2007_tcc comparativo entre lajes eberick 2000
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
CRISLÉIA COAN BÖGER
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE LAJES MACIÇAS, LAJES PRÉ-MOLDADAS E
LAJES TRELIÇADAS.
Tubarão
2007
2
CRISLÉIA COAN BÖGER
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE LAJES MACIÇAS, LAJES PRÉ-MOLDADAS E
LAJES TRELIÇADAS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Dr. Maurício A.B. Motta.
Co-orientador: Prof. Dr. Rogério Bardini
Tubarão 2007
3
CRISLÉIA COAN BÖGER
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE LAJES MACIÇAS, LAJES PRÉ-MOLDADAS E
LAJES TRELIÇADAS.
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do titulo de Engenheiro e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão , 04 de Dezembro de 2007
Local dia mês ano
Professor e orientador Maurício A.B. Motta Universidade do Sul de Santa Catarina
Prof. Walter Olivier Alves Universidade do Sul de Santa Catarina
Jane da Silva Engenheira Civil
Tubarão 2007
4
Aos meus pais Mariléia e Vilson, meu irmão
Cléber, e ao meu namorado Fabrício que me
incentivaram a chegar até aqui e realizar o meu
sonho.
5
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Vilson e Mariléia e meu irmão Cléber, pelo amor, ensinamentos,
apoio e honra de tê-los como minha família.
Ao meu namorado Fabrício pela compreensão e incentivo dedicada ao longo desta
caminhada, fundamentais para a concretização deste sonho.
Ao Professor Maurício Motta, pela orientação cuidadosa, ensinamentos e amizade
demonstrada ao longo dos anos.
A todos os meus amigos da época de graduação, pela amizade e momentos de
descontração.
Aos professores do Curso de Engenharia Civil, pela paciência e dedicação nos
ensinamentos das disciplinas.
.
6
RESUMO
Atualmente, ao se iniciar a concepção do sistema estrutural de um edifício que muitas vezes é
influenciado por imposições arquitetônicas, cabe ao engenheiro projetista buscar a alternativa
estrutural que garanta o melhor critério técnico e econômico para a realização do projeto.
Com este trabalho serão apresentados três diferentes tipos de lajes que podem ser utilizadas
nas edificações, a laje maciça, a laje pré-moldada e a laje treliçada, que são os tipos mais
utilizados atualmente na construção de edificações. Mostram-se ainda as características
estruturais que cada laje possui e os materiais empregados, pesos e ações atuantes sobre elas.
Através destas características podem-se perceber as vantagens e desvantagens da aplicação
que cada laje pode fornecer aos diferentes tipos de estruturas. Com o objetivo de fazer uma
análise técnica econômica em uma estrutura utilizando três diferentes tipos de lajes, foi
utilizado como exemplo tabelas e gráficos retirados de um estudo feito por dois alunos da
UNISUL de Palhoça, onde os mesmos fizeram uma comparação entre os três tipos de lajes
aplicados em um edifício, comparando os seguintes materiais: o volume de concreto, o peso
de aço, a área de formas e o número de estacas. Os resultados obtidos no exemplo
demonstraram que a laje pré-moldada obteve um menor custo para a estrutura escolhida ao
contrário da laje treliçada que apresentou maior custo. Estes resultados se aplicam apenas para
a estrutura em estudo, não sendo possível utilizar estes resultados para a aplicação em outro
edifício.
Palavras-chave: Laje maciça. Laje pré-moldada. Laje treliçada.
7
OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é definir critérios para a escolha do tipo de laje a ser
aplicada em uma estrutura, esta escolha se baseia em cima de três tipos de laje: laje maciça,
laje pré-moldada e laje treliçada.
8
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Como objetivos específicos podem-se listar os seguintes:
• Apresentar as características estruturais de cada tipo de laje.
• Estabelecer os critérios técnicos e econômicos de cada laje.
• Fazer uma análise técnica econômica através de um exemplo obtido da
bibliografia.
9
JUSTIFICATIVA
Com um mercado mais exigente e competitivo vem sendo necessário buscar
métodos construtivos mais econômicos e com boa qualidade. Em resposta a este processo
crescente de industrialização, se torna necessário um estudo sobre os vários métodos
construtivos de lajes, que desempenham um importante papel na construção de edifícios e que
geram um elevado custo com sua aplicação.
A escolha do melhor método construtivo das lajes varia de projeto para projeto,
devendo ser feita uma avaliação aprofundada sobre a melhor aplicação a ser feita, levando em
consideração os critérios técnicos econômicos.
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
2 LAJES...................................................................................................................................14
2.1 LAJE MACIÇA..................................................................................................................15
2.2 LAJE PRÉ-MOLDADA.....................................................................................................16
2.3 LAJE TRELIÇADA............................................................................................................19
2.3.1 Vantagens e desvantagens da utilização dos blocos cerâmicos e de EPS..................22
2.3.1.1 Vantagens da laje treliça com bloco cerâmico..............................................................22
2.3.1.2 Desvantagens da laje treliça com bloco cerâmico........................................................23
2.3.1.3 Vantagens da laje treliça com blocos de EPS...............................................................24
2.3.1.4 Desvantagens da laje treliça com blocos de EPS..........................................................25
3 NORMAS TÉCNICAS PARA DIMENSIONAMENTO DE LAJES.............................27
3.1 AÇÕES A CONSIDERAR NOS PROJETOS DE EDIFÍCIOS.........................................27
3.2 AÇÕES PERMANENTES.................................................................................................27
3.3 AÇÕES PERMANENTES DIRETAS...............................................................................28
3.4 AÇÕES PERMANENTES INDIRETAS...........................................................................28
3.5 AÇÕES VARIÁVEIS........................................................................................................28
3.6 AÇÕES VARIÁVEIS DIRETAS......................................................................................28
3.7 AÇÕES VARIÁVEIS INDIRETAS..................................................................................29
3.8 AÇÕES EXCEPCIONAIS.................................................................................................29
3.9 VALORES DAS AÇÕES PERMANENTES.....................................................................29
3.10 AÇÕES PERMANENTES DE COMPONENTES UTILIZADOS EM EDIFÍCIOS......32
4 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA LAJE......................................................................34
4.1 AÇÕES ATUANTES NAS LAJES....................................................................................34
4.2 DETERMINAÇÃO DO TIPO DE LAJE...........................................................................35
4.2.1 Altura da laje..................................................................................................................35
4.2.2 Vãos teóricos...................................................................................................................37
4.2.3 Vigas................................................................................................................................37
11
4.2.4 Fôrmas e escoras............................................................................................................38
4.2.5 Aço...................................................................................................................................38
4.2.6 Paredes............................................................................................................................39
4.2.7 Concreto..........................................................................................................................40
5 ESTUDO COMPARATIVO DAS LAJES.........................................................................42
5.1 O PROJETO MODELO......................................................................................................42
5.1.1 Características das Lajes...............................................................................................42
5.1.2 Laje Maciça....................................................................................................................43
5.1.3 Laje Pré-moldada...........................................................................................................43
5.1.4 Laje Treliçada................................................................................................................43
6 RESULTADOS....................................................................................................................44
6.1 ANÁLISE COMPARATIVA DOS QUANTITATIVOS...................................................44
6.1.1 Análise Comparativa do Consumo de Concreto.........................................................44
6.1.2 Consumo de concreto das lajes.....................................................................................44
6.1.3 Consumo de concreto de toda a estrutura...................................................................45
6.1.4 Análise Comparativa do Consumo de Aço..................................................................46
6.1.5 Consumo de aço das lajes..............................................................................................46
6.1.6 Consumo de aço de toda a estrutura............................................................................47
6.1.7 Análise comparativa do consumo de Fôrmas..............................................................48
6.1.8 Consumo de fôrmas.......................................................................................................48
6.1.9 Análise comparativa do consumo de Estacas..............................................................49
6.1.10 Consumo de estacas.....................................................................................................49
7 ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTOS......................................................................51
7.1 CONCRETO.......................................................................................................................51
7.1.1 Custo do concreto utilizado nas lajes...........................................................................51
7.1.2 Custo do concreto utilizado na estrutura.....................................................................52
7.1.3 Aço...................................................................................................................................53
7.1.4 Custo do aço utilizado nas lajes....................................................................................53
7.1.5 Custo do aço utilizado em toda a estrutura.................................................................54
7.1.6 Formas............................................................................................................................55
12
7.1.7 Custo das formas............................................................................................................55
7.1.8 Estacas.............................................................................................................................56
7.1.9 Custo das estacas (com cravamento)............................................................................56
7.1.10 Custo total.....................................................................................................................57
7.1.11 Custo de cada laje........................................................................................................57
7.1.12 Custo total da estrutura...............................................................................................58
8 CONCLUSÃO......................................................................................................................60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................62
13
1 INTRODUÇÃO
Na elaboração de projetos arquitetônicos, particularmente das edificações,
engenheiros e arquitetos se defrontam com diversas alternativas que dizem respeito à escolha
do tipo de laje. Constitui-se, pois, numa importante decisão, que poderá representar sensíveis
resultados no custo e qualidade da edificação. Para se fazer a escolha do meio que melhor se
adapta a estrutura, eles tem que ter em mente diversos aspectos como: manter a estética e a
funcionalidade do projeto arquitetônico, ter idéia aproximada dos esforços atuantes na
estrutura, dos métodos construtivos e dos custos.
