acionamento mcc

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1 Universidade Federal do Ceara - Campus Sobral Curso de Engenharia Elétrica Disciplina: Acionamentos de Máquinas Introdução Os motores de corrente contínua ainda são largamente usados em acionamentos à velocidade variável, e apresentam características muito particulares, como simplicidade de equacionamento e modelagem e controle relativamente simples. A comutação permite um desacoplamento entre as variáveis de fluxo principal e corrente de armadura, responsáveis diretos pelo conjugado, mantendo-os em ortogonalidade. Entretanto outros fatores também inerentes à maquina dc devem ser levados em conta. O alto custo de fabricação, manutenção e algumas características de difícil modelagem como as tensões de contato das escovas, pesam na escolha de uma nova aplicação. Algumas aplicações que exigem muita precisão, como em máquinas operatrizes, ainda prevalece, em alguns aspectos, os motores de corrente contínua. Na máquina de corrente contínua o enrolamento de campo pode ser conectado de diferentes maneiras em relação ao enrolamento de armadura: em série (as correntes de campo e de armadura são iguais); em paralelo (as tensões de campo e a tensão terminal, V t , de armadura são iguais) e independente. Embora historicamente tenha se utilizado em grande escala a conexão série para aplicações em tração, devido ao alto torque de partida que produz, com o advento dos conversores eletrônicos de potência passou-se a utilizar a excitação independente, em virtude da maior flexibilidade que apresenta em termos do controle da MCC.

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Acionamento de Máquinas

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  • 1

    Universidade Federal do Ceara - Campus Sobral

    Curso de Engenharia Eltrica

    Disciplina: Acionamentos de Mquinas

    Introduo

    Os motores de corrente contnua ainda so largamente usados em acionamentos

    velocidade varivel, e apresentam caractersticas muito particulares, como

    simplicidade de equacionamento e modelagem e controle relativamente simples. A

    comutao permite um desacoplamento entre as variveis de fluxo principal e

    corrente de armadura, responsveis diretos pelo conjugado, mantendo-os em

    ortogonalidade. Entretanto outros fatores tambm inerentes maquina dc devem

    ser levados em conta. O alto custo de fabricao, manuteno e algumas

    caractersticas de difcil modelagem como as tenses de contato das escovas,

    pesam na escolha de uma nova aplicao. Algumas aplicaes que exigem muita

    preciso, como em mquinas operatrizes, ainda prevalece, em alguns aspectos,

    os motores de corrente contnua.

    Na mquina de corrente contnua o enrolamento de campo pode ser conectado de

    diferentes maneiras em relao ao enrolamento de armadura: em srie (as

    correntes de campo e de armadura so iguais); em paralelo (as tenses de campo

    e a tenso terminal, Vt, de armadura so iguais) e independente. Embora

    historicamente tenha se utilizado em grande escala a conexo srie para

    aplicaes em trao, devido ao alto torque de partida que produz, com o advento

    dos conversores eletrnicos de potncia passou-se a utilizar a excitao

    independente, em virtude da maior flexibilidade que apresenta em termos do

    controle da MCC.

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  • 2

    Acionamentos em corrente contnua

    Drives trifsicos

    Os acionamentos em cc de altas e mdias potncias so, normalmente,

    alimentados por fontes trifsicas. Nestes, os motores cc so acionados por

    conversores por conversores que controlam a tenso mdia disponibilizada em

    seus terminais.

    Dentre as configuraes possveis pode-se destacar os conversores em ponte

    totalmente controlada e os conversores Dual (ou bidirecional).

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  • 3

    Conversor trifsico unidirecional totalmente controlado

  • 4

    Nesta configurao permite-se a conduo unidirecional da corrente com inverso

    da tenso, possibilitando a operao em dois quadrantes. Caracteriza-se por

    ripple na tenso e corrente praticamente contnua, devido indutncia da carga. A

    frenagem ocorre de acordo com a potncia regenerativa do sistema mecnico.

    A tenso mdia nos terminais do conversor dada por:

    ( )

    ==

    =

    =

    ++

    +

    cosV35,1cosV34,2cosV63

    )t(d)VV(3V

    Lefef

    36

    6

    BA

    A velocidade mdia em regime determinada por:

    =a

    aaa

    KIR)(V

    Como, para excitao independente,

    ( )2aa

    a

    a

    K

    TRK

    )(V

    =

    O segundo termo determina a queda de velocidade devido ao conjugado

    motor, que reflete o conjugado de carga, em regime. Observa-se que para baixos

    valores de aR , haver baixa queda na velocidade e, conseqentemente, melhor

    regulao de velocidade.

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  • 5

    Conversores Dual

    Nesta configurao, tanto corrente como tenso so bidirecionais, permitindo

    operao nos quatro quadrantes. Os conversores Dual so a verso esttica dos

    acionamentos Ward-Leonard (Gerador-Motor).

    Conversor dual Ideal

    Caracterizado pela ausncia de ripple na tenso. Neste caso pode-se

    representar os conversores por duas fontes de tenso pura com diodos em srie,

    determinando fluxo unidirecional da corrente em cada fonte. A tenso de sada de

    cada conversor regulada pela tenso de controle Ec, que determina os ngulos

    de gatilhamento. Ambos produzem a mesma tenso terminal, um como retificador

    e o outro como inversor.

