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AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente Alex Marcos Bedin - [email protected] Master em Arquitetura Instituto de Pós Graduação - IPOG Florianópolis, SC, 09 de agosto de 2012 Resumo O objetivo deste estudo é formatar uma proposta de luminária pública autônoma, que atenda o nível de iluminação necessário para a via pública de automóveis e/ou pedestres, utilizando a geração de energia renovável como fonte, agregando um desenho integrado a paisagem, pensando a iluminação para as nossas cidades atuais a partir de produtos e idéias inovadoras. Buscando um modelo luminária pública mais eficiente, foram pesquisados diferentes modelos de postes de iluminação, lâmpadas e alternativas para autonomia de energia, dados revelados no decorrer deste estudo mostram a capacidade de obter uma boa qualidade de iluminação com a utilização de lâmpadas de LED de alto brilho, mantidas por um sistema de produção de energia renovável. Através da captação da energia solar, eólica e energia cinética, esta última, produzida pela intensidade de fluxo dos automóveis, os estudos mostraram resultados positivos, onde na atual posição de países emergentes, como o Brasil, as iniciativas preocupadas com a economia de recursos, principalmente energia, conferem maior interesse a um desenvolvimento promissor, isto é, a preocupação com alternativas de menor custo operacional e de manutenção, que ofereçam vida útil longa e baixo consumo de energia podem colaborar muito para a evolução de uma população e sua cidade. Palavras-chave: Luminária. Energia renovável. Urbano. 1. Introdução O grande crescimento das cidades, atualmente é a causa de diversos problemas e contrastes nas diferentes camadas sociais. As desigualdades ficam evidentes ao comparar as cidades desenvolvidas das cidades com problemas urbanos resultantes da falta de planejamento, embora haja esforço pela parte do poder público, algumas ações paliativas tornam o processo repetitivo e acomodado. Serviços e os equipamentos urbanos que atendem a necessidade de uma grande parcela da população interferem diretamente na vida destas pessoas, por isso, a importância de implantar soluções criativas e eficientes, que resolvam os problemas da sociedade urbana atual. Desta forma, a iluminação pública fica indispensável para o desenvolvimento e convívio da população, trazendo conforto visual, demarcado e diferenciando os trajetos, organizando o trânsito de pessoas e veículos, sendo indispensável para a segurança e o convívio das pessoas, principalmente a noite. Na maioria dos modelos de postes de iluminação pública no Brasil, salvo algumas exceções, possuem alto custo de instalação e manutenção e consomem muita energia, não tem um partido ou forma integrada a paisagem e com parte de seus componentes elétricos e estruturais aparentes, e ainda estão deteriorados pelo vandalismo ou pela ação do tempo. Ao propor um modelo de poste para iluminação pública, o estudo tem o objetivo principal de oferecer uma opção mais racional

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AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente julho de 2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente

Alex Marcos Bedin - [email protected]

Master em Arquitetura

Instituto de Pós Graduação - IPOG

Florianópolis, SC, 09 de agosto de 2012

Resumo

O objetivo deste estudo é formatar uma proposta de luminária pública autônoma, que atenda o

nível de iluminação necessário para a via pública de automóveis e/ou pedestres, utilizando a

geração de energia renovável como fonte, agregando um desenho integrado a paisagem, pensando

a iluminação para as nossas cidades atuais a partir de produtos e idéias inovadoras. Buscando um

modelo luminária pública mais eficiente, foram pesquisados diferentes modelos de postes de

iluminação, lâmpadas e alternativas para autonomia de energia, dados revelados no decorrer deste

estudo mostram a capacidade de obter uma boa qualidade de iluminação com a utilização de

lâmpadas de LED de alto brilho, mantidas por um sistema de produção de energia renovável.

Através da captação da energia solar, eólica e energia cinética, esta última, produzida pela

intensidade de fluxo dos automóveis, os estudos mostraram resultados positivos, onde na atual

posição de países emergentes, como o Brasil, as iniciativas preocupadas com a economia de

recursos, principalmente energia, conferem maior interesse a um desenvolvimento promissor, isto

é, a preocupação com alternativas de menor custo operacional e de manutenção, que ofereçam

vida útil longa e baixo consumo de energia podem colaborar muito para a evolução de uma

população e sua cidade.

Palavras-chave: Luminária. Energia renovável. Urbano.