Um desses problemas está localizado na etapa de estrutura do edifício, onde o
projetista ou proprietário, na inexistência de informações mais precisas, escolhe um tipo de
laje para a sua construção que pode não ser a mais indicada para as suas reais necessidades. A
ausência de subsídios que pudessem formar critérios de seleção para as várias alternativas
disponíveis‚ é o ponto fundamental desse problema.
Cada tipo de laje tem suas potencialidades e limitações. No entanto, é importante
conhecê-las para que a escolha recaia naquela que poderá atender melhor às exigências do
usuário.
Os custos vêm sendo ainda um dos principais fatores analisados na hora de se
fazer a concepção estrutural, sendo que com vista na economia estão sendo feitos métodos de
construção cada vez mais econômicos e com o máximo de eficiência.
Com isso o uso de lajes pré-fabricadas tem se intensificado nos últimos anos. O
que era, em princípio, uma solução adotada para edificações de pequeno e médio porte se
tornou viável em grandes obras como prédios de diversos andares, edificações de grandes
vãos e até mesmo pontes. Grande parte desse aumento no uso ocorreu pela entrada no
mercado das lajes com vigotas treliçadas.
As lajes maciças vêm perdendo mercado com relação às lajes pré-moldadas,
devido ao seu alto consumo de concreto que acarreta em um alto custo na estrutura e um peso
próprio bem elevado.
Poderemos observar no decorrer deste trabalho, através de tabelas e gráficos, todos
os materiais e custos que cada laje utilizou para a execução do edifício em questão, estes
resultados se aplicam exclusivamente para este edifício, e podemos ainda identificar a laje que
melhor se adapta ao projeto apresentado.
14
2 LAJES
As Lajes são constituídas por elementos estruturais geralmente horizontais e
planos de comportamento bidimensional, que tem como função principal recolher e transmitir
as cargas dos diferentes pisos aos elementos verticais. Estes elementos em uma construção
são formados por vigas, pilares e fundações que respondem pela estabilidade e solidez da
edificação.
Nos casos em que a estrutura for de pequeno porte, as lajes e as vigas são
apoiadas diretamente sobre as paredes de alvenaria, pois as mesmas constituem os elementos
verticais. Para se evitar problemas nas lajes é necessário fazer um escoramento adequado e
bem apoiado no chão.
Elas também possuem outras funções importantes, como garantir o
contraventamento da estrutura através de chapas horizontais rígidas no seu plano, que
distribuem pelos diferentes pilares as forças horizontais atuantes. São as lajes e as vigas que
ficam responsáveis por transmitir estas forças horizontais de contraventamento.
As lajes e as vigas são concretadas juntas, mas as lajes são consideradas
simplesmente como apoiadas nas vigas para efeito de cálculo e dimensionamento desprezando
assim os engastes entre elas. Este engaste também é desprezado quando a laje sofre
deformação ao receber o carregamento, pois as vigas não conseguem impedir a deformação
da laje. O engastamento deve ser considerado somente em casos especiais.
Podemos dividir as lajes em dois tipos para que se possa fazer o cálculo, um para
as lajes que a maior dimensão não ultrapasse o dobro da outra esta é chamada laje armada em
duas direções e o outro tipo é a que uma dimensão é maior que o dobro da outra e esta é
chamada de armada em uma só direção.
Nas lajes, as ações verticais que podem atuar sobre ela é a carga acidental, a carga
permanente estrutural (peso próprio da estrutura) e a sobrecarga permanente (revestimento do
forro e pisos). Os valores destas cargas são fornecidos pela norma NBR 6120:1980.
Já a altura da laje é adquirida conforme as razões construtivas, arquitetônicas,
estéticas ou estruturais. Mas devemos lembrar que quanto menor for à espessura da laje, mais
armadura ela necessita. E esta armadura é que absorve as tensões de tração devido aos
esforços sobre ela. Os esforços sobre a laje consistem em determinar os momentos fletores no
meio do vão e nos apoios, das forças cortantes e os esforços de punção. Ao sofrer o efeito das
cargas a laje apresentará no meio do vão as trações embaixo e a compressão em cima.
15
Para se fazer o dimensionamento das lajes é necessário considerar os esforços de
flexão e cisalhamento, fazer a verificação da punção, detalhamento das armaduras e
ancoragem.
Em edifícios é muito difícil a utilização de armaduras de cisalhamento nas lajes,
sendo melhor evitá-las para a economia de mão de obra.
2.1 LAJE MACIÇA
Estas lajes são executadas totalmente na obra em forma de placas feitas em
concreto armado que possuem superfície plana em que sua espessura é pequena com relação a
sua largura e comprimento, e estas placas estão sujeitas às ações que agem
perpendicularmente em seu plano médio.
Seu custo é extremamente considerável pelo fato de estar diretamente ligado com
a espessura da laje, por isso, qualquer alteração feita em sua espessura varia em um volume
considerável de concreto. Este tipo de laje possui espessura que varia de 6 a 10 cm, e quanto à
limitação de espessura deste tipo de laje, é aceitável no máximo 15 cm. Caso ultrapasse é
aconselhável que se utilizem as lajes nervuradas.
A NBR 6118:2003 prescreve espessuras mínimas para as lajes maciças de edifícios, em função da utilização, os seguintes valores:
a.- 5 cm para lajes de cobertura não em balanço; b.- 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço; c.- 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30kN; d.- 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN; e.- 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, l/42 para lajes de piso biapoiadas, l/50 para lajes de piso contínuas; f.- 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.
Conforme Carvalho e Figueiredo (2005, p. 295):
Uma das características das lajes maciças é que elas distribuem, diferentemente das pré-moldadas, suas reações em todas as vigas de contorno. Com isso, há melhor aproveitamento das vigas do pavimento, pois todas elas, dependendo apenas dos vãos, podem ter cargas da mesma ordem de grandeza.
16
Os vãos deste tipo de laje variam de 3 a 6 metros, podendo ser encontrados vãos
de até 8 metros. Este tipo de laje tem como vantagem o difícil aparecimento de fissuras e
trincas, pois o concreto depois de curado se dilata e contrai de forma uniforme.