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  • 6

    2mx2a

    1mx1a

    cosVEcosVE

    =

    =

    o2121

    2mx1mx

    2a1aa

    1800coscos

    cosVcosV

    EEV

    =+=+

    =

    ==

    Neste esquema, a tenso na carga a mesma tenso do conversor (sem Ripple), logo, a corrente tem liberdade para fluir atravs de ambos os conversores.

    aV

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  • 7

    Controle do ngulo de disparo

    Avano de o60 em VA ou utilizao de VB a partir de t1 para gatilhamento do tiristores da fase A (S11 e S21).

    =

    =

    cosKe

    cosKe

    a'a

    o2121

    21c

    180:dosen0coscos

    cosKcosKE

    =+=+

    ==

  • 8

    KE

    VcosEE

    KE

    VcosEE

    cmx2mx2a

    cmx1mx1a

    ==

    ==

    cmx

    2a1aa EKV

    EEV ===

    A equao acima mostra que o conversor um amplificador linear de tenso e potncia

  • 9

    1. Equaes Estticas

    Existem 2 equaes bsicas para a MCC que relacionam as grandezas eltricas

    s mecnicas:

    aa iKT =

    = aa K)s(E

    Onde:

    Ea: fora contra-eletromotriz de armadura;

    Ka: constante determinada por caractersticas construtivas;

    : fluxo de entreferro;

    : velocidade angular da mquina;

    ia: corrente de armadura;

    T: Conjugado (torque);

    2. Acionamento em malha fechada

    A curva caracterstica de conjugado-velocidade da mquina dc, mostra que

    h variaes na velocidade se o ngulo de disparo dos tiristores se mantm

    constante, quando h variaes no conjugado resistente de carga. Entretanto os

    acionamentos que requerem velocidades constantes ou controladas, devem ser

    capazes de controlar o ngulo de gatilhamento de sua ponte retificadora. Isto

    permite que a tenso aplicada armadura do motor seja controlada de acordo

    com o erro de velocidade .

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    10

    Um sistema em malha fechada tem, geralmente, vantagens como grande

    preciso, resposta dinmica otimizada e reduo dos efeitos dos distrbios de

    carga.

    2.1. Funo de transferncia do motor de corrente contnua

    O modelo eltrico do motor de corrente contnua representado pela equao

    diferencial 1.

    dtdi

    L+iR+E=V aaaaaa (1)

    Onde: aa K=E = Tenso induzida na armadura. (2)

    A equao de equilbrio do conjugado resultante :

    dtd

    J+B+T=T L

    (3)

    Onde: aa iK=T = Conjugado eletromagntico. (4)

    Figura 1. Caractersticas Mecnicas: a) motor dc com excitao independente b) motor de induo; c) motor sncrono

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    11

    Figura 2 Desenvolvimento da funo de transferncia a) Modelo do motor com

    excitao independente b) Diagrama de blocos do motor c) Diagrama

    simplificado.

    1m

    mm1

    s1)s1(k

    ++

    m

    m2

    s1k

    +

    Va (s) Ia (s)

    (c)

    (a)

    (b)

    a

    a

    s+11/R

    Ia (s)

    ms+11/B

    TL (s)

    aK

    T (s)

    Campo

    (s)

    aK

    Campo

    +

    -

    -

    +

    a (s)

    Eg (s)

    Va

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    12

    Transformando as equaes de equilbrio para o domnio de Laplace:

    aaaaaa sIL+iR+)s(E=)s(V (5)

    )s(K=)s(E:Onde aa (6)

    A equao de equilbrio de conjugado mostrado pela equao 7.

    )s(Js+)s(B+)s(T=)s(T L (8)

    ===>iK=T:Onde aa Conjugado eletromagntico;

    B = Coeficiente de amortecimento (frico esttica, dinmica ...)

    E, a partir da equao 5, pode-se determinar a corrente de armadura, conforme

    equao 9.

    ( )s1

    R/1)]s(E)s(V[sLR

    )s(E)s(V)s(I

    a

    aaa

    aa

    aaa +

    =

    +

    = (9)

    Onde: a

    aa R

    L= = Constante de tempo eltrica da armadura.

    Da equao 7,

    ( )

    s1B/1)]s(T)s(T[

    JsB)s(T)s(T

    m

    LL

    +

    =+

    (10)

    Onde: BJ

    =m = Constante de tempo mecnica.

    Observe atravs da figura 2b, que a realimentao (feedback) uma f.c.e.m.

    Esta realimentao proporciona uma regulao moderada de velocidade, o que

    inerente s mquinas de campo independente.

    Va

    Ia

    T

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    13

    A partir da figura 2b, pode-se obter uma expresso da velocidade em funo de

    distrbios na tenso aplicada Va(s) e no conjugado de carga TL(s).

