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ADESÃO DAS GESTANTES À IMUNIZAÇÃO COM dTpa EM UM MUNICÍPIO
DO CENTRO OESTE PAULISTA: UM DESAFIO À VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
ADHESION OF WOMEN TO IMMUNIZATION WITH dTpa IN A MUNICIPALITY OF THE WEST PAULISTA CENTER: A CHALLENGE TO
EPIDEMIOLOGICAL SURVEILLANCE
Viviane Cristina Bastos Armede - Prof. Ma. - UNISALESIANO LINS -
viviarmede@hotmail.com
Maria Francisca Alves de Oliveira - Graduando em Enfermagem -
UNISALESIANO LINS - fran_alvesoliveira@hotmail.com
Rosângela Gabriel Santos - Graduando em Enfermagem - UNISALESIANO
LINS - rogabriel_santos@hotmail.com
RESUMO
A determinação de um bom suporte assistencial na saúde publica faz com que a Enfermagem seja uma profissão indispensável, principalmente em determinados grupos onde o fator epidemiológico pode ser considerado de risco, sendo assim em gestantes a imunização é primordial, e o enfermeiro tem um papel muito importante de garantir a vacinação das mesmas cadastradas na sua área de atuação na atenção básica. O presente trabalho se trata de um estudo documental com uma análise descritiva e abordagem quantitativa, utilizando dados coletados no SisPreNatal e nos prontuários das gestantes, realizando os dados estáticos. Assim, pode evidenciar através de dados estatísticos conhecer a real cobertura vacinal em gestantes a partir de vigésima semana de gestação intensificando se necessário, as ações para melhorar a adesão vacinal das mesmas á imunização através da vacina dTpa, reduzindo os riscos ao recém nascido de contrair coqueluche nos primeiros meses de vida. O trabalho se orientou pela seguinte pergunta problema: A adesão das gestantes a partir da 20ª semana à vacina dTpa, é satisfatória em um município no centro oeste paulista? A principal finalidade deste trabalho foi de coletar dados referentes a quantidade de gestantes a partir 20ª semana gestacional e verificar quantas vacinas dtpa foram realizadas neste grupo e assim mensurar através da razão destas grandezas resultados que pode mostrar a real cobertura de gestantes imunizadas. Neste sentido, a pesquisa ocorreu nas Unidades Básicas de Saúde deste município, demonstrando assim a relevância irrefutável deste trabalho, pois dados estatísticos publicados pelo ministério da saúde e na literatura demonstra pouca adesão pelas gestantes a vacina dTpa. Porém esse processo pode se tornar desafiador ao profissional da atenção básica, pois existem metas preconizadas pelo Ministério da Saúde.
Metodologicamente, este trabalho vem ser um indicador da real porcentagem de gestantes imunizadas neste município.
Palavras chave: Gestantes, Imunização, Vacina dTpa, Atenção Básica, Vigilância Epidemiológica.
ABSTRACT
The determination of good care support in public health makes Nursing an indispensable profession, especially in certain groups where the epidemiological factor can be considered risky, so in pregnant women, immunization is paramount, and the nurse plays a very important role. important to ensure vaccination of the same enrollees in their area of action in basic care. The present work is a documentary study with a descriptive analysis and quantitative approach, using data collected in the SisPreNatal and in the records of the pregnant women, performing the static data. Thus, it can show through statistical data the actual vaccination coverage in pregnant women from the twentieth week of gestation, intensifying, if necessary, the actions to improve immunization adhesion to immunization through the dTpa vaccine, reducing the risks to the newborn from contracting whooping cough in the first months of life. The study was guided by the following question: Is the adherence of pregnant women from the 20th week to the dTpa vaccine satisfactory in a municipality in the central west of São Paulo? The main purpose of this work was to collect data regarding the number of pregnant women from the 20th gestational week and to verify how many dtpa vaccines were performed in this group and thus measured through the ratio of these results that can show the actual coverage of immunized pregnant women. In this sense, the research was conducted in the Basic Health Units of this municipality, thus demonstrating the irrefutable relevance of this work, since statistical data published by the Ministry of Health and in the literature shows little adherence by the pregnant women to the dTpa vaccine. However, this process can become challenging to the primary health care provider because there are goals recommended by the Ministry of Health. Methodologically, this work is an indicator of the real percentage of pregnant women immunized in this municipality.
