alterações nas características limnológicas e na...

135
i Carla de Fátima Valadares Alterações nas Características Limnológicas e na Comunidade Zooplanctônica do Rio Araguari (MG) em Função das obras hidráulicas da UHE Capim Branco I. Belo Horizonte Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais 2007 Dissertação apresentada ao Curso de Ecologia, Conservação e Manejo da Silvestre da Universidade Federal de Minas Gerais, como um dos requisitos à obtenção do título de Mestre em Ecologia. Orientadora: Profa. Dra. Paulina Maria Maia-Barbosa

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i

Carla de Fátima Valadares

Alterações nas Características

Limnológicas e na Comunidade

Zooplanctônica do Rio Araguari (MG) em

Função das obras hidráulicas da UHE

Capim Branco I.

Belo Horizonte Instituto de Ciências Biológicas

Universidade Federal de Minas Gerais

2007

Dissertação apresentada ao Curso de Ecologia,

Conservação e Manejo da Silvestre da Universidade

Federal de Minas Gerais, como um dos requisitos à

obtenção do título de Mestre em Ecologia.

Orientadora: Profa. Dra. Paulina Maria Maia-Barbosa

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ii

É ocioso pensar sobre o justo e o injusto, o certo e o errado e os feitos passados.

O útil é analisar, e se possível extrair uma lição para o futuro.

Gandhi

Dedico esta vitória à minha família.

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iii

Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus por sempre guiar meus caminhos

e estar presente em cada minuto de minha vida;

Aos meus queridos pais, pelo apoio incondicional em todas as horas, por me

incentivarem e por todo orgulho que sentem de mim.

Aos meus amigos (de todas as épocas) por compreenderem as causas do meu

sumiço.

Ao consórcio Capim Branco de Energia (CCBE) por financiar este projeto.

Aos amigos, Taynã e Juliana do laboratório de ecologia de Bentos, pela ajuda

indispensável no campo.

Ao Sr. Nelson, barqueiro, que sem sua dedicação nosso trabalho de campo teria

sido mais difícil.

À Simone Braz pela ajuda com as análises dos nutrientes. À Gabi, Atenágoras e

Luciana Brandão, companheiros de projeto, pela amizade, companheirismo e

competência. Sem vocês não seria possível realizar esse trabalho.

À toda equipe dos laboratórios de Ecologia do Zooplâncton e de Ecologia de

Processos e Qualidade de Água, pelas sugestões, amizade e paciência.

Especialmente as “meninas” Sofia, Luciana Gomes, Luciana Brandão, Akemi,

Alice e Gabi pelo companheirismo, amizade e incentivo.

À Rosinha pela ajuda fundamental com a identificação das espécies.

À Prof. Dra.Paulina Maria Maia-Barbosa, pela orientação, incentivo e paciência

durante todos estes anos.

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iv

Sumário

Lista de Tabelas................................................................................................................ 1

Lista de Figuras ................................................................................................................ 3

RESUMO ............................................................................................................................ 7

ABSTRACT......................................................................................................................... 8

1- Introdução .................................................................................................................... 9

2 – Hipóteses .................................................................................................................. 14

3 - Objetivos ................................................................................................................... 15

3.1 - Objetivo Geral .................................................................................................... 15

3.2 - Objetivos específicos.......................................................................................... 15

4 - Área de Estudos......................................................................................................... 16

4.1 - A Bacia do Rio Araguari.................................................................................... 16

4.2 - Bacia de captação da UHE Capim Branco I ...................................................... 18

4.3 - UHE de Capim Branco I e o Trecho de Vazão Reduzida (TVR) ...................... 19

5 - Material e Métodos ................................................................................................... 22

5.1 - Amostragens....................................................................................................... 22

5.2 - Variáveis ambientais .......................................................................................... 27

5.3 - Nutrientes ........................................................................................................... 27

5.4 - Zooplâncton........................................................................................................ 28

5.5 - Tratamento dos Dados........................................................................................ 29

6 - Resultados ................................................................................................................. 31

6.1 - Variáveis Físicas e Químicas ............................................................................. 31

6.1.1 - Antes do fechamento da barragem (2005) .................................................. 31

6.1.2 - Após o fechamento da barragem (2006) ..................................................... 34

6.2 - Grau de trofia antes e após a formação do reservatório ..................................... 39

6.3 - Comunidade Zooplanctônica ............................................................................. 40

6.3.1 - Riqueza da comunidade zooplanctônica ..................................................... 40

6.3.2 - Densidade da comunidade zooplanctônica ................................................. 43

6.3.3 - Diversidade e similaridade.......................................................................... 51

6.3.4 - Ordenamento das espécies abundantes ....................................................... 58

6.4 - Influência da matriz abiótica sobre a comunidade zooplanctônica e Interações

entre as comunidades planctônicas............................................................................. 61

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7 - Discussão................................................................................................................... 63

7.1 - Variáveis ambientais antes do fechamento da barragem ................................... 63

7.2 - Variáveis ambientais após o fechamento da barragem ...................................... 66

7.3 - Grau de Trofia .................................................................................................... 69

7.4 - Comunidade zooplanctônica .............................................................................. 70

7.4.1 - Riqueza de espécies..................................................................................... 70

7.4.2 - Densidade zooplanctônica antes do barramento ......................................... 74

7.4.3 - Densidade zooplanctônica após o fechamento da barragem....................... 77

7.4.4 - O TVR e Ponto Jusante do lago .................................................................. 79

7.4.5 - Diversidade e similaridade.......................................................................... 81

7.4.6 - Representatividade das espécies.................................................................. 83

7.5 - Influência da matriz abiótica sobre a comunidade zooplanctônica e Interações

entre as comunidades planctônicas............................................................................. 85

8 - Conclusões ................................................................................................................ 88

9 - Consideração Final.................................................................................................... 90

10 - Referências.............................................................................................................. 91

11 - Anexos................................................................................................................... 102

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1

Lista de Tabelas

Tabela 1: Coordenadas geográficas das estações de amostragem no rio Araguari (UHE Capim Branco I)........................................................... 23

Tabela 2: Variáveis abióticas medidas ao longo do trecho de vazão reduzida (TVR), à montante e jusante da barragem Capim Branco I (rio Araguari), em julho e outubro de 2005............................ 31

Tabela 3: Variáveis abióticas medidas no ponto montante (lago), no trecho de vazão reduzida (TVR) e no ponto jusante da barragem Capim Branco I (rio Araguari), em junho de 2006. .............. 34

Tabela 4: Número total de taxa dos principais grupos zooplanctônicos, identificados no rio Araguari (área de influência da UHE de Capim Branco I) em cada período amostrado. ...................................... 40

Tabela 5: Número total de taxa dos principais grupos zooplanctônicos nos pontos amostrados no rio Araguari (trecho da UHE Capim Branco I) em cada período amostrado. ...................................... 43

Tabela 6: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits/ind), para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari, nos pontos amostrados em 2005............................................................ 51

Tabela 7: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits/ind), para os grupos zooplanctônicos do rio Araguari, nos pontos amostrados em de 2005.............................................................. 52

Tabela 8: Índice de similaridade de Sorensen, para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari, nos pontos amostrados em julho de 2005. ........................................................................................53

Tabela 9: Índice de similaridade de Sorensen, para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari, nos pontos amostrados em julho de 2005. ........................................................................................53

Tabela 10: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits/ind), para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari - área de influencia da UHE Capim Branco I em junho de 2006. ...................................................................................................... 55

Tabela 11: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits), para os grupos zooplanctônicos do rio Araguari - área de influência da UHE Capim Branco I em junho de 2006.................... 56

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Tabela 12: Índice de similaridade de Sorensen, para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari - área de influência da UHE Capim Branco I em junho de 2006........................................................ 57

Tabela 13: Correlação de Spearman entre principais grupos zooplanctônicos e os parâmetros ambientais a as classes fitoplanctônicas do rio Araguari, nos períodos amostrados. ................. 61

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Lista de Figuras

Figura 1: Localização da Bacia do Rio Araguari. Fonte: Brito &

Rosa 2003 .............................................................................................. 17

Figura 2: Rio Araguari (A: modificado de Rodrigues 2002) e

esquema da configuração da UHE Capim Branco I e do seu

trecho de vazão reduzida (B: modificado de CCBE 2007). .................. 20

Figura 3: Localização dos pontos amostrados..................................................... 24

Figura 4: Pontos de amostragem no rio Araguari (UHE Capim

Branco I - TVR, montante e jusante), antes do fechamento

da barragem. ..........................................................................................25

Figura 5: Pontos de amostragem no rio Araguari (UHE Capim

Branco I - TVR, montante e jusante) em junho de 2006,

após o fechamento da barragem. ........................................................... 26

Figura 6: Amostragem qualitativa (A) e quantitativa (B) da

comunidade zooplanctônica no rio Araguari (trecho da UHE

Capim Branco I) durante 2005/2006. .................................................... 28

Figura 7:Variação das médias das concentrações de nutrientes ao

longo do trecho de influencia da UHE Capim Branco I (rio

Araguari, MG), em julho e outubro de 2005. A: fósforo total

(P-tot); B: ortofosfato (PO4); C: nitrogênio total (N-tot); D:

amônio (NH4); E: nitrato (NO3); F: nitrito (NO2) e G:

clorofila a............................................................................................... 33

Figura 8: Perfis das variáveis abióticas e das concentrações de

nutrientes no lago da UHE Capim Branco I, formado após o

barramento do Rio Araguari em junho de 2006. A:

temperatura e oxigênio dissolvido; B: fósforo total (P-tot) e

ortofosfato (PO4); C: nitrogênio total (N-tot); D: amônio

(NH4), nitrito (NO2) e nitrato (NO3) e clorofila a.................................. 36

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Figura 9:Variação das concentrações de nutrientes e de clorofila a ao

longo do trecho de influencia da UHE Capim Branco I, em

julho de 2005 (médias) e junho de 2006. A: fósforo total (P-

tot); B: ortofosfato (PO4); C: nitrogênio total (N-tot); D:

amônio (NH4); E: nitrito (NO2); F: nitrato (NO3) e G:

clorofila a............................................................................................... 38

Figura 10: Grau de trofia (índice de Salas & Martino, 1991) das

águas do rio Araguari nos pontos amostrados em julho e

outubro de 2005. .................................................................................... 39

Figura 11: Grau de trofia das águas do rio Araguari no nos pontos

amostrados em junho de 2006. .............................................................. 40

Figura 12: Distribuição da densidade total (média das margens) da

comunidade zooplanctônica na área de influência da UHE

Capim Branco I (rio Araguari, MG) em 2005....................................... 44

Figura 13: Distribuição da densidade dos principais grupos

zooplanctônicos na área de influência da UHE Capim

Branco I (rio Araguari, MG) em julho 2005. ........................................ 45

Figura 14: Distribuição da densidade dos principais grupos

zooplanctônicos na área de influência da UHE Capim

Branco I (rio Araguari, MG) em outubro de 2005. ............................... 45

Figura 15: Abundância relativa dos principais grupos

zooplanctônicos identificados na área de influência da UHE

Capim Branco I (rio Araguari, MG) em de 2005. ................................. 46

Figura 16: Distribuição da densidade da comunidade zooplanctônica

no rio Araguari – área de influência da UHE de Capim

Branco I em julho de 2005 e junho de 2006.......................................... 47

Figura 17: Distribuição vertical dos principais grupos da

comunidade zooplanctônica no lago formado após o

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barramento do rio Araguari (UHE de Capim Branco I) em

junho de 2006. ....................................................................................... 48

Figura 18: Abundância relativa dos principais grupos

zooplanctônicos identificados no lago formado após o

barramento do rio Araguari (UHE de Capim Branco I), em

junho de 2005. ....................................................................................... 48

Figura 19: Distribuição dos principais grupos da comunidade

zooplanctônica no rio Araguari – área de influência da UHE

de Capim Branco I em junho de 2006. .................................................. 49

Figura 20: Abundância relativa dos grupos zooplanctônicos

amostrados no rio Araguari – na área de influencia da UHE

Capim Branco I em junho de 2006........................................................ 50

Figura 21: Distância Euclidiana obtida para a comunidade

zooplanctônica de diferentes pontos amostrados no rio

Araguari – área de influência UHE de Capim Branco I em

julho de 2005. ........................................................................................54

Figura 22: Distância Euclidiana obtida para a comunidade

zooplanctônica de diferentes pontos amostrados no rio

Araguari – área de influência UHE de Capim Branco I em

outubro de 2005. .................................................................................... 55

Figura 23: Distância Euclidiana obtida para a comunidade

zooplanctônica de diferentes pontos amostrados no rio

Araguari - área de influência da UHE Capim Branco I em

junho de 2006. ....................................................................................... 57

Figura 24: Distância Euclidiana obtida para a comunidade

zooplanctônica nos diferentes períodos amostrados no rio

Araguari, antes e após o fechamento da barragem de Capim

Branco I. ................................................................................................ 58

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6

Figura 25: Abundância relativa das espécies mais representativas

(médias dos pontos) no rio Araguari – área de influência da

UHE de Capim Branco I em 2005......................................................... 59

Figura 26: Abundância relativa das espécies mais representativas no

rio Araguari – área de influência da UHE de Capim Branco

I, em junho de 2006. .............................................................................. 60

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7

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da implantação da Usina

Hidrelétrica de Capim Branco I, e conseqüente redução da vazão em um trecho

do rio Araguari, sobre a composição e estrutura da comunidade zooplanctônica

nos períodos de seca e chuva de 2005 e seca de 2006, além de alterações na

qualidade da água. O trecho de vazão reduzida (TVR) da hidrelétrica de Capim

Branco I foi proposto visando um melhor aproveitamento do desnível do terreno

e da morfologia do rio Araguari (MG), que neste trecho possui uma longa curva.

A casa de força localiza-se no final desta curva e recebe água através de um túnel

de adução, compreendido entre o eixo da barragem e a casa de força. Neste

trecho, a vazão normal do rio (300 m³/s) foi reduzida para uma vazão sanitária de

7m³/s (TVR). As coletas foram realizadas antes (julho e outubro de 2005) e após

a formação do reservatório (junho de 2006). Antes e após o fechamento da

barragem as águas do rio mostraram-se bem oxigenadas e ultra-oligotóficas.

Após a formação do reservatório observou-se um aumento nas concentrações de

nutrientes da série nitrogenada, principalmente do íon amônio, em todos os

pontos estudados. A riqueza da comunidade zooplanctônica aumentou após a

formação do reservatório, sendo Rotifera o grupo com maior número de espécies.

A densidade da comunidade zooplanctônica foi baixa em todos os pontos

amostrados, exceto no lago onde a densidade foi cerca de 100 vezes maior que a

observada antes do barramento. Rotifera foi o grupo com maior densidade em

todos os períodos estudados, representando cerca de 50% da comunidade

zooplanctônica em julho, 33% em outubro e 41% em junho de 2006. A

diversidade de espécies do ambiente e a similaridade entre os pontos foram

elevadas em 2005, diminuindo após a formação do reservatório. A comunidade

zooplanctônica do ponto Montante, antes composta por organismos de maiores

taxas reprodutivas, foi substituída por uma comunidade composta por

organismos com baixas taxas reprodutivas, tais como os Cladocera e Copepoda.

A comunidade potamoplanctônica reestruturou-se em um curto trecho após a

represa. Fato que não justifica a contrução de barramentos com distâncias cada

vez menores entre si.

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8

ABSTRACT

This study had as objective to evaluate the effects of the instalation of the

Hydroelectric Power Plant Capim Branco I and the consequent decrease of the

Araguari River discharge on the composition and structure of zooplankton

community during the dry and rainy periods of 2005 and dry period of 2006,

together with the alterations of the water quality. The Stretch Reduced Outflow

(TVR) of this power plant was proposed aiming at a better use of terraine

declivity and the morphology of Araguari River which at this stretch posses a

long bend at the end of which lies the Power House. Along this stretch the

discharge (300 m³/s) was reduced to a sanitation discharge of 7m³/s. Samplings

were conducted before (July and October 2005) and after the impoundment (June

2006). Before and after the damming the waters were well oxygenated and

ultraoligotrophic. Howerver, after the formation of the reservoir it was observed

an increase of the concentrations of nutrients, particularly ammonium-nitrogen at

all sampling points. Zooplankton richness increased after damming with Rotifera

exhibiting the higher number of species. Zooplankton community density was

low at all the sampling points except at the lake where density was c. 100 times

higher than the one recorded before damming. Rotifera was the group exhibitin

the highest density in all the studied periods representing c 50% of the

zooplankton community in July, 33% in October and 41% in June 2006. Species

diversity and similarity between the sampled points were high in 2005 but they

had a decrease after damming. At the Montante sampled point, zooplankton

community in beginnig constituted by organisms with a high reprodutive taxes,

was substituted by a community with low reprodutive taxes organisms as

Cladocera and Copepoda. The Potamoplankton community reorganized itself in a

short strech after damming, but its not a justification for damming constructions

distances even shorter between themselves.

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9

1- Introdução

Os reservatórios são empreendimentos de grande importância econômica e

social. São utilizados para diversas atividades tais como: aqüicultura,

abastecimento rural e urbano, irrigação, recreação e geração de energia elétrica

(Silva 1998).

No Brasil, a construção de grandes reservatórios para produção de energia

elétrica foi incrementada a partir da década de 60, e atualmente, cerca de 90% da

energia do país provém destes empreendimentos (Sugunam 1997). Barragens e

outras obras hidráulicas são, portanto, essenciais para o desenvolvimento do país,

pelo seu potencial de produção de energia, e pela criação de inúmeras

possibilidades através de usos múltiplos destes ecossistemas construídos.

Apesar de sua importância, estas atividades são muito impactantes, e a

implantação desse tipo de empreendimento implica, necessariamente, na

transformação de um ambiente lótico em um ambiente intermediário (semi-

lêntico), interferindo nos componentes hidrológicos, climatológicos e biológicos

locais, podendo produzir ainda várias alterações sobre as comunidades aquáticas

e a qualidade da água. A partir da construção de um reservatório, a relação entre

o corpo d’água e o seu entorno é modificada, tanto a nível econômico e social,

quanto ao nível da biota aquática (Silva 1998; Renault & Santos 2002).

Uma das primeiras alterações decorrentes da construção de uma barragem é

o imediato aumento no tempo de residência da água do antigo ecossistema lótico.

Esta transformação inicial é a principal responsável por uma série de alterações

nas características limnológicas observadas nas áreas represadas e a jusante das

mesmas. A transformação na dinâmica da água e a alteração na profundidade,

propiciadas pelo represamento, são as principais determinantes das alterações das

características físicas, químicas e biológicas da água. São afetados fatores físicos,

como por exemplo, a incidência de luz e temperatura da água; químicos, como a

concentração de oxigênio dissolvido e de nutrientes, e biológicos como a

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10

densidade e distribuição das comunidades aquáticas na coluna d’água (Júlio Jr. et

al 1997; Thomaz et al 1997).

Estudos de qualidade de água são fundamentais para a identificação de

propostas de uso sustentável da água, sua biota e propostas de conservação. Tais

estudos são escassos em vários ecossistemas lóticos brasileiros e,

particularmente, em trechos abrigando obras hidráulicas, notadamente aqueles de

vazão reduzida. Ressalte-se que estes estudos são também essenciais para a

aprovação de grandes empreendimentos hidráulicos, principalmente quando

envolvem alterações na vazão de um rio para aproveitamento hídrico.

Tradicionalmente nos estudos de qualidade de água, maior atenção tem sido

dada ao monitoramento das características físicas e químicas da água,

principalmente pela facilidade e rapidez das medições. Entretanto, a manutenção

da biodiversidade é fundamental para a estabilidade dos ecossistemas, para a

continuidade dos “serviços” proporcionados por eles e para a manutenção dos

ciclos (Tundisi & Matsumura-Tundisi 2003).

A flora e fauna presentes em um rio normalmente são influenciadas pela

qualidade da água do ecossistema e pelo ambiente físico do rio, sendo, portanto a

qualidade do habitat um dos fatores mais importantes na determinação e

estabelecimento das comunidades aquáticas.

Habitats de água doce têm demonstrado as maiores taxas de perdas de

biodiversidade. Estima-se que 33% das espécies de peixes de água doce de todo

o mundo estão ameaçadas de extinção (McAllister et al 2001). Nos Estados

Unidos fontes não pontuais de poluição são consideradas como a principal

ameaça à saúde dos ecossistemas de água doce, e cerca de 50% dos rios

caracterizados como possuindo “águas de boa qualidade” pela Environmental

Protection Agency (EPA) perderam espécies de peixes graças à deterioração dos

habitats (Tundisi 1990; Karr 1991).

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11

A comunidade zooplanctônica é constituída por um agrupamento

diversificado de organismos com forma e tamanhos variados, ciclos de vida e

papel funcional distintos, e capazes de responder prontamente às mudanças

ambientais. Os estudos de sua dinâmica e estrutura são de grande importância

para uma melhor compreensão da dinâmica trófica dos ambientes aquáticos, bem

como na qualidade da água, visto que esses organismos são muito importantes no

fluxo de energia e ciclagem de nutrientes (Júlio Jr. et al. 1997). Considerando-se

esta comunidade, alguns estudos têm demonstrado que a formação de um

reservatório induz a substituição de espécies que predominam em rios, por

aquelas características de ambientes lênticos (Lansac-Tôha et al. 1999).

Alguns organismos desta comunidade têm sido utilizados como

bioindicadores de qualidade das águas. São espécies ou grupos de espécies com

requerimentos ambientais conhecidos, e que respondem a alterações em seu

habitat com mudanças em sua abundância, morfologia, fisiologia ou

comportamento. Estes organismos apresentam estreita tolerância ambiental,

permitindo inferir pela sua presença, que o ambiente possui algumas condições

específicas. Os organismos integram as informações do ambiente e refletem

situações anteriores a um determinado evento, tornando-se por isso, melhores

indicadores. Algumas espécies de rotíferos, por exemplo, são utilizadas como

indicadores da abundância de matéria orgânica na água.

Além disso, constituem indicadores “mais sensíveis” conforme

demonstrado por Barbosa et al. (1997) ao comparar índices de qualidade

física/química e biológica em coleções de água do trecho médio do rio Doce,

Minas Gerais. De uma forma geral, registros taxonômicos são especialmente

importantes para o monitoramento de mudanças de longo prazo, mas quando os

organismos apresentam ciclos curtos, e altas taxas reprodutivas (como

microcrustáceos) são importantes para a detecção de efeitos de curto prazo.

Trechos de vazão reduzida (TVR) são construídos em áreas de

hidrelétricas, para melhor aproveitamento do desnível do terreno e da morfologia

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12

do rio como, por exemplo, a presença de alças. No Brasil, além de Capim Branco

I, outras cinco hidrelétricas possuem trechos de vazão reduzida: hidrelétrica de

Queimados, situada no rio Preto/MG; hidrelétrica de Aimorés, situada no rio

Doce/MG, e o complexo energético Rio das Antas, situadas no rio das Antas/RS

com três hidrelétricas em cascata (Monte Claro, Castro Alves e 14 de Julho). O

TVR da hidrelétrica de Capim Branco I foi proposto para um melhor

aproveitamento do desnível do terreno e da morfologia do rio que, neste trecho,

possui uma longa curva. A casa de força localiza-se no final desta curva e recebe

água através de um túnel de adução, compreendido entre o eixo da barragem e a

casa de força. No TVR é mantida uma vazão sanitária de 7m³/s. Esta vazão foi

calculada como sendo suficiente para manter a qualidade da água a jusante da

saída da estação de tratamento de esgotos (ETE Ipanema ou Morada dos

Pássaros) que está localizada a cerca de 2,6 km da casa de força (Pinheiro &

Santos 2002).

O fluxo da correnteza dos ecossistemas lóticos é o maior determinante de

habitats e, conseqüentemente, o principal determinante da composição biótica

nestes ambientes. Em rios pode ser encontrada uma intima associação entre

habitat físico, algas, plantas aquáticas, invertebrados e peixes (Bunn &

Arthington 2002). Ao longo do tempo, percebeu-se que a alteração do regime de

um rio tem profundos impactos sobre o ecossistema. Assim, em diversos casos as

alterações no regime fluvial contribuíram para a extinção de espécies nativas e

para a invasão por espécies exóticas (Craig 2000). A redução da vazão, além de

diminuir a disponibilidade de habitat (Gippel & Stwardson 1998), pela exposição

de bancos de areia e praias que são utilizadas pelos organismos como abrigo e

locais de reprodução (Collischonn et al. 2005), pode diminuir o transporte de

sedimento pelo canal do rio. Este transporte, combinado com a força da água,

exporta recursos orgânicos, tais como detritos e algas, ajudando a recompor a

comunidade biológica e permitindo o restabelecimento das espécies com rápidos

ciclos de vida e boa capacidade de colonização (Poff et al. 1997).

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Os estudos sobre os efeitos da redução da vazão de um rio têm enfocado

principalmente macrófitas aquáticas, macroinvertebtados bentônicos e peixes

(Bunn & Arthington 2002). Dados sobre dinâmica da comunidade zooplanctônica

em rios e principalmente em trechos de vazão reduzida são escassos. No entanto,

a obtenção destes dados é fundamental para subsidiar a implementação de

políticas que possam garantir a permanência desta comunidade no ambiente e a

manutenção da cadeia trófica.

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2 – Hipóteses

Para avaliar os efeitos do barramento da UHE Capim Branco I sobre a

composição, abundância e diversidade de espécies zooplanctônicas neste trecho

do rio Araguari-MG, após a formação do reservatório, foi testada a seguinte

hipótese:

• A formação do reservatório e a redução da vazão com através da criação

de um trecho de vazão reduzida (TVR) promovem alterações físicas,

químicas e biológicas no rio, tendo como resultado:

1) Um aumento da densidade e diminuição da riqueza e diversidade

zooplanctônica no ponto montante.

2) Uma diminuição da densidade, riqueza e diversidade zooplanctônica

no trecho de vazão reduzida e à jusante deste trecho.

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3 - Objetivos

3.1 - Objetivo Geral

Este trabalho teve como objetivo identificar os efeitos da implantação de

uma hidrelétrica e conseqüente redução da vazão em um trecho do rio Araguari

sobre a biota originalmente presente no rio, particularmente sobre a composição

e estrutura da comunidade zooplanctônica, nos períodos de seca e chuva do ano

de 2005 e seca de 2006, além de alterações na qualidade da água.

3.2 - Objetivos específicos

• Caracterizar (avaliar) a qualidade da água, através de parâmetros físicos,

químicos e biológicos, anterior e posteriormente à implantação do TVR;

• Promover um levantamento taxonômico do potamoplâncton presente no

rio Araguari antes e após a formação do reservatório;

• Estimar a densidade das espécies potamoplanctônicas antes e após a

formação do reservatório;

• Calcular os índices de diversidade e similaridade entre os diferentes

pontos analisados.

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4 - Área de Estudos

4.1 - A Bacia do Rio Araguari

A bacia hidrográfica do Rio Araguari localiza-se na mesorregião do

Triângulo/Alto Paranaíba, na porção oeste do Estado de Minas Gerais, entre as

coordenadas geográficas de 18°20’ e 20°10’ de latitude Sul e 46°00’ e 48°50’de

longitude Oeste de Greenwich e ocupa uma área de 20.186 Km², (Rodrigues

2002; Renault & Santos 2002; Brito & Rosa 2003) abrangendo parte de 20

municípios (Figura 1). O Rio Araguari é afluente da margem esquerda do Rio

Paranaíba, possui 475 km de extensão e nasce no parque Nacional da Serra da

Canastra, no município de São Roque de Minas (Baccaro et al. 2004). Situa-se na

borda setentrional da Bacia Sedimentar do Paraná, caracterizando-se por duas

áreas distintas: uma constituída de cobertura sedimentar e magmáticos básicos de

idade Mesozóica; outra com predominância de rochas e magmáticas mais antigas

que remontam ao pré-Cambriano, de acordo com Nishiyana e Baccaro (1989). Os

solos da região são do tipo Latossolos roxos Distróficos, Podzólicos vermelhos –

amarelos, Eutróficos, Cambissolos Eutróficos, solos Litólicos Eutróficos e

Distróficos (Ferreira et al. 2005).

