camargo; claudiane cristina um olhar por de trás do zoom
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO
CURSO DE ARTES VISUAIS
UM OLHAR POR DE TRÁS DO ZOOM
CLAUDIANE CRISTINA CAMARGO
Campo Grande – MS 2008
CLAUDIANE CRISTINA CAMARGO
UM OLHAR POR DE TRÁS DO ZOOM
Relatório apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Artes Visuais à Banca Examinadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob a orientação do Prof. Dr. Hélio Godoy.
Campo Grande – MS
2008
Dedico esta Monografia aos meu pais que proporcionaram e sempre incentivaram meus estudos e à minha irmã pela força dada durante o decorrer deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por estar presente em todos os momentos de
minha vida, abençoando e iluminando meu caminho.
Manifesto minha gratidão à minha família, à minha mãe que tanto me apoiou e
me encorajou a concluir esta etapa de minha vida. Ao meu pai por confiar e
proporcionar meus estudos. E a minha irmã Cláudia pelo apoio e pela colaboração
sobre a escrita e leitura.
A todos os professores que contribuíram decisivamente para a minha formação
acadêmica e profissional.
Cabe, aqui, também um agradecimento às minhas colegas de curso e amigas,
Ana Carolina Soares e Daniele Rosa que me apoiaram e me ajudaram sempre.
Obrigado a todos.
“Fotografia é a evidência da luz que incidiu sobre um objeto específico, num momento específico. Aquilo que vemos numa foto aconteceu; se gravaram sobre o filme e hoje são imagens, ontem existiram”.
Clovis Loureiro
RESUMO
O presente relatório trata da macrofotografia abordada com possibilidade de fornecer uma imagem abstrata e subjetiva, mostra objetos familiares e incomuns, e objetos incomuns ainda mais fascinantes. A linguagem utilizada é da macrofotografia associada com textura e composição; permite uma idéia de sensação que teríamos em contato com o objeto fotografado. Fazendo com que o espectador não se satisfaça olhando apenas rapidamente a obra, ele busca entender do que se trata a imagem. Assim se buscou obter fotos ricas em detalhes, com formas e cores, imagens que escapam da maneira convencional de observação e interpretação. Onde requer uma composição, um uso harmônico de linhas, formas, superfícies e tonalidades. Transmitindo uma idéia de substância, densidade e tato. O estudo teórico se divide em: os aspectos históricos e técnicos da fotografia, sua utilização como forma de arte até as evoluções da fotografia digital; arte abstrata e a fotografia abstrata, e a análise das obras.
Palavras – chaves: Fotografia; macro fotografia; arte; fotografia abstrata.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS 07
INTRODUÇÃO 12
CAPÍTULO I. A FOTOGRAFIA
1.1 BREVE HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA 14
1.2 FOTOGRAFIA COMO FORMA DE ARTE 19
1.3 FOTOGRAFIA DIGITAL 24
CAPÍTULO II. MACRO FOTOGRAFIA E A ARTE ABSTRATA
2.1 A NECESSIDADE HUMANA PARA COM O USO DAS LENTES 27
2.1.1 AS OBJETIVAS FOTOGRÁFICAS 30
2.2 MACROFOTOGRAFIA 34
2.3 A ARTE E A FOTOGRAFIA ABSTRATA 36
CAPÍTULO III. PROCEDIMENTOS E ANÁLISES DA OBRAS 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LISTA DE FIGURAS
Nº
IMAGEM
DESCRIÇÃO DA IMAGEM
PÁGINA
Fig.1
Ilustração feita para o texto da história da fotografia www.mnemocine.com.br/fotografia
15
Fig.2
Autor: Joseph-Nicéphore Niépce Ano: 1826 www.mnemocine.com.br/fotografia/histfoto2.htm
16
Fig.3
Cartaz da propaganda da Kodak Fonte: wwwbr.kodak.com/BR/
17
Fig.4
Autor: Rauol Hausmann Título: ABCD (1923-1924), Fotomontagem Fonte: www.girafamania.com.br
20
Fig.5
Autor: Man Ray Título: Noire et Blanche (1926) Fonte: www.girafamania.com.br
20
Fig.6
Autor: Hai Bo Título: 3 Irmãs (2000) Fonte: www.vvork.com
21
Fig.7
Autor: Joel-Peter Witkin Título: Cupido e o Centauro (1992) Fonte: www.profile.myspace.com
22
Fig.8
Autor: Ma Liuming Fonte: www.mocp.org
22
Fig.9
Autor: Nan Goldin Fonte:www. alexandriaxxi.wordpress.com
23
Fig.10
Autor: Ynka Shonibare Fonte: www.artthrob.com
23
Fig.11
Autor: Alexander de Cadenet Fonte: www.artnet.com
23
Fig.12
CCD Fonte: www.upload.wikimedia.org
25
Fig.13
Autor: Andréas Smetana Técnica: Arte Digital Fonte: www.worldphotographicarts.com
25
Fig.14
Rebite exposto no Museo Dell'Occhiale, Itália
Fonte: www.invivo.fiocruz.br
28
Fig.15
Modelo de microscópio italiano Fonte: www.invivo.fiocruz.br
28
Fig.16
Microscópio atual Fonte: www.invivo.fiocruz.br
29
Fig.17
Objetiva grande angular Fonte: www.fotodicas.com.br
31
Fig.18
Imagem reproduzida por uma grande angular
Fonte: www.fotodicas.com.br
31
Fig.19
Objetiva normal Fonte: www.fotodicas.com.br
31
Fig.20
Imagem reproduzida por uma objetiva normal
Fonte: www.fotodicas.com.br
32
Fig.21
Teleobjetiva Fonte: www.fotodicas.com.br
32
Fig.22
Imagem reproduzida por uma teleobjetiva
Fonte: www.fotodicas.com.br
32
Fig.23
Objetiva zoom Fonte: www.fotodicas.com.br
33
Fig.24
Objetiva macro Fonte: www.fotodicas.com.br
33
Fig.25
Imagem reproduzida por uma objetiva macro
Fonte: www.macrofotografia.com.br/
33
Fig.26
Imagem macrofotográfica Fonte: www.ateliedaimagem.com.br
34
Fig.27
Autor: Wassily Kandinsky Título: Improvisação 6 – Africano, (1909) Fonte:www.historiadaarte.com.br
37
Fig.28
Autor: Piet Mondrian Título: Quadro II, (1925) Fonte:www.historiadaarte.com.br
38
Fig.29
Autor: Alexander Rodchenko Título: Composição 86: Destino & Gravidade (1919) www.pitoresco.com.br
39
Fig.30
Autor: Laszlo Moholy-Nagy
Título: Fotograma www.pitoresco.com.br
39
Fig.31
Autor: Fábio Henrique Fonte: http://www.fotoarte.hjc.com.br
40
Fig.32
Autor: Carlos Marques Tavares Fonte:www.olhares.aeiou.pt/_drops_invasion_ /foto2211004.html
41
Fig.33
Autor: Claudiane Camargo Pequeno estúdio
43
Fig.34
Autor: Claudiane Camargo Foto teste
43
Fig.35
Autor: Claudiane Camargo Foto teste
43
Fig.36
Título: Onde há beleza há luz Autor: Claudiane Camargo
44
Fig.37
Título: Reflexos Autor: Claudiane Camargo
45
Fig.38
Título: Formas Autor: Claudiane Camargo
45
Fig.39
Título: Zoom Autor: Claudiane Camargo
46
Fig.40
Autor: Claudiane Camargo Obra 1
47
Fig.41
Autor: Claudiane Camargo Obra 2
47
Fig.42
Autor: Claudiane Camargo Obra 3
48
Fig.43
Autor: Claudiane Camargo Obra 4
48
Fig.44
Autor: Claudiane Camargo Obra 5
49
Fig.45
Autor: Claudiane Camargo Obra 6
49
Fig.46
Autor: Claudiane Camargo Obra 7
50
Fig.47
Bola de vidro Autor: Claudiane Camargo
50
Fig.48
Perfume Autor: Claudiane Camargo
51
Fig.49
Coroa Autor: Claudiane Camargo
51
Fig.50
Pote de gel Autor: Claudiane Camargo
52
Fig.51
Escultura Autor: Claudiane Camargo
52
Fig.52
Óculos Autor: Claudiane Camargo
53
Fig.53
Copo Autor: Claudiane Camargo
53
INTRODUÇÃO
O mundo da fotografia é um mundo pessoal. É uma expressão íntima do olhar
do fotógrafo sobre o que ele vê. Por isso é uma das mais importantes formas de
expressão do ser humano; consegue transformar em um segundo uma imagem
que poderá ficar para sempre. Ou flagrar uma situação e fazer dela tema para
discussões no mundo todo. Tiramos fotos para exprimir nossos sentimentos sobre
as pessoas, a natureza e o mundo que nos cerca.
