28. referências documentais: 29. informações complementares · muitas mulheres relatam que se a...
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difusão do seu uso foi feita pelos romanos e cada divisão da legião tinha o seu
estandarte. Foi na Idade Média que bandeiras e estandartes começaram a
representar reinos e regiões. As bandeiras foram usadas tanto em períodos de paz
como de guerra. Sendo um símbolo identificador eram usados pelos exércitos
aliados. Para não se confundirem uns com os outros e evitarem o temido fogo amigo,
usavam um pedaço de pano hasteado num estandarte, com as cores e sinais de
identificação do batalhão ou companhia envolvida. De acordo com seu tamanho ou
uso, a bandeira tem uma palavra sinônima. Estandarte é utilizado para insígnias
militares, mais especificamente para identificar os corpos de cavalaria. O Pendão
é uma bandeira grande, armada em vara, atravessada horizontalmente sobre o
mastro e levada em procissões. O Gonfalão é uma bandeira de guerra com partes
que prendem perpendicularmente a uma haste com três ou quatro pontas pendentes.
Os Estandartes do Congado mesclam elementos das bandeiras militares e
religiosas e são utilizados para identificar o terno que os conduz e para louvar os
santos de sua devoção.
28. Referências Documentais: * Entrevista e fotografias realizadas no trabalho
de campo no quartel do Congo Branco*Fotografias do Congado dos anos 2004 e
2006*Marra, Fabíola Benfica. Álbum de Família: Famílias Afro-descendentes no
Século XX em Uberlândia – MG – CD-Rom produzido entre os anos de 2004 e
2005, através da lei municipal de Incentivo à Cultura.
29. Informações Complementares: O Estandarte é uma espécie de Bandeira e
falar em Bandeira no congado é um pouco complexo, pois possui pelo menos três
significados. Bandeira pode se referir à jornada, ao trajeto, à caminhada realizada
nas campanhas e festas. Também pode ser utilizado para se referir à bandeira em
tecido no formato retangular de aproximadamente 60 x 40 cm que trás estampado
imagens dos santos, com um cabo de madeira na extremidade superior por onde a
bandeireira (virgem, menor de 10 anos) segura. Esta pequena bandeira sempre
acompanha o terno, abrindo-lhe os caminhos, tanto em dias de campanha quanto
no dia da festa. Bandeira também pode referir-se ao estandarte em formato
retangular de aproximadamente 1,5 m de altura por 1m de comprimento, sustentado
por um mastro que o eleva à aproximadamente 2,5m de altura donde pendem fitas
cujas pontas as Bandeireiras seguram enquanto dançam e que traz identificações
do terno e homenagens aos santos. Geralmente o estandarte e as Bandeireiras só
saem em dia de festa. As Bandeireiras ou Andorinhas são meninas que conduzem
as fitas do estandarte fazendo coreografias. “Antigamente” esta função só era
desempenhada pelas garotas virgens. Muitas mulheres relatam que se a menina
não fosse virgem e levasse a fita ou o mastro da bandeira, muitos acidentes poderiam
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acontecer. Nossa Senhora do Rosário seria a responsável por denunciar a farsa.
Adereços de cabelo poderiam cair ou a roupa se rasgar, a própria bandeira poderia
sofrer danificações, como quebrar, rasgar. Desmaios e doenças também
dificultariam a execução da função. Caberia a menina se afastar quando não fosse
mais “digna” de carregar a bandeira do Congado. A execução desta função
indevidamente poderia acarretar problemas ainda maiores para os ternos, como
esquecer música ou errar a “batida”. Hoje, no entanto, esta tradição não é mantida
pela maioria dos ternos.30. Atualização das informações:
31. Ficha Técnica
Levantamento Data: Abril de 2007
Fabíola Benfica Marra (Historiadora)
Larry Guimarães de O. Filho (Formatação, estagiário de arquitetura)
Larissa Gontijo T. Cunha (Formatação, estagiário de arquitetura)
Elaboração Data: Abril de 2007
Fabíola Benfica Marra (Historiadora)
Revisão Data: Abril de 2007
Anderson Henrique Ferreira (Historiador)
Gisele Pinto de Vasconcelos Costa (Arquiteta)
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BENS MÓVEIS E INEGRADOS
04.Propriedade: Particular
05. Endereço: Rua da Ternura, 131 – Bairro São
Francisco
06. Responsável: Marlene de Oliveira e Osmar
Aparecido da Costa
01. Município: Uberlândia
02. Distrito: Sede
03. Acervo: Terno Congo
Branco
SECRETARIA MUNICIPALDE CULTURA
INVENTÁRIO DE PROTEÇÃODO ACERVO CULTURAL
Minas Gerais-MG
