, pra aliviar um pouco
sabe... Lembra do Rick, aquele que te mostrei na festa da Lú? Então, você sabe
que sou apaixonada por ele, e tinha até esperança que ele me notasse um dia, mas
agora... Não imagina o que aconteceu! Ele engravidou uma ficante dele, que
estuda no mesmo colégio que eu.
Estou arrasada. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Achava que a
Mari, a menina que está grávida, fosse diferente, pois ela sempre demonstrou ser
uma pessoa de juízo, não gostava muito de ficar sem ter compromisso, sempre
muito centrada nos estudos, enfim to muito mal.
Eu sei que hoje isso é normal, mas meu Deus, tinha que ser o Rick?
Sem contar que ouvi dizer que eles estão pensando em fazer um aborto,
isso é o que todos comentam. Eu não sou a favor, acho que agora que está feito,
eles devem assumir e ter o filho, pois a criança não tem culpa da
irresponsabilidade deles. Por que ele fez isso prima? Ele até deixava alguns
recados pra mim no Orkut, eu pensei que ele estava se interessando por mim.
Agora é partir pra outra e esquecer.
Mas e aí? Quando você vem pra cá? Vem logo pra gente sair um pouco e
se divertir, quem sabe assim eu esqueço de vez aquele “moleque”.
Não se preocupe, não vou deixar isso atrapalhar meu curso, sei separar as
coisas...
Muitas saudades de você!
Abraços! xD Dorinha
...Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de
alguém, como pelo fato de que se dirige a alguém. Ela constitui justamente o produto da
interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. [...]
A palavra é território comum do locutor e do interlocutor (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 113).
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ATIVIDADES: EXERCITANDO UM POUCO SOBRE CARTAS...
- Vocês escreverão uma carta para um colega. Nela vocês dirão quais são
seus sonhos, seus planos para o futuro, e tudo mais que queiram dizer para o
colega. O detalhe é que esta carta deverá ser guardada por ele para ser aberta
apenas daqui a cinco anos, o que tornará sua carta mais interessante e permitirá
que você veja o quanto os nossos sonhos e objetivos mudam com o passar do
tempo. É claro que isso é uma brincadeira, mas servirá de motivação para sua
carta.
III - GÊNERO TEXTUAL
Comunicar-se parece extremamente fácil, pois todos tem facilidade para
usar a linguagem. O que nem todos sabem é que ao usar a linguagem estamos
utilizando um texto, e que esse texto pertence a um gênero textual específico.
Texto é uma seqüência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um
todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma
determinada situação. O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma
frase, período ou conjunto de períodos, e o texto, obrigatoriamente, necessita
de um contexto significativo para existir. O contexto, a situação de comunicação
determinam que o texto seja entendido como enunciado, ou seja, uma elaboração
resultante da participação de sujeitos: o produtor e o leitor.
São exemplos de textos:
Você acaba de ler uma carta escrita por uma adolescente. Foi uma forma
que ela encontrou de se comunicar com a prima e desabafar. Mas você sabe
que existem inúmeras formas de se comunicar, e é isso que veremos nesta
unidade didática.
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- Silêncio!
A simples e única palavra “silêncio” é considerada um texto, pois
presume-se que ela está inserida em um contexto que a determine, produzida por
um sujeito e destinada a outro. Por isso ela é enunciado É claro que, sozinha, no
dicionário, por exemplo, ela é uma simples palavra, e não um texto, pois ali a
palavra “silêncio” está fora de uma situação comunicativa real. No dicionário
estamos apenas falando da palavra, ela não está agindo. Portanto, podemos dizer
que para ser texto, a palavra, a frase, os períodos, enfim, toda e qualquer
organização sintática de palavras necessita de uma situação de comunicação, do
contrário elas serão apenas palavras ou frases sem valor significativo nenhum,
pois não se prestarão à realização da interação entre sujeitos, a ação, a reação
que o texto cumpre desencadear nos sujeitos.
- Mas você sabe o que é um gênero textual?