1. Introdução

O grande crescimento das cidades, atualmente é a causa de diversos problemas e contrastes

nas diferentes camadas sociais. As desigualdades ficam evidentes ao comparar as cidades

desenvolvidas das cidades com problemas urbanos resultantes da falta de planejamento, embora

haja esforço pela parte do poder público, algumas ações paliativas tornam o processo repetitivo e

acomodado. Serviços e os equipamentos urbanos que atendem a necessidade de uma grande parcela

da população interferem diretamente na vida destas pessoas, por isso, a importância de implantar

soluções criativas e eficientes, que resolvam os problemas da sociedade urbana atual. Desta forma,

a iluminação pública fica indispensável para o desenvolvimento e convívio da população, trazendo

conforto visual, demarcado e diferenciando os trajetos, organizando o trânsito de pessoas e veículos,

sendo indispensável para a segurança e o convívio das pessoas, principalmente a noite.

Na maioria dos modelos de postes de iluminação pública no Brasil, salvo algumas exceções,

possuem alto custo de instalação e manutenção e consomem muita energia, não tem um partido ou

forma integrada a paisagem e com parte de seus componentes elétricos e estruturais aparentes, e

ainda estão deteriorados pelo vandalismo ou pela ação do tempo. Ao propor um modelo de poste

para iluminação pública, o estudo tem o objetivo principal de oferecer uma opção mais racional

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para a iluminação pública, pensando a qualidade de iluminação e atendendo a demanda crescente

urbana nos moldes atuais.

1.1 Iluminação Pública

Os centros urbanos dependem cada vez mais de uma boa iluminação publica para garantir a

qualidade dos espaços, contribuindo muito para que as pessoas possam desfrutar da cidade

principalmente nos horários noturnos, atua no controle da criminalidade, auxilia no tráfego veicular

e de pedestres, embeleza as áreas urbanas, valoriza monumentos e as edificações. Existe uma

relação proporcional na qualidade destes espaços e o do uso do espaço correspondente a proposta,

por exemplo, uma praça pública mal planejada, provavelmente será reduto de marginais e

atividades ilícitas, quando a proposta sugere a utilização do espaço para práticas esportivas de

crianças, jovens e adultas. Outras situações que ocorrem nos grandes centros urbanos podem ser

citadas, como os assaltos a veículos em semáforos mal sinalizados, o tráfico de drogas em ruas e

becos pouco iluminados, acidentes de trânsito que poderiam ser evitados se houvessem melhores

condições de visibilidade local, salvando a vida de muitas pessoas. São situações comumente

compartilhadas em noticiários nacionais e que mostram o interesse que é tratado algo muito

importante para a qualidade de vida da população.

Segundo dados da Eletrobras, companhia brasileira de energia, a iluminação pública no Brasil

corresponde a aproximadamente 4,5% da demanda nacional e a 3,4% do consumo total de energia

elétrica do país, sendo equivalente a uma demanda crescente de 2,2 GW e a um consumo de 10,3

bilhões de kWh/ano. Atualmente há aproximadamente 15,0 milhões de pontos de iluminação

pública instalados,segundo o último levantamento cadastral realizado pelo

PROCEL/ELETROBRAS junto às distribuidoras de energia elétrica em 2008, distribuídos da

seguinte forma:

Figura 1: gráfico demonstrativo da porcentagem de pontos de iluminação para cada região do país.

Fonte: site da Eletrobrás (www.eletrobras.com.br)

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Algumas cidades brasileiras, já possuem programas de implantação e manutenção da iluminação

pública, financiados por setores específicos da administração pública, é o caso da cidade de São

Paulo, em 2001 foi criada a Ilume (Departamento de Iluminação Pública da Prefeitura de São

Paulo), com o objetivo de estudar, planejar e fiscalizar a ampliação e remodelação da rede de

iluminação pública. Em âmbito nacional, contamos com o Programa Nacional de Iluminação

Pública Eficiente, o Reluz, implantado no início do ano 2000, durante o governo de Fernando

Henrique Cardoso, que teve como principal objetivo substituir as antigas lâmpadas incandescentes

ou de vapor de mercúrio por lâmpadas de vapor de sódio, com a cor mais amarelada e mais

econômica.