    (s)T(s)(s)HG1

    (s)G(s)V

    (s)(s)HG1(s)G

    (s) L22

    2a

    11

    1

    ++

    += (11)

    Onde:

    s+1

    )B/1()K(

    s+1)R/1(

    =)s(Gm

    aa

    a1

    (11a)

    a1 K=(s)H (11b)

    s1

    )B/1()s(G

    m2 +

    = -

    (11c)

    s1

    R/)K((s)H

    a

    a2

    a2 +

    = - (11d)

    Se considerarmos desprezvel o conjugado de carga, por enquanto, pode-se

    expressar a velocidade como funo da tenso aplicada, usando as equaes 11, 11a

    e 11b.

    )s+1)(s+1(BR+)K(K

    =(s)V(s)

    maa2

    a

    a

    a

    (12)

    Se ,

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    14

    m

    m2

    m

    a

    a s+1k

    = )s+1(

    B/K=

    (s)I(s)

    (13)

    Entretanto, a partir das equaes 12a e 13, tem-se que:

    (s)(s)I

    (s)V(s)

    =(s)V(s)I a

    aa

    a

    1m

    mm1

    1ma

    mm

    s+1)s+1(k

    =)s+1(K)s+1(Bk

    =

    (14)

    Ento o motor pode ser representado, para o propsito de anlise de controle de

    tenso de armadura, como dois blocos, como mostrado pela figura 2c. As

    constantes de ganho km1, km2 e km3 so definidas como:

    B/K

    k=

    BR+)K(B

    =ka

    m

    a2

    a1m

    (14a)

    B

    K =k am2

    (14b)

    m2m1m2 kk=k (14c)

    A figura 3 representa as funes de transferncia da velocidade e corrente de

    armadura do motor.

    Figura 3 Modelo do motor com excitao independente : Diagrama simplificado.

    3. Dinmica na regulao de velocidade do motor cc

    Relembrando, a equao da velocidade em regime permanente para o motor cc:

    1m

    mm1

    s1)s1(k

    ++

    m

    m2

    s1k

    +

    Va (s) Ia (s)

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    15

    ( )2aaaaaaaa

    KTR

    KV

    KiR

    KV

    KiRV

    =

    =

    = (15)

    Assim, a velocidade de um MCC pode ser controlada atravs de 3 variveis: a

    tenso terminal, o fluxo de entreferro e a resistncia de armadura.

    O controle pela resistncia de armadura foi muito utilizado em sistemas de trao,

    atravs resistncias de potncia conectadas em srie com a armadura (e com o

    campo, uma vez que utilizava-se a excitao srie). Tais resistncias so curto-

    circuitadas medida que se desejava aumentar a tenso terminal de armadura e,

    consequentemente, aumentar a velocidade da MCC.

    O controle da velocidade pelo fluxo de entreferro utilizado em acionamentos

    independentes, mas quando se deseja velocidade acima da velocidade base da

    mquina. Ou seja, tipicamente opera-se com campo pleno (para maximizar o

    torque) e, ao ser atingida a velocidade base, pelo enfraquecimento do campo

    pode-se ter uma maior velocidade, s custas de uma diminuio no torque. A

    figura 4 ilustra um perfil tpico deste acionamento.

    Figura 4 Controle do MCC pela tenso de armadura e enfraquecimento de campo.

    Tem

    Va

    Torque disp. constante Potncia varivel

    Torque disp. varivel Potncia constante

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    16

    Dada a elevada constante de tempo eltrica do enrolamento de campo (para

    enrolamento independente), no possvel fazer variaes rpidas de velocidade

    por meio deste controle. Esta uma alternativa com uso principalmente em trao,

    onde as exigncias de resposta dinmica so menores.

    Do ponto de vista de um melhor desempenho do sistema, o controle atravs da

    tenso terminal o mais indicado, uma vez que permite ajustes relativamente

    rpidos (sempre limitados pela dinmica eltrica e mecnica do sistema), alm de,

    adicionalmente, possibilitar o controle do torque, atravs do controle da corrente

    de armadura. o mtodo geralmente utilizado no acionamento de MCC em

    processos industriais.

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    17

    4. Dinmica de Velocidade em Malha Fechada

    Se um gerador tacmetro ou um encoder acoplado ao eixo do motor, o sinal

    de velocidade real pode realimentar a malha de velocidade e o erro de velocidade

    usado para controlar a tenso de armadura. A tenso aplicada controlada

    por conversor dual trifsico. Atravs de um esquema de gatilhamento adequado

    pode-se obter uma relao linear entre a tenso de controle Ec e a tenso de

    armadura Va. Se a constante de tempo do conversor relativamente pequena de

    modo que possa ser desprezado, ento:

    c

    LLc

    c

    a

    Vk

    sEsE

    ==

    23)()( (16)

    Onde c corresponde tenso de controle para ngulo de disparo de 0 e, VLL

    a tenso de linha rms do barramento de entrada.

    Figura 5 Malha de Velocidade de um motor de corrente contnua

    Ec

    Ks

    Kc 1m

    mm1

    s1)s1(k

    ++

    mm2

    s1k

    +

    Kt

    3 ac

    Motor

    Er (s) EN (s)

    Controlador de velocidade

    Conversor

    Va (s)

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    18

    4.1. O controlador proporcional (P)

    Para o controle de velocidade em acionamentos de mquinas eltricas, muitos

    controladores so passveis de implementao, mas os mais comuns so os

    Proporcionais (P) e Proporcionais-integradores (PI). A seguir ser feita a anlise

    para o controlador proporcional.

