anÁlise comparativa do conteÚdo razÃo e proporÇÃo … · conteúdo razão e proporção, assim...
Post on 21-Jul-2020
2 Views
Preview:
TRANSCRIPT
1Licenciada em Matemática. Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçú- Uniguaçu/Faesi, Pós
graduada. Gestão Democrática: Orientação e Supervisão. Faculdade São Luís, angela_andreski@hotmail.com 2Licenciada em Matemática. Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçú- Uniguaçu/Faesi,
priscillabauer@hotmail.com 3Doutora em Entomologia. Professora na Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçú-
Uniguaçu/Faesi, ciencias_biologicas@hotmail.com
ANÁLISE COMPARATIVA DO CONTEÚDO RAZÃO E PROPORÇÃO
EM APOSTILA E LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO FUNDAMENTAL II
DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU – PARANÁ
COMPARATIVE ANALYSIS OF THE REASON AND PROPORTION
CONTENTS AT THE FUNDAMENTAL EDUCATION II
INSTRUCTIONAL BOOK AND IN TEACHER'S NOTES/HANDOUTS
AT SÃO MIGUEL DO IGUAÇU - PARANÁ
ÂNGELA MARIA ANDRESKI1 PRISCILLA BAUER2
JULIANA CRISTINA DOS SANTOS3 Resumo O presente trabalho procura evidenciar que instituições de ensino públicas e privadas possuem um material pedagógico diferenciado, livro didático e apostilas, respectivamente. Estes materiais são utilizados para auxiliar os professores durante o planejamento e organização das aulas, e alunos durante o processo de ensino-aprendizagem de Matemática, demonstrando ser um material de grande relevância no ambiente escolar. Esta área do conhecimento é muito importante e deve ser tratada com muita atenção, pois mesmo que o indivíduo não perceba ela está presente no seu cotidiano. No decorrer do tempo cada um destes materiais citados passou por mudanças. O processo de escolha destes materiais nessas instituições acontece de maneira distinta. Esses materiais apresentam algumas diferenças em seus aspectos gerais e nos aspectos específicos do conteúdo Razão e Proporção, assim se faz necessário uma análise para compreender se os materiais são capazes de auxiliar/facilitar o processo de ensino-aprendizagem dos educandos. Palavras-chave: Material didático. Ensino. Escola pública e particular.
Abstract The present work tries to show that public and private educational institutions have a different pedagogical material, didactic book and handbooks, respectively. These materials are used to assist teachers during the planning and organization of classes, and students during the teaching-learning process of mathematics, proving to be a material of great relevance in the school environment. This area of knowledge is very important and should be treated with great attention because even if the individual does not realize it is present in their daily lives. In the course of time each of these materials has undergone changes. The process of choosing these materials in these institutions happens in a different way. These materials present some differences in their general aspects and in the specific aspects of the Ratio and Proportion content, thus an analysis is necessary to understand if the materials are able to aid / facilitate the teaching-learning process of the students.
2
Key words: Didactic material. Teaching. Public and private school.
Introdução
Para ministrar suas aulas, com maior qualidade e desenvoltura, o profissional
deve planejar, organizar e sequenciar os conteúdos. Para isso, utiliza-se de
diferentes tipos de material pedagógico, na maioria das vezes, o livro didático como
norteador de suas tarefas. Segundo Piletti (1988, p. 187):
Talvez o recurso didático mais antigo e usado seja o próprio livro didático. Ele pode ser um auxiliar do trabalho do professor, na medida em que propicia sistematização dos conceitos trabalhados, uma organização das conclusões tiradas e também a fixação desses conceitos e conclusões.
Legalmente o processo histórico do livro didático no Brasil iniciou no ano de
1929, quando foi criado um órgão chamado Instituto Nacional do Livro (INL), onde
foram elaboradas leis para a legitimidade deste material pedagógico, a partir deste
período aconteceram muito fatos que colaboraram para ampliar a circulação do livro
didático no país.
O Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) é o programa mais antigo voltado
à distribuição deste material no Brasil, este foi criado com o objetivo de “prover as
escolas públicas de ensino fundamental e médio com livros didáticos e acervos de
obras literárias, obras complementares e dicionários”, assim o livro didático pode ser
ofertado em âmbito nacional de uma maneira homogênea (MEC, 2017).
Na prática, este plano é realizado periodicamente a cada três anos. Todo ano
o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) obtém e dispõem livros
para todos os alunos de certa etapa de ensino. Além disso, restitui completando a
quantidade de livros faltantes às outras etapas de ensino (FNDE, 2017).
De acordo com o FNDE, os livros são distribuídos de uma maneira
democrática, onde os docentes e gestores fazem a análise e escolha do material
que será usado pelos educando na instituição. Segundo Piletti (1988, p. 187): “(...) o
professor deve estar atento tanto no momento da escolha do livro didático, quando
precisa ser feita uma análise cuidadosa de seu conteúdo, como em cada momento
que o utilizar, tirando assim o máximo proveito desse recurso”.
3
Além dos livros didáticos, o sistema apostilado também pode ser utilizado
como material pedagógico, normalmente utilizado por instituições privadas de ensino
que são empresas, as quais se dedicam à área da educação, que tem como
finalidade os fins lucrativos. A maioria desses colégios fazem convênios com
editoras de apostilas, as quais são responsáveis em preparar o material de acordo
com a necessidade de cada instituição.
As apostilas e os livros didáticos do Ensino Fundamental contêm os
conteúdos das principais áreas do conhecimento, dentre elas têm-se: Língua
Portuguesa, Geografia, Ciências, História, Matemática, entre outras disciplinas.
A matemática tem um papel significativo na vida do ser humano, ela está
presente em diversas situações do cotidiano, tendo como exemplos de onde pode
ser encontrada: na visualização das horas, datas, nas medidas de peso, capacidade,
comprimento, na compra e venda de produtos, nas construções e também no
ambiente escolar, sendo então considerada uma das ciências mais importantes do
mundo moderno, exigindo assim vasto conhecimento e atenção sobre esta
disciplina. Como indicam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s): “A
Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em
que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos
tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar” (MEC, 1997).
Dentro da disciplina de Matemática, encontramos o conteúdo estruturante de
Números e Álgebra, onde está inserido o conteúdo específico de Razão e
Proporção, este não é encontrado apenas no ambiente escolar, mas também
diariamente no contexto social. Sendo importante assimilá-lo para que os indivíduos
consigam compreender outros ramos do conhecimento e desenvolver o seu
intelecto.
Diante do exposto buscou-se evidenciar as seguintes questões norteadoras:
Existe diferença na estruturação e apresentação do conteúdo Razão e
Proporção nos materiais didáticos utilizados nas instituições públicas e
privadas do município de São Miguel do Iguaçu – Paraná?
Como acontece a escolha dos materiais didáticos nas instituições de ensino
atualmente?
Desta forma, este trabalho apresenta como objetivo a realização de uma análise
comparativa dos aspectos gerais e específicos do livro didático e apostilas de
4
Matemática adotadas pela rede pública e privada de ensino, respectivamente, de
São Miguel do Iguaçu-PR, analisando especificamente o conteúdo de Razão e
Proporção do Ensino Fundamental II.
Material e métodos
Para a realização deste trabalho, adotou-se um livro didático e uma apostila
de Matemática utilizado pelo sétimo ano do Ensino Fundamental II, do Colégio
Estadual Nestor Victor dos Santos (instituição pública de ensino) e Colégio
Franciscano Nossa Senhora de Fátima (instituição privada de ensino),
respectivamente. Ambas as instituições são localizadas no município de São Miguel
do Iguaçu, PR.
Ao fazer a análise dos aspectos gerais destes materiais, foram observados os
seguintes itens:
Capa e encadernação;
Durabilidade do material;
Erros ortográficos;
Espaçamento entre linhas;
Tamanho da fonte;
Imagens e tabelas;
Quantidade e qualidade dos exercícios;
Sugestões e leituras complementares,
Do conteúdo específico Razão e Proporção foram analisados os seguintes
aspectos:
Apresentação do conceito;
Estruturação do conteúdo;
Exemplos resolvidos;
Exercícios propostos;
Curiosidades sobre o tema;
Relação do conteúdo com acontecimentos do cotidiano;
Figuras para auxiliar na compreensão;
Sugestões de materiais complementares.