07. Designação: Oratório08. Localização Especifica: quando não está em campanha o oratório fica numacantoneira na sala.09. Espécie: Móvel religioso10. Época: Ignorada11. Autoria: Ignorada12. Origem: Ignorada13. Procedência: Congo de Camisa Verde14. Material / Técnica:estrutura em madeira, tecido veludo branco, bordados àmáquina em azul, amarelo e branco, fitas de cetim, franja de cetim, marabô verde efranja de cetim verde.15. Marcas / Inscrições / Legendas: Dois pombos entalhados (riscados),acompanhado as curvas do recorte da parte superior da frente do oratório, ladeiamuma taça com hóstia, estrelas de cinco pontas na porta e nas laterais.16. Descrição: Oratório em madeira peroba recortada e lixada com desenhosentalhados (riscados) na parte superior. Dois pombos entalhados (riscados,certamente com superfície pontiaguda e incandescente), acompanhado as curvasdo recorte da parte superior da frente do oratório, ladeiam uma taça com hóstia.Seis estrelas de cinco pontas em alto-relevo, dentro de círculos entalhados, na portae nas laterais. Sinal de princípio de incêndio na base de madeira, próximo à porta.Transparência garantida por vidro em três lados, encaixados numa base arredondadana parte superior e sustentado por pequeno pregos. A parte de trás do oratório é demadeira com soquete para lâmpada afixada, os fios ficam enrolados na parte dafrente. Uma cortina de cetim branco cobre o fundo do oratório, logo abaixo dosoquete. Dois terços de contas de plástico, um cor de rosa e o outro vermelho. Trêssantos figuram o oratório: uma Imagens em gesso, com destaque para NossaSenhora do Rosário, com manto de cetim branco com marabô
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17- Condições de segurança:
( X) Boa
( ) Razoável
( ) Ruim
Obs:
18- Proteção Legal:
( ) Federal
( ) Estadual
( ) Municipal
(X ) Nenhuma
( ) Tombamento Isolado
( ) Tombamento em Conjunto
19- Documentação fotográfica
Fotos do Terno Congo Branco
Uberlândia/MG Ano 2007
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20- Estado de Conservação:
( ) Excelente (X ) Bom
( ) Regular ( ) Péssimo
Obs:
21- Dimensões:
Altura: 0,50 + 0,13m
Profundidade: 0,32m
Largura 0,35m
22. Análise do Estado de Conservação: Oratório em regular estado de
conservação, apresentando sinal de princípio incêndio.
23. Intervenções – Responsável / Data: NT
24. Características Técnicas:. Oratório em madeira peroba recortada e lixada
com desenhos entalhados (riscados) na parte superior. Dois pombos entalhados
(riscados, certamente com superfície pontiaguda e incandescente), acompanhado
as curvas do recorte da parte superior da frente do oratório, ladeiam uma taça com
hóstia. Seis estrelas de cinco pontas em alto-relevo, dentro de círculos entalhados,
na porta e nas laterais. Sinal de princípio de incêndio na base de madeira, próximo
à porta. Transparência garantida por vidro em três lados, encaixados numa base
arredondada na parte superior e sustentado por pequeno pregos. A parte de trás
do oratório é de madeira com soquete para lâmpada afixada, os fios ficam enrolados
na parte da frente. Uma cortina de cetim cobre o fundo do oratório, logo abaixo do
soquete. Dois terços de contas de plástico. Três imagens religiosas em gesso,
uma com manto de cetim com marabô e lantejoulas; outra, bem menor, com manto
de cetim com marabô e renda; e uma pequenina imagem. Flores de plástico, dentro
do oratório e dentro de vasos sobre o oratório e ao seu lado. Dentro do oratório,
livro com orações da novena e orações com imagens de santos.
25. Características Estilísticas:Estilo popular (sem característica estilística
específica).
26. Características Iconográficas: Nos oratórios do Congado figuram as imagens
de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e em alguns casos outras imagens
como a de Santa Ifigênia, Nossa Senhora Aparecida, São Domingos, etc.Cada
santo é associado a elementos distintos. Santa Efigênia ou Ifigênia, pelo que os
congadeiros dizem é a dona da festa do Congado. Santa Ifigênia, segundo Câmara
Cascudo1 é uma virgem mártir da Etiópia, devoção de negros e pessoas menos
favorecidas. A festa do Congado acontecia em louvor à Santa Ifigênia, a santa
negra, mas os brancos não aceitaram e para que a festa se legitimasse eles criam
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a imagem de Nossa Senhora do Rosário. Segundo o Cláudio, filósofo, pesquisador
do Congado e dançador do Terno de Camisa Verde, os negros pegam o rosário
que é de Santa Ifigênia e colocam na imagem de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, criando assim a imagem de Nossa Senhora do Rosário. Segundo Seu
Zezão, capitão do terno Congo de Santa Ifigênia, ele colocou em seu terno o nome
de Santa Ifigênia porque as pessoas precisavam reconhecer que a festa é dela.
