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Adquira o livro de apoio para subsidiar seus estudos, no site da CPAD (www.cpad.com.br), nas melhores livrarias

ou como autor.

TEXTO DO DIA

“Então, o diabo o deixou; e, eis que

chegaram os anjos e o serviram” (Mt 4.11).

SÍNTESE

A narrativa da tentação de Jesus enaltece

a importância do estudo sistemático da

Bíblia como alicerce seguro à vida cristã.

LEITURA BÍBLICA

MT 4.1-11

1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para

ser tentado pelo diabo.

2 e, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois

teve fome;

3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de

Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de

pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca

de Deus.

5 Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o

sobre o pináculo do templo,

6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;

porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu

respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces

em alguma pedra.

7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o

Senhor, teu Deus.

8 Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e

mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.

9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está

escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.

11 Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o

serviram.

• A tendência é entendermos que a tentação de

Jesus foi apenas um momento.

• No entanto, a tentação foi um clima que marcou

toda a sua vida e sua missão.

• O meio de resposta de Jesus à tentação foi

sempre foi a Palavra de Deus.

• A Bíblia sustenta e fortalece a fé para a entrega

total nas mãos do Pai e vitória sobre as

tentações que provocam a injustiça e a

desigualdade.

INTRODUÇÃO

I. A TENTAÇÃO DO SUSTENTO

MATERIAL NO “DESERTO”

(MT 4.1-4)

• A primeira tentação de Jesus está relacionada

com necessidade básicas de sobrevivência e

confiança em Deus.

• Ela está relacionada diretamente com o impulso

do povo hebreu de infidelidade durante a

caminhada no deserto (Dt 6-8).

Introdução ao tópico

• Todo ser humano tem necessidade básicas de

sobrevivência e pode passar por momentos de

crise.

• Existe uma relação direta entre a narrativa de Mt

4.1-11 e a narrativa da travessia dos hebreus pelo

deserto, em especial três capítulos de

Deuteronômio (Dt 6-8).

• Ver quadro comparativo:

a) A relação de Mateus 4.1-4 com a caminhada dos hebreus no deserto

QUADRO COMPARATIVO

Mt 4.1-11 Dt 6 a 8

“Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1).

Deus conduz o povo ao deserto e o submete à prova (Dt 8.2-32).

“e, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome” (Mt 4.2).

“Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o SENHOR fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi e água não bebi” (Dt 9.9).

“Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4).

“E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem” (Dt 8.3).

“e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra” (Mt 4.6).

“E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem” (Sl 91.11-12).

“Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Mt 4.7).

“Não tentareis o SENHOR, vosso Deus, como o tentastes em Massá” (Dt 6.16).

“Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles” (Mt 4.8).

“Então, subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e o SENHOR mostrou-lhe toda a terra, desde Gileade até Dã” (Dt 34.1)

“Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10).

“SENHOR, teu Deus, temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt 6.13).

(NEVES, 2017, P. 45-47)

• No êxodo (saída do Egito, lugar de injustiça),

os hebreus saíram com a incumbência de

criarem uma sociedade justa, antes, tiveram de

conviver com o deserto por 40 anos.

• Deserto é lugar de fome (Mt 4.2-4), porém

também é lugar de aliança, purificação e

encontro com Deus (Ex 19.1ss; Os 2,16ss).

• Na caminhada pelo deserto, o povo teve que

demonstrar sua confiança na dependência da

ação divina.

b) A tentação de Israel no deserto por 40 anos

• No entanto, muitos dentre o povo, nestas

condições, colocaram em dúvida a proteção e o

cuidado de Deus, tentando-o.

• No momento da necessidade, duvidaram e

murmuravam contra Deus (Ex 16.3-8), por isso

ficaram pelo caminho.

• Jesus, apesar da tentação no deserto,

demonstrou sua confiança e reconheceu sua

dependência de Deus.

b) A tentação de Israel no deserto por 40 anos

• Mateus narra que Jesus foi levado para ser

tentado logo depois de seu batismo.

• Após a revelação de sua filiação divina e uma

“autorização” para iniciar sua missão.