Keywords: Pregnant women, Immunization, dTpa vaccine, basic care, Epidemiological surveillance.
INTRODUÇÃO
Algumas vacinas são de grande importância na gestação, todos os
profissionais da saúde ligados a área da obstetrícia sabem disso, porém muitos
não tem reforçado a necessidade de imunização para as mulheres grávidas.
Existem vacinas que estão disponíveis nos postos de saúde gratuitamente: a
vacina influenza, vacina dTpa e vacina hepatite B.
Neste trabalho o enfoque será na vacina dTpa (tríplice bacteriana
acelular do adulto) onde indícios epidemiológicos refletem baixa adesão pelas
gestantes. A vacina dTpa tem o objetivo específico na gestação de proteger
contra tétano neonatal e coqueluche no recém-nascido. A preocupação com a
coqueluche é decorrente do aumento dos casos em lactentes jovens (em idade
pré-vacinação) com alta taxa de letalidade em todo o mundo. (BRASIL, 2015)
Para Mota e Cunha (2012), a coqueluche continua sendo causa
importante de morbidade e mortalidade em todo o mundo, apesar das
realizações de diversas estratégia com intuito de prevenir a doença no recém
nascido, especialmente nos menores de 6 meses de vida, quando seu sistema
imunológico não está completamente desenvolvido.
A coqueluche é uma doença infectocontagiosa de origem respiratória,
altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, acometendo
na maioria das vezes lactentes com pouco tempo de vida, com alto grau de
gravidade, adultos e adolescentes costumam ser o maior reservatório natural
da bactéria.(MOTA e CUNHA, 2012)
"Cada vez mais deve-se buscar o diagnóstico precoce, o controle de
contactantes com profilaxia e a vacinação das populações atualmente não
vacinadas ou pouco vacinadas (adolescentes, adultos e gestantes)". (MOTA e
CUNHA, p.43, 2012)
Para Brasil (2015), mesmo após vários anos de utilização da vacina, a
doença ainda representa um grande problema de saúde pública em variados
países do mundo. Algumas pesquisas realizadas estimam que essa doença
afeta de 20 milhões a 40 milhões de indivíduos em todo o mundo provocando
de 200 mil a 400 mil mortes por ano.
A mortalidade e morbidade relacionadas à coqueluche ainda continuam
atingindo especialmente lactentes jovens, em que se pense na mudança do
perfil epidemiológico da doença, na maioria dos casos detectados
recentemente em adolescentes e adultos jovens.
Com a implementação da vacina dTpa para gestantes, em 2014, espera-
se reduzir a incidência de casos e de óbitos nos menores de 1 ano,
especialmente nos menores de 6 meses. Ressalta se que os anticorpos
produzidos pela mãe após vacinação com a dTpa conferem imunidade
protetora até a criança receber a primeira dose de vacina, aos 2 meses de
idade. (BRASIL, p. 7, 2015)
Kfour e Richtmann (2016) diz que, a perda da imunidade conferida pela
vacina e a não ocorrência de reforços naturais são os principais fatores
associados ao ressurgimento da doença, com maior reincidência em
adolescentes e adultos, com quadro clínico leve, e com isso possibilitando uma
possível infecção intradomiciliar para lactentes jovens que ainda não atingiu um
completo desenvolvimento de seu sistema imunológico, tornado o assim, mais
suscetível a doença, e com isso contribuindo para um aumento significativo nas
hospitalizações e óbitos.