Seu Zezão conta que deu muito trabalho para aceitarem o terno porque somente os
padres sabiam da “verdadeira história” de Santa Ifigênia, de Nossa Senhora do
Rosário e de São Benedito. Segundo ele, para haver união entre os pretos e os
brancos Chico Rei comprou a coroa de Santa Ifigênia para coroar Nossa Senhora
do Rosário, comprando assim a sua benção. Como garantia da fidelidade de Nossa
Senhora do Rosário colocaram um menino nos braços de São Benedito que não é
Jesus, mas um menino branco do povo. Se Nossa Senhora do Rosário algum dia
trair os negros, São Benedito deve cortar o pescoço do menino. De acordo com
seu Zezão, São Benedito está sempre ao lado de Nossa Senhora do Rosário como
um soldado, um general. Esta surpreendente narrativa de Seu Zezão introduz a
história de Chico Rei e trata de uma negociação entre os santos. Mas, o que mais
chama atenção é a mudança do papel de São Benedito. Este, tido como mártir
sempre foi referido como uma figura bondosa e que multiplicava os alimentos, uma
espécie de Cristo negro. Agora São Benedito é tomado como um militar frio, capaz
de decapitar um bebê branco em nome da proteção dos negros. Não ouvi de mais
ninguém a confirmação desta versão mitológica. Quando se conversa com seu Zezão
percebe-se claramente a existência de uma disputa pelo capital simbólico. Em meio
às críticas aos pesquisadores e aos trabalhos existentes sobre o congado ele
questiona a “ciência” dos “verdadeiros” “fundamentos” de sua prática ritual tanto
pelos pesquisadores como pelos capitães dos outros ternos. Insinuando ser ele um
dos poucos detentores dos conhecimentos tidos como “fundamentos” do Congado.
Diversas outras pessoas tomam este comportamento como prática. Fazer o
Congado sem “fundamento” seria um ultraje. O convívio nos quartéis envolve
aprendizado constante e um “verdadeiro” capitão precisa passar por esta escola e
aprender todas as lições antes de ousar montar o seu próprio terno.O lendário Chico
Rei, que é o criador da Irmandade do Rosário em Minas Gerais, era rei em
Moçambique, mas na perda de uma batalha fora apreendido e vendido como
escravo, trazido para o Brasil. Os escravos trazidos de Moçambique eram os
conhecedores das técnicas de mineração, “farejavam as minas”, como diziam os
invasores europeus. Chico Rei, após enriquecer seu senhor e demonstrar ser um
grande conhecedor do processo de mineração conseguiu comprar com ouro a
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alforria de familiares e amigos, e construir uma capela em homenagem à Santa
Ifigênia em Vila Rica (Ouro Preto). Após descobrir algumas minas Chico Rei disse
que não trabalharia mais se o seu senhor não trouxesse para junto de si seu filho e
parentes que estavam distantes, vendidos para outros senhores de escravos. Mais
tarde conseguiu comprar a alforria de diversos outros escravos. Segundo Câmara
Cascudo “No dia de Reis, em Vila Rica, as negras do cortejo de Chico Rei vinham
com as carapinhas polvilhadas de ouro lavá-las e deixar o ouro numa pia de pedra
existente no Alto da Cruz, onde havia uma imagem de Santa Ifigênia. O ouro servia
para a libertação de outros escravos.” (1972, p.449)2. O Rei “Moçambiqueiro” que
no Brasil passa a ser chamado de Chico Rei recria aqui o seu reino, supera a
condição de escravo e constrói uma das bases do movimento negro. Muitos negros
se mantinham escravos e cooperavam no movimento liderado por Chico Rei para
a libertação de seu povo. Os negros então alforriados passam a viver nos centros
urbanos nascentes e/ou se deslocam com as expedições desempenhando funções
de carpinteiro, pedreiro, ferreiro (serralheiro), barbeiro, quituteiras, vendedores e
outras profissões tidas hoje como “liberais”. Observem que nesta narrativa, o negro
se retira do sistema de escravidão utilizando a linguagem que está nas bases do
sistema capitalista. Ocorre um rompimento com a escravidão, mas não com sua
lógica, pois há uma busca pela inserção do negro no sistema capitalista decorrente
desta. Nos movimentos quilombolas, onde este sujeito excluído busca uma nova
forma de associação e de socialização fora da sociedade opressora, ocorre uma
quebra com os padrões antes impostos. Mas os negros quilombolas precisavam
permanecer em estado de vigília por causa das constantes investidas das
expedições contra suas comunidades. Mas esta é uma outra história.Voltando aos
mitos do Congado, a principal referencia ao São Benedito é em relação à
alimentação, ele provém o sustento das famílias, dá força. São Benedito está mais
ligado à saúde, à manutenção da vida material, é um mártir negro e santo mesmo
em vida, uma espécie de Cristo Negro. Um dos mitos de São Benedito me foi
contado por seu Charqueada, um dos congadeiros vivo mais antigo de Uberlândia,
ancião do terno Moçambique Pena Branca. Conta seu Charqueada, que certa feita,
o senhor dono da fazenda onde o Benedito era cozinheiro mandou que ele
preparasse uma refeição para seus muitos escravos, mas não lhe deu a provisão
suficiente para tanto. Na despensa não havia banha e o arroz e o feijão eram pouco.