• Não parece ser desproposital essa sequência,

pois as tentações de Jesus estão diretamente

relacionadas quanto ao modo dele cumprir a sua

missão como resgatador da humanidade.

c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias

• Advertência para que o cristão esteja atento

em relação ao que pode impedir (injustiça e

desigualdade) o reino da justiça e o

cumprimento da missão solidária.

• O Salvador da humanidade precisava se

submeter às mesmas condições que a criatura

a ser libertada (Hb 2.1,18; 4.15; 5.7-9).

• O 40 dias de jejum recordam os 40 anos de

Israel no deserto, antes de entrar na Terra

Prometida.

c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias

• A narrativa do jejum por 40 dias não era uma

inovação (Moisés - Dt 9.9,18; Ex 24.18; 34.28;

Elias -1Rs19.8).

• O ser humano não tem condições de se abster

de alimento e água por 40 dias.

• O número 40 é utilizado várias vezes na Bíblia

(Gn 7.4,12; Ex 24.18; 34.26; Dt 9.9-11; 10.10; Nm

4.33; 32.13; Dt 8.2; 29.4; Mt 4.2; Mc 1.12; Lc 4.2;

At 1.3; Dt 25.3; 2Cor 11.24; entre outras citações).

• Quando se refere a dias ou anos, pode significar

um período necessário e suficiente para

determinada ação.

c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias

• Jesus foi desafiado como Filho de Deus a fazer

uso de seus atributos divinos para satisfazer

suas necessidades de natureza humana.

• Isso comprometeria sua missão.

• Jesus rebate: “Nem só de pão viverá o homem,

mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”

(Dt 8.3).

• Se for oferecida alternativa para suprir suas

necessidades materiais com violação dos

princípios bíblicos, não ceda!

c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias

PENSE

O povo hebreu e Jesus responderam de

forma diferente quanto à prova do

deserto.

Jovem, e você, como tem se

comportado quando passa pelo

deserto?

PONTO IMPORTANTE

Conhecer as Escrituras foi fundamental

para as respostas de Jesus ao adversário.

A Palavra de Deus continua uma arma

eficiente contra as tentações.

II. A TENTAÇÃO DO USO DO

“TEMPLO” PARA EXPLORAÇÃO

(Mt 4.5-7)

• Impressionante como um lugar considerado

santo pode se tornar um lugar de tentação.

• Infelizmente é isso que acontece ( uso indevido

da Palavra e poder eclesiástico para benefício

próprio).

• Jesus deixa uma advertência: “Não tentarás ao

Senhor teu Deus”!

Introdução ao tópico

• O pináculo demonstra a responsabilidade de estar

no ponto mais alto do poder religioso. Quem

está nessa posição muito pode fazer para o bem

ou para o mal.

• O diabo faz uso da própria Palavra de Deus para

colocar dúvida. Ele cita o Sl 91, em que Deus

promete proteger o justo.

• Infelizmente muitos pregam um relacionamento

mercantil com Deus, o famoso “toma-lá-dá-cá”.

a) A tentação de mercantilizar a religião

• A Bíblia deve ser interpretada como um todo.

• Jesus afirma que todas as pessoas passam por

aflições, mesmo seus discípulos (Jo 16.33).

• A teologia da retribuição, protótipo da atual

teologia da prosperidade, já estava presente no

livro de Jó.

• A sociedade contemporânea é, basicamente, uma

sociedade de consumo, tendo como principais

características o imediatismo e a busca

desenfreada do “TER’.

a) A tentação de mercantilizar a religião

• Características que têm determinado a vida de

algumas pessoas e influenciado as práticas

teológicas.

• A teologia consumista é o oposto da teologia

pregada por Jesus, que privilegiava a

solidariedade, a vida em comunidade, simples

e sem excesso de consumo.

• O diabo propôs a Jesus fazer uso de sua

intimidade com Deus em seu benefício próprio,

porém ele recusou e preferiu se colocar na

dependência de Deus.

a) A tentação de mercantilizar a religião

• Jesus cita Dt 6.16 “não tentarás o Senhor, teu

Deus”, demonstrando a seriedade que é tentar

“manipular” Deus.

• Muitos requerem, como se pudessem, exibição de

Deus. Se comportam como “crianças mimadas”.