5
Resultados e discussões
Verificou-se que o Colégio Estadual Nestor Victor dos Santos adotou como
livro didático de Matemática para o sétimo ano do Ensino Fundamental II, o livro
“Vontade de Saber Matemática” (2012), dos autores Joamir Souza e Patrícia Moreno
Pataro, da editora FTD. Este livro será usado no triênio de 2014/2016.
Enquanto a instituição particular Colégio Franciscano Nossa Senhora de
Fátima usufrui da apostila: Sistema de Ensino SER 2012 da Editora Abril, inclusive
no sétimo ano do Ensino Fundamental II. A parte específica de Razão e Proporção
desta apostila foi organizada por Luiz Roberto Dante.
Análise dos aspectos gerais
As capas de ambos os materiais analisados apresentam imagens nítidas e
com várias cores, atraindo visualmente os estudantes para a apresentação do
material em questão.
A apostila é encadernada em forma de espiral, isso faz com que este material
possa ser manuseado com facilidade, portanto é necessário que o manuseio seja
feito com cuidado, pois pode ocasionar a rasgadura da folha, tornando-o assim, um
material com pouca durabilidade. Enquanto o Livro Didático apresenta
encadernação em forma de brochura, permitindo o seu uso por um período maior de
tempo.
Em relação aos erros ortográficos e de digitação nos materiais didáticos, é
raro encontrá-los em ambos os materiais analisados.
O espaçamento entre linhas de ambos os materiais é bom, o que possibilita
uma boa visualização e leitura dos textos. Quanto ao tamanho da fonte, na maior
parte dos textos apresentados ela é adequada, porém em algumas pequenas
anotações (quadros de exemplos, definições, falas de personagens em imagens,
fontes de imagens) a fonte é de tamanho menor, o que pode dificultar a leitura. Tal
fato acontece em ambos materiais analisados.
De acordo com o Guia de Livros Didáticos (PNLD/16) “as imagens gráficas,
em particular os desenhos, formam uma classe significativa de modelos concretos
6
de entes matemáticos e cumprem papel importante nas atividades em que intervêm
as habilidades de visualização”.
A apostila exibe imagens bem coloridas e tabelas, que são de tamanho
reduzido e aparecem em pouca quantidade, mas são relacionadas de maneira
coerente ao conteúdo. O livro didático apresenta diversas imagens e tabelas de
coloração e tamanhos que facilitam a visualização, estas acompanham os textos e
são usadas para auxiliar o aluno na compreensão do conteúdo.
Com relação aos exercícios, a apostila contém uma grande quantidade de
atividades. Essas são de diferentes níveis de conhecimento, algumas mais objetivas
e outras que precisam uma maior interpretação para a sua solução. Apresenta
também pequenas questões de desafios, sendo algumas delas retiradas de
vestibulares que já foram aplicados.
O livro didático apresenta uma boa quantidade de atividades de variados
níveis de conhecimento, contêm questões de revisão e exercícios testes e de
desafio, todos estes retirados de provas de vestibulares aplicados anteriormente.
Além disso, apresenta uma seção de questões de contexto, são questões que
relacionam o cotidiano ao conteúdo abordado.
Nenhum dos materiais analisados indica leituras complementares
relacionadas ao conteúdo abordado e isso pode prejudicar o aprendizado do aluno.
Segundo Santos e Silveira (2009) independente da área do conhecimento, o texto
deve ser usado como recurso de ensino, pois através dele o aluno consegue
aprender conceitos, expor novas informações, fazer comparações, argumentar e
com isso conquistar a sua autonomia durante o processo de aprendizagem.