Historicamente, tivemos um longo período dominado pelo uso das lâmpadas incandescentes,

algumas exceções com lâmpadas florescentes, partindo para lâmpadas de vapor de mercúrio

(brancas). A partir dos anos 90, houve a introdução das lâmpadas de sódio (amarelas), e

recentemente as de vapor metálico (brancas), basicamente eram estes modelos oferecidos no

mercado. Lâmpadas com baixo fluxo luminoso ou depreciadas pela ação do tempo, devem ser

substituídas, pois consomem a mesma energia de uma lâmpada nova com reduzidos níveis de

iluminação para os locais desejados, prejudicando o sistema e a segurança noturna dos cidadãos.

Em relação aos tipos e quantidades de lâmpadas instaladas no Brasil, temos a seguinte distribuição:

Figura 2: relação do tipo de lâmpada e sua eficiência

Fonte: site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)

Pensando em longo prazo, podemos melhorar muito a relação de consumo de energia em função da

eficiência da iluminação para espaços públicos, se agregarmos um desenho agradável a uma forma

de produção independente de energia, podemos pensar um sistema auto-suficiente que contribua

para o progresso da cidade, dispensando uma série de elementos e fatores que trazem despesas e

desperdícios a administração pública.

Observando a situação na cidade de Florianópolis, a capital do Estado de Santa Catarina, uma ilha

ao sul do Brasil, fica evidente o potencial para aproveitamento dos recursos naturais possíveis a

geração de energia renovável, com a utilização da energia solar e energia eólica, podemos iluminar

a avenida Beira Mar por exemplo, onde também dispõe de praças, playground e ciclovia para os

moradores. Ainda se pensarmos em seu relevo, a ilha possui outros vários pontos passíveis do

aproveitamento da energia renovável, como o alto dos morros e praias principalmente ao mar

aberto, que apresenta uma constante direção e força dos ventos, também podemos atuar com a

produção de energia cinética, através da movimentação dos automóveis que circulam nas ruas e

espaços privados.

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1.2 Conceitos básicos de iluminação

Para esclarecer melhor a relação entre a eficiência e o consumo de energia, vamos apresentar a

descrição das características técnicas encontradas em cada lâmpada disponível, segundo Costa

(2000).

1.2.1 - Fluxo luminoso

O fluxo luminoso é definido como a quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lumens,

na tensão nominal de funcionamento de uma fonte luminosa. O conceito de fluxo luminoso é de

grande importância para os estudos de iluminação, é uma grandeza fotométrica derivada da

intensidade luminosa, o fluxo luminoso está ligado a capacidade do homem de ver.

1.2.2 - Intensidade luminosa

A intensidade luminosa é definida como a medida da percepção da potência emitida por uma fonte

luminosa em uma dada direção, sua unidade se da em candela, abreviada como cd.

1.2.3 - Iluminância

A iluminância é uma grandeza de luminosidade, fazendo a relação entre o fluxo luminoso que

incide na direção perpendicular a uma superfície e sua área, genericamente é a quantidade de luz

dentro do ambiente, não distribuído uniformemente para medição da sua intensidade, sua unidade é

o lux (lx), através de um equipamento conhecido como luxímetro.

1.2.4 – Luminância

A luminância é um dos conceitos mais abstratos da luminotécnica, é através da luminância

que o homem enxerga, não é a mesma que mede a intensidade luminosa, mas uma grandeza

relacionada a densidade da intensidade luminosa.

1.3 Tipos de lâmpadas

Segue as características dos principais tipos de lâmpadas utilizadas na iluminação pública:

COMPARATIVO DE TECNOLOGIAS

TECNOLOGIA TEMPERATURADE

COR (K)

IRC

(%)

EFICIÊNCIA

LUMINOSA

(LM/W)

VIDA MEDIANA

(HORAS)

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Incandescente 2700 100 10-20 1 mil

Vapor de

mercúrio 3 mil a 4 mil 40-55 45-58 9 mil a 15 mil

Vapor de sódio 2 mil 22 80-150 18 mil a 32 mil

Vapor metálico 3 mil a 6 mil 65-85 65-90 8 mil a 12 mil

Indução 4 mil 80-90 80-110 60 mil

Led variárel 70-80 80 50 mil

Figura 3: relação do tipo de lâmpada e sua eficiência

Fonte: site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)

Com a atual exploração do LED (Light Emitting Diode), um diodo emissor de luz, vieram novas

possibilidades de produtos e aplicações, principalmente na iluminação pública, onde o consumo de

energia e a estrutura necessária para o bom funcionamento do sistema gera uma grande custo de

operação e manutenção, já existem experiências testadas na cidade de São Paulo, por exemplo,

onde são usadas as lâmpadas de LED para iluminação em de túneis, praças, ruas e estradas,

atendendo a necessidade de cada espaço.