• Creem em Deus na teoria, mas são “ateus” na

prática.

b) A tentação de fazer de Deus um instrumento de capricho e ostentação

• A prática de legitimar a autoridade dos discursos

por meio de supostas revelações e visões é

antiga.

• As pessoas que buscam a prosperidade egoísta

alimentam esse processo.

• A educação cristã deve ocupar uma postura

profética contra esta prática.

• Jesus denunciou a prática religiosa opressora e

abusiva.

b) A tentação de fazer de Deus um instrumento de capricho e ostentação

PENSE

As práticas religiosas podem levar as

pessoas para mais perto de Deus ou

distanciá-las, se for para benefício

próprio. Jovem, qual tem sido sua opção?

PONTO IMPORTANTE

Jesus, maior exemplo de quem ajudou a

muitos e tinha autoridade em seus

discursos, nunca usou essas qualificações

para seu benefício próprio.

III. A TENTAÇÃO DO USO

INDEVIDO DO PODER

(MT 4.8-11)

• O risco de dar lugar ao impulso de desfrutar das

glórias do mundo, em detrimento da adoração

ao Deus verdadeiro.

• Jesus se deparou com vários momentos que

impulsionariam a tomada do poder, mas não

cedeu a essa tentação.

Introdução ao tópico

• A última tentação está relacionada à idolatria.

• O lugar da tentação agora é um monte muito

alto.

• As montanhas altas tinham um significado

especial nas tradições do povo israelita (Gn

22.2-18); 1Rs 19.8; entre outros).

• Do monte escolhido se dá uma visão de todos

os reinos. Não existe um monte com essa

característica (analogia).

a) O poder dos impérios e reinos do mundo

• O texto dá a entender que o adversário do

Reino dos céus domina os reinos do mundo.

• Que mundo é esse? A esfera da vida política,

social, econômica e religiosa quotidiana.

• Embora criado por Deus e objeto dos propósitos

de Deus (Sl 24,1), é reclamado pelo diabo e

com necessidade de salvação (5,14; 13,38;

24,21)”.

• Ditado popular: “Fulano fez um pacto como

diabo”.

a) O poder dos impérios e reinos do mundo

• Cultura judaica da centralidade de Sião estava

relacionada com o centro da adoração de todos

os povos.

• Um poder centralizador assim seria visado por

muitos.

• O ser humano tem tendência pelo gosto do

poder e de ser bajulado. Essa é uma tentação

que precisa ser constantemente monitorada.

b) O poder idolátrico das glórias dos reinos do mundo

• Tentação de “pensar fazer o bem”. Estar

sincronizado com Deus para não ser enganado

pelo mal, pensando fazer o bem.

• Jesus estava consciente do caminho a ser

seguido para cumprir sua missão e atender os

propósitos de Deus.

• Ele chegou á glorificação porque passou pela

cruz.

• A vitória sobre a tentação trouxe a possibilidade

de libertação para toda humanidade.

b) O poder idolátrico das glórias dos reinos do mundo

PENSE

Jovem, reflita sobre o motivo que leva

muitas pessoas que começam bem

intencionadas a obra de Deus, mas como

o aumento do poder, elas se perdem.

PONTO IMPORTANTE

Jesus estava consciente que para cumprir

sua missão e os propósitos de Deus

deveria trilhar pacientemente o caminho

da cruz e não da glória humana.

Nesta lição aprendemos que:

1. A fidelidade à Deus deve preceder a satisfação

pessoal e de bens materiais;

2. Deus não pode ser tentado e seu nome não deve

ser usado em benefício próprio;

3. Não se deve buscar a glória, mas glorificar à

Deus.

4. Todas as pessoas passam pelo modelo das

tentações de Jesus. O caminho da vitória

também é o mesmo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

LIÇÕES BÍBLICAS DE JOVENS. Seu Reino não Terá Fim: vida e obra de Jesus, segundo o Evangelho de Mateus. 1 TRI 2018. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

NEVES, Natalino das. Educação Cristã Libertadora. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.

NEVES, Natalino das. Seu Reino não terá Fim: vida e obra de Jesus, segundo o Evangelho de Mateus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

REFERÊNCIAS

Pr. Natalino das Neves www.natalinodasneves.blogspot.com.br Facebook: www.facebook.com/natalino.neves

Contatos: [email protected] (41) 98409 8094 (TIM)