As lajes maciças apresentam algumas vantagens como: menor consumo de aço,
economizam mão de obra, racionalizam a construção, eliminam o arame de amarração,
diminuem o tempo de execução, reduzem as perdas, controlam as trincas e fissuras. Mas
também possuem desvantagens como: alto consumo de madeira para fôrmas e escoramento,
tempo muito grande para execução das fôrmas e desforma, é mais pesada que os outros
métodos construtivos e além de tudo é mais cara.
A execução deste tipo de laje se torna bastante simples e rápida depois de montado
o tabuleiro de formas. Em relação ao custo elevado de fôrmas, procura-se fazer projetos,
sempre que possível, de edificações com pavimentos tipo, ou seja, pavimentos com a mesma
geometria para poder utilizar a mesma fôrma várias vezes diminuindo seu custo final.
As lajes são submetidas a algumas cargas acidentais que são: peso próprio, peso do
pavimento e revestimento, paredes divisórias e peso do revestimento, quando indicada no
projeto arquitetônico. Estas sobrecargas por não possuírem uma posição determinada, podem
ser substituídas pelos valores das sobrecargas superficiais que são fornecidas pela NBR-6120.
Existem dois métodos de cálculo para se obter os esforços solicitantes pela NBR –
6118 para as lajes maciças, que é o elástico e o de ruptura.
O método de ruptura ele é baseado na teoria da plasticidade, determinando os
deslocamentos da laje para se identificar de que forma a laje obtém o colapso. Através do
método de ruptura foi obtida uma teoria que ficou conhecida como teoria das charneiras
plásticas.
O método elástico é baseado na teoria da elasticidade, e também pela teoria das
placas delgadas. Podemos considerar que estas placas são compostas de material homogêneo,
isótropo, elástico, de comportamento linear e de pequenos deslocamentos.
2.2 LAJE PRÉ-MOLDADA
A utilização de lajes pré-moldadas está cada vez mais comum na construção civil,
devido ao fato de ser significativa a redução do volume de concreto, de escoras e do peso da
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estrutura em relação aos outros métodos. O baixo consumo de aço e concreto também são
aspectos positivos.
Estes tipos de lajes geralmente são utilizados para vencerem pequenos e médios
vãos e com cargas menores. Estas lajes são constituídas de elementos pré-moldados lineares
(vigotas), e elementos de enchimento que normalmente são blocos cerâmicos vazados ou
blocos de poliestireno expandido (isopor), colocados sobre os elementos pré-moldados, e por
cima destes é colocada uma capa de concreto. Os elementos pré-moldados (vigotas) possuem
uma capacidade de suportar o seu peso próprio, o das lajotas cerâmicas, o da capa de concreto
e de uma pequena carga acidental. Estes elementos por terem um comprimento limitado, não
podem ser empregados em alguns tipos de projetos arquitetônicos.
Concretagem de uma laje pré-moldada com bloco cerâmico. Arquivo do aluno
As principais vantagens deste tipo de laje são:
- rapidez e simplicidade na execução;
- menor consumo de madeira para fôrmas e escoramento;
- redução da diversidade de mão-de-obra;
- facilidade de locomoção pelo interior da obra;
- obra com aspecto mais limpo.
As principais desvantagens deste tipo de laje são:
18
- menor rigidez na estrutura como um todo;
- falta de aderência do concreto das vigotas com a capa;
- grande possibilidade de fissuras devido aos movimentos de retração e dilatação
provenientes dos fenômenos térmicos;
- altos riscos de acidentes tanto na colocação das vigotas e blocos como durante a
concretagem;
- concentram a maior parte da carga em uma só direção.
Nas lajes pré-moldadas as vigotas são posicionadas em uma só direção que é a do
menor vão, com seu apoio apenas nas extremidades, ou seja, nas vigas que recebem a maior
parte da carga. O comprimento permitido de apoio é de 5 cm sobre paredes portantes ou de
alvenaria e de 2 cm sobre vigas. A ligação entre a superfície lisa da vigota e a capa de
concreto pode perder aderência e ocasionar trincas, devido a resíduos de óleo na hora da
desfôrma.
Laje pré-moldada com blocos cerâmicos. Arquivo do aluno
19
Segundo Botelho e Marchetti (2004, p.146)
Se houver parede a sustentar, então: - usar material com menor peso possível (gesso, material vazado, etc.); - a parede deve se apoiar em posição transversal às nervuras e nunca ao longo de uma nervura, o que pode acarretar flechas e trincas; - o peso da parede deve ser considerado no cálculo; - é necessário projetar as lajes como lajes nervuradas. - usar na capa de concreto, em compressão, as taxas mínimas de armaduras, iguais ao previsto pela norma de lajes mistas (NBR 6119).
Na execução de uma estrutura com grande altura, no caso de um prédio, com lajes
pré-moldadas, para que se obtenha maior rigidez é recomendado que se faça pelo menos três
andares com lajes maciças.
Com relação à armadura na capa da laje, deve-se colocar ela sempre transversal às
vigotas, para se vencer os esforços entre duas vigotas.
Para se fazer o cálculo de uma laje com vigotas pré-moldadas é de fundamental
importância fazer o cálculo das flechas e de forma que os elementos sejam calculados
isoladamente.
2.3 LAJE TRELIÇADA
A laje nervurada treliçada, que também é conhecida como laje treliçada, é
constituída por uma armadura com estrutura metálica denominada treliça e por vigotas
treliçadas pré-fabricadas, dispostas na direção do menor vão. O custo da estrutura ainda é
diminuído, pois é possível reduzir em até 40% o volume de concreto das lajes usando um
enchimento de blocos de cerâmica, de concreto ou EPS (isopor) apoiados entre as vigotas,
criando uma laje nervurada sem fôrmas e com escoramento muito simplificado.
A altura das armaduras em treliça geralmente é fabricada de 8 a 30 cm, podendo
variar de centímetro a centímetro.
20
Execução de lajes treliçadas Disponível em www.lajefer.com.br acesso em 13/11/2007
Ao endurecer o concreto da capa superior da laje, a laje se torna monolítica, já que
a treliça funciona como ponte, ligando o concreto da vigota vindo da fábrica com o lançado na
obra. É sempre vantajoso que a treliça seja executada em aço nervurado, pois quando o
concreto da capa é lançado sobre a laje, o mesmo envolve a treliça favorecendo sua aderência
e evitando o aparecimento de trincas.
A laje treliçada pode ser utilizada em obras grandes, pois ela oferece uma maior
resistência e com ela podem se obter vãos maiores aumentando-se as treliças. Pelo fato de
suportar grandes cargas, é permitida a execução de paredes diretamente sobre estas lajes. Este
tipo de laje também pode ser aplicado na construção de obras residenciais de pequeno porte.
Elas possuem baixo peso próprio, proporcionando uma estrutura mais leve, com redução na
quantidade de vigas e pilares e alívio das cargas na fundação.
A configuração do sistema com treliças permite a confecção das lajes nervuradas
em uma ou em duas direções. O primeiro caso também é chamado de unidirecional, enquanto
que o segundo é denominado por sistema bidirecional. A laje é considerada bidirecional, pois
possui nervuras resistentes em duas direções ortogonais, que serão muito importantes para a
diminuição das flechas e no travamento transversal da laje.
A altura (h) das lajes treliçadas varia entre 10 e 30 cm e vãos usuais de 4 a 7 m,
podendo chegar a vãos de até 12 m. A laje tipo treliça necessita de escoras no sentido
21
transversal das treliças durante o processo de concretagem, porque enquanto o concreto
estiver fresco a compressão será resistida pela armadura superior. Após a concretagem as
treliças metálicas servem como ligação entre o concreto do elemento pré-moldado e o
concreto da capa.
