as duas perspectivas de crescimento
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AS DUAS PERSPECTIVAS
DE CRESCIMENTO
Uma Compilação Preparada pelo Corpo Continental de Conselheiros para as Américas
AS DUAS PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO
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ESTA é uma compilação de 23 citações, contendo algumas perguntas de reflexão, que tem como propósito facilitar a análise das características que sobressaem ao marco de ação do Plano de Cinco Anos descrita nas guias enviadas pela Casa Universal de Justiça e do Centro Internacional de Ensino desde o ano de 2001. No primeiro bloco temos uma introdução sobre três aspectos: as duas perspectivas do crescimento (o processo educativo e os ciclos de atividade através dos quais cresce uma comunidade), o trabalho em ciclos de atividade, com suas fases e a reunião de reflexão como um espaço vital dentro do ciclo. O segundo bloco descreve os elementos essenciais para fazer do ensino a paixão dominante de nossas vidas. O terceiro bloco analisa os elementos de um vigoroso processo de instituto.
© 2013 Centro Mundial Bahá’í
Original em espanhol: Las Dos Perspectivas Del Crescimento.
Produção para o português: Corpo Continental de Conselheiros para os Bahá’ís da América do Sul
1a edição em português: 2014 (somente em formato eletrônico)
Pode ser reproduzido de forma eletrônica ou xerografado para uso exclusivo de estudo interno da Comunidade Bahá’í do Brasil. Não deve ser comercializado ou publicado sem permissão.
Caso for imprimir o livro
utilizar papel A4: 210 x 29
AS DUAS PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO
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Conteúdo
Parte I: Introdução 4
Parte II: Ensino, A Paixão Dominante de Nossas Vidas 11
Parte III: Um Vigoroso Processo de Instituto 19
Bibliografia 29
AS DUAS PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO
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PARTE I
INTRODUÇÃO
AS DUAS PERSPECTIVAS DO CRESCIMENTO: O PROCESSO EDUCATIVO E OS CICLOS DE ATIVIDADE ATRAVÉS DOS QUAIS CRESCE UMA COMUNIDADE
1
A qualquer dado momento é possível observar, de uma das duas perspectivas, o que ocorre num agrupamento à medida que o padrão de ação promovido pelo Plano de Cinco Anos, através do qual é tecida a estrutura de uma vida comunitária vibrante, ganha forças. Ambas as perspectivas são igualmente válidas; cada uma oferece um modo particular de pensar e falar sobre o que está acontecendo. De um ponto de vista, um processo educacional com três estágios distintos aparece em nítido destaque: o primeiro para os membros mais novos da comunidade, o segundo para aqueles que se encontram nos anos de desafiadora transição, e terceiro para jovens e adultos. Nesse contexto, fala-‐se de três imperativos educacionais, cada um distinguido por seus próprios métodos e materiais, cada um reivindicando por uma parte dos recursos, e cada um servido por mecanismos para sistematizar experiência e gerar conhecimento baseados nas percepções adquiridas no campo. Então, de forma natural, formam-‐se três discussões em torno da implementação do programa para educação espiritual de crianças, do programa de empoderamento espiritual de pré-‐jovens, e da sequência principal de cursos.
AS DUAS PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO
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De outra perspectiva, pensa-‐se em termos de ciclos de atividade de três meses, através dos quais a comunidade cresce – a eclosão de expansão experimentada em consequência de ação intensiva; o necessário período de consolidação durante o qual o aumento de novos bahá’ís se fortalece quando, por exemplo, participam de reuniões devocionais e das Festas de Dezenove Dias e recebem visitas em seus lares; e as oportunidades destinadas a todos para refletir e planejar. Sob essa luz, a questão de ensinar entre populações receptivas se destaca em primeiro plano, e vem a foco o desafio de buscar almas que estejam dispostas a se engajar numa conversação sobre o mundo que as cerca e participar de esforços coletivos para transformá-‐lo.
Casa Universal de Justiça, mensagem de 12 de dezembro de 2011
2
O Plano de Cinco Anos... exige uma atenção concentrada e sustentada a dois movimentos essenciais. O primeiro é o fluxo constante de crentes através da seqüência dos cursos oferecidos pelos institutos de capacitação, com o propósito de desenvolver os recursos humanos da Causa. O segundo, que recebe seu ímpeto do primeiro, é o movimento dos agrupamentos geográficos de um estágio de crescimento para o seguinte.
Mensagem datada de 22 de dezembro de 2001 dirigida pela Casa Universal de Justiça aos amigos reunidos na
8a Conferencia Asiática de Juventude celebrada na Tailândia
3
Como está concebido atualmente, um programa intensivo de crescimento é algo claro, simples e efetivo, mas implica em um grau de esforço que testa a determinação dos amigos. Em conformidade com a visão que apresentamos cinco anos atrás, um programa deste emprega umas poucas medidas que provaram ser indispensáveis para uma expansão e consolidação em larga escala. Consiste em ciclos de atividade, em geral com a duração de três meses a cada ano, e que avançam de acordo com fases distintas de expansão, consolidação, reflexão e planejamento.
Mensagem da Casa Universal de Justiça datada de 27 de dezembro de 2005 dirigida aos Corpos Continentais de Conselheiros
4
Agora que as condições para o crescimento intensivo foram alcançadas em muitos agrupamentos avançados, “programas sistemáticos para a expansão e consolidação da Fé devem ser estabelecidos de imediato”. Falando de forma prática, isso sugere que, para começar, os crentes e as instituições em agrupamentos avançados precisam entender os passos necessários para iniciar um programa intensivo de crescimento e o papel dos projetos de ensino como o catalisador para o crescimento. ...
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Os programas intensivos de crescimento agora em ação em mais de 50 agrupamentos ao redor do mundo são o resultado do aprendizado neste Plano, o que possibilitou aos crentes e instituições a ensinar e consolidar “um fluxo constante de novos adeptos”. Através da implementação desses programas de crescimento, os amigos estão demonstrando o já antigo princípio de que “expansão e consolidação são processos gêmeos que devem caminhar lado a lado”, e que devem ser “acompanhados de um igualmente forte processo de desenvolvimento de recursos humanos”.
Experiências recentes sugerem que um programa intensivo de crescimento consiste de uma série de ciclos, cada um deles podendo estender-‐se por três a seis meses. Um ciclo pode ser dividido em fases que incluam planejamento, ensino, atividades de consolidação e desenvolvimento de recursos humanos. ...
Mensagem de 28 de novembro de 2004 do Centro Internacional de Ensino aos Corpos Continentais de Conselheiros.
Item: “Lançando um Programa Intensivo de Crescimento – um fluxo constante de novos adeptos.”
5
Uma das mais notáveis percepções extraídas da experiência em agrupamentos avançados é que muitas das dimensões da estrutura para a ação, decisivas para o sucesso em um programa intensivo de crescimento, são essenciais para o progresso dos agrupamentos menos desenvolvidos. Não importa o estágio de desenvolvimento, é benéfico que os amigos, ainda que sejam poucos, façam planos em cada agrupamento prioritário, de acordo com um ciclo trimestral de atividades. Isto estabelece o ritmo que ajuda os crentes e instituições a se tornarem mais sistemáticos no processo de consulta, ação e reflexão, e os prepara para seu eventual programa intensivo de crescimento.
Mensagem de 27 de setembro de 2007 do Centro Internacional de Ensino aos Corpos Continentais de Conselheiros. Item: “Um Ciclo de Três Meses de Atividades”
Perguntas para Reflexão:
1. Quais são os passos para iniciar um programa intensivo de crescimento? Qual é o papel dos projetos de ensino como o “catalisador para o crescimento”? Por que a expansão e a consolidação devem estar “acompanhados de um igualmente forte processo de desenvolvimento de recursos humanos”?