Na busca da minha linguagem, escolhi a técnica da macrofotografia, onde
mostro detalhes muitas vezes invisíveis a olho nu, dando ao objeto um significado
completamente diferente. Podendo transformar esses objetos incomuns e
abstratos, em objetos incomuns ainda mais fascinantes.
A fotografia sempre foi um fascínio para mim e meu primeiro contato de estudo
foi em 2003, quando iniciei um curso de fotografia em Campinas, na Arquitec –
Escola de Arte e Design, tendo meus primeiros contatos básicos com a câmera,
filme e técnicas. Iniciar no curso de Artes Visuais me fez caminhar em predileção
por essa linguagem, e desde o primeiro ano já sabia qual linguagem usar no
projeto final. Apesar do meu fascínio pela fotografia tradicional em preto-e-branco,
encontrei dificuldade ao revelar o filme, pois a lojas fotográficas não trabalham
mais com esse tipo de revelação. Por isso optei em fazer meu trabalho em
fotografias digitais, assim posso ver o resultado das experimentações
imediatamente, fazer possíveis correções necessárias e tenho facilidade para
revelação e ampliação.
Na fotografia digital, assim como na analógica, conseguem-se fotos que
condizem com o equipamento e com as técnicas fotográficas utilizadas. Em outras
palavras, não tem como uma pequena câmera descartável obter imagens perfeitas,
como também não se tem garantia de uma câmera mais sofisticada proporcionar
boas fotos. O conjunto técnica e equipamento é o que vai definir o resultado.
Capturar imagens que a olho nu seria impossível e observar as novas formas
que ali estavam “escondidas” foi o que me levou a escolher esse tema.
Este trabalho foi organizado em três capítulos. O primeiro capítulo refere-se a
uma pesquisa sobre os aspectos históricos e técnicos da fotografia desde sua
invenção, sua utilização e como forma de expressão artística até as diversidades
das tecnologias digitais. O segundo capítulo trata de uma pesquisa teórica sobre a
história das lentes, a importância de seu uso para as descobertas científicas, e o
seu uso nas câmeras fotográficas; aborda também no segundo capítulo a história
da macrofotografia, a arte abstrata e a fotografia abstrata. O último capítulo refere-
se à descrição e análise das obras desenvolvidas.
Os recursos utilizados para a realização das obras foram a observação
minuciosa de cada objeto, para extrair o máximo de beleza e harmonia dos
mesmos; a construção de um pequeno estúdio para obter-se a melhor qualidade
de luz e a utilização de lentes macro. E assim comecei um processo de busca do
melhor ângulo do objeto retratado, para que o espectador não se satisfaça em
olhar a obra uma única vez.
CAPÍTULO I
A FOTOGRAFIA
O presente capítulo refere-se aos aspectos históricos e técnicos da
fotografia, desde a sua invenção, sua utilização como forma artística e a sua
evolução.
1.1 BREVE HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
É muito difícil precisar as datas e etapas dos processos que levaram à criação
da Fotografia, pois muitos deles são experiências conhecidas pelo homem desde a
Antigüidade; acrescenta-se a isso um conjunto de cientistas em diversas épocas e
lugares que aos poucos foram descobrindo as partes deste intrincado quebra-
cabeças, que somente no final do século XIX foi inteiramente montado. Entretanto,
é possível apontar alguns destes fatos e descobertas como sendo relevantes para
a invenção da fotografia. Segundo SONTAG, “é a arte que consegue passar por
todas as fases artísticas”(2006:58).
Os fundamentos daquilo que veio a se chamar fotografia vieram de dois
princípios básicos, já conhecidos do homem há muito tempo, mas que tiveram que
esperar muito tempo para se manifestar satisfatoriamente em conjunto, que são: a
câmara escura e a existência de materiais fotossensíveis. A câmara escura (Fig.1)
nada mais é que uma caixa preta totalmente vedada da luz com um pequeno
orifício ou uma objetiva em um dos seus lados (Salles: 2008). Apontada para algum
objeto, a luz refletida deste projeta-se para dentro da caixa e a imagem dele se
forma na parede oposta à do orifício. Se, na parede oposta, ao invés de uma
superfície opaca, for colocada uma translúcida, como um vidro despolido, a
imagem formada será visível do lado de fora da câmara, ainda que invertida. E o
outro fator diz respeito aos materiais fotossensíveis.
Fig 1. Câmara escura
Conforme Salles, “fotossensibilidade é um fenômeno que quer dizer
sensibilidade à luz” (2008). Toda matéria existente é fotossensível, ou seja, toda
ela se modifica com a luz, como um tecido que desbota no sol, ou mesmo a tinta
de uma parede que vai aos poucos perdendo a cor, mas, algumas demoram
milhares de anos para se alterarem, enquanto para outros apenas alguns
segundos já são suficientes. E, para a reprodução de uma imagem, de nada
adiantaria um material de pouca fotossensibilidade, de maneira que todos os
cientistas ou curiosos que procuraram de alguma maneira a imagem fotográfica
começaram pesquisando sobre o material que já há muito era conhecido e
considerado o mais propício para tal: os sais de prata (Salles, 2008).
Após alguns anos esse método foi evoluindo e consistia em sensibilizar as
folhas de papel inicialmente com nitrato de prata, e posteriormente com iodeto de
potássio, formando o iodeto de prata. O iodeto era altamente sensível à luz, o que
reduzia drasticamente o tempo de exposição, de horas para poucos minutos, e
revelados numa solução de ácido gálico e nitrato de prata. Esse sistema permitiu
que a fotografia em papel aos poucos tomasse lugar melhor na corrida pela melhor
imagem, mas ainda faltava nitidez.
Segundo, ainda, Salles (2008), a imagem só melhorou quando usaram uma
suspensão de nitrato de prata em gelatina de secagem rápida. A gelatina, de
origem animal, não só conservava a emulsão fotográfica para uso após a secagem
como também aumentava drasticamente a sensibilidade dos haletos de prata,
tornando a fotografia, finalmente, instantânea. Era um processo extremamente
barato, pois gelatina pode ser obtida de restos de ossos e cartilagens animais.