As vigotas são compostas por uma base de concreto englobando parcialmente a
armadura de treliça que é uma treliça espacial de aço, constituída por dois fios de aço
paralelos na base e um fio de aço no topo, soldados por meio de eletrofusão, o que permite
uma perfeita aderência ao concreto lançado na obra. Esta armação treliçada, constitui um
importante papel, pois é através dessa estrutura espacial que se obtém a rigidez necessária
para a sua fabricação, transporte e montagem.
Seção transversal de laje treliçada
Através da treliça e da capa de concreto que se obtém a capacidade resistente do
piso, os elementos de enchimento como as lajotas cerâmicas, servem apenas como fôrma para
o concreto de capa, pois elas não trabalham estruturalmente.
Dimensões da vigota treliçada Disponível em www.altoqi.com.br acesso em 15/11/2007
22
Vigota treliçada com armadura adicional Disponível em www.altoqi.com.br acesso em 15/11/2007
Existem dois tipos diferentes de armaduras em treliça, uma com sapata conhecida
como vigota treliçada e a outra sem a sapata conhecida como treliça simples.
A treliça simples é utilizada em armadura de lajes concretadas inteiramente no
local. Este tipo de treliça exige o emprego de fôrmas completas, que podem ser feitas de
madeira ou especiais industrializadas.
A laje com vigotas treliçadas não exige a utilização de fôrmas, elas já vem
industrializadas e se torna mais econômica, e podem ser executadas com esse tipo de
armadura lajes maciças e nervuradas.
Para as lajes nervuradas, através da armadura em treliça, consegue-se vencer
grandes vãos e sustentar cargas bem elevadas.
2.3.1 Vantagens e desvantagens da utilização dos blocos cerâmicos e de EPS
2.3.1.1 Vantagens da laje treliça com bloco cerâmico:
23
• É o sistema mais barato para lajes finas que cubram pequenos vãos.
2.3.1.2 Desvantagens da laje treliça com bloco cerâmico:
• Frágeis, as lajotas podem quebras no transporte, na colocação e na concretagem.
Lajotas cerâmicas Disponível em www.lajefer.com.br acesso em 13/11/2007
Laje treliça com bloco cerâmico Disponível em www.lajefer.com.br acesso em 13/11/2007
24
Laje treliça com bloco cerâmico Disponível em www.lajefer.com.br acesso em 13/11/2007
2.3.1.3 Vantagens da laje treliça com blocos de EPS:
• Economia de mão de obra na montagem, graças a sua leveza e fácil manuseio;
• Facilidade de recortes nas tubulações e cantos irregulares;
• Economia de concreto, por não ser vazado evita um grande desperdício nos topos e
nas nervuras de travamento;
• Grande redução no peso próprio da laje treliça;
• Isolamento térmico e acústico, pois 75% do calor de uma residência entra pelo teto e
logo se percebe o conforto proporcionado pela Laje EPS (Isopor).
• Lajes mais leves proporcionando menor carga nas estruturas e fundações;
• Rapidez e economia de mão-de-obra na montagem;
• Menor consumo de escoramentos;
• Flexibilidade de medidas;
• Sem perdas (as peças de EPS não quebram durante o transporte);
• Não há absorção da água do concreto mantendo o fator água/cimento constante o que
proporciona a cura adequada do concreto nas lajes;
• As instalações elétricas são facilitadas permitindo a abertura de “sulcos” no EPS para
a passagem das tubulações que ficam embutidas e não sobre as lajotas cerâmicas que
podem ocorrer o enfraquecimento da capa de concreto sobre a laje montada.
25
2.3.1.4 Desvantagens da laje treliça com blocos de EPS:
• Não é possível fazer furos na parte inferior; é preciso passar uma cola especial na face
aparente do isopor para que o acabamento (chapisco ou gesso) possa aderir ao
material.
Lajotas de isopor (EPS) Disponível em www.lajefer.com.br acesso em 13/11/2007
Laje treliça com bloco de EPS Disponível em www.lajefer.com.br acesso em 13/11/2007
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3 NORMAS TÉCNICAS PARA DIMENSIONAMENTO DE LAJES
Para se fazer o dimensionamento das lajes é necessário fazer à utilização das
seguintes normas técnicas:
NBR – 6118:2003 – Projeto de estruturas de concreto;
NBR – 6120:1980 – Cargas para cálculo de estruturas de edificações;
NBR – 8681:2003 – Ações e segurança nas estruturas;
NBR – 14931:2003 – Execução de estruturas de concreto;
NBR – 7480 – Barras e fios de aço destinados a armaduras de concreto armado.
3.1 AÇÕES A CONSIDERAR NOS PROJETOS DE EDIFÍCIOS
As ações podem ser definidas como sendo uma causa, ou conjunto de causas, que
provocam estados de tensão em uma estrutura. A NBR 6118:2003 destaca: “Na análise
estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam produzir efeitos
significativos para a segurança da estrutura em exame, levando-se em conta os possíveis
estados-limites últimos e os de serviço”.
De acordo com a NBR-8681 as forças são designadas por ações diretas e as
deformações impostas por ações indiretas. . As ações que atuam nas estruturas podem ser
classificadas, segundo sua variabilidade com o tempo, em permanentes, variáveis e
excepcionais.
3.2 AÇÕES PERMANENTES
As ações permanentes são aquelas que ocorrem nas estruturas com valores
praticamente constantes durante toda a sua vida da construção. Estas ações são consideradas
com os valores mais desfavoráveis para a segurança. As ações permanentes são divididas em
diretas e indiretas.
28
3.3 AÇÕES PERMANENTES DIRETAS
Ações permanentes diretas são constituídas pelo peso próprio da estrutura, dos
elementos construtivos fixos, das instalações e outras como equipamentos e empuxos.
Nas construções também podem ser considerados os pesos próprios dos elementos
permanentes juntamente com os valores nominais indicados pelos fornecedores.
3.4 AÇÕES PERMANENTES INDIRETAS
Ações permanentes indiretas são constituídas por deformações impostas por
retração do concreto, fluência, recalques de apoios, imperfeições geométricas e protensão.
3.5 AÇÕES VARIÁVEIS
São aquelas que variam de intensidade de forma significativa em torno de sua
média, ao longo da vida útil da construção. Elas são classificadas em diretas e indiretas.
3.6 AÇÕES VARIÁVEIS DIRETAS
As ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas acidentais previstas para o
uso da construção, pela ação do vento e da chuva, devendo respeitar as prescrições feitas por
normas específicas. Como cargas verticais previstas para o uso da construção têm-se: cargas
verticais de uso da construção, cargas móveis (considerando o impacto vertical), impacto
lateral, força longitudinal de frenação ou aceleração, força centrífuga.
A ação do vento deve ser considerada de forma obrigatória, e para se determinar os
esforços que o mesmo faz sobre a estrutura devemos obedecer ao que foi prescrito pela NBR-
6123:1988, que permite a utilização de regras simplificadas previstas em normas específicas.
29
3.7 AÇÕES VARIÁVEIS INDIRETAS
As ações variáveis indiretas são causadas pelas variações da temperatura, podendo
ser com variação uniforme e não uniforme de temperatura e por ações dinâmicas.
Podemos considerar variação de temperatura uniforme, quando a mesma for
causada pela variação de temperatura global da atmosfera e pela insolação direta.
3.8 AÇÕES EXCEPCIONAIS
São ações que possuem uma duração extremamente curta e com muito baixa
probabilidade de ocorrência durante a vida útil da construção. Devem ser consideradas no
projeto se seus efeitos não puderem ser controlados por outros meios. São exemplos os abalos
sísmicos, as explosões, os incêndios, choques de veículos, enchentes, etc.