O Benedito então pede o auxílio divino e logo obtém resposta do Todo Poderoso
que lhe diz para ir até o chiqueiro e retirar um naco com toucinho e carne de um dos
porcos, que fosse desde a cabeça até o rabo do porco e então preparar a comida.
E assim o Benedito fez. Milagrosamente, a carne do porco que fora retirada se
reconstituiu na mesma hora, permanecendo o porco vivo. Todos os escravos se
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alimentaram até saciar a fome e depois de banquetear tocaram e dançaram em
agradecimento ao São Benedito. O patrão, vendo tamanha festança, foi ter com o
Benedito e inquiriu dele como foi que conseguira arranjar tanto alimento. O Benedito
então lhe relatou como conseguira a banha e o toucinho. O patrão não acreditando
no milagre ameaçou castigar o Benedito, mas quando foi golpeá-lo o São Benedito
levita e fica suspenso no ar... Este mito traz o Benedito enquanto “multiplicador dos
alimentos”, realizador de “milagres” extraordinários, figura louvada pelos seus. Esta
narrativa é compartilhada pela maioria dos congadeiros, sendo que São Benedito
é considerado o santo da cozinha, da alimentação, do sustento, da fartura, por isso
sua imagem geralmente é colocada na cozinha, para que na casa não falte o alimento.
É prática em várias partes do território nacional, colocar café para o São Benedito,
é comum ver sua imagem próxima a uma xícara de café. Outro ritual realizado
popularmente é tomar o café do Benedito, que é um café amargo destituído de
qualquer forma de adoçantes, bebido em pequenos goles pelos congadeiros e
participantes de celebrações, festas, etc. O café do Benedito é tomado como uma
bebida capaz de proteger a quem a ingere. Nossa Senhora do Rosário está sempre
relacionada à chuva, às riquezas, à proteção, à geração da vida e também à morte.
Recorrem a Nossa Senhora para pedir um bom parto e também uma “boa morte”,
a ela intercedem a favor dos entes queridos que já partiram. Em todas as festas
que presenciei houve homenagens a congadeiros falecidos no período entre festas.
Nossa Senhora está vinculada à vida e à morte, ao rezar a última estrofe da “Ave
Maria”, isto fica explicito: “Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores
agora e na hora de nossa morte. Amém.” Durante o Congado intercedem à Nossa
Senhora do Rosário pela vida e pela proteção na inevitável hora da morte. Pedem
saúde para os seus, proteção em todos os momentos, recorrem a ela como à Grande
Mãe. O culto às deusas mães foi muito combatido pelo judaísmo, islamismo e
demais religiões patriarcais, mas encontra solo fértil nas tradições afro-
descendentes e católicas. Uma música muito difundida tanto no Congado como na
Capoeira e na religiosidade ressalta o aspecto protetor de Nossa Senhora: “No
tempo do cativeiro, quando o senhor me batia, eu gritava por Nossa Senhora, ai
meu Deus, quando a pancada doía.” O mito fundante do Congado em Uberlândia é
um relato da aparição e resgate de Nossa Senhora do Rosário e possui pelo menos
duas versões aqui sintetizadas: a) Nossa Senhora do Rosário estava dentro do
mar, um garoto a vê submergir, chama os pais para verem, eles não acreditam.