O clima da região apresenta uma estação seca de maio a setembro, e uma

estação chuvosa de outubro a abril, característica esta associada a sazonalidade

térmica, ou seja, estação chuvosa quente e estação seca amena. A temperatura

média anual é de 22 ºC, com um total pluviométrico de 1.555 mm/ano (Rosa et

al. 2006).

A vegetação predominante pode ser classificada como cerrado, com

vegetação natural de porte médio a baixo, com árvores e arbustos de troncos e

galhos retorcidos, ocorrendo principalmente nos interflúvios; e campo cerrado,

com uma vegetação natural de porte baixo, com pequenas árvores e arbustos em

substrato graminóide, ou seja, vegetação de porte atrofiado, esparsos sobre uma

vegetação rasteira (Ferreira et al. 2005).

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Figura 1: Localização da Bacia do Rio Araguari. Fonte: Brito & Rosa 2003

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A ocupação desta bacia data da metade do século 19, e somente nas

últimas quatro décadas é que sua vegetação natural foi substituída por agricultura

e pastagens, acelerando a transformação de sua paisagem (Rodrigues 2002).

Atualmente, a economia da maioria dos municípios desta bacia baseia-se na

agropecuária, ou seja, na criação de gado e produção de grãos. Contudo, a

localização geográfica da área favoreceu a inserção de alguns municípios na

economia nacional, tornando a região um entreposto comercial na distribuição de

produtos agropecuários e industrializados (Brito& Rosa 2003).

Suas características fisiográficas tornaram o rio Araguari um dos cursos

d’água mais importantes para a geração de energia elétrica no estado de Minas

Gerais. Em seu curso encontram-se em operação ou implantação, a partir do rio

Paranaíba para montante, as hidrelétricas de Itumbiara, Miranda, Nova Ponte, Pai

Joaquim, Macacos e Perdizes (Renault & Santos 2002), Capim Branco I e Capim

Branco II.

4.2 - Bacia de captação da UHE Capim Branco I

A bacia do rio Araguari, na área da UHE de Capim Branco I possui uma

cobertura vegetal natural muito fragmentada e com remanescentes de pequena

extensão, via de regra, modificados profundamente em sua estrutura e

composição florística. Há o predomínio de pastagens e pequenos cultivos nas

áreas de relevo mais movimentado, e nos patamares e topos mais planos, áreas de

cultivos de soja, milho e café (Rosa et al. 2006). Há também na região a presença

de mata/cerradão constituída principalmente pelas matas de galeria, ou cabeceiras

das nascentes associadas a solos úmidos e áreas de reflorestamento, destinadas à

produção de madeira e carvão, as quais juntamente com as pastagens

aumentaram suas áreas consideravelmente nos últimos anos (Ferreira et al.

2005).

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4.3 - UHE de Capim Branco I e o Trecho de Vazão Reduzida (TVR)

A hidrelétrica é de responsabilidade do Consórcio Capim Branco Energia

(Companhia Vale do Rio Doce, CEMIG Capim Branco Energia S/A, Comercial e

Agrícola Paineiras Ltda. e Companhia Mineira de Metais). A UHE Capim

Branco I tem um arranjo adaptado à morfologia fluvial do leito do rio, que

apresenta no trecho uma longa curva de cerca de 9.000 metros, aproximando as

suas extremidades em menos de 2.000 metros. O aproveitamento do desnível

existente é feito através do desvio de parte das águas do rio Araguari através de

um túnel de adução compreendido entre o eixo e a Casa de Força (Pinheiro &

Santos 2002). Com essa configuração, o arranjo geral adotado para o

empreendimento implica na redução de descargas no trecho do rio Araguari

compreendido entre o eixo do barramento e a Casa de Força. Esse estirão de rio,

que recebeu a denominação de trecho de vazão reduzida (TVR) (Figura 2),

passará a ter o escoamento mantido com vazões ecológicas de cerca de 7m³/s,

inferiores às registradas no histórico do rio Araguari (aproximadamente 300m³/s)

visando compatibilizar as viabilidades técnica, econômica e ambiental da obra

(Pinheiro & Santos 2002). A bacia hidrográfica incremental de contribuição para

o trecho de vazão reduzida drena uma área de 75,9 km2. Pelo lado da margem

direita do rio Araguari, o divisor de águas da bacia incremental apresenta-se

pouco distanciado da calha fluvial, formando uma rede de drenagem de pequenos

cursos de água intermitentes ou efêmeros. Os afluentes da margem esquerda são

de maior porte, destacando-se os córregos Barreirinho e Marimbondo/Terra

Branca. Os córregos Terra Branca e Marimbondo têm as suas cabeceiras nas

proximidades da área urbana de Uberlândia, recebendo e conduzindo para o rio

Araguari os efluentes de uma Estação de Tratamento de Esgotos - ETE Ipanema

ou Morada dos Pássaros. Esta ETE conta com um tratamento mecânico

preliminar, seguido de um reator anaeróbio, um filtro biológico, lagoa de

estabilização, e passagem do efluente final por um sistema de valas de infiltração

com grama humidícola (Pinheiro & Santos 2002).

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Figura 2: Rio Araguari (A: modificado de Rodrigues 2002) e esquema da configuração da UHE Capim Branco I e do seu trecho de vazão reduzida (B: modificado de CCBE 2007).

A

B

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O Reservatório de Capim Branco I teve seu fechamento em 01 de

dezembro de 2005 e seu enchimento total levou 27 dias. O lago formado possui

52 metros de profundidade, próximo da barragem, e está na cota de 624 metros

de elevação em relação ao nível do mar. A área inundada é de 18,66 quilômetros

quadrados, no território de três municípios (Uberlândia, Araguari e Indianópolis).

O tempo de residência da água no reservatório é de oito dias (Ferreira et al.

2002) e o volume de água acumulado é de 241 milhões de metros cúbicos. Com

este volume será possível operar as três turbinas simultaneamente, que juntas

geram 240 Megawatts. Com o enchimento, o Rio Araguari no trecho a jusante

(rio abaixo da barragem), volta ao seu nível normal, uma vez que Capim Branco

I verterá toda a vazão originada de Miranda (CCBE 2007).

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5 - Material e Métodos

5.1 - Amostragens

Para verificar a influência do TVR nas características físicas, químicas e

biológicas do ambiente, quatro coletas foram previstas ao longo de dois anos: duas no

primeiro ano (2005), a fim de caracterizar o ambiente nos períodos de seca e chuva, e

outras duas para avaliar as possíveis modificações do ambiente aquático após o

fechamento da barragem (2006) e consolidação do TVR.

No entanto, as fortes chuvas que assolaram a região no final de 2006 e início de

2007 impossibilitaram o acesso à área, interferiram no cronograma de conclusão das

obras, inviabilizando assim a coleta do período chuvoso após o barramento.

Assim, apenas três coletas puderam ser realizadas: nos períodos de 12-13 de julho,

18-19 de outubro de 2005 e 05-06 de junho de 2006. As duas primeiras representativas

dos períodos de seca e chuva de 2005, anterior ao fechamento da barragem, e a

terceira, seis meses após o barramento.

Antes da conclusão da barragem, ainda na fase rio, as amostragens foram feitas em

sete pontos, sendo um a montante do eixo da barragem, um a jusante do TVR e cinco

pontos ao longo deste (Tabela 1 e Figuras 3 e 4). Em cada ponto foram amostradas as

margens direita, esquerda e a calha central, exceto o ponto montante onde foi

amostrada apenas a calha central.

Nas amostragens de junho de 2006, após o fechamento da barragem, os mesmos

sete pontos foram mantidos (Figura 5), mas devido à redução de vazão, e conseqüente

diminuição da largura do rio, nos cinco pontos ao longo do TVR, foi amostrada apenas

a margem direita. No ponto jusante, após a saída das turbinas, foram mantidos os três

pontos (cada uma das margens e a calha central) já que não houve redução acentuada

do volume d’água. No lago formado à montante, as amostragens foram feitas em

quatro profundidades (0m, 4m, 12m e 18m, correspondentes a 100%, 10%, 1% de

penetração luminosa e região afótica respectivamente) em um ponto central do

reservatório.

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Tabela 1: Coordenadas geográficas das estações de amostragem no rio Araguari (UHE Capim Branco I).

Estações amostrais Coordenadas (UTM fuso 22K)

Longitude Latitude

Montante 0801791 7920378

TVR 1 - Jusante do barramento 0800335 7919791

TVR 2 - Próximo à lagoa 0800090 7917653

TVR 3 - Montante do córrego Marimbondo 0798889 7918421

TVR 4 - Jusante do córrego Marimbondo 0798637 7918935

TVR 5 - Poço Ceva 0798479 7919849

Jusante - Jusante das turbinas 0798184 7921386

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Figura 3: Localização dos pontos amostrados.

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Montante TVR 1

TVR 2 TVR 3

TVR 4 TVR 5

Jusante

Figura 4: Pontos de amostragem no rio Araguari (UHE Capim Branco I - TVR, montante e jusante), antes do fechamento da barragem.

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Figura 5: Pontos de amostragem no rio Araguari (UHE Capim Branco I - TVR, montante e jusante) em junho de 2006, após o fechamento da barragem.

Montante TVR 1

TVR 2 TVR 3

TVR 4 TVR 5

Jusante

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5.2 - Variáveis ambientais

Em cada estação foram medidas, com auxílio de uma multi-sonda Horiba U-22,

as seguintes variáveis ambientais: temperatura da água (°C), pH, condutividade

elétrica (mS/cm), potencial de oxi-redução (mV), sólidos totais dissolvidos (TDS –

mg/L). Amostras de água da calha central foram coletadas para determinação, em

laboratório, das concentrações de oxigênio dissolvido (método de Winkler, modificado

por Golterman et al 1978) e turbidez. Os valores de alcalinidade total foram obtidos a

partir da titulação potenciométrica até pH final 4.35, de acordo com Mackereth et al.

(1978).

5.3 - Nutrientes

Amostras de água para análise de nutrientes foram coletadas com galões de

polietileno com capacidade de 5 litros. No laboratório do Centro de Resgate de Fauna

a água foi filtrada (em duplicata) em filtros de fibra de vidro (Schleicher & Schuell GF

52-C) para posterior determinação das concentrações de clorofila-a e nutrientes

dissolvidos (íon amônio, nitrito, nitrato, fósforo solúvel reativo). O filtrado foi

armazenado em frascos de polietileno (500 mL) etiquetados. As amostras para análises

de nutrientes totais foram armazenadas em frascos de polietileno (1000 mL)

etiquetados. Todas as amostras, incluindo os filtros, foram congeladas para o

transporte e posterior análise em laboratório.

A clorofila-a foi obtida após filtração em filtros GF-C e extração com acetona

90%, conforme Lorenzen (1967). As concentrações de nitrogênio total, nitrato e nitrito

foram obtidas segundo os métodos descritos em Mackereth et al. (1978); aquelas de

amônia segundo o método proposto por Koroleff (1976) e de fósforo total e fósforo

solúvel reativo, conforme descrito em Golterman et al. (1978). As análises de

nutrientes foram realizadas no Laboratório de Ecologia de Processos e Qualidade de

Água da UFMG.

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5.4 - Zooplâncton

Amostras para análise qualitativa da comunidade zooplanctônica foram

coletadas através de arrastos verticais e horizontais com auxílio de uma rede de

plâncton de 68µm abertura de malha (Figura 6-A) em cada um dos pontos estudados,

incluindo as margens. Para a fixação e coloração das amostras foram utilizados

formaldeido 8% e Rosa de Bengala. Para a análise quantitativa foram filtrados, da sub-

superfície, 200L de água com auxílio de um balde, utilizando-se para fixação, a mesma

metodologia descrita acima (Figura 6-B). As amostras foram armazenadas em frascos

de polietileno de 500mL para posterior identificação e contagem dos organismos. No

reservatório foram filtrados 30 L de água, de cada uma das profundidades, coletada

com o auxílio de uma garrafa de van Dorn. As amostras foram fixadas como descrito

anteriormente.

Figura 6: Amostragem qualitativa (A) e quantitativa (B) da comunidade zooplanctônica no rio Araguari (trecho da UHE Capim Branco I) durante 2005/2006.

As amostras foram analisadas no Laboratório de Ecologia de Zooplâncton (ICB-

UFMG) com auxílio de um microscópio óptico (Olympus CX 41). A contagem dos

organismos foi feita em câmara de Sedgwick-Rafter até que um mínimo de 200

indivíduos do grupo dominante fosse atingido. Os valores foram expressos em

organismos por metro cúbico (org./m³). Os organismos identificados foram

fotografados com auxílio de um microscópio óptico com câmera acoplada (Zeiss

standard 20). As identificações foram realizadas com auxílio da seguinte bibliografia:

Chardez (1967), Edmondson (1959), El Moor-Loureiro (1997), Koste (1978), Ogden

A B

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& Hedley (1980), Paggi (1995), Reid (1985), Rocha & Matsumura-Tundisi (1976),

Ruttner-Kolisko (1974), Segers (1995) e Sendacz & Kubo (1982).

5.5 - Tratamento dos Dados

Os dados obtidos em 2005 foram comparados em função dos períodos de seca e

chuva. Os resultados obtidos para junho de 2006 foram comparados com os resultados

de julho de 2005 por se tratarem de amostragens representativas do período de seca e

sob condições ambientais distintas (presença do lago e redução de vazão em 2006). Os

gráficos de flutuação, densidade, abundância relativa foram construídos através do

Software SigmaPlot.

Grau de Trofia

A avaliação do grau de trofia das águas do rio Araguari no trecho amostrado,

foi determinado segundo Salas & Martino (1991). Para os períodos de seca e chuva de

2005 utilizou-se a média geométrica dos valores de fósforo total das margens e calha

central em todos os pontos. Em junho de 2006, os valores utilizados foram: para o

ponto montante, média geométrica dos valores de fósforo total e das profundidades;

para o TVR, média geométrica dos valores de fósforo total, de cada um dos pontos e

para o ponto jusante, média geométrica, dos valores de fósforo total, das margens e

calha central.

Diversidade e Similaridade

A diversidade de espécies (H’), expressa em bits por indivíduo, foi calculada

pelo índice de Shannon-Weaver com o auxílio do Software Bio dap. A uniformidade

(Güntzel et al 2000) foi calculada pela fórmula:

H’x100/H’máx

Onde H’máx é a diversidade máxima teórica, em condições de máxima uniformidade.

É calculada através do logaritmo neperiano do número de espécies - LN(S).

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Análise de agrupamento

Comparações entre os pontos, com base na abundância dos taxa, foram

realizadas por meio do coeficiente de similaridade de Sørensen (Sørensen 1948), com

auxílio do Software Bio dap e pela distância euclidiana obtida através do Software

Statistica.

Abundância de espécies

Para o ranqueamento das espécies mais abundantes foram considerados aqueles

taxa que representaram mais de 3% do total de organismos presentes em cada ponto.

Análises estatísticas

As análises estatísticas foram realizadas com auxílio do Software Statistica.

Para os dados que não apresentaram distribuição normal (Kolmogorov-Smirnov)

foram usados testes não paramétricos (Spearman e Mann-Whitney) tendo sido

consideradas significativas as correlações com p<0,05.

Para comparação entre as comunidades planctônicas foram utilizados os dados

de fitoplâncton de Pizetta (2007, dados não publicados). As amostras quantitativas da

comunidade fitoplanctônica foram tomadas da sub-superfície sendo amostrado, em

cada ponto, 500mL de água. As amostras foram fixadas com lugol acético e analisadas

sob microscópio invertido.

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6 - Resultados

6.1 - Variáveis Físicas e Químicas

6.1.1 - Antes do fechamento da barragem (2005)

O resultado das variáveis abióticas medidas in situ, nos diferentes pontos

amostrais do rio Araguari, área de influência da UHE Capim Branco I, em julho e

outubro de 2005 é apresentado na Tabela 2. São apresentados os valores médios

registrados nas margens e calha central do rio.

Tabela 2: Variáveis abióticas (valores médios) medidas ao longo do trecho de vazão reduzida (TVR), à montante e jusante da barragem Capim Branco I (rio Araguari), em julho e outubro de 2005.

Período Ponto pH Cond

(µS/cm) Turb (NTU)

OD (mg/L) Temp (°C)

TDS (mg/L) Redox (mV)

Alcalin (meq/L)

Montante 6,5 29,0 15,0 - 21,1 0,02 207 0,11

TVR1 6,6 27,7 45,0 9,8 22,2 0,02 195 0,09

TVR2 6,5 28,0 53,0 11,0 21,5 0,02 200 0,09

TVR3 6,8 28,0 83,3 11,4 21,9 0,02 190 0,09

TVR4 6,8 28,3 31,3 9,4 22,0 0,02 192 0,09

TVR5 6,4 28,0 56,7 9,2 22,0 0,02 198 0,09 Julh

o de

200

5

Jusante 6,3 28,3 69,0 11,3 21,6 0,02 194 0,10

Montante - 26,0 - - 24,4 0,02 295 0,22

TVR1 7,0 26,7 10,9 8,1 23,9 0,02 279 0,22

TVR2 7,0 26,3 10,5 8,1 24,0 0,02 292 0,21

TVR3 7,3 26,7 11,1 7,9 24,9 0,02 220 0,22

TVR4 7,4 27,7 13,5 9,6 25,1 0,02 217 0,23

TVR5 7,1 27,3 13,4 8,6 24,2 0,02 219 0,21

Out

ubro

de

2005

Jusante 7,3 28,3 12,3 8,6 24,0 0,02 243 0,21

O ambiente mostrou-se bastante homogêneo, para todas as variáveis medidas,

em ambos os períodos, não apresentando variações significativas entre os valores

obtidos nas margens e na calha central do rio (Anexo 8) e nem entre os pontos, em um

mesmo período. As variações foram mais expressivas entre os períodos, assim mesmo

para algumas variáveis apenas.

As águas do rio Araguari, de um modo geral, mostraram-se bem oxigenadas

(OD entre 9,2 e 11,4 mg/L em julho e 7,9 e 9,6 mg/L em outubro), ligeiramente ácidas

a neutras, e com baixos valores de condutividade (média de 28,18 µS/cm em julho e

27µS/cm em outubro) e turbidez. Diferenças significativas entre os períodos

amostrados foram verificadas apenas para a temperatura da água (média de 21,8ºC em

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32

julho e de 24,4ºC em outubro; p=0,0017) e alcalinidade (0,09 meq/L, em julho e 0,22

meq/L em outubro; p=0,00033).

Os valores médios das concentrações dos nutrientes nas amostras coletadas em

2005 (margens e calha central) estão apresentados na Figura 7 e no Anexo 1.

Em geral, as concentrações de nutrientes no trecho amostrado foram baixas. Os

maiores valores foram registrados em outubro de 2005, exceto para nitrito e clorofila

a, mas estes aumentos foram significativos apenas para nitrogênio total (de 127,30

µg/L para 212,02µg/L; p=0,0040) e nitrato (de 36,80µg/L para 78,97µg/L; p=0,0017).

Os valores médios das formas de fósforo variaram de 15,22µg/L de P-tot e 2,5 µg/L

PO4 em julho para 21,40µg/L de P-tot e 6,6 µg/L PO4 em outubro. Apesar de

apresentar uma distribuição homogênea entre os pontos a concentração de nitrito

reduziu significativamente de julho para outubro (p=0,0254) com valores médios de

2,07 e 1,48 µg/L, respectivamente. Assim como para os nutrientes, os valores de

clorofila a mostraram-se muito baixos, variando de 1,51µg/l a 9,36 µg/L em julho e de

0,80µg/L a 4,28µg/L em outubro.

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33

Clo

rofil

a a

(µg

/L)

80100120140160180200220240260

N-t

ot (

µg

/L)

NH

4(µ

g/L

)

0

10

20

30

40

50

60

70

102030405060708090

100

NO

3 (µ

g/L

)

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

NO

2(µ

g/L

)

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante0123456789

10

Julho 2005Outubro 2005

PO

4 (µ

g/L

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40P

-tot

g/L

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

A B

C D

E F

G

(p=0,1102) (p=0,7494)

(p=0,0040) (p=0,5653)

(p=0,0017) (p=0,0254)

(p=0,1102)

Figura 7:Variação das médias das concentrações de nutrientes ao longo do trecho de influência da UHE Capim Branco I (rio Araguari, MG), em julho e outubro de 2005. A: fósforo total (P-tot); B: ortofosfato (PO4); C: nitrogênio total (N-tot); D: amônio (NH4); E: nitrato (NO3); F: nitrito (NO2) e G: clorofila a.

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34

6.1.2 - Após o fechamento da barragem (2006)

O resultado das variáveis abióticas medidas in situ lago (perfil), e nos diferentes pontos amostrais do TVR em junho de 2006, é apresentado na Tabela 3.

Tabela 3: Variáveis abióticas medidas no ponto montante (lago), no trecho de vazão reduzida (TVR) e no ponto jusante da barragem Capim Branco I (rio Araguari), em junho de 2006.

Prof.(m) pH Cond

(µS/cm) Turb

(NTU) OD

(mg/L) Temp (°C)

TDS (mg/L)

Redox (mV)

Alcalin (meq/L)

0 6,27 31 7,27 23,2 0,02 175 0,19

0,5 6,21 30 7,09 23,2 0,02 176

1 6,19 30 6,95 23,1 0,02 174

2 6,17 30 6,86 23,0 0,02 175

3 6,15 30 6,80 23,0 0,02 181

4 6,10 30 6,75 22,9 0,02 179 0,19

5 6,06 30 6,71 22,9 0,02 185

6 5,98 30 6,62 22,9 0,02 188

7 6,04 30 6,57 22,9 0,02 188

8 5,92 30 6,51 22,9 0,02 198

9 6,01 30 6,46 22,9 0,02 192

10 5,94 30 6,41 22,9 0,02 200

11 5,96 30 6,41 22,9 0,02 195

12 6,02 30 6,38 22,9 0,02 199 0,19

13 6,02 30 6,36 22,9 0,02 199

14 5,99 30 6,34 22,9 0,02 201

15 5,85 30 6,33 22,9 0,02 200

16 5,93 30 6,31 22,9 0,02 203

17 5,90 30 6,31 22,9 0,02 206

18 5,88 30 6,29 22,9 0,02 204 0,19

19 5,87 30 6,27 22,9 0,02 206

20 5,90 30 6,26 22,9 0,02 207

21 5,86 30 6,25 22,9 0,02 207

22 5,71 31 6,22 22,9 0,02 69

23 5,85 31 6,27 22,9 0,02 45

24 5,93 30 6,20 22,9 0,02 71

25 5,89 31 6,13 22,9 0,02 67

26 6,15 33 6,10 22,9 0,02 62

27 6,16 33 6,09 22,9 0,02 61

28 6,16 33 6,08 22,9 0,02 59

29 6,17 33 6,06 22,9 0,02 58

30 6,18 33 6,05 22,9 0,02 57

31 6,19 33 6,06 22,9 0,02 55

Mon

tant

e (L

ago)

32 6,41 32 6,05 22,9 0,02 53

TVR1 7,16 35 18,8 11,32 24,9 0,02 147 0,19

TVR2 7,00 44 12,4 10,48 24,0 0,03 62 0,26

TVR3 6,87 40 8,2 9,99 23,5 0,03 187 0,19

TVR4 6,77 52 11,2 9,87 23,9 0,03 185 0,22

TVR5 7,46 50 9,2 10,05 23,2 0,03 251 0,23

Jusante 7,16 43 10,8 10,96 22,9 0,03 240 0,21

* Oxigênio dissolvido obtido através da multisonda Horiba U-22.

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35

Neste período, no lago formado após o barramento (ponto montante), foi

registrada uma profundidade de c. de 50 metros. Apesar do lago apresentar-se

desestratificado, foi possível observar a formação de uma microestratificação térmica

entre as profundidades de 0 a 4m, com uma variação de 0,3°C (23,2 a 22,9°C). As

águas apresentaram-se bem oxigenadas (valor máximo de 7,27 mg/L registrado na

superfície e o menor, 6,05 mg/L, a 32 metros de profundidade, última profundidade

amostrada), ligeiramente ácidas (variação de 5,71 e 6,41), com baixos valores de

condutividade (média de 30,7µS/cm) e sólidos totais dissolvidos (0,2 mg/L). O

potencial de oxi-redução (Redox) variou de 45 a 207 mV e a alcalinidade permaneceu

constante entre as profundidades com valor de 0,019 meq/L. Os perfis de temperatura

da água e oxigênio dissolvido estão representados na Figura 8-A.

Apesar da presença da microestratificação térmica nas camadas superficiais, os

nutrientes distribuíram-se de forma homogênea pela coluna d’água (Figura 8, de B a

D), mantendo concentrações baixas mesmo no lago formado. Os valores de fósforo

total variaram de 8,10 a 11,78µg/L (superfície e 12 metros de profundidade,

respectivamente) e os de ortofosfato de 1,81 a 2,68 µg/L (a 12 metros e superfície,

respectivamente). Os componentes da série nitrogenada apresentaram valores mais

elevados que os observados antes do fechamento da barragem, sendo o íon amônio o

mais representativo. O nitrogênio total e o íon amônio apresentaram as maiores

concentrações na superfície (355,20µg/L e 68,87µg/L, respectivamente) e nitrato a 4

metros (21,73µg/L) e a concentração de nitrito foi pouco expressiva (média de

1,88µg/L) na coluna d’água. As taxas de clorofila a foram reduzidas em toda coluna

d’água, sendo o maior valor (4,28µg/L) observado a 4 metros de profundidade,

(Figura 8-E).

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36

Clorofila-a µg/L

2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5

Pro

fund

idad

e (m

)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

E

NH4/ NO2/ NO3 (µg/L)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Pro

fund

idad

e (

m)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

NH4NO2NO3

D

N-tot (µg/L)

0 100 200 300 400

Pro

fund

ida

de (

m)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

C

P-tot/ PO4 (µg/L)

0 2 4 6 8 10 12 14

Pro

fund

idad

e (

m)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

P-totPO4

B

Temp (°C)

OD (mg/L)

22 23 24 25

Pro

fund

idad

e (m

)

0

5

10

15

20

25

30

35

5 6 7 8

TemperaturaOxigênio Dissolvido

A

Figura 8: Perfis das variáveis abióticas e das concentrações de nutrientes no lago da UHE Capim Branco I, formado após o barramento do Rio Araguari em junho de 2006. A: temperatura e oxigênio dissolvido; B: fósforo total (P-tot) e ortofosfato (PO4); C: nitrogênio total (N-tot); D: amônio (NH4), nitrito (NO2) e nitrato (NO3) e clorofila a.

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37

No trecho de vazão reduzida e jusante, após a formação do lago, foram

registrados valores mais elevados para a maioria das variáveis abióticas, exceto para

turbidez e potencial oxi-redução. Em junho de 2006 as águas do TVR apresentaram-se

bem oxigenadas (média de 10,45mg/L de oxigênio dissolvido), com temperaturas

mais elevadas (22,9ºC a 24,9ºC) e pH variando de 6,77 a 7,46. Os valores de

condutividade (média de 44 µS/cm) e sólidos totais dissolvidos (0,03 mg/L; exceto

para o TVR1), apesar de baixos, foram significativamente maiores (p= 0,0017 e p=

0,025, respectivamente) que os registrados em julho de 2005, enquanto os de turbidez

(p=0,035) e potencial oxi-redução foram menores com média de 11,7NTU e

178,7mV, respectivamente. A alcalinidade também apresentou maiores valores em

junho de 2006, com valores médios aumentando de 0,09meq/L para 0,22meq/L (p=

0,0073).