Em 1817 Joseph-Nicéphore Niépce (1765–1833) obteve imagens com cloreto
de prata sobre papel. Em 1822, conseguiu fixar uma imagem pouco contrastada
sobre uma placa metálica, utilizando nas partes claras betume-da-judéia, “este fica
insolúvel sob a ação da luz, e as sombras na base metálica” (Reimerink, 2001). A
primeira fotografia conseguida no mundo foi tirada no verão de 1826, da janela da
casa de Niépce, encontra-se preservada até hoje (Fig.2). Esta descoberta se deu
quando o francês pesquisava um método automático para copiar desenho e traço
nas pedras de litografia. O processo permitia que a imagem revelada pudesse ser
usada para reprodução de outras cópias.
Fig.2. Primeira fotografia de Niépce em 1826, tirada da janela do sótão de sua casa de campo em Le Gras em Chalons-sur- Saône, na França.
Em 1929, Niépce, substitui as placas de metal revestidas de prata por estanho,
e escurece as sombras com vapor de iodo. Este processo foi detalhado no contrato
de sociedade com Louis-Jacques Mande Daguerre, que com estas informações
pode descobrir em 1831 a sensibilidade da prata iodizada à luz. Niépce morreu em
1833 deixando sua obra nas mãos de Daguerre.
O processo chamado daguerreótipo consistia quase na mesma técnica, porém,
diminuindo o tempo de exposição da luz. O daguerreótipo não permitia cópias;
apesar disso, o sistema de Daguerre se difundiu. Inicialmente muito longos, os
tempos de exposição encurtaram devido às pesquisas.
A abertura do processo do daguerreótipo ao público permitiu uma rápida
proliferação de fotógrafos pelo mundo e, rapidamente, os grandes centros urbanos
da época ficaram repletos de daguerreótipos (Reimerink, 2001). Não demorou
muito para chegar aos Estados Unidos, teve uma expansão extraordinária,
atravessando rapidamente o Atlântico.
Em 1888, a Kodak lançava a sua primeira câmera (Fig.3), que era vendida já
carregada com um rolo de filme fotográfico para 100 fotos. Após expor o filme era
só devolver ao fabricante, recebendo depois as fotos e a câmera novamente
carregada com um novo filme, conforme anunciava o slogan da empresa: “Você
aperta o botão, nos fazemos o resto”.
Fig. 3 – Câmera Kodak
Na entrada do ano de 1900 a fotografia já tinha todos os quesitos necessários
para o registro de imagens com altíssima qualidade de exposição e reprodução.
Uns dos principais avanços foram de ordem mecânica, na construção de lentes
cada vez mais precisas e nítidas, e câmeras portáteis de diversos formatos e
tamanhos. Com o passar dos anos muita coisa foi acrescida e mudada,
aperfeiçoamentos tecnológicos, processos eficientes e baratos, câmeras
programáveis e a fotografia digital, nova revolução nas artes fotográficas.
O que evoluiu também com o passar dos anos foi a visão fotográfica e as
composições. Segundo Bussele (1980), para um fotógrafo, o visor de uma câmera
representa o mesmo que uma tela vazia para um pintor. A capacidade de
selecionar e dispor os elementos de uma fotografia depende, em grande parte, do
ponto de vista da câmera. Na verdade, o lugar onde se decide colocar a câmera
constitui uma de suas decisões mais críticas. Muitas vezes, qualquer alteração,
mesma mínima, pode afetar de maneira drástica o equilíbrio, a estrutura e a
iluminação (Bussele, 1980). A composição é a arte de dispor os elementos do
tema, formas, linhas, tons e cores de maneira organizada e agradável. É mais
agradável olhar uma fotografia organizada, como também de maior facilidade
entendê-la.
Na fotografia há também outras importâncias para enfatizar um tema: foco, que
é ajustado para dar mais nitidez; abertura do diafragma, que proporciona diferentes
efeitos de profundidade de campo; velocidade de obturador, que controla o tempo
de exposição do filme à luz e a escolha do ISO. Essa compreensão da perspectiva
ajuda a compor melhor as fotos, pois através dessa noção pode-se controlar a
importância relativa dos elementos situados na área da imagem. Esses aspectos
ajudam a enfatizar um tema escolhido.
Essa linguagem exerce um papel tão abrangente, tão presente no nosso dia-a-
dia, que os diversos meios de comunicação e informação jornalística, publicitária,
artísticos e culturais que nos envolvem e fascinam, são essencialmente
fotográficos. O tempo não pára jamais. O mundo está continuamente mudando, as
pessoas se movimentam, as estações passam, o sol nasce e se põe. Entretanto
eterniza-se o momento ao apertar o botão da câmera.
1.2 FOTOGRAFIA COMO FORMA DE ARTE
Jean Pierre (2007) afirma que a fotografia e a pintura sempre tiveram destinos
paralelos, conflituosos e complementares. Na tentativa de colocar a fotografia
como produto resultante de estudos e inteligência, os fotógrafos passaram a imitar
as pinturas utilizando seus aspectos para composição da imagem. Com isso os
conhecimentos acumulados sobre o ponto, massa, linha, tom, contraste,
profundidade e iluminação passaram, naturalmente, a ser preocupação dos
fotógrafos.
Os caminhos da fotografia são muitos e sua história marcada por inúmeras
bifurcações. Por ser imagem realística anteriormente jamais conseguida, a imagem
fotográfica ganhou para si um estatuto de persuasão indiscutível até bem avançado
o século XX (Willians, 2008).
Segundo Pierre, “os propostos da pintura e da fotografia são idênticos: copiar a
realidade o melhor possível” (2007:70). Com a concorrência pintura e fotografia, os
artistas passaram a criar uma nova concepção artística para produção de sua obra.
Uma concepção não sujeita à realidade. Conforme Pierre (2007), por muito tempo
a fotografia continuou a repetir as poses e os gestos dos retratos pictóricos.
Somente lentamente passou a se descobrir as possibilidades próprias da
"linguagem da fotografia”. Surgiram então as escolas pictóricas como o cubismo, o
construtivismo e outras manifestações não figurativas.
Com os movimentos surrealistas e dadaístas houve contribuições no
direcionamento da fotografia como arte e para o rompimento com as imposições
pictóricas. No dadaísmo Rauol Hausmann, nas fotomontagens, criava suas obras
com recortes de revista, jornais e fotos (Fig.4). Já no surrealismo, o disparo do
botão da câmera traz à tona elementos que remetem ao mundo inconsciente. Man
Ray mostra bem essa característica em suas obras (Fig. 5).
Em todos estes movimentos, percebem-se haver uma reavaliação da imagem
fotográfica, indo além do meramente documental e ultrapassando, em muito, as
demarcadas fronteiras da fotografia como recurso auxiliar da atividade artística.
Fig. : ABCD (1923-1924)
Rauol Hausmann
Fotomontagem
40,4 x 28,2 cm
Fig 5. Noire et Blanche, 1926
Man Ray
Conforme Pierre (2007), nos anos 60/70 se instala um verdadeiro mercado de
arte fotográfica, pois antes a fotografia ainda era vista como coadjuvante dos
processos artísticos.
A versatilidade da fotografia a faz poder atuar tanto como geradora de imagens
comuns, como de família, da sociedade, quanto no modo artístico. Conforme
Ghizzi (2007) uma das razões pelas quais isso é possível é o fato de que a
fotografia estabelece já sua própria tradição, independente de outros métodos de
construção de imagens como a pintura.
A fotografia contemporânea tem muitas variações de estilo e composições
como: trabalhos voltados para temas sociais, como as obras de Hai Bo (Fig.6);
trabalhos digitais como os de Joel- Peter Witikin (Fig.7); autobiográfico, no qual o
artista é o ator em sua própria peça, como Ma Liuming (Fig.8); informalidade como
as obras de Nan Goldin (Fig.9); trabalhos com seqüência narrativa como de Ynka
Shonibare (Fig. 10) e até fotos de raios –X como são as obras de Alexander
Cadenet (Fig.11) que retrata celebridades mostrando não a carne, mas a estrutura
do crânio. Hoje a fotografia criativa oferece numerosas possibilidades aos novos
talentos.
