Abstração perfeita

A palavra “amigo” tem sido banalizada na contemporaneidade.

Vê-se em uma das maiores redes sociais do mundo, o Facebook, que

o vocábulo anteriormente frisado tem sido usado para designar aqueles que são supostamente conhecidos por um usuário do site, e

sendo assim, têm o direito de curtir, comentar, “compartilhar” informações pessoais do indivíduo. Há muitos que se gabam da

quantidade de “friends” que possuem. Mas será que esse termo está sendo usado denotativamente? É mister esclarecer este significado.

A definição de amizade, quando a mesma é verdadeira, consiste-se de quando duas ou mais pessoas, independentemente do

tipo de momento que estiverem particularmente vivenciando, fornecem apoio moral, emocional umas às outras, sendo honestas,

fazendo críticas, que mesmo que mergulhadas em ofensas, eventualmente envolvem uma reconciliação com o parceiro (a), que

pode até terminar em risadas. O que foi antes mencionado é uma metáfora de uma joia rara,

que mesmo se encontrando o mundo moderno extremamente

consumista, conflituoso, competitivo, ele ainda é capaz de existir, vencer as pressões impostas por tais adversidades do cotidiano e

surgir como um diamante. Um relacionamento precioso como o que foi descrito previamente é simples. Ele não precisa se sustentar no

uso de aparelhos eletrônicos por parte dos amigos, é forte o suficiente para não depender de fronteiras, distâncias, bens

materiais, com um amigo sempre estando presente de alguma forma em pensamento, coração do outro, tratando-se uma abstração

“perfeitamente imperfeita”, que enfrenta irregularidades, mas que no final, se define, classifica-se como essencial para a vida.