Embora as luminárias a Led tenham um custo inicial maior do que as lâmpadas atualmente

utilizadas, algumas vantagens consideradas para indicação do LED são:

- Economiza até 80% de energia

- Expectativa de vida útil de até 50.000 horas

- Excelente definição de cor

- A queima de uma unidade Led não inutiliza a luminária

- Não sofre danos com a vibração

- Reduzida emissão de carbono

- Não produz raio ultravioleta e infravermelho

- Economia na infraestrutura

- Não necessita de reator e ignitor

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Figura 4: relação do tipo de lâmpada e sua eficiência

Fonte: site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)

A alta durabilidade reduz custos com manutenção, diminuindo a freqüência da necessidade de

substituição, assim como a quantidade de resíduos gerados. A vida útil de um LED é

aproximadamente onze anos, com doze horas de iluminação diária, na a lâmpada de mercúrio tem

expectativa de pouco mais de três anos.

Diante deste quadro, este artigo se propõe a discutir a questão da eficiência energética no setor

público tendo como foco evidenciar alguns desafios que precisam ser superados, pensando a

iluminação de forma a planejar a melhoria do desempenho energético das luminárias públicas.

Pretende-se objetivamente chamar a atenção, principalmente na esfera pública, sobre o impacto

estes produtos podem ter sobre a política energética brasileira.

2 Energia renovável e fontes alternativas

Segundo COSTA (2008), a frase: “Conservar energia é preservar o meio ambiente”, diz tudo, mas

somente ocorrerá quando a humanidade se conscientizar:

pode-se empregar sistemas de iluminação mais eficientes e eficazes, seja nas

instalações existentes, seja nos projetos futuros e far-se-á uma contribuição

para a preservação do meio ambiente (COSTA, 83).

As fontes geradoras de energia que atendem a demanda atual do consumo causam efeitos colaterais

ao meio ambiente, grande impacto ambiental nas hidrelétricas, a poluição causada pela queima de

combustíveis como o gás e o petróleo, usinas nucleares suscetíveis a catástrofes naturais podem

trazer danos irreversíveis ao meio ambiente, visto o caso de Fukushima no Japão (março de 2011),

que contaminou grande parte do território com elementos radioativos. Na concepção de Keeler e

Burke, a quatro razões principais para a preocupação com a energia que consumimos:

Primeiramente, os combustíveis que usamos para gerar energia são, em sua

maioria, não renováveis, e suas reservas não durarão para sempre. Em

segundo lugar, os depósitos de gás natural são limitados e, na maior parte,

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se encontram em áreas de instabilidade geopolítica. Em terceiro lugar, a

demanda por combustível nos mercados globais continua crescendo. Em

quarto lugar, o carvão mineral, cuja a queima emite gases para a atmosfera,

contribuindo para a alteração radical do clima em nosso planeta.(KELLER

E BURKE, 110)

A necessidade de preservar os recursos naturais do planeta exige soluções inovadoras que e

atendam a demanda crescente pela geração de energia, cada vez mais, equipamentos e máquinas

mais sofisticadas que facilitam os meios de produção e o dia a dia das pessoas, precisam de mais

energia para demonstrar sua eficiência. Desta forma, se conseguirmos utilizar de fontes alternativas

de produção de energia, e ainda captar os potencias geradores de energia renovável, estaremos

contribuindo para a redução do aquecimento global e garantindo um mundo melhor para as futuras

gerações.

Listamos diversas formas de obter energia de forma renovável, sendo automaticamente

reabastecida e que não causam maiores danos ao ambiente natural:

Energia solar – captação através de placas solares

Energia Eólica – geração de energia através da força dos ventos

Energia Cinética – geração de energia através da movimentação dos corpos

Energia Hidrelétrica – a partir de uma usina e um grande reservatório

Energia das Mares – gerada a partir da força das ondas

Energia geotérmica – a partir do calor proveniente da terra

Múltiplas fontes de energia renovável, já são possíveis de ser exploradas e aplicadas de

forma sustentável e auto-suficientes. O Brasil, com seu território rico em recursos naturais,

principalmente ao litoral de toda costa brasileira e mais próxima a linha do equador, apresentando

uma imensa capacidade para o aproveitamento da radiação solar e da força dos ventos, em razão da

área do território e a sua posição geográfica, conferindo um grande potencial energético pouco

explorado, se comparado aos países europeus, por exemplo.