Fig. 6 Hai Bo, 3 Irmãs, 2000
Fig. 7 Joel-Peter Witkin, Cupido e Centauro, 1992
Fig. 8 Ma Liuming
Fig. 9 Nan Goldin
Fig. 10 Ynka Shonibare
Fig. 11 Alexander de Cadenet
1.3 FOTOGRAFIA DIGITAL
Um fator decisivo para a popularização da fotografia foi a invenção do filme 135
feita pela Kodak, em 1934. Reimerink (2001) afirma que esse novo formato de filme
passou a ser usado pela maioria dos fotógrafos amadores e profissionais. Desde
então, a fotografia continuou sua evolução melhorando a qualidade de lentes e as
sofisticações das câmeras, que se tornaram automáticas e obtiveram recursos
eletrônicos. Contudo, sua essência continua a mesma da década passada; tirar
fotos para tê-las de lembrança, compartilhá-las com amigos e familiares.
Com a fotografia digital, esse processo continua o mesmo, porém, seu método
de visualização da imagem mudou. As facilidades e vantagens oferecidas pela
câmera digital são tão atraentes que hoje, em nível mundial, já se vende mais
câmeras digitais do que as que usam filme tradicional (Ramalho, 2006).
O princípio de funcionamento de uma câmera digital e de uma que utiliza filme é
o mesmo. Ambas capturam a imagem fazendo a leitura da luz que é emanada ou
refletida pelo assunto fotografado.
Ramalho (2006) afirma, ainda, que a resolução de uma câmera digital é
expressa por pixels ou pontos. Cada imagem é composta por uma matriz de pixels
em forma de linhas e colunas. Quanto mais pixels, mais nítida será a imagem, pois
mais detalhes poderão ser gravados.
A câmera digital permite regular a sensibilidade do sensor, podendo mudar o
valor do ISO a ser usado. Esse sensor (Fig. 12) é o principal responsável pela
captura da imagem, sendo responsável pela resolução da foto, ou seja, pela
quantidade de pixels ou pontos sensíveis à luz que irão compor a imagem.
Segundo Ramalho (2006), a tecnologia usada pelo sensor influencia a qualidade
da captura.
Fig. 12 Sensor que substitui o filme nas câmeras digitais (CCD)
A fotografia e arte sofreram grandes transformações na produção de imagens
com a chegada das tecnologias digitais. Artistas apropriam-se da imagem
fotográfica para fazerem manipulações artísticas, utilizando computador e as novas
tecnologias. Uma área que desenvolve conceitos, métodos e técnicas de
computador voltadas para a produção de um objeto visual.
A arte digital possibilita criar, interferir sobre o que já foi produzido (Fig. 13).
Facilitando a experimentação e ampliando a capacidade das pessoas de se
expressarem.
Fig. 13 Arte Digital de Andréas Smetana
Outro fator importante, conforme Ramalho (2006), da fotografia digital, é a
qualidade da imagem e a obtenção de cores que ela consegue captar, dando
resultados melhores no detalhamento da cor, sombras e texturas.
Por enquanto, a imagem digital veio para ficar. Não para substituir o que já foi
conquistado, mas para facilitar a nossa vida, agregando novos valores. Portanto, é
mais uma técnica, um recurso de linguagem. E uma boa imagem fotográfica,
independente da ferramenta ou mídia utilizada, ainda depende da luz, sensibilidade
e intelecto criativo do fotógrafo.
CAPÍTULO II
MACROFOTOGRAFIA E A ARTE ABSTRATA
Este capítulo refere-se aos aspectos históricos da invenção das lentes e à ajuda
ao mundo que a sua descoberta proporcionou. Podendo chegar à utilização de
suas lentes em vários benefícios, como no uso da macrofotografia, que
proporciona a vários cientistas desenvolver teses sobre animais e plantas de
tamanho reduzido, como também permite ao artista um trabalho de fotografia
abstrata, podendo transformar um objeto comum ao olho nu em algo incomum.
2.1 A HUMANIDADE E O USO DAS LENTES
Desde a Antigüidade aparecem relatos sobre a dificuldade de visão. Os
primeiros registros históricos sobre a existência de lentes rudimentares foram
escritos na China pelo filósofo Confúcio, em 500 a.C. (Thiago Thales, 2003). Na
época de Aristóteles (filósofo grego que viveu de 384 a.C. a 322 a.C.) o homem
produzia pedras cortadas de maneira a possibilitar a sua utilização como
instrumento óptico. Segundo Thales (2003), foi somente na Idade Média que os
monges começaram a desenvolver a chamada “pedra de leitura”. Esta pedra
funcionava como uma lupa primitiva que aumentava o tamanho das letras e era
composta basicamente de cristal de quartzo ou de pedras semipreciosas que
tinham lapidação e polimento.
Thales (2003) afirma, ainda, que o primeiro par de lentes com graus unidos por
aros de ferro e rebites surge na Alemanha em 1270. Esses óculos primitivos não
têm hastes e são ajustados apenas sobre o nariz (Fig.14). Pouco depois, modelos
semelhantes ao alemão aparecem em várias cidades italianas.
Fig. 14 Rebite
Museo Dell'Occhiale, Itália.
Conforme Rocha (2008), graças à descoberta das primeiras lentes, se produziu
a lupa, a tri-lupa e o microscópio, para o qual há ciências baseadas exclusivamente
nestes descobrimentos. A medicina, a biologia, a história natural, a química entre
outras são bons exemplos que precisam apelar, sem dúvida, à Microscopia para
complementar os estudos feitos a olho nu.
O século XVII foi um período de grande interesse pelos microscópios (Fig. 15).
A própria palavra microscópio foi oficializada na época pelos membros da
Academia dei Lincei, uma importante sociedade científica. Contudo, ainda havia
dúvidas sobre a importância do instrumento para a ciência. A magnificação dos
objetos obtida, em torno de nove vezes, não permitia observar coisas realmente
novas. Ainda não se suspeitava que uma estrutura presente em todos os tecidos
vivos logo estaria ao alcance dos nossos olhos, com a ajuda dos microscópios: a
célula.
Fig. 15 Modelo de microscópio italiano,
possivelmente utilizado por volta do
ano 1600. Os modelos italianos eram
simples e pequenos.
Posteriormente, e com as pesquisas científicas, apareceram as lentes ou lupas
e o microscópio "simples" com dispositivos especiais e com um poder de
ampliação da imagem observada de não mais de quarenta diâmetros. Tanto os
óculos como as lupas ou lentes (antecessores do microscópio) operam como
microscópios simples. Praticamente são iguais
“Imaginemos que sem as lentes e por sua vez sem a lupa, o microscópio, ficariam à margem da ciência o estudo das coisas e dos seres, ou entidades sumamente pequenas, microscópicas e impossíveis de serem estudadas pelo olho humano. Os diminutos indivíduos viventes que abundam a milhares em uma gota de água, tem sido o assombro científico em todos os tempos”
(Rocha: 2008) Atualmente, os microscópios e as técnicas de observação estão bastante
avançados. Possibilitam regulagens extremamente precisas no foco e na
capacidade de ampliação (Fig. 16).