Diante disso, entende-se que a imunização de gestantes e puérperas é
importante, no que tange preservar saúde do neonato e diminuir os índices de
contaminação.
A presente pesquisa dissertará sobre adesão das gestantes à imunização
com dTpa em um município do centro oeste paulista, sendo o mesmo tido
como um desafio à vigilância epidemiológica, tendo como objetivo angariar a
quantidade de vacina dTpa dadas em gestantes através dos prontuário das
mesmas a partir da vigésima semana cadastradas no sistema de informação
de pré-natal (SisPreNatal), demonstrando através de uma base de dados,
valores que demonstrem a real porcentagem de gestantes vacinadas neste
município.
Para tanto, realizar-se-á uma análise documental dos dados angariados
no SisPreNatal e nos prontuários das gestantes, realizando os dados estáticos,
no mês de novembro de 2017.
Para verificar a veracidade dos pressupostos surgiu a seguinte pergunta
problema: A adesão das gestantes a partir da 20ª semana à vacina dTpa, é
satisfatória em um município no centro oeste paulista? Em resposta ao
questionamento levantou-se a hipótese que tem por finalidade última nortear o
trabalho: Acredita se que a adesão à vacinação contra difteria, tétano e
coqueluche nas gestantes a partir da 20ª semana não é regular, em virtude da
deficiência de orientação sobre a necessidade de imunização passiva através
da vacina.
VACINA TRÍPLICE BACTERIANA ACELULAR DO TIPO ADULTO (dTpa) NAS GESTANTES
De acordo São Paulo (2010) e Brasil (2011), a vacina é a melhor forma
de prevenir difteria, tétano e coqueluche gestacional
Trata-se de vacina inativada, portanto, não tem como causar a doença.
Contém os toxóides diftérico e tetânico (derivados das toxinas produzidas pelas
bactérias causadoras das doenças), e componentes da cápsula da bactéria da
coqueluche (Bordetella pertussis), sal de alumínio como adjuvante,
fenoxietanol, cloreto de sódio e água para injeção. (SÃO PAULO, 2010)
A quantidade de toxóide diftérico e de componentes pertussis é menor
que na vacina infantil (dTpa).
É Indicada para reforço das vacinas dTpa ou dTpw em crianças a partir
de 3 anos de idade, adolescentes, adultos e gestantes. Todas as pessoas que
convivem com crianças menores de 2 anos, sobretudo bebês com menos de 1
ano, incluindo familiares, babás, cuidadores e profissionais da Saúde. (BRASIL,
2011)
Brasil (2011) salienta que, é contra indicada as pessoas que
apresentaram anafilaxia ou sintomas neurológicos causados por algum
componente da vacina ou após a administração de dose anterior.
À PESQUISA
Esta pesquisa de analise documental com abordagem quantitativa teve
como desígnio angariar dados do município pesquisado sobre a cobertura
vacinal em gestantes a partir de vigésima semana de gestação.
Para tanto foram obtidos informações diárias, dados angariados no
SisPreNatal e nos prontuários das gestantes.
Assim, almejou-se primeiramente, evidenciar por meio da execução
desta análise, conhecer a real cobertura vacinal em gestantes a partir de
vigésima semana de gestação.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Unisalesiano,
Protocolo nº 2.358.219 em 30/10/2017, foi efetivado tal estudo nas Unidades
Básicas de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira, Dr. Adalberto Ariano Crespo e
Dr. Nilton Nicolau Naufal, cidade de Lins-SP, 5 vezes por semana no período
vespertino das 13:00h ás 17:00h no mês de novembro de 2017 para
acompanhamento, familiarização e execução dos procedimentos atinentes a
esta, sob supervisão da Enfermeira e Docente de tal setor frente a execução da
pesquisa, cumprindo os princípios éticos de acordo com o Código de Ética da
Enfermagem e Pesquisa e da Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012.