Então ele chama os Marinheiros, que também presenciam a santa submergir, eles
tentam tirá-la com suas cordas, mas ela não sai do local. Chegam brancos e padres
que conseguem retira-la da água e levá-la para uma capela, mas a santa “foge” do
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altar e volta para o mar. Vem então o terno de Congo, todo colorido e canta para
ela sair da água, ela submerge, mas ao ser levada para a capela dos brancos, volta
a “fugir” para o mar. Então um terno de Moçambique, todo vestido de branco e
descalço, canta para ela, que então submerge e lhes acompanha, eles a levam
devagar até o local onde constroem uma capela e ali Nossa Senhora do Rosário
permanece, o terno de Moçambique então se retira sem lhe dar as costas, lhe
fazendo reverência; b) a segunda versão, contada por Maria Conceição Cardoso,
do Moçambique Rosário de Fátima, de Ibiá - MG, afirma que ao tentar capturar
escravos fugidos na serra da Montanhesa, um grupo de capitães do mato encontra
um grupo de negros, vestidos de branco, fazendo rosários, com contas de lágrima
em frente a uma árvore de umbaúba onde Nossa Senhora do Rosário estava
encravada num galho. Os capitães do mato tentam surrar os negros e capturá-los,
mas eles permanecem imóveis, como se nada os pudesse atingir. Apavorados
com a visão voltam para a cidade e chamam um padre para ir até o local verificar o
fato. E como na primeira versão, brancos e Congos não conseguem levá-la, Nossa
Senhora do Rosário acompanha apenas o Moçambique que canta vestido de
branco, de pés descalços, que anda devagar e lhe constrói uma igreja e não lhe dá
as costas ao se retirar de sua presença.27. Dados Históricos Os primeiros oratórios
datam dos primórdios da Idade Média. Pequenos armários que podiam guardar
não só o santo protetor, mas tudo que se relaciona à devoção cotidiana. Propiciando
um ambiente adequado às reflexões e orações no interior das residências. Os
oratórios geralmente simulam pequenos templos, trazidos para o interior das casas
para conferir aos seus donos segurança e intimidade com o mundo do sagrado.
Utilizados também em momentos festivos e em celebrações coletivas. Nos primeiros
anos da colonização do Brasil, os oratórios exerceram importante papel no exercício
da fé, pois inexistindo igrejas, era diante desses nichos ou armários de guardar
santos que o povo fazia suas rezas. Deste modo as casas se constituíam no local
mais reservado para a devoção religiosa.O oratório utilizado no Congado é o que
designam por Esmoler ou oratório Itinerante ou de viagem. Estes oratórios são
encontrados principalmente em espaços urbanos e utilizados para arrecadar dinheiro
para a edificação de um templo de uma irmandade e para angariar recursos para a
realização de festas religiosas.
28. Referências Documentais: Fotografias e entrevistas realizadas em visitas à
residência de Marlene de Oliveira e Osmar Aparecido da Costa, onde se localiza o
quartel do Terno Congo Branco. Site: http://www.museudoratorio.com.brCD Rom
“Álbum de Família: Famílias Afro-descendentes em Uberlândia no Século XX” –
Produzido por Fabíola Benfica Marra, com recurso da lei Municipal de Incentivo à
Cultura, finalizado em 2005.
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29.Informações Complementares: O oratório cumpre uma importante função
no Congado. Durante as campanhas o oratório fica na casa onde será realizada a
novena e/ou o leilão. Quando o terno sai para as novenas, as mulheres vão à frente
para rezar com os moradores da casa. A bateria chega quando a novena já encerrou.
Uma virgem (geralmente criança menor de 10 anos) leva uma bandeira com a
imagem de São Benedito ou de Nossa Senhora do Rosário, ou ambos, “escoltados”
pela mãe e pela madrinha da bandeira e do terno à frente da guarda. Eles tocam
em saudação aos donos da casa que sai para recebê-los. A bandeira é saudada
com devoção e após passar sobre as cabeças das pessoas da casa é levada para
o interior da residência para que sejam abençoados todos os cômodos e todos os
moradores. Os dançadores também entram tocando e realizando suas performances
e logo se retiram. Após o terço é realizado o leilão das prendas arrecadadas pelo
morador da casa que está recebendo o oratório do terno. O oratório andor
permanece no interior da casa até que todas as prendas sejam compradas. Uma
“secretária”, geralmente uma das Madrinhas, anota em um caderno cada produto e
o valor arrematado e o nome do comprador. Os produtos geralmente são
arrematados por valores acima do valor real de mercado. Encerrado o leilão, o
terno toca para sair, agradece aos donos da casa, que em alguns casos também
oferecem um lanche. Os soldados descansam as caixas do lado de fora enquanto
as meninas rezam se despedindo. Os donos da casa se despedem dos santos e
do oratório que irá partir para abençoar outra casa. Quando a bandeira sai, o capitão
e seus soldados cantam e tocam se despedindo e as meninas levam dançando o
oratório andor com os santos e a bandeira para a casa onde será realizada a próxima
novena e/ou leilão. Ao chegar os soldados chamam o morador que sai até a porta
para receber a Bandeira (terno) e o oratório. Todos rezam e combinam o dia certo
para o leilão e/ou novena, que poderá ser no dia seguinte ou nos próximos. A
Bandeira (o terno) parte de volta para o quartel, onde ficará a bandeira (levada pela
virgem) e os instrumentos até o próximo leilão. O oratório com as imagens dos
santos é levado no dia da festa por alguns ternos.(Footnotes)
1Cascudo, Luiz da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro: Edições de
Ouro, 19722 Idem
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30. Atualização das informações:
31. Ficha Técnica
Levantamento Data: Abril de 2007
Fabíola Benfica Marra (Historiadora)
Larry Guimarães de O. Filho (Formatação, estagiário de arquitetura)
Larissa Gontijo T. Cunha (Formatação, estagiário de arquitetura)
Elaboração Data: Abril de 2007
Fabíola Benfica Marra (Historiadora)
Revisão Data: Abril de 2007
Anderson Henrique Ferreira (Historiador)
Gisele Pinto de Vasconcelos Costa (Arquiteta)
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ESTRUTURAS ARQUITETONICAS URBANISTICAS
04. Endereço: Rua da Ternura, 131 – São
Francisco
05. Propriedade: Privada
06. Responsável: Marlene de Oliveira e Osmar
Aparecido da Costa (Osmarão)
01. Município: Uberlândia
02. Distrito: Sede
03. Designação: Quartel do
Terno Congo Branco
07. Histórico:O terno Congo Branco foi fundado em 1982, na época Osmar e
Marlene moravam na Rua Roma, 252 – Bairro Tibery, na casa do pai de Marlene.