Fig. 16 Microscópio atual
2.1.1 AS OBJETIVAS FOTOGRÁFICAS
Outro fator importante no descobrimento das lentes foi a utilização dessas para
obter imagens melhores na fotografia. Conforme Thales (2003) a câmara escura foi
a precursora da máquina fotográfica. Era composta de uma caixa com um orifício
na frente, ao qual era acoplado uma lente. Jérôme Cardan substitui o orifício de
entrada da luz por uma lente, porém, apresentava uma separação de cores e
distorção.
Segundo Thales (2003), somente por volta de 1829, Chevalier, óptico e
construtor de lentes francês, introduziu o uso de duas lentes que reduziam as
distorções. Em 1839, Daguerre especificava ser esse sistema de lentes que
deveria ser usado no seu processo fotográfico, o que ocorreu até 1860.
A partir desse período, dezenas de novos projetos foram sendo desenvolvidos,
o número de elementos aumentava, a qualidade dos vidros se aprimorava e os
resultados eram sempre melhorados (Thales, 2003).
Conforme Hedgeccoe (2006), as objetivas fotográficas são a alma da câmera
fotográfica. Através da passagem da luz pelos seus cristais, os raios luminosos são
orientados de maneira ordenada para sensibilizar a película fotográfica e formar a
imagem.
Uma objetiva é formada basicamente de três elementos: um corpo, geralmente
de metal ou outro material de boa resistência, que envolve e protege os elementos
internos; os cristais, que constituem o elemento ótico da estrutura; e o diafragma,
estrutura que controla a quantidade de luz que passa através da lente.
Segundo Thales (2003), o que diferencia uma objetiva da outra é a distância
focal, medida em milímetros, é a distância entre o centro ótico da lente e a película
fotográfica (ou o CCD nas digitais), situada no interior do corpo da câmera. É
através dela que classificamos as objetivas. É ela que define todas as
características próprias de cada objetiva e o resultado estético da imagem
produzida por cada uma.
As objetivas grandes angulares (distância focal de 8 a 35 mm) (Fig. 17)
possuem um amplo ângulo de visão, ou seja, com o uso destas lentes
conseguimos enquadrar uma área bastante grande a uma curta distância. São
úteis para fotografar em locais com pouco espaço, fazer tomadas panorâmicas,
bem como de grupos de pessoas a pouca distância (Thales, 2003).
Devido as suas características óticas, as imagens sofrem uma distorção
arredondada nas bordas (Fig.18) , principalmente se forem feitas muito próximas
ao assunto fotografado.
Fig. 17 Objetiva grande angular
Fig. 18 Imagem reproduzida por uma grande angular
Segundo Thales (2003) uma objetiva normal (distância focal de 40 a 60 mm)
(Fig. 19) produz uma imagem muito próxima da visão humana a olho nu. São
objetivas úteis para fotos de arquitetura, paisagens, pessoas, retratos, produzindo
imagens naturais, sem grandes efeitos estéticos e com pouca distorção (Fig.20).
Fig. 19 Objetiva normal
Fig. 20 Imagem reproduzida por uma
objetiva normal
As teleobjetivas (distância focal acima de 80 mm) (Fig. 21) São indicadas para
fotos de objetos que estão a uma longa distância, dos quais não podemos nos
aproximar. São muito usadas para fotos de esportes (Fig.22) e natureza (Thales,
2003).
Fig. 21 Teleobjetiva
Fig. 22 Imagem reproduzida por uma
teleobjetiva
A objetiva zoom (Fig.23) possui uma distância focal variável, ou seja, em uma
mesma lente temos várias distâncias focais diferentes. Este tipo de lente é muito
versátil e prática, já que podemos com um mesmo equipamento fazer vários tipos
de enquadramento (Thales, 2003).
Fig. 23 Objetiva zoom
Segundo Thales (2003) as objetivas macro (distância focal 50, 100 e 200 mm)
(Fig.24) são usadas para fazer macrofotografias, ou seja, fotos de objetos muito
pequenos (Fig.25). Como temos que nos aproximar muito do objeto, as
macrofotografias têm sempre uma pequena profundidade de campo, que pode ser
compensada pelo uso de aberturas mínimas (f11, f16). O termo “macro” consiste
em que o objeto focalizado tenha uma certa distância de onde se dá o foco da
imagem.
Fig. 24 Objetiva macro
Fig. 25 Imagem reproduzida
por uma objetiva macro
2.2 MACROFOTOGRAFIA
A macrofotografia é um ramo da fotografia voltada aos pequenos objetos,
busca-se a reprodução dos detalhes, revelando muitas vezes detalhes que a olho
nu seria impossível de se perceber, sendo provavelmente este um dos motivos do
seu encanto (Fig. 26).
Muitos fotógrafos não gostam de fotografar o que normalmente os outros
enxergam no dia-a-dia. Buscam detalhes, procuram compor com imagens de
maneira inconvencional de observação e interpretação. Conforme Filho (2008), a
macrofotografia é uma prática ideal para desvendar esse maravilhoso mundo que é
a fotografia de aproximação.
Fig. 26 Imagem macrofotográfica
A macrofotografia é, portanto, a técnica de fotografar à curta distância,
ampliando o assunto com o auxílio de equipamentos fabricados especialmente
para essa finalidade, como lentes close-up, tubos e foles de extensão e as famosas
objetivas “macro”, cujo poder de aproximação alcança em certos casos, a taxa de
1:1, o que significa dizer que obteríamos no negativo ou cromo uma imagem de
tamanho igual ao do objeto fotografado (Thales, 2003).
Segundo Filho (2008), a câmera mais recomendável para se fazer macrofotos é
a reflex, pois este tipo de câmera permite trocar as lentes e usar a objetiva macro
ou uma lente close-up (de aproximação). Existem objetivas específicas para
macrofotografia, as lentes macro, que permitem grandes ampliações e possuem
uma excelente qualidade óptica.
Outro acessório muito utilizando, conforme Filho (2008), são os flashes, apesar
de não serem responsáveis pela ampliação em si, permitirão o uso de menores
aberturas de diafragma, proporcionando uma maior profundidade de campo. Outra
vantagem é permitir o uso de velocidade mais altas do que necessário no caso de
objetos em movimento ou se a câmera estiver sendo utilizada na mão.
Em macrofotografia a profundidade de campo é muito importante e depende da
objetiva e do grau de ampliação do assunto a ser fotografado. Segundo Hedgeccoe
(2006), quanto maior a aproximação, menor é a profundidade de campo. Um dos
“macetes” é utilizar diafragmas bem fechados (f/16, f/22 ou f/32).
Antonio Arcari (1980) fala que a macrofotografia consegue ver aquilo que o olho
não vê, descobre se um mundo desconhecido, a estrutura da matéria, a textura
natural ou artificial da superfície. Proporciona uma visão nova, original, de algum
modo diferente e fora do que é habitual do objeto, portanto da própria realidade.
O homem em geral não tem o hábito de observar a realidade senão nos seus
aspectos exteriores mais evidentes, na sua aparência de cores e de formas mais
explícitas. E é precisamente nisto que a visão do fotógrafo deve ser diferente, deve
ser mais complexa, mais rica, mais atenta, mais penetrante. A visão do fotógrafo,
através da objetiva macro, exercita uma maneira nova e diferente de observar o
mundo.
2.3 A ARTE E A FOTOGRAFIA ABSTRATA
Conforme afirma Dora Vallier (1980) a arte abstrata se desenvolve no decorrer
do século XX, com os estudos preparatórios que os pintores costumavam fazer
antes mesmo de executarem as suas obras. Assim, no decorrer dos anos, primeiro
na pintura, depois na escultura, surgem obras finais que já não contêm a imagem
do mundo exterior. O artista já não nomeia, exprime. “Cabe ao espectador reagir e
aprender a significação do que é expresso” (VALLIER, 1980: 9).