Apesar do aumento na concentração de ortofosfato (Figura 9-B) no TVR

(média de 3,28µg/L), os valores de fósforo total foram menores que os registrados no

período anterior (média de 15,06µg/L), Figura 9-A. Assim como o observado para o

lago, os valores das concentrações de nitrogênio total (Figura 9-C) e íon amônio

(Figura 9-D) foram significativamente maiores (p=0,0017) que os registrados em

julho de 2005. O nitrogênio total variou de 315,5µg/L no ponto jusante a 699,4µg/L

no TVR2 e o íon amônio de 67,4µg/L no TVR1 a 415,9µg/L no TVR2. As

concentrações de nitrato (média de 22,1mg/L), nitrito (média de 2,1µg/L), Figuras 9-F

e E, respectivamente, e de clorofila a (media de 1,84mg/L) foram menores neste

período (Figura 9-G).

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38

0

3

6

9

12

15

18

21

24A

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0B

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Montante TVR1 TVR2 TVR3 TVR4 TVR5 Jusante0

2

4

6

8

10

Julho 2005Junho 2006

NH

4 (µ

g/L

)N

O3

(µg

/L)

PO

4(µg

/L)

P-t

ot (µ

g/L

)N

-to

t (µg

/L)

NO

2(µg

/L)

Clo

rofil

a a

( µg

/L)

E

G

0

100

200

300

400

500D

Montante TVR1 TVR2 TVR3 TVR4 TVR5 Jusante0

10

20

30

40

50F

0

100

200

300

400

500

600

700

800C

(p=0,654) (p=0,1782)

(p=0,0017) (p=0,0017)

(p=0,7493) (p=0,009)

(p=0,277)

Figura 9:Variação das concentrações de nutrientes e de clorofila a ao longo do trecho de influência da UHE Capim Branco I, em julho de 2005 (médias) e junho de 2006. A: fósforo total (P-tot); B: ortofosfato (PO4); C: nitrogênio total (N-tot); D: amônio (NH4); E: nitrito (NO2); F: nitrato (NO3) e G: clorofila a.

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6.2 - Grau de trofia antes e após a formação do reservatório

As águas do rio Araguari no trecho de influência da UHE de Capim Branco I,

no período estudado, apresentaram-se de ultra-oligotroficas a oligotróficas, segundo o

índice de Salas & Martino, 1991. No mês de julho de 2005 predominou a condição de

ultra-oligotrofia com a média geométrica das concentrações de P-tot não alcançando,

na maioria dos pontos, 20µg/L. Em outubro, este trecho do rio Araguari apresentou

pontos ultra-oligotróficos (TVR4 a jusante) e pontos olgotróficos (montante a TVR3,

Figura 10).

Após a formação do reservatório as águas, tanto do lago quanto ao longo do

TVR, permaneceram ultra-oligotróficas. No lago, a média geométrica de P-tot foi de

9,11µg/L, no TVR de 16,16µg/L e no ponto jusante de 6,08µg/L (Figura 11).

Ultra-oligotrófico

Oligotrófico

Mesotrófico

MONTANTE TVR1 TVR2 TVR3 TVR4 TVR5 JUSANTE

Méd

ia G

eom

étr

ica

P-t

ot ( µg

/L)

0

20

40

60

80

100

120

Julho 2005 Outubro 2005

Mesotrófico

Oligotrófico

Ultra oligotrófico

Figura 10: Grau de trofia (índice de Salas & Martino, 1991) das águas do rio Araguari nos pontos amostrados em julho e outubro de 2005.

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40

Méd

ia G

eom

étri

ca P

-to

t (µ

g/L)

0

20

40

60

80

100

120

Ultra oligotrófico

Oligotrófico

Mesotrófico

LAGO TVR JUSANTE

Figura 11: Grau de trofia das águas do rio Araguari no nos pontos amostrados em junho de 2006.

6.3 - Comunidade Zooplanctônica

6.3.1 - Riqueza da comunidade zooplanctônica

6.3.1.1 - Riqueza total de espécies

Os taxa zooplanctônicos identificados e o número de espécies por grupo, nos

pontos e períodos amostrados (análise qualitativa) estão listados no Anexo 3 e Tabela

4. Foram identificados, um total de 156 taxa, dentre os quais 79 correspondem ao

grupo dos Rotifera, 45 espécies pertencem ao grupo Protozoa, 22 ao grupo Cladocera

e 8 espécies a Copepoda. Foram registrados também, representantes dos grupos

Ostracoda e Gastrotricha.

Tabela 4: Número total de taxa dos principais grupos zooplanctônicos, identificados no rio Araguari (área de influência da UHE de Capim Branco I) em cada período amostrado.

Julho de 2005 Outubro de 2005 Junho de 2006 Total de taxa

Rotifera 54 54 58 79

Protozoa 30 33 35 45

Cladocera 16 15 19 22

Copepoda 7 6 7 8

Outros 2 2 2 2

Total 109 110 121 156

Taxa novos 15 30

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41

Em todos os períodos amostrados, Rotifera foi o grupo dominante em número

de taxa, seguido por Protozoa, Cladocera e, por fim, por Copepoda. Rotifera

representou cerca de 50% do total de taxa identificados (49,6% em julho de 2005,

49,1% em outubro de 2005 e 47,9% em junho de 2006), Protozoa, aproximadamente

30% (27,5% em julho de 2005, 33% em outubro de 2005 e 28,9% em junho de 2006)

e Cladocera 15% (14,6% em julho de 2005, 13,6% em outubro de 2005 e 15,7% em

junho de 2006). A contribuição de Copepoda foi bem menor não ultrapassando 7%

(6,4% em julho de 2005, 5,5% em outubro de 2005 e 5,8% em junho de 2006). A

assembléia de Rotifera foi composta principalmente pelos gêneros Lecane (18 taxa),

Trichocerca (sete taxa) e Brachionus (seis taxa) (Anexo 3).

Arcella, Difflugia e Centropyxis foram os gêneros mais representativos dentre

os Protozoa com onze, sete e cinco taxa, respectivamente (Anexo 3). Dentre os

Cladocera predominaram as famílias tipicamente planctônicas: Daphniidae (7

espécies), Bosminidae (4 espécies), Sididae (2 espécies) e Moinidae (uma espécie); e

litorâneas: Chydoridae (7 espécies) e Ilyocryptidae (1 espécie) (Anexo 3). Algumas

espécies ocorreram exclusivamente em um período, como Alona davidi e

Simocephalus latirostris amostradas somente em julho de 2005; Bosmina tubicen em

outubro de 2005 e Alona cambouei, Biapertura affinis, Diaphanosoma spinulosum e

Disparalona dadayi em junho de 2006.

Os Copepoda estiveram representados por cinco espécies da família Cyclopidae

(Eucyclops elegans, Microcyclops sp, Paracyclops fimbriatus, Themocyclops

decipiens, e Themocyclops minutus), duas da família Diaptomidae (Argirodiaptomus

furcatus e Notodiaptomus sp) e um Harpacticoida ainda não identificado (Anexo 3).

Destas espécies, T. decipiens ocorreu somente em julho de 2005 e Eucyclops elegans

apenas em junho de 2006, após o barramento.

Embora um incremento na riqueza tenha sido observado após o fechamento da

barragem (junho 2006), a contribuição de cada grupo não foi modificada, mantendo-se

Rotifera e Protozoa como os dominantes.

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42

Após o fechamento, o ponto Jusante apresentou maior riqueza, com 86 espécies

das quais 44 foram Rotifera, 18 Protozoa, 16 Cladocera e 6 Copepoda, além de

Gastrotricha e Ostracoda, e o TVR4 a menor com 51 espécies (25 Rotifera, 19

Protozoa, 3 Cladocera e 2 Copepoda 1 de Ostracoda e Gastrotricha).

6.3.1.2 - Riqueza antes do fechamento da barragem

As análises qualitativas, nas quais foram consideradas as margens e a calha

central, encontram-se descritas nos Anexos 4 e 5, para julho de 2005 e outubro de

2005, respectivamente.

A riqueza de espécies entre os dois meses amostrados antes do fechamento da

barragem não apresentou grandes variações (Tabela 4), destacando-se Rotifera como o

grupo dominante (cerca de 50% do total de taxa identificado neste período).

Em julho o ponto com maior riqueza foi o TVR3 (margem esquerda), com um

total de 73 espécies, das quais 23 Protozoa, 37 Rotifera, 8 Cladocera e 4 Copepoda,

além de Gastrotricha. Já a margem direita do TVR3 (13 Protozoa, 23 Rotifera, 6

Cladocera, 3 Copepoda, além de Ostracoda) e a margem esquerda do TVR2 (13

Protozoa, 22 Rotifera, 5 Cladocera e 4 Copepoda, além de Gastrotricha e Ostracoda)

apresentaram menor riqueza (46 espécies), Tabela 5.

A maior riqueza em outubro foi obtida para a calha central do TVR 2, com um

total de 69 taxa dos quais 21 pertencentes a Protozoa, 31 a Rotifera, 11 a Cladocera e

5 a Copepoda. Já a calha central do ponto jusante apresentou a menor riqueza (51

espécies) sendo 17 pertencentes ao grupo Protozoa, 26 a Rotifera, 4 à Cladocera e 2 à

Copepoda, além de Gatrotricha e Ostracoda.

Em média, a margem esquerda apresentou maior número de espécies (58

espécies), seguida pela calha central (57 espécies), mas estas diferenças não foram

significativas (p=0,810 em julho e p=0,080 em outubro).

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43

Tabela 5: Número total de taxa dos principais grupos zooplanctônicos nos pontos amostrados no rio Araguari (trecho da UHE Capim Branco I) em cada período amostrado. Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E

Protozoa 15 12 14 16 13 15 13 13 15 23 15 16 13 18 11 14 15 11 18

Rotifera 32 27 27 25 23 30 22 23 32 37 29 27 30 24 27 27 31 31 31

Cladocera 7 8 13 6 7 9 5 6 7 8 8 8 8 8 8 9 12 9 6

Copepoda 4 5 3 4 4 3 4 3 4 4 3 2 2 4 4 3 4 5 4

Outros 0 1 1 1 1 1 2 1 0 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1

Julh

o

Total 58 53 58 52 48 58 46 46 58 73 57 54 55 55 51 54 63 57 60

Protozoa 21 17 22 23 20 21 20 22 19 16 18 18 18 21 21 21 21 17 23

Rotifera 27 30 30 30 26 31 28 28 26 31 28 29 27 25 28 25 33 26 32

Cladocera 9 7 8 8 9 11 6 7 7 6 8 6 6 6 8 5 6 4 6

Copepoda 3 3 3 3 4 5 3 2 4 4 4 3 3 5 3 3 3 2 4

Outros 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 2 1 2 2

Out

ubro

Total 62 58 64 65 60 69 58 61 57 59 60 58 55 58 61 56 64 51 67

6.3.1.3 - Riqueza após o fechamento da barragem

O Anexo 3 contém a listagem das espécies zooplanctônicas identificadas em

junho de 2006.

Neste período, jusante foi o ponto com maior riqueza com 86 espécies (44 são

Rotifera, 18 Protozoa, 16 Cladocera e 6 Copepoda, além de Gastrotricha e Ostracoda)

e o TVR4 com a menor com 51 espécies (25 Rotifera, 19 Protozoa, 3 Cladocera e 2

Copepoda 1 de Ostracoda e Gastrotricha).

6.3.2 - Densidade da comunidade zooplanctônica

6.3.2.1 - Densidade antes do fechamento da barragem

A análise quali-quantitativa da comunidade zooplanctônica do TVR da UHE de

Capim Branco I, nos meses de julho e outubro de 2005, está listada nos Anexos 4 e 5,

respectivamente e nas Figuras 12 (densidade total) 13 e 14 (densidade dos principais

grupos), e a abundância relativa dos grupos, obtida para julho de 2005 e outubro de

2005, na Figura 15.

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44

A média da densidade total de organismos por pontos foi maior em julho que em

outubro (11.556 e 10.663 org./m³, respectivamente), mas a diferença não foi

estatisticamente significativa (p=0.4822), Figura 12.

Em julho, a maior densidade (17.535 org./m³) foi observada à montante do eixo

da barragem, e a menor na margem esquerda do TVR4 (4.190 org./m³). Já em outubro,

a margem direita do TVR 5 apresentou a maior densidade (32.900 org./m³) e a

margem esquerda do TVR 4, assim como em julho, a menor densidade (3.086

org./m³), Anexos 4 e 5.

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

Den

sid

ade

(org

/m³x

103)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20Julho de 2005 Outubro de 2005

(p=0,4822)

Figura 12: Distribuição da densidade total (média das margens) da comunidade zooplanctônica na área de influência da UHE Capim Branco I (rio Araguari, MG) em 2005.

Em julho (Figura 13), Rotifera foi o grupo mais representativo em todos os

pontos (cerca de 50% da comunidade) com média de 5.656 org./m³, alcançando 8.287

org./m³ na margem esquerda do TVR1 (Anexo 7). Bdelloidea, Keratella cochlearis e

Conochilus unicornis foram os organismos com maior representatividade dentro do

grupo. Bdelloidea apresentou uma densidade média de 1.190 org./m³ (10% do total), K.

cochlearis de 1.403 org./m³ (11% do total) e C. unicornis teve média de 937 org./m³,

Anexo 4. Em outubro, este grupo foi o segundo mais representativo totalizando cerca de

33% dos organismos (Figura 15), com média de 3.251 org./m³. Bdelloidea representou

cerca de 6% dos organismos da comunidade zooplanctônica (média de 548 org./m³) e

Keratella cochlearis 9% (900 org./m³) Anexo 5.

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45

Observando-se a Figura 14 percebe-se um aumento das densidades de todos os

grupos analisados nos pontos TVR1 e TVR5. Neste último, chama atenção o aumento

considerável principalmente de Protozoa. Os pontos TVR3 e TVR4 apresentaram as

menores densidades.

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

Den

sida

de

(Org

/m³x

10

³)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda Nauplii

Outros

Figura 13: Distribuição da densidade dos principais grupos zooplanctônicos na área de influência da UHE Capim Branco I (rio Araguari, MG) em julho 2005.

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

Den

sid

ade

(org

/m³x

10

³)

0

1

2

3

4

5

6

7

8Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda Nauplii

Outros

Figura 14: Distribuição da densidade dos principais grupos zooplanctônicos na área de influência da UHE Capim Branco I (rio Araguari, MG) em outubro de 2005.

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46

Copepoda representou, em média, 31% (3.824 org./m³) da comunidade

zooplanctônica em julho e cerca de 42,6% (4.264 org./m³) em outubro (Figura 15). Em

ambos os períodos, predominaram os estágios naupliares (23% dos Copepoda em julho,

com média de 2,704 org./m³ e 36%, média de 3.521 org./m³, em outubro) Anexo 5.

Thermocyclops minutus foi a espécie dominante em todos os pontos, representando

cerca de 6%, da comunidade zooplanctônica, em ambos os períodos, com média de 713

org./m³ e 606 org./m³, em julho e outubro, respectivamente.

Julho de 2005

Den

sid

ade

rela

tiva

(%)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Outubro de 2005

Den

sid

ade

rela

tiva

(%)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100 Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 15: Abundância relativa dos principais grupos zooplanctônicos identificados na área de influência da UHE Capim Branco I (rio Araguari, MG) em de 2005.

O grupo Cladocera representou, em média, 9 % da comunidade zooplanctônica

em julho e 7% em outubro (Figura 15). Os pontos montante (julho) e margem esquerda

do TVR1 (outubro) foram os pontos que apresentaram a maior densidade deste grupo

(2.135 org./m³ e 1.825 org./m³, respectivamente). Bosmina longirostris em ambos os

períodos foi a espécie mais representativa com média de 426 org./m³ em julho e 277

org./m³ em outubro, seguida por B. hagmanni, Anexo 4.

Os protozoários estiveram presentes em baixas densidades no TVR da UHE de

Capim Branco I. Em média representaram 10,4% (1.250,7 org./m³) do zooplâncton

encontrado no TVR, em julho, chegando a 29,3% (3.828,6 org./m³) na margem

esquerda do TVR3. Em outubro, a abundância deste grupo aumentou representando, em

média, 17% (2.321,6 org./m³) da comunidade zooplanctônica. A maior densidade de

Protozoa (20.800 org./m³) foi observada na margem direita do TVR5 (Anexo 5).

Centropyxis aculeata (média de 269 org./m³) e Lesquereusia modesta (média de 159

org./m³) foram os protozoários mais abundantes no mês de julho. Centropysis aculeata

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47

alcançou 829 org./m³ na margem esquerda do TVR3 e L. modesta 263 org./m³ na

margem esquerda do TVR1. Os gêneros Centropyxis, Difflugia e Lesquereusia foram os

mais abundantes em outubro (média de 981, 384 e 294 org./m³, respectivamente).

6.3.2.2 - Densidade após o fechamento da barragem

A listagem das espécies da comunidade zooplanctônica identificadas no lago da

UHE de Capim Branco I, e no trecho de vazão reduzida está apresentada no Anexo 6.

A média da densidade total de organismos da comunidade zooplanctônica em

junho de 2006 foi maior que no mesmo período de 2005 (24.332 e 11.556 org./m³,

respectivamente), mas este aumento não foi significativo (p=0,9491), Figura 16.

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

Den

sida

de

(org

/m³

x 1

03 )

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Julho de 2005 Junho de 2006

(p=0,9491)

Figura 16: Distribuição da densidade da comunidade zooplanctônica no rio Araguari – área de influência da UHE de Capim Branco I em julho de 2005 e junho de 2006.

6.3.2.2.A - O lago da UHE de Capim Branco I

Os perfis de densidade e de abundância relativa dos diferentes grupos da

comunidade zooplanctônica analisados no reservatório de Capim Branco I estão

representados nas Figuras 17 e 18, respectivamente.

No lago formado com o barramento do rio Araguari, as densidades do

zooplâncton em toda a coluna d’água foram muito superiores àquelas registradas em

julho de 2005 quando o ambiente ainda apresentava características lóticas (93.333

org/m³ e 17.535 org/m³). As maiores densidades zooplanctônicas (33.095 org./m³)

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48

foram obtidas a 10% de penetração de luz (4m) e as menores na superfície (12.190

org./m³).

Densidade (Org/m³ x 10³)0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Pro

fun

did

ade

(m

)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Nauplii ProtozoaRotiferaCladocera Copepoda

Figura 17: Distribuição vertical dos principais grupos da comunidade zooplanctônica no lago formado após o barramento do rio Araguari (UHE de Capim Branco I) em junho de 2006.

Abundância Relativa (%)

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fund

idad

e (m

)

0

4

12

14

16

18

20

Nauplii Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 18: Abundância relativa dos principais grupos zooplanctônicos identificados no lago formado após o barramento do rio Araguari (UHE de Capim Branco I), em junho de 2005.

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49

Náuplios predominou em toda coluna d’água, com densidades mais expressivas

na zona afótica (18 metros) e representando 52% do zooplâncton total desta camada

(10.095 org./m³).

Para todos os grupos estudados a maior concentração de organismos ocorreu a

4,0m (Cladocera: 9.429 org/m³, Rotifera: 6.810 org/m³, Copepoda: 4.382 org/m³ e

Protozoa: 2.524 org/m³) e a menor na superfície (Cladocera: 1.190 org/m³, Rotifera:

3.810 org/m³, Copepoda: 1.000 org/m³ e Protozoa: 1.048 org/m³).

Daphnia gessneri (6.096 org./m³), Bosminopsis deitersi (5.905 org./m³) e

Moina minuta (3.239org./m³) foram as espécies de Cladocera mais abundantes no lago

do reservatório. Collotheca foi o gênero mais abundantes dentre os Rotifera (12.000

org/m³), seguido por Ascomorpha ovalis (2.667 org./m). Thermocyclops minutus foi a

espécie de Copepoda mais abundante (7.333 org/m³) representada principalmente por

sua fase jovem (4.000 org./m³). Os ciliados representaram 53% (3.096 org/m³) dos

Protozoa registrados no lago.

6.3.2.2.B - O trecho de Vazão Reduzida (TVR) e Jusante

A flutuação da densidade zooplanctônica no trecho de vazão reduzida esta

representada na Figura 19, a abundância relativa dos grupos na Figura 20 e a análise

quali-quantitativa no Anexo 6.

Montante TVR1 TVR2 TVR3 TVR4 TVR5 Jusante

Den

sid

ade

(org

/m³x

10

³)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda Nauplii

Outros

Figura 19: Distribuição dos principais grupos da comunidade zooplanctônica no rio Araguari – área de influência da UHE de Capim Branco I em junho de 2006.

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50

Junho de 2006

Den

sid

ade

rela

tiva

(%)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 20: Abundância relativa dos grupos zooplanctônicos amostrados no rio Araguari – na área de influência da UHE Capim Branco I em junho de 2006

O trecho de vazão reduzida, após o represamento, apresentou uma densidade

média de 12.583 org./m³ por ponto. Este valor foi menor que em julho de 2005, mas

esta diferença não foi significativa (p=0,8727). A maior densidade foi encontrada no

TVR1 (34.733 org./m³) e a menor no TVR3 (1.560 org./m³). No ponto jusante foram

registradas densidades também elevadas (14.078 org./m³).

Rotifera foi o grupo mais representativo em junho de 2006 (cerca de 41% da

comunidade), com média de 5.947 org./m³, alcançando 17.133 org./m³ no TVR1.

Ascomorpha ovalis foi a espécie com maior representatividade dentro do grupo, com

média de 2.426 org./m³ (10% do total) e alcançando densidade de 11.333 org./m³ no

TVR1.

Apesar de Copepoda, representado principalmente pelos estágios jovens,

apresentar menores densidades no TVR do que no lago, em média contribuiu com

28% da comunidade, sendo que no ponto jusante representou 48% da comunidade.

Suas menores densidades foram registradas no TVR4 (542 org./m³ - 10% da

comunidade). Thermocyclops minutus foi a espécie mais abundante, com média de

231 org./m³ por ponto, alcançando 533 org./m³ no ponto jusante.

O grupo Cladocera representou, em média, 11% da comunidade zooplanctônica

(média de 1.482 org./m³). No TVR1 este grupo alcançou 5.667 org./m³ (16% do total)

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51

com menores densidades no TVR4, 56 org./m³ (1% do total). Bosminopsis deitersi foi

a espécie mais representativa (média de 995 org./m³ - 4% do total) e a única presente

em todos os pontos.

Protozoa representou, em média, 20% da comunidade zooplanctônica (1.400

org./m³). Suas maiores densidades foram no TVR4, 3.000 org./m³ (55% do total) e as

menores no TVR1, 1.733 org./m³ (5% do total). Arcella foi o gênero mais

representativo (média de 224 org./m³), seguido pelos ciliados (201 org./m³).

6.3.3 - Diversidade e similaridade

6.3.3.1 - Diversidade e similaridade antes do fechamento da barragem

Os resultados dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e a diversidade

máxima esperada em cada local (H’máx), para julho e outubro de 2005 estão

representados na Tabela 6 e a diversidade dos grupos na Tabelas 7. A diversidade

zooplanctônica foi alta em ambos os períodos (média de H’= 3,04 bits/ind em julho e

3,18 bits/ind em outubro) correspondendo à 74,6 e 74,2% da diversidade máxima

esperada para o local. O aumento na diversidade observado em outubro foi

estatisticamente significativo (0,0127).

Tabela 6: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits/ind), para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari, nos pontos amostrados em 2005.

Montante TVR Jusante

1 2 3 4 5

Pontos Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out

S 40 52 62 61 56 74 74 63 64 58 59 66 64 64

H' 3,01 3,32 2,99 3,26 2,97 3,25 3,16 3,11 3,00 3,05 3,01 3,15 3,14 3,17

H'max 3,69 3,95 4,13 4,11 4,03 4,30 4,30 4,14 4,16 4,06 4,08 4,19 4,16 4,16

Uniformidade 81,6 84 72,5 79,3 73,8 75,5 73,42 75,06 72,13 75,1 73,82 75,19 75,5 76,2

Em julho de 2005 a média da diversidade máxima esperada para o trecho

estudado foi de 4,08 bits/ind e a diversidade encontrada para o local representou 74%

deste total (3,04 bits/ind). Os pontos montante e jusante apresentaram as maiores

diversidades. O ponto montante apresentou 81,6% da diversidade esperada (H’=3,01

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52

bits/ind; H’máx =3,69 bits/ind) e o jusante 75,5% (H’=3,14 bits/ind; H’máx = 4,16

bits/ind). Em outubro de 2005 a média da diversidade máxima esperada para o trecho

estudado foi de 4,13 bits/ind e o observado de 3,18 bits/ind, (77,2% de uniformidade).

Os pontos montante (3,32 bits/ind) e TVR1 (3,26 bits/ind) foram os mais diversos neste

período, alcançando 84 e 79,3% respectivamente da diversidade esperada para estes

pontos.

Protozoa apresentou os maiores valores de diversidade nos dois períodos (média

de 79% e 77,6% da diversidade esperada em julho e outubro, respectivamente) e

Copepoda os menores (média de 46,6% e 41% da diversidade esperada em julho e

outubro, respectivamente).

Tabela 7: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits/ind), para os grupos zooplanctônicos do rio Araguari, nos pontos amostrados em de 2005.

Montante TVR Jusante

1 2 3 4 5

Pontos Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out

Protozoa S 15 21 20 27 18 27 26 25 22 21 20 27 21 25

H` 2,22 2,52 2,28 2,64 2,34 2,64 2,73 2,49 2,32 2,12 2,38 2,39 2,36 2,6

H'máx 2,71 3,04 3 3,3 2,89 3,3 3,26 3,22 3,09 3,04 3 3,3 3,04 3,22

Uniformidade 81,98 82,77 76,11 80,1 80,96 80,1 83,79 77,36 75,06 69,63 79,45 72,52 77,52 80,77

Rotifera

S 32 27 36 39 38 36 41 36 38 38 34 37 42 41

H` 2,28 2,57 2,34 2,59 2,35 2,63 2,61 2,43 2,43 2,35 2,38 2,61 2,46 2,41

H'máx 3,47 3,3 3,58 3,66 3,64 3,58 3,71 3,58 3,64 3,64 3,53 3,61 3,74 3,71

Uniformidade 65,79 77,98 65,3 70,7 64,6 73,39 70,28 67,81 66,8 64,6 67,49 72,28 65,82 64,9

Cladocera

S 7 9 14 8 9 14 8 8 10 9 13 8 12 6

H` 1,43 1,5 1,74 1,62 1,4 1,56 1,54 1,45 1,65 1,47 1,63 1,47 1,79 1,25

H'máx 1,95 2,2 2,64 2,08 2,2 2,64 2,08 2,08 2,3 2,2 2,56 2,08 2,48 1,79

Uniformidade 73,49 68,27 65,93 77,91 63,72 59,11 74,06 69,73 71,66 66,9 63,55 70,69 72,03 69,76

Copepoda

S 4 3 6 3 5 5 5 4 3 5 5 5 7 4

H` 0,65 0,52 0,69 0,57 0,68 0,63 0,86 0,55 0,71 0,48 0,68 0,7 0,75 0,51

H'máx 1,39 1,1 1,79 1,1 1,61 1,61 1,61 1,39 1,1 1,61 1,61 1,61 1,95 1,39

Uniformidade 46,89 47,33 38,51 51,88 42,25 39,14 53,43 39,67 64,63 29,82 42,25 43,49 38,54 36,79

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53

As Tabelas 8 e 9 apresentam as similaridades de Sorensen, para a comunidade

zooplanctônica do rio Araguari em 2005. A similaridade entre os pontos em julho

(média de 0,753) foi maior que em outubro (média de 0,701), sendo as diferenças

consideradas não significativas (p= 0,1130).

Os pontos TVR1 e TVR2, em julho, foram os mais semelhantes (0,862). Já o

montante, no mesmo período, apresentou pouca semelhança com o TVR3 e TVR4

(0,615 e 0,561, respectivamente).

Em outubro, a maior similaridade foi entre os pontos jusante e TVR3 (0,860)

seguido pela similaridade entre TVR1 e TVR2 (0,839) e a menor entre o TVR4 e

TVR5 (0,512) e entre TVR1 e TVR4 (0,543).

Tabela 8: Índice de similaridade de Sorensen, para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari, nos pontos amostrados em julho de 2005.