PARTICIPANTES
Foram selecionados de forma não aleatória 97 gestantes, abrangendo
assim, apenas aquelas que obedecessem ao critério de inclusão o qual
determinava que os pacientes estivessem gestantes a partir de vinte semanas
de gestação e que realizem o pré-natal nas unidades básicas de saúde Dr.
Péricles da Silva Pereira, Dr. Adalberto Ariano Crespo e Dr. Nilton Nicolau
Naufal.
Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:
a) Instrumento de coleta desenvolvido pelos pesquisadores
b) Prontuário de gestantes.
c) SisPreNatal (Sistema de Acompanhamento da Gestante).
Os dados foram adquiridos em três unidades básicas de saúde do
município estudado, através da analise dos documentos existentes nos
prontuários das gestantes onde foi coletado a idade gestacional e a situação
vacinal, além de uma minuciosa coleta de dados no SisPreNatal onde se
comprova a situação cadastral das mesmas.
Em seguida, através dos dados obtidos devidamente anotados no
instrumento de coleta foi organizada as informações de acordo com as
características da população estudada tais como idade, período gestacional e
adesão a vacina dTpa entre outros.
Apos obtenção destes dados realizou se assim a estatística desta
população estudada, denominando se assim a real cobertura vacinal das
gestantes deste município.
ANÁLISE DE DADOS
A seguir serão explicitados através de tabelas e gráficos, valores obtidos
durante as coletas e as informações propostos para execução da pesquisa em
questão.
Tabela 1 - Demonstra os valores de acordo com a adesão da vacina dTpa em
97 gestantes que participaram da pesquisa.
Gestantes %Imunizadas 38 39
Não imunizadas 59 61 Fonte: elaborada pelos autores, 2017
Tabela 2 - Observa-se a distribuição das 97 gestantes, de acordo com a idade,
sendo um grupo menor ou igual a 18 anos e o outro maior de 18 anos em
relação a adesão da vacina dTpa com suas respectivas porcentagens.
Gestantes Gestantes< = 18 > 18Anos Anos
Imunizadas 8 308,25% 30,93%
Não imunizadas
2 572,06% 58,76%
Total 10 8710,31% 89,69%
Fonte: elaborada pelos autores, 2017Tabela 3 - Observa-se a distribuição das 97 gestantes, de acordo com o
número de gestação em relação a adesão da vacina dTpa com suas
respectivas porcentagens.
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ªGest. Gest. Gest. Gest. Gest. gest.
% % % % % %
Imunizadas 20 10 3 3 1 120,62% 10,31% 3,09% 3,09% 1,03% 1,03%
Não imunizadas
25 23 6 4 1 025,77% 23,71% 6,18% 4,12% 1,03% 0%
Total 45 33 9 7 2 146,39% 34,02% 9,28% 7,22% 2,06% 1,03%
Fonte: elaborada pelos autores, 2017
Gráfico 1 - Observa-se a distribuição das 38 gestantes imunizadas, destacando
a idade e número de gestação.
Fonte: elaborado pelos autores, 2017
Gráfico 2 - Observa-se a distribuição das 59 gestantes não imunizadas,
destacando a idade e número de gestação.
Gestante
s < =
18 an
os
Gestante
s > 18
anos
1ª Gesta
ção
2ª Gesta
ção
3ª Gesta
ção
4ª Gesta
ção
5ª Gesta
ção
6ª ge
staçã
o0
10
20
30
40
50
60
Núm
ero
de g
esta
ntes
Fonte: elaborado pelos autores, 2017
Os gráficos acima fazem uma relação entre gestantes de maior e menor
de idade e também ao número de gestação, observa se que a maior idade não
é um fator que predispõe a adesão a vacina, em contrapartida as gestantes
primigesta teve uma maior adesão a vacina comparada as gestantes
multigesta.