A arte abstrata surge e instala-se em toda a Europa no início do século. Surge
pouco depois do fauvismo, do expressionismo e do cubismo. Uma forma de arte
que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés
disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a
realidade da obra, de uma maneira não representacional. Conforme Bonfand
“Reagimos à linha, ao tom e à cor da mesma forma que ao som e, como a música,
arte abstrata é temática. Ela tem para nós um sentido que ultrapassa as palavras”
(1996:142).
De acordo com Dora Vallier (1980) o primeiro pintor considerado abstrato é
Kandinsky, logo mais, em 1914, é Mondrian que, seguindo uma via completamente
diferente, abandona a figuração. “A arte abstrata, em suma, surge e instala-se em
toda a Europa no início do século. Surge pouco depois do fauvismo, do
expressionismo e do cubismo, assimilando alguns dos elementos de tais
correntes”. (VALLIER, 1980: 9)
Dora Vallier (1980) diz, ainda, que a arte abstrata tem que ser entendida como
fenômeno e não como mera tendência. Assim, a sua evolução, desde os anos 10
aos anos 60 é a de um fenômeno em que, desde o início, se esboçam várias
correntes, que depois se esbarram para ressurgirem a alguns anos de distância. A
arte abstrata mostra a decomposição da figura, a simplificação da forma, os novos
usos das cores, o descarte da perspectiva e das técnicas de modelagem e a
rejeição dos jogos convencionais de sombra e luz.
Conforme Dora (1980) podemos distinguir vários períodos de desenvolvimento
da arte abstrata: o primeiro entre 1910 e 1920, que é o período das origens,
caracterizado por uma extraordinária vitalidade criadora. Depois, um segundo
período, entre 1920 e 1930, em que aparece uma aplicação prática das formas
abstratas. E por volta de 1945, começa a expansão da arte abstrata, tendo nos
anos 50 a sua parte mais viva.
Segundo Victor Civita (1971) existem várias classificações e correntes na arte
abstrata. Entre essas fases no Abstracionismo Lírico predominam os sentimentos
e emoções. As cores e as formas são criadas livremente, aprofundam em
pesquisas cromáticas, conseguindo variações espaciais e de formas na pintura,
através das tonalidades e matizes. Wassily Kandinsky foi o mentor deste gênero
utilizando cores puras em pinceladas rápidas tensas e violentas (Fig.27).
Fig.27 Wassily Kandinsky
"Improvisação 6 – Africano "(1909)
Civita (1971) afirma que Abstracionismo Geométrico, ao contrário do Lírico,
foca-se na racionalização. Foi influenciado pelo Cubismo e pelo Futurismo. As
formas e as cores são organizadas de tal maneira que a composição resultante
seja apenas a expressão de uma concepção geométrica. Em Amsterdã, 1917,
liderado por Piet Mondrian (Fig. 28), houve o mais puro dos movimentos abstratos
e o mais idealista em sua ideologia. “O objetivo final era uma arte que, por ser tão
harmoniosa com os princípios universais, faria com que todos os aspectos da vida
se harmonizassem com esses princípios” (CIVITA, 1971:1634).
Fig. 28 Piet Mondrian
Quadro II (1925)
Em 1931 até 1936 o movimento Abstração Criação, fundado em Paris, chegou
a agrupar em exposições anuais mais de quatrocentos artistas, entre escultores e
pintores. “Permanece até hoje o extraordinário impulso que aqueles pioneiros
deram à definição do gosto moderno, à elaboração de uma plástica que transcende
os limites da pintura para ser encontrada nas fachadas, propagandas e variedades
de objetos produzidos pela indústria moderna”. (CIVITA, 1971:1642)
Dora Vallier (1980) diz que na arte abstrata o artista trabalha muito com
conceitos, intuições e sentimentos, provocando nas pessoas que visualizam a
obra, uma série de interpretações. Portanto, na arte abstrata, uma mesma obra de
arte pode ser vista, sentida e interpretada de várias formas.
Segundo Dubois (1993) o movimento abstrato ampliou as possibilidades da
fotografia, sugerindo ao fotógrafo o desafio de mostrar o mundo de uma imagem
diferente e inusitada. Alexander Rodchenko (Fig.29) e Laszlo Moholy-Nagy (Fig.30)
iniciaram a história da fotografia abstrata, propondo novos ângulos em imagens
que contribuíram para o abstracionismo na fotografia.
Fig. 29 Alexander Rodchenko, "Composição 86: Destino & Gravidade" (1919)
Fig. 30 Laszlo Moholy-Nagy, “Fotograma”, 1926
Conforme, ainda, Dubois (1993), a fotografia traz consigo, sempre, um rastro do
real. Isso coloca a fotografia abstrata em uma situação de ambigüidade. Ao mesmo
tempo que procura negar uma representação figurativa da realidade, por outro
lado, até por sua gênese por projeção luminosa sobre o material fotossenssível,
não pode nascer desassociada de algo real que esteve diante da câmera (Dubois,
1993).
Há também um desafio que o fotógrafo se impõe, de ser original; ele busca ter
em suas fotografia uma abordagem diferente, nunca antes vista. Conforme Dubois
(1993), na procura por abstrair o real, o fotógrafo propõe imagens geradas a partir
de objetos reais ainda que ao mesmo tempo neguem suas formas reais.
Os olhos captam inumeráveis informações diariamente que são percebidas de
diferentes formas por diferentes indivíduos. Dentre essas, cada indivíduo seleciona
aquelas que acredita serem as mais importantes; e para um fotógrafo não é
diferente.
A idéia inicial para a realização desse trabalho em macrofotografia surgiu meio
por acaso, fazendo testes de composição. Depois da certeza do tema, em obter
imagens abstratas a partir do processo macrofotográfico, busquei artistas que
tinham a mesma linguagem que a minha. Como Fábio Henrique, que se dedica
exclusivamente à fotografia abstrata ou foto arte (Fig. 31). Fábio (2008) diz que o
objetivo da fotografia abstrata é capturar cores e padrões e criar uma experiência
visual intensa para o observador.
As obras de Fábio mostram bem a questão da possibilidade da macrofotografia
captar um detalhe de um objeto e torná-lo incomum, tornando a uma obra abstrata.
Fig.31 Obra de Fábio Henrique
Outro fotógrafo com forte influência em macrofotografia abstrata é Carlos
Marques Tavares, que compõe suas obras com a mais exata precisão, obtendo
imagens fantásticas (Fig. 32).
Fig. 32 Obra de Carlos Marques Tavares
A macrofotografia possibilita criar uma imagem abstrata a partir de algo concreto,
mexendo com as emoções do espectador, criando ilusões e sensações, libertando
a nossa imaginação.
CAPÍTULO III
PROCEDIMENTOS E ANÁLISES DAS OBRAS
Essa linguagem escolhida é como a pintura, a escultura ou gravura, que
carrega a marca do seu autor. É possível que um observador atento identifique a
autoria de uma foto considerando características da imagem como: a temática, a
luz, o ponto de vista, a composição, etc.
E nessa busca de criar um estilo pessoal, escolhi a técnica de macrofotografia.
Um ramo da fotografia voltada aos pequenos objetos, mostrando aos nossos olhos
detalhes muitas vezes invisíveis a olho nu, podendo produzir ampliação máxima de
um objeto, e este ganhar um significado completamente diferente.
Na macrofotografia objetos familiares tornam-se incomuns e abstratos, e
objetos incomuns tornam-se ainda mais fascinantes. Vai mais além: mostra
detalhes, compõe, com formas e cores, imagens que escapam da maneira
convencional de observação e interpretação.