Qualquer atividade humana com a língua, como falar ao telefone, enviar
um e-mail, preencher um recibo, são atos socialmente padronizados, pois exigem
normas a seguir. Comumente realizamos essas ações com língua automaticamente,
sem refletirmos sobre isso, mas saiba que esses gêneros já são previamente
organizados pela e para a sociedade, já são textos nascidos nas e para as
práticas sociais.
Os gêneros são praticamente infinitos, pois vão surgindo conforme a
necessidade da sociedade de se fazer significar no mundo. A sociedade está
sempre se transformando e precisa expressar essas transformações. A língua se
presta a expressar essas transformações e o faz por meio de novas elaborações
textuais ou pela reelaboração de textos já existentes. Por exemplo, a velha carta
assumiu uma nova forma no meio eletrônico que é o e-mail. Em suma, os
diferentes texto estão diretamente ligados às práticas sociais. Eles surgem de
acordo com a sua função na sociedade. Seus conteúdos, seu estilo e sua forma
estão sujeitos a essa função social.
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A Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná – SEED, lançou
como base para a educação desse Estado as Diretrizes Curriculares Estaduais
– DCE para a Educação Básica. Esse documento tem ancoragem teórica em
Bakhtin e propõe uma nova abordagem para o ensino de Língua Portuguesa.
As diretrizes ora propostas seguem por outro caminho porque
consideram o processo dinâmico e histórico dos agentes na
interação verbal, tanto na construção social da linguagem
quanto dos sujeitos que por meio dela interagem (PARANÁ-
SEED, 2006, p.20).
Fica claro neste documento a importância do trabalho do professor com
os gêneros textuais em sala de aula, mostrando como o ensino de produção
textual, pautado na teoria dos gêneros, amplia o domínio discursivo dos alunos.
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AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS
OBS: O que chamamos de gêneros textuais, Bakhtin chama de gêneros do
discurso.
Para melhor entender a importância do trabalho com gêneros, acesse o link e leia a entrevista com o professor Joaquim Dolz, estudioso do grupo de Genebra.
http://linguasemestudo.blogspot.com/2010/03/entrevista-com-joaquim-dolz.html
Bakhtin (1992) dividiu os gêneros discursivos em primários e secundários. Os primários
referem-se às situações cotidianas; já os secundários acontecem em circunstâncias mais
complexas de comunicação (como nas áreas acadêmicas, jurídicas, artísticas, etc.). As duas
esferas são interdependentes. Brait (2000, p. 20) recorda que “não se pode falar de gêneros sem
pensar na esfera de atividades em que eles se constituem e atuam, aí implicadas as condições de
produção, de circulação e recepção”. Há diferentes esferas de comunicação, e cada uma delas
produz os gêneros necessários a suas atividades, tendo-se, por exemplo: os gêneros da
esfera jornalística (notícia, reportagem, editorial, classificados...); da esfera televisiva (novela,
telejornal, entrevistas...), da esfera cotidiana (listas de supermercado, receitas, recados...), da
esfera digital (e-mail, bate-papo virtual, lista de discussão...), e assim por diante.Alguns gêneros
são adaptados, transformados, renovados, multiplicados ou até mesmo criados a partir da
necessidade que o homem tem de se comunicar com o outro, tendo em vista que “todos os
diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem” (BAKHTIN, 1992, p.
261). Um exemplo dessa necessidade é o surgimento dos gêneros do discurso eletrônico (e-mail;
chat; lista de discussão; videoconferência interativa; fórum de discussão; blog), que são
criados e transformados pela cultura tecnológica na qual estamos inseridos. Os gêneros variam
assim como a língua – a qual é viva, e não estanque. As manifestações comunicativas mediante a
língua não acontecem com elementos linguísticos isolados, elas se dão, conforme Bakhtin, como
discurso.
( Trecho retirado das DCEs do Paraná, página 52)
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EXEMPLOS DE SITUAÇÕES SOCIAIS ONDE O GÊNERO TEXTUAL
SE FAZ PRESENTE
Quem é o responsável por escrever receituários médicos? Claro que são os
médicos, pois esta é sua prática social. Mas não podemos nos confundir e achar
que o médico só poderá escrever este gênero textual. Claro que não. Ele como,
qualquer outro cidadão, pode fazer uso de todo e qualquer gênero, dependendo
de sua necessidade.