Análise específica do conteúdo razão e proporção
O conteúdo de Razão e Proporção em ambos os materiais é organizado e
estruturado de uma maneira semelhante. Primeiramente traz a apresentação do
conteúdo proporcionalidade. Em seguida foram dispostos os seguintes conceitos,
respectivamente: razões, porcentagem como uma razão, grandezas diretamente e
inversamente proporcionais, regra de três simples. Apenas na apostila, são
encontrados os seguintes conceitos: proporções, propriedades das proporções,
7
razões especiais, regra de três composta, e ainda outras aplicações de
proporcionalidade.
Apresentação do conteúdo
Na apostila, o conteúdo é apresentado através da comparação de figura
geométrica em malha quadriculada, trazendo consigo um questionário, para que os
alunos observem se as imagens foram proporcionalmente ampliadas ou reduzidas.
Através dessa apresentação o aluno poderá perceber visualmente que a
figura foi reduzida proporcionalmente, mantendo os seus ângulos e as medidas dos
lados foram divididas ao meio, passando a ter a metade do tamanho inicial. Como
nos apresenta a imagem a seguir:
Imagem 1- Proporcionalidade entre figuras
Fonte: DANTE. Sistema de Ensino SER. 2012
Segundo Rozal, Santos e Chaves (2015), o uso de imagens matemáticas
contribui para o aprendizado dos conteúdos pelos alunos, podendo explorar
conteúdos matemáticos e outros conhecimentos de maneira mais significativa. O
visual atrai a atenção do aluno, motivando-o para a aprendizagem. Através da
8
imagem pode-se reproduzir, comparar e compartilhar ideias sobre diversos
aspectos, ajudando a compreender a matemática.
No livro didático o conteúdo é apresentado um texto introdutório onde é
exposta uma situação do cotidiano, em que a proporcionalidade aparece. Neste
caso o livro retrata sobre a televisão digital e os formatos que as imagens
apresentam, e também um questionário que procura constatar se o educando
compreende a relação entre os números apresentados no exemplo.
É necessário relacionar os conteúdos estudados com o cotidiano do
educando, para que ele possa perceber que a Matemática não é algo fora da sua
realidade. Segundo Rocha (2013) “A preocupação em relacionar os conteúdos
ministrados na escola à realidade do aluno procura romper com a configuração
escolar que apresenta a escola como um espaço à parte da sociedade.”.
Ideia de Razão
Na apostila a ideia de razão é apresentada de maneira breve. Usa como
exemplo um grupo de alunos, e procura comparar o número de meninos e meninas
através do cálculo da razão entre eles. Em seguida ele demonstra o modo genérico
de como realizar este cálculo. Sendo exposto da seguinte forma:
A razão entre dois números a e b, com b ≠0, é o quociente de a : b, que pode ser
indicado por a/b ou qualquer outra forma equivalente.
Então são propostas atividades de diversos graus de dificuldade, onde o
aluno deve aplicar o conceito exposto anteriormente.
A porcentagem é apresentada como uma razão de maneira sucinta,
explicando que é uma razão na qual o segundo o termo é igual a cem e mostrando
dois exemplos, trazendo em seguida alguns exercícios de fixação.
No livro didático a ideia de Razão é evidenciada através de um exemplo de
como é tratada a água de uma piscina para que ela esteja em boas condições de
uso. Através das informações fornecidas é construído um quadro relacionando a
quantidade de cloro necessário para determinada quantidade de água. Sendo assim
denotada a razão entre a quantidade de cloro e a quantidade de água.
O exemplo auxilia na compreensão de que a razão é a comparação entre dois
números, expondo na sequência a forma genérica deste conceito.
9
Dentro deste mesmo tópico são apontados razões denominadas especiais,
especificamente: a densidade demográfica, a velocidade média, escala e
porcentagem. São demonstradas também as aplicabilidades de cada uma dessas
razões especiais e exemplos de onde são utilizadas. São sugeridas várias atividades
relacionadas ao conteúdo.