Gestante
s < =
18 an
os
Gestante
s > 18
anos
1ª Gesta
ção
2ª Gesta
ção
3ª Gesta
ção
4ª Gesta
ção
5ª Gesta
ção
6ª ge
staçã
o0
5
10
15
20
25
30
35
Núm
ero
de g
esta
ntes
Gráfico 3 - Observa-se a porcentagem de acordo com a distribuição das 38
gestantes imunizadas, destacando a idade e número de gestação.
Gestante
s < =
18
Gestante
s > 18
1ª Gesta
ção
2ª Gesta
ção
3ª Gesta
ção
4ª Gesta
ção
5ª Gesta
ção
6ª Gesta
ção
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
% Im
uniz
adas
Fonte: elaborado pelos autores, 2017
Gráfico 4 - Observa-se a porcentagem de acordo com a distribuição das 59 gestantes não imunizadas, destacando a idade e número de gestação.
Gestante
s < =
18
Gestante
s > 18
1ª Gesta
ção
2ª Gesta
ção
3ª Gesta
ção
4ª Gesta
ção
5ª Gesta
ção
6ª Gesta
ção
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
% N
ão im
uniz
adas
Fonte: elaborado pelos autores, 2017
Nos gráficos acima observa-se que das 97 participantes 10 são
adolescentes (Gráfico 1 e 2) , pode se destacar que as gestantes com idade
menor ou igual a 18 anos vacinadas é de 8,25% (8) (Gráfico 3 e 1) sendo que
das mesmas 2,06% (2) (Gráfico 4 e 2) não aderiram a vacina, onde pode se
concluir que a gravidez na adolescência ou a imaturidade não seria um fator de
grande relevância no contexto da adesão a vacina dTpa neste município
estudado. Outro ponto a se destacar é que 89,69% (87) (Tabela 2) das
gestantes estudadas são maiores de idade onde somente 30,93% (30) (Tabela
2) aderiram a vacina, dando um alicerce para a questão da falta de informação
a gestante dos profissionais da saúde sobre os riscos que difteria, tétano e a
coqueluche trazem ao recém-nascido, principalmente nos primeiros seis meses
de vida onde seu sistema imunológico não está complemente desenvolvido.
Os dados apresentados nas tabelas e gráficos referentes à análise das
97 gestantes demonstram que 61% (59) não aderiram a vacina dTpa, sendo
que 2,06% (2) são menores de idade, 25,77% (25) são primigestas e 35,04%
(34) são multigesta. Destaca-se que somente 39% (38) aderiram a vacina
dTpa, sendo que 8,25% (8) são menores de idade, 20,62% (20) são
primigestas e 18,55% (18) são multigesta.
RESULTADO
Os dados apresentados nas tabelas e gráficos acima referente a análise das 97
gestantes demonstram que 61% (59) não aderiram e que somente 39% (38)
aderiram a vacina dTpa.
Fez se uma relação entre as gestantes maior e menor de idade e também ao
número de gestação, foi observado que a idade superior a 18 anos não é um
fator que predispõe a adesão a vacina, em contrapartida as gestantes
primigesta teve uma maior adesão a vacina comparada as gestantes
multigesta.
Das 97 participantes 10 são adolescentes, destaca que as
gestantes menores ou com dezoitos anos que aderiram a vacina perfizeram um
percentual de 8,25% (8) sendo que das mesmas 2,06% (2) não aderiram a
vacina, onde pode se concluir que a gravidez na adolescência ou a imaturidade
não seria um fator de grande relevância no contexto da adesão a vacina dTpa
neste município estudado. Outro ponto de destaque, é que 89,69% (87) das
gestantes estudadas são maiores de idade onde somente 30,93% (30)
aderiram a vacina, reforçando a hipótese da falta de informação a gestante
pelos profissionais da saúde sobre os riscos que difteria, tétano e a coqueluche
trazem ao recém-nascido, principalmente nos primeiros seis meses de vida
onde seu sistema imunológico não está complemente desenvolvido.