2. Que medida tem resultado ser indispensável para o crescimento de um agrupamento? Qual é a razão de que o Centro Internacional de Ensino sugere aos amigos que os agrupamentos façam planos em ciclos de atividades? Que tipos de espaços de consulta há em um agrupamento para dar-‐se seguimento a um ciclo? Quais são as capacidades que devem desenvolver-‐se num agrupamento para o fortalecimento de um programa intensivo de crescimento? (Ver formato: Linha de Cronograma de Reuniões de Reflexão do Ciclo de Atividade)
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O TRABALHO EM CICLOS DE ATIVIDADE COM SUAS FASES
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A primeira fase na preparação de um programa intensivo de crescimento é a consulta que ocorre entre as três instituições que servem no âmbito do agrupamento: o membro do Corpo Auxiliar, o Comitê de Ensino de Área ou de Crescimento do Agrupamento, e os coordenadores de instituto. Uma importante capacidade das instituições na promoção dos dois movimentos essenciais é a habilidade de interpretar a “pirâmide” de recursos humanos, isto é, olhar o desenvolvimento de recursos humanos e o consequente grau de atividade no agrupamento e determinar o que precisa ser feito a seguir.
As instituições no agrupamento avaliam a quantas pessoas os recursos humanos na área podem efetivamente servir. Quantos novos buscadores e crentes podem ser incluídos nos círculos de estudo existentes, aulas para crianças e reuniões devocionais? Quantas outras atividades básicas podem ser iniciadas? Quantos grupos de ensino podem ser formados? Quantos novos crentes e contatos podem ser visitados em seus lares para um ensino adicional e aprofundamento? Com base nessas considerações, um plano de ação de alguns poucos meses de duração é preparado.
O plano é apresentado aos crentes em uma reunião de reflexão. Neste estágio do desenvolvimento, embora haja ainda tempo para comprometimentos individuais, as instituições apresentam um esboço bem concebido de um projeto de ensino, no qual todos os crentes possam fazer a sua parte. Geralmente o projeto terá como alvo populações receptivas, as quais podem ser identificadas com antecedência ou decidida através de consulta na reunião de reflexão.
Depois das consultas e do planejamento, a próxima fase, que pode durar aproximadamente duas ou quatro semanas, focalizará na expansão, através de um vigoroso ensino pessoal e de um projeto coletivo de ensino. Em alguns agrupamentos este esforço de ensino resultará em um grande número de declarações; em outros, o número potencial de buscadores irá aumentar substancialmente.
A fase de ensino intensivo é seguida de uma consolidação sistemática através da integração de uma porcentagem de novos crentes e de suas famílias nas atividades básicas. Para aqueles que não entram de imediato no processo de instituto, visitas aos lares podem ser organizadas. Esta fase em si mesma leva ao aumento de novos crentes.
Enquanto isso, a capacitação de recursos humanos continua inalterada, de forma a que novos crentes passem através da seqüência de cursos, a fim de prover mais recursos humanos para o próximo ciclo do programa intensivo de crescimento, e assim “o sistema como um todo está em constante estado de expansão.” Embora no ensino, a consolidação e a capacitação intensivas sejam introduzidas sequencialmente em um programa de crescimento, em alguns pontos elas são atividades simultâneas.
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Um ciclo termina com uma consulta entre as instituições no agrupamento para avaliar os resultados. Os elementos do programa são revisados de acordo com o que foi aprendido neste ciclo, e o próximo ciclo de atividades é imediatamente lançado em uma reunião de reflexão no âmbito do agrupamento.
Mensagem de 28 de novembro de 2004 do Centro Internacional de Ensino aos Corpos Continentais de Conselheiros, item: “Lançando um programa intensivo de crescimento: Um fluxo constante de novos adeptos”
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Durante todo o processo, devem ser realizadas reuniões periódicas de consulta na área para tratar de vários assuntos, considerar fazer ajustamentos necessários, e manter o entusiasmo e a unidade de pensamento. O melhor enfoque é formular planos para alguns meses de cada vez, começando com uma ou duas linhas de ação, e gradualmente crescer em complexidade. Aqueles que estão ativamente envolvidos na implementação dos planos, sejam membros das instituições ou não, devem ser estimulados a participar integralmente das consultas. Outras reuniões que abrangem a área serão também necessárias. Algumas dessas reuniões proverão oportunidades para a troca de experiência e maior capacitação dos envolvidos. Outras, tratarão do uso das artes e do enriquecimento da cultura local. Juntas, tais reuniões estarão apoiando um intenso processo que envolve ação, consulta e aprendizagem.
Mensagem datada de 9 de janeiro de 2001 dirigida pela Casa Universal de Justiça à Conferencia dos Corpos Continentais de Conselheiros
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Um veículo natural para a multiplicação das atividades básicas tem sido as reuniões de reflexão. Essas reuniões no âmbito do agrupamento têm sido particularmente eficazes em áreas bem desenvolvidas onde existe um crescente grupo de recursos humanos. Em tais reuniões as instituições e os crentes, muitos deles envolvidos no processo de instituto, estudam os documentos relevantes do Plano de Cinco Anos, compartilham experiências e consultam sobre as realizações e as fortalezas dentro do agrupamento. Evitando “planos grandiosos e esmerados”, os amigos chegam a um consenso sobre metas de curto-‐prazo que refletem os oferecimentos de iniciativa individual e ações coletivas que decorrem das consultas. Essas metas são geralmente incorporadas ao calendário de atividades, o que se torna o arcabouço estrutural para um período subsequente de dois ou três meses. Em muitos agrupamentos através do mundo, a questão de como realizar reuniões de reflexão agradáveis e produtivas tem se tornado uma importante área de aprendizado.
Centro Internacional de Ensino, documento de 2003: “Gerando Força Propulsora: Uma abordagem coerente para o crescimento”
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Perguntas para Reflexão
1. “Uma importante capacidade das instituições na promoção dos dois movimentos essenciais é a habilidade de interpretar a ‘pirâmide’ de recursos humanos, isto é, olhar o desenvolvimento de recursos humanos e o consequente grau de atividade no agrupamento e determinar o que precisa ser feito a seguir.” Que tipo de informação podemos extrair da pirâmide de recursos humanos para tornar o planejamento mais efetivo? Sugerimos fazer um exercício prático para compreender com maior profundidade esta importante habilidade.
2. Qual é o papel do perfil de crescimento no processo de avaliação e planejamento? De que maneira a organização prévia das estatísticas contribuem para um efetivo planejamento? (Ver os formatos que se usam nas reuniões de avaliação e planejamento: Formato – Projeto de Ensino – Metas por Linhas de Ação; Formato – Cronograma de Atividades do Agrupamento; Formato – Datas das 3 Fases do Ciclo de Atividade)
3. Quais são os passos para alcançar que o agrupamento possa impulsionar um “vigoroso ensino pessoal e de um projeto coletivo de ensino” na fase de expansão?
4. Em que consiste a consolidação? Neste momento do plano, o que significa “integração de uma porcentagem de novos crentes e de suas famílias nas atividades básicas”?
5. De que maneira a reunião de reflexão ajuda no crescimento do agrupamento?
A REUNIÃO DE REFLEXÃO COMO UM ESPAÇO VITAL DENTRO DO CICLO
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Um exemplo de um programa intensivo de crescimento é o agrupamento rural de Murun, na Mongólia. Ao final do terceiro ano do Plano, 46 pessoas no agrupamento haviam completado a inteira seqüência dos cursos. Contínuas atividades de ensino resultaram em 228 declarações naquele ano, o que elevou a comunidade para cerca de 500 bahá’ís. Um programa intensivo de crescimento para alcançar um significativo aumento no número de declarações foi iniciado em junho de 2004. O primeiro ano do programa foi previsto para ter quatro ciclos de três meses cada. Uma análise dos recursos humanos determinou que um maior número de tutores podia ser necessário, e assim o primeiro ciclo começou com um curso intensivo de duas semanas para os livros 6 e 7 do Instituto Ruhi, o que elevou o número de crentes tendo concluído a seqüência de cursos para 71. Esta fase preparatória foi seguida de um projeto de ensino de duas semanas. Dezenove grupos de instrutores foram formados, com três a cinco integrantes em cada um dos grupos, os quais fizeram contatos com 780 pessoas, resultando em 200 novas declarações, incluindo 60 pré-‐jovens. Uma fase de consolidação de dois meses ocorreu imediatamente após, alcançando os novos crentes e indivíduos mais receptivos com visitas aos lares e atividades básicas. Dentro de poucas semanas cerca de 30 dessas pessoas haviam completado os primeiros três livros da seqüência e 137 crianças estavam participando das aulas
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de educacão bahá’í para crianças. No início de novembro, vendo que a maioria dos novos bahá’ís estava envolvida no processo de instituto e nas atividades básicas, os amigos do agrupamento Murun acharam estar prontos para dar início ao segundo ciclo do programa de crescimento. Dentro de uma semana o projeto de ensino intensivo havia resultado em 73 novos crentes e um adicional de 10 reuniões devocionais regulares, 32 visitas de aprofundamento, 13 círculos de estudo e na formação de um grupo de pré-‐jovens.