Ambos os materiais sugerem atividades para a fixação do conteúdo, o que
contribui no processo de ensino aprendizagem. Romanatto (2012) argumenta que:
(...) a resolução de problemas significa envolver-se em uma tarefa ou atividade cujo método de solução não é conhecido imediatamente. Para encontrar uma solução, os estudantes devem aplicar seus conhecimentos matemáticos. Solucionar problemas não é apenas buscar aprender Matemática e, sim, fazê-la. Os estudantes deveriam ter oportunidades frequentes para formular, tentar e solucionar problemas desafiadores que requerem uma quantidade significativa de esforço e deveriam, então, ser encorajados a refletir sobre seus conhecimentos. Assim, solucionar problemas não significa apenas resolvê-los, mas aplicar sobre eles uma reflexão que estimule seu modo de pensar, sua curiosidade e seus conhecimentos.
Proporções
Somente na apostila é apresentada a ideia de proporção, suas propriedades e
aplicações. Sendo expostas do seguinte modo: é feita uma breve explicação, um
exemplo numérico, o modo geral (forma algébrica da propriedade) e para cada item
são propostas atividades a serem resolvidas.
Segundo Abreu e Beust (2008) “(...) os alunos deverão perceber as conexões
entre as equações abstratas da álgebra e o mundo real da aritmética.”, assim
poderão ter um aprendizado significativo.
Grandezas diretamente e inversamente proporcionais
A apostila expõem exemplo e o conceito de grandezas diretamente
proporcionais, em seguida oferta exercícios a serem resolvidos. O mesmo acontece
com as grandezas inversamente proporcionais e com as situações de não
proporcionalidade.
No livro didático, a representação de grandezas diretamente e inversamente
proporcionais é feita através da construção de um quadro relacionado a um exemplo
citado. O exemplo abordado não é finalizado com uma explicação, a diferenciação
10
de diretamente e inversamente proporcional deve ser feita através da observação e
análise do texto e quadro pelos alunos com auxílio do professor.
Como demonstra a imagem abaixo:
Imagem 2- Página do Livro didático, conteúdo: Grandezas proporcionais.
Fonte: Pataro; Souza. Vontade de Saber Matemática. 2012
O livro não aborda questões de não proporcionalidade.
11
Regra de três simples
Na apostila a regra de três simples (em situações de proporcionalidade direta)
é apresentada através de um exemplo numérico e faz uso de imagens, para auxiliar
na explicação do mesmo. São apresentados também exemplos resolvidos passo-a-
passo, e então são propostas duas atividades relacionadas à proporcionalidade
direta.
Para a explicação de regra de três simples (em situações de
proporcionalidade inversa) é apresentada através de exemplos resolvidos e um
quadro explicativo. São propostos exercícios relacionados à proporcionalidade
inversa.
Em seguida são propostas diversas atividades onde o estudante deverá
interpretar e aplicar a regra de três de acordo com cada uma das situações.
O livro didático apresenta um exemplo envolvendo caixas empilhadas,
exibindo uma imagem e explicando que quanto maior o número de caixas, maior
será a altura da pilha (grandeza diretamente proporcional). Em seguida fornece a
altura de uma pilha e de quantas caixas ela é constituída e quantas caixas estão
organizadas numa segunda pilha, questionando então, qual a altura desta segunda
pilha. Desenvolvendo assim, um cálculo de regra de três, que é resolvida passo-a-
passo.
Para o entendimento da regra de três inversamente proporcional, é utilizado o
mesmo contexto da explicação anterior, em seguida são propostos os exercícios.
Razões especiais
A apostila traz um tópico específico para as razões especiais na qual retrata:
escala, velocidade média, densidade demográfica e outras aplicações da
proporcionalidade. São expostas suas aplicabilidades e onde são encontradas.
Então são ofertados exercícios referentes a cada conteúdo.
12
No livro didático, esse tópico é apresentado logo após a explicação sobre
razões.
Regra de três composta
Somente a apostila apresenta este conteúdo, primeiramente relembra como é
resolvida a regra de três simples, então propõem um exercício no qual aparecem
três grandezas. Para a resolução deste exercício é necessário utilizar-se da regra de
três compostas. O autor organiza/monta o cálculo desta proporção e o desenvolve,
em seguida são ofertados exercícios.
