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19ANO I � Nº 1 � JAN/JUN 2001
MUSEU MILITARCONDE DE LINHARES
Localização
Localizado no bairro de São Cristóvão, no
antigo aquartelamento da 5º Brigada de Cavala-
ria Blindada (5º Bda C Bld), o Museu Militar
Conde de Linhares (MMCL) foi inaugurado em
12 de outubro de 1998, dependendo na época
de algumas obras a serem concluídas. Recente-
mente, com o apoio de órgãos do Estado, Prefei-
tura, Fundação Cultural Exército Brasileiro e da
iniciativa privada, encerraram-se em quase sua
totalidade o que restava das adaptações e refor-
mas, dando início a uma nova etapa do MMCL,
agora como Centro Cultural, abrindo suas por-
tas ao público em 6 de maio de 2001.
Origem
Construído em 1921, por ordem do Mi-
nistro da Guerra Pandiá Calógeras, foi ocupado
inicialmente pela 1º Companhia de Metralha-
doras. Mais tarde veio a servir de aquartelamen-
to da Companhia de Intendência, onde eram
formados os oficiais do Serviço de Intendência,
os quais, com a transferência da Escola Militar
do Realengo para Resende, passaram a compor
o efetivo da Academia Militar das Agulhas Ne-
gras. Foi sede também do Centro de Preparação
de Oficiais da Reserva (CPOR), passando em
seguida a ser ocupado pela 5a Bda C Bld, a qual
permaneceu até 1996.
O Museu recebeu o nome de Conde de
Linhares em homenagem a D. Rodrigo de Sou-
za Coutinho, nascido em Chaves, Portugal, em
1745, que em 1808 acompanhou a transferência
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da corte portuguesa para o Brasil, onde exerceu as
funções de Ministro da Guerra e dos Negócios
Estrangeiros. Criou a Academia Real Militar, o
Jardim Botânico, o Arquivo Militar, a Bibliote-
ca Pública e a Academia de Belas Artes. Faleceu
no Rio de Janeiro aos 67 anos.
Acervo
Atualmente, o Museu Militar Conde de
Linhares dispõe de um acervo de grande valor
histórico.
As exposições abordam a história do Exér-
cito Brasileiro, desde a sua formação, até o mo-
mento atual, inclusive com peças usadas pelas
Forças de Paz da ONU enviadas pelo Brasil a
várias partes do mundo. Destaca-se entre essas
peças um Jeep Toyota, crivado de balas, que foi
alvo de uma emboscada em Angola, no qual
morreu um cabo fuzileiro naval.
Possui também grande quantidade de ma-
terial utilizado na Guerra do Paraguai. Citamos
a parte do casco do encouraçado Alagoas da
Marinha de Guerra do Brasil, uma chapa de aço
com oito centímetros de espessura e pesando mais
de uma tonelada que encontra-se em exposição.
Nela estão dois impactos do projetis esféricos de
ferro dos canhões inimigos, e que não consegui-
ram perfurar o navio brasileiro. Armas brancas,
lanças, pistolas, garruchas, fuzis, gravuras etc com-
pletam a coleção.
A Força Expedicionária Brasileira está pre-
sente com todo o tipo de armamento leve e pesa-
do usado pelas Forças Aliadas, como blindados,
viaturas sobre rodas, e ainda condecorações, uni-
Jeep Toyota � alvode emboscada em Angola,
no qual morreu um cabofuzileiro naval.
Jeep Williy fabricado em 1942.Usado pelo Marechal Mascarenhas de Moraes
na guerra. Foi batizado com o nome �Liliana�emhomenagem à sua neta recém-nascida
GMC fabricadoem 1938. Usado
como Postode Comando Móvel
pelo comandanteda FEB
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formes, fotografias e
objetos pessoais. Ali
está o Jeep Willy,
fabricado em 1942,
modelo semelhante
usado pelo Mare-
chal Mascarenhas de
Moraes durante toda
a Campanha da Itá-
lia, batizado com o
nome “Liliana”, sua
neta recém-nascida.
Presente também o seu Posto de Comando mó-
vel, na viatura GMC fabricada em 1938, tendo
no seu interior cama, armário, es-
crivaninha, de onde o Marechal
acompanhava as operações de guer-
ra junto com o efetivo empenhado
em combate.