Um jornalista é responsável por escrever notícias, um diretor de escola manda
um aviso aos pais, os pais mandam bilhetes aos professore e assim cada cidadão
cumpre sua função naquele determinado momento.
São exemplos de gêneros textuais: cartas, bilhetes, contos, crônicas,
receitas, bulas de remédio, artigo de opinião, etc.
Como exemplos, vejamos uma receita culinária e uma bula de remédio. Esses
dois textos apresentam uma estrutura é regular, estável.
RECEITA CULINÁRIA
Bolo de Chocolate
2 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar
1 xícara de chocolate em pó
1 xícara de leite
2 colheres de manteiga
3 ovos
1 colher de fermento em pó
MODO DE FAZER
Coloque os ovos, a manteiga e o açúcar no liquidificador e bata. Quando estiver
bem batido, acrescente o leite e o chocolate e bata novamente. Por último
acrescente a farinha e o fermento.
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BULA DE REMÉDIO
A A S ®
Ácido acetilsalicílico
Forma farmacêutica e de apresentação
AAS comprimidos Adulto: embalagem contendo 20, 200 ou 500 comprimidos.
AAS comprimidos Infantil: embalagem contendo 30, 120 ou 200 comprimidos.
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
AAS Adulto
Cada comprimido contém: Ácido acetilsalicílico 500 mg Excipientes q.s.p. 1 comp. Contém: amido de milho
AAS Infantil
Cada comprimido contém: Ácido acetilsalicílico 100 mg Excipiente q.s.p. 1 comp. Contém: vanilina, sacarina sódica, lactose monoidratada, dióxido de silício, amido de milho, corante amarelo nº5, corante amarelo nº6.
II - INFORMAÇÃO AO PACIENTE
Ação esperada do medicamento
AAS é um produto que possui em sua fórmula uma substância chamada ácido
acetilsalicílico. Esta substância tem a propriedade de baixar a febre (antitérmico), aliviar a dor (analgésico) e reduzir a inflamação (antiinflamatório). Por isso, é utilizado para alívio dos sintomas de várias doenças como gripes, resfriados e outros tipos de infecções. O ácido acetilsalicílico também é utilizado para prevenção do infarto do miocárdio, do derrame cerebral e outras doenças dos vasos sangüíneos.
Cuidados de conservação
AAS deve ser protegido da umidade e deve-se evitar a exposição ao calor excessivo.
Prazo de validade Impresso na embalagem.
Ao comprar qualquer medicamento verifique o prazo de validade. Não use remédio com prazo de validade vencido. Além de não obter o efeito desejado, você poderá prejudicar sua saúde.
Gravidez e lactação
Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término. Informe também seu médico caso esteja amamentando. AAS não deve ser utilizado no último trimestre de gravidez.
Cuidados de administração
O comprimido ADULTO (500 mg de ácido acetilsalicílico) deve ser ingerido com quantidade suficiente de água para permitir a correta deglutição. O comprimido INFANTIL (100 mg de ácido acetilsalicílico) deve ser colocado na boca e deixado dissolver. Pode também ser pulverizado e adicionado ao leite ou água.
Evitar a ingestão concomitante de bebidas alcoólicas.
Manter o intervalo mínimo de 4 horas entre cada administração; não ultrapassar as doses estabelecidas na posologia sem prévia orientação médica. Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Interrupção do tratamento
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico, pois isto poderá prejudicar o tratamento de sua doença.
Reações adversas
Informe seu médico sobre o aparecimento de reações desagradáveis com o uso de AAS, em especial sintomas como acidez no estômago, reações cutâneas alérgicas, zumbido, tonteira, e outras atribuíveis ao medicamento. AAS não deve ser utilizado por pacientes alérgicos a outros analgésicos e antiinflamatórios do mesmo tipo.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Contra-indicações e Precauções
AAS está contra-indicado a pacientes com doenças no estômago, fígado e rins. Não deve ser usado em hemofílicos e naqueles pacientes que estejam fazendo uso de anticoagulantes. O AAS só poderá ser empregado durante a gravidez e lactação sob orientação médica. Crianças ou adolescentes não devem usar este medicamento para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a Síndrome de Reye, uma rara, mas grave doença associada a este medicamento. "O produto AAS infantil, contém o corante amarelo de Tartrazina que pode causar reações de
atureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao Ácido Acetilsalicílico."
NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DE SEU MÉDICO. PODE SER PERIGOSO PARA SUA SAÚDE.
Posologia e modo de usar
AAS adulto - 1 a 2 comprimidos, podendo repetir a dose a cada 4 ou 6 horas até um máximo de 8 comprimidos ao dia.
AAS infantil - Crianças até 1 ano de idade, a critério médico; de 1 ano a 2 anos, 1/2 a 1 comprimido; de 3 a 5 anos, 1 a 2 comprimidos, de 6 a 9 anos, 2 a 3 comprimidos; de 10 a 12 anos, 4 a 5 comprimidos. Estas doses podem ser repetidas até 3 vezes ao dia, podendo variar segundo orientação médica.
IV- DIZERES LEGAIS
Siga corretamente o modo de usar. Não desaparecendo os sintomas, procure orientação médica.
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ATIVIDADES: Analisando alguns gêneros...
Como também há gêneros cuja estrutura não é regular, como por exemplo o
e-mails, o bilhete, traga de casa e-mails, bilhetes e alguns outros textos
para compararmos suas estruturas quanto ao seu caráter de regularidade.
IV - SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS PRESENTES NOS GÊNEROS
Você já deve ter ouvido seu professor de português falar sobre
descrição, narração e dissertação como gêneros, mas o que você
provavelmente não sabe é que estas formas de escrever dificilmente
aparecem separadamente em um determinado gênero e sim fazem parte de
todo e qualquer gênero. Na verdade, não são gêneros, mas são sim
sequências descritivas, narrativas, dissertativas e injuntivas presentes em
qualquer gênero.
O que pode ocorrer é a predominância de uma dessas sequências em um
determinado gênero. Para melhor esclarecer esse assunto, tomaremos a
carta de Dorinha para analisarmos. (Carta no tópico II)
Perceba que a carta é um gênero textual, e que ela traz consigo trechos
narrativos, dissertativos, descritivos, expositivos e injuntivos e mais. Terá
que dar uma breve definida em seqüência narrativa, dissertativa, descritiva,
expositiva e injuntiva. Penso que terá de substituir o conceito “dissertativo”
por “argumentativo”
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ATIVIDADES: explorando a carta da Bia...
Analisemos algumas passagens da carta:
a) ...Não imagina o que aconteceu! Ele engravidou uma ficante dele, que
estuda no mesmo colégio que eu.
Estou arrasada. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. ...
- Você identificaria esse trecho com sendo narrativo ou dissertativo
(argumentativo)?
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b) ...Sem contar que ouvi dizer que eles estão pensando em fazer um
aborto, isso é o que todos comentam. Eu não sou a favor, acho que agora que
está feito, eles devem assumir e ter o filho, pois a criança não tem culpa da
irresponsabilidade deles...
- O que predomina nesta passagem? Narração ou argumentação? Por
quê?
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V – ARGUMENTAÇÃO
Agora que você já conhece melhor os gêneros textuais, vamos
entender melhor os gêneros onde a sequência argumentativa se faz
necessária.
MAS AFINAL, O QUE É ARGUMENTAR?
Eis aqui algumas das definições encontradas :
Desenvolvimento de um raciocínio com o fim de defender ou
repudiar uma tese ou ponto de vista, para convencer um
oponente, um interlocutor circunstancial ou a nós próprios.
Argumentar é explicitar um raciocínio, prova ou indício do qual
se tira uma conseqüência ou dedução, ou seja, para
argumentar é preciso esclarecer as causas, as razões, os
motivos que levam a determinada opinião.
Registrar o que se pensa sobre determinado assunto, com o
intuito de convencer o leitor, exige argumentos.
É preciso defender, contestar, exemplificar, justificar ou
desqualificar posições. Esta é a regra geral para um bom texto de opinião.
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ATIVIDADES: testando seus argumentos...
- Imagine que no próximo sábado haverá um show do Luan Santana
na cidade vizinha e que você gostaria muito de ir. Seus pais não querem
deixar, pois você ainda é de menor e eles se preocupam.