Quando o pai de Marlene falece, a casa no Tibery é vendida e após o inventário,
Marlene adquiri a casa no Bairro São Francisco, na Rua Ternura, 131, mudando-se
em dezembro de 2006.
08. Descrição:A área construída ocupa aproximadamente 30% do terreno, diversas
árvores frutíferas fazem sombra no quintal. No dia da festa é feito uma cobertura na
porta da casa para os soldados descansarem e fazerem as refeições. No ano de
2007 a cobertura será feita com telha de amianto, que já foi adquirida e se encontra
depositada na frente da casa. Os instrumentos, bastões e estrutura do estandarte
ocupam a copa da casa, o oratório permanece na sala e os tecidos do estandarte,
bandeira, chapéus e capas guardados em caixas no quarto do casal.
09. Documentação Fotográfica:
SECRETARIA MUNICIPALDE CULTURA
INVENTÁRIO DE PROTEÇÃODO ACERVO CULTURAL
Minas Gerais-MG
Fotos do Terno Congo Branco
Uberlândia/MG Ano 2007
194
10. Uso Atual:
( x ) Residencial ( ) Serviço
( ) Comercial ( ) Institucional
( ) Industrial ( ) Outros
11. Situação de Ocupação:
( x ) Própria ( ) Alugada
( ) Cedida ( ) Comodato
( ) Outros
12. Proteção Legal Existente
( ) Tombamento
( ) Municipal
( ) Federal
( ) Estadual
( x ) Nenhuma
13. Proteção Legal Proposta:
( ) Tombamento Federal
( ) Tombamento Estadual
( ) Tombamento Municipal
( ) Entorno de Bem Tombado
( )Documentação Histórica
( x ) Inventário
( ) Tombamento Integral
( ) Tombamento Parcial
( ) Fachadas
( ) Volumetria
( ) Restrições de Uso e Ocupação
14. Análise do Entorno - Situação e Ambiência: Localiza-se em área plana com
com passeios, arborização, redes elétrica, rede de esgoto, rede de água tratada,
As edificações são predominantemente de volumetria simples apresentando
partidos retangulares, com vários “puxadinhos”, altimetria de um pavimento,
materiais de acabamento de alvenaria de tijolo cerâmico, pintura com grande
variação de cores e esquadrias de metalon ou alumínio, coberturas metálicas ou
com telhas cerâmicas.
15. Estado de Conservação:
( ) Excelente
( x ) Bom
( ) Regular
( ) Péssimo
195
,
16. Análise do Estado de Conservação:Bom estado de conservação,necessitando apenas de repintura.17. Fatores de Degradação:Os fatores de degradação desta casa se restringemà ação das intempéries e falta de manutenção preventiva.18. Medidas de Conservação:Manutenção preventiva.19. Intervenções:Troca das telhas da cobertura.20. Referências Bibliográficas:*Marra, Fabíola Benfica. Álbum de Família:Famílias Afro-descendentes no Século XX em Uberlândia – MG – CD-Rom produzidoentre os anos de 2004 e 2005, através da lei municipal de Incentivo àCultura.*SLENES, Robert W. “Na Senzala uma flor: esperanças e recordações dafamília escrava, Brasil Sudeste, Século XIX” Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.21. Informações Complementares:Os quartéis são os locais onde os soldadosde cada guarda se reúnem para fazer as campanhas ou para sair em viagens. Étambém onde guardam os instrumentos e realizam as refeições durante os dias defesta e fazem intervalos de descanso. Todas as atividades do Congado começame terminam no quartel. Geralmente o quartel é o local de moradia da família docapitão ou da madrinha do terno. As construções são o que se chamam colônias:diversas casas pequenas, construídas em períodosdistintos, dispostas umas ao lado das outras e com um pátio, uma área comum um terreiro no meio. A área não construída no meio é utilizada para reunir o terno,para realizar as refeições coletivas, afinar instrumentos. Em muitos casos, banheiros,tanques, pias e locais para passar roupas são de uso comum a todos os moradoresda colônia. Nos Quartéis, realizam grandes refeições conjuntas, mesmo não sendodia de festa Congado. O milagre multiplicador dos alimentos promovido por SãoBenedito