Dependendo das circunstâncias, a meta de um programa intensivo de crescimento pode ser um aumento substancial na comunidade de interesse, da qual poderiam surgir os novos crentes durante os meses seguintes. Este foi o objetivo do primeiro ciclo do programa intensivo de crescimento lançado em agosto de 2004 em Karachi, Paquistão, um agrupamento urbano com uma Assembléia Espiritual Local. As instituições no agrupamento avaliaram os recursos humanos e as atividades básicas como preparação para se delinear um projeto de ensino e as atividades de acompanhamento. Subseqüentemente, na reunião de reflexão, formaram-‐se 12 grupos de ensino com a participação de 56 crentes, os quais listaram os nomes de 400 amigos, parentes, vizinhos e colegas de trabalho para serem contatados. Um curso para recapitular o Livro 6 foi feito, antecedendo o começo do projeto de ensino de duas semanas. A Fé foi apresentada a 154 pessoas, 53 das quais concordaram participar de círculos de estudo, nove expressaram o desejo de enviar seus filhos às aulas de crianças, outros oito pediram para participar das reuniões devocionais e 71 pré-‐jovens se inscreveram no programa de pré-‐jovens. As atividades de acompanhamento estão em andamento.
Mensagem de 28 de novembro de 2004 do Centro Internacional de Ensino aos Corpos Continentais de Conselheiros, item: “Lançando um programa intensivo de crescimento: Um fluxo constante de novos adeptos”
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Parte II
ENSINO:
A PAIXÃO DOMINANTE DE NOSSAS VIDAS
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A fase de expansão, normalmente um período de duas semanas, demanda o mais alto nível de intensidade. Seu objetivo é ampliar o círculo daquelas pessoas interessadas na Fé, encontrar almas receptivas e ensiná-‐las. Embora esta fase possa incluir algum elemento de proclamação, não deve ser vista como um período de realizar alguns eventos para este propósito, ou assumir uma série de atividades que apenas transmita informação. A experiência recomenda que quanto mais diretamente as abordagens e métodos de ensino estiverem alinhados com a capacidade adquirida através do estudo dos cursos de instituto, mais compensadores serão os resultados.
Os planos criados para esta fase invariavelmente envolvem a implementação de projetos de ensino bem concebidos, campanhas de visita aos lares e a realizaçao de firesides, normalmente através da mobilização de grupos de ensino. O modelo de expansão que surge, porém, varia de agrupamento para agrupamento. Onde a população tem tradicionalmente demonstrado um elevado grau de receptividade à Fé, um rápido influxo de novos crentes pode ser esperado. Em um agrupamento deste tipo, por exemplo, a meta de registrar em uma localidade cinquenta almas num período de três semanas, foi superada no segundo dia, e o grupo, prudentemente, decidiu concluir a fase de expansão para logo em seguida começar as atividades relacionadas à consolidação. Um dos primeiros objetivos desta próxima fase é levar uma boa porcentagem de novos crentes ao processo de instituto, a fim de que uma reserva de recursos humanos esteja disponível
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para futuros ciclos a fim de dar sustentação ao crescimento. Aqueles que não participam dos círculos de estudo são nutridos através de uma série de visitas aos lares, e são todos convidados para as reuniões devocionais, para as Festas de Dezenove Dias e para a celebração dos Dias Sagrados, sendo, desta forma, gradualmente integrados nos padrões da vida comunitária. Com certa frequência, a fase de consolidação dá origem a declarações adicionais, a medida que familiares e os amigos dos novos declarados aceitam a Fé.
Mensagem da Casa Universal de Justiça datada de 27 de dezembro de 2005 aos Corpos Continentais de Conselheiros
Perguntas para Reflexão
1. O que significa a frase: “A fase de expansão, normalmente um período de duas semanas, demanda o mais alto nível de intensidade.”?
2. Qual é o objetivo geral da fase de expansão? Como asseguramos que uma porcentagem de novos crentes e simpatizantes se envolvam no processo de instituto dentro da fase de expansão? Como asseguramos envolver os demais amigos, que não participaram da sequencia de cursos, no processo de construção de comunidades? (Ver formatos: Formato – Estatísticas resumidas da fase de expansão; Resumo dos novos crentes adentrados na fase de expansão; e Lista e informação de novos crentes – jovens e adultos, pré-‐jovens e crianças)
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Inseparável da estratégia de desenvolvimento sistemático de recursos humanos que temos trabalhado desde 1996, está a capacitação dos crentes para levarem à ação as tarefas de expansão e consolidação. Especificamente, a Casa de Justiça explicou que a consecução do objetivo de fazer avançar o processo de entrada em tropas “dependerá do rápido aumento no número de instrutores da Causa”. Narrativas de diversas comunidades em todo o globo atestam o impacto dos cursos de instituto em acender o espírito de ensino entre os crentes, criando neles habilidades para torná-‐los instrutores da Causa mais eficazes. Em algumas áreas, porém, tem sido dito que os crentes estão “esperando” por algumas condições antes de começarem a ensinar – até que seu agrupamento tenha avançado para o nível “B”, até que 50 amigos no agrupamento tenham concluido a sequência de cursos, até que lancem um programa de crescimento, e assim por diante. No entanto, como sabemos, nossa obrigação de ensinar a Causa não depende do agrupamento em que vivemos, ou de que quantos cursos tenhamos estudado. “Deus prescreveu a cada um” – escreveu Bahá’u’lláh, “o dever de ensinar Sua Causa”. ...
As oportunidades e desafios no ensino da Fé podem variar em diferentes tipos de agrupamentos, mas, não importando as circunstâncias, continua inalterada a primazia da nossa responsabilidade individual: compartilhar a Mensagem de Deus para este Dia com a humanidade que está ansiosa pelo “poder redentor da Fe de Bahá’u’lláh”. Naquelas partes do mundo onde “trazer grandes números
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para as fileiras dos seguidores de Bahá’u’lláh não tem sido tradicionalmente uma tarefa descomunal”, o trabalho diligente de anos passados foi necessário “para construir uma vida comunitária bahá’í que pudesse atender às necessidades de seus novos membros, e ser igualmente autogeradora de crescimento”. Um número de agrupamentos avançados na África e na Ásia estão agora alcançando este padrão sustentável. Em outras partes do mundo, os crentes movem-‐se rapidamente para completar os cursos e estabelecer as atividades básicas, mas o aprendizado necessário para alcançar as almas e expandir o número de declarações levará mais tempo e mais esforços. É importante que para esses amigos o processo de desenvolvimento de recursos humanos não se torne um fim em si mesmo, algo que os leve a adiar o ato de ensino para algum momento no futuro.
A experiência de comunidades com crescimento durante os últimos anos, indica que o sucesso no ensino necessita de um determinado numero de habilidades por parte dos crentes. Uma habilidade básica é aprender a convidar nossos amigos e vizinhos para participarem das atividades básicas e fazê-‐lo com confiança e regularidade. Pode-‐se observar que algumas pessoas se identificam espontaneamente com a Fé ao participarem das atividades bahá’ís, particularmente círculos de estudo. Em tais casos a tarefa, então, é reconhecer que a aceitação de Bahá’u’lláh já ocorreu em seus corações e prover condições para que elas se integrem na comunidade de forma decidida. Outros precisam ainda de orientação adicional em seu caminho de busca, conforme expressado numa declaraçao do Báb ao afirmar que “muitas pessoas sentem-‐se desamparadas, e fosses tu abrir seus corações e banir suas dúvidas, elas entrariam na Fé de Deus”. Em todos os casos, o que é necessário é o comprometimento integral e sincero com o aprendizado de como tornar-‐se um instrutor mais efetivo, para que estejamos preparados para cumprir com este chamado da Casa de Justiça:
“Especialmente apelamos a nossos companheiros bahá’ís, em todas as partes, para desenvolverem um esforço mais poderoso que nunca em oferecer a Mensagem de Bahá’u’lláh a um número cada vez maior de seus compatriotas, e convidá-‐los para investigar e abraçar Sua Causa.”