Os dados apresentados nas tabelas e gráficos referentes à análise das 97
gestantes demonstram que 61% (59) (Tabela 1) não aderiram a vacina dTpa,
sendo que 2,06% (2) (Tabela 2) são menores de idade, 25,77% (25) (Tabela 3)
são primigestas e 35,04% (34) (Tabela 3) são multigesta. Destaca-se que
somente 39% (38) (Tabela 1) aderiram a vacina dTpa, sendo que 8,25% (8)
(Tabela 2) são menores de idade, 20,62% (20) (Tabela 3) são primigesta e
18,55% (18) (Tabela 3) são multigesta.
No geral podemos concluir que das 97 gestantes somente 38 (Tabela
1)foram imunizadas um déficit de 61% (Tabela 1) na cobertura e adesão a
vacina dTpa neste município estudado.
DISCUSSÃO
Para Brasil (2015) o programa nacional de imunização preconiza a
imunização de 100% das mulheres em idade gestacional para a erradicação do
tétano neonatal. O Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde
recomenda quatro vacinas no período da gravidez: a dupla adulto (difteria e
tétano - dT); difteria, tétano e coqueluche (dTpa); a hepatite B e influenza.
Em nosso estudo somente 39% (Tabela 1) das gestantes aderiram a
vacina dTpa sendo este número um fator de grande preocupação as políticas
preventivas de saúde pública deste município estudado.
Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
FEBRASGO (2015), a dTpa (tríplice bacteriana acelular do adulto) tem o
objetivo específico na gestação de proteger contra tétano neonatal e
coqueluche no recém-nascido. A preocupação com a coqueluche é decorrente
do aumento dos casos em lactentes jovens (em idade pré-vacinação) com alta
taxa de letalidade em todo o mundo.
Foi observado durante a coleta dos dados que algumas gestantes
estavam iniciando o esquema de vacinação tardiamente e sem referência de
vacinação anterior quando eram de segunda ou mais gestações. A não
importância desse ato que é tão fundamental para o cuidado materno-infantil,
demonstra, ainda mais a importância de se analisar a adesão das gestantes à
vacinação para o município.
FEBRASGO (2015) salienta que, os principais objetivos da vacinação na
gestante, são a proteção da mulher grávida, livrando-a das doenças e
complicações da gestação, e a proteção do feto, recém-nascido, e/ou lactente,
favorecendo a formação de anticorpos para que possa resistir às infecções,
devido à baixa resistência do sistema imunológico. Os clínicos gerais, obstetras
e enfermeiros estão habilitados para rever o estado de imunização e
recomendar estratégias de vacinação para gestantes não imunizadas ou com
atraso vacinal.
A falta de informação pelos profissionais da saúde é o maior fator da não
adesão a vacina pelas gestantes, através dos dados obtidos na pesquisa, a
relação entre as gestantes maior e menor de idade e também ao número de
gestação, foi observado que a maior idade não é um fator que predispõe a
adesão a vacina, em contrapartida as gestantes primigesta teve uma maior
adesão a vacina comparada as gestantes multigesta. Das 97 participantes 10
(Tabela 2) são adolescentes, destaca que as gestantes menores ou com
dezoitos anos teve uma adesão a vacina de 8,25% (8) (Tabela 2) sendo que
das mesmas 2,06% (2) (Tabela 2) não aderiram a vacina, onde pode se
concluir que a gravidez na adolescência ou a imaturidade não seria um fator de
grande relevância no contexto da adesão a vacina dTpa neste município
estudado. Outro ponto de destaque, é que 89,69% (87) (Tabela 2) das
gestantes estudadas são maiores de idade onde somente 30,93% (30) (Tabela
2) aderiram a vacina, reforçando a hipótese da falta de informação a gestante
pelos profissionais da saúde
Kfour e Richtmann (2016); em seu trabalho estudou qual o
conhecimento das mães sobre vacinação materna contra pertussis e influenza,
a conclusão destes autores foi que é grande o desconhecimento de puérperas
sobre a idade em que a coqueluche se manifesta e que pode ser prevenida,
porém existe o interesse dessa população em se vacinar com vistas à proteção
sua e do recém-nascido.