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante Montante 1 0,755 0,763 0,615 0,561 0,693 0,770 TVR 1 1 0,862 0,758 0,715 0,838 0,828 TVR 2 1 0,747 0,694 0,817 0,852 TVR 3 1 0,773 0,794 0,730 TVR 4 1 0,803 0,653 TVR 5 1 0,792 Jusante 1

Tabela 9: Índice de similaridade de Sorensen, para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari, nos pontos amostrados em julho de 2005.

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante Montante 1 0,762 0,833 0,764 0,650 0,655 0,773 TVR 1 1 0,839 0,643 0,543 0,600 0,669 TVR 2 1 0,753 0,641 0,629 0,755 TVR 3 1 0,827 0,591 0,860 TVR 4 1 0,512 0,803 TVR 5 1 0,627 Jusante 1

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54

A distância Euclidiana para julho confirma o resultado da similaridade de

Sorensen, com os TVR5 e TVR4 apresentando menores distâncias e, portanto,

indicando maior semelhança, e o ponto montante não se relacionando diretamente com

nenhum outro ponto (Figura 21).

Dis

tan

cia

Eu

clid

ian

a

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

MONTANTE TVR3

TVR1 TVR4

TVR5 TVR2

JUSANTE

Figura 21: Distância Euclidiana obtida para a comunidade zooplanctônica de diferentes pontos amostrados no rio Araguari – área de influência UHE de Capim Branco I em julho de 2005.

Em outubro (Figura 22) observou-se a maior similaridade entre os pontos

jusante, TVR3 e TVR4, uma vez que estes pontos encontram-se menos distantes entre

si. Já o TVR 5 foi o ponto que menos se assemelhou a outros pontos, devido à sua

grande distância dos demais pontos.

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55

Dis

tânc

ia E

uclid

iana

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

TVR5 TVR1

TVR2MONTANTE

TVR4 TVR3

JUSANTE

Figura 22: Distância Euclidiana obtida para a comunidade zooplanctônica de diferentes pontos amostrados no rio Araguari – área de influência UHE de Capim Branco I em outubro de 2005.

6.3.3.2 - Diversidade e similaridade após o fechamento da barragem

Os índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e a diversidade máxima

esperada para cada local (H’máx), para junho de 2006 estão representados na Tabela

10, e a diversidade dentre os grupos na Tabela 11.

A diversidade zooplanctônica apresentou uma ligeira redução após o fechamento

da barragem (H’= 3,04 bits/ind em julho de 2005; H’= 2,7 bits/ind em junho de 2006)

mas a diferença não foi significativa (p=0,1797). A diversidade observada em junho de

2006 representou cerca de 67% da diversidade máxima esperada para o local (4,1

bits/ind. Os maiores valores de diversidade foram encontrados nos pontos TVR3 (3,20

bits/ind) e TVR5 (3,31 bits/ind), alcançando 77,8 e 81,2% do total esperado para estes

pontos. A menor diversidade foi observada no TVR1 (2,15 bits/ind), 52,95% do total

esperado.

Tabela 10: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits/ind), para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari - área de influencia da UHE Capim Branco I em junho de 2006.

Pontos Lago TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante S 62 58 58 61 51 59 89 H'max 4,13 4,06 4,06 4,11 3,93 4,08 4,49 H' 2,80 2,15 2,59 3,20 2,83 3,31 2,33 Uniformidade 67,84 52,95 63,79 77,84 71,94 81,18 51,83

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56

Rotifera foi o grupo mais diverso com média de 65% da diversidade esperada

para o grupo (H’= 2,21 bits/ind; H’máx=3,40 bits/ind) alcançando 82% da diversidade

esperada para o TVR4.

A diversidade máxima esperada para Copepoda foi em média de 1,29 bits/ind.

Este grupo foi o menos diverso com 44% da diversidade esperada (H’= 0,51 bits/ind;

H’máx=1,29 bits/ind). Cladocera e Protozoa obtiveram diversidade intermediária com

cerca de 58% e 66%, respectivamente, da diversidade esperada para estes grupos.

Tabela 11: Número de espécies (S), diversidade máxima (H’máx), índice de diversidade de Shannon Weaver (H’, valores em bits), para os grupos zooplanctônicos do rio Araguari - área de influência da UHE Capim Branco I em junho de 2006. Montante TVR1 TVR2 TVR3 TVR4 TVR5 Jusante Protozoa S 14 13 14 19 19 24 18 H'máx 2,64 2,56 2,64 2,94 2,94 3,18 2,89 H` 1,40 1,74 1,82 2,19 1,62 2,48 1,87 Uniformidade 53,05 67,84 68,96 74,38 55,02 78,04 64,70 Rotifera S 27 25 33 31 25 28 44 H'máx 3,30 3,22 3,50 3,43 3,22 3,33 3,78 H` 1,91 1,45 2,24 2,60 2,65 2,70 1,89 Uniformidade 57,95 45,05 64,06 75,71 82,33 81,03 49,94 Cladocera S 14 10 6 3 3 4 16 H'máx 2,64 2,30 1,79 1,10 1,10 1,39 2,77 H` 1,89 0,55 1,07 0,65 1,04 0,35 1,95 Uniformidade 71,62 23,89 59,72 59,17 94,66 25,25 70,33 Copepoda S 5 6 3 4 2 2 6 H'máx 1,61 1,79 1,10 1,39 0,69 0,69 1,79 H` 0,73 0,33 0,27 0,73 0,27 0,66 0,60 Uniformidade 45,36 18,42 24,58 52,66 38,95 95,22 33,49

A Tabela 12 apresenta a similaridade de Sorensen, para a comunidade

zooplanctônica do rio Araguari em junho de 2006.

A similaridade entre os pontos em junho de 2006 foi menor que em julho de

2005 (0,242 e 0,753 respectivamente) sendo esta diferença considerada extremamente

significativa (p<0,005).

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57

Os pontos TVR4 e TVR5 foram os mais similares (0,528) e a menor

similaridade foi encontrada entre os pontos montante e TVR3 (0,024). As menores

similaridades foram observadas entre montante e os demais pontos, com média de 15%.

Tabela 12: Índice de similaridade de Sorensen, para a comunidade zooplanctônica do rio Araguari - área de influência da UHE Capim Branco I em junho de 2006.

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante Montante 1 0,341 0,215 0,024 0,043 0,053 0,245 TVR 1 1 0,428 0,068 0,115 0,135 0,396 TVR 2 1 0,111 0,249 0,268 0,497 TVR 3 1 0,337 0,462 0,146 TVR 4 1 0,528 0,165 TVR 5 1 0,256 Jusante 1

A distância Euclidiana para junho de 2006 confirma a similaridade de Sorensen

para o ponto montante. Este ponto foi o mais distante de todos, se relacionando

diretamente apenas com o TVR1. Os pontos TVR3 e TVR5 foram os mais próximos se

ligando posteriormente ao TVR4 (Figura 23).

Dis

tânc

ia E

uclid

iana

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

MONTANTE TVR1 TVR4 TVR3 TVR5 TVR2 JUSANTE

Figura 23: Distância Euclidiana obtida para a comunidade zooplanctônica de diferentes pontos amostrados no rio Araguari - área de influência da UHE Capim Branco I em junho de 2006.

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58

Quando se analisa os três períodos estudados (Figura 24) percebe-se que os

agrupamentos foram determinados principalmente em função dos períodos estudados

Assim, observou-se a formação de agrupamento para as amostragens em julho de 2005,

um para a maioria das amostragens de outubro de 2005, e outro grupo para junho de

2006. O lago do reservatório (JUNMONT) foi o ponto que mais se diferenciou dos

outros.

Dis

tânc

ia E

uclid

iana

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

JU

NM

ON

T

JU

NT

VR

1

JU

NT

VR

2

OU

TT

VR

5

JU

NJU

S

JU

LM

ON

T

JU

NT

VR

4

JU

NT

VR

3

JU

NT

VR

5

OU

TT

VR

1

OU

TT

VR

2

OU

TM

ON

T

OU

TT

VR

4

OU

TT

VR

3

OU

TJU

S

JU

LT

VR

3

JU

LT

VR

4

JU

LT

VR

5

JU

LT

VR

1

JU

LT

VR

2

JU

LJU

S

Figura 24: Distância Euclidiana obtida para a comunidade zooplanctônica nos diferentes períodos amostrados no rio Araguari, antes e após o fechamento da barragem de Capim Branco I.

6.3.4 - Ordenamento das espécies abundantes

6.3.4.1 - Ordenamento das espécies antes do fechamento da barragem

A figura 25 apresenta o ranqueamento dos taxa mais abundantes nos dois

períodos amostrados em 2005. Devido à alta similaridade entre os pontos, o

ordenamento das espécies mais abundantes foi feito a partir da média das abundâncias

relativas dos organismos em todos os pontos.

Em julho os organismos mais abundantes (aqueles que representaram mais de

3% do total) foram os estágios naupliares (24%), K. cochlearis (11%), Bdelloidea

(10%), C. unicornis (8%), T. minutus (6%), B. longirostris (4%) e K. americana (3%).

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59

Nauplii e K. cochlearis foram os organismos mais abundantes também em

outubro (33% e 8% do total de organismos, respectivamente). T. minutus foi a terceira

espécie mais abundante (6%) seguida por Bdelloidea (5%). Centropyxis aculeata,

Asplanchna sp e Bosmina longirostris representaram, cada uma, 3% do total de

organismos.

8 7 9 2 4 1 3

Abu

ndân

cia

rela

tiva

(%)

0

10

20

30

40

50

8 7 2 5 9 3 60

10

20

30

40

50

Outubro

Julho

1 - Asplanchna sp2 - Bdelloidea3 - Bosmina longirostris4 - Centropyxis aculeata5 - Conochillus unicornis6 - Keratella americana7 - Keratella cochlearis 8 - Nauplii9 - Thermocyclops minutus

Figura 25: Abundância relativa das espécies mais representativas (médias dos pontos) no rio Araguari – área de influência da UHE de Capim Branco I em 2005

6.3.4.2 - Ordenamento das espécies após o fechamento da barragem

Para este período, realizou-se um ranqueamento para cada ponto analisado

devido à baixa similaridade observada entre eles. A Figura 26 sintetiza os resultados

obtidos para a abundância de espécies (Anexo 7). Observa-se que, à exceção do TVR1

e 4, nauplii ocorreu em todos os pontos destacando-se em termos de abundância.

Ascomorpha ovalis e Bdelloidea estiveram presentes na maioria dos pontos, exceto no

jusante e montante. Bosminopsis deitersi foi abundante na maioria dos pontos, exceto

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60

nos TVRs 4 e 5. Moina minuta foi abundante apenas no lago e Arcella spp representou

mais de 40% da comunidade zooplanctônica do TVR4.

O TVR1 foi o ponto que apresentou o menor número de espécies (4), e TVR3,

4 e 5 os que apresentaram o maior (12,10 e 13, respectivamente). No ponto jusante,

quatro espécies de Cladocera estiveram entre as mais abundantes, e no TVR3 quatro

de Protozoa.

3 21 6 4 2

TVR 1

21 24 11 6 10 20 9 30

10

20

30

40

50

Lago

21 4 14 9 7 1 6 11 3 23 26 19

TVR 3

21 3 25 4 15 22 1 6

Abu

ndân

cia

rela

tiva

(%)

0

10

20

30

40

50

TVR 2

1 21 26 4 8 7 3 16 14 170

10

20

30

40

50

TVR 4

Jusante

21 4 1 3 7 2 24 18 8 26 23 11 19

TVR 5

1-Arcella spp2-Ascomorpha ecaudis3-Ascomorpha ovalis4-Bdelloidea5-Bosmina longirostris6-Bosminopsis deitersi7-Centropyxis spp8-Cephalodella sp9-Ciliado10-Collotheca sp11-Collotheca sp112-Dapnhia gessneri13-Diaphanosoma spinulosum

14-Difflugia spp15-Keratella cochlearis 16-Lecane lunaris17-Lepadella sp118-Lesquereusia spp19-Macrochaetus collinsi20-Moina minuta21-Nauplii22-Polyarthra sp23-Scaridium longicaudum24-Thermocyclops minutus 25-Trichocerca similis 26-Trichotria tetractis

21 11 4 24 10 5 12 6 130

10

20

30

40

50

Jusante

Figura 26: Abundância relativa das espécies mais representativas no rio Araguari – área de influência da UHE de Capim Branco I, em junho de 2006.

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61

6.4 - Influência da matriz abiótica sobre a comunidade zooplanctônica e

Interações entre as comunidades planctônicas.

A Tabela 13 apresenta as correlações obtidas entre os organismos

zooplanctônicos, a matriz abiótica, e as classes fitoplanctônicas. Nos Anexos 9, 10 e

11 estão apresentados todos os resultados das correlações.

Tabela 13: Correlação de Spearman entre principais grupos zooplanctônicos e os parâmetros ambientais a as classes fitoplanctônicas do rio Araguari, nos períodos amostrados.

Spearman Rank Order Correlations (mw-c-fi.sta) Julho 2005 Outubro 2005 Junho 2006

r p-level r p-level r p-level

ROTIFER & ALCALIN 0,8018 0,0300992 CLAD & TEMP -0,8108 0,0269163 ROTIFER & TURB 0,892857 0,006807

ROTIFER & N_TOT 0,8571 0,0136973 COPED & PH -0,7638 0,0456591 CLAD & NH4 -0,77481 0,040769

CLAD & ALCALIN 0,8018 0,0300992 COPEP & TEMP -0,8469 0,0161971 COPEP & P_TOT -0,78571 0,036238

CLAD & N_TOT 0,9286 0,0025195 NAUP & TEMP -0,8108 0,0269163 NAUP & TURB 0,8214 0,023449

COPEP & ALCALIN 0,8018 0,0300992 NAUP & P_TOT -0,7857 0,036238

NAUP & ALCALIN 0,802 0,0300992 ROTIFER & CHL 0,7857 0,0362385 PROT & TURB 0,8571 0,013697

NAUP & N_TOT 0,857 0,0136973 ROTIFER & DIN 0,9274 0,0026200

PROT & OD 0,8929 0,0068072 ROTIFER & ZYG -0,7881 0,0352827 ROTIFER & EUG 0,926562 0,002697

PROT & P_TOT -0,7857 0,0362385 CLAD & DIN 0,8729 0,0103234 CLAD & CRY 0,774806 0,040769

PROT & NO2 -0,7857 0,0362385 CLAD & ZYG -0,7881 0,0352827 CLAD & EUG 0,972345 0,000241

COPEP & ZYG -0,7881 0,0352827 CLAD & ZYG 0,825723 0,022118

ROTIFER & CYA -0,8469 0,0161971 NAUP & DIN 0,8729 0,0103234 COPEP & EUG 0,926562 0,002697

ROTIFER & OED 0,8018 0,0300992 NAUP & ZYG -0,7881 0,0352827 NAUP & EUG 0,96362 0,000475

CLAD & OED 0,8018 0,0300992 PROT & CYA 0,96429 0,0004541

COPEP & CYA -0,7928 0,0334435

COPEP & OED 0,8018 0,0300992 COPEP & ZYG 0,7748 0,0407695 NAUP & CYA -0,847 0,0161971 NAUP & OED 0,802 0,0300992

O número de correlações obtidas entre a matriz abiótica e a comunidade

zooplanctônica foi pequeno em todos os períodos. Em julho de 2005, a maioria das

correlações foram positivas para alcalinidade (Rotifera, Cladocera, Copepoda e

Nauplii) e nitrogênio total (Rotifera, Cladocera e Nauplii). O número de correlações

observadas em outubro foi menor que em julho, sendo todas negativas e a maioria com

a temperatura. Comparando-se os dois períodos de seca, junho de 2006 apresentou

menor número de correlações que julho de 2005, sendo turbidez, positivamente (3), e

fósforo total, negativamente (2) as variáveis abióticas que mais se correlacionaram

com o zooplâncton.

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62

As correlações entre as classes fitoplanctônicas e os principais grupos

zooplanctônicos não se mantiveram ente os períodos amostrados. Em julho de 2005

todos os principais grupos, exceto Protozoa, se correlacionaram positivamente com a

classe Oedogoniophyceae e Rotifera, Copepoda e nauplii se correlacionaram

negativamente com Cyanophyceae. Já em outubro de 2005 foram observadas

correlações negativas com Zygnemaphyceae (4) e positivas Dinophyceae (3). Em

junho de 2006 apenas o grupo Protozoa não se correlacionou com a classe

Euglenophyceae; os demais grupos apresentaram correlação positiva com esta classe.

Além desta classe, Cryptophyceae e Zygnemaphyceae se correlacionaram

positivamente com Cladocera.

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7 - Discussão

7.1 - Variáveis ambientais antes do fechamento da barragem

Em rios, as características climáticas da bacia de drenagem, a topografia, a

cobertura vegetal, os padrões de uso e ocupação do solo e a composição das

rochas locais, são os principais determinantes das características de suas águas

(van Dyke 2003). As rochas dissolvidas são, comumente, os maiores

determinantes da química da água dos rios, mas a geologia, e a magnitude das

outras formas de contribuições, incluindo a água da chuva, atividade vulcânica e

atividades antrópicas, constituem contribuições importantes. A chuva, por

exemplo, é um recurso de entrada química para os rios, e um rio que flui através

de uma região de rochas relativamente insolúveis pode ter características

químicas semelhantes à da água da chuva (Allan 1995).

No trecho analisado do rio Araguari, as amostras coletadas em julho e

outubro de 2005, certamente tiveram suas características influenciadas pelas

obras em andamento na região. Neste período a presença de dragas de areia, os

constantes represamentos de áreas a serem preparadas para a construção, os

desmatamentos e queimadas realizados na preparação da área a ser inundada,

certamente interferiram em algumas das variáveis analisadas. Por exemplo, a

variação dos valores de turbidez, observada entre julho e outubro, pode ser

explicada pelas atividades de dragagem de areia e retirada de pedras, utilizadas

na construção da barragem. Estas atividades aumentaram os valores de turbidez

pelo incremento de material em suspensão. Assim em outubro, quando estas

atividades foram reduzidas, os valores obtidos foram menores e mais

homogêneos.

Apesar da influência das obras de construção da represa de Capim Branco

I, o trecho estudado do rio Araguari, antes do fechamento da barragem, mostrou-

se homogêneo em relação às variáveis ambientais analisadas, e as variações nas

condições físicas medidas, provavelmente ocorreram por influência da

sazonalidade.

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A temperatura é um importante fator que influencia vários processos no

ambiente aquático dentre eles a solubilidade dos gases. Então, quanto maior a

temperatura menor a solubilidade de gases, como por exemplo o oxigênio. Desta

forma, a queda nos valores de oxigênio dissolvido observada em outubro, pode

estar relacionada ao aumento da temperatura neste período. O aumento da

temperatura da água é apenas um reflexo da variação sazonal e aumento da

temperatura do ar (inverno - primavera).

Os baixos valores de condutividade elétrica caracterizaram as águas como

naturais e pobres em sais dissolvidos. Estes valores estão dentro do limite

esperado para águas naturais, que é de no máximo 100µS/cm (Brigante et al.

2003). Em regiões tropicais, este parâmetro ambiental está relacionado com as

características geoquímicas da região em que o ambiente aquático se localiza, e

também com as condições climáticas (Esteves 1998).

As fontes naturais parecem ser as principais fornecedoras de fósforo para

este ambiente, já que o seu entorno é dominado por pastagens naturais, e não há

registro de indústrias e povoados densamente habitados (Ferreira et al. 2005). A

quantidade de fosfato de fonte natural no sistema aquático depende diretamente

do conteúdo de fosfato presente nos minerais primários das rochas da bacia de

drenagem. Outros fatores naturais que permitem o aporte de fosfato são: material

particulado presente na atmosfera e o fosfato resultante da decomposição de

organismos de origem alóctone. As fontes artificiais mais importantes são

efluentes domésticos e industriais, e material particulado de origem industrial

contido na atmosfera (Esteves 1998). A presença de dois reservatórios à

montante (Miranda e Nova Ponte) também pode ser responsável pelos baixos

valores registrados para o fósforo no trecho amostrado, uma vez que, estes

reservatórios, além de apresentarem baixas concentrações de fósforo (Nova

Ponte: média de 30 µg/L e Miranda: média de 11µg/L, Gomes e Souza 2004)

possuem como característica a retenção de fósforo, realizada em função da

precipitação de fosfato férrico no sedimento (Nogueira 2005).

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As concentrações de nitrogênio e suas formas neste trecho do rio, podem

ter sua origem devido, principalmente, às fontes naturais e á sua ciclagem no

próprio ambiente. As principais fontes naturais de nitrogênio podem ser: a chuva,

material orgânico e inorgânico de origem alóctone, e a fixação de nitrogênio

molecular no próprio ambiente (Esteves 1998). A grande vazão e turbulência das

águas do rio Araguari favorecem os altos valores de nitrato registrados, sendo

estes maiores que aqueles obtidos para nitrito e amônio, já que com a

movimentação da água há uma boa oxigenação da mesma, levando à oxidação

das formas nitrogenadas a nitrato (Esteves 1998). Assim como para as taxas de

nitrato, o aumento nas taxas de nitrogênio total em outubro pode ser devido ao

aumento da lixiviação da bacia no período de chuvas (Allan 1995). As taxas de

amônio permaneceram constantes uma vez que, o rio é um ambiente oxidante e a

presença desta forma de nitrogênio fica restrita a valores mais baixos. As

concentrações das formas de nitrogênio, principalmente nitrato, podem aumentar

devido à agricultura, às mudanças no uso da terra e lançamento de efluentes

domésticos (Pattinson et al. 1998). O trecho de vazão reduzida, bem como a área

de influência da UHE de Capim Branco I encontra-se dentro de uma área na qual

predominam áreas de pastagens naturais e pequenos fragmentos de mata

(Ferreira et al. 2005). As formas de uso e ocupação do solo na bacia contribuem

para a manutenção dos baixos valores dos componentes nitrogenados no sistema.

O lançamento dos efluentes da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE)

Ipanema ou Morada dos Pássaros, localizada entre os pontos TVR3 e TVR4, não

influenciou na concentração dos nutrientes à jusante da descarga. Embora esta

ETE faça atualmente apenas um tratamento mecânico preliminar, seguido de um

reator anaeróbio, um filtro biológico, lagoa de estabilização e passagem do

efluente final por um sistema de valas de infiltração com grama humidícola, as

águas do rio Araguari se mostraram capazes de diluir as cargas de nutrientes

advindas desta estação.

Sendo a clorofila a um dos principais responsáveis pela fotossíntese, o

conhecimento de sua concentração pode dar indicações da biomassa do

fitoplâncton. Os baixos valores de clorofila a observados tanto na seca quanto na

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chuva de 2005, refletem a baixa abundância da comunidade fitoplanctônica neste

trecho do rio Araguari.

7.2 - Variáveis ambientais após o fechamento da barragem

O lago da UHE de Capim Branco I apresentou-se transparente (secchi

4m) e bem oxigenado, oxigênio presente inclusive no hipolímnio, o que significa

que pode ter havido uma renovação da água desta camada. Fato semelhante foi

observado por Silva (1998) para um dos compartimentos da represa de Nova

Ponte-MG, no período de inverno, e por Talling (1969 apud Silva 1998) em

lagos africanos. Este autor concluiu que este fato era devido à entrada de

afluentes com águas oxigenadas e mais frias que o corpo principal dos lagos. Em

Capim Branco I, devido à pequena extensão do lago formado, a entrada das

águas do rio Araguari provavelmente foi responsável pela formação da pequena

termoclina de inverno e pela manutenção do hipolímnio oxigenado. Esta

microestratificação, no entanto, não foi suficiente para interferir nas condições

químicas da água, que se apresentaram bastante homogêneas.

O lago recebe águas com baixas concentrações das formas de fósforo, e

como não há entrada de afluentes de origem doméstica e/ou industrial, estes

valores conservaram-se baixos. Os valores de nitrogênio total mostraram-se mais

elevados do que os observados antes do enchimento, o que pode ser explicado

pelo aumento da área inundada com a construção do reservatório. O aumento na

carga de nitrogênio deve-se, em grande parte, ao nitrogênio complexado na

forma orgânica, talvez oriundo da decomposição da matéria orgânica submersa.

O íon amônio foi o principal componente do N-tot. Este íon foi também o

principal componente da série nitrogenada dos reservatórios recém formados de,

Rossim e Lagoado em Portugal (Geraldes & Boavida 1999). O epilímnio de

Capim Branco I apresentou-se redutor, acumulando mais amônio que a camada

do hipolímnio. Silva (1998) também verificou maior concentração de amônio no

metalímnio do reservatório de Nova Ponte-MG, sugerindo que esta camada

tenha funcionado como um segundo fundo, onde a matéria orgânica retorna ao

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epilímnio permitindo uma circulação mais rápida dos nutrientes e a reposição

dos mesmos no epilímnio. Nos lagos do Vale do Rio Doce (MG) este tipo de

distribuição do amônio também foi observada, e segundo Mitamura et al. (1997)

esta distribuição deveu-se à decomposição das células sedimentadas de

fitoplâncton presentes no metalímnio. Segundo Esteves (1998) durante o

processo de decomposição da matéria orgânica, tanto em condições aeróbicas

quanto em anaeróbicas, a amônia (NH3) formada é rapidamente transformada em

íon amônio quando prevalece condições de pH ácido e neutro, como o observado

neste ambiente. O íon amônio é geralmente preferido pelas populações de

fitoplâncton (Mitamura et al. 1997) porque sua absorção é energeticamente mais

viável, não sendo necessária sua redução no interior da célula. Em geral, suas

concentrações são muito baixas em camadas onde se concentra o fitoplâncton

(Esteves 1998). Os maiores valores de clorofila a observados à profundidade de

10% de penetração de luz, indica que a comunidade fitoplanctônica está

concentrada nesta profundidade.

Os pontos amostrados no trecho de vazão reduzida e o ponto jusante,

mesmo depois do barramento, não apresentaram grandes alterações nas variáveis

analisadas. Ao contrário do lago, as águas deste trecho do rio tenderam à

neutralidade e as diferenças observadas nos valores de pH devem-se

principalmente à oxigenação da água ao ser vertida através da válvula que

mantém a vazão do trecho. O pequeno aumento registrado nos valores de

condutividade pode ter sido influenciado pela redução de vazão, a qual tornou as

rochas do fundo do rio mais expostas favorecendo assim sua erosão. Os menores

valores de turbidez registrados neste período confirmam o importante papel do

reservatório no processo de sedimentação, uma vez que os reservatórios

promovem um decréscimo da carga de material em suspensão (Tundisi et al.

2002).

Os níveis de ortofosfato (PO4-) também não variaram entre os períodos

(seca 2005 e seca 2006) e permaneceram baixos. O ortofosfato é um componente

muito importante a ser controlado, pois é um dos compostos essenciais para o

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desenvolvimento da comunidade fitoplanctônica. Desta forma, a manutenção das

taxas de ortofosfato a níveis baixos pode ser uma medida importante para evitar

um processo de eutrofização.

As concentrações dos componentes da série nitrogenada (N-tot, NO2, NO3

e NH4) foram maiores neste período que em 2005. O aumento registrado nos

pontos amostrados no TVR e no ponto Jusante é um reflexo do aumento deste

nutriente no reservatório, pois a água que flui pelo TVR, e posteriormente

encontra-se com a água que verte das turbinas a Jusante, é a água presente no

reservatório. Os valores observados refletem as concentrações registradas para

estes nutrientes no reservatório. As concentrações de nitrito, em geral, são

sempre baixas em ambientes oxigenados, uma vez que este nutriente representa

apenas uma forma intermediária e instável do nitrogênio inorgânico (Esteves

1998). Os níveis de nitrato registrados no TVR e no ponto jusante são coerentes

com os níveis observados no reservatório. Além disso, menores concentrações

deste nutriente, neste período, se contrapõem às altas concentrações de amônio

indicando que no ambiente predominavam condições que favorecem o nitrogênio

em sua forma mais reduzida. Mitamura et al. (1997) encontraram para três lagos

do vale do rio Doce (lagoa Jacaré, lago Dom Helvécio e lagoa Carioca) maiores

valores de íon amônio do que de nitrato. Estes autores sugeriram que a presença

de amônio no meio é responsável pela supressão das concentrações de nitrato no

ambiente. Assim como para ortofosfato, a dosagem e controle dos níveis de

amônio são importantíssimos para o controle do processo de eutrofização, pois

este nutriente é a forma de nitrogênio mais facilmente assimilada pela

comunidade fitoplanctônica.