Alguns bahá’ís são instrutores apaixonados naturais, cujos talentos necessitam ser utilizados dentro do arcabouço do Plano. Em todas as áreas eles podem contribuir imensamente em trazer buscadores para as atividades básicas. Além disso, em agrupamentos onde as instituições estão embarcando em programas intensivos de crescimento e os projetos estão empregando métodos de ensino direto, as equipes de ensino poderão se beneficiar ao ter algumas dessas almas entusiastas, que podem inspirar a equipe a “colocar de lado seus temores e apreensões e o seu senso de inadequação”, audaciosamente se relacionando com as pessoas interessadas e levando-‐as a abraçarem a Causa.
De uma carta do Centro Internacional de Ensino datada de 28 de novembro de 2004 dirigida aos Corpos Continentais de Conselheiros
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Perguntas para Reflexão
1. O Centro Internacional de Ensino descreve que: “Narrativas de diversas comunidades em todo o globo atestam o impacto dos cursos de instituto em acender o espírito de ensino entre os crentes, criando neles habilidades para torná-‐los instrutores da Causa mais eficazes.” Qual é o impacto que exerce o instituto nos crentes quanto ao ensino? Como asseguramos capacitar a um número de amigos instrutores apaixonados pelo ensino de maneira constante? Quais são as capacidades que devem desenvolver um instrutor da Causa?
2. O Centro de Ensino disse que a experiências tem demonstrado que para se ter êxito no ensino “necessita de um determinado número de habilidades por parte dos crentes”. Quais são as habilidades, qualidades e destrezas que deverá um instrutor desenvolver para ser efetivo?
3. Como asseguramos que: “... o processo de desenvolvimento de recursos humanos não se torne um fim em si mesmo”, mas sim um meio de atrair as populações para Bahá’u’lláh?
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Uma renovada ênfase no ensino
Em agrupamentos que estão num estágio inicial de desenvolvimento, é possível trabalhar com um grupo central de crentes – digamos de cinco a dez – dando a eles a visão da estrutura [do plano] e auxiliando-‐os a fazerem planos e acompanhando-‐os no ensino e em outros atos de serviço, colocando em movimento um processo que irá levar ao crescimento sustentável. Nunca se deveria subestimar o que um punhado de tutores capazes pode fazer e quão efetivamente pode responder ao crescimento e levantar novos recursos humanos. O componente vital de um programa de crescimento incipiente como este é uma ênfase no ensino, a qual precisa estar presente desde o início. Novamente, este é um elemento chave da aprendizagem em agrupamentos com programas intensivos de crescimento. Aqueles que têm alcançado um saudável padrão de crescimento sustentável se caracterizam por um foco no ensino, especialmente no ensino direto, e não apenas em convidar [pessoas] para as atividades centrais. Onde programas intensivos de crescimento têm ficado num platô com baixo número de declarações, a dimensão que falta a estrutura para ação é o ensino direto e coletivo.
Levando os crentes para o trabalho do ensino
Uma ênfase no ensino em agrupamentos em um estágio formativo deve consistir não apenas no ensino direto individual, mas, também, em pequenos esforços coletivos, os quais, como a experiência demonstra, podem impulsionar o processo de crescimento e avançar o agrupamento de uma maneira acelerada. Certamente, os amigos precisarão ser alertados para não ultrapassar as capacidades de seus recursos humanos, mas o desenvolvimento de uma cultura de ensino, apoiada pela capacitação continuada, será o caminho seguro para um
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programa intensivo de crescimento bem sucedido. Além do mais, quando os crentes provarem da doçura da experiência do ensino, isto irá sustentar seu entusiasmo. Outra lição de alguns agrupamentos avançados é que, frequentemente, os amigos não são facilmente mobilizados uma vez que tenham completado a sequência de cursos, porque não existe uma demanda diante deles, como seria o caso se houvesse um influxo de novos crentes. Quando há crescimento, os crentes se levantam para servir e a mobilização acontece.
Projetos de ensino
Em paralelo à atenção focalizada nos agrupamentos menos desenvolvidos que precisam alcançar um progresso significativo nos próximos meses, uma prioridade para vocês e seus auxiliares é ajudar a alcançar um crescimento cada vez maior nos agrupamentos avançados. A falta de um crescimento significativo em muitos programas intensivos pode ser atribuída a fases não efetivas de expansão. Como vocês têm observado, esta fase frequentemente carece de intensidade e o caráter das atividades realizadas é o mesmo daquelas em andamento no restante do ciclo. Um projeto de ensino envolvendo um número crescente de amigos em um esforço coletivo, planejado, que se estenda por uma ou duas semanas, empregando uma série de métodos diretos, alcançando uma população receptiva, coordenando os esforços de várias equipes de ensino, e engajando os crentes num esforço coletivo, animado por orações diárias, é uma marca distintiva de uma fase de expansão.
Mensagem de 27 de setembro de 2007 do Centro Internacional de Ensino aos Corpos Continentais de Conselheiros, itens:
“Uma renovada ênfase no ensino; Levando os crentes para o trabalho do ensino; Projetos de ensino.”
Perguntas Para Reflexão
1. Consultem sobre as seguintes frases: a. O componente vital de um programa de crescimento incipiente como
este é uma ênfase no ensino, a qual precisa estar presente desde o início.
b. Aqueles [agrupamentos com programa intensivo de crescimento] que têm alcançado um saudável padrão de crescimento sustentável se caracterizam por um foco no ensino, especialmente no ensino direto, e não apenas em convidar [pessoas] para as atividades centrais.
c. ...o desenvolvimento de uma cultura de ensino, apoiada pela capacitação continuada, será o caminho seguro para um programa intensivo de crescimento bem sucedido.
d. ...quando os crentes provarem da doçura da experiência do ensino, isto irá sustentar seu entusiasmo.
e. Outra lição de alguns agrupamentos avançados é que, frequentemente, os amigos não são facilmente mobilizados uma vez que tenham completado a sequência de cursos, porque não existe uma demanda diante deles, como seria o caso se houvesse um influxo de novos crentes.
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2. Como identificamos um “grupo central de crentes” para iniciar um padrão de crescimento saudável e sustentável? Como, neste contesto, se poderia apreciar um padrão saudável de crescimento? Como se pode dar a eles uma “visão da meta”, ajudar a fazer planos e a lhes acompanhar no ensino e em outros atos de serviço? Como podemos fomentar este tipo de iniciativas nos bairros e vilas do agrupamento?
3. O Centro de Ensino explica que: “A falta de um crescimento significativo em muitos programas intensivos pode ser atribuída a fases não efetivas de expansão. Como vocês têm observado, esta fase frequentemente carece de intensidade e o caráter das atividades realizadas é o mesmo daquelas em andamento no restante do ciclo.” Quais são as características que deveria haver num projeto de ensino intensivo para que seja eficiente?
13
Em seus esforços para apresentar as verdades essenciais da Fé franca e inequivocamente, os crentes têm sido grandemente beneficiados pelo exemplo ilustrativo no Livro 6 do Instituto Ruhi. Onde a lógica subjacente a essa apresentação é apreciada, e é superado o impulso de transformá-‐la numa fórmula, é suscitada uma conversação entre duas almas – um diálogo que se distingue pela profundidade do entendimento alcançado e a natureza da relação estabelecida. Na medida em que a conversa prossegue além do primeiro encontro e verdadeiras amizades são estabelecidas, um esforço de ensino direto deste tipo pode se tornar um catalisador de um processo duradouro de transformação espiritual. Não é uma preocupação primordial se o primeiro contato com esses amigos recém-‐encontrados resulta num convite para se alistarem na comunidade bahá’í ou para participarem em uma das suas atividades. O mais importante é que toda alma sinta-‐se bem-‐vinda para se unir à comunidade a fim de contribuir à melhora da sociedade, iniciando um caminho de serviço à humanidade no qual, desde o início ou mais adiante, pode ocorrer a declaração formal.