Ainda Kfour e Richtmann (2016) salienta que, os dados observados em
seu estudo demonstram a importância de uma adequada orientação sobre a
vacinação de gestantes contra a coqueluche e que a cobertura das gestantes
contra influenza tende a cair com o passar do tempo pós-pandemia.
No presente estudo um dos objetivos foi de agregar informações para
que posteriormente ao estudo, o município estudado possa pensar em
estratégias que maximizem a linha de cuidado com a gestante, intensificando
campanhas e ações informativas sobre a importância da vacina dTpa.
Melhorando assim o índice de adesão a vacina dTpa pelas gestantes no
município.
Segundo Krebs e Cunha (2009) o profissional é orientado a avaliar a
história vacinal de mulheres gestantes puérperas através dos registros na
carteira de vacinação e no sistema de informação utilizado pela unidade de
saúde (prontuários e registros de vacinas), pois caso já tenha completado não
necessitará fazê-la novamente ou caso apresente atraso, independentemente
do período de uma vacina, não é necessário reiniciar os esquemas vacinais,
somente completá-los seguindo as normas técnicas específicas para cada
imunobiológico e apenas registros escritos e com data devem ser aceitos como
evidência de vacinação.
Observou-se que a abordagem da importância de se fazer esta ação
preventiva não está sendo preconizada, a falta de registros vacinais, as
desconexões das informações, a falta da recomendação quanto à vacinação
são os maiores motivos para não adesão da gestante, pois elas se apegam a
insegurança e o medo de que a imunização possa de alguma forma
interromper ou fazer do momento tão singular algum dano a saúde do bebê em
formação.
Com isso o profissional de saúde, principalmente o enfermeiro, precisa
estar preparado para receber a gestante fornecendo assistência humanizada,
de qualidade e completa, fornecendo confiança e adotando assim uma
educação em saúde, para com que a gestante tenha conhecimento sobre o
que será abordado e para que servirá os cuidados adotados no período
gravídico.
Rocha (2016), em seu estudo salienta a importância da imunização entre
as ações preconizadas no pré-natal, que decorre da possibilidade de proteger a
mãe e o concepto contra determinadas doenças reconhecidamente prejudiciais
a ambos. O objetivo de seu estudo foi avaliar a cobertura vacinal de puérperas
cujos partos ocorreram no primeiro semestre de 2012.
Neste estudo almejou-se primeiramente, evidenciar por meio da
execução desta análise, conhecer a real cobertura vacinal em gestantes a
partir de vigésima semana de gestação.
Os resultados demonstram que 61% (Tabela 1) não aderiram e que
somente 39% (Tabela 1) aderiram a vacina dTpa, podendo concluir que das 97
gestantes somente 38 (Tabela 1) foram imunizadas um déficit de 61% (Tabela
1) na cobertura e adesão a vacina dTpa neste município estudado.
Os resultados deste estudo se contrapõe ao de Rocha (2016), que
demonstra em seu estudo, uma adesão maior pelas gestantes no município de
Botucatu/SP, com uma cobertura vacinal de 68,4% resultando em um déficit de
31,6%.
Através de resultados vistos na literatura como o de Rocha (2016), em
nessa pesquisa foi pressuposto uma intensificação nas ações para melhorar a
adesão vacinal das gestantes à imunização através da vacina dTpa, reduzindo
os riscos ao recém-nascido de contrair coqueluche nos primeiros meses de
vida.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Através dos dados e respostas levantados nesta pesquisa pode se dizer
que o município deve realizar ações educativas, implantando a linha de
cuidado da gestante, para que o mesmo seja integral.