A clorofila a manteve-se em baixas concentrações em todo o TVR e no

ponto jusante, refletindo as baixas taxas observadas para a maior parte da coluna

d’água do reservatório. As densidades fitoplanctônicas à jusante da barragem

foram pouco influenciadas pelas altas concentrações registradas no lago (4

metros de profundidade), provavelmente pelo tipo de vertente utilizada, uma vez

que a água vertida para o TVR é advinda de outra profundidade. Os valores de

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clorofila a, as baixas concentrações de nutrientes nas formas de nitrato e fosfato e

a alta transparência da água sugerem uma baixa produtividade fitoplanctônica,

apesar do processo não ter sido avaliado.

7.3 - Grau de Trofia

O baixo grau de trofia observado para o trecho do rio Araguari, antes e

após o fechamento da barragem era esperado pelos responsáveis pelo

empreendimento. Segundo parecer técnico, realizado pelo Engenheiro Civil

Joaquim de Aguirre Júnior, para a HOLOS Engenharia Sanitária e Ambiental,

apresentado em novembro de 2001, esse trecho de rio apresenta excelentes

características sanitárias e condições ecológicas aceitáveis (oligotróficas), não

apresentando variações sazonais típicas de rios situados na região oeste do Brasil.

De acordo com estas características, o lago da usina de Capim Branco I deve

permanecer oligotrófico, a exemplo dos reservatórios de Miranda e Nova Ponte,

situados a montante (Renault & Santos 2002). Segundo Barbosa et al. 1999, nos

reservatórios em cascata, ocorre uma diminuição dos poluentes ao longo da

seqüência, pois o reservatório a montante funciona como um quimiostato,

retendo parte dos poluentes e nutrientes, levando a uma melhora na qualidade das

águas e sedimentos cascata abaixo. Tal fato é válido somente quando o ambiente

não possui aporte lateral de nutrientes e o uso e ocupação do solo não se altera ao

londo da cascata.

O acompanhamento da evolução da qualidade da água na bacia do rio

Araguari apontou, segundo a avaliação do relatório “Qualidade das águas

superficiais no Estado de Minas Gerais em 2004” realizado pelo IGAM, que a

represa da UHE Nova Ponte funciona como uma grande bacia de sedimentação,

sendo que os valores de índice de qualidade de águas (IQA) refletem este padrão.

Durante anos a qualidade da água a montante do reservatório de Nova Ponte foi

classificada como de qualidade média, e à jusante de Miranda, como de boa

qualidade (IGAM 2005). De acordo com este relatório, a qualidade da água a

jusante de Miranda é classificada, desde 1998, como de boa qualidade. Silva

(1998) reportou que o reservatório de Nova Ponte, nos períodos de julho de 1995

e fevereiro de 1996, comportou-se como um ambiente oligotrófico. Da mesma

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forma, este comportamento foi reportado para a UHE Miranda, por Gomes e

Souza 2004. Segundo este autor, o reservatório de Miranda tem funcionado como

bacia de decantação e depuração, favorecendo a degradação da matéria orgânica,

acumulando nutrientes e promovendo a melhora da qualidade das águas do rio

Araguari à sua jusante.

7.4 - Comunidade zooplanctônica

7.4.1 - Riqueza de espécies

A composição de espécies observada para o rio Araguari neste estudo foi

similar à observada em dos grandes rios e lagos do mundo. A ocorrência de um

maior número de taxa após o represamento deve-se, principalmente, à

contribuição de organismos planctônicos, anteriormente ausentes no

potamoplâncton. A formação do lago da UHE de Capim Branco I possibilitou o

desenvolvimento de populações de espécies tipicamente planctônicas, como

alguns Cladocera (por exemplo, Moina minuta), observados apenas após o

barramento do rio. De acordo Matsumura-Tundisi (1999), a construção de um

reservatório induz a mudanças na composição taxonômica, sendo favorecidos os

organismos planctônicos e reduz a persistência de organismos tipicamente de

ambientes lóticos. O reservatório possui maior estabilidade que um rio

favorecendo assim, o desenvolvimento de espécies k-estrategistas, como

Copepoda e Cladocera. No entanto, os taxa não planctônicos que participaram da

riqueza específica do rio, também contribuíram para a composição faunística após

o represamento. Este fato também foi observado por Lansac-Tôha et al. (1999)

após a formação do reservatório de Corumbá-GO.

Em vários ambientes aquáticos no Brasil (Rocha et al. 1995), e em todo o

mundo (Pourriot et al.1997; Walz & Welker 1998; Reckendorfer et al. 1999;

Kim & Joo 2000; Bararanyi et al. 2002; Mwebaza-Ndawula 2005), Rotifera é o

grupo dominante em número de espécies, seguido pelos Cladocera e Copepoda.

Este grupo representou mais de 98% do número total de espécies zooplanctônicas

registradas por Reckendorfer et al. (1999) para o rio Danúbio na Áustria, e

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84,4% do número de espécies observado por Baranyi et al. (2002) no mesmo rio,

onde o restante da comunidade era composta por Cladocera e Copepoda. O

mesmo padrão foi observado para o rio Spree, Alemanha, onde 62 das 96

espécies identificadas eram de Rotifera, 17 eram de Cladocera, 9 de Copepoda e

8 de Protozoa (Walz & Welker 1998); para o rio Nakdong na Korea, onde 83

espécies estiveram presentes, sendo 60 de Rotifera, 14 de Cladocera e 9 de

Copepoda (Kim & Joo 2000), e para o rio Victoria Nile, Uganda, onde das 27

espécies encontradas, 16 eram de Rotifera, 8 de Copepoda e 2 de Cladocera

(Mwebaza-Ndawula 2005). Rotifera também é o grupo mais rico na maioria dos

reservatórios, como por exemplo, no reservatório La Concepción em Málaga,

Espanha (Fernández - Rosado & Lucena 2001), no reservatório Rimov na

República Tcheca (Seda & Devetter 2000), na represa de Nova Ponte – MG

(Silva 1998), no reservatório de Corumbá-GO (Lansac-Tôha et al. 1999), no

reservatório de Barra Bonita-SP (Matsumura-Tundisi & Tundisi 2005) e no

reservatório de Funil-RJ (Branco et al. 2002).

A composição de rotíferos registrada no rio Araguari é caracterizada pelo

predomínio das famílias Brachionidae, Lecanidae e Trichocercidae consideradas

típicas de ambientes tropicais (Guntzel et al. 2000; Lucinda 2003). Além disso,

são consideradas também como as principais na América do Sul (Rocha et al.

1995), e comumente observadas nos ambientes aquáticos brasileiros (Rocha et

al. 1995; Bonecker et al. 2005).

Após o barramento, as famílias Lecanidae, Brachionidae e Trichocercidae

continuaram sendo as mais especiosas. Na maioria dos ambientes de água doce

estudados no Brasil, estas famílias são as mais representativas. No estudo da

composição zooplanctônica de cinco lagoas marginais do Rio São Francisco,

Minas Gerais, Dabés (1995) constatou que representantes destas famílias

correspondiam a cerca de 50% do número total de taxa daqueles ambientes. Em

corpos d’água da bacia do Rio Tietê, (SP), Lucinda (2003) reportou a

dominância numérica destas famílias em todos as unidades amostradas. O

mesmo foi constatado para vários ambientes do alto Rio Paraná, por Ulloa

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(2004) e Bonecker et al. (2005). Os reservatórios de Segredo (Lopes et al. 1997),

de Corumbá (Aoyagui et al. 2003), e a represa de Jurumirim/Rio Paranapanema

(Panarelli et al. 2003) também possuem estas famílias como as mais abundantes

dentre os Rotifera. Keppeler (1999) encontrou dominância semelhante, para um

lago de meandro abandonado da planície de inundação do rio Acre.

A família Brachionidae é considerada uma das mais importantes para o

zooplâncton de águas continentais cujas espécies são geralmente planctônicas. A

família Lecanidae, ao contrário, é litorânea, estando relacionada ao bentos e ao

perifiton, principalmente em locais ricos em vegetação, ocorrendo no plâncton

como migrantes (Almeida et al. 2006)

Segundo Lansac-Tôha et al. (2004) as assembléias de amebas testáceas, em

vários ambientes de água doce no Brasil, são dominadas pelas famílias

Arcellidae, seguida por Difflugidae e Centropyxidae, como observado neste

estudo. Em amostras de plâncton de água doce, estas famílias têm sido

destacadas pela alta diversidade de táxons. Dabés (1995) e Dabés & Velho

(2001) reportaram a alta riqueza destas famílias para um lago marginal do rio

São Francisco e Velho et al. (1999) e Alves (2006) encontraram semelhante

composição para distintos ambientes da planície de inundação do Alto Rio

Paraná. Um grande número de espécies das famílias acima citadas têm sido

observadas no plâncton de ambientes lóticos devido, principalmente, ao fluxo da

corrente, o qual lava a vegetação e ressuspende o sedimento onde estes

organismos se encontram aderidos, enriquecendo coluna d’água (Lansac-Tôha et

al. 2004). Lena & Zaidenwerg (1975 apud Alves 2006) acreditam que a presença

de tecamebas no plâncton deve ser atribuída apenas a processos hidrodinâmicos,

como o arraste de organismos do sedimento e da vegetação marginal.

Apesar de rios representarem ambientes inóspitos para o desenvolvimento

de cladóceros (Sa-ardrit & Beamish 2005), a presença de um grande número de

espécies deste grupo em sistemas lóticos tem sido registrada por alguns autores,

como, por exemplo, no rio Danúbio, onde este grupo destaca-se como o segundo

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mais representativo em número de espécies (Reckendorfer et al. 1999; Baranyi et

al. 2002). A presença do reservatório de Miranda à montante da área de estudo

explicaria a ocorrência de espécies tipicamente planctônicas, como a família

Daphnidae. Estes organismos provavelmente foram carreados do reservatório

para a calha central do rio através da descarga das turbinas da hidrelétrica, e

contribuem para a riqueza deste ambiente.

De acordo com Serafim et al. (2003), o número de espécies da família

Chydoridae presentes no zooplâncton depende da estrutura e diversidade do

habitat, e qualquer fator ambiental que aumenta a distribuição e diversidade dos

bancos de macrófitas pode, consequentemente, aumentar o número de espécies

de chidorídeos. A presença de macrófitas cria substratos adequados para estes

organismos, típicos da região litorânea (Santos-Wisniewski et al. 2002).

Chidorídeos podem ser encontrados na coluna d’água, quando lavados da

vegetação marginal do rio e conduzidos para a calha do rio pela correnteza.

As espécies de Copepoda observadas no trecho analisado, provavelmente,

também representam uma contribuição do reservatório de Miranda uma vez que,

como ressaltado anteriormente, os reservatórios representam uma fonte de

espécies zooplanctônicas para os trechos de rio a jusante, enriquecendo-os.

Grande parte dos microcrustáceos planctônicos são típicos de ambientes

lacustres, não desenvolvendo grandes populações em ambientes inóspitos, tais

como os ambientes lóticos (Akopian et al. 1999; Viroux 2002).

Antes do fechamento da barragem, a maior riqueza de espécies da

comunidade zooplanctônica foi registrada nas regiões marginais do trecho de rio

analisado, como também observado por Lansac-Tôha et al. (1997) para a planície

de inundação do alto rio Paraná. Tal região favorece o desenvolvimento de um

grande número de espécies, pois neste ambiente a força da correnteza é menor

beneficiando a ciclagem de nutrientes, a produtividade primária e a retenção e a

dispersão da biota (Bacchi et al. 1998). No presente estudo foi observado

também um grande número de taxa na calha central, provavelmente pela

contribuição dos reservatórios à montante, e pela turbulência do rio que promove

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o deslocamento das espécies das margens para o centro do rio. Segundo Gomes e

Souza (2004), a represa de Miranda, situada a montante da área de estudos,

apresenta baixa riqueza de protozoários e maior riqueza dos outros grupos. Esses

organismos estão sendo levados do reservatório para a calha central do rio,

através da descarga das turbinas das hidrelétricas, contribuindo para o aumento

da riqueza à jusante, como explicado anteriormente.

7.4.2 - Densidade zooplanctônica antes do barramento

Não foi possível verificar uma influência da sazonalidade sobre a

densidade da comunidade zooplanctônica no rio Araguari, nas coletas realizadas

em 2005. Por outro lado, a presença do reservatório de Miranda à montante se

mostrou como o provável fator responsável pela manutenção das densidades do

zooplâncton no trecho avaliado. A densidade total de organismos

zooplanctônicos foi menor que os valores encontrados por Gomes e Souza (2004)

para os reservatórios Nova Ponte e Miranda, situados a sua montante. Em geral, a

densidade da comunidade zooplanctônica de ambientes lóticos é mais baixa que

em ambientes lênticos (Ietswaart et al. 1999) e de acordo com Kim & Joo (2000)

esta comunidade não pode manter densidades significativas nos canais dos rios,

em parte pelas baixas taxas reprodutivas, mas também devido às elevadas taxas

de perda pela correnteza.

Os Rotifera normalmente dominam o zooplâncton de ambientes lóticos,

principalmente por se tratarem de organismos extremamente oportunistas

apresentando uma alta capacidade adaptativa, rapidamente colonizando uma

grande variedade de habitats e ocupando diferentes nichos (Peláez-Rodríguez

2002; Gosselain et al. 1998). A maioria dos Rotifera alimenta-se de material em

suspensão de diferentes tamanhos, incluindo desde bactérias até algas

filamentosas, sendo alguns gêneros carnívoros (Pourriot 1977; Lansac-Tôha et al.

1997). Desta forma, estes organismos participam da ciclagem de nutrientes e,

portanto, da produtividade do ecossistema (Peláez-Rodríguez 2002). Além disso,

os Rotifera apresentam um curto período de desenvolvimento (poucos dias

dependendo da temperatura) e uma história de vida que lhes confere maior

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resiliência (Baranyi et al. 2002). Estes organismos predominam tanto em

ambientes lóticos como lênticos, como ressaltado por Paggi & José de Paggi

(1990) para as planícies de inundação, existindo apenas diferenças na estrutura e

dinâmica desse grupo. Segundo Lansac-Tôha et al. (1997) a ocorrência de

Rotifera no plâncton pode ser caracterizada por uma descontinuidade espacial e

temporal, que acarreta distintos padrões de distribuição vertical e horizontal. A

grande flexibilidade alimentar desses organismos, aliada à sua alta taxa de

renovação favorecem sua dominância no plâncton e atestam sua importância

ecológica no fluxo de energia, conversão de algas e bactérias em energia

acessível aos consumidores secundários, e ciclagem de nutrientes (Lansac-Tôha

et al. 1997; Bonecker et al. 2005; Lucinda 2003).

A dominância numérica de nauplii, entre os Copepoda, também foi

registrada no rio Paraná superior (Sendacz 1993), na planície de inundação do rio

Amazonas (Carvalho 1983; Hardy et al. 1984), no rio Paranapanema (Casanova

& Henry 2004) e nos rios Piracicaba, Severo e Doce da bacia do Médio Rio

Doce-MG (Menendez & Maia-Barbosa 2002). A alta densidade desta fase é

possível em condições adversas, sendo uma estratégia destas populações para

permanecerem nos ambientes gerando grande número de descendentes, uma vez

que apenas uma pequena parte destes alcançará a fase adulta (Panarelli et al.

2003). A participação de Copepoda, principalmente Cyclopoida, em alta

densidade deve-se, provavelmente à presença dos reservatórios (Miranda e Nova

Ponte) à montante da UHE Capim Branco I. Gomes e Souza (2004) relatou altas

densidades do grupo Copepoda, principalmente nas formas naupliares e juvenis,

na represa de Miranda. Além disso, Silva (1998) descreveu nauplii como sendo a

fase dominante no reservatório de Nova Ponte. A densidade de Copepoda

Cyclopoida, principalmente, T. minutus, é maior que a dos Copepoda Calanoida

devido, principalmente, ao seu habito alimentar raptorial (Matsumura-Tundisi et

al. 1997) que os capacita a manterem uma população de maior tamanho em

ambientes inóspitos como os rios.

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A família Bosminidae é tipicamente planctônica, sendo comumente

encontrada nos ambientes de água doce brasileiros (Rocha et al. 1995). Alguns

dados da literatura mostram que também para grandes rios, como o rio Nakdong

(Korea) e o rio Hudson (USA), Bosmina longirostris, domina numericamente

entre os cladóceros, (Kim & Joo 2000; Pace et al. 1992). As espécies desta

família estão também entre os mais freqüentes cladóceros do médio rio Paraná

(Paggi & José de Paggi 1990) e rio Paraná superior (Sendacz 1993). Somente

organismos pequenos com rápido crescimento e alta taxa de renovação, como

rotíferos e pequenos cladóceros, podem aumentar e/ou manter suas populações

quando o tempo de residência da água é curto, como em ambientes lóticos

(Pourriot et al. 1997). Segundo observações feitas por Viroux (2002) espécies do

gênero Bosmina são de fato capazes de desenvolver gerações bem sucedidas

durante seu percurso longitudinal em um rio. Pace et al. (1992) calcularam que a

taxa de crescimento de Bosmina alcança de 0.22 a 0.37 dia-¹, valores estes

comparáveis com os observados para rotiferos planctônicos bem sucedidos, tais

como Brachionus angularis e B. calyciflorus, e maiores que a maioria dos

valores reportados para Keratella cochlearis, Polyarthra remata e Synchaeta

oblonga (Viroux 2002).

As baixas densidades de protozoários em ambientes lóticos são esperadas,

já que estes organismos não estão adaptados à alta velocidade da corrente

(Lansac-Tôha et al. 1997). O contrário foi observado por Gomes e Souza (2004)

para os rios de pequeno porte que servem ao reservatório de Miranda, onde os

protozoários prevaleceram sobre os Rotifera, dominando a comunidade

zooplanctônica. Segundo a autora, a água destes rios encontrava-se

moderadamente poluída, com IQA variando de ruim a médio, contrário ao

observado neste estudo onde as águas se encontram em estado de oligotrofia. A

elevada densidade de Protozoa registrada para o TVR5 em outubro de 2005,

provavelmente está associada à maior quantidade de material em suspensão

observada neste ponto no momento da amostragem, uma vez que as tecamebas de

ambientes dulcícolas são preferencialmente associadas à vegetação litorânea e ao

sedimento (Fulone et al. 2005).

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7.4.3 - Densidade zooplanctônica após o fechamento da barragem

Apesar de não ter sido significativo, as densidades médias da comunidade

zooplanctônica em junho de 2006 foram maiores que as registradas em julho de

2005. Isto deveu-se principalmente às altas densidades observadas no reservatório

e no TVR1. De acordo com Rocha et al. (1999), reservatórios são considerados

ambientes favoráveis ao desenvolvimento das comunidades zooplanctônicas que

são capazes de estabelecer assembléias diversificadas, em períodos de tempo

relativamente curtos, após a implementação das barreiras.

Dentre os Cladocera, Daphnia gessneri, Bosminopsis deitersi e Moina

minuta foram as espécies mais abundantes no lago formado. Lopes et al. (1997)

registraram para o reservatório de Segredo, a dominância numérica destas mesmas

espécies de Cladocera. Para estes autores, a dominância de D. gessneri e M.

minuta está associada à melhor adaptação destas espécies às características

lênticas do ambiente, e às maiores biomassas fitoplanctônicas. Para as áreas

amostradas neste estudo, apesar de ainda baixas, as maiores densidades da

comunidade fitoplanctônica foram observadas no reservatório. Segundo

Wisniewski et al. (2000) B. deitersi é uma espécie associada à região limnética de

lagos, e também a ambientes oligotróficos, mas pode ser abundante também em

ambientes com características lóticas.

Para a maioria dos reservatórios do Brasil tem sido relatado o predomínio

dos Rotifera, independente do estado trófico, por se tratar de um grupo

representado por espécies oportunistas, com reprodução partenogenética,

apresentando altas taxas de natalidade e com desenvolvimento favorecido em

ambientes instáveis e eutrofizados (Matsumura-Tundisi et al. 1990; Rocha et al.

1995; Sampaio et al. 2002). Segundo Lopes et al. (1997), reservatórios em

estágios iniciais de colonização caracterizam-se pela dominância numérica deste

grupo. Já para o lago de Capim Branco I, recém formado, tal fato não foi

observado uma vez que neste ambiente os Cladocera e os nauplii foram mais

abundantes. Geralmente em ambientes com reduzida concentração de material em

suspensão, como é o caso da coluna d’água deste reservatório, os Cladocera

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tendem a suprimir Rotifera através da exclusão competitiva pelo mesmo recurso

algal (Bernot et al. 2004). Dentre os Rotifera, Collotheca foi o gênero mais

abundante no reservatório. Espécies deste gênero desenvolvem maiores

densidades em ambientes lacustres e zonas oligotróficas (Nogueira 2001).

Thermocyclops minutus tem sido relatada como a espécie dominante em

vários reservatórios brasileiros, tais como a represa de Jurumirim em São Paulo

(Mitsuka & Henry 2002; Panarelli et al. 2003), o reservatório de Tucuruí no Pará

(Espíndola et al. 2000), o reservatório Corumbá em Goiás (Bonecker et al.

2001), os reservatórios de Nova Ponte (Silva 1998, Gomes e Souza 2004) e

Miranda (Gomes e Souza 2004) localizados no Rio Araguari, a jusante da nossa

área de estudos. Esta espécie tem apresentado altas densidades em ambientes

oligo-mesotróficos, e tem sido utilizada como indicadora de condições tróficas

(Panarelli et al. 2003). Segundo Reid (1989) maiores densidades de T. minutus

são associadas a condições de oligo-mesotrofia, enquanto T. decipiens a

condições meso-eutróficas.

Apesar de Argyrodiaptomus furcatus ser apontada como indicadora de

condições oligotróficas, pois predomina em condições de pH de neutro a básico,

elevada concentração de oxigênio dissolvido, baixa condutividade elétrica e

baixa turbidez (Rietzler et al. 2002), esta espécie foi pouco abundante no

ambiente. Neste estudo, a densidade de T. minutus aumentou cerca de 100 vezes,

após a formação do reservatório. Para o reservatório de Corumbá (GO) a

ocorrência de adultos de Cyclopoida na fase pós-represamento e suas maiores

abundâncias nas estações lênticas foram provavelmente determinadas pelo

reduzido fluxo de corrente do lago (Lansac-Tôha et al. 1999), assim como

observado neste estudo. Panarelli et al. (2003) também reportaram um aumento

na abundância dos copepoda em direção à barragem do reservatório de

Jurumirim (SP).

Os protozoários também tiveram pouca representatividade no lago sendo

os ciliados os mais abundantes. Velho et al. (2004) relataram que a presença de

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Protozoa na coluna d’água de reservatórios está associada ao tamanho, à

profundidade e ao fluxo da corrente dos reservatórios. Aqueles autores

observaram maiores densidades de amebas testáceas em reservatórios pequenos,

rasos e com elevado fluxo de corrente. Estas características favorecem a

ressuspensão dos organismos associados com o sedimento, a lavagem da

vegetação marginal e a condução destes organismos para a coluna d’água

(Lansac-Tôha et al. 2000).

7.4.4 - O TVR e Ponto Jusante do lago

Após o fechamento da barragem de Capim Branco I, a vazão do rio

Araguari no TVR reduziu para cerca de 7m/s. Em função desta redução de vazão

o leito do rio foi drasticamente modificado. Observou-se a presença de locais

com baixa velocidade de corrente e fundo coberto de areia, e locais com fundo

pedregoso. A linha d’água não mais alcançou a vegetação marginal do rio,

exceto no ponto jusante, onde a vazão manteve-se praticamente a mesma de

antes do barramento, por se tratar de um ponto situado após à saída da casa de

força que, segundo Pinheiro & Santos 2002 verte toda a vazão originada do

reservatório de Miranda.

A contribuição do lago para o incremento das densidades de zooplâncton

à jusante do barramento ficou evidente pelo aumento nas densidades registradas,

no TVR1. Este fato também foi observado para o reservatório de Corumbá-GO

(Lansac-Tôha et al 1999). O zooplâncton característico de ambientes lênticos,

representado principalmente por rotiferos, persistiu a jusante da barragem.

Segundo (Zurek & Domnicka 1989) os Rotifera são os organismos que

apresentam maior capacidade de permanecer no ambiente.

Uma redução nas densidades de zooplâncton foi observada a partir do

TVR1, indicando a pouca capacidade dos organismos em manterem densidades

elevadas em áreas com correnteza, já que para populações planctônicas

sobreviverem em ambientes lóticos, suas taxas reprodutivas devem ser iguais ou

maiores que o seu deslocamento pela correnteza (Marzolf 1990; Lansac-Tôha et

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al. 1999). Um aumento na densidade zooplanctônica no TVR4 deveu-se,

provavelmente, a influência da descarga dos córregos Terra Branca e

Marimbondo, afluentes do rio Araguari e situados entre os pontos TVR3 e

TVR4. O aumento da densidade no ponto jusante pode ser explicado pela

descarga de água vinda da casa de força, a qual devolve ao rio parte de sua água

represada.

Rotifera permaneceu como grupo dominante no TVR após a formação do

lago. A grande abundância deste grupo no trecho de vazão reduzida deve-se à

sua melhor adaptação às características lóticas do ambiente, como comentado

anteriormente. Correnteza e sólidos em suspensão frequentemente favorecem

rotíferos sobre os crutáceos, devido ao curto tempo de desenvolvimento dos

primeiros e de sua capacidade para “selecionar” os alimentos (Bernot et al.

2004).

A densidade dos Copepoda foi menor que a registrada no lago, assim

como o observado por Mitsuka & Henry (2002) para a região a jusante da

barragem da represa de Jurumirim. Segundo estes autores a velocidade da

corrente desempenha um importante papel nos moldes de variação longitudinal

da densidade de Copepoda, atuando como um fator seletivo, pois produz

modificações no número de organismos, bem como na diversidade de espécies.

Lansac-Tôha et al. (1999) também registraram este fenômeno para a represa de

Corumbá-GO. Para este autor as maiores abundâncias deste grupo nos ambientes

lênticos são, provavelmente, determinadas pelo reduzido fluxo de corrente

nessas estações. As maiores abundâncias desse grupo no TVR1, logo abaixo da

barragem, podem ser devidas à contribuição da fauna proveniente do lago.

Assim como os Copepoda, os Cladocera foram mais abundantes na região

lacustre do que no rio, como o reportado também por Bernot et al. (2004) para o

Reservatório Glen Elder no Kansas. Normalmente o ambiente lacustre possui

menos sólidos em suspensão que um ambiente de rio, o que favorece a

alimentação dos Cladocera. Nogueira (2001) observou que a distribuição de

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Diaphanosoma sp, no reservatório de Jurumirim (SP), parece estar associada às

zonas próximas a barragem e ao canal central do reservatório. Panarelli et al.

(2003) estudando a comunidade zooplanctônica ao longo de um gradiente

longitudinal no mesmo reservatório, reportaram que os Cladocera foram mais

bem representados em regiões próximas à barragem, uma vez que o maior tempo

de residência da água nesta região favorece a proliferação destes organismos. O

mesmo padrão foi observado por Lansac-Tôha et al. (1999) para o reservatório

de Corumbá (GO) no qual os Cladocera foram numericamente expressivos

apenas na fase pós-represamento, nas estações lênticas do reservatório, com

destaque para as espécies tipicamente planctônicas, que desenvolveram elevadas

densidades populacionais em função da reduzida velocidade de corrente. Embora

este grupo não tenha sido numericamente dominante no reservatório de Salto

Grande (SP), Zanata & Espíndola (2002) observaram que os Cladocera

mostraram-se mais bem adaptados a regiões distantes da entrada do rio Atibaia,

onde as características do sistema são mais similares a um lago.