De acordo com o Caderno de Expectativas de Aprendizagem (2012) esse
conteúdo deve ser trabalhado no 9º ano do ensino fundamental II. Com os objetivos
de compreender e aplicar a regra de três composta e resolver situações-problema
envolvendo regra de três composta.
Curiosidades sobre o tema
Na apostila são apresentadas algumas curiosidades que envolvem a
proporcionalidade. Dentre elas, menciona o retângulo áureo também conhecido
como retângulo de ouro, segundo os antigos gregos ele é um retângulo perfeito,
equilibrado e harmonioso. Para isso sua razão deve ser aproximadamente 1,6. São
vários os exemplos de figuras que estão dentro do retângulo de ouro. Imagens
representadas abaixo:
Imagem 3 – Curiosidade da Proporcionalidade
13
Fonte: DANTE. Sistema de Ensino SER. 2012
O livro didático apresenta como curiosidade sobre o tema a relação entre o
peso da mochila e a massa de cada estudante. A recomendação é que os alunos
carreguem na mochila o equivalente a no máximo 10% de sua massa.
O uso das curiosidades para o ensino é importante, pois pode tornar as aulas
mais agradáveis. Segundo Groenwald e Timm (2000) o objetivo de usar as
curiosidades para ensinar Matemática é fazer com que os alunos gostem de
aprender essa disciplina, mudando a rotina da turma e despertando o interesse do
educando, tornando o aprendizado um processo interessante e até mesmo divertido
Sugestão de materiais complementares
Nenhum dos materiais apresenta sugestões de leituras complementares, para
o aprofundamento do tema.
No processo de ensino aprendizado é necessário que o aluno aprofunde o
seu conhecimento indo além do que está estudando em sala de aula, por isso é
importante a leitura de textos e a realização de atividades complementares. De
acordo com Flores e Rocco (s/d) “(...) percebe-se a necessidade de estudos
14
complementares que venham a enfocar pontos de vista distintos daqueles já
investigados.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na pesquisa realizada constatamos que o livro didático é uma das
ferramentas mais antigas utilizadas no ambiente escolar. Sendo de suma
importância para o profissional da educação, inclusive para o professor de
matemática e também para o aluno. É um instrumento que auxilia o professor na
organização, orientação e sequenciação dos conteúdos ministrados, além de propor
atividades e avaliações. Já para os alunos, este pode ser o único material que o
mesmo tem acesso, ou seja, sendo sua única fonte de pesquisa, é através dele que
o aluno irá aprofundar seus conhecimentos e descobrir novos conceitos.
Os programas de distribuição deste material veem sendo aperfeiçoados com
o passar dos anos, deu-se início em 1929 com a criação do Instituto Nacional do
Livro (INL), e posteriormente sendo substituídos por programas como: a CNLD,
COLTED, FENAME, FAE, PNLD e PNLEM, mantendo-se até os dias atuais. Estes
programas trouxeram melhorias em relação á questão do acesso ao livro didático.
Além do livro didático encontramos as apostilas como um instrumento usado
no processo de ensino aprendizagem. É um material que não permite que o
professor tenha autonomia no momento de planejamento de suas aulas, pois a
mesma traz as aulas já prontas e esquematizadas. Isso torna o trabalho do
professor mais restrito, não havendo a necessidade de basear-se em outras
bibliografias para elaborar suas aulas.
No processo de escolha destes materiais os dois se diferem muito, pois a
escolha do livro didático é feita pelo professor e pela equipe pedagógica de cada
uma das escolas, oportunizando a análise, busca e escolha de um material dinâmico
e atrativo. Enquanto as apostilas são escolhidas pelas próprias instituições de
ensino, buscando sempre um material que traga mais vantagens financeiras, pois
estas visam o lucro ao ofertar o ensino.
Estes materiais de ensino trazem os conteúdos das diversas áreas de
conhecimento. Dentro destas áreas encontramos a Matemática, que é uma Ciência
e também uma das disciplinas do currículo obrigatório. Esta disciplina é de grande
15
importância para a formação do indivíduo, pois está inserida em todo o cotidiano e
também no ambiente escolar.