    Da figura 5, verifica-se a seguinte relao:

    )s(H)s(G1)s(G

    )s(E)s(

    r ++=

    (16)

    Onde:

    1m

    2m1mcs

    s1kkkk

    )s(G+

    = (17)

    tk)s(H = (18)

    E, a partir das equaes 16, 17 e 18, obtm-se a equao 19:

    1

    1

    r s1k

    )s(E)s(

    +=

    (19)

    Onde:

    1kkkkkkkkk

    kt2m1mcs

    2m1mcs1 +

    = (20)

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    19

    1kkkkkk

    t2m1mcs

    1m1 +

    = (21)

    Se 1kkkkk t2m1mcs >> , ento:

    t1 k

    1k (22)

    t2m1mcs

    1m1 kkkkk

    = (23)

    A partir das equaes 19 e 13:

    )s1()s1(

    kk

    )s()s(I

    )s(E)s(

    )s(EI

    1

    m

    2m

    1a

    rr

    a

    ++

    =

    = (24)

    A resposta de corrente uma mudana em degrau da entrada Er :

    )s1()s1(

    skEk

    )s(I1

    m

    2m

    r1a +

    +=

    1

    21

    1sA

    s

    A+

    = (25)

    Onde:

    2m

    r11 k

    EkA = (26)

    = 1k

    EkA

    1

    m

    2m

    r12 (27)

    +

    MarcusRealce

    MarcusRealce

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    20

    Logo, no domnio do tempo, a corrente Ia(t) :

    +=

    1

    t

    1

    1m

    2m

    1ra e

    )(1

    kkE

    )t(I (28)

    Desde que m >> 1, 1 pode ser desprezado. Normalizando a corrente para

    regime permanente com Ia():

    1

    t

    1

    m

    a

    a e1)(I)t(I

    +

    (29)

    A equao 29 mostra que uma variao na entrada Er resulta em uma larga e

    brusca mudana na corrente, a qual decrescer suavemente. Esta sobrecorrente

    transitria indesejvel para a operao do conversor (limitaes de di/dt).

    4.2. Controle de Corrente

    Uma anlise prvia revela que a necessidade de limitar a corrente em um valor

    mximo admissvel para o conversor e o acionamento. Este objetivo no seria

    atingido com a configurao da figura 5, onde a tenso do motor controlada pelo

    erro de velocidade. Logo, pode-se perceber que a tenso e a corrente sero

    limitadas unicamente pelo erro de velocidade.

    Entretanto, o limite de corrente pode ser implementado se uma malha interna para

    controle da corrente usando a sada do controlador de velocidade como

    referncia. Ambos, o controlador P e o controlador PI para o controle de corrente

    sero analisados a seguir.

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    21

    4.2.1. O Controlador P

    A malha de corrente mostrada na figura 6. Kr o ganho do transdutor de

    corrente, o qual pode ser um shunt no circuito da armadura do motor. O ganho

    do controlador de corrente KI o ganho proporcional em questo.

    Figura 6 - Malha de controle de corrente

    A partir da figura 6, pode-se determinar a funo de transferncia:

    )s1()s1(

    kkkk1

    s1s1

    kkk

    )s(EI

    1m

    m1mcIr

    1m

    m1mcI

    r

    a

    ++

    +

    ++

    =

    )s1()s1(

    k2m

    mIC +

    += (30)

    Ks

    Kc 1m

    mm1

    s1)s1(k

    ++

    Kr

    3 Motor

    EI (s) I (s)

    Controlador de Velocidade

    Conversor

    VEc (s)

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    22

    Onde:

    1mcIr

    1mcIIC kkkk1

    kkkk

    += (31)

    1mcIr

    1m1mIrm2m kkkk1

    kkk+

    += (32)

    Sendo 1kkkk 1mcIr >> ,

    rIC k

    1k (33)

    1mcIr

    1mm2m kkkk

    + (34)

    Assim 1mm >>

    m2m >> (35)

    Pelas equaes 30 e 32, verifica-se que possvel o cancelamento de

    plos/zeros, resultando em ausncia de Overshoot ou atraso de tempo. Na

    prtica haver constante de tempo relativa ao circuito de armadura e ao

    conversor. Ambos so relativamente baixos e podem ser desconsiderados.