E essa fotografia, por ser muito rica em detalhes, requer uma composição: um
uso harmônico de linhas, formas, superfícies e tonalidades. O arranjo dos
elementos que compõe uma imagem permite o balanceamento e equilíbrio dos
espaços da foto de tal forma a levar o receptor a olhar para onde o autor quer que
ele olhe.
Esses “arranjos” são feitos colocando-se figuras ou objetos em determinadas
posições. Às vezes, na mudança do ângulo pode-se deslocar a câmera
suavemente, acarretando uma mudança considerável na composição. Uma foto
bem composta exige planejamento e paciência.
Portanto, o uso de um ambiente adequado para fotografar esses objetos é
fundamental para a obtenção de um bom resultado. Por isso montei um pequeno
estúdio com uma tenda de iluminação em miniatura (Fig.33). E para o resultado
final sair como o esperado, sempre uso lente macro, flash, cabo disparador e um
tripé.
Fig. 33 Pequeno estúdio.
A iluminação na macrofotografia é fundamental, é um componente que está
estreitamente ligado à composição, ela funciona como um elemento de condução
do olhar. Mas o maior desafio é fazer que com que haja iluminação suficiente para
definir o foco e, ao mesmo tempo, distribuir a luz igualmente para evitar sombras.
Fiz vários testes (Fig. 34 e 35) para obter o resultado esperado. O uso dos flashes
atenua esses problemas citados, desde que essa luz chegue difusa ao objeto,
usando papéis, papelão ou isopor.
Fig.34 – Falta de luz Fig.35 - Excesso de luz
Outro fator importante na macrofotografia é a profundidade de campo, pois
como os objetos estão muito próximos, não é interessante que uma parte fique
focada e a outra não. A profundidade de campo é diretamente afetada pela
abertura da lente: uma abertura grande torna nítido apenas o objeto focalizado, já
uma abertura muito pequena coloca em foco tudo o que está no primeiro plano e
no plano de fundo. Quanto mais fechado estiver o diafragma (f16, f22, etc.) maior
será a qualidade, a definição e a nitidez da imagem.
Consequentemente o obturador terá que ficar o máximo de tempo aberto para
captar a luz, pois obturador e a abertura funcionam em conjunto. A velocidade do
obturador é o tempo em que o obturador permanece aberto; ela controla por
quanto tempo a luz deverá atingir o filme. A velocidade do obturador é medida em
frações de segundo. No caso de close-up, como a abertura vai estar muito
fechada, a entrada de luz vai ser menor, compensa-se a falta de luz com a
diminuição da velocidade do obturador.
Entretanto, quanto menor a velocidade, maiores as possibilidades da fotografia
sair tremida, isso ocorre pela movimentação da câmera enquanto o obturador está
aberto. Para evitar essa situação, a câmera precisa estar imóvel. Isso pode ser
conseguido apoiando a câmera em alguma superfície sólida ou utilizando um tripé.
É preciso muito esforço e paciência, mas o resultado final pode ser
surpreendente. Capturar imagens que a olho nu seria impossível e observar as
novas formas que ali estavam “escondidas” foi o que me levou a escolher essa
técnica como base na construção da minha poética. Experimentei vários objetos e
percebi como é possível descobrir coisas novas.
Meu primeiro ensaio fotográfico com macrofotografia (Fig.36) “Onde há beleza
há luz”. Neste trabalho mostrei apenas composição e o brilho dos objetos.
Fig. 36 “Onde há beleza há luz”
No segundo ensaio, “Reflexos” (Fig.37), fiquei mais focada na iluminação e na
composição com os reflexos dos objetos.
Fig. 37 “Reflexos”
No ensaio “Formas” (Fig.38), explorei a técnica macro, ampliando ao máximo o
detalhe fotografado.
Fig. 38 “Formas”
No quarto ensaio, “Zoom” (Fig.39), resolvi fotografar objetos que continham um
brilho específico. Nesse trabalho aprofundei na técnica de macrofotografia e no
estudo de iluminação.
Fig.39 “Zoom”
Minhas fotografias são todas coloridas. Apesar de já ter tirado algumas
fotografias macro em preto-e-branco, percebi que elas não transmitiam a mesma
intensidade do que nas imagens coloridas. Por mostrar todos os detalhes, senti
que no colorido fica mais real e possibilita mais detalhes e sensações ao
espectador.
Apesar de todos esses estudos com composição, uso de cores, iluminação não
achei uma poética para meu trabalho. Resolvi testar outros objetos a minha volta,
do meu cotidiano, comecei a observar suas formas e ângulos; fotografei os
detalhes que mais me chamaram a atenção.
Na primeira obra (Fig.36) está presente o uso da composição, na escolha do
melhor ângulo, para o espectador ter a sensação de poder entrar em um túnel,
onde o “jogo” de luz permite observar o volume das bolhas e seus diferentes
formatos. O fundo preto atenuou o caminho que o espectador involuntariamente faz
na obra.
Fig. 40 Obra 1
A obra seguinte (Fig. 36) transmite uma idéia de que as esferas estão caindo;
esse efeito foi obtido com efeito de luz e posicionamento da câmera. O fundo
escuro deu ênfase à idéia de que essas esferas estão suspensas.
Fig.41 Obra 2
Já obra a seguir (Fig.38), é composta por esferas maiores e menores que
trilham um caminho imaginário, onde o espectador tenta achar um começo ou o
fim. O fundo amarelo fazendo contraste com as esferas escuras atenua ou dá a
sensação de um caminho.
Fig.42 Obra 3
Na quarta obra (Fig.39) o fundo claro transmite uma sensação de leveza,
como se o objeto retratado estivesse voando ou boiando. A forte presença de
textura permite a visualização de suas formas e cores, mesmo que não tenha sido
distinguida sua real forma.
Fig. 43 Obra 4
Na mesma linha de composição a obra 4, a próxima obra (Fig. 40) parece ser
rígida, olhando rapidamente, mas, observando novamente percebemos curvas e
texturas que nos transmitem a sensação de maleável.
Fig. 44 Obra 5
A sexta obra (Fig.41) já apresenta uma outra linha de composição, com uma
composição geométrica, a linha central instiga o espectador a saber se a linha é
crescente ou decrescente.
Fig. 45 Obra 6
A última obra (Fig. 42) segue a mesma linha da obra interior, componho com
linhas. Ao observamos essa obra temos a impressão que esse centro está
côncavo, mas se olharmos em outro ponto ele pode parecer convexo.
Fig. 46 Obra 7
Essas imagens foram obtidas de objetos comuns e familiares do meu cotidiano,
que ao observá-los percebi que tinham potencial para a criação de belas imagens.
Com posicionamento de câmera, iluminação e fundos diferentes consegui que
esses objetos comuns se tornassem fascinantes. Como uma bola de vidro (Fig.
43), que ao colocar um fundo preto obtive a primeira obra.
Fig. 47 Bola de vidro Obra 1
Outro objeto escolhido foi o detalhe da tampa de um perfume (Fig. 44). Que
com o posicionamento da câmera de cima pra baixo e com a iluminação de baixo
para cima obtive a imagem da segunda obra .
Fig. 48 Perfume Obra 2
Uma coroa (Fig.45) simples com um fundo amarelo, bem planejada na
composição me permitiu obter da terceira obra .
Fig.49 Coroa Obra 3
Outro objeto que ao analisar seu melhor ângulo, foi um pote de gel (Fig. 46) e
colocado um fundo azul, atenuou sua cor e deu mais contraste na sua forma, e
obtive a imagem da quarta obra.