Pensando em aperfeiçoar a produção de energia e para obter uma melhor eficiência do

modelo de luminária, focamos o desenvolvimento a partir de três formas de produção de energia

renovável apresentadas a seguir:

2.1 - Energia Cinética

A energia cinética é definida com a energia associada a movimento dos corpos, as diversas

qualificações da energia podem ser reduzidas a duas formas fundamentais de energia: a energia

cinética e energia elétrica. O seu desempenho depende basicamente de dois fatores: da massa e da

velocidade do corpo em movimento, desta forma, qualquer corpo que possuir velocidade terá

energia cinética.

2.2 - Energia Eólica

Uma fonte de energia renovável utilizada há muito tempo através da força dos ventos, transformado

em energia mecânica possibilitou a produção em moinhos e bombeamento de água para regiões

mais elevadas, o vento é uma excelente força da natureza para a geração elétrica, em regiões ricas

em vento, as turbinas eólicas, ou aerogeradores podem produzir continuamente dia e noite, diferente

da energia solar disponível somente de dia.

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Os atuais aerogeradores funcionam a partir do aproveitamento nas regiões com maior incidência de

ventos, geralmente conformando uma fazenda ou parque eólico, podendo suprir a energia de uma

cidade com baixo impacto ambiental. Sendo o Brasil um imenso território com grande extensão

litorânea banhada pelo Oceano Atlântico e o relevo com altos morros, possibilitando ventos com

direção e velocidade constantes.

2.3 - Energia Solar

A posição geográfica do Brasil é privilegiada pela ação do sol, sendo um país que é cruzado pela

linha do equador, tem maior aproveitamento da carga térmica emitida pelo sol. Através da

conversão da carga térmica dos raios solares que atingem células fotovoltaicas e a transforma em

eletricidade, o sistema de energia solar é muito prático eficiente.

3 Luminária Urbana Ecoeficiente

A proposta de trabalhar com uma unidade autônoma de luminária pública, ser originou da premissa

de optar por soluções mais racionais, aonde a relação entre o custo de operação e manutenção deste

tipo de equipamento urbano, venha em longo prazo, permitir um sistema de iluminação urbana mais

eficiente e dinâmica. Ao trabalhar esta unidade de forma independente, contribuímos com uma série

de fatores positivos, eliminando a fiação embutida nos passeios públicos e estradas, problemas com

galhos de árvores, a ação de ventos, chuvas e outros, o modelo também possibilita que quando

danificada ou avariada uma única unidade ou componente pode ser substituído, evitando defeitos no

restante do sistema, podemos trabalhar com materiais mais leves e resistentes a ação do homem e

do tempo.

A luminária também vai prever a modulação das partes integrantes, possibilitando que seja

direcionado o tipo de luminária para cada situação específica, por exemplo, onde não há a

incidência de vento constante e no sentido necessário para aplicação do aerogerador, podemos optar

somente pela geração de energia cinética e captação da energia solar, temos situações onde teremos

somente a iluminação direcionada para os veículos, não sendo necessária a presença da parte que

direciona a luz para o passeio de pedestres, através desta modulação permitimos que a luminária

funcione nas situações mais adversas (ver anexo 3).

3.1 – Desenho da Luminária

O desenho da luminária foi desenvolvido a partir de uma forma orgânica encontrada na natureza,

especificamente de uma árvore nativa do Brasil, o “Acaiacá” ou Akaiaká em tupi, mais conhecido

como Cedro Rosa, uma árvore robusta que pode atingir até 30 metros de altura e é conhecida pela

vasta dispersão das sementes, atualmente ameaçada de extinção pela exploração excessiva, onde sua

madeira é amplamente usada na construção civil e naval, na produção de móveis e esculturas,

instrumentos musicais, entre outros. O Cedro Rosa é uma árvore caducifólia, que perde suas folhas

durante o inverno e possui uma flor com o formato de pêra, de onde foi explorado o desenho da

luminária.