3.9 VALORES DAS AÇÕES PERMANENTES
A NBR 6120:1980 prescreve que este tipo de ação é constituída pelo peso próprio
da estrutura e todos os elementos construtivos fixos e instalações permanentes.
No caso de edifícios as ações permanentes são constituídas pelos pesos próprios
dos elementos estruturais - lajes, vigas, pilares, blocos ou sapatas de fundações, dos elementos
de vedação - paredes de alvenaria - com os vários tipos de tijolos que podem ser usados na
edificação, caixilhos com vidros ou divisórias de vidros. Os elementos de revestimento de
paredes, argamassas, azulejos, pedras decorativas, madeiras e etc., também devem ter seu
peso próprio considerado na avaliação das ações dos revestimentos verticais.
Para os revestimentos horizontais devem ser considerados os rebocos na face
inferior das lajes e os contrapisos e os pisos que podem ser de madeira, cerâmico, pedras,
carpetes, etc.
Os contrapisos são feitos em argamassa de cimento e areia e têm a finalidade de
corrigir as imperfeições, com relação ao nível superior das lajes, oriundas da concretagem. A
30
execução do contrapiso demanda custos adicionais na obra, tais como: material argamassa,
custo de transporte e de mão de obra para fazer a argamassa e aplicá-la.
Algumas empresas têm se preocupado em melhorar o processo de moldagem das
lajes com a finalidade de evitar a execução do contrapiso, portanto, com economia
significativa na obra, diminuindo tempo e recursos financeiros.
Existem edifícios destinados a moradia ou comercial, com melhor cuidado
arquitetônico, onde existem ambientes destinados a jardins internos. O projeto arquitetônico
deve especificar os detalhes para que se possa, no projeto estrutural, definir claramente as
ações relativas às jardineiras e lagos artificial, etc. Lembra-se que um metro cúbico de terra
tem massa de 1800 kg. Dependendo do porte das plantas que compõem o projeto de
jardinagem a sua massa assume significado especial na consideração das ações.
A NBR 6120:1980 especifica que na falta de determinação experimental, o
projetista de estruturas pode adotar os pesos específicos aparentes dos materiais de construção
indicados na tabela a seguir:
31
Materiais Peso específico aparente (KN/m3)
Rochas
Arenito Basalto Gneiss Granito Mármore e calcáreo
26 30 30 28 28
Blocos artificiais
Blocos de argamassa Cimento amianto Lajotas cerâmicas Tijolos furados Tijolos maciços Tijolos sílico-calcáreos
22 20 18 13 18 20
Revestimentos e concretos
Argamassa de cal, cimento e areia Argamassa de cimento e areia Argamassa de gesso Concreto simples Concreto armado
19 21
12,5 24 25
Madeiras
Pinho, cedro Louro, imbuia, pau óleo Guajuvirá, guatambu, grápia Angico, cabriuva, ipê róseo
5 6,5 8
10
Metais
Aço Alumínio e ligas Bronze Chumbo Cobre Ferro fundido Estanho Latão Zinco
78,5 28 85 114 89
72,5 74 85 72
Materiais diversos
Alcatrão Asfalto Borracha Papel Plástico em folhas Vidro plano
12 13 17 15 21 26
Tabela conforme NBR 6120/1980: Peso específico dos materiais de construção
Na tabela são citados apenas os valores dos materiais mais comuns, cabendo ao
engenheiro projetista saber o peso específico do restante dos materiais, para não cometer erro
de avaliação nas ações de peso próprio.
Em algumas situações deve-se entrar em contato com o fabricante do material para
que ele forneça o peso específico do material. Certos materiais são constituídos pela
32
composição de outros, ou seja, deve-se acrescentar o peso de todos os materiais que compõe o
conjunto. Não sendo possível conseguir os pesos específicos através dos fabricantes, os
mesmo deverão ser obtidos através de experimentos.
3.10 AÇÕES PERMANENTES DE COMPONENTES UTILIZADOS EM EDIFÍCIOS
É comum na construção de edifícios fazer a utilização de tijolos furados ou
maciços revestidos com argamassa, pisos, peças de pedra, azulejos, madeira, carpete e outros
materiais encontrados no mercado. Estes blocos artificiais utilizados na alvenaria são
adotados no projeto arquitetônico de acordo com o que se espera com relação ao conforto
térmico e acústico, e outras concepções que se esperam. Condições técnicas e econômicas
devem ser analisadas nestas decisões.
Com relação às coberturas, elas podem ser utilizadas estruturas metálicas ou de
madeiras, com telhas que podem ser cerâmicas, de fibrocimento ou de chapas metálicas.
Os materiais utilizados nos projetos estruturais variam de projeto para projeto, não
sendo possível obter uma tabela que forneça os pesos próprios de cada material de construção
envolvido nos diferentes projetos.
A tabela a seguir nos fornece o peso próprio de alguns materiais por unidade de
área (1m2) que são utilizados nos edifícios usuais de alvenarias, enchimentos de lajes
rebaixadas, forros, coberturas, fôrmas, esquadrias e caixilhos.
34
4 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA LAJE
As lajes quanto mais esbeltas, isto é, quanto menor for sua espessura, mais
econômica será. Existe um limite indicado pela verificação dos estados limites últimos e de
serviço. Embora seja possível se construir lajes com pequena espessura que atendam estas
condições, o desconforto para o usuário é sensível ao se caminhar sobre elas. A vibração pode
caracterizar um estado limite de serviço, embora este não seja um caso explicitamente
indicado pela Norma. Além disso, há que se atender às espessuras mínimas indicadas pela
NBR 6118:2003.
Existem diferentes tipos de lajes para projeto a ser executado, mas, não basta
apenas pensar na economia e praticidade na execução, deve-se levar em consideração qual a
laje que melhor se adapta ao projeto, para que se evitem problemas patológicos futuros.
4.1 AÇÕES ATUANTES NAS LAJES
Antes de se fazer a escolha da altura e da armadura de uma laje é necessário que se
conheçam as ações que nela atuarão. As ações verticais que podem atuar sobre uma laje são:
q – carga acidental;
g1 - carga permanente estrutural;
g2 – sobrecarga permanente (revestimento do forro e pisos).
Os valores destas cargas são obtidos pela tabela a seguir, que é fornecida pela
norma NBR 6120:1980.
35
Valores mínimos das cargas verticais para edificações.
Local Carga (kN/m2) Residências - dormitório, copa, cozinha e banheiro 1,5 kN/m2
Forros não destinados a depósitos 0,5 kN/m2 Dispensa, área de serviço, lavanderia e dependências de escritório 2,0 kN/m2 Compartimentos destinados a reuniões ou ao acesso público 3,0 kN/m2 Compartimentos destinados a bailes, ginástica ou esportes 5,0 kN/m2 Escadas, corredores e terraços com acesso ao público 3,0 kN/m2 Escadas, corredores e terraços sem acesso ao público 2,0 kN/m2 Lojas 2,0 kN/m2
4.2 DETERMINAÇÃO DO TIPO DE LAJE
Para se determinar o tipo de laje a ser utilizada em cada edificação são necessários
que sejam analisados alguns critérios para que se possa fazer a escolha correta.
4.2.1 Altura da laje
A escolha da altura da laje deve ser criteriosa para que se possa atender o que está
prescrito na norma para o estado limite de deformação excessiva e com isso poder ser
atendida.
O projeto de laje pré-moldada tem início na altura total da laje. Normalmente, as
lajes pré-moldadas apresentam rigidez inferior às lajes maciças e é de se esperar que as
situações de deformação sejam, na maioria das vezes, determinantes na escolha da altura.