A importância desse desenvolvimento não deve ser subestimada. Em todo agrupamento, uma vez que esteja ocorrendo um padrão consistente de ação, é necessário que se dê atenção a torná-‐lo mais amplo por meio de uma rede de colegas e conhecidos, ao mesmo tempo em que se concentra energia em pequenos grupos da população – cada um dos quais deve se tornar um centro de intensa atividade. Num agrupamento urbano, tal centro de atividade pode ser melhor definido pelos limites de uma vizinhança; num agrupamento de caráter essencialmente rural, um pequeno povoado pode oferecer um espaço social adequado para esse fim. Aqueles que servem em tais ambientes, sejam eles habitantes locais ou instrutores visitantes, corretamente podem considerar o seu trabalho como sendo de construção de comunidade. Atribuir a seus esforços de ensino rótulos tais como “de porta em porta”, ainda que o primeiro contato possa implicar em visitar os residentes de uma casa sem aviso prévio, não estaria fazendo justiça a um processo que visa desenvolver, dentro de uma população, capacidade para cuidar de seu próprio desenvolvimento espiritual, social e intelectual. As atividades que impulsionam esse processo, e nas quais amigos
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recém-‐encontrados são convidados a se engajar – reuniões que fortalecem o caráter devocional da comunidade; aulas que nutrem os tenros corações e mentes das crianças; grupos que canalizam as ondas de energia dos pré-‐jovens; círculos de estudos, abertos a todos, que permitem pessoas de vários antecedentes avançar em pé de igualdade e explorar a aplicação dos ensinamentos em suas vidas individuais e coletivas – bem podem necessitar serem sustentadas por meio de auxilio externo à população local por um período. Espera-‐se, porém, que a multiplicação dessas atividades centrais logo seja sustentada pelos recursos humanos nativos da própria vizinhança ou do povoado – por homens e mulheres ansiosos por melhorar as condições materiais e espirituais à sua volta. Um ritmo de vida comunitária deve então emergir gradualmente, correspondendo à capacidade de um crescente núcleo de indivíduos comprometidos com a visao de Bahá’u’lláh de uma nova Ordem Mundial.
Nesse contexto, a receptividade se manifesta na disposição em participar do processo de construção da comunidade colocado em andamento pelas atividades centrais. Em agrupamento após agrupamento, onde um programa intensivo de crescimento está atualmente em ação, a tarefa perante os amigos nesse próximo ano é a de ensinar em meio a uma ou mais populações receptivas – utilizando um método direto em sua exposição dos fundamentos de sua Fé – e encontrar aquelas almas que anseiam em deixar a letargia que a sociedade lhes impôs e trabalhar uns com os outros em suas vizinhanças e povoados para iniciar o processo de transformação coletiva. Se os amigos persistirem em seus esforços para aprender, desse modo, os meios e métodos da construção de comunidades em pequenos grupos, estamos certos de que a tão acalentada meta de participação universal nos assuntos da Fé avançará extraordinariamente para vir a estar ao nosso alcance.
Para cumprirem este desafio, os crentes e as instituições que os servem deverão fortalecer o processo de instituto no agrupamento, aumentando significativamente dentro de suas fronteiras o número daqueles capazes de agir como tutores de círculos de estudo; pois se deve reconhecer que a oportunidade que agora se apresenta diante dos amigos de criar uma vida comunitária vibrante em vizinhanças e povoados, caracterizada por um sentimento tão profundo de propósito, somente se tornou possível devido aos cruciais desenvolvimentos que ocorreram ao longo da década passada naquele aspecto da cultura bahá’í que diz respeito ao aprofundamento.
Casa Universal de Justiça, Mensagem de Ridván de 2010
Perguntas para Reflexão
1. O livro 6 da sequencia de cursos Ensinando a Causa, fornece uma maneira lógica de “apresentar as verdades essenciais da Fé franca e inequivocamente”. Esta apresentação incluie aspectos como a historia das Figuras Centrais da Fé, alguns princípios e leis. Como asseguramos, ao usar esta apresentação, que este primeiro contato se converte em uma
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conversa que avança e não se converta em uma fórmula? Qual é o propósito destas conversas?
2. Todos os esforços que levamos a cabo em nossos agrupamentos buscam “a um processo que visa desenvolver, dentro de uma população, capacidade para cuidar de seu próprio desenvolvimento espiritual, social e intelectual”. Qual deve ser a visão do instrutor quando empreende seus primeiros esforços de ensino em um bairro ou vila? Pode ilustrar esta resposta com um exemplo concreto?
3. Como se manifesta a receptividade em uma comunidade? 4. A Casa Universal de Justiça nos menciona que o instituto de capacitação é
como uma ferramenta para avançar o processo de construção de comunidade. Quais podem ser as estratégicas que poderíamos usar para assegurar o aumento constante de tutores de círculos de estudo em bairros e vilas?
MATERIAL ADICIONAL DE AUDIO:
1. Bahá’u’lláh en El Centro de Nuestra Existência, palestra do sr. Farzam Arbab em Cali, Colômbia, na década de 1990, a uma conferência nacional de ensino. Para ouvir a palestra em espanhol acesse o site: http://lrmazabe1.wix.com/musicarte#!musica
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Parte III
UM VIGOROSO
PROCESSO DE INSTITUTO
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Quando, em dezembro de 1995, convocamos a que fossem estabelecidos mundialmente institutos de capacitação, o padrão que mais predominava na comunidade bahá’í para ajudar os crentes individuais a aprofundarem seu conhecimento sobre a Fé consistia principalmente em cursos e aulas ocasionais, de durações variáveis, que tratavam de uma diversidade de assuntos. Aquele padrão havia atendido bem às necessidades de uma comunidade bahá’í emergente de âmbito mundial, ainda relativamente pequena em número e preocupada principalmente com sua expansão geográfica por todo o globo. Na época, entretanto, deixamos claro que outra abordagem para o estudo das escrituras deveria ser concretizada – uma que estimulasse grandes números de pessoas para o campo de ação a fim de que o processo de entrada em tropas se acelerasse de forma apreciável. Desse modo, pedimos que os institutos de capacitação ajudassem contingentes cada vez maiores de crentes a servir a Causa por meio da provisão de cursos que pudessem transmitir o conhecimento, percepções e habilidades necessárias para cumprir os muitos deveres relacionados à expansão e consolidação aceleradas.
Ler os escritos da Fé e esforçar-‐se para obter um entendimento mais adequado da importância da estupenda Revelaçao de Bahá’u’lláh são obrigações que recaem sobre cada um de Seus seguidores. A todos foi ordenado aprofundar-‐se no oceano de Sua Revelação e a participar, de acordo com as suas capacidades e propensões, das pérolas de sabedoria que aí se encontram. Sob essa luz, surgiram naturalmente como características importantes da vida bahá'í aulas locais de aprofundamento, escolas de inverno e verão, e reuniões especialmente organizadas, nas quais indivíduos bahá’ís versados nos escritos puderam
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compartilhar percepções a respeito de assuntos específicos com os demais. Da mesma forma como o hábito de leitura diária permanecerá como parte integrante da identidade bahá’í, estas formas de estudo continuarão a ter seu lugar na vida coletiva da comunidade. Mas, o entendimento das implicações da Revelação, tanto em termos de crescimento individual como de progresso social, aumenta muitas vezes quando se une o estudo ao serviço e ambos são levados a cabo simultaneamente. Lá, no campo do serviço, o conhecimento é testado, questões surgem da prática, e novos níveis de entendimento são alcançados. No sistema de educação à distância que agora foi estabelecido em país após país – cujos principais elementos incluem círculos de estudo, o tutor e o currículo do Instituto Ruhi – a comunidade mundial bahá’í adquiriu a capacidade para possibilitar que milhares, ou melhor, milhões estudem os escritos em pequenos grupos com o propósito explícito de traduzir os ensinamentos bahá’ís para a realidade, levando avante o trabalho da Fé para o seu próximo estágio: expansão e consolidação sustentáveis em larga escala.