7.4.5 - Diversidade e similaridade

A diversidade de espécies é um dos atributos mais importantes de um

sistema biológico. Pode ser considerado um índice que reporta sobre a qualidade

ambiental, na medida em que a diversidade de espécies tende a ser pequena nos

ecossistemas controlados por fatores físicos, químicos ou toxicológicos, e alta nos

ecossistemas biologicamente controlados (Ricklefs 2001). Em ecologia, a

diversidade é mais do que o número de espécies presentes em uma determinada

área e depende da abundância relativa de cada espécie no ambiente estudado

(Margalef 1983). Um alto índice de diversidade reflete uma distribuição eqüitativa

da densidade dos organismos dentro de cada espécie, não existindo no local uma

ou mais espécies dominantes. Um grande número de taxa, com poucos

representantes em cada um deles, é uma situação esperada para ambientes lóticos,

principalmente se o ambiente não apresenta grande contaminação por matéria

orgânica.

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Antes do fechamento da barragem, o ambiente estudado apresentou um alto

índice de diversidade. O aumento do índice de diversidade em outubro de 2005

provavelmente foi devido ao efeito das chuvas, que apesar de gerarem um maior

fluxo de corrente, promoveram uma lavagem da vegetação marginal e do

sedimento, carreando os organismos para a coluna d’água

No período de chuva de 2005 os grupos mais diversos foram Protozoa e

Rotifera. Os maiores valores de diversidade refletem a ausência de espécies

dominantes nestes grupos. Para os Copepoda, os baixos valores de diversidade

podem ser explicados pela dominância dos estágios larvais (nauplii e copepoditos)

e de T. minutus em detrimento às outras espécies.

A diversidade de espécies após o fechamento da barragem foi menor que

em julho de 2005, embora a diferença nas médias dos pontos não tenha sido

significativa. A construção de reservatórios causa alterações na composição

taxonômica do zooplâncton reduzindo, à jusante, a diversidade de espécies

quando comparada com a do rio (Matsumura-Tundisi 1999; Tundisi et al. 2002).

Os maiores valores de diversidade foram observados nos pontos TVR3 e TVR5 e

a menor no TVR1, pois neste ponto foi registrado a dominância da espécie A.

ovalis. Thermocyclops minutus, dentre os Copepoda, destacou-se como espécie

dominante em todos os pontos, o que levou a uma baixa diversidade para este

grupo.

A composição e a densidade das espécies em 2005 confirma a

homogeneidade do ambiente, fato observado devido aos elevados valores de

similaridade entre os pontos. O índice de similaridade de Sorensen varia entre 0

(nenhuma similaridade entre duas amostras) e 1 (similaridade completa) (Valentin

1995), e no ambiente estudado foram registrados valores de similaridade acima de

0,5 em todos os pontos.

Após o fechamento da barragem, o lago se diferenciou de todos os outros

pontos. Este fato deve-se, principalmente, às suas características lênticas que

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permitem o desenvolvimento de comunidades distintas daquelas encontradas nos

outros pontos e períodos.

7.4.6 - Representatividade das espécies

A dominância de nauplii parece ser um fato comumente observado em

ambientes lóticos com influência de barramentos. Mitsuka & Henry (2002)

também observaram a dominância desta fase larval no rio Paranapanema, a

jusante do reservatório de Jurumirim. Neste estudo a dominância destes

organismos justifica-se pela presença do reservatório de Miranda, à montante no

rio Araguari. Várias espécies de Rotifera também mostraram-se mais abundantes

em ambos os períodos, antes dos barramento. Estes organismos são grandes

oportunistas e muito adaptáveis a vários locais e condições ambientais com grande

importância e representatividade em águas continentais (Lucinda 2003).

Em vários rios do mundo B. longirostris, mesmo sendo uma espécie

tipicamente planctônica, é capaz de manter uma alta freqüência entre a

comunidade zooplanctônica devido ao seu rápido crescimento e elevada taxa de

renovação, destacando-se como a principal representante dos Cladocera (Pourriot

et al. 1997). No rio Danúbio B. longirostris foi a espécie de maior ocorrência,

contribuindo com cerca de 63,6% da comunidade zooplanctônica (Reckendorfer et

al. 1999; Baranyi et al. 2002). Para o rio Spree, na Alemanha, Walz & Welker

(1998) reportaram que esta espécie estava entre os mais abundantes e contínuos

cladóceros. Segundo Viroux (2002) a predominância numérica da família

Bosminidae em rios do mundo é bem documentada, e pode ser interpretada como

sintomática entre os Cladocera, pela sua melhor adaptação a ambientes adversos,

bem ilustrada pela suas maiores taxas de crescimento.

A abundância de T. minutus, assim como a dos nauplii, pode ser devida à

contribuição dos reservatórios à montante. Estes organismos são conduzidos dos

reservatórios para o rio, à jusante, através das descargas, e como k-estrategistas, e

possuindo um tempo de geração maior, necessitam de ambientes mais estáveis

para se desenvolverem.

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No período de chuva (outubro) notou-se a presença do protozoário

Centropyxis aculeata dentre as espécies mais abundantes. Tal abundância,

provavelmente, deve-se à sua dominância no TVR5 e ao maior fluxo de água

neste período, que proporciona uma lavagem da vegetação e do sedimento, locais

onde estes organismos encontram-se aderidos.

Em junho de 2006, após o fechamento da barragem, ao longo do trecho de

vazão reduzida observou-se uma mudança na abundancia das espécies. No lago e

no ponto jusante, observou-se a dominância de espécies com menores taxas

reprodutivas, tais como Copepoda e Cladocera, que são favorecidas em

ambientes com características lénticas.

Apesar da distância entre o ponto jusante e o lago formado (cerca de

9Km), a grande abundância de organismos planctônicos neste ponto, deve-se ao

fato de suas águas serem abastecidas com água direta do lago através da

descarga das turbinas. Assim, como as características físicas e químicas da água

a jusante são profundamente influenciadas pelo sistema acima da barragem, a

comunidade planctônica recebe grande aporte de organismos provenientes das

populações residentes no reservatório, ocorrendo redução na densidade e

mudanças na abundância relativa dos taxa com o distanciamento da barragem

(Panarelli et al. 2003).

Neste trabalho observou-se um aumento no número de espécies

representativas à medida que se afasta da barragem, sendo que neste conjunto de

espécies predominaram Rotifera e Protozoa. Após a descarga da barragem a

comunidade lótica reassume sua estrutura, com populações constituídas de

espécies de vida curta, capazes de se multiplicar rapidamente e, portanto, com

estoque populacional, apesar das perdas causadas pela ação da correnteza.

As alterações na composição da comunidade zooplanctônica neste trecho

devem-se, provavelmente, às modificações do habitat após a redução de vazão.

Após o barramento, cada trecho do TVR mostrou características distintas, com

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trechos de remanso com fundo arenoso, e outros com características mais lóticas

e fundo pedregoso.

Panarelli et al. (2003) observaram, ao longo de seis estações num trecho

de 39 Km de extensão, o restabelecimento da comunidade lótica, com maior

diversidade e menor abundância de organismos com o distanciamento da

barragem de Jurumirim. Neste trabalho, o início do restabelecimento da

comunidade lótica foi percebido em 5 estações, num trecho de menos de 9 km de

extensão. Esta constatação é de grande importância por fornecer informações

sobre a capacidade de reconstituição da microfauna de ambientes lóticos em

trechos de pequena extensão. Entretanto é importante ressaltar que este fato não

justificaria a construção de reservatórios em cascata, com distâncias cada vez

menores entre eles.

7.5 - Influência da matriz abiótica sobre a comunidade zooplanctônica

e Interações entre as comunidades planctônicas.

Grande parte das variáveis físicas e químicas analisadas não mostrou

correlação com a comunidade zooplanctônica no trecho estudado, provavelmente

pela pouca variação observada não só ao longo do período, como entre os pontos

analisados, além do reduzido número de amostras. Para rios, o fluxo da corrente

pode ser considerado o principal fator regulador das comunidades planctônicas,

pois além de interferir em variáveis como a concentração de gases dissolvidos,

distribuição de sólidos em suspensão e de recurso alimentar, funciona como uma

importante força seletiva das espécies que participarão, com maior

representatividade, da comunidade planctônica.

A temperatura é um dos maiores fatores abióticos que afetam os

organismos (Begon et al. 1990) sendo a maior força reguladora em ecossistemas

aquáticos, através de impactos nas taxas dos processos biológicos, incluindo

processos bioquímicos e fisiológicos influenciando a comunidade no nível

específico e populacional (Mitchell & Lampert 2000). Um aumento na

temperatura da água causa um aumento no metabolismo dos organismos

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zooplanctônicos. Isto acelera o crescimento, a maturação sexual e a reprodução

(Azevedo & Bonecker 2003). Neste estudo se observou uma relação negativa

entre a temperatura da água e os Cladocera, os Copepoda adultos e nauplii, em

outubro de 2005. Wolfinbarger (1999), em laboratório, observou que a

sobrevivência de Cladocera diminuiu com o aumento da temperatura.

Com relação à comunidade planctônica, observou-se correlação entre todos

os grupos zooplanctônicos (exceto Protozoa) e a classe fitoplanctônica

Oedogoniophyceae. Este relação não indica, entretanto, uma possível associação

alimentar, uma vez que os organismos desta classe encontrados no ambiente são

filamentosos e de grande tamanho (Bicudo & Menezes 2005). A relação negativa

observada entre a classe Cyanophyceae e Rotifera, Copepoda e nauplii era

esperada devido à não palatabilidade destes organismos.

O baixo número de correlações, sendo algumas muito fracas, encontradas

entre as comunidades fito e zooplanctônica, indica que possivelmente o

fitoplâncton não é o principal recurso alimentar utilizado pela comunidade

zooplanctônica neste ambiente. Pequenas partículas que dominam em ambientes

instáveis, como os rios, geralmente providenciam um suplemento de alimentos

palatáveis, como por exemplo, a associação entre as algas e bactérias com

numerosos flagelados heterotróficos (Lair 2005). Os microcrustáceos (Copepoda e

Cladocera) têm grande participação no fluxo de energia e ciclagem de nutrientes

em ecossistemas aquáticos, sendo predominantemente filtradores (exceto

ciclopóides adultos) de detritos, algas e bactérias. A alimentação destes

organismos varia conforme as diferenças no tamanho e forma do alimento

tomado, além dos distintos tamanhos dos indivíduos e mecanismos de captura de

alimento pertinentes a cada espécie (Lansac-Tôha et al.1997). Wylie & Currie

(1991) estimaram que Cladocera obtém cerca de 16 a 21% de seu carbono através

da ingestão de bactérias. No ambiente estudado a alimentação da comunidade

zooplanctônica por outros recursos, que não o fitoplâncton, poderia ser explicado

pelas baixas densidades destes organismos no trecho analisado, que apresentaram

maior densidade (600 ind/mL) apenas a 4m de profundidade do lago formado.

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Neste período as espécies fitoplanctônicas, presentes nos grupos que apresentaram

correlação, em sua maioria são formadas por células pequenas e palatáveis, como

por exemplo, Cosmarium asphaerosporum, podendo ser utilizadas como alimento

por alguns grupos zooplanctônicos.

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8 - Conclusões

• A formação do reservatório de Capim Branco I induziu a

mudanças na composição e na densidade da comunidade

zooplanctônica do rio Araguari;

• As águas do rio Araguari, antes do fechamento da barragem,

apresentavam-se com características de águas naturais.

• Após o enchimento da barragem observou-se um aumento dos

componentes da série nitrogenada, tanto no lago quanto no TVR e

ponto jusante, sendo o íon amônio o mais representativo.

• O reservatório funciona como uma bacia de decantação para os

sólidos em suspensão reduzindo os valores de TDS a jusante da

barragem.

• Com relação à concentração de fósforo no ambiente o estado

trófico do rio Araguari variou de ultra-oligotrófico a oligotófico em

2005, e permaneceu ultra-oligotrófico após a formação do

reservatório de Capim Branco I.

• A riqueza da comunidade zooplanctônica do rio Araguari

aumentou após a formação do lago sendo os Rotifera o grupo mais

representativo.

• A densidade da comunidade zooplanctônica do rio Araguari não

foi influenciada pela sazonalidade.

• A formação do lago favoraceu o aumento da densidade da

comunidade zooplanctônica no ponto montante e redução no

trecho de vazão reduzida e no ponto jusante.

• Rotifera permaneceu como o grupo mais abundante no TVR, após

o fechamento da barragem.

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• A diversidade zooplanctônica e a similaridade foram mais altas

antes do fechamento da barragem. Protozoa foi o grupo mais

diverso em 2005 e Rotifera em 2006.

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9 - Consideração Final

O crescente consumo de energia elétrica, no Brasil e no mundo, tem

levado os países à construção de empreendimentos que, apesar de importantes,

são extremamente impactantes para o meio ambiente. Estudos e medidas

compensatórias que minimizem estes impactos são necessários. A implantação e

a manutenção de um trecho de vazão reduzida em empreendimentos onde a

topografia do terreno e a morfologia de rio são favoráveis é uma importante

medida para a preservação das espécies potamoplanctônicas do local. Os estudos

no trecho de vazão reduzida da UHE de Capim Branco I mostraram que a

comunidade potamoplanctônica é capaz de se reestruturar após a saída da

barragem. Desta forma, a manutenção deste trecho é importante para que a

comunidade zooplanctônica, inicialmente presente no local, não seja totalmente

substituída por uma comunidade característica de ambientes lênticos.

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102

11 – Anexos

Anexo 1: Concentrações de nutrientes à montante, jusante e ao longo do TVR da barragem Capim Branco I (rio Araguari), em julho e em outubro de 2005.

P-tot

(µg/L) PO4

(µg/L) NH4

(µg/L) NO2

(µg/L) NO3

(µg/L) N-tot (µg/L)

Clorofila-a (µµµµg/L)

Montante 9,08 2,19 35,01 0,91 22,80 163,90 2,14 TVR 1 13,28 2,41 9,84 2,38 40,82 103,99 3,56 TVR 2 22,56 3,69 16,44 2,41 45,42 117,03 2,49 TVR 3 12,81 2,38 36,09 2,18 41,78 103,26 1,60 TVR 4 18,39 2,22 33,89 2,45 40,29 90,10 9,36 TVR 5 18,22 2,21 38,25 2,19 41,61 143,72 1,51 Ju

lho

de 2

005

Jusante 12,20 2,67 26,43 1,95 24,90 169,10 2,14 Montante 23,66 2,11 65,91 1,31 79,87 247,70 1,34

TVR 1 23,79 8,26 20,98 1,88 69,08 232,92 4,28 TVR 2 25,42 5,71 20,06 1,77 65,63 188,82 2,23

TVR 3 36,81 23,57 15,75 1,83 65,29 234,95 2,05 TVR 4 9,63 2,24 22,26 1,35 94,86 250,90 1,25 TVR 5 16,79 1,87 27,28 1,20 88,17 149,60 0,80 O

utub

ro d

e 20

05

Jusante 13,69 2,24 28,05 1,05 89,88 179,23 1,43

Anexo 2: Concentrações de nutrientes no lago, jusante e ao longo do TVR de Capim Branco I (rio Araguari), em junho de 2006.

P-tot (µg/L)

PO4 (µg/L)

NH4 (µg/L)

NO2 (µg/L)

NO3

(µg/L) N-tot (µg/L)

Clorofila-a (µg/L)

0,0m 8,10 2,68 68,87 1,85 19,85 355,20 2,14 4,0m 8,78 2,50 52,04 1,23 21,73 285,10 4,28 12,0m 11,78 1,81 58,78 2,00 21,07 276,95 2,94 18,0m 8,22 2,29 35,82 2,43 19,11 284,75 2,14 TVR1 10,82 1,78 67,43 2,31 21,97 329,8 0,80 TVR2 19,41 4,59 415,90 2,58 18,50 699,4 2,14 TVR3 22,63 2,68 108,40 1,81 20,40 329,8 0,80 TVR4 18,17 3,90 122,85 1,66 26,92 369,4 1,87 TVR5 12,79 3,67 104,60 2,47 28,35 395,1 0,54

Jusante 6,58 3,07 74,32 1,68 16,68 315,5 4,90

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Anexo 3: Análise qualitativa da comunidade zooplanctônica do rio Araguari, nos diferentes trechos e períodos amostrados.

Julho de 2005 Outubro de 2005 Junho de 2006 Mont TVR Jus Mont TVR Jus Mont TVR Jus Protozoa Arcella brasiliensis 0 x x 0 x 0 0 x 0 Arcella conica 0 x 0 x x x 0 x 0 Arcella costata 0 0 0 x x x 0 x x Arcella crenulata 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Arcella discoides x x x 0 x x 0 x x Arcella gibbosa x x 0 x x x x x x Arcella hemisphaerica 0 x 0 x x x x x x Arcella sp 0 0 x x x 0 0 x x Arcella sp 1 0 x 0 x x x 0 0 0 Arcella discoides 0 0 x 0 0 0 0 0 0 Arcella vulgaris x x x x x x x x x Centropyxis aculeata x x x x x x x x x Centropyxis constricta x x x x x x 0 x 0 Centropyxis ecornis 0 x x 0 x 0 x x x Centropyxis sp1 0 x 0 0 x x 0 0 0 Centropyxis sp 0 x x x x x 0 0 0 Cyclopyxis impressa 0 0 0 0 x 0 0 0 0 Cyclopyxis sp x x x 0 x x 0 x 0 Cyphoderia ampulla 0 0 0 0 x 0 0 x 0 Cyphoderia trochus 0 0 0 x x x x x x Ciliado x x x x x x x x x Difflugia acuminata 0 x x 0 0 0 x x 0 Difflugia corinulata 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Difflugia corona 0 0 0 0 x 0 0 0 0 Difflugia cf. oblonga 0 0 0 0 x 0 0 x 0 Difflugia elegans 0 x x 0 x x 0 x 0 Difflugia sp 1 0 x 0 0 0 0 0 x 0 Difflugia spp x x x x x x x x x Epistilis sp x x x x x x 0 0 0 Euglypha sp 0 x 0 x x x 0 0 0 Euglypha crenulata 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Euglypha sp 1 0 0 0 0 0 0 x x x Euglypha sp 2 0 0 0 0 0 0 x x x Euglypha sp3 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Heleopera sp 0 x x 0 x x 0 0 0 Lesquereusia epistomium x x x x x x 0 x x Lesquereusia modesta x x x x x x x x x Lesquereusia spiralis x x x x x x x x 0 Continua...

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...Continuação Julho de 2005 Outubro de 2005 Junho de 2006 Mont TVR Jus Mont TVR Jus Mont TVR Jus Nebela sp 0 x 0 x x 0 0 x 0 Nebela cf dentistoma 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Pyxicola sp x x x 0 x x 0 0 0 Suctoria sp x x x x x x 0 0 x Testudinella cf. patina 0 0 0 0 0 0 0 0 x Trinema lineare 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Vorticella x x x x x x x 0 x Sub-total 15 28 22 21 33 25 14 32 18 Rotifera Anuraeopsis fissa x x x 0 x x 0 0 x Anuraeopsis navicula 0 x x 0 x 0 0 0 0 Ascomorpha ecaudis x x x x x x x x x Ascomorpha ovalis x x x 0 x x x x x Ascomorpha saltans 0 0 0 0 x 0 0 0 0 Asplanchna sp x x x x x x x x x Bdelloidea X x x x x x x x x Brachionus angularis 0 x x 0 x 0 0 0 0 Brachionus bidentata 0 0 0 0 0 0 0 0 x Brachionus falcatus 0 x x 0 0 0 x x x Brachionus calyciflorus 0 0 x 0 0 0 0 0 0 Brachionus mirus 0 x x 0 0 0 0 x x Brachionus patulus 0 0 0 0 0 0 0 0 x Cephalodella gibba 0 0 0 0 x x 0 0 0 Cephalodella sp 0 x 0 x x x 0 x x Collotheca sp x x x x x x x x x Collotheca sp1 x x 0 x x x x x x Colurella sp 0 0 0 0 0 0 0 0 x Conochilus coenobasis x x x x x x 0 x x Conochilus unicornis x x x x x x x x x Dicranophorus sp 0 x 0 0 x x 0 x x Dipleuchanis sp 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Dissotrocha 0 x x 0 0 0 0 0 0 Euchlanis sp x x x x x x 0 x x Filinia longiseta x x x 0 x x 0 x x Filinia opoliensis x x x x x x x x x Gastropus sp 0 x 0 0 0 0 0 0 0 Hexarthra sp x x x x x x x x x Kellicottia bostoniensis 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Keratella americana x x x x x x x x x Keratella cochlearis x x x x x x x x x Keratella lenzi x x x x x x x x x Keratella tropica x 0 x 0 0 0 0 0 0 Lecane arcula 0 0 x 0 x 0 x 0 x

Continua...

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105

...Continuação Julho de 2005 Outubro de 2005 Junho de 2006 Mont TVR Jus Mont TVR Jus Mont TVR Jus Lecane bulla x x 0 x x x x x x Lecane curvicornis x x x 0 x x 0 x x Lecane closterocerca 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Lecane cornuta 0 0 0 0 0 0 x 0 0 Lecane hornemanni x x x x x x x 0 0 Lecane lateralis 0 x 0 0 x 0 0 0 0 Lecane leontina 0 0 0 0 x x x 0 0 Lecane ludwigii 0 x x 0 x x 0 0 x Lecane lunaris x x x x x x 0 x x Lecane monostyla 0 0 0 0 x x x 0 x Lecane papuana 0 x 0 0 x 0 x x x Lecane scutata 0 0 0 0 0 0 0 0 x Lecane signifera 0 x x x x x 0 x x Lecane sp 0 x 0 0 0 0 0 0 0 Lecane syngenis x x 0 0 0 0 0 0 0 Lecane cf piriformis 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Lecane thinemanni x x 0 x x x x x x Lepadella ovalis x x x 0 x x 0 0 0 Lepadella patella 0 x x 0 x x 0 0 0 Lepadella sp 1 0 0 0 x x 0 x x x Macrochaetus collinsi x x x x x x 0 x 0 Macrochaetus sericus x x x 0 x x 0 x x Macrotrachaela sp 0 x 0 0 x 0 0 0 0 Monomata sp 0 x x 0 x 0 0 x 0 Mytilina bisulcata 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Mytilina sp 0 0 0 0 0 0 0 x x Platyias quadricornis 0 x 0 x x x x 0 x Ploesoma truncatum x x x x x x 0 x x Polyarthra sp x x x 0 x 0 x x x Ptygura sp 0 0 0 0 0 0 x x x Rotaria sp 0 x 0 0 x x 0 0 0 Rotífera NI x x x 0 0 0 0 0 0 Rotifera NI 3 0 0 0 0 x x 0 0 0 Rotífera NI 4 0 0 0 x x x 0 0 0 ROTÍFERA quadrado 0 0 0 0 0 0 0 x x Scaridium longicaudum 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Synchaeta stylata 0 0 0 x x 0 0 0 0 Trichocerca capucina 0 x x 0 x x 0 0 0 Trichocerca iermis 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Trichocerca insignis x x x 0 x x 0 x 0 Trichocerca rattus 0 0 0 0 0 0 0 x 0

Continua...

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106

Continuação... Julho de 2005 Outubro de 2005 Junho de 2006 Mont TVR Jus Mont TVR Jus Mont TVR Jus Trichocerca similis x x x x x x x x x Trichocerca sp 1 0 x 0 x x 0 x x x Trichocerca tenuior 0 0 0 0 x 0 0 x 0 Trichotria tetractis x x x x x x 0 x x Sub-total 31 51 40 28 54 41 27 47 44 Alona gutata 0 x x 0 x 0 0 x x Alona cambouei 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Alona davidi 0 x 0 0 0 0 0 0 0 Alona poppei 0 x x 0 x 0 0 0 x Biapertura affinis 0 0 0 0 0 0 0 x x Bosmina hagmanni x x x x x x x x x Bosmina longirostris x x x x x 0 x x x Bosmina tubicen 0 0 0 0 x 0 0 0 0 Bosminopsis deitersi 0 x x x x 0 x x x Ceriodaphnia cornuta x x x x x x x x x Ceriodapnhia richardi x x x 0 x 0 x x x Ceriodapnhia sivestrii x x x x x x x x x Cyidorus eurinotus 0 x 0 0 x 0 x 0 x Daphnia ambigua 0 x x 0 0 0 x 0 x Dapnhia gessneri x x x x x x x x x Daphnia leavis 0 0 0 x x 0 x 0 0 Diaphanosoma birgei x x x x x x 0 x 0 Diaphanosoma spinulosum 0 0 0 0 0 0 x x x Disparalona dadayi 0 0 0 0 0 0 x 0 x Ilyocryptus spinifer 0 x 0 x x 0 x 0 x Moina minuta 0 x x 0 x 0 x 0 x Simocephalus cf latirostris 0 x 0 0 0 0 0 0 0 Sub-total 7 15 12 9 15 5 14 12 16 Argyrodiaptomus furcatus x x x x x x x x x Eucyclops elegans 0 0 0 0 0 0 0 x 0 Harpactipoida x x x 0 x 0 x x x Microcyclops sp 0 x x 0 x 0 0 x x Notodiaptomus sp x x x x x x x x x Paracyclopsf fimbriatus 0 x x 0 x 0 x x x Thermocyclops decipiens 0 x x 0 0 0 0 0 0 Thermocyclops minutus x x x x x x x x x Sub-total 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Gastrotricha 0 x 0 x x x x x x Ostracoda 0 x x x x x 0 x x TOTAL 57 103 82 63 110 76 61 100 86

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Anexo 4: Análise quali-quantitativa da comunidade zooplanctônica do TVR da UHE Capim Branco I, em julho de 2005 ( X= organismos presentes apenas na análise qualitativa). TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

Montante

M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E

Protozoa

Arcella brasiliensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 35

Arcella conica 0 0 0 0 0 X 0 0 0 86 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Arcella costata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Arcella dentata 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Arcella discoides 70 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 36 0 0

Arcella gibbosa 35 0 25 X 0 0 25 25 0 0 0 0 40 0 0 35 0 0 0

Arcella hemisphaerica 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 0 X 0 X 0 0 0 0 0

Arcella sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X X

Arcella sp1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0

Arcella vulgaris X 25 25 0 150 35 0 25 64 29 50 0 60 21 0 70 55 0 X

Centropyxis aculeata 385 175 175 225 225 385 325 75 171 829 117 225 140 150 178 175 345 560 245

Centropyxis constricta 35 0 75 75 0 35 X X 64 229 17 50 0 43 22 35 55 70 105

Centropyxis sp1 0 0 0 0 25 0 100 0 21 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Centropyxis ecornis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 X

Centropyxis spp 0 0 0 0 X 0 X 0 X 171 67 0 0 X 0 35 36 70 X

Cyclopyxis sp X 0 X X 0 X 0 0 21 257 X 25 0 21 44 0 X 0 0

Ciliado 245 400 225 488 300 X 175 50 21 514 33 X 10 150 0 105 127 105 105

Cyphoderia ampulla 0 0 0 0 0 0 0 0 0 200 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Cyphoderia trochus 0 0 0 0 0 0 0 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Difflugia acuminata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 18 0 35

Difflugia elegans 0 0 0 X 50 35 25 0 21 57 0 0 X 21 X 35 0 0 X

Difflugia muriculata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Difflugia sp 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 25 0 0 0 0 0 0 0

Difflugia spp 35 X 50 113 75 35 50 25 64 257 0 25 30 43 X 35 109 70 140

Epistilis sp 70 75 X 150 150 140 50 75 64 86 X X 20 43 67 35 145 0 70

Euglypha sp 0 25 0 38 0 0 0 0 0 29 0 25 0 0 0 0 0 0 0

Heleopera sp 0 0 25 38 0 0 0 0 0 57 17 50 10 43 22 0 36 35 0

Lesquereusia epistomium 105 25 25 188 125 35 50 50 86 171 X 0 X 43 22 X 73 210 105

Lesquereusia modesta 175 150 100 263 250 245 150 25 129 229 17 125 80 107 111 175 200 245 245

Continua...