As lajes maciças de acordo com alguns especialistas possuem uma espessura
máxima aceitável que é de 15 cm.
Deve-se frisar ainda que as lajes dos edifícios necessitem de espessuras adequadas
para garantir um isolamento acústico mínimo entre pavimentos e evitar deformações
indesejáveis.
No caso das lajes pré-moldadas, obtém-se a altura final através da soma da altura da lajota
cerâmica ou de outro material de enchimento, e da espessura da capa de concreto. Em relação
36
à capa de concreto, é recomendado que se utilize a menor capa de concreto necessária para
que se trabalhe apenas com concreto de capa comprimido.
Os elementos de enchimento são encontrados em diversas variedades, mas quando
não é possível encontrar variedades destes elementos de enchimento no mercado, utiliza-se a
que está disponível, e aumenta-se a capa de concreto até a altura necessária.
Em função das alturas padronizadas dos elementos de enchimento, as alturas totais
das lajes pré-fabricadas podem ser adquiridas através da seguinte tabela:
Alturas totais das lajes pré-fabricadas em relação às alturas padronizadas dos elementos
de enchimento (medidas em centímetros)
Altura do elemento de enchimento (he) Altura total da laje (h)
7,0 10,0; 11,0; 12,0
8,0 11,0; 12,0; 13,0
10,0 14,0; 15,0
12,0 16,0; 17,0
16,0 20,0; 21,0
20,0 24,0; 25,0
24,0 29,0; 30,0
29,0 34,0; 35,0
Dimensões padronizadas dos elementos de enchimento (medidas em centímetros).
Altura (he) nominal 7,0 (mínima); 8,0; 9,5; 11,5; 15,5; 19,5; 23,5; 28,5
Largura (be) nominal 25,0 (mínima); 30,0; 32,0; 37,0; 39,0; 40,0; 47,0; 50,0
Comprimento (c) nominal 20,0 (mínimo); 25,0
(av) 3,0 Abas de encaixe (ah) 1,5
Quanto à espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embutidas,
a espessura da mesa deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras e não menor
que 3 cm. A espessura da mesa deve ser maior ou igual a 4 cm, quando existirem tubulações
embutidas de diâmetro máximo 12,5mm. A largura das nervuras não deve ser inferior a 5cm.
Se houver armaduras de compressão, a largura das nervuras não deve ser inferior a 8cm.
37
A capa de concreto possui espessuras mínimas que são especificadas em norma.
Altura total da laje 10 11 12 13 14 16 17 20 21 24 25 29 30 34
Espessura mínima da capa resistente
3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5
No caso das lajes armadas em duas direções que apresentam um sistema estrutural
mais eficiente que as lajes unidirecionais, pois o posicionamento de nervuras em duas
direções diminui os valores dos esforços e deslocamentos, podemos ter uma diminuição na
altura da laje, no volume de concreto e na armadura necessária.
4.2.2 Vãos teóricos
O vão teórico ou efetivo das lajes e placas é o valor da distância entre os apoios
que deve ser empregado no processo de análise em cada direção.
As lajes maciças não podem vencer grandes vãos devido ao seu peso próprio. É
usual adotar-se vãos entre 3,5m e 5,0 m. Ao contrário das lajes nervuradas que podem vencer
maiores vãos.
4.2.3 Vigas
No caso das lajes maciças as limitações dos vãos, conduzem a uma maior
quantidade de vigas. E esta quantidade de vigas faz com que a produtividade construtiva da
obra fique prejudicada. Sendo que com a existência de muitas vigas estabelece-se a
possibilidade de se formarem mais pórticos que contribuirão na rigidez da estrutura de
contraventamento. O pavimento tem menos deformações porque as lajes maciças contribuem
na rigidez das vigas.
Se comparadas com as de vigotes pré-moldados suas vigas de sustentação têm
praticamente o mesmo custo de execução. O fator desfavorável é a laje em si, pois o consumo
de fôrmas, aço e concreto são maiores.
38
4.2.4 Fôrmas e escoras
Para a execução das lajes maciças é utilizada uma grande quantidade de fôrmas e
escoras devido ao grande número de vigas necessárias, e com isso também é grande o
desperdício devido aos recortes feitos fazendo com que diminua seu reaproveitamento. Estas
lajes, muito utilizadas em pavimentos de garagens de edifícios, têm o seu uso reduzido em
residências. O grande consumo de fôrmas e o tempo excessivo para a sua construção, gerando
um custo elevado, são fatores que desestimulam a sua execução.
As lajes maciças podem ser executadas tanto poligonais como circulares.
Todavia, para edifícios, onde há o reaproveitamento das fôrmas, esta alternativa
pode ser viável, uma vez que proporcionam uma ótima rigidez ao conjunto da estrutura de
concreto armado. São versáteis quanto ao seu formato e mais seguras que as demais durante a
concretagem.
No caso das lajes com vigotes pré-moldados além de mais econômica é a mais
prática para as construções unifamiliares. Os blocos de enchimento se apóiam sobre as
nervuras, formando um plano que serve de fôrma para a concretagem da capa, dispensando o
uso das fôrmas de madeira. O pouco tempo necessário para a sua execução, aliado ao baixo
consumo de fôrmas e escoramento, torna a obra mais limpa, facilitando os deslocamentos por
seu interior.
É importante lembrar que durante a concretagem das lajes pré-fabricadas, a mesma
está sujeita a diversos esforços oriundos do peso próprio das vigotas pré-moldadas, dos
elementos de enchimento, dos operários e durante a concretagem também tem que resistir ao
peso dos equipamentos e o peso do concreto, que ainda não foi espalhado formando
concentrações de carregamento em algumas regiões. E para que a laje suporte todos estes
esforços é necessário que se façam escoramentos apoiados sobre base firme.
4.2.5 Aço
O aço é o metal mais utilizado nas lajes, através das barras, fios trefilados, telas
soldadas e de estuque, arame recozido e pregos. Eles são encontrados no mercado brasileiro
em diversos tipos de barras e fios de aço destinados à confecção de armaduras passivas das
39
peças estruturais de concreto. Na designação desses fios e barras é usado o prefixo CA,
indicativo de seu emprego no concreto armado.
A norma NBR – 7480 – “Barras e fios de aço destinados a armaduras de concreto
armado”, especifica os aços de categoria CA 25, CA 50 e CA 60, sendo os dois últimos os
mais utilizados.
As lajes maciças apesar de possuem um peso próprio elevado, não necessitam de
muito aço para sua execução.
Já as lajes pré-moldadas o consumo de aço é menor que qualquer outro método
utilizado para execução das lajes, o que significa que ocorre uma redução no peso próprio da
laje.
4.2.6 Paredes
A NBR 6120:1980 diz que para a determinação da ação de paredes divisórias, em
que sua posição não esteja definida no projeto arquitetônico, o cálculo de pisos com suficiente
capacidade de distribuição transversal da carga, quando não for feito por processo exato, pode
ser admitido, além dos demais carregamentos, como uma ação uniformemente distribuída por
metro quadrado de piso não menor que um terço do peso por metro linear de parede pronta,
observado o valor mínimo de 1kN/m2.
Este caso se aplica quando o projeto arquitetônico deixa a decisão de locar as
paredes na obra em função da utilização do ambiente arquitetônico. Normalmente isto ocorre
em edifícios destinados a escritórios onde dependendo dos tipos de profissionais que irão
ocupá-los há distribuições de ambientes diferenciados.
No caso das lajes pré-moldadas, quanto tiver parede a sustentar deve-se utilizar
material com um menor peso específico possível e a parede dever ser apoiada na posição
transversal às nervuras e nunca ao longo das nervuras. Outra alternativa é a parede de meio
tijolo, para que a largura da parede seja a largura da parede mais o revestimento.