O que você diria a eles para convencê-los? Use seus argumentos.
Para facilitar o seu trabalho, temos aqui uma tabela com os principais
tipos de argumentos:
Argumentos Explicação
De autoridade
Ajuda a sustentar sua posição, lançando mão da voz
de um especialista, uma pessoa respeitável (líder,
artista, político), uma instituição de pesquisa
considerada autoridade no assunto.
De exemplificação
Relata um fato ocorrido com ele ou com alguém
para dar um exemplo de como aquilo que defende é
válido.
De provas
Comprova seus argumentos com informações
incontestáveis: dados estatísticos , fatos históricos,
acontecimentos notórios.
De princípio ou crença
pessoal
Refere-se a valores éticos, religiosos ou morais
supostamente irrefutáveis.
De causa e conseqüência Afirma que um fato ocorre em decorrência de outro.
Para a elaboração de seguências argumentativas, fazemos a
proposta:
Elaborem argumentos para a seguinte situação:
“ Pesquisas indicam que os adolescentes começam a beber cada vez
mais cedo e de forma abusiva. Preocupado com esse consumo de álcool, o
17
prefeito da cidade proibiu a venda de bebidas alcoólicas nos bares
próximos às escolas.”
Questão polêmica: essa medida pode diminuir o consumo de
bebidas alcoólicas pelos adolescentes?
VI - CARTA ARGUMENTATIVA
Vamos agora estudar um gênero argumentativo muito importante:
“A carta argumentativa.”
A carta é um gênero presente em grande parte da história da
humanidade e ainda hoje é um dos mais importantes meios de comunicação.
Com o advento da internet houve uma redução do envio de cartas, já que a
rapidez e a praticidade do e-mail é bem maior. Mas ainda assim a carta
continua a ser utilizada.
Podemos identificar algumas variedades desse gênero: carta
pessoal, carta formal e carta onde a presença da seqüência argumentativa é
mais forte.
As cartas argumentativas, objeto de estudo deste capítulo, muitas
vezes são confundidas com a velha classificação de gênero textual
conhecida como dissertação. Mas você já sabe agora que a dissertação não é
um gênero e sim uma seqüência de caráter argumentativo presente em
diferentes gêneros textuais. Nesse sentido, a carta argumentativa é aquela
que traz a predominância da sequência argumentativa. Aquilo que era
conhecido como gênero dissertação nada mais é do que um texto em que
predomine um juízo, um posicionamento, e, portanto, a predominância de
seguências argumentativas. Comumente, no vestibular, se pedia uma
dissertação, o que na verdade, era um texto de opinião, um texto para o
candidato se posicionar, defender uma ideia.
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A carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para
quem a argumentação deverá estar orientada. Essa é, sem dúvida, a principal
característica dessa carta. Portanto, nesta carta estabelece-se uma
comunicação particular entre um eu produtor definido e um tu leitor
definido.
Logo, você terá que ser bastante habilidoso para adaptar a
linguagem e a argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade
estabelecido entre vocês dois.
Essa diferença de interlocutores deve necessariamente levar a uma
organização argumentativa diferente, nos dois casos. Até porque, na carta
argumentativa, a intenção é freqüentemente a de persuadir um interlocutor
específico (convencê-lo do ponto de vista defendido por quem escreve a
carta ou demovê-lo de um ponto de vista por ele defendido e que o autor da
carta considera equivocado).
CARACTERÍSTICAS DAS CARTAS: ELEMENTOS
LINGUÍSTICOS
Dependendo do leitor, há tratamentos específicos, no caso de
autoridades como o papa (Vossa Santidade), o juiz (Meritíssimo), o
presidente (Vossa Excelência), entre outros. Há algumas características que
marcam esse tipo de texto:
São elas:
Local e Data
Destinatário
Saudação
Interlocução com o destinatário
Despedida
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OBS: Esses itens estão na ordem em que devem aparecer.
Vejamos um exemplo de uma carta escrita por um aluno, a propósito da
proibição do uso de boné em sala de aula.