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108

...Continuação

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E

Lesquereusia spiralis 245 25 100 150 125 70 150 25 86 371 17 125 X 86 111 140 182 105 140

Nebela sp 0 25 0 0 0 0 0 0 0 29 0 X 0 0 0 0 0 0 0

Pyxicola sp X 0 25 0 0 35 0 X 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 70

Suctoria sp 105 150 50 300 25 35 125 50 21 86 33 X 10 107 22 105 236 140 245

Vorticella sp 175 0 0 75 100 70 0 0 64 29 17 X 10 0 0 X 0 0 35

Sub total 1680 1100 900 2100 1600 1155 1225 475 900 3829 417 675 410 879 600 980 1655 1610 1575 Rotifera

Anuraeopsis navicula 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 0 X 0 X 0 0 X 0

Anuraeopsis sp X 0 0 0 0 0 0 0 0 29 X 0 0 0 0 0 0 X 0

Ascomorpha ecaudis 70 X 125 75 75 0 100 225 64 29 117 25 20 150 111 210 73 70 210

Ascomorpha ovalis 210 25 50 X 25 210 25 75 0 X 67 125 X 0 89 X 164 70 X

Asplanchna sp 490 350 425 113 375 455 300 275 171 143 233 250 100 257 200 280 400 105 315

Bdelloidea 1260 1025 1100 2063 1300 1925 1325 600 1414 1543 733 900 480 1071 889 1295 1164 1260 1260

Brachionus angularis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 X 18 X 0

Brachionus calyciflorus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18 0 0

Brachionus falcatus 0 0 0 38 0 X 0 25 21 0 17 0 10 0 0 0 X 70 70

Brachionus mirus 0 0 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 20 X 0 35 145 105 210

Cephalodella sp 0 0 X 0 0 0 0 X 21 57 X 0 10 0 0 0 0 0 0

Collotheca sp 245 100 100 263 200 140 50 75 43 86 50 125 20 64 22 105 73 35 70

Collotheca sp 1 245 200 100 150 200 385 250 100 171 86 83 175 20 193 89 245 0 0 0

Conochillus coenobasis 140 175 150 188 0 175 X 25 64 X 133 50 20 64 44 105 109 35 35

Conochillus unicornis 1820 800 850 1500 925 945 725 850 493 886 600 950 170 857 822 1645 909 805 1260

Dicranophorus sp 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Dissotrocha sp 0 25 0 0 0 35 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 35 0

Euchlanis sp X X 25 0 25 35 0 50 21 29 X 50 0 21 22 35 18 35 70

Filinia longiseta 35 25 X 150 25 70 75 X 21 29 50 25 10 43 67 35 73 35 35

Filinia opoliensis 35 25 0 0 0 35 25 25 21 29 X 0 10 43 22 X 36 35 35

Gastropus sp 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Hexarthra sp 35 0 25 X 0 70 0 0 21 114 X X 10 43 X X 55 35 105

Kellicottia bostoniensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Keratella americana 490 175 350 450 200 315 225 225 343 371 300 200 40 257 89 385 327 385 280

Keratella cochlearis 1645 1450 1250 1950 1550 1750 1775 X 814 1086 950 1500 680 793 1156 1680 1655 1715 1855

Keratella lenzi 140 75 25 75 175 175 150 175 64 114 167 175 70 150 133 280 200 560 350

Continua...

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109

...Continuação

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E

Keratella tropica X 0 0 0 0 0 0 0 43 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X

Lecane arcula 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0

Lecane bulla X 0 0 0 0 X 0 0 0 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane curvicornis X 25 25 150 25 X 75 0 43 29 50 X 0 0 22 0 0 35 70

Lecane hornemanni 70 50 75 188 125 105 200 25 86 29 33 75 30 43 111 35 36 105 35

Lecane lateralis 0 0 0 X 0 0 0 0 0 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane leontina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane lunaris 175 175 150 375 450 315 250 250 343 486 167 325 50 257 133 245 327 560 385

Lecane ludwigii 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X X 0 0 0 18 0 0

Lecane monostyla 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane papuana 0 0 0 38 0 0 0 0 0 0 0 0 30 0 22 0 0 0 0

Lecane signifera 0 0 0 0 0 70 0 0 0 57 X 25 0 0 22 0 0 70 35

Lecane sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0

Lecane syngenis X 0 0 0 0 0 0 0 43 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane thinemanni X 25 X 0 0 0 50 0 21 29 17 0 0 0 0 0 0 0 0

Lepadella ovalis X 0 25 0 X 35 0 0 43 0 0 0 0 X 0 X 0 0 X

Lepadella patella 0 25 0 113 0 70 0 0 0 57 0 25 0 0 0 0 0 35 70

Lepadella sp1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Macrochaetus collinsi 70 50 0 X 50 0 25 0 43 57 17 25 20 21 22 35 36 175 35

Macrochaetus sericus X X 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 35 X

Macrochaetus sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Macrotrachaela sp 0 0 0 0 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 22 0 0 0 0

Monomata sp 0 0 0 0 0 0 0 0 X 86 0 0 0 0 22 0 0 X 0

Platyias quadricornis 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ploesoma sp 280 125 125 188 0 70 125 75 86 57 17 100 20 0 0 35 55 X 140

Polyarthra sp X 25 25 0 X 0 0 0 21 29 17 0 X 0 0 0 36 0 70

Rotaria sp 0 0 0 X 0 X 0 X X X 0 50 0 0 67 0 18 0 0

Rotífera NI 70 100 175 113 100 0 0 125 343 29 50 250 110 171 222 105 0 0 X

Rotífera NI 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rotífera NI 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Synchaeta stylata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Continua...

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110

...Continuação

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E

Trichocerca capucina 0 0 0 0 0 X 0 0 0 X 0 X 0 0 0 X X 0 0

Trichocerca insignis 35 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 64 0 35 18 0 X

Trichocerca similis X 25 75 113 100 140 25 100 107 29 50 50 10 43 133 105 182 350 70

Trichocerca sp 1 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Trichocerca tenuior 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Trichotria tetractis X 50 X 0 25 35 75 25 X 57 0 25 10 64 0 35 73 35 X

Sub- total 7560 5125 5250 8288 5975 7560 5875 3325 4993 5800 3933 5500 2000 4671 4556 6965 6236 6790 7070 Cladocera

Alona guttata 0 X 25 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 21 0 0 18 0 0

Alona davidi 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Alona poppei 0 0 50 0 25 35 0 0 X 29 33 0 10 0 22 0 18 35 0

Bosmina hagmanni 455 225 50 375 75 X 175 225 300 X 150 125 60 214 44 210 382 315 210

Bosmina longirostris 945 325 400 338 325 1050 300 225 557 143 350 325 120 214 422 700 509 595 245

Bosminopsis deitersi 0 X 0 38 X X 0 25 21 57 0 X 0 X 0 70 18 0 35

Ceriodaphnia cornuta 175 100 200 300 200 70 150 150 21 X 200 200 40 171 133 105 109 210 210

Ceriodapnhia richardi 35 X 50 0 0 0 0 0 0 0 X X 40 0 22 0 X 140 0

Ceriodapnhia sivestrii 35 50 50 75 100 175 100 X 64 57 83 50 X X 67 105 127 X 140

Chydorus eurinotus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Daphnia ambigua 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X X 0

Daphnia gessneri 455 75 25 38 175 210 50 25 171 86 50 125 50 107 156 175 400 175 210

Diaphanosoma birgei 35 0 50 0 0 X 0 0 0 0 0 25 0 0 0 X 36 35 0

Ilyocryptus spinifer 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 22 0 0 0 0

Moina minuta 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 X 0 10 21 0 X 18 0 0

Simocephalus latirostris 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0

Sub-total 2135 775 950 1163 900 1540 775 650 1136 372 867 850 330 749 888 1365 1636 1505 1050 Copepoda

Argirodiaptomus furcatus 70 X 25 75 X 105 50 X 107 29 50 50 50 86 22 X 127 105 35

Copep. Calanoida 105 75 75 263 25 70 100 75 107 86 83 50 30 21 67 35 109 175 0

Harpacticoida X X 0 X 25 35 0 25 0 143 17 0 0 21 0 0 0 0 X

Microcyclops sp 0 0 0 0 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 X 0

Nauplii 4725 2225 2525 3938 3650 3185 2575 1750 1671 2229 2233 2175 1030 2036 1978 3395 3091 3675 3290

Notodiaptomus sp X X X 0 X 0 X 0 X X 0 0 0 X 22 70 73 X 35

Paracyclops fimbriatus 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0

Continua...

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111

...Continuação

Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E

Thermocyclops decipiens 0 0 0 X 0 0 0 0 21 0 0 0 0 0 0 0 18 0 0

Thermocyclops minutus 1260 525 650 1013 650 980 725 475 707 600 600 575 260 707 489 630 909 770 1015

Sub-total 6160 2825 3275 5288 4350 4375 3475 2325 2614 3086 2983 2850 1370 2871 2578 4130 4327 4725 4375 Gastrotricha 0 0 25 0 25 0 50 0 0 57 33 0 30 0 0 0 0 0 0

Ostracoda 0 X 0 38 0 X 25 25 0 0 33 50 50 107 X X 109 35 X

Total 17535 9825 10400 16876 12850 14630 11425 6800 9642 13143 8267 9925 4190 9278 8622 13440 13964 14665 14070 Número de taxa Protozoa 15 12 14 16 13 15 13 13 15 23 15 16 13 18 11 14 15 11 18 Rotifera 32 27 27 25 23 30 22 23 32 37 29 27 30 24 27 27 31 31 31 Cladocera 7 8 13 6 7 9 5 6 7 8 8 8 8 8 8 9 12 9 6 Copepoda 4 5 3 4 4 3 4 3 4 4 3 2 2 4 4 3 4 5 4 Outros 0 1 1 1 1 1 2 1 0 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1

Total 58 53 58 52 48 58 46 46 58 73 57 54 55 55 51 54 63 57 60

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Anexo 5: Análise quali-quantitativa da comunidade zooplanctônica do TVR da UHE Capim Branco I, em outubro de 2005 ( X= organismos presentes apenas na análise qualitativa). TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante

Montante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E

Protozoa Arcella brasiliensis 0 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Arcella conica 21 25 33 25 15 33 0 10 11 33 107 60 33 0 8 38 25 0 38 Arcella costata 83 75 50 150 60 83 50 20 32 167 96 180 40 500 33 94 163 75 163 Arcella dentata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Arcella discoides 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 13 Arcella gibbosa 63 50 33 100 X 33 50 30 129 33 118 135 13 100 58 75 138 45 100 Arcella hemisphaerica X 0 33 25 0 X 17 20 X X X 0 0 X X 56 13 45 50 Arcella sp X X 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Arcella sp1 X 0 X 0 0 0 X X 0 X X X X 0 X 0 0 X X Arcella vulgaris 63 300 167 75 120 150 217 130 86 117 321 345 53 500 117 281 188 270 200 Centropyxis aculeata 167 375 283 275 315 233 250 140 129 333 139 255 220 3100 217 319 188 195 263 Centropyxis constricta 42 50 17 75 60 17 33 60 21 0 11 45 7 2300 42 56 38 0 100 Centropyxis sp1 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 0 0 0 38 Centropyxis ecornis 0 0 0 X 0 33 0 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Cyclopysis impressa 0 0 X 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X X 0 0 0 Centropyxis spp 333 125 133 300 0 X 133 30 43 17 X X X 4900 0 0 X 0 0 Ciliado 271 400 167 325 105 167 200 130 150 200 129 135 40 200 33 450 150 165 50 Cyclopyxis sp 0 0 0 0 0 0 0 10 11 0 0 15 13 300 25 113 0 30 38 Cyphoderia ampulla 0 0 0 0 0 0 0 0 11 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 Cyphoderia trochus 63 25 50 25 15 0 50 30 11 33 0 0 X 200 X 0 25 0 13 Difflugia acuminata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Difflugia corona 0 0 0 0 X X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Difflugia cf. oblonga 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Difflugia elegans 0 0 0 0 X 0 X X 0 0 X 0 0 700 X X X 15 X Difflugia muriculata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Difflugia sp 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Difflugia spp 104 375 117 225 120 83 217 30 75 17 32 15 7 4500 8 19 13 90 13 Epistilis sp 42 125 67 75 150 100 33 20 0 33 32 15 X 200 33 X 25 45 50 Euglypha sp 21 75 0 25 15 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 38 13 0 13 Continua...

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...Continuação Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E Heleopera sp 0 0 33 0 0 17 17 20 11 0 0 X X 400 0 0 25 0 13 Lesquereusia epistomium 83 0 50 75 105 33 33 10 21 17 11 30 X 800 8 75 13 60 38 Lesquereusia modesta 42 75 67 100 120 83 67 70 43 83 21 30 7 700 25 94 25 75 38 Lesquereusia spiralis 63 100 83 125 135 50 33 10 11 83 11 15 X 1200 17 X 50 45 13 Nebela sp 21 0 17 X 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 19 0 0 0 Pyxicola sp 0 0 0 50 X 0 0 0 X 0 0 0 0 100 0 X X 0 0 Suctoria sp 42 100 50 75 30 67 50 10 0 0 21 15 7 X X 38 X 45 13 Vorticella sp 21 50 17 75 30 100 17 10 X 0 X X 0 X X X 13 45 13 Sub total 1542 2325 1467 2200 1395 1317 1483 800 793 1183 1050 1290 440 20800 642 1763 1100 1260 1263 Rotifera Anuraeopsis navicula 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Anuraeopsis sp 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 X 0 X 0 0 Ascomorpha ecaudis 271 200 50 150 75 67 150 110 86 83 96 90 33 200 50 113 138 60 63 Ascomorpha ovalis 0 0 X 0 X 17 X X X 0 0 X X X 0 X X X 0 Ascomorpha saltans 0 00 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Asplanchna sp 646 400 267 300 165 367 350 270 193 267 257 420 187 X 258 281 163 165 175 Bdelloidea 583 875 383 1200 480 550 417 140 461 767 396 540 127 700 267 694 675 720 438 Brachionus angularis 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Brachionus calyciflorus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Brachionus falcatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Brachionus mirus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Cephalodella gibba 0 0 0 0 X 0 0 0 0 X X 0 0 0 X X 0 0 X Cephalodella sp 21 0 0 0 0 17 17 0 0 17 21 15 0 100 8 0 X 0 0 Collotheca sp 83 200 67 350 45 100 117 X 11 50 21 X 20 X 33 38 38 165 50 Collotheca sp 1 42 100 83 200 30 33 117 30 32 17 X 30 33 X 25 113 X X 25 Conochillus coenobasis 42 25 17 25 75 50 67 30 32 17 11 X X X 25 19 X 45 13 Conochillus unicornis 125 250 217 325 135 167 167 80 32 150 21 30 X 100 17 169 25 30 13 Dicranophorus sp 0 X 0 0 0 0 0 X 11 0 21 0 0 X 0 0 0 0 13 Dissotrocha sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Euchlanis sp 21 25 17 50 45 X 33 10 0 X 21 15 X X 33 19 50 X 25 Filinia longiseta 0 0 17 25 0 17 17 10 0 33 0 0 13 0 0 0 13 0 13 Filinia opoliensis X 0 0 0 0 17 0 0 0 0 21 0 0 0 0 0 0 0 X Hexarthra sp 0 25 17 0 0 0 50 X 0 0 11 0 7 0 0 19 X X X Kellicottia bostoniensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Continua...

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...Continuação Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E Keratella americana 167 150 283 650 225 300 183 160 118 233 139 180 47 200 158 225 100 345 175 Keratella cochlearis 917 1375 1050 1200 960 1050 967 610 718 1217 696 1185 213 1100 392 1219 638 885 713 Keratella lenzi 208 125 200 175 225 233 150 120 75 133 96 75 47 500 75 131 100 120 113 Keratella tropica 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Lecane arcula 0 0 0 0 15 0 0 0 0 X 0 0 0 100 X 0 0 0 0 Lecane bulla 21 X 17 75 15 17 17 20 21 17 0 90 X 0 8 19 25 15 13 Lecane curvicornis 0 25 83 0 45 33 33 10 0 17 11 0 7 200 8 19 0 X X Lecane hornemanni 167 75 100 25 90 67 83 60 54 117 96 75 7 0 50 113 38 60 138 Lecane lateralis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 0 0 0 0 0 0 0 0 Lecane leontina 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 0 0 Lecane lunaris 146 350 200 225 105 200 133 130 32 183 118 135 60 300 117 206 238 105 275 Lecane ludwigii 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13 Lecane monostyla 0 0 0 0 0 0 17 0 0 17 0 15 0 0 0 0 13 0 0 Lecane papuana 0 25 0 0 0 0 0 0 0 50 0 15 7 0 0 0 0 0 0 Lecane signifera 21 75 17 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 25 0 25 Lecane syngenis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Lecane thinemanni 42 25 X 25 15 0 0 0 11 33 0 X 7 0 8 0 0 30 X Lepadella ovalis 0 X X X 0 0 0 0 X 0 X 0 X X 0 0 X X X Lepadella patella 0 50 17 25 0 0 0 0 0 67 0 0 0 0 0 0 0 15 25 Lepadella sp1 42 0 0 25 0 33 33 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Macrochaetus collinsi X 25 0 50 15 33 67 20 11 33 21 15 0 0 0 38 13 0 13 Macrochaetus sericus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 45 0 0 0 19 13 0 0 Macrochaetus sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Macrotrachaela sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 Monomata sp 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Platyias quadricornis 21 0 17 50 15 17 17 20 X 50 54 15 0 0 8 113 38 60 13 Ploesoma sp 42 25 17 75 15 50 17 10 21 33 11 75 27 0 75 113 75 45 100 Polyarthra sp 0 0 X 25 0 17 0 10 X 17 0 X 0 100 8 0 0 0 0 Rotaria sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X X 0 0 0 X 0 0 Rotífera NI 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Rotífera NI 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 Rotífera NI 4 83 125 67 100 15 33 100 50 0 83 43 45 X 200 8 19 63 30 13 Synchaeta stylata 21 0 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Trichocerca capucina 0 0 X X 0 0 X X X 0 X X X X X X X X X Trichocerca insignis 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 13 0 0 Trichocerca similis 188 175 67 375 210 217 83 30 43 83 96 210 100 100 167 150 138 105 88 Continua...

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...Continuação Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E Trichocerca sp 1 167 175 167 225 90 217 83 40 43 150 0 0 0 100 0 0 0 0 0 Trichocerca tenuior 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 Trichotria tetractis 21 25 0 25 45 17 0 X 21 17 11 0 X 200 0 0 13 0 13 Sub- total 4104 4925 3433 6000 3150 3983 3483 1970 2025 3950 2304 3315 940 4300 1825 3844 2663 3015 2550 Cladocera Alona guttata 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Alona davidi 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Alona poppei 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0 X 0 0 0 8 0 0 0 0 Bosmina hagmanni 250 150 400 775 240 317 317 140 139 67 118 165 73 300 192 225 250 240 175 Bosmina longirostris 521 675 183 450 420 483 667 270 214 50 54 180 60 200 250 225 175 75 113 Bosmina tubicen 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 0 13 0 0 0 0 0 0 Bosminopsis deitersi X 75 17 100 0 17 0 10 11 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 Ceriodaphnia cornuta 188 275 100 375 345 183 250 30 86 83 54 75 27 100 8 94 63 30 25 Ceriodapnhia richardi 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Ceriodapnhia sivestrii 63 150 83 75 30 33 33 10 21 X 0 X 13 X 17 19 25 15 13 Chydorus eurinotus 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Daphnia ambigua 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Daphnia gessneri 42 75 17 25 30 67 X 10 11 17 21 15 0 200 X 19 25 0 25 Daphnia laevis X 0 X X 0 X 0 0 0 X 0 X 0 0 0 0 0 0 0 Diaphanosoma birgei 63 125 67 25 105 167 67 40 43 0 21 0 7 0 0 0 13 0 13 Ilyocryptus spinifer 21 0 0 0 0 17 0 0 0 0 11 0 0 100 8 0 0 0 0 Moina minuta 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Simocephalus latirostris 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sub-total 1146 1525 866 1825 1215 1300 1334 510 524 217 290 435 193 900 484 581 550 360 363 Copepoda Argirodiaptomus furcatus 42 X 17 150 45 17 17 0 32 17 X 0 0 X 17 X 38 15 38 Copep. Calanoida 83 125 50 150 90 183 67 100 54 33 11 45 33 0 17 75 100 30 50 Harpacticoida 0 0 0 0 15 17 0 0 11 50 11 15 0 900 0 0 0 0 13 Microcyclops sp 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 11 0 7 0 0 0 0 0 0 Nauplii 3521 5750 3367 7525 3540 4800 4317 2130 1854 4167 2411 2715 1280 5000 1433 3788 2838 2745 3575 Notodiaptomus sp X 25 X 25 30 X X X 21 X 0 X 7 X 25 38 X 0 13 Paracyclops fimbriatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 Thermocyclops decipiens 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Thermocyclops minutus 500 925 867 1325 1035 883 933 370 396 450 375 360 173 600 275 750 538 300 450 Sub-total 4146 6825 4300 9175 4755 5917 5333 2600 2368 4717 2818 3135 1500 6500 1767 4650 3513 3090 4138 Continua...

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...Continuação Montante TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 Jusante M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E M.D C.C M.E Gastrotricha 21 75 33 25 0 0 33 10 11 17 11 15 0 0 0 19 X X 13 Ostracoda 21 0 0 0 15 33 0 30 0 X X 30 13 400 X X 0 15 X Total 10979 15675 10100 19225 10530 12550 11667 5920 5721 10084 6472 8220 3086 32900 4717 10856 7825 7740 8326 Número de taxa Protozoa 21 17 22 23 20 21 20 22 19 16 18 18 18 21 21 21 21 17 23 Rotifera 27 30 30 30 26 31 28 28 26 31 28 29 27 25 28 25 33 26 32 Cladocera 9 7 8 8 9 11 6 7 7 6 8 6 6 6 8 5 6 4 6 Copepoda 3 3 3 3 4 5 3 2 4 4 4 3 3 5 3 3 3 2 4 Outros 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 2 1 2 2 Total 62 58 64 65 60 69 58 61 57 59 60 58 55 58 61 56 64 51 67

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117

Anexo 6: Análise quali-quantitativa da comunidade zooplanctônica do TVR da UHE Capim Branco I, em junho de 2006 (X= organismos presentes apenas na análise qualitativa).

MONTANTE TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 JUSANTE

0 m 4 m 12 m 18 m M.D C.C M.E

Protozoa

Arcella brasiliensis 0 0 0 0 0 0 X 42 0 0 0 0

Arcella conica 0 0 0 0 0 0 X X 0 0 0 0

Arcella costata 0 0 0 0 0 50 20 28 X 0 X 0

Arcella crenulata 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0

Arcella discoides 0 0 0 0 0 X 0 83 0 X 0 X

Arcella gibbosa 143 0 95 0 67 250 15 1028 160 86 83 50

Arcella hemisphaerica 0 0 48 48 X 50 X 14 60 29 X 75

Arcella spp 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 13

Arcella vulgaris 95 0 143 48 133 400 50 1292 140 57 100 X

Centropyxis aculeata 0 0 48 0 0 250 55 97 150 29 67 100

Centropyxis constricta 0 0 0 0 X X 10 14 20 0 0 0

Centropyxis ecornis 95 0 0 0 67 0 20 42 20 X 0 13

Ciliado 286 1667 714 429 467 300 120 97 70 343 33 88

Cyclopyxis sp 0 0 0 0 0 0 5 0 X 0 0 0

Cyphoderia ampulla 0 0 0 0 0 0 0 28 10 0 0 0

Cyphoderia trochus 0 0 95 0 0 100 X 0 70 29 17 13

Difflugia acuminata 0 0 48 0 67 50 5 83 60 0 0 0

Difflugia corinulata 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0

Difflugia elegans 0 0 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0

Difflugia oblonga 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0

Difflugia sp 1 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0

Difflugia spp 48 0 0 0 667 0 120 56 30 0 33 13

Euglypha crenulata 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0

Euglypha sp1 48 48 0 0 X 0 20 14 0 29 17 13 Continua...

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118

...Continuação

MONTANTE TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 JUSANTE

0 m 4 m 12 m 18 m M.D C.C M.E

Euglypha sp2 0 0 0 0 67 0 5 0 10 0 X 0

Euglypha sp3 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0

Lesquereusia epistomium 0 0 0 0 133 X X 28 50 29 0 X

Lesquereusia modesta 0 0 0 0 X X 10 56 40 0 X X

Lesquereusia spiralis 0 0 0 48 67 X 15 0 30 0 0 0

Nebela cf dentistoma 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0

Nebela sp 1 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0

Suctoria sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 543 250 213

Testudinella sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 0

Trinema lineare 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0

Vorticella sp 333 810 0 476 0 0 0 0 0 29 X 0

Sub total 1048 2524 1190 1048 1733 1450 485 3000 930 1200 617 588

Rotifera

Anuraeopsis fissa 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 X

Ascomorpha ecaudis 0 667 810 143 933 X 30 42 150 143 167 138

Ascomorpha ovalis 143 1190 1095 238 11333 2550 65 153 230 343 283 50

Asplanchna sp 0 333 429 238 67 X 0 14 0 257 83 50

Bdelloidea 143 143 48 143 1400 950 155 236 470 1057 733 600

Brachionus bidentata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13

Brachionus falcatus 0 48 0 0 0 X 0 0 0 0 17 0

Brachionus patulus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 0

Brachionus mirus 0 0 0 0 0 0 0 0 X X 0 X

Cephalodella sp 0 0 0 0 133 200 20 194 120 0 0 13

Collotheca sp 1524 1524 667 1190 200 250 20 X 100 829 583 600

Collotheca sp 1 1524 2143 1810 1619 733 50 70 14 30 2429 1783 1663

Colurella sp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13

Conochillus coenobasis 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 33 0

Conochillus unicornis 0 48 0 143 0 50 0 0 0 57 67 25 Continua...

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119

...Continuação

MONTANTE TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 JUSANTE

0 m 4 m 12 m 18 m M.D C.C M.E

Dicranophorus sp 0 0 0 0 667 0 5 14 0 0 X 0

Dipleuchanis sp 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0

Euchlanis sp 0 0 0 0 133 150 25 42 30 0 0 25

Filinia longiseta 0 0 0 0 X 0 0 14 0 X 0 13

Filinia opoliensis 0 48 0 0 X 0 0 0 0 0 67 X

Hexarthra sp 48 0 0 0 X 100 X 28 10 29 X 13

Kellicottia bostoniensis 0 0 0 0 0 100 X 0 0 0 0 0

Keratella americana 0 48 48 0 67 X 10 0 X 29 X 38

Keratella cochlearis 286 429 238 48 X 950 20 14 30 86 100 25

Keratella lenzi 0 0 0 0 133 200 5 0 0 X 0 0

Lecane arcula 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13

Lecane bulla 0 0 0 0 67 100 5 X 0 X X X

Lecane closterocerca 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0

Lecane cornuta 0 0 0 48 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane curvicornis 0 0 0 0 0 X 10 28 50 0 17 13

Lecane hornemanni 48 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane leontina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Lecane luna 0 48 0 0 333 50 10 14 20 29 0 13

Lecane lunaris 0 0 0 0 333 50 X 153 70 0 17 50

Lecane ludwigii 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 25

Lecane monostyla 0 0 48 0 0 0 0 0 0 0 0 13

Lecane scutata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X

Lecane signifera 0 0 0 0 X 50 10 0 20 0 X 25

Lecane cf piriformis 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0

Lecane thinemanni 0 0 0 0 X 250 X 83 60 0 X 38

Lepadella sp1 0 48 0 0 0 150 5 139 20 0 X 25

Macrochaetus collinsi 0 0 0 0 0 X 40 111 100 0 0 0 Continua...