é realizado pelas matriarcas todos os dias e se estende aos “praticamentefilhos”, pois muitas crianças, jovens e adultos são atraídas para o convívio das famíliasde congo, estendendo os laços familiares para além dos consangüíneos. O Congadoque acontece na porta da igreja Católica é o ápice, o momento máximo desta festaque dura praticamente o ano inteiro dentro dos terreiros e quartéis. A família éfestejada diariamente. Grandes matriarcas reúnem ao seu redor seus muitos filhostodos os dias.Segundo Robert W. Slenes1, a palavra Senzala origina-se do dialetoKimbundu e significa “residência de serviçais em propriedade agrícola” ou ainda“moradia de gente separada da casa principal”. Senzala também pode significar“Povoado”ou “grupo de parentesco”. (p. 148). Enquanto a expressão Quilombo éutilizada para designar “acampamento de guerreiros” (p. 173). Os Quartéis deCongado abriga Soldados com suas caixas e seus Estandartes durante asCampanhas. No Congado, os guerreiros conduzem caixas e são designadosSoldados, organizados por Capitães, seguem seus Estandartes e se abrigam noQuilombo chamado Quartel.Designação: Quartel do terno Congo Branco(Footnotes)
196
22. Atualização de Informações:NT
23. Ficha Técnica:
Levantamento Data: Abril de 2007
Fabíola Benfica Marra (Historiadora)
Larry Guimarães de O. Filho (Formatação, estagiário de arquitetura)
Larissa Gontijo T. Cunha (Formatação, estagiário de arquitetura)
Elaboração Data: Abril de 2007
Fabíola Benfica Marra (Historiadora)
Revisão Data: Abril de 2007
Anderson Henrique Ferreira (Historiador)
Gisele Pinto de Vasconcelos Costa (Arquiteta)
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BENS IMATERIAIS
01. Município: Uberlândia
02. Distrito: Sede
INVENTÁRIO DE PROTEÇÃODO ACERVO CULTURAL
Minas Gerais-MG
03. Natureza: Festas Populares/ Celebrações/
Cultos Afro-brasileiros
04. Responsável: Ubiratan César Nascimento
05. Denominação: Terno “Congo Catupé de Nossa Senhora do Rosário e São
Benedito”
06. Informe Histórico:
Na década de 40, vem para Uberlândia, da cidade de Formiga-MG, os irmãos
“Benedito da Silva”, os “Matinada”: José Matinada, Maria – a Lica –, Emanuel – o
Lico –, Sebastião – o Tiãozinho –, João Matinada, Lourdes, Maria Capitão e Dona.
Junto a Euclides Lindolfo, natural de Uberlândia e Irene Rosa, cumadre e primeira
mãe de santo a abrir um terreiro de Umbanda em Uberlândia (a Tenda Coração de
Jesus), fundam o Congo Catupé de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, o
Catupé do Martins. Durante muitos anos o quartel do Catupé fica na rua Rafael
Rinaldi, no mesmo local onde funciona a Tenda Coração de Jesus e o depósito de
lenha de Irene Rosa.
Irene Rosa migra em direção à Uberlândia no início do século XX. Sua única filha
“legítima”, Maria do Rosário, nasce em 1929, próximo a Uberaba, “às margens do
córrego Fortaleza”. Quando Maria do Rosário está com 10 anos, mudam-se para
próximo à Sucupira, pois o padrasto trabalhava na Linha Mogiana que estava sendo
construída. Permanecem neste local por 4 anos e depois se mudam para Uberlândia.
Irene Rosa fazia quitandas que vendia na “beira da Linha Mogiana”. Quando se
muda para Uberlândia passa a desenvolver a mesma atividade do pai: proprietária
de depósito de lenha, atividade desenvolvida com o auxílio dos filhos e netos. Com
o tempo consegue comprar 3 lotes na rua Rafael Rinaldi, onde hoje se localiza a
“tenda Coração de Jesus”, primeiro terreiro de Umbanda a abrir as portas na cidade.
Além da filha, criou mais 18 filhos adotivos. Irene Rosa lecionava para os filhos e
para as crianças vizinhas. Dona Maria do Rosário relata que ela ensinava mais a
ler do que escrever, pois as condições econômicas não permitiam comprar material
como cadernos, lápis e giz de escrever.