Araruna, 10 de junho de 2010 Caríssimo Diretor do Colégio Estadual Princesa Isabel, Com as minhas considerações, venho tratar de um assunto bastante recorrente na
escola nos últimos dias . Trata-se da proibição do uso de bonés pelos estudantes durante o horário das aulas.
Na minha opinião e na da maioria dos estudantes isso é um ato abusivo por parte de
V.Sa, já que sabemos que foi uma imposição dessa direção. Acreditamos que o uso de bonés não desabona em nada o comportamento dos alunos em sala de aula, pois sabemos que mesmo alunos que não fazem uso do mesmo muitas vezes têm comportamento duvidoso.
Também acreditamos que o uso de bonés não atrapalha o bom desenvolvimento do
aluno, pois quem é bom aluno o é com ou sem boné. Sabemos que alguns professores dizem que os alunos se escondem debaixo do boné,
mas isso vai depender do aluno e da situação. Na verdade sabemos sim que o uso de bonés e qualquer outro tipo de chapéu em
determinadas situações é uma questão cultural. Antigamente era considerado desrespeito, mas isso já é coisa do passado e hoje o boné já faz parte do vestuário da maioria dos rapazes.
Criar regras é necessário para a normatização das condutas escolares, mas estas
regras tem que ter sentido. No caso do uso de bonés é uma regra sem sentido. Se há algum motivo, nos convençam.
Como cidadão brasileiro e aluno deste colégio, consciente de minhas obrigações e
direitos, é este o meu posicionamento.
Respeitosamente, P.A.R. aluno do Colégio Est. Princesa Isabel
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ATIVIDADES: analisando a carta...
- Quais os argumentos utilizados pelo aluno para convencer o diretor de que
esta proibição é injusta e desnecessária?
- Na sua opinião, os argumentos são convincentes?
- Na carta acima, é o aluno que expõe seus argumentos. Faça de conta que
você é um professor do referido colégio, e que, é claro, é completamente
contra o uso de bonés em sala de aula. Escreva uma carta-resposta ao aluno,
expondo seus argumentos para sustentar seu posicionamento contrário ao
uso do referido acessório.
VII- TEXTO ARGUMENTATIVO NA MÍDIA ELETRÔNICA
A Carta Argumentativa deveria ser um gênero de domínio popular, pois é
uma forma de dar “voz” aos cidadãos . Assim, o ideal para a sociedade seria
o cidadão ter o hábito de escrever às autoridades, exigindo soluções de
problemas, expondo suas idéias e até suas sugestões.
Em nossa região existe um site chamado “Boca Santa”, onde os cidadãos
fazem suas críticas e dão sugestões sobre os mais variados assuntos. O
problema é que as pessoas que fazem uso desse meio quase nunca se
identificam. Será que isso compromete o efeito que se pretende produzir?
Tomaremos a liberdade de aproveitar as reclamações e ou solicitações
postadas no “Boca Santa”, já que se trata de assuntos relacionados ao nosso
município, para trabalharmos o gênero em questão.
21
Aqui estão, na íntegra, alguns dos textos do referido site:
Site :www.bocasanta.com.br
ARARUNA 03/05/2010
Cadê a ambulância?
Dia 22 teve um acidente em frente à Líder Lar. Uma moto bateu na traseira
de um caminhão, o motoqueiro se machucou todo, foi ligado para a
ambulância, mas apareceu quase depois de uma hora. Isso é uma vergonha
para Araruna. Onde já se viu isso? Se tivesse ligado para o Siate garanto
que tinha chegado primeiro que a ambulância. E aí, seu prefeito e secretário
da Saúde, como fica?
Gostei muito mesmo da reclamação do professor sobre estas propagandas
do comércio da cidade que usam carros e motos com som insuportável,
tirando muitas vezes o sossego da população de Araruna. Pergunto: Cadê as
autoridades do município de Araruna pra tratar dessa situação? Professor,
você foi muito feliz em sua colocação.
Sobre som
Som é cultura e não confusão!
22
Sobre o hospital
Você internauta que escreveu criticando o tratamento que foi dado a uma
pessoa de 83 anos no hospital, você está enganado, pois meu pai ficou aí
sete dias internado e usava fraldas também e todas elas ajudaram a trocar
todas as vezes que precisei de ajuda. Fico indignada, como pode falar de
pessoas que ali estão cuidando de nossos familiares? Talvez essa
acompanhante entendeu mal o que a enfermeira quis dizer.