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120

...Continuação

MONTANTE TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 JUSANTE

0 m 4 m 12 m 18 m M.D C.C M.E

Macrochaetus sericus 0 0 0 0 0 50 X 0 70 0 0 X

Mytilina bisulcata 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0

Mytilina sp 0 0 0 0 67 0 0 0 0 0 0 13

Monomata sp 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0

Platyias quadricornis 0 0 48 0 0 0 0 0 0 0 0 13

Ploesoma truncatum 0 0 0 0 0 50 0 0 10 57 50 0

Polyarthra sp 95 0 0 0 67 800 X 28 30 29 X 0

Ptygura sp 0 0 0 48 0 0 0 X 0 0 X X

Rotífera NI 2 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0 0 13

Scaridium longicaudum 0 0 0 0 0 0 55 56 110 0 0 0

Trichocerca iermis 0 0 0 0 0 X X 0 0 0 0 0

Trichocerca insignis 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0

Trichocerca rattus 0 0 0 0 0 0 0 14 50 0 0 0

Trichocerca similis 0 95 95 48 200 2550 15 125 20 86 150 38

Trichocerca sp 1 0 0 190 0 0 X X 0 10 29 33 0

Trichocerca tenuior 0 0 0 0 67 0 0 0 0 0 0 0

Trichotria tetractis 0 0 0 0 200 250 50 292 120 0 0 25

Sub- total 3810 6810 5524 3905 17133 9900 640 1806 1940 5486 4200 3588

Cladocera

Alona cambouei 0 0 0 0 X 0 0 X 0 0 0 0

Alona guttata 0 0 0 0 133 0 0 0 0 0 X 0

Alona poppei 0 0 0 0 0 0 0 0 0 57 0 0

Biapertura affinis 0 0 0 0 133 0 15 28 0 0 17 0

Bosmina hagmanni 48 714 1000 381 X 0 0 0 0 171 183 13

Bosmina longirostris 95 238 190 238 X X 5 14 10 800 600 100

Bosmina tubicen 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Continua...

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121

...Continuação

MONTANTE TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 JUSANTE

0 m 4 m 12 m 18 m M.D C.C M.E

Bosminopsis deitersi 333 2238 1905 1429 4933 500 70 14 80 629 433 63

Ceriodaphnia cornuta 143 714 571 238 133 50 0 0 0 57 33 13

Ceriodaphia richardi 0 0 0 0 X 0 0 0 X 29 33 0

Ceriodaphia sivestrii 95 429 381 143 X 200 0 0 0 200 300 150

Chydorus eurinotus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0

Daphnia ambigua 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 X

Dapnhia gessneri 333 2667 2667 429 X X 0 0 0 657 550 38

Daphnia laevis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Diaphanosoma birgei 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 0

Diaphanosoma spinulosum 95 905 1048 238 333 0 0 0 X 629 333 125

Disparalona dadayi 0 48 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0

Ilyocryptus spinifer 0 48 0 0 0 0 0 0 0 29 0 0

Moina minuta 48 1429 1619 143 0 0 0 0 0 143 33 0

Sub-total 1190 9429 9381 3238 5667 850 90 56 90 3400 2517 500

Copepoda

Argirodiaptomus furcatus 0 143 48 48 X X X 0 30 200 200 0

Copep. Calanoida 619 762 524 333 0 0 15 0 0 143 183 50

Copep. T. minutus 95 1905 1476 524 333 0 25 0 0 600 517 188

Copep. P. fimbriatus 48 48 0 0 67 0 0 0 0 29 0 0

Eucyclops elegans 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0

Harpacticoida 48 0 0 0 X 0 0 0 0 X 0 13

Microcyclops sp 0 0 0 0 X 0 0 0 0 X 17 0

Nauplii 5143 9952 8857 10095 9200 4900 260 500 510 6771 5550 4625

Notodiaptomus sp 0 238 0 0 0 X 10 X 0 114 33 0

Paracyclops fimbriatus 0 0 0 0 X 0 5 0 0 29 0 0

Thermocyclops minutus 190 1286 1571 286 533 400 10 42 130 429 317 63

Sub-total 6143 14333 12476 11286 10133 5300 325 542 670 8314 6817 4938 Continua...

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122

...Continuação

MONTANTE TVR 1 TVR 2 TVR 3 TVR 4 TVR 5 JUSANTE

0 m 4 m 12 m 18 m M.D C.C M.E

Gastrotricha 0 0 0 0 67 X 15 69 10 0 17 13

Ostracoda 0 0 0 0 0 X 5 0 0 29 0 13

Total 12190 33095 28571 19476 34733 17500 1560 5472 3640 18429 14167 9638

Número de taxa

Protozoa 7 3 7 5 13 14 20 19 24 12 13 14

Rotifera 8 14 12 11 25 33 31 25 28 20 27 36

Cladocera 8 10 8 8 11 6 3 4 4 12 13 8

Copepoda 4 4 2 2 6 3 4 2 2 5 4 2

Outros 0 0 0 0 1 2 2 1 1 1 1 2

Total 27 31 29 26 56 58 60 51 59 50 58 62

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Anexo 7: Abundância relativa (%) das espécies mais representativas no lago formado após o fechamento da barragem de Capim Branco I em junho de 2006.

Montante TVR1 TVR2 TVR3 Nauplii 36 Ascomorpha ovalis 33 Nauplii 28 Nauplii 17 Thermocyclops minutus 8 Nauplii 26 Ascomorpha ovalis 15 Bdelloidea 10 Collotheca sp1 8 Bosminopsis deitersi 14 Trichocerca similis 15 Difflugia spp 9 Bosminopsis deitersi 6 Bdelloidea 4 BDELLOIDEA 5 Ciliado 8 Collotheca sp 5 Ascomorpha ecaudis 3 Keratella cochlearis 5 Centrpyxis spp 6 Moina minuta 3 Polyarthra sp 5 Arcella spp 5 Ciliado 3 Arcella spp 4 Bosminopsis deitersi 4 Ascomorpha ovalis 3 Bosminopsis deitersi 3 Collotheca sp1 4 Ascomorpha ovalis 4 Scaridium longicaudum 4 Trichotria tetractis 3 Macrochaetus collinsi 3

TVR4 TVR5 Jusante Arcella spp 45 Nauplii 14 Nauplii 40 Nauplii 9 Bdelloidea 13 Collotheca sp1 14 Trichotria tetractis 5 Arcella spp 10 Bdelloidea 6 Bdelloidea 4 Ascomorpha ovalis 6 Thermocyclops minutus 5 Cephalodella sp 4 Centropyxis spp 5 Collotheca sp 5 Centropyxis spp 3 Ascomorpha eucadis 4 Bosmina longirostris 4 Ascomorpha ovalis 3 Thermocyclops minutus 4 Dapnhia gessneri 3 Lecane lunaris 3 Lesquereusia spp 3 Bosminopsis deitersi 3 Diffugia spp 3 Cephalodella sp 3 Diaphanosoma spinulosum 3 Lepadella sp1 3 Trichotria tetractis 3 Scaridium longicaudum 3 Collotheca sp 3 Macrochaetus collinsi 3

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Anexo 8: Teste das médias (Mann-Whitney U Test) dos parâmetros avaliados entre os períodos estudados.

Mann-Whitney U Test (mw-d.sta) Mann-Whitney U Test (mw-d.sta) Julho-outubro de 2005 Julho 2005 - junho 2006

U p-level U p-level pH 0 0,001746689 pH 9 0,047653966 Condutividade 5,5 0,015199083 Condutividade 0 0,001746689 Turbidez 7 0,02535418 Turbidez 8 0,035013437 Oxigênio Dissolvido 8,5 0,040921714 Oxigênio Dissolvido 20 0,565302849 Temperatura 0 0,001746689 Temperatura 0 0,001746689 TDS 24,5 1 TDS 7 0,02535418 REDOX 0 0,001746689 REDOX 14 0,179721981 Alcalinidade 1,5 0,003296865 Alcalinidade 3,5 0,007294104 P-TOT 12 0,11023289 P-TOT 21 0,654723883 PO4 22 0,749396265 PO4 14 0,179721981 N-TOT 2 0,00404365 N-TOT 0 0,001746689 NO3 0 0,001746689 NO3 4 0,008812772 NO2 7 0,02535418 NO2 22 0,749396265 NH4 20 0,565302849 NH4 0 0,001746689 Clorofila 12 0,11023289 Clorofila 16 0,277447283 Riqueza 12 0,916815579 Riqueza 11 0,754024565 Densidade total Zoo 19 0,482207805 Densidade total Zoo 24 0,949060082 Diversidade Zoo 5 0,012721273 Diversidade Zoo 14 0,179721981 Similaridade 157,5 0,113018997 Similaridade 0 2,93174E-08

Mann-Whitney U Test (mw-d.sta) Margens e Calha central julho 2005

U p-level Riqueza MD-CC 11,5 0,29796091 Riqueza ME-CC 16,5 0,81018275 Riqueza MD-ME 16 0,74877614

Margens e Calha central outubro 2005 Riqueza MD-CC 40 -0,160128146 Riqueza ME-CC 38,5 0,080064073 Riqueza MD-ME 42 -0,480384469

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125

Anexo 9: Correlação de Spearman entre principais grupos zooplanctônicos e os parâmetros ambientais em julho de 2005.

Spearman Rank Order Correlations (mw-c-fi.sta)

r p-level r p-level r p-level ROTIFER_ & COND_1 0,3555 0,4338469 CLAD_1 & COND_1 0,4304 0,3351112 COPEP_1 & COND_1 0,3555 0,4338469 ROTIFER_ & TURB_1 -0,2143 0,6445116 CLAD_1 & TURB_1 -0,1429 0,7599453 COPEP_1 & TURB_1 -0,1429 0,7599453 ROTIFER_ & OD_1 0,5714 0,180202 CLAD_1 & OD_1 0,5000 0,25317 COPEP_1 & OD_1 0,7500 0,0521814 ROTIFER_ & TEMP_1 -0,6847 0,0896665 CLAD_1 & TEMP_1 -0,7388 0,0578585 COPEP_1 & TEMP_1 -0,7388 0,0578585 ROTIFER_ & ALCALIN_ 0,8018 0,0300992 CLAD_1 & ALCALIN_ 0,8018 0,0300992 COPEP_1 & ALCALIN_ 0,8018 0,0300992 ROTIFER_ & P_TOT_1 -0,5357 0,2152174 CLAD_1 & P_TOT_1 -0,5000 0,25317 COPEP_1 & P_TOT_1 -0,6071 0,1482312 ROTIFER_ & PO4_1 0,1071 0,8191509 CLAD_1 & PO4_1 0,0000 1 COPEP_1 & PO4_1 0,1786 0,701658 ROTIFER_ & N_TOT_1 0,8571 0,0136973 CLAD_1 & N_TOT_1 0,9286 0,0025195 COPEP_1 & N_TOT_1 0,7500 0,0521814 ROTIFER_ & NO3_1 -0,4286 0,3373683 CLAD_1 & NO3_1 -0,3929 0,3833169 COPEP_1 & NO3_1 -0,3929 0,3833169 ROTIFER_ & NO2_1 -0,6429 0,1193924 CLAD_1 & NO2_1 -0,6786 0,0937503 COPEP_1 & NO2_1 -0,6786 0,0937503 ROTIFER_ & NH4_1 -0,2857 0,5345092 CLAD_1 & NH4_1 -0,0714 0,8790482 COPEP_1 & NH4_1 -0,3214 0,4820721 ROTIFER_ & CLOROFIL -0,1261 0,7875721 CLAD_1 & CLOROFIL -0,3063 0,504027 COPEP_1 & CLOROFIL -0,0901 0,8476721 ROTIFER_ & FITOTOT_ -0,2500 0,5887245 CLAD_1 & FITOTOT_ -0,4286 0,3373683 COPEP_1 & FITOTOT_ -0,1071 0,8191509 ROTIFER_ & BAC_1 -0,1071 0,8191509 CLAD_1 & BAC_1 -0,1786 0,701658 COPEP_1 & BAC_1 0,0000 1 ROTIFER_ & CHL_1 -0,1261 0,7875721 CLAD_1 & CHL_1 -0,2342 0,613155 COPEP_1 & CHL_1 0,0360 0,9388605 ROTIFER_ & CRY_1 0,1071 0,8191509 CLAD_1 & CRY_1 -0,0714 0,8790482 COPEP_1 & CRY_1 0,1429 0,7599453 ROTIFER_ & CYA_1 -0,8469 0,0161971 CLAD_1 & CYA_1 -0,7388 0,0578585 COPEP_1 & CYA_1 -0,7928 0,0334435 ROTIFER_ & DIN_1 -0,0371 0,937124 CLAD_1 & DIN_1 0,0000 1 COPEP_1 & DIN_1 0,0371 0,937124 ROTIFER_ & EUG_1 0,7290 0,0630552 CLAD_1 & EUG_1 0,5911 0,162225 COPEP_1 & EUG_1 0,7290 0,0630552 ROTIFER_ & OED_1 0,8018 0,0300992 CLAD_1 & OED_1 0,8018 0,0300992 COPEP_1 & OED_1 0,8018 0,0300992 ROTIFER_ & ULV_1 0,6682 0,1008973 CLAD_1 & ULV_1 0,6682 0,1008973 COPEP_1 & ULV_1 0,6682 0,1008973

ROTIFER_ & ZYG_1 0,7207 0,067635 CLAD_1 & ZYG_1 0,6667 0,1019205 COPEP_1 & ZYG_1 0,7748 0,0407695

Continua....

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126

...Continuação

Spearman Rank Order Correlations (mw-c-fi.sta)

r p-level r p-level NAUP_1 & COND_1 0,356 0,4338469 PROT_1 & COND_1 0,1123 0,8105998 NAUP_1 & TURB_1 -0,214 0,6445116 PROT_1 & TURB_1 0,3214 0,4820721 NAUP_1 & OD_1 0,571 0,180202 PROT_1 & OD_1 0,8929 0,0068072 NAUP_1 & TEMP_1 -0,685 0,0896665 PROT_1 & TEMP_1 -0,4505 0,3104293 NAUP_1 & ALCALIN_ 0,802 0,0300992 PROT_1 & ALCALIN_ 0,4900 0,26433 NAUP_1 & P_TOT_1 -0,536 0,2152174 PROT_1 & P_TOT_1 -0,7857 0,0362385 NAUP_1 & PO4_1 0,107 0,8191509 PROT_1 & PO4_1 0,0000 1 NAUP_1 & N_TOT_1 0,857 0,0136973 PROT_1 & N_TOT_1 0,2857 0,5345092 NAUP_1 & NO3_1 -0,429 0,3373683 PROT_1 & NO3_1 -0,1429 0,7599453 NAUP_1 & NO2_1 -0,643 0,1193924 PROT_1 & NO2_1 -0,7857 0,0362385 NAUP_1 & NH4_1 -0,286 0,5345092 PROT_1 & NH4_1 0,1071 0,8191509 NAUP_1 & CLOROFIL -0,126 0,7875721 PROT_1 & CLOROFIL -0,4144 0,355269 NAUP_1 & FITOTOT_ -0,250 0,5887245 PROT_1 & FITOTOT_ 0,2143 0,6445116 NAUP_1 & BAC_1 -0,107 0,8191509 PROT_1 & BAC_1 0,1786 0,701658 NAUP_1 & CHL_1 -0,126 0,7875721 PROT_1 & CHL_1 0,3243 0,4778855 NAUP_1 & CRY_1 0,107 0,8191509 PROT_1 & CRY_1 -0,0714 0,8790482 NAUP_1 & CYA_1 -0,847 0,0161971 PROT_1 & CYA_1 -0,2523 0,5852411 NAUP_1 & DIN_1 -0,037 0,937124 PROT_1 & DIN_1 -0,1482 0,7510797 NAUP_1 & EUG_1 0,729 0,0630552 PROT_1 & EUG_1 0,4532 0,3071813 NAUP_1 & OED_1 0,802 0,0300992 PROT_1 & OED_1 0,4900 0,26433 NAUP_1 & ULV_1 0,668 0,1008973 PROT_1 & ULV_1 0,2227 0,6312099

NAUP_1 & ZYG_1 0,721 0,067635 PROT_1 & ZYG_1 0,3063 0,504027

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127

Anexo 10: Correlação de Spearman entre principais grupos zooplanctônicos e os parâmetros ambientais em outubro de 2005.

Spearman Rank Order Correlations (mw-c-fi.sta)

r p-level r p-level r p-level

ROTIFER_ & PH__2 -0,4183 0,3503952 CLAD_2 & PH__2 -0,6183 0,1388952 COPEP_2 & PH__2 -0,76376 0,0456591 ROTIFER_ & COND_2 -0,6307 0,1288877 CLAD_2 & COND_2 -0,5946 0,15909 COPEP_2 & COND_2 -0,45047 0,3104293

ROTIFER_ & TURB_2 -0,2500 0,5887245 CLAD_2 & TURB_2 -0,4643 0,2939341 COPEP_2 & TURB_2 -0,53571 0,2152174

ROTIFER_ & OD_2 -0,0182 0,9691336 CLAD_2 & OD_2 -0,1818 0,6963639 COPEP_2 & OD_2 -0,27277 0,5539606

ROTIFER_ & TEMP_2 -0,7207 0,067635 CLAD_2 & TEMP_2 -0,8108 0,0269163 COPEP_2 & TEMP_2 -0,84688 0,0161971 ROTIFER_ & ALCALIN_ -0,2315 0,6175095 CLAD_2 & ALCALIN_ -0,3472 0,4454744 COPEP_2 & ALCALIN_ -0,46291 0,2955586

ROTIFER_ & P_TOT_2 0,3571 0,4316113 CLAD_2 & P_TOT_2 0,4286 0,3373683 COPEP_2 & P_TOT_2 0,39286 0,3833169

ROTIFER_ & PO4_2 0,0000 1 CLAD_2 & PO4_2 0,1071 0,8191509 COPEP_2 & PO4_2 0,07143 0,8790482

ROTIFER_ & N_TOT_2 -0,2143 0,6445116 CLAD_2 & N_TOT_2 -0,3214 0,4820721 COPEP_2 & N_TOT_2 -0,50000 0,25317

ROTIFER_ & NO3_2 -0,3571 0,4316113 CLAD_2 & NO3_2 -0,4286 0,3373683 COPEP_2 & NO3_2 -0,39286 0,3833169

ROTIFER_ & NO2_2 0,2500 0,5887245 CLAD_2 & NO2_2 0,3214 0,4820721 COPEP_2 & NO2_2 0,28571 0,5345092

ROTIFER_ & NH4_2 0,1786 0,701658 CLAD_2 & NH4_2 0,0000 1 COPEP_2 & NH4_2 -0,07143 0,8790482

ROTIFER_ & CLOROFIL 0,4643 0,2939341 CLAD_2 & CLOROFIL 0,5714 0,180202 COPEP_2 & CLOROFIL 0,50000 0,25317

ROTIFER_ & BAC_2 -0,1071 0,8191509 CLAD_2 & BAC_2 0,0714 0,8790482 COPEP_2 & BAC_2 0,28571 0,5345092

ROTIFER_ & CHL_2 0,7857 0,0362385 CLAD_2 & CHL_2 0,7500 0,0521814 COPEP_2 & CHL_2 0,60714 0,1482312

ROTIFER_ & CRY_2 -0,0714 0,8790482 CLAD_2 & CRY_2 -0,2143 0,6445116 COPEP_2 & CRY_2 -0,14286 0,7599453

ROTIFER_ & CYA_2 0,6786 0,0937503 CLAD_2 & CYA_2 0,6071 0,1482312 COPEP_2 & CYA_2 0,67857 0,0937503

ROTIFER_ & DIN_2 0,9274 0,00262 CLAD_2 & DIN_2 0,8729 0,0103234 COPEP_2 & DIN_2 0,74558 0,0543786

ROTIFER_ & EUG_2 -0,0364 0,9382978 CLAD_2 & EUG_2 0,1818 0,6963639 COPEP_2 & EUG_2 0,34551 0,4478162

ROTIFER_ & OED_2 0,2887 0,5300916 CLAD_2 & OED_2 0,4330 0,3318269 COPEP_2 & OED_2 0,57735 0,1746878

ROTIFER_ & ZYG_2 -0,7881 0,0352827 CLAD_2 & ZYG_2 -0,7881 0,0352827 COPEP_2 & ZYG_2 -0,78811 0,0352827

Continua...

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128

...Continuação.

Spearman Rank Order Correlations (mw-c-fi.sta) r p-level r p-level

NAUP_2 & PH__2 -0,6183 0,1388952 PROT_2 & PH__2 -0,40007 0,3738475

NAUP_2 & COND_2 -0,5946 0,15909 PROT_2 & COND_2 -0,23424 0,613155

NAUP_2 & TURB_2 -0,4643 0,2939341 PROT_2 & TURB_2 0,03571 0,9394082

NAUP_2 & OD_2 -0,1818 0,6963639 PROT_2 & OD_2 0,21822 0,6382989

NAUP_2 & TEMP_2 -0,8108 0,0269163 PROT_2 & TEMP_2 -0,55858 0,1924525

NAUP_2 & ALCALIN_ -0,3472 0,4454744 PROT_2 & ALCALIN_ -0,38576 0,3927349

NAUP_2 & P_TOT_2 0,4286 0,3373683 PROT_2 & P_TOT_2 -0,07143 0,8790482

NAUP_2 & PO4_2 0,1071 0,8191509 PROT_2 & PO4_2 -0,50000 0,25317

NAUP_2 & N_TOT_2 -0,3214 0,4820721 PROT_2 & N_TOT_2 -0,50000 0,25317

NAUP_2 & NO3_2 -0,4286 0,3373683 PROT_2 & NO3_2 0,07143 0,8790482

NAUP_2 & NO2_2 0,3214 0,4820721 PROT_2 & NO2_2 -0,14286 0,7599453

NAUP_2 & NH4_2 0,0000 1 PROT_2 & NH4_2 0,39286 0,3833169

NAUP_2 & CLOROFIL 0,5714 0,180202 PROT_2 & CLOROFIL -0,10714 0,8191509

NAUP_2 & BAC_2 0,0714 0,8790482 PROT_2 & BAC_2 0,17857 0,701658

NAUP_2 & CHL_2 0,7500 0,0521814 PROT_2 & CHL_2 0,35714 0,4316113

NAUP_2 & CRY_2 -0,2143 0,6445116 PROT_2 & CRY_2 0,21429 0,6445116

NAUP_2 & CYA_2 0,6071 0,1482312 PROT_2 & CYA_2 0,96429 0,0004541 NAUP_2 & DIN_2 0,8729 0,0103234 PROT_2 & DIN_2 0,61828 0,1388952

NAUP_2 & EUG_2 0,1818 0,6963639 PROT_2 & EUG_2 0,01818 0,9691336

NAUP_2 & OED_2 0,4330 0,3318269 PROT_2 & OED_2 0,28868 0,5300916

NAUP_2 & ZYG_2 -0,7881 0,0352827 PROT_2 & ZYG_2 -0,74870 0,0528198

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129

Anexo 11: Correlação de Spearman entre principais grupos zooplanctônicos e os parâmetros ambientais em junho de 2006.

Spearman Rank Order Correlations (mw-c-fi.sta)

r p-level r p-level r p-level

ROTIFER_ & PH__3 -0,072075 0,8779593 CLAD_3 & PH__3 -

0,0545455 0,9075385 COPEP_3 & PH__3 0,0180187 0,9694154

ROTIFER_ & COND_3 -0,607142 0,1482312 CLAD_3 & COND_3 -0,84688 0,016197 COPEP_3 & COND_3 -0,714285 0,0713435

ROTIFER_ & TURB_3 0,892857 0,006807 CLAD_3 & TURB_3 0,7027312 0,0782375 COPEP_3 & TURB_3 0,6071429 0,1482312

ROTIFER_ & OD_3 0,1785714 0,701658 CLAD_3 & OD_3 0,2342437 0,613155 COPEP_3 & OD_3 0,2142857 0,6445116

ROTIFER_ & TEMP_3 0,0357143 0,9394082 CLAD_3 & TEMP_3 -0,162168 0,7282996 COPEP_3 & TEMP_3 -0,392857 0,3833169

ROTIFER_ & ALCALIN_ -0,185312 0,6907778 CLAD_3 & ALCALIN_ -0,486172 0,2686266 COPEP_3 & ALCALIN_ -0,333562 0,4646971

ROTIFER_ & P_TOT_3 -0,607142 0,1482312 CLAD_3 & P_TOT_3 -0,666697 0,1019205 COPEP_3 & P_TOT_3 -0,78571 0,036238 ROTIFER_ & PO4_3 -0,392857 0,3833169 CLAD_3 & PO4_3 -0,648675 0,114996 COPEP_3 & PO4_3 -0,5 0,25317

ROTIFER_ & N_TOT_3 -0,342356 0,4522512 CLAD_3 & N_TOT_3 -0,627277 0,1315867 COPEP_3 & N_TOT_3 -0,630656 0,1288877

ROTIFER_ & NO3_3 -0,142857 0,7599453 CLAD_3 & NO3_3 -0,360375 0,4271488 COPEP_3 & NO3_3 -0,428571 0,3373683

ROTIFER_ & NO2_3 0,4285714 0,3373683 CLAD_3 & NO2_3 0,2702812 0,5577307 COPEP_3 & NO2_3 0,2142857 0,6445116

ROTIFER_ & NH4_3 -0,607142 0,1482312 CLAD_3 & NH4_3 -0,77481 0,040769 COPEP_3 & NH4_3 -0,75 0,0521814

ROTIFER_ & CLOROFIL 0,4144312 0,355269 CLAD_3 & CLOROFIL 0,4636364 0,2947004 COPEP_3 & CLOROFIL 0,5946187 0,15909

ROTIFER_ & BAC_3 0,4642857 0,2939341 CLAD_3 & BAC_3 0,5225437 0,2288779 COPEP_3 & BAC_3 0,3214286 0,4820721

ROTIFER_ & CHL_3 0,5405625 0,2102892 CLAD_3 & CHL_3 0,5909091 0,1623799 COPEP_3 & CHL_3 0,72075 0,067635

ROTIFER_ & CRY_3 0,75 0,0521814 CLAD_3 & CRY_3 0,774806 0,040769 COPEP_3 & CRY_3 0,6071429 0,1482312

ROTIFER_ & CYA_3 0,5585812 0,1924525 CLAD_3 & CYA_3 0,6454545 0,1174191 COPEP_3 & CYA_3 0,5405625 0,2102892

ROTIFER_ & DIN_3 0,3706247 0,4131162 CLAD_3 & DIN_3 0,4674735 0,2901849 COPEP_3 & DIN_3 0,4818121 0,2735868

ROTIFER_ & EUG_3 0,926562 0,002697 CLAD_3 & EUG_3 0,972345 0,000241 COPEP_3 & EUG_3 0,926562 0,002697 ROTIFER_ & ZYG_3 0,7092081 0,0743312 CLAD_3 & ZYG_3 0,825723 0,022118 COPEP_3 & ZYG_3 0,6546537 0,1105667

Continua...

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130

...Continuação.

Spearman Rank Order Correlations (mw-c-fi.sta) r p-level r p-level

NAUP_3 & PH__3 -0,01802 0,9694154 PROT_3 & PH__3 -0,52254 0,2288779

NAUP_3 & COND_3 -0,64286 0,1193924 PROT_3 & COND_3 -0,14286 0,7599453

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NAUP_3 & TEMP_3 -0,14286 0,7599453 PROT_3 & TEMP_3 0,21429 0,6445116

NAUP_3 & ALCALIN_ -0,29650 0,518477 PROT_3 & ALCALIN_ -0,07412 0,874507

NAUP_3 & P_TOT_3 -0,7857 0,036238 PROT_3 & P_TOT_3 -0,28571 0,5345092

NAUP_3 & PO4_3 -0,50000 0,25317 PROT_3 & PO4_3 -0,10714 0,8191509

NAUP_3 & N_TOT_3 -0,52254 0,2288779 PROT_3 & N_TOT_3 -0,14415 0,7578179

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NAUP_3 & ZYG_3 0,65465 0,1105667 PROT_3 & ZYG_3 0,32733 0,4735969