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Isabel Alarcão

ALARCÃO, Isabel. Escola Reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Armed, 2001 (Cap. 1)

ESCOLA REFLEXIVA E ESCOLA REFLEXIVA E NOVA RACIONALIDADENOVA RACIONALIDADE

“A escola inovadora é a que tem a força de se pensar a si própria, e de ser...escola reflexiva”

 

A autora pretende desenvolver um conceito de escola reflexiva e sugere que a escola que se pensa e que se avalia em seu projeto educativo é uma organização aprendente que qualifica não apenas os que nela estudam, mas também os que nela ensinam ou apóiam estes e aqueles.

A escola não tem conseguido acompanhar as profundas mudanças ocorridas na sociedade. Como afirma Paulo Freire, não se muda a cara da escola por um ato de vontade do secretário. Para mudar é necessário envolver as decisões político-admininstrativo-pedagógicas, os alunos e os professores, os auxiliares e os funcionários, os pais e os membros da comunidade.

Uma escola sem pessoas seria um edifício sem vida. Quem a torna a viva são as pessoas: os alunos, os professores, os funcionários e os pais.

O poder da palavra através da qual se exprimem, confrontam os seus pontos de vista, aprofundam os seus pensamentos, revelam os seus sentimentos, verbalizam iniciativas, assumem responsabilidades e organizam-se.

Numa escola participativa e democrática como a que se pretende, a iniciativa é acolhida venha ela de onde vier, porque a abertura às ideias do outro, a descentralização do poder e o envolvimento de todos no trabalho em conjunto são reconhecidos como um imperativo e uma riqueza.

"Um projeto institucional especifico implica margens de liberdade concedidas a cada escola sem que se perca a dimensão educativa mais abrangente, definida para a sua área geográfica, o seu país e o mundo" p. 21

As novas tecnologias da informação e da comunicação permitem as vias de diálogo e oportunidades de cultivar o universal no local.

A educação deve ser feita a partir da vida da escola.

As estruturas curriculares e pedagógicas não podem ignorar totalmente as limitações que obrigam a que certas decisões políticas e administrativas tenham de ser tomadas.

"Mais uma vez, o diálogo entre as pessoas, o poder esclarecedor ou argumentativo da palavra e a aceitação do ponto de vista do outro são essenciais à negociação, à compreensão, à aceitação" p. 22

Na escola, todos são atores (alunos, professores, funcionários, pais, membros da comunidade).

O reconforto de sentir que a profissão é para ele, com os outros, sede de construção de saber, sobretudo se a escola em que trabalha for uma escola, ela própria, aprendente e, qualificante para os que nela trabalham.

A epistemologia da prática como o resultado do conhecimento que os profissionais constróem a partir da reflexão sobre as suas práticas. A participação ativa e crítica na vida da instituição contribuirá para o desenvolvimento do conhecimento sobre a própria escola.

A escola deve interagir com as transformações ocorridas no mundo e no ambiente que a rodeia.

Uma escola reflexiva:◦ pensa a si própria; ◦ pensa no presente para se projetar no futuro; ◦ se assume como instituição educativa que sabe o que quer e

para onde vai; ◦ repensa e reajusta; ◦ aprendem ao longo de sua história; ◦ é um organismo vivo, dinâmico, capaz de atuar em situação, de

interagir e desenvolver-se ecologicamente a de aprender a construir conhecimento sobre si própria nesse processo.

"Todavia, para que isso aconteça, é preciso que a instituição tenha capacidade de ler os ambientes e de agir sobre os ambientes. Por isso, a escola não pode fechar-se em si mesma, mas abrir-se e pensar-se estratégica e eticamente. Tem-se falado muito sobre o pensamento estratégico das organizações só que nesse pensamento tem-se muitas vezes esquecido a dimensão ética, valorativa, humana, interpessoal. Em uma escola, ela não pode estar ausente" p. 28

Tema muito badalado

Porquê?