    Entretanto,

    Kc

    MarcusRealce

    MarcusRealce

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    23

    rIC

    1

    a

    k1

    k=)s(E)s(I

    (36)

    Devido Ia ser diretamente proporcional EI, limitando-se EI,

    consequentemente Ia ser limitada. Agora o controlador de corrente poder ser

    incorporado ao controlador de velocidade, usando-se a sada do controlador de

    velocidade como referncia de corrente EI. A implementao deste esquema

    mostrado na figura 7a. O diagrama de blocos pode ser simplificado, usando a

    expresso 36 e desprezando-se as no linearidades.

    s+1kkkk

    +1

    s+11

    kkk=

    )s(E)s(

    m

    IC2mst

    mIC2ms

    r

    s+1k

    =2

    2

    (37)

    Onde,

    IC2mst

    IC2ms2 kkkk+1

    kkk=k (38)

    IC2mst

    m2 kkkk+1

    =

    (39)

    Sendo 1>>kkkk 2mICst

    1t

    2 k=k1

    k (A partir da equao 22) (40)

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    24

    e,

    IC2mst

    m2m kkkk

    Tambm, usando-se as equaes 37 e 13:

    )s+1()s+1(

    kk

    =)s()s(I

    )s(E)s(

    =)s(E)s(I

    2

    m

    2m

    2a

    rr

    a

    (41)

    A equao 41 no muito diferente da equao 24. Porm a primeira s sera

    verdadeira se Ia for menor que o limite de corrente. Se, durante acelerao ou

    mudanas de carga, o erro de velocidade elevado, de tal forma que EI seja

    limitado a um valor mximo I , a corrente ser limitada em um valor mximo

    cIc

    ^

    a kI = . De acordo com a figura 7b, a velocidade descrita por:

    )s+1(k

    )s(I=)s(m

    2ma

    )s+1(k

    sI

    =m

    2ma

    (42)

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    25

    (a)

    (b)

    Ic2m

    ms k=)s+1()s+1(k

    mm2

    s1k

    +

    Kt

    Er (s) EN (s) Ks

    Ia EI (s)

    1m

    mm1

    s1)s1(k

    +

    + m

    m2

    s1k

    +

    Kt

    Er (s) EN (s)

    Ks

    Kc

    3

    Controlador de Velocidade

    Conversor

    Va KI

    Kr

    -

    + Ec (s) (s)

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    26

    (c)

    Figura 7 - Malha de velocidade com regulao proporcional. (a) Diagrama de

    blocos funcional. (b) Diagrama de blocos simplificado. (c) Diagrama de blocos com

    filtro na realimentao de velocidade.

    Onde Ia a mudana da corrente de um valor inicial at seu valor mximo.

    Em algumas situaes, um filtro requerido para reduo de ripple na sada do

    tacogerador, como mostrado pela figura 7c. A funo de transferncia resultante

    ser:

    1tm

    2

    1tm

    t

    t2mICs

    2mICs

    r

    k

    s+

    k

    )+(s+1

    )s+1(kkkk+1

    kkk=

    )s(E)s(

    (43)

    Onde t= constante de tempo do filtro e

    )kkkk+1(=k t2mICs1 (44)

    t2mICs kkKk (45)

    Ick m

    m2

    s1k

    +

    (s) EN (s) Ks

    Ia EI (s)

    t

    t

    s+1k

    (s)

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    27

    A partir das equaes 42 e 13,

    )s()s(I

    )s(E)s(

    =)s(E)s(I a

    rr

    a

    ks

    +k

    )+(s+1

    )s+1)(s+1(kkkk+1

    kk=

    1tm

    2

    1tm

    mt

    t2mICs

    ICs

    (46)

    4.2.2. O Controlador Proporcional-Integral (PI)

    Figura 8 - Malha de controle de velocidade com PI

    A adio de uma realimentao integral pode ser usada para eliminar o erro

    em estado estacionrio e reduzir o ganho avante. Para se obter esta ao integral,

    o controlador de velocidade proporcinal substituido por proporcional-integral (PI).

    A nova funo de transferncia :

    s

    ss

    s)s+1(k

    m

    m2

    s1k

    +

    Kt

    Er (s) EN (s) KIC

    Ia EI (s)

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    28

    A figura 9 mostra o diagrama de blocos resultante. A funo de transferncia

    geral representada pela equao 47.

    )s+1)(s()s+1(kkkk

    +1

    )s+1)(s()s+1(

    kkk=

    )s(E)s(

    ms

    s2mICst

    ms

    s2mICs

    r

    (47)

    Sendo 1>>kkkk 2mICst ,

    22ss

    s

    tr s+s+1

    )s+1(k1

    =)s(E)s(

    (48)

    Onde,

    2mICst

    m2 kkkk

    =

    (49)

    E, a partir das equaes 48 e 13,

    22ss

    ms

    2mt

    a

    rr

    a

    s+s+1

    )s+1)(s+1(kk1

    =)s()s(I

    )s(E)s(

    =)s(E)s(I

    (50)

    s)s1(

    )s(Fs

    s

    +

    =

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    29

    4.3. Distrbios de Carga Conjugado Resistente

    Em algumas aplicaes a carga aplicada subitamente ao motor. Os efeitos

    destes distrbios de conjugado sero analisados a seguir.

    4.3.1. O Controlador Proporcional (P)

    O diagrama de blocos resultante, usando o controlador proporcional, para a

    malha de velocidade, mostrado na figura 10a. Se as variaes na referencia de

    velocidade Er so desconsideradas, uma expresso para a corrente pode ser

    escrita em termos de variaes de velocidade. A expresso da corrente de

    armadura, partir da fig. 10a, est mostrada na equao 51.