Ambos os materiais (livro didático e apostila) tem como finalidade transmitir e
fazer com que o educando compreenda os conteúdos que são considerados úteis e
convenientes. O público alvo de cada um dos materiais é distinto. O livro didático é
utilizado em escolas públicas e as apostilas principalmente nas escolas particulares.
Ao analisar e comparar esses materiais, nos seus aspectos gerais e
específicos no conteúdo Razão e Proporção no sétimo ano do Ensino Fundamental
II, constatamos que ambos apresentam esse conteúdo com uma estrutura e
organização semelhante, seguindo uma sequência didática, onde cada etapa está
interligada a outra.
O conteúdo e seus conceitos são expostos de maneiras diferentes nesses
materiais. A apostila traz as explicações de maneira mais resumida e objetiva,
sempre propondo exercícios após a apresentação de cada conceito. Enquanto o
livro didático apresenta o conteúdo utilizando de textos explicativos mais detalhados.
Utiliza nessa explicação diversos exemplos, incluindo exemplos que fazem parte do
cotidiano do educando, e propõe aos educandos um conjunto de atividades após a
apresentação de todos os conceitos que compõe o conteúdo.
REFERÊNCIAS
ABREU, Ana Paula Magalhães de; BEUST, Adilção Cabrini. A proporcionalidade e algumas aplicações. 2008. Disponível em:< http://sites.unifra.br/Portals/36/tecnologicas/2008/proporcionalidade.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2016. CHAVES, Isaura de Albuquerque; ROZAL, Edilene Faria; SANTO, Adilson Oliveira do Espírito. O que se aprende com imagens matemáticas? Uma experiência na Educação de Jovens e Adultos. 2015. Disponível em:<file:///C:/Users/Angela/Downloads/6936-21432-1-PB%20(1).pdf>. Acesso em: 05 nov. 2016. DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Caderno de Expectativas. 2012. Disponível em:<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/caderno_expectativas.pdf>. Acesso em: 29 de out. 2016.
16
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO-FNDE. Programas do Livro didático. Disponível em:< http://www.fnde.gov.br/programas/programas-do-livro/legislacao/item/619-apresentação?highlight=WyJlamEiLCJlc2NvbGhhIl0=>. Acesso em: 29 de out.2016. FLORES, Cláudia Regina; ROCCO, Cristiani Maria Kusma. O Ensino de Geometria: problematizando o Uso de Materiais Manipuláveis. s/d. Disponível em:< http://www2.rc.unesp.br/eventos/matematica/ebrapem2008/upload/123-1-A-gt5_rocco_ta..pdf >. Acesso em: 05 nov. 2016. GROENWALD, Claudia Lisete Oliveira; TIMM, Ursula Tatiana. Utilizando Curiosidades e Jogos Matemáticos em Sala de Aula. 2000. Disponível em:< http://www.somatematica.com.br/artigos/a1/>. Acesso em: 05 nov. 2016. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais-Matemática. 1997. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf>. Acesso em: 06 out. 2016. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional do Livro Didático. 2017. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/31951?start=100>. Acesso em: 06 out. 2017.
PILETTI, Claudino (Org.). Didática Especial: Material didático. 6. ed. São Paulo: Editora Ática S.A, 1988.
ROCHA, Ana Paula Francisca Pires da. Compreendendo a Relação Matemática/Realidade em Atividades de Modelagem na Educação Matemática. 2013. Disponível em:< ftp://ftp.ifes.edu.br/cursos/Matematica/EBRAPEM/GDs/GD10/Sessao3/Sala_A5/1149-1903-1-PB.pdf>. Acesso em: 29 out. 2016. ROMANATTO, Mauro Carlos. Resolução de Problemas nas aulas de Matemática. 2012. Disponível em:<http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/413/178>. Acesso em: 29 out. 2016. SANTOS, Hiliana Alves dos; SILVEIRA, Soraya Pedrosa B. B. da. A importância da utilização do texto e a articulação entre as áreas de conhecimento. 2009. Disponível em: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/importancia-texto-articulacao-areas-conhecimento.htm>. Acesso em: 05 nov. 2016.
top related