Um canhão Krupp alemão
destaca-se pelo seu porte, dimensão
e o calibre do tubo (170mm). Foi-
nos presenteado pelos americanos
ao final da guerra. Bombardeava
nossas posições em Porreta Terme de manhã, de
tarde e de noite, nunca tendo sido localizada a
sua posição de tiro , causando um grande núme-
ro de baixas às nossas forças.
O Canhão Ferroviário é a maior peça de
artilharia do museu. Pesa setenta toneladas e é
sustentado por um reparo ferroviário sob trilhos,
seu calibre é de 7 polegadas. É o único das 11
peças que faziam parte do 1º Grupo Ferroviário
de Artilharia de Costa criado em 1943 para re-
forçar a defesa do porto do Rio de Janeiro, o
qual foi extinto em 1961.
Canhão Ferroviáriocalibre de 7
polegadas. A maiorpeça de artilharia
do museu
Canhão Krupp alemão 170mm. Bombardeava nossasposições em Porreta Terme de manhã, de tarde e de noite
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A “Lurdinha”, metralhadora alemã MG 34,
muito usada na guerra e temida pelos nossos
pracinhas, é uma das armas leves mais procura-
da pelos visitantes.
O “Preditor de Tiro” é outra peça rara e a
única existente no Brasil. Fazia parte do sistema
antiaéreo do Canhão Krupp 88mm, que antece-
deu ao canhão AAe 90mm, e realizava o controle
de todos os dados para a execução do tiro antiaé-
reo. Era parte da grande encomenda de armamento
realizado pelo Exército à Alemanha, frustrada com
a eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Entre os inúmeros blindados expostos des-
tacamos o primeiro usado pelo Exército, “o
Renault”, fabricado em 1937 na França. O Bra-
sil dispunha de 11 carros.
Ali está também o segundo carro blindado
“Ansaldo”, de origem italiana, fabricado em 1935
pela FIAT. O Brasil adquiriu 23 destes blindados.
�Lurdinha�
Renault, fabricado em 1937na França. Foi o primeiro blindado
usado pelo Exército Brasileiro
Preditor de Tiro
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Outro carro blindado leve de grande expressividade é o M-8, usado pelo
1ª Esquadrão de Reconhecimento da 1º Divisão de Infantaria Expedicionária
nos campos de batalha da Itália, sob o comando do hoje General Pitaluga, na
época Capitão de Cavalaria.
Além destes citados, uma quantidade imensa de acervos está concentra-
da nas salas de exposição no interior do prédio, como também canhões e
viaturas blindadas no pátio externo.
Carro blindado Ansaldo
Carro de Combate M41
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Centro Cultural
O Museu Militar Conde de Linhares em
sua nova fase, após a sua reinauguração no dia
16 de abril de 2001, projeta-se no cenário do Rio
de Janeiro como centro cultural com o propósi-
to de atrair o público para que conheçam a his-
tória do Exército.
Para o corrente ano, diversos projetos já
aprovados, visando a vivificar o museu e a pro-
mover a imagem da instituição, estão em anda-
mento com a participação das unidades milita-
res sediadas no Rio de Janeiro, com o respaldo
do Comando Militar do Leste, através de de-
monstrações de ordem unida, de educação físi-
ca, de motocicletas, de cães amestrados, bandas
militares etc. Além dessas atividades, espetácu-
los musicais e artísticos estão sendo programa-
dos, com apresentações noturnas às sextas-fei-
ras, onde destacamos a Banda Concerto da Fun-
dação Educacional de Volta Redonda, que brin-
dou a assistência com belíssimo espetáculo mu-
sical, por ocasião da reabertura do museu, além
da apresentação da pianista, de renome inter-
nacional, Lícia Lucas.
Assim, o Museu Militar Conde de Linhares
reinicia suas atividades culturais no corrente ano
com novas exposições e obtendo sucesso absolu-
to nos eventos que vem realizando, confiante de
que prosseguirá cumprindo a meta programada
até o final do ano como veículo de divulgação
da memória do Exército Brasileiro.
Concerto da Banda e Coral daFundação Educacional de Volta Redonda
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