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Pensando em tornar a luminária urbana como um elemento inserido na paisagem, de forma a

contribuir para a conformação da paisagem urbana, o desenho da luminária oferece a vantagem de

ser independente e auto-suficiente, não sendo necessária a conexão com outras unidades para o bom

funcionamento do sistema, a cor sugerida para a estrutura acompanha a cor das lâmpadas, através

da pintura anticorrosiva de poliéster em pó na cor preta, na parte central, a utilização de formas que

remetem a flor do cedro rosa, pintados na cor verde folha, se equilibram com o verde das árvores,

desta forma a luminária não tem grande destaque de contraste de cor na paisagem.

Figura 5: Flor do Cedro Rosa Figura 6: Luminária em paisagem urbana noturna

Fonte: Alex Marcos Bedin

3.2 – Componentes

A luminária foi pensada de forma independente e modular, possibilitando a diferente montagem ou

formato para determinada condicionante local, podendo ser alimentada por um ou pela combinação

de qualquer um dos sistemas de geração de energia renovável. Esta energia será reservada em

baterias que ao completarem a carga, dispensam o sistema de captação através de outro

equipamento que também controla a potência e a carga da bateria. O funcionamento da lâmpada e

ativado através da fotocélula que aciona a partir de certo nível de escurecimento do dia, mantendo

por ate 12 horas ligadas através de um temporizador automatizado.

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3.2.1 –Lâmpada de Led

A lâmpada sugerida para este conjunto foi a Area Light (EASM) da GE (General Eletrics), por

possuir uma boa eficiência de iluminação com reduzido índice de ofuscamento, também possui o

corpo em alumínio fundido com dissipador de calor integrado, com Pintura anticorrosiva de

poliéster em pó na cor preta, se encaixa na proposta, sendo discreta e integrada a forma da

luminária.

3.2.2- Painéis Solares

A energia do sol é convertida em eletricidade pelos painéis Fotovoltaicos, a partir de inversores que

convertem a energia DC gerada pelos painéis em AC e controlam a operação do sistema, mandando

a energia para o armazenamento nas baterias. Os sistemas de Energia Fotovoltaica para Postes de

Iluminação Pública revelaram-se como uma das grandes aplicações da energia solar, pois sua

posição em função da altura permite que as placas estejam sempre expostas ao sol. No topo

encontra-se a estrutura para um ou dois módulos fotovoltaicos: Painel WSolar 130W Premium,

tendo 148cm de comprimento, 67cm de largura e 3,5cm de espessura, o fornecedor oferece com 25

anos de garantia (site:www.energiapura.com).

3.2.3 – Aerogerador

A potência gerada pelos aerogeradores está ligado ao tamanho das pás do conjunto, Turbina Eólica

com três pás, com 2 metros de diâmetro é capaz de gerar até 200 kw por mês

(site:www.energiapura.com).

3.2.4 – Placas de absorção de energia cinética

Placas embutidas no asfalto, por onde os veículos passam, e estimulam o material a produzir

energia elétrica, que então alimenta as baterias. O sistema inicialmente aplicado em uma rede de

supermercados no Reino Unido, utiliza a energia para alimentar os caixas, produzindo o equivalente

a 30kW por hora, sem interferir na dirigibilidade dos motoristas. No Brasil alguns estudos

avançados mostram que esta tecnologia pode ser aplicada pelo movimento gerado por pedestres

também, segundo pesquisas da Unesp (Universidade estadual Paulista), essa tecnologia poderia ser

usada em shoppings centers para iluminar os corredores e praças de alimentação por exemplo.

3.2.5 – Controladores de Carga e Inversores

O carregamento inteligente da bateria em vários estágios ocupa menos o seu gerador e prolonga a

vida de suas baterias. As comunicações integradas em rede permitem que várias unidades de

baterias sejam alimentadas por diferentes fontes de alimentação, controlando a carga das baterias,

tornando o sistema auto-suficiente e independente. Ao chegar ao máximo de carga suportada pelas

baterias, este sistema se desliga automaticamente, acionando a carga somente quando necessário.

Este dispositivo tem a dimensão de 30cm de comprimento, 21cm de largura e 41cm de altura.

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3.2.5 – Baterias Estacionárias

A idéia é ter dispositivos eficientes que permitam que toda a energia

produzida ou capturada seja armazenada para uso, sem nenhuma perda.

Por exemplo, toda a energia capturada por painéis solares, durante o dia, a

energia gerada pelo aerogerador e pelas placas de energia cinética, seja

armazenada em baterias, possibilitando uma reserva interrupta de energia,

pois sempre haverá alguma forma de produção operando.