Diante disso, entende-se que a imunização de gestantes é importante,
no que tange preservar saúde do neonato e diminuir os índices de
contaminação.
CONCLUSÃO
Trata-se de uma importante pesquisa para o município visto a
necessidade de se conhecer a real cobertura vacinal em gestantes a partir de
vigésima semana de gestação intensificando, se necessário, as ações para
melhorar a adesão vacinal das mesmas à imunização através da vacina dTpa,
reduzindo os riscos ao recém-nascido de contrair coqueluche nos primeiros
meses de vida.
A pesquisa foi baseada através da seguinte pergunta problema: A
adesão das gestantes a partir da 20ª semana à vacina dTpa, é satisfatória em
um município no centro oeste paulista?
Após uma detalhada análise documental é possível concluir que a
adesão à vacinação contra difteria, tétano e coqueluche nas gestantes a partir
da 20ª semana não é regular, em virtude da deficiência de orientação sobre a
necessidade de imunização passiva através da vacina.
A falta de informação e ou deficiência do profissional em passar ou até
mesmo reforçar com as gestantes acerca da importância e os riscos que
difteria, tétano e a coqueluche trazem ao recém-nascido, principalmente nos
primeiros seis meses de vida, é um fator relevante na decisão pelas gestantes
em aderir a vacina dTpa.
Pode se afirmar o que foi citado acima, através dos dados obtidos na
pesquisa, onde a relação entre as gestantes de faixas etárias inferiores e
superiores a 18 anos e também ao número de gestação observado, foi que a
maior idade não é um fator que predispõe a adesão a vacina, em contrapartida
as gestantes primigestas aderiram com maior frequência a vacina quando
comparada as gestantes multigesta.
Das 97 participantes da pesquisa 10 (Tabela 2) são adolescentes, onde
é possível destacar que das gestantes com faixa etária inferior à 18 anos
8,25% (8) (Tabela 2) apresentaram adesão a vacina, sendo que das mesmas
2,06% (2) (Tabela 2) não aderiram a vacina, onde pode se concluir que a
gravidez na adolescência ou a imaturidade não seria um fator de grande
relevância no contexto da adesão a vacina dTpa neste município estudado.
Outro ponto de destaque, é que 89,69% (87) (Tabela 2) das gestantes
estudadas que apresentaram faixa etária superior a 18 anos, somente 30,93%
(30) (Tabela 2) aderiram a vacina, reforçando a hipótese da falta de informação
a gestante pelos profissionais da saúde.
Um ponto observado ao analisar os prontuários foi a falta de controle
das equipes que atuam na atenção básica acerca da imunização das
gestantes, prontuários incompletos em relação aos dados da sala de vacina e a
falta de informações no SisPreNatal.
Após constatação da reduzida cobertura vacinal foi possível verificar a
deficiência nas anotações dos dados que alimentam o SisPreNatal, visto que
poucas unidades básicas de saúde realizam adequadamente os lançamentos
no referido sistema.
Os dados apresentados nas tabelas e gráficos desta pesquisa traz uma
análise das 97 gestantes, demonstrando que 61% (59) (Tabela 1) não aderiram
e que somente 39% (38) (Tabela 1) aderiram a vacina dTpa. No geral podemos
concluir que das 97 gestantes somente 38 foram imunizadas, apresentam
déficit de 61% na cobertura e adesão a vacina dTpa neste município estudado.
Os objetivos da pesquisa foram alcançados com êxito ponderando a
extrema necessidade do município realizar ações educativas, implantando a
linha de cuidado da gestante, para que o mesmo seja integral.
Destaca-se que não fora objetivo desta levantar críticas ou afins do
município estudado, porém agregar informações que possam maximizar a linha
de cuidado com a gestante, intensificando campanhas e ações informativas
sobre a importância da vacina dTpa.
REFERÊNCIAS
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