    +

    ++=t

    tsarcra

    aa s1

    )s(kk)s(Ikkk)s(K

    R1

    )s(I (51)

    )s(kkk+Rs+1

    kkkk+K

    =)s(IrcIa

    t

    tscIa

    a

    (52)

    Sendo atscI K>>kkkk e arcI R>>kkk

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    30

    (a)

    Ks

    Kc a

    R1

    sJ+B1

    3 ac TL (s)

    Er (s) EN (s)

    Controlador de Velocidade

    Conversor

    Va

    KI

    aK

    aK

    Ks

    T (s)

    Ea (s)

    +

    -

    +

    -

    -

    +

    Ia (s)

    (s)

    t

    t

    s+1K

    Campo

    Campo

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    31

    (b)

    Figura 10 - Efeito dos distrb ios de carga . (a) Diagrama de blocos funcional.

    (b) Diagrama de blocos simplificado

    O diagrama de blocos , ento simplificado e mostrado na figura 10b. Ento,

    )s()s+1(k

    kk)s(I

    tr

    tsa

    (53)

    sJ+B1

    )s+1(kkkK

    +1

    sJ+B1

    =)s(T)s(

    tr

    tsaL

    ks+

    k)+(

    s+1Bk

    kkK+1

    )s+1(B1

    =)s(I

    1tm2

    1rm

    r

    tsa

    t

    a

    (54)

    )s+1(kkk-

    tr

    ts

    Ia (s) ms+1

    1/B

    TL (s)

    aK

    T (s)

    Campo

    (s) +

    -

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    32

    Onde,

    BkkkK

    +1=kr

    tsa1

    Porque 2ma k=B/K e ICr k/1K

    2mICts1 kkkk+1=k

    1Bk

    kkK

    r

    tsa >>

    A equao 55 idntica equao 43 exceto pela mudana no ganho. Entretanto

    os plos sero os mesmos que da equao 43.

    +

    ++

    +

    1tm2

    1tm

    t

    r

    tsaL

    ks

    ks1

    s1

    kkkK

    1)s(T)s(

    (55)

    A resposta de corrente pode ser determinada a partir das equaes 53 e 55.

    =

    )(

    )(

    )(

    )(

    )(

    )(

    sT

    s

    s

    sI

    sT

    sI

    L

    a

    L

    a

    +

    ++=

    12

    11

    1

    ks

    ksK tmtma

    (56)

    A equao acima mostra uma resposta de segunda ordem, simultaneamente

    resposta de velocidade.

  • Acionamentos Eltricos Prof.: Gensio Gomes Diniz

    33

    4.3.2. Controlador PI

    Com o controle proporcional-integral, o bloco controlado desejado por Ks na figura

    10 substitudo por uma funo de transferencia Ks[(1+s)/ s]. Devido ao fato de

    que o controlador PI prov ao de filtragem, o filtro para a realimentao de

    velocidade pode ser desnecessrio. Entretanto desconsiderando t, da figura 10b

    obtm-se a funo de transferncia para a velocidade:

    +

    ++

    +

    =

    JsB1

    ss1

    kkkK1

    sJB1

    )s(T)s(

    s

    s

    r

    tsaL

    2

    tsa

    rms

    tsa

    rs

    tsa

    rs

    skkK

    Bks

    kkKBk

    11

    skkK

    k

    +

    ++

    = (57)

    Considerando que,

    1Bk

    kKK

    r

    tsa >>

    Ento,

    22sstsa

    rs

    L ss1s

    kkKk

    )s(T)s(

    ++

    (58)

    Onde,

    tsa

    rm2 kkK

    Bk

    =

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    34

    Porque 2ma kB/K = e ICr k/1K

    ts2mIC

    m2 kkkk

    =

    Da figura 10b, para o controlador PI, e, desconsiderando t,

    2r

    stsa

    sk)s1(kk

    )s()s(I

    +

    =

    (59)

    E, agora, a partir das equaes 58 e 59 pode-se determinar a resposta da corrente

    para uma solicitao de carga:

    =)s(T)s(

    )s()s(I

    )s(T)s(I

    L

    a

    L

    a (60)

    ( )22sss

    a ss1

    )s1(K

    1

    ++

    +

    = (61)

    Os plos da equao 58 e 61, para um degrau no conjugado de carga, so os

    mesmos da equao 48 e 49, para um degrau de velocidade. Desta forma a

    resposta uma solicitao ou variao de carga ser anloga resposta

    velocidade. Isto esperado, porque os plos so caractersticas do sistema de

    acionamento e no dos sinais de entrada.

    A funo de transferncia descrita na equao 58 tem um zero na origem.

    Entretanto, para cada degrau de torque, haver nenhuma mudana na velocidade

    para as condies de regime permanente.

    )s1(sk

    )s(m

    2ma

    += (62)

    )e1(k)t( mt2ma= (63)

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    35

    +

    = BdtdJK aa (64)

    )e1(B

    K)t( mtaa

    =

    )e1(k mt2ma= (65)

    dtdJIK aa

    = (66)

    tJ

    IK)t( aa

    = (67)

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    36

    Figura 11 Simulao do MCC de campo independente

  • Dinmica de mquinas cc Prof. Gensio G. Diniz

    37

    5. Modelagem e simulao da Mquina de Corrente Contnua

    Como demonstrado anteriormente, atravs do modelo do motor com excitao

    independente, tem-se o diagrama de blocos da figura 1. Este diagrama pode ser

    facilmente representado em Matlab/Simulink, como pode ser visto na figura 5.