Casa Universal de Justiça, mensagem de Ridván de 2010
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Invariavelmente, as oportunidades oferecidas pelas circunstâncias pessoais dos crentes inicialmente envolvidos – ou talvez de um único pioneiro de frente interna – de entrar em conversação significativa e distintiva com os moradores locais ditam como o processo de crescimento começa em um agrupamento. Um círculo de estudo formado por alguns poucos amigos ou colegas, uma aula oferecida para várias crianças da vizinhança, um grupo formado por pré-‐jovens após o horário escolar, uma reunião devocional aberta para familiares e amigos – qualquer um destes pode servir como um estímulo para o crescimento. O que acontece depois não segue nenhum curso pré-‐determinado. As condições podem justificar que se dê prioridade a uma atividade central, multiplicando-‐a num ritmo mais rápido do que as demais. É igualmente possível que as quatro avancem num ritmo parecido. Equipes visitantes podem ser chamadas para dar impulso ao incipiente conjunto de atividades. Mas, independentemente das especificidades, o resultado deve ser o mesmo. Dentro de cada agrupamento, o nível de coesão alcançado entre as atividades centrais deve ser tal que, na sua totalidade, um programa nascente para a expansão e a consolidação sustentada da Fé pode ser percebido. Ou seja, independentemente de seu arranjo e da pequenez de seu número, as reuniões devocionais, as aulas para crianças e os grupos de pré-‐jovens estão sendo mantidos por aqueles que progridem atraves da sequência dos cursos do instituto e são comprometidos com a visão de transformação individual e coletiva que aquelas atividades promovem. Esse fluxo inicial de recursos humanos para o campo da ação sistemática sinaliza o primeiro de vários marcos em um processo de crescimento sustentável.
Casa Universal de Justiça, mensagem de 28 de dezembro de 2010 aos Corpos Continentais de Conselheiros
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Perguntas para Reflexão
1. Comente suas experiências de como foi o processo dos institutos de capacitação em seu país.
2. De que maneira a sequencia dos cursos do Instituto Ruhi cumpre com o pedido da Casa Universal de Justiça em capacitar “contingentes cada vez maiores de crentes a servir a Causa por meio da provisão de cursos que pudessem transmitir o conhecimento, percepções e habilidades necessárias para cumprir os muitos deveres relacionados à expansão e consolidação aceleradas”? Qual é a metodologia que permite que os círculos de estudo cheguem a seu objetivo?
3. Como se inicia o processo de construção de comunidade em um agrupamento? Quando decidimos que o crescimento de um agrupamento é saudável?
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Para cumprirem este desafio, os crentes e as instituições que os servem deverão fortalecer o processo de instituto no agrupamento, aumentando significativamente dentro de suas fronteiras o número daqueles capazes de agir como tutores de círculos de estudo; pois se deve reconhecer que a oportunidade que agora se apresenta diante dos amigos de criar uma vida comunitária vibrante em vizinhanças e povoados, caracterizada por um sentimento tão profundo de propósito, somente se tornou possível devido aos cruciais desenvolvimentos que ocorreram ao longo da década passada naquele aspecto da cultura bahá’í que diz respeito ao aprofundamento.
Casa Universal de Justiça, mensagem de Ridván de 2010
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O imperativo é que a qualidade do processo educacional fomentado no âmbito do círculo de estudo aumente consideravelmente no próximo ano, de modo que o potencial de populações locais para criar tal dinâmica seja realizado. Nesse sentido, muito recairá sobre aqueles que servem como tutores. Deles será o desafio de prover o ambiente previsto nos cursos do instituto, um ambiente conducente à capacitação espiritual de indivíduos que passarão a se ver como agentes ativos de seu próprio aprendizado, como protagonistas de um esforço constante para aplicar conhecimento a fim de realizar transformação individual e coletiva. Se houver falha nisso, não importa quantos círculos de estudo venham a ser formados num agrupamento, a força necessária para impulsionar mudança não será gerada.
Para que o trabalho do tutor alcance graus cada vez maiores de excelência, é preciso lembrar que a responsabilidade primária do desenvolvimento de recursos humanos numa região ou país cabe ao instituto de capacitação. Enquanto se esforça para aumentar o número de seus participantes, o instituto, como estrutura – desde a coordenação regional até os coordenadores em
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diferentes níveis e os tutores nas raízes – deve dar a mesma ênfase na efetividade do sistema em sua totalidade, pois em última análise ganhos quantitativos permanentes dependem de progresso qualitativo. Em nível de agrupamento, o coordenador deve imprimir tanto experiência prática como dinamismo aos seus esforços de acompanhar aqueles que servem como tutores. Deve organizar-‐lhes reuniões periódicas para refletirem sobre os seus esforços. Eventos organizados para repetir o estudo de segmentos selecionados do material do instituto podem ocasionalmente se mostrar úteis, desde que não inculquem a necessidade de treinamento perpétuo. As capacidades de um tutor se desenvolvem progressivamente à medida que o indivíduo entra no campo da ação e auxilia outros a contribuir para o objetivo da atual série de Planos globais, por meio do estudo da sequência de cursos e da implementação de seus componentes práticos. E, à medida que homens e mulheres de diversas idades passam pela sequência e completam o estudo de cada curso com a ajuda de tutores, outros devem manter-‐se de prontidão para acompanhá-‐los em atos de serviço empreendidos de acordo com suas capacidades e interesses – especialmente os coordenadores responsáveis por aulas para crianças, por grupos de pré-‐jovens e por círculos de estudo – atos de serviço cruciais para a perpetuação do próprio sistema. Assegurar que a medida apropriada de vitalidade esteja pulsando através desse sistema deve continuar a ser objeto de intensa aprendizagem em todos os países no decurso dos próximos doze meses.
Casa Universal de Justiça, mensagem de Ridván de 2010
Perguntas para Reflexão
1. Quais são os elementos que fazem que um círculo de estudos tenha êxito? (Ver analogia do Circulo de Estudo)
2. Que tipo de capacidade se requer para que um tutor se converta em um instrutor inflamado: um instrutor apaixonado pelo ensino?
3. Como asseguramos que o estudo do Livro 1 prepare os participantes para servir à Causa e promover o bem-‐estar da comunidade?
4. Qual é o objetivo primordial do instituto de capacitação, ou seja, do processo educativo que se fomenta através dos círculos de estudo e demais atividades?
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Em agrupamentos que contaram com comunidades ativas, mas que careciam de uma presença mais forte do instituto, uma primeira exigência foi que as instituições e os crentes em tais áreas alcançassem uma visão clara do papel preponderante do instituto de capacitação na implementação do Plano e eles mesmos se envolvessem nesta prioridade. Uma vez isso alcançado, tais agrupamentos podem progredir com relativa rapidez para desenvolver o processo de instituto.
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Em termos práticos, o avanço do processo de instituto nesta categoria de agrupamentos tem significado o crescimento do número de tutores e dos círculos de estudo de forma que mais crentes se tornem envolvidos no processo de instituto. Este objetivo pode ser alcançado de muitas maneiras, dependendo do nível de recursos humanos existente no agrupamento – por exemplo, pioneiros de frente interna de curto prazo atuando como tutores, tutores de agrupamentos próximos facilitando círculos de estudo, ou amigos desses agrupamentos emergentes participando de cursos de capacitação centralizados ou de cursos de extensão em sua área.