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Fabricavam giz com pedaços de mandioca para escrever na lousa. Sua casa era
também abrigo para muitas pessoas que vinham para a cidade em busca de
tratamento médico ou em busca de trabalho. Irene Rosa era “a madrinha Irene”, ou
“mãe Ireninha”. Em sua casa surge o terno de Catupé de Nossa Senhora do Rosário
e São Benedito, o Catupé do Martins. Diversos outros ternos contavam com sua
benção. No dia 17 de setembro de 1974 falece Irene Rosa, deixando a direção da
Tenda para Pai Roque, marido de sua sobrinha, e para a neta Maria Irene, que
ainda hoje dirige os trabalhos auxiliada por suas irmãs Marlene, Janaina e Joana.
Antes de virem para Uberlândia, os irmãos Matinada integravam o terno de Catupé
do seu Zacarias em Formiga. Pertenciam àquele terno porque residiam perto do
quartel, fazem parte da “família territorial” do terno e não da “família genética”. O
patriarca da Família, o seu Benedito da Silva, não vem com eles de Formiga.
Quando o Congo Catupé de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito é
fundado, o Euclides Lindolfo é o Marechal, o regente. O José Matinada é o primeiro
Capitão e toca sanfona. O Lico e o João Matinada também eram capitães. José
Augusto era outro capitão, mas não faz parte da família consangüínea. Irene Rosa é
a primeira madrinha do terno junto a Lourdes. As filhas e netas de Irene Rosa também
integram o terno na função de bandeireiras. A Lica, a Maria Capitão e a Dona eram
as cozinheiras. Maria Capitão e Irene Rosa eram as mentoras espirituais do terno.
O Lázaro, genro do Euclides Lindolfo tocava banjo. As filhas e filhos dos Matinada
e da Irene Rosa e respectivos conjugues foram os primeiros dançadores do terno.
Quando dona Mariinha era criança, ela carregava a “Urna” para arrecadar
donativos para a igreja. A Maria Irene, neta da Irene Rosa e atual zeladora da Tenda
Coração de Jesus também carregava a “urna”. Dona Maria dos Reis se afastou do
terno, se casou, e aproximadamente a 20 anos passou a desempenhar a função de
madrinha antes desempenhada por Irene Rosa. Seu José Matinada quem a
convocou para desempenhar esta função. Maria Irene, a atual zeladora da Tenda
Coração de Jesus não participa diretamente do terno, mas é visitada todo ano.
Os Matinada frequentavam o terreiro de Umbanda de Mãe Irene Rosa. Dona
Mariinha se casa com Paulo Cesar Nascimento, o Pai Pedrinho, que é filho de
santo de Mãe Delfina zeladora das tradições Omolokô e é iniciada neste ritual
tornando-se uma Yalorixá. A dona Mariinha, mulher de Euclides Lindolfo, também
dirige trabalhos de Umbanda no bairro Dona Zulmira. Os integrantes da família
dividem-se entre os trabalhos do centro, o congado e o carnaval. Alguns, como a
família do Tiãozinho e da Lourdes viraram crentes e não realizam mais estes rituais.
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Fotos do Terno “Congo Catupé de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito”
Uberlândia/MG Ano 2007
Quando os tocadores de sanfona, banjo, violão e cavaquinho morrem, nenhum dos
filhos ou dançadores aprende a tocar estes instrumentos, que deixam de ser
utilizados pelo terno. Os familiares guardam os instrumentos intocados como
reliquias que contam a história de lendarios congadeiros. Alguns instrumentos
acabam com o tempo.
Antes de morrer, o José Matinada iria passar o seu Bastão para o seu filho Raimundo
– o Pacú, mas ele não quis aceitar a resposabilidade de ser capitão. Então o bastão
de capitão é passado para o neto, Ubiratan, que na época tocava maracanã. O
Bastão do Euclides Lindolfo é passado para o Amador.
07. Documentação fotográfica:
08. Descrição:Com idumentária branca com faixas rosa e azul cruzadas no peito e nas costas,traz sobre a cabeça uma coroa. É o único terno da cidade que traz dois estandartesem homenagem aos santos Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.Na atual formação, Ubiratan é o Primeiro Capitão. Amador é o Segundo Capitão.Maria dos Reis e Maria são as madrinhas e mentoras espirituais do terno. Francelinaé a madrinha da bandeira, Patricia ajuda na coordenação e Rosária é fiscal dasbandeireiras. O Flávio é o Presidente e Marcos é vice presidente e fiscal junto como Raimundo – Pacu. Adilson é tesoureiro. Amilton faz parte do conselho fiscal. O Gilé esposo da França e além de um dos puladores de frente é também um doscoordenadores da diretoria A Patricia é responsável pelas crianças. O MarcosPaulo é o Chefe de Caixaria, ou seja, cuida dos instrumentos, ensina os novatos atocar, afina os instrumentos. A Cleide é mulher do Amador e chefe de cozinha. Kareme Gabriela carregam as bandeiras.
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