    Pode-se simular um ensaio de partida a fim de avaliar o desempenho dinmico

    durante a acelerao a partir do repouso sem carga. Como alimentao (Va), foi

    utilizado um degrau com o valor da tenso nominal (220V).

    Figura 12 Simulao do Modelo do MCC durante a Partida

    Os resultados obtidos so mostrados nas figuras 13, 14, 15 e 16. As variveis

    velocidade do motor (), conjugado eletromagntico (Tem), corrente de armadura

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    38

    (Ia) e fluxo de campo (K) so representadas graficamente, em funo do tempo,

    durante a acelerao do motor.

    A velocidade parte de zero e atinge seu valor nominal em aproximadamente t =

    0,7 s, mesmo instante em que o conjugado eletromagntico atinge seu equilbrio.

    A corrente de armadura (Ia) proporcional ao conjugado eletromagntico (Tem),

    portando seu comportamento semelhante ao do conjugado, e, o fluxo de campo

    constante.

    Figura 13 Simulao: Velocidade, Conjugado, corrente de armadura e fluxo de campo -

    Ensaio de partida do MCC.

    Com um controle adequado, como visto na seo de Motor de Corrente Contnua,

    possvel o controle da velocidade, de acordo com um valor de referncia ("set

    point"), mesmo com variaes no torque de carga (respeitando os limites da

    mquina).

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    39

    Figura 14 - Controle do MCC com malhas de velocidade e corrente

    Na figura 14 tem-se o controle de velocidade. Na simulao foi utilizado como

    referncia de velocidade um sinal tipo rampa, at que o motor atinja a velocidade

    desejada, para evitar um sinal de erro de velocidade elevado, o que

    consequentemente ocasionaria uma elevada corrente de armadura durante o

    transitrio.

    Aps o MCC ter atingido a velocidade de referncia aplicou-se um sinal variado

    em Tc (torque de carga), para avaliar o comportamento do sistema frente a

    variaes de carga. Os resultados da simulao so apresentados na figura 8,

    sendo todas variveis plotadas em funo do tempo.

    Durante a partida observa-se um valor elevado da corrente de armadura at que o

    motor atinja a velocidade de referncia, vindo da necessidade de um conjugado

    durante a acelerao.

    Devido ao controle, as variaes de carga no alteram a velocidade da mquina,

    uma vez que as variaes no ultrapassam de 2% (visto mais detalhadamente na

    figura 16). As variaes de Tc (torque de carga) quase no influnciam no torque

    de sada, ou torque mecnico (Tm), sendo compensado pelo conjugado

    eletromagntico (Tem).

    Vale ressaltar as variveis, fluxo de magnetizao (K), que se mantm constante;

    e a corrente de armadura (Ia), que varia conforme a necessidade de Tem em

  • Dinmica de mquinas cc Prof. Gensio G. Diniz

    40

    manter Tm constante frente as variaes de Tc. Estas posteriormente serviro para

    anlise comparativa com o controle Vetorial da mquina de induo.

    Figura 15- Resultado da Simulao do Controle de Velocidade do MCC

    Figura 16 - Resultado da Simulao: Comportamento da Velocidade.

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    41

    Figura 17- Resultado da Simulao do Controle de Velocidade do MCC

    Detalhes para Tem, Tc e Tm.

    Figura 18- Resultado da Simulao do Controle de Velocidade do MCC

    Detalhe para a Ia, Fluxo de Campo e Tc.

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    42

    Anexo 1. Parmetros do Motor de corrente contnua utilizados na

    simulao:

    Va = 220 V Tenso de armadura;

    K = 7.9 Nm/A Constante de fluxo da mquina;

    Ra = 0.3 Resistncia de armadura;

    La = 12 mH Indutncia da armadura;

    B = 0 Coeficiente de atrito.

    Bibliografia

    a) Fitzgerald, A.E.; Kingsley Jr. Mquinas eltricas : Converso

    eletromecnica de energia, Processos dispositivos e sistemas, cap. 9.

    b) George Mc Person. Introduction to electrical machines;

    c) Sen, P.C; Thyristor DC Drives

    d) Slemon, Gordon R.; Electric Machines and Drives;

    e) Mohan, Ned; Undeland, Tore M.; Power Electronics;

    f) Ogata, Katsuhiko; Engenharia de Controle Moderno.