Já as lajes maciças e treliçadas admitem o emprego de paredes de alvenaria sobre
elas, sem qualquer vigamento extra.
40
Parede sobre uma laje armada em duas direções
Nas lajes armadas em apenas uma direção, a parede é considerada distribuída em uma
faixa limitada, caso a parede esteja na direção do menor vão (a). Se a parede estiver na
direção do lado maior da laje, a carga da parede é considerada linear (b).
4.2.7 Concreto
41
O concreto utilizado em estruturas teve, durante muito tempo, como parâmetro sua
resistência característica, chamada de fck. Na atualidade, devido à preocupação maior com a
durabilidade e funcionabilidade da estrutura, passou-se a se preocupar com outros parâmetros
do concreto como: seu módulo de elasticidade, Ec, seu índice de vazios, e outros, pois na
realidade o Fck pode ser apenas um indicativo do Ec.
Nas lajes pré-moldadas há um baixo consumo de concreto devido aos elementos
de enchimento que ocupam grande parte destes tipos de lajes.
Já nas lajes maciças o consumo de concreto é muito alto, no caso dos edifícios
usuais, o consumo de concreto chega a ser de aproximadamente 50% do total, isto se dá ao
fato de elas não possuírem nenhum tipo de elemento de enchimento, sendo assim o concreto
seu principal elemento. E a laje maciça também necessita de uma grande quantidade de vigas,
devido aos limites impostos, e isto faz com que aumente ainda mais o consumo de concreto.
Este tipo de laje possui um valor elevado de custo devido a este alto consumo de concreto.
42
5 ESTUDO COMPARATIVO DAS LAJES
Com o objetivo de demonstrar a influência que cada tipo de laje tem sobre o custo
da construção, foi utilizado para este estudo, um exemplo de análise feita em um trabalho de
conclusão de curso (TCC) realizada em junho de 2001 por dois alunos da Unisul de Palhoça,
Daniel Corrêa de Sousa e Jefferson José de Sousa, que tinha como tema “Análise
Comparativa de Quantitativos e Custos de Materiais Empregados na Laje Maciça, Laje Pré-
moldada e Laje Treliçada”.
Nesta análise eles destacaram através de gráficos e tabelas todos os quantitativos e
custos que o edifício em estudo apresentou bem como os quantitativos de cada pavimento e
também o total da estrutura. Os cálculos para que eles pudessem chegar até estes resultados,
foram feitos através do software Eberick 2000.
5.1 O PROJETO MODELO
O edifício em estudo apresentava as seguintes características:
• Pavimento térreo;
• Quatro pavimentos tipos;
• Um piso do barrilete;
• Um reservatório superior;
• É um edifício residencial multifamiliar com área total de 1.175,22 m2,
composto por 6 apartamentos por andar com um total de 24 apartamentos.
5.1.1 Características das Lajes
As características utilizadas nestes três tipos de lajes foram enquadradas para
atender as exigências impostas pelo edifício em estudo, sendo que para cada caso devem-se
analisar estas características que variam conforme a construção a ser calculada.
43
5.1.2 Laje Maciça
A espessura que foi lançada para esta laje foi de 8 cm conseguindo-se lançar
algumas paredes sobre ela, o que possibilitou a redução do número de vigas. A resistência
utilizada para o concreto foi de 25 Mpa.
As cargas acidentais variáveis utilizadas foram:
• 100 kg/m2 no reservatório;
• 50 kg/m2 na cobertura;
• 150 kg/m2 nos demais pavimentos.
5.1.3 Laje Pré-moldada
Para esta laje a espessura foi de 12 cm, sendo 4 cm de capa, e o espaçamento entre
as vigotas foi de 40 cm, do tijolo de enchimento foi de 40 cm. Sobre esta laje não foi colocada
nenhuma parede. Com relação às cargas permanentes, acidentais e resistência, foram
utilizadas as mesmas que foram utilizadas no cálculo da laje maciça.
5.1.4 Laje Treliçada
A espessura definida para esta laje foi de 25 cm, sendo 5 cm de capa e 20 cm de
enchimento, com espaçamento entre as vigotas de 50 cm. Nesta laje foram colocadas várias
paredes sobre ela. Esta laje foi considerada como unidirecional e seu elemento de enchimento
foi EPS. As cargas e resistência foram às mesmas consideradas anteriormente para as outras
lajes.
44
6 RESULTADOS
A seguir serão mostrados os resultados obtidos por Sousa e Sousa em forma de tabelas
e gráficos comparativos todos os quantitativos de matérias utilizados para a execução de cada
laje.
6.1 ANÁLISE COMPARATIVA DOS QUANTITATIVOS
Os resultados obtidos fornecem o consumo de concreto, aço, fôrmas e estacas,
utilizados em cada laje.
6.1.1 Análise Comparativa do Consumo de Concreto
A seguir serão apresentados os volumes de concreto encontrados por Sousa e Sousa
(2001), divididos no consumo de concreto das lajes e o consumo de concreto de toda a
estrutura.
6.1.2 Consumo de concreto das lajes
Tipo de Laje Volume de Concreto (m3)
Maciça 107,80
Pré-Moldada 50,78
Treliçada 95,136
45
107,8
50,78
95,136
0
20
40
60
80
100
120
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Comparativo do Volume de Concreto das Lajes
Volume de Concreto
6.1.3 Consumo de concreto de toda a estrutura
Tipo de Laje Volume de Concreto (m3)
Maciça 253,30
Pré-Moldada 196,18
Treliçada 260,16
46
253,30
196,18
260,16
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Comparativo do Volume de Concreto de Toda a Estrutura
Volume de Concreto
6.1.4 Análise Comparativa do Consumo de Aço
Neste item será mostrado o consumo de aço das lajes e o consumo de aço de toda a
estrutura.
6.1.5 Consumo de aço das lajes
Tipo de Laje Peso do Aço (kg)
Maciça 7.731,80
Pré-Moldada 1.386,24
Treliçada 2.428,86
47
7.731,80
1.386,242.428,86
0,00
2.000,00
4.000,00
6.000,00
8.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Comparativo do Peso de Aço das Lajes
Peso de Aço
6.1.6 Consumo de aço de toda a estrutura
Tipo de Laje Peso do Aço (kg)
Maciça 27.306,10
Pré-Moldada 18.109,84
Treliçada 21.870,16
48
27.306,10
18.109,8421.870,16
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
30.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Comparativo do Peso de Aço da Estrutura
Peso de Aço
6.1.7 Análise comparativa do consumo de Fôrmas
Neste item foi feita uma comparação de toda a área de fôrmas utilizadas na estrutura
toda.
6.1.8 Consumo de fôrmas
Tipo de Laje Área de Formas (m2)
Maciça 3.441,90
Pré-Moldada 2.050,65
Treliçada 2.123,00
49
3.441,90
2.050,65 2.123,00
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
3.000,00
3.500,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Comparativo da Área de Formas da Estrutura
Área de Formas
6.1.9 Análise comparativa do consumo de Estacas
Neste item foi feita uma comparação do número de estacas utilizadas na estrutura toda.
6.1.10 Consumo de estacas
Tipo de Laje Número de Estacas
Maciça 66
Pré-Moldada 52
Treliçada 49
50
66
52 49
0
10
20
30
40
50
60
70
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Número de Estacas da Estrutura
Número de Estacas
51
7 ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTOS
Nesta análise comparativa de custos das lajes e da estrutura em um todo, Sousa e
Sousa (2001) levaram em consideração todas as quantidades de materiais utilizados e seus
preços unitários. Os preços utilizados a seguir, são os preços relacionados ao ano de 2001 que
foi o ano em que foi executada esta analise de custo.