Este tipo de bateria é livre de manutenção e não necessita de

reposição de água ou eletrólito durante toda sua vida útil, possui um

indicador de carga e de vida útil. a tensão do das baterias será de 12V e a

sua capacidade em função do cálculo prévio elaborado.A dimensão de cada

unidade é de 21,2cm X 17,5cm X 17,5cm.

3.2.6 – Temporizador e Fotocélula

O sistema de iluminação conta com um equipamento que controla os horários de funcionamento da

luminária, desligando a lâmpada após o horário determinado. O acionamento fica por conta da

fotocélula, que a partir da falta da luz no local, liga automaticamente as lâmpadas.

3.3 – Estrutura

A estrutura principal da luminária será um tubo de ferro galvanizado de 5cm de largura por 10 cm

de altura, sua curvatura é resultado de um processo de calandramento, possibilitando a forma

orgânica assimétrica conforme a figura 7, tendo as partes anexas independentes para facilitar a

manutenção e troca de qualquer componente quando necessário.

Pensando na estética da luminária, foi previsto uma tela e uma chapa perfurada no fechamento

superior, de forma que tenha a função de proteger o funcionamento da parte do aerogerador,

evitando acesso de objetos, pássaros e outros.

3.4 – Custo e Manutenção

A posição das lâmpadas possibilita que a distância entre as unidades da luminária fique entre

15 e 20 metros, contribuindo com a redução no total a ser implantado ao longo das vias, a estrutura

metálica leve permite que o bloco de sustentação do poste, seja de pequeno porte, fazendo uma

estimativa de custos com os equipamentos todos instalados e o poste funcionando temos

aproximadamente um valor de R$ 12.000, podemos comparar com a estrutura dos postes de

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iluminação em concreto com aproximadamente 10 metros de altura e com toda a estrutura aparente,

a ligação entre as unidades do sistema de iluminação, metros de fiação e lâmpadas com alto custo

de instalação, consumo e manutenção. Podemos dizer que o modelo de luminária urbana

ecoeficiente pode mudar a paisagem e também contribuir muito para a economia de energia pelo

setor público.

Figura 6: Luminária em paisagem urbana noturna

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AKAIAKÁ - Luminária Urbana Ecoeficiente julho de 2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

Fonte: Alex Marcos Bedin

4 Conclusão

O planejamento é imprescindível para que sejam traçados novos rumos na evolução das cidades,

trazendo produtos, técnicas e tecnologias inovadoras que venham melhorar a vida da população, se

utilizarmos das alternativas sustentáveis, partindo do uso racional dos recursos naturais e outros

conceitos básicos de consciência ecológica podemos contribuir muito para um mundo melhor. Ao

dispor um estudo direcionado a propor a solução de um problema atual, dados relacionados com a

situação atual de um país emergente, que apresenta diversos contrastes e discussões sobre o futuro

das cidades, que crescem progressivamente e desordenadamente. O uso de fontes alternativas de

energia mostrou-se a melhor opção racional para o desenvolvimento da luminária, já que buscamos

atribuir o conceito eco eficiente a proposta, foram estudadas as características de aplicação de cada

componente da luminária, formando um modelo prático e mutável para cada condicionante, ao final

deste estudo ficou evidenciado a importância de um sistema público de iluminação eficaz e

alternativo. Com o apoio do Ministério de Minas e Energia do Brasil, através do Plano Nacional de

Eficiência no final de 2011, as cidades devem investir na melhoria dos sistema públicos de

iluminação, segundo a expectativa do Ministério é que a cada ano podemos reduzir o consumo de

energia em 9% na iluminação pública, através da troca para os sistemas mais eficientes.

5 Referências

BURATINI, MARIA PAULA T. De CASTRO, Energia, uma abordagem multidisciplinar.

Câmara brasileira do livro, SP, 2008.

COSTA, GILBERTO. J. C.. Iluminação Econômica, Cálculo e Avaliação. São Paulo:

Edipucrs, 2000.

KEELER, MARIAN. BURKE, BILL, Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis.

Porto Alegre, 2010.

GE. Manual Pratico Luminotécnico. Rio de Janeiro: GE Lighting. 1997

Site da Eletrobras <www.eletrobras.com.br>

Site da GE,<www.geiluminacao.com.br>

Site da Osram, <www.osram.com.br>

Site Energia Pura <www.energiapura.com.br>

Site da Pini Web (www.infraestruturaurbana.com.br)