À medida que mais círculos de estudo tem sido estabelecidos nesses agrupamentos, um número crescente de amigos tem se engajado no estudo do primeiro, ou primeiros dois livros do instituto. Porém, a Casa de Justiça destacou a importância de colocar em ação um sistema para levar os crentes através de toda uma sequência completa de cursos e do impacto potencial desse arranjo:
O desafio não é simplesmente ter uma determinada porcentagem estudando um ou dois cursos, mas participando de uma sequência de vários cursos através de um sistema efetivo de educação à distância. E se o instituto tem sucesso com esta realização, deve haver um correspondente aumento no ritmo do trabalho de ensino à medida que mais e mais amigos se levantem para servir a Fé. Um fluxo constante de crentes recém-‐declarados, por sua vez, entrará no programa de instituto e desta forma o sistema como um todo estará em constante estado de expansão.
Centro Internacional de Ensino, documento de 2003: “Gerando Força Propulsora: Uma abordagem coerente para o crescimento”
Perguntas para Reflexão
1. Qual tem sido a estratégia para assegurar que o processo de instituto se fixe e se fortaleça em um agrupamento?
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... 2.3 O Avanço dos Agrupamentos que dispõem de um Processo de Instituto Vigoroso
A fim de “assegurar que um ou dois agrupamentos... alcancem o nível no qual possam ser estabelecidos programas intensivos de crescimento”, um elevado grau de atenção tem sido dirigido para o desenvolvimento adicional de agrupamentos fortes e prepará-‐los para um crescimento intensivo. A forma principal para fazer evoluir tais agrupamentos tem sido campanhas de instituto, reuniões de reflexão e uma multiplicação gradual das atividades básicas. Este último objetivo é mais facilmente alcançado ao convidar pessoas interessadas para participarem dessas atividades. A experiência das instituições e dos crentes nesta categoria de agrupamentos tem sido substancial e instrutiva.
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2.3.1 As Campanhas de Instituto
Embora o significado de um “vigoroso” processo de instituto tenha sido interpretado de diferentes formas, esforços para fazer crescer o processo de instituto nos agrupamentos mais desenvolvidos envolveram levar um número significativo de amigos através da sequência dos cursos e rapidamente aumentar o número de tutores capacitados. Em alguns casos isso tem sido rápida e efetivamente alcançado através de campanhas de instituto, resultando no aumento de esforços continuados para expandir o número de círculos de estudo. Na maioria dos casos estas campanhas foram concebidas para facilitar que os crentes que já haviam servido como tutores, pudessem recorrer de forma acelerada ao resto dos livros. Este processo gerou uma grande fonte de entusiasmo, ajudando a criar um grupo respeitável de crentes capacitados que começaram a compreender “os requisitos de um crescimento sustentável”.
... A Casa de Justiça comentou sobre esse tipo de esforço:
É muito encorajador verificar que o progresso desse trabalho (desenvolvimento interno dos agrupamentos) está sendo energizado pelo processo dos institutos de capacitação, o qual foi consideravelmente fortalecido... pelas campanhas realizadas em muitos países para aumentar o número de tutores capacitados.
Em áreas com crentes ativos e aprofundados, a progressão dos indivíduos através da sequência de cursos ocorreu rapidamente, assim que os membros da comunidade decidiram envolver-‐se no processo. Um bom exemplo desta dinâmica é evidenciado na experiência ocorrida na Austrália Ocidental. Uma atenção concentrada neste tipo de envolvimento de um número crescente de amigos no processo de instituto, ajudado por uma série de campanhas, resultou em mais da metade de seus 1.500 crentes participando dos cursos de instituto. Em menos de três meses o número de círculos de estudo, que incluía interessados não-‐bahá'ís, dobrou de 52 para 103 e como consequência deste “aumento no ritmo do trabalho de ensino” 36 novos crentes entraram na Fé. Isso representa três vezes mais o número de novas declarações registrado para cada um dos dois anos anteriores.
Centro Internacional de Ensino, documento de 2003: “Gerando Força Propulsora: Uma abordagem coerente para o crescimento”
Perguntas para Reflexão
1. Qual é o papel das campanhas de instituto no avanço dos agrupamentos? Quais são os elementos que devem ter uma campanha de instituto? Quais são as aprendizagens que se obtiveram com respeito à realização de campanhas de instituto nas vizinhanças e vilas de um agrupamento?
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Entre a diversidade de questões que ora se apresenta a todo instituto de capacitação, há um que se mantém particularmente urgente: como mobilizar suficientes números de professores de aulas para crianças para sucessivas séries e, por extensão, tutores que possam formar grupos para estudar os cursos necessários. As unidades que abrangem os três livros atualmente disponíveis contêm tanto materiais de estudo para professores como lições para as crianças, permitindo que os institutos estabeleçam sem demora as primeiras três séries de um programa de seis anos. Para levantar um corpo docente inicial para essas séries, eles podem propriamente empregar medidas temporárias. Um bom esquema de coordenação, constituído gradativamente de acordo com as demandas observadas em campo, deve permitir responder às exigências com algum grau de flexibilidade, enquanto mantém a integridade do processo educacional como um todo a longo prazo.
Além do treinamento sistemático de professores para as sucessivas séries, os institutos precisarão aprender sobre a formação de turmas para as diversas faixas etárias em povoados e vizinhanças; a provisão de professores para várias turmas; a permanência de estudantes ano após ano, série após série; e o progresso contínuo de crianças de uma ampla variedade de domicílios e origens – em suma, o estabelecimento de um sistema em expansão e sustentável para educação de crianças que se mantenha em ritmo tanto com o crescente interesse dos pais para que suas crianças desenvolvam estruturas morais saudáveis bem como o levantamento de recursos humanos na comunidade. A tarefa, embora imensa, é relativamente direta, e nós urgimos os institutos de toda parte para lhe dar a atenção que tanto merece, focando-‐se especialmente na implementação das primeiras três séries do programa e lembrando que a qualidade da experiência do ensino-‐aprendizagem depende em grande parte das habilidades do professor.
Uma palavra de cautela parece ser oportuna. Certamente não é incorreto falar de “treinamento” de professores de aulas para crianças ou, no que se refere ao tema, de animadores de grupos de pré-‐jovens. No entanto, os institutos devem evitar que eles comecem a considerar o seu trabalho como o de treinamento em técnicas, perdendo a visão da concepção de construir capacidade que está no âmago do processo do instituto, o que demanda um profundo entendimento da Revelação de Bahá’u’lláh.
Casa Universal de Justiça, mensagem de 12 de dezembro de 2011
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Em muitas partes do mundo, é relativamente fácil atrair crianças da sociedade mais ampla para aulas bahá’ís, e os pais reconhecem prontamente a influência benéfica da educação espiritual e moral nas atitudes e no comportamento de seus filhos. O desafio que agora está sendo tratado com rigor pelos institutos de capacitação nos agrupamentos mais avançados é a sistematização dos esforços e criação de um sistema permanente para a educação espiritual das crianças. A
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Casa de Justiça observou: “Entre a diversidade de questões que ora se apresenta a todo instituto de capacitação, há uma que se mantém particularmente urgente: como mobilizar suficientes números de professores de aulas para crianças para sucessivas séries e, por extensão, tutores que possam formar grupos para estudar os cursos necessários”. A imensidão do desafio em alcançar essa condição é reconhecida. Não somente se realizam cursos para capacitar professores nas três primeiras séries do programa, para os quais já existem atualmente materiais, mas está sendo gradualmente estabelecida também uma rede de coordenadores e seus assistentes em cada agrupamento para acompanhar os professores, a fim de que esses possam aprender a manter as aulas e ajudar as crianças a avançar de série em série a cada ano. Na Índia, por exemplo, logo que os materiais para as Séries 2 e 3 foram liberados em 2011, os 17 institutos regionais organizaram uma sequência de seminários de capacitação; os esforços foram intensificados para traduzir os materiais para o híndi e outras línguas regionais, e os coordenadores regionais e de agrupamentos, em consulta com agências dos agrupamentos, identificaram e capacitaram professores nos novos materiais. Os resultados iniciais foram encorajadores, sendo que cerca de 3.000 crianças passaram para a Série 2 e várias centenas para a Série 3.