7.1 CONCRETO
A análise comparativa de custo do concreto foi feita considerando-se o concreto
utilizado em toda a estrutura e o utilizado nas lajes.
7.1.1 Custo do concreto utilizado nas lajes
Tipo de Laje Custo do Concreto Utilizado (R$)
Maciça 20.546,68
Pré-Moldada 9.678,67
Treliçada 18.132,92
52
20.546,68
9.678,67
18.132,92
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo do Concreto das Lajes
Valor do Concreto das Lajes
7.1.2 Custo do concreto utilizado na estrutura
Tipo de Laje Custo do Concreto (R$)
Maciça 47.887,00
Pré-Moldada 37.391,91
Treliçada 49.586,49
53
47.887,00
37.391,91
49.586,49
0,00
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo do Concreto da Estrutura
Custo do Concreto da Estrutura
7.1.3 Aço
No caso do aço foram levados em consideração o peso de aço utilizado nas lajes e o
peso do aço utilizado na estrutura toda para se fazer os comparativos de custos.
7.1.4 Custo do aço utilizado nas lajes
Tipo de Laje Custo do Aço Utilizado (R$)
Maciça 13.453,33
Pré-Moldada 2.412,06
Treliçada 4.226,22
54
13.453,33
2.412,064.226,22
0,00
2.000,00
4.000,00
6.000,00
8.000,00
10.000,00
12.000,00
14.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo do Aço das Lajes
Custo do Aço das Lajes
7.1.5 Custo do aço utilizado em toda a estrutura
Tipo de Laje Custo do Aço da Estrutura (R$)
Maciça 47.512,61
Pré-Moldada 31.511,12
Treliçada 38.054,08
55
47.512,61
31.511,1238.054,08
0,00
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo Total do Aço da Estrutura
Custo Total do Aço
7.1.6 Formas
No caso das formas foi levada em consideração a área das formas utilizadas na
estrutura toda.
7.1.7 Custo das formas
Tipo de Laje Custo Total das Formas (R$)
Maciça 37.388,31
Pré-Moldada 24.910,01
Treliçada 26.370,46
56
37.388,31
24.910,01 26.370,46
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
30.000,00
35.000,00
40.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo Total das Formas
Custo das Formas
7.1.8 Estacas
Para a comparação do custo das estacas foi considerada toda a estrutura.
7.1.9 Custo das estacas (com cravamento)
Tipo de Laje Custo do Estaqueamento (R$)
Maciça 14.485,68
Pré-Moldada 11.412,96
Treliçada 10.754,52
57
14.485,68
11.412,96 10.754,52
0,00
2.000,00
4.000,00
6.000,00
8.000,00
10.000,00
12.000,00
14.000,00
16.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo do Estaqueamento
Custo do Estaqueamento
7.1.10 Custo total
Para se ter o valor total de quanto custa cada laje, foi feita uma última comparação de
custo total entre os três tipos de lajes analisadas. Esta última analise é feita de cada laje
separadamente e outra considerando a estrutura em um todo.
7.1.11 Custo de cada laje
Tipo de Laje Custo Total de Cada Laje (R$)
Maciça 51.067,03
Pré-Moldada 29.912,97
Treliçada 60.232,58
58
51.067,03
29.912,97
60.232,58
0,00
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
60.000,00
70.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo Total de Cada Laje
Custo Total de Cada Laje
7.1.12 Custo total da estrutura
Tipo de Laje Custo Total da Estrutura (R$)
Maciça 147.512,92
Pré-Moldada 122.975,39
Treliçada 162.527,37
59
147.512,92122.975,39
162.527,37
0,00
20.000,0040.000,00
60.000,0080.000,00
100.000,00120.000,00
140.000,00160.000,00180.000,00
Maciça Pré-Moldada Treliçada
Custo Total da Estrutura
Custo Total da Estrutura
60
8 CONCLUSÃO
Ao se avaliar o sistema estrutural de uma laje, não se deve levar em consideração
somente o custo da laje em si, e sim fazer uma avaliação dos critérios técnicos da laje aplicada
na estrutura em questão, para assim poder definir a laje adequada para determinada
edificação.
No caso de se projetar a laje pré-moldada e laje treliçada, o projetista deve
verificar os materiais disponíveis na região de implantação da obra, pois as mesmas são
constituídas por diversos materiais.
As lajes maciças são mais utilizadas nas lajes com menores vãos, pois o que limita
os vãos neste tipo de laje são a sua espessura e o seu peso próprio, que se tornam elevados
quanto maiores os vãos. Estas lajes são muito utilizadas em diversos casos para atender
algumas exigências do projeto arquitetônico, devido às diversas formas em que ela pode ser
moldada, fato que não ocorre com as lajes pré-moldadas e treliçadas.
Com o estudo feito sobre os três tipos de lajes, a laje treliçada se apresentou como
uma das mais eficientes e com melhores resultados e benefícios a estrutura, além de vencerem
vãos bem maiores que as outras e possuírem um baixo custo. Mas não se pode escolher a laje
a ser utilizada apenas pelas vantagens que ela possui, deve-se fazer uma análise estrutural de
cada laje para ver qual delas possui um melhor desempenho na estrutura analisada.
Através do exemplo utilizado de cálculo dos quantitativos de materiais feitos para
a estrutura escolhida, pode-se concluir que a laje pré-moldada apresenta um valor muito
menor de materiais necessários do que a laje maciça e treliçada. A laje pré-moldada levou
vantagem em quase todas as comparações feitas com as outras duas lajes, apenas na
quantidade de estacas que ela ficou atrás da treliçada.
Como a gente pode observar nas comparações, a laje maciça possui um custo
muito elevado com relação às outras duas lajes. No final se comparou o custo final de toda à
estrutura em estudo, e a laje que apresentou um maior custo foi a treliçada.
Observando os quantitativos de materiais pode se observar que as três lajes são
mais influenciadas pelos materiais permanentes como concreto e aço do que pelos materiais
não permanentes como fôrmas e escoras. Mas vale lembrar que estes resultados obtidos
através do exemplo, servem exclusivamente para aquele edifício sendo que não se aplicam
para os outros edifícios.
61
Conclui-se então que antes de escolher o tipo de laje a ser utilizada, deve-se
verificar qual a finalidade da edificação e assim poder fazer uma análise estrutural utilizando
as diversas alternativas de lajes para saber quais os aspectos técnicos econômicos que cada
laje adquiriu na estrutura, e assim poder fazer a escolha correta.
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 – GUERRIN, A., LAVAUR, Roger – Claude, Tratado de Concreto Armado 3. Impresso no Brasil: Hemus, 2002. 2 – BOTELHO, Manoel Henrique Campos, MARCHETTI, Osvaldemar, Concreto Armado Eu te Amo. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 2002. 3 – MAGNANI, Roberto, Cálculo e Desenho de Concreto Armado. São Paulo: RM, 1999. 4 – CARVALHO, Roberto Chust, FILHO, Jasson Rodrigues de Figueiredo, Concreto Armado Segundo a NBR 6118:2003, 2ª. ed. São Carlos: Edufscar, 2005. 5 – BOTELHO, Manoel Henrique Campos, MARCHETTI, Osvaldemar, Concreto Armado Eu te Amo, volume II. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 2004. 6 – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR-6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. 7 – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR-6120: Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações, 1980. 8 – SOUSA, Daniel Corrêa de, SOUSA, Jefferson José de. Análise comparativa de
quantitativos e custos de materiais empregados na laje maciça, laje pré-moldada e laje
treliçada. 2001. 63 f. Monografia (Centro de Ciências Exatas, Agrárias e das Engenharias) –
Curso de Engenharia Civil, UNISUL, Palhoça, 2001.
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