Burocratas

Correias de transmissão de decisões de outros

Distribuidores de conhecimentos

Profissionais do humano Homens e mulheres de cultura Informadores informados Gestores de aprendizagens Analistas críticos da realidade

“É assim que venho tentando ser professor, assumindo minhas convicções, disponível ao saber, sensível à boniteza da prática educativa, instigado por seus desafios que não lhe permitem burocratizar-se, assumindo minhas limitações, acompanhadas sempre do esforço por superá-las, limitações que não procuro esconder em nome mesmo do respeito que me tenho e aos educandos”

(Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia)

O avanço rápido de CT A importância CTS A sociedade da aprendizagem A responsabilização A escola para todos A multiplicidade de funções do educador

Atuação flexível e contextualizada Artistry (CTA) Diálogo com a realidade Mobilização e reconstrução de saberes Aprendizagem continuada Reflexão na e sobre a ação

membro da comunidade educativa

“Organização que continuadamente se pensa a si própria, na sua missão social e na sua estrutura e se confronta com o desenrolar da sua atividade num processo heurístico, simultaneamente avaliativo e formativo”

(Alarcão, 2001)

Como formar-se como educador reflexivo?

Uma vontade de melhor conhecer e melhor agir (querer)

Referentes teóricos de análise (saberes) Domínio das metodologias apropriadas

(métodos) Encorajamento e apoio (suporte afectivo

- motivacional)

Conhecer e conhecer-se para agir em situação

Perguntas pedagógicas Observação conjugada com reflexão Análise de casos Pesquisa - ação Portfólios de desenvolvimento Portfólios reflexivos Reflexões em grupo

Descrição Interpretação Confronto Reconstrução

Observação “é um processo… orientado por um objetivo terminal ou organizador e dirigido sobre um objeto para dele recolher informações” (De Ketele, 1980: 27)

“Observar não implica apenas constatar o que se está a passar, mas também colocar questões, ou seja, desmontar a situação. Porque é que é assim? Quais as razões? E se fosse de outra maneira?”

Acompanhada pela reflexão, a observação é o ponto de apoio que facilita o conhecimento e o auto-conhecimento

São descrições contextualizadas Desocultam as teorias subjacentes Clarificam os referentes teóricos Revelam conhecimentos sobre algo Têm valor epistêmico

“Um caso, entendido na sua globalidade, não é apenas o relato de um acontecimento ou incidente. Para que se possa chamar de caso é preciso que se teorize…Um acontecimento pode ser descrito, um caso tem de ser explicado, interpretado, discutido, dissecado e reconstruído. Assim se pode concluir que não há nenhum acontecimento verdadeiro de caso sem a correspondente interpretação teórica.” (Shulman, 1986)

Combina conhecimento e experimentação através do questionamento e

da observação conjugada com a reflexão

• Escrever implica refletir

• Intencionalidade formativa

“ Um conjunto coerente de documentação refletidamente selecionada, significativamente comentada e sistematicamente organizada e contextualizada no tempo, reveladora” do desenvolvimento profissional.

(Alarcão)

Formativos Continuados Reflexivos Compreensivos

(Sá – Chaves,2000)

Ver como “se…” Escutar a voz dos outros Partilhar Fazer/receber supervisão horizontal Comprometer-se em conjunto Sentir apoio

Consigo Com os outros Com as tarefas

É agir, pensando É saber quem se é É compreender as razões do nosso agir É ter consciência do lugar que ocupamos na

sociedade É ser-se responsável

“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática”

(Paulo Freire, em A Educação na Cidade)

Prof. Fernando Franzoi da Silva◦ Bacharel em Ciências Sociais (UEL, 1990)◦ Mestre em Ciências Sociais (UFSCar, 1994)◦ Doutorando em Demografia (UNICAMP, cred. concluídos)

◦ Assessor Político-Sindical◦ Consultor de Projetos◦ Consultor da Secretaria de Estado da Educação-PR, Departamento de

Educação e Diversidade -DEDI (2008-2010)

◦ Contato: fefranzoi@yahoo.com.br

◦ Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8081679030233224

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