Centro Internacional de Ensino, documento de 2013: “Percepções das Fronteiras de Aprendizagem”
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No caso de grupos de pré-‐jovens, o Escritório de Desenvolvimento Social e Econômico encoraja uma abordagem semelhante. O núcleo do programa consiste em uma série de livros-‐texto estudados pelos grupos. Entendemos que, atualmente, encontram-‐se disponíveis sete de uma série planejada de dezoito livros-‐texto, os quais exploram uma gama de temas do ponto de vista bahá’í, embora não como um modo de instrução religiosa. Estes formam o principal componente de um programa de três anos. Outros nove livros-‐texto proverão um componente claramente bahá’í, dos quais dois desses estão atualmente em uso. Os animadores são aconselhados a complementar o estudo com atividades artísticas e projetos de serviço. Do mesmo modo, os professores de aulas para crianças, o coordenador de instituto no âmbito do agrupamento pode oferecer ajuda aos animadores para determinar como proceder. Ainda assim, muito frequentemente, tais projetos e atividades são selecionados pelos próprios pré-‐jovens, à luz de suas próprias circunstâncias e inclinações, em consulta com o animador do grupo. ...
Para finalizar, sentimo-‐nos compelidos a dirigir algumas palavras aos institutos de capacitação em todo o mundo: Deve-‐se lembrar que o professor de aulas bahá’ís para crianças e o animador de grupos de pré-‐jovens, incumbido de tanta responsabilidade para o fortalecimento das bases morais da comunidade, na maioria dos lugares será uma pessoa jovem na sua adolescência. Pode-‐se esperar, cada vez mais, que esses jovens surjam dentre o programa de empoderamento espiritual de pré-‐jovens, imbuídos de um forte propósito duplo, tanto desenvolver suas potencialidades inerentes como contribuir para a transformação da sociedade. Mas, poderão vir também de qualquer uma das
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inúmeras origens educacionais com toda esperança em seus corações de que, através de vigoroso esforço combinado, o mundo mudará. Independente de características particulares, todos eles, sem distinção, partilharão o desejo de dedicar seu tempo e energia, talentos e habilidades, ao serviço a suas comunidades. Muitos, ao terem a oportunidade, alegremente devotarão alguns poucos anos de suas vidas para prover educação espiritual às gerações mais jovens. Portanto, nos jovens do mundo repousa um reservatório de capacidades para transformar a sociedade esperando ser aberto. E a liberação dessa capacidade deve ser considerada por todo instituto como uma sagrada incumbência.
Casa Universal de Justiça, mensagem de 12 de dezembro de 2011
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Os dois estágios do processo educacional acima descrito somente são possíveis, é claro, se houver um movimento de indivíduos atraves da sequência de cursos do instituto, e os agrupamentos mais avançados têm mantido um contínuo fluxo de participantes durante um extenso período de tempo – alguns por até 20 a 30 ciclos. Com o passar dos anos, várias abordagens contribuíram para essa realização no mundo inteiro. Para iniciar o processo do instituto, os crentes foram encorajados a participar dos cursos, e então, à medida que envolviam outros em conversas sobre a mensagem de Bahá’u’lláh, encontraram receptividade entre amigos, familiares, vizinhos e colegas de trabalho, muitos dos quais prontamente participaram de círculos de estudo. Subsequentemente, em muitos agrupamentos, os crentes aprenderam a alcançar os “segmentos da população em geral com elevado grau de receptividade” através de esforços em ensino direto, envolvendo visitas aos lares ou campanhas, resultando num número significativo de novos bahá’ís. À medida que crescente atenção foi dada à juventude nessas populações, uma porcentagem significativa começou a entrar em círculos de estudo. Nos agrupamentos mais avançados, está aumentando a capacidade de aproveitar a pronta resposta de um crescente número de jovens, habilitando-‐os a passar rapidamente para o campo da ação, principalmente como animadores de grupos de pré-‐jovens, mas também como participantes ou iniciadores de outras atividades centrais. O desafio de aumentar o número de tutores que aproveitam esta oportunidade também está sendo ativamente prosseguido.
A experiência com jovens de populações receptivas em agrupamentos avançados sugere que a expansão do programa de pré-‐jovens tem o potencial de dar um pronunciado impulso a todos os três estágios do processo educacional. O esforço de capacitar animadores de grupos de pré-‐jovens, mais e mais dentre os jovens da sociedade mais ampla, requer círculos de estudo e campanhas do instituto adicionais. Tais campanhas podem tomar a forma de um estudo intensivo dos Livros 1 e 5 do Instituto Ruhi, levando ao estabelecimento imediato de diversos grupos de pré-‐jovens; com o tempo, a maioria dos animadores participa de círculos de estudo para completar os livros restantes da sequência, o que aprimora suas habilidades para o serviço. À medida que aumenta a consciência entre as famílias dos pré-‐jovens, outros membros, a maioria crianças e jovens,
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mas também alguns adultos envolvem-‐se na etapa do processo educacional apropriado a eles. De fato, muitas percepções acerca de como ampliar significativamente o programa para envolver grandes números de participantes têm resultado da experiência naqueles agrupamentos apoiados por centros de aprendizagem. Essas percepções foram compartilhadas com institutos regionais e aplicadas de modo a auxiliar na implementação de outras atividades centrais. Finalmente, naqueles agrupamentos onde os amigos aprenderam a manter grupos de pré-‐jovens no decorrer de vários anos até completarem o programa, muitos pré-‐jovens mostram entusiasmo pelos cursos da sequência principal e, com seu zelo e disciplina costumeiros, dedicam-‐se ao estudo e à realização de necessários atos de serviço. Tal resultado promissor, embora ainda modesto em seu alcance, sugere que, à medida que passarem pela sequência dos cursos, esses jovens podem aumentar o número de professores de aulas para crianças, animadores e tutores num agrupamento. O que foi descrito aqui não é a única maneira na qual um processo educacional avança. No entanto, o programa de pré-‐jovens tem demonstrado repetidamente sua eficácia como estratégia que merece vigoroso empenho.
Centro Internacional de Ensino, documento de 2013: “Percepções das Fronteiras de Aprendizagem”
Perguntas para Reflexão
1. Quais são os elementos dos Programas de Empoderamento Espiritual dos Pré-‐jovens e da Educação Espiritual das Crianças?
2. Quais estratégias se pode implementar para a formação de um corpo de professores e um corpo de animadores que possam atender a distintos graus e níveis do programa?
3. Qual é a importância de ter coordenadores e quando é necessário nomea-‐los? Quais são as habilidades e destrezas que devem ter estes coordenadores? De que maneira identificamos animadores e professores para que possam servir como assistentes de coordenação? Como aumentamos suas capacidades?
4. O que é necessário para manter a integridade do processo educativo a grande prazo? Como asseguramos que cuidem das populações que acompanhamos ao longo dos programas?
5. Qual é a importância do trabalho com a população de pré-‐jovens? Por que a Casa Universal de Justiça nos diz que esta população “um reservatório de capacidades para transformar a sociedade esperando ser aberto”? De que maneira o programa de pré-‐jovens ajuda a nutrir todos os elementos da meta de ação dentro do Plano de Cinco Anos?
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BIBLIOGRAFIA
Casa Universal de Justiça:
• Mensagem de 9 de janeiro de 2001. Arquivos da AEN do Brasil. • Mensagem de 22 de dezembro de 2001. Citada na compilação Juventude
publicada pela Editora Bahá’í do Brasil. • Mensagem de 17 de janeiro de 2003. Arquivos da AEN do Brasil. • Mensagem de 27 de dezembro de 2005. Arquivos da AEN do Brasil. • Mensagem de Ridván de 2010. Arquivos da AEN do Brasil. • Mensagem de 28 de dezembro de 2010. Arquivos da AEN do Brasil. • Mensagem de 12 de dezembro de 2011 às AEN’s. Arquivos da AEN do
Brasil.
Centro Internacional de Ensino:
• “Gerando Força Propulsora: Uma abordagem coerente para o crescimento”, de 2003. Arquivos da AEN do Brasil.
• Mensagem de 28 de novembro de 2004. Citada em Promessas de Vitórias, publicado pela Editora Bahá’í do Brasil.
• Mensagem de 27 de setembro de 2007. Arquivos da AEN do Brasil. • “Percepções das Fronteiras de Aprendizagem”, de 2013. Arquivos da AEN
do Brasil.
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