Fig. 50 Pote de gel Obra 4
A escultura (Fig. 47) utilizada na composição da quinta obra, apenas precisou de
uma luz direta para clarear suas formas e detalhes.
Fig. 51 Escultura Obra 5
Outro objeto utilizado também foi o óculos (Fig. 48), onde fotografei apenas a
haste do mesmo; proporcionando a imagem da sexta obra.
Fig.52 Óculos Obra 6
E o último objeto escolhido foi um fundo de um copo (Fig.49) que adicionado a
um fundo listrado; obtive a imagem da sétima obra.
Fig. 53 Copo Obra 7
Outro aspecto importante para esse trabalho foi a escolha do tipo de impressão
e a escolha da moldura. Escolhi o papel fotográfico, pois este possibilitava um
brilho as imagens e não perdia as formas do objeto.
E na escolha da moldura, optei por uma branca que contrastava com as cores
das minhas obras; e seu formato moderno, com as molduras largas, deu a
impressão para o espectador que tivesse que puxar o zoom mais uma vez para ver
a obra.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo dessa pesquisa foi apresentar a possibilidade que a
macrofotografia tem de fornecer uma imagem abstrata e subjetiva; fotos
admiráveis e bem compostas, não só restritas a documentário e pesquisas
biológicas.
Ao longo do tempo cada fotógrafo cria a sua maneira própria de ver o mundo
que o rodeia. Procura formas de comunicar visualmente. Com o tempo, vai
adquirindo sensibilidade na arte de comunicar visualmente.
Neste projeto segui uma linha de estudo que caracteriza a minha forma de
fotografar. A macrofotografia abstrata possibilita imagens diferentes do cotidiano,
voltadas aos pequenos objetos, mostrando aos nossos olhos detalhes que
passariam despercebidos.
Para esse trabalho sair como esperado fiz um estudo sobre tipo e direção de
luz, velocidade do obturador, abertura do diafragma, profundidade de campo,
pois tudo precisa estar devidamente avaliado e ajustado.
Assim, esse projeto reside no fato do espectador poder "ler" detalhes
fotograficamente, em condições de livre interpretação, no tempo e espaço que
desejar.
PORTIFÓLIO
CLAUDIANE CRISTINA CAMARGO
Neste projeto apresento a possibilidade que a macrofotografia tem de fornecer
uma imagem abstrata e subjetiva; fotos admiráveis e bem compostas. Essa técnica
possibilita mostrar detalhes que passariam despercebidas, podendo produzir
ampliação máxima de um objeto, e este ganhar um significado completamente
diferente.
Para chegar ao resultado esperado, houve um estudo sobre o tipo e direção de
luz, velocidade do obturador, abertura do diafragma, profundidade de campo, pois
tudo precisa estar devidamente avaliado e ajustado.
Todas as fotografias são coloridas, pois transmitem mais intensidade, mostra
todos os detalhes, dando ao espectador a possibilidade de poder “ler”
fotograficamente, em condições de livre interpretação, no tempo e espaço que
desejar.
Obra 1 Autor: Claudiane Camargo Técnica: Macrofotografia Medidas: 30X45 cm
Obra 2 Autor: Claudiane Camargo Técnica: Macrofotografia Medidas: 30X45 cm
Obra 3 Autor: Claudiane Camargo Técnica: Macrofotografia Medidas: 30X45 cm
Obra 4 Autor: Claudiane Camargo Técnica: Macrofotografia Medidas: 30X45 cm
Obra 5 Autor: Claudiane Camargo Técnica: Macrofotografia Medidas: 30X45 cm
Obra 6 Autor: Claudiane Camargo Técnica: Macrofotografia Medidas: 30X45 cm
Obra 7 Autor: Claudiane Camargo Técnica: Macrofotografia Medidas: 30X45 cm
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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70, 1980.
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GHIZZI, Eluiza Bortolotto. História da Arte III: Poéticas Contemporâneas, 2007
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CURRÍCULO
Nome: Claudiane Cristina Camargo
RG: 40.062.297
Endereço: Rua Jintoko Minei, n° 45, Royal Park
Campo Grande – MS
Natural de Campo Grande MS
Exposição coletiva realizada Exposição: Projeto experimental Dia: 12 de Setembro de 2007 Local: saguão da Unidade VIII da UFMS Exposição: Cultura Dia: 28 de Novembro de 2007 Local: saguão da Unidade VIII da UFMS Exposição: Imagem Digital Dia: 28 de Novembro de 2007 Local: saguão da Unidade VIII da UFMS Exposição: Fotografia Dia: 29 de Novembro de 2007 Local: saguão da Unidade VIII da UFMS Exposição: Cabeças Dia: 06 a 24 de Junho de 2006 Local: Saguão da Unidade VIII da UFMS Exposição: Assemblage Dia: 21 de Novembro a 05 de Dezembro de 2006 Local: Saguão da Unidade VIII da UFMS Exposição: Produção Seriada Dia: 31 de Outubro a 18 de Novembro de 2006 Local: Saguão da Unidade VIII da UFMS Exposição: Luz e Sombra Dia: 29 de Agosto a 16 de Setembro de 2006 Local: Saguão da Unidade VIII da UFMS
Exposição visitada Exposição: Laços de Fé Autor: Pe. Frei Ricardo Regis Dia: 05 de Julho de 2007 Local: Museu de Arte Contemporânea de MS Exposição: Líquida e Sinuosa Autor: Renato Campello Dia: 17 de Agosto de 2007 Local: Memorial da Cultura e da Cidadania Exposição: Metáforas da Condição Humana Autor: Douglas Colombelli Dia: 05 de Julho de 2007 Local: Museu de Arte Contemporânea de MS Exposição: A Máquina Divisão Autor: Alex Maciel e Wity Prado Dia: 05 de Julho de 2007 Local: Museu de Arte Contemporânea de MS Exposição: Arte Campo Grande Autor: Exposição de 15 artistas que atuam na Capital Dia: 13 de Setembro de 2008 Local: Armazém Cultural Exposição: Expressões Femininas Autor: Sandra Getti Dia: 26 de Setembro de 2007 Local: SESC Horto – Parque Aquático Exposição: Percursos Pictórios Autor: Lúcia Monte Serrat Dia: 29 de Maio de 2008 Local: Centro Cultural José Octávio Guizzo Exposição: Chrónos Autor: Aline Ranelli Dia: 06 de Julho de 2007 Local: SESC Horto Exposição: Múltiplo Autor: Evandro Prado Dia: 29 de Outubro de 2007 Local: Shopping Campo Grande
Exposição: Figuras da Folia Autor: Genésio Fernandes Dia: 29 de julho de 2007 Local: Museu de Arte Contemporânea de MS Seminário “Arte Abstrata” para aula História da Arte Brasileira, no dia 04 de Setembro de 2007. “Criação, criatividade e imaginação” para aula de Projeto de Bacharelado, no dia 16 de Maio de 2007. Curso III Encontro de Professores de arte de MS , dia 16 e 17 de Outubro de 2007. II Encontro Estadual de Cultura, Educação e Arte, dia 16 e 17 de Outubro de 2007. Trabalho
Terapeuta Ocupacional em Artes no Colégio Raio de Luz, no o período de Maio
a Julho de 2008.
Fotógrafa no Estúdio Fotográfico FunPix no Shopping Campo Grande, no período
de Abril a Junho de 2008.
Participação Artístico – Cultural
Espetáculo de dança “Alma, ritmo e corpo”, no dia 30 de Junho de 2007 no teatro
Glauce Rocha.
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