  • Dinmica de mquinas cc Prof. Gensio G. Diniz

    43

    Lista de Exerccios Dinmica de Mquinas cc

    1) A velocidade de um motor cc de 10 hp , 1200 rpm, excitao separada

    (independente), controlada por um conversor monofsico de onda completa

    (full converter). A corrente de armadura nominal 38 A, e a resistncia de

    armadura 0.3 . A tenso de alimentao do conversor 260 V. A constante

    de tenso do motor igual a 0.182 V/rpm. Supor que a indutncia de

    armadura suficiente para manter uma corrente de armadura contnua e livre

    de ripple. Determine considerando as duas etapas do acionamento:

    a) Ao motora: para um ngulo de disparo de = 300 e corrente nominal na

    armadura.

    a1. O conjugado (torque) motor; resp.: 66.12 Nm.

    a2. Velocidade do motor; resp.: 1051 rpm.

    a3. O fator de potncia da fonte. resp.: f.p.: 0.78.

    b) Ao de regenerao (Inverso): A polaridade da fora-contraeletromotriz

    Ea invertida pela inverso da corrente de campo. Calcule:

    b1. O ngulo de disparo para manter a corrente de armadura em seu valor

    nominal; resp.: = 140.20.

    b2. O fluxo de potncia da mquina para a rede. Resp.: P = 6840.76 W.

    c) Simular, para ao motora, a funo de transferncia velocidade/Ec, onde

    Ec a tenso de controle, para a qual o ngulo de disparo ser

    inversamente proporcional, a saber:

    Ec = 10 V = 0o;

    Ec = 0 V = 90o;

    J = 0.15 kgm2 e B = 0.01Nm.s/rad.

  • Dinmica de mquinas cc Prof. Gensio G. Diniz

    44

    d) Determinar a funo de transferncia da mquina, segundo a figura 3.

    2) Um nibus urbano acionado por motor de 125 hp, 600 V, 1800 rpm, excitao

    independente, o qual tem sua velocidade controlada por um conversor trifsico

    de onda completa regenerativo (bidirecional ou dual). O conversor alimentado

    por um barramento trifsico de 480 V 60 Hz. A corrente nominal de armadura

    do motor 165 A. Os parmetros do motor so: ra = 0.0874 , La = 6.5 mH, e

    K = 0.33 V/rpm. O conversor e a fonte so considerados ideais.

    a) Determine a velocidade vazio, para = 0o e = 30o . Considera-se

    que, sem carga a corrente de armadura seja 10% da nominal e no

    tenha descontinuidade, devido indutncia; resp.: 1696 rpm.

    b) Determine para se obter velocidade nominal corrente nominal;

    resp.: = 20.1 o

    c) Determine o fator de potncia aproximado; resp.: f.p. = 0.9.

    d) Determine a regulao de velocidade para o ngulo de disparo obtido

    em b. resp.: 2.18 %.

    e) Simular as condies de partida e frenagem do nibus, considerando

    que a corrente de armadura no ultrapasse 180% da nominal, nos

    transitrios de carga. J = 2.15 kgm2 e B = 2.01Nm.s/rad.

    3) Um motor cc tem Resistncia de armadura de 0.51 ohms e indutncia de

    armadura de 0.78 mH, alimentado por conversor unidirecional, numa rede

    220 Vac trifsica 60 Hz. A tenso mdia na sada do conversor, para um

    determinado ngulo de disparo dos tiristores 210 Vcc. O motor roda com

    velocidade constante a 970 rpm. Possui constante de armadura de 0.08

    V/rpm. Determine:

  • Dinmica de mquinas cc Prof. Gensio G. Diniz

    45

    a) O valor da corrente de armadura;

    b) O conjugado desenvolvido;

    4) Considera-se que o motor do exerccio anterior tenha momento de

    inrcia de 0.1 Kgm2 e conjugado de atrito de 65 Nm 970 rpm, a vazio.

    Quando o motor desenvolve velocidade de 970 rpm, o conversor

    subitamente inibido. Determine:

    a) Constantes de tempo eltrica e mecnica;

    b) o tempo necessrio para que o motor atinja 10% da velocidade

    nominal;

    5) Um motor de excitao independente aciona uma carga, cuja

    caracterstica definida por 300m + m (Nm). A resistncia de

    armadura 1 e sua indutncia desprezvel. Se uma tenso de 100 V

    aplicada subitamente na armadura, enquanto a corrente de campo se

    mantm constante e igual If, obtenha uma expresso para a

    velocidade, a partir da aplicao da tenso, sabendo-se que a constante

    de torque KIf = 7 Nm/A.

    Resp: m(t) = 14(1- e-t/6) rad/s.

    6) Os parmetros a seguir so dados para um motor de corrente contnua,

    compensado e de alto desempenho. Suponha que a caracterstica

    conjugado-velocidade da carga uma linha reta passando pela origem e

    pelo ponto de carga nominal. Desprezar as perdas rotacionais do motor.

    Determinar a freqncia natural no amortecida n, e o

    amortecimento relativo . Discutir com seus colegas suas concluses.

    100 HP, 1750 rpm, 240 V;

  • Dinmica de mquinas cc Prof. Gensio G. Diniz

    46

    Ra = 0.0144 ;

    La = 0.011 H;

    K = 1.27 V.s/rad;

    J = 1.82 kgm2;

    B = 2.19 Nm.s/rad.

    7) Simular um motor cc srie, tenso nominal de 125 V, 1425 rpm, 13.2 A

    fazendo a anlise do conjugado desenvolvido, velocidade e corrente de

    armadura, aplicando partida direta e em rampa de tenso, com carga nominal.

    Ra = 0.24 ;

    La = 0.018 H;

    Lse = 0.044 H;

    J = 0.5 kgm2;

    B = 0 Nm.s/rad.