ARARUNA 04/05/2010
Prioridade da polícia
Aos policiais de Araruna, por que vocês não atendem aos pedidos da
população por mais rondas nos bairros, desmontando as boca de fumo aqui
na cidade, como também nos distritos? Informados vocês estão. Agora vem
um estranho aqui na cidade, que só sabe pegar os números das placas de
carros e moto de trabalhadores e enviar multas pelo Correio.
Sequer sabemos o que fizemos, simplesmente a multa chega a nossas
residências. Enquanto isso, é roubo com frequência em todas partes da
cidade. Sr sargento, de que lado o senhor está, do lado dos policiais ou do
lado da comunidade?
Buracos na rua
Ei, prefeito Mino... Estive no coleginho no dia primeiro no torneio e me
envergonhei com os buracos daquela rua que desce para aquele local. Nossa
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que buracos são aqueles? Se cair alguém lá dentro, difícil vai ser sair de tão
grande que estão. Pessoas de fora comentando e rindo foi o que eu vi,
minha cara caiu no chão e a sua, hein? Tente pelo menos fazer algo pela
nossa cidade, que o maior buraco que você vai cair vai ser nas urnas, você vai
ver...
Prefeito ausente
O prefeito Mino não viu os buracos na rua do Coleginho porque não foi lá.
Nós não temos prefeito, só vice. Parabéns Renato, por sempre estar
presente nos eventos do município, porém o senhor Mino não sei porque
entrou de candidato, sendo que não gosta de política.
Buracos antigos
A respeito dos buracos, eu até concordo com a crítica do internauta. É
realmente uma vergonha, só que os buracos não surgiram da noite para o dia,
isso é fruto de mandatos anteriores, prefeitos que gastaram muito dinheiro
nas campanhas e não sobrou para conservar as ruas da cidade. É claro que
ninguém gasta tanto dinheiro numa campanha só porque ama a cidade.
Buracos na rodovia
Eu gostaria que o DER, órgão responsável pela conservação das estradas,
desse uma olhada nas panelas entre Araruna e Campo Mourão. É uma
vergonha, não tem amortecedor que aguente. Eu gostaria que vocês
tivessem a mesma eficiência que tem na arrecadação do IPVA e seguro
obrigatório para arrumar as estradas.
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Você percebeu que são críticas e reclamações. Não devemos entrar no
mérito da questão para discutir o certo e o errado, apenas faremos o nosso
trabalho com o intuito de aprendermos a redigir o gênero que estamos
estudando.
ATIVIDADE: Praticando o gênero cartas argumentativas...
Por votação, vocês escolherão uma das reclamações e ou solicitações
postadas no site para então escrever uma carta argumentativa. Não se
esqueça de que você deve saber, primeiramente, qual será o destinatário,
para então escolher o tipo de linguagem adequada. Agora é só argumentar.
Bom trabalho!
Lembrete: As cartas na medida do possível, serão encaminhadas aos
referidos destinatários, a fim de que sejam realmente lidas e reconhecidas.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 4ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2003. 476 p.
BRAIT, Beth. Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. Campinas: Editora
da UNICAMP, 1997.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas
tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Média e
Tecnológica, 1999.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português
Linguagens. Volume 1 e 2. Editora: Saraiva, São Paulo, 2005.
CORRÊA, Manoel Luiz Gonçalves. Heterogeneidade da escrita: a novidade da
adequação e a experiência do acontecimento. Filologia e Linguística Portuguesa, v.8,
p. 269-286, 2007.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa. Editora: Nova Fronteira SA, Rio de Janeiro, 1986.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de
retextualização. 6ª ed. São Paulo: Corteza, 2005.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Caderno na Ponta do Lápis. Olimpíada de
Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro. Ano V – número 11, agosto de 2009.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica. Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.
SITES
http://www.bocasanta.com.br/.Acesso em 04/05/2010
http://linguasemestudo.blogspot.com/2010/03/entrevista-com-joaquim-dolz.html
Acesso em 13/07/2010
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