a manchete (grupo cunha)

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Caracterizao e progresso pedaggica da manchete

Trabalho realizado por: Rui Martins 3 F Pedro Cunha 3 F Tiago Matias Leite -3 F

ndice

i. Introduo 1. Caracterizao da recepo1.1. Posio preparatria 1.2. Deslocamento 1.3. Contacto com a bola

2. Os aspectos mais importantes na manchete 3. Erros mais frequentes na execuo da manchete 4. Orientao Metodolgica na aprendizagem da tcnica4.1. 1 Fase 4.2. 2 Fase 4.3. 3 Fase

5. Concluso 6. Bibliografia

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i. Introduo

Este trabalho est inserido na cadeira de Didctica do Desporto I Voleibol, da licenciatura em Desporto e Educao Fsica, na Faculdade de Cincias do Desporto e Educao Fsica, da Universidade do Porto. O objectivo deste trabalho a caracterizao de um gesto tcnico, para o caso a manchete -, e a sua progresso metodolgica para o ensino. Como esta cadeira est voltada principalmente para a escola, este trabalho trata-se de uma possvel abordagem deste gesto tcnico, durante algumas das aulas na escola.

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1. Caracterizao da recepoDe uma forma muito geral a manchete, assim mais vulgarmente chamada foi introduzida pelos japoneses e consiste em amortecer a velocidade da bola com os antebraos, dirigindo-a em condies jogveis para um companheiro de equipa A recepo sem dvida o gesto tcnico mais utilizado num jogo de Volei. A sua utilizao justificada quando as trajectrias da bola no assumem grande velocidade nem so muito tensas. Devido grande importncia da manchete no jogo de Volei e da sua grande aplicao em muitas situaes, este gesto deve ser aprendido de modo a que o jogador, a possa pr em prtica nas situaes correctas e oportunas. Sendo assim podemos fazer uma caracterizao mais exaustiva da manchete dividindo-a em 3 fases essenciais:

Posio preparatria; Deslocamento; Contacto com a bola;

1.1. Posio preparatria Esta posio essencial para permitir o deslocamento para a bola em qualquer direco e em qualquer momento. Esta posio deve tambm ser uma posio confortvel de forma a permitir um deslocamento rpido e eficaz. Nesta etapa as mos devem estar afastadas e os membros superiores semi-flectidos, devendo estar frente e dentro de joelhos. Os joelhos e o tronco devem tambm estar semi-flectidos com o corpo inclinado para a frente, os ps devero estar afastados largura dos ombros estando o peso do corpo cado sobre o metatarso.

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DDI - VOLEIBOL 1.2. Deslocamento Nesta fase o importante que o movimento permita uma boa orientao para o alvo de acordo com a trajectria da bola. O deslocamento pode assumir vrias diferenas em funo da trajectria da bola e das capacidades dos jogadores. Tipos de deslocamentos: Passo caado manifesta-se pelo avano do 1 p do lado do deslocamento, finalizando com o outro p (exterior ao deslocamento); o tipo de deslocamento para bolas lentas e o deslocamento aconselhado para jogadores que se estejam a iniciar visto que o enquadramento do corpo com o alvo est sempre garantido, bem como o contacto com a bola. Este tipo de deslocamentos trs algumas dificuldades na medida em que preciso uma elevada coordenao para uma eficaz orientao do corpo com o alvo. Para que o deslocamento seja eficaz, no deve permitir que o corpo entre em equilbrio. Para isso os passos no devem ter grande amplitude, isto , no se deve dar grandes passos porque seno o corpo entra em desequilbrio, para isso deve-se dar pequenos passos e compactos como se os ps estivessem dependentes uns dos outros. Se isto acontecer o jogador estar em equilbrio no momento para receber a bola.

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DDI - VOLEIBOL 1.3. Contacto com a bola Quando esta etapa acontece o corpo j dever estar completamente orientado para a bola sendo a posio das mos extremamente importante pois essa posio que vai dar a orientao a bola para um determinado alvo. Os dedos de uma mo devem estar sobre os dedos da outra mo de modo a manter os polegares paralelos.

Os braos e antebraos devem estar estendidos de maneira a que os antebraos estejam unidos, isto conseguido devido juno dos pulsos. A zona ideal de contacto com a bola ser de 7cm acima do punho.

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Os membros superiores devem estar afastados do tronco e para isso necessrio que o tronco sofra uma inclinao frente, a cabea deve estar levantada para permitir um bom contacto visual com a bola.

Sempre que possvel o contacto com a bola deve estar dentro dos apoios e afastada da bacia. Ao contrrio do que acontece nas fases iniciais do treino em que a bola impulsionada pelos membros superiores, no gesto tcnico correcto esta deve ser impulsionada pela extenso dos membros inferiores. A inclinao dos braos pode variar conforme a direco e intensidade que queremos dar bola. Para que a bola seja bem recebida, esta deve ser colocada no meio dos apoios, sendo para isso necessria uma orientao frontal em relao trajectria da bola.

Quando o nvel do jogo cresce comeam a surgir situaes e momentos em que quase impossvel realizar todos estes pressupostos, assim vo surgir outros tipos de recepo aparecendo a manchete lateral.

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2. Os aspectos mais importantes na mancheteAtitude pr-dinmica no momento em que antecede o contacto com a bolo, isto , deve estar sempre pronto a reagir; Estar atento trajectria que a bola realiza antes de passar para o seu campo, para que o deslocamento que fizer seja feito no momento correcto e na altura exacta; Um dos aspectos passa tambm por um deslocamento rpido em direco bola; Uma orientao correcta dos segmentos corporais de maneira a que a bola seja enviada em boas condies para o distribuidor; Uma posio estvel e equilibrada no contacto com a bola;

3. Erros mais frequentes na execuo da manchetePosio preparatria muito alta o que dificulta o deslocamento para a bola; O deslocar com as mos unidas antes da devida altura vai prejudicar o prprio movimento, devendo estas ser unidas no momento certas; Superfcie de contacto nos pulsos. A flexo exagerada do tronco e a extenso demasiada dos membros superiores vai fazer com a recepo da bola seja feita num plano demasiado baixo; Os braos perto do tronco retiram amplitude ao movimento e restringe o espao de interveno no contacto com a bola; Ausncia de extenso das pernas Membros superiores ultrapassarem o plano dos ombros aps o contacto.

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4. Orientao Metodolgica na aprendizagem da tcnicaO processo de aquisio das habilidades tcnicas ocorre atravs de uma sucesses de fases cada uma das quais com caractersticas prprias. De uma forma geral, consideram-se normalmente 3 fases nas quais se encaixam todas as habilidades tcnicas do Voleibol. Todos os atletas passam necessariamente pelas 3 fases, dependendo o perodo de permanncia e o ritmo individual de aprendizagem em cada uma delas. Apesar destas sucesses, entre as fases, no ser totalmente previsvel, origina a que o treino no possa ser rgido. Assim, a aplicao de uma metodologia bem fundamentada vai obviamente condicionar positivamente a aprendizagem das habilidades tcnicas. De acordo com isto, consideram-se ento as seguintes 3 fases: 1 Fase denominada de etapa da coordenao global do movimento; 2 Fase denominada de etapa da coordenao fina do movimento; 3 Fase denominada de etapa do domnio do movimento;

4.1. 1 Fase (compreenso geral, coordenao grosseira, gestos imprecisos) Nesta primeira fase, o que se pretende que o praticante incorpore mentalmente, pela formulao verbal e a demonstrao da tcnica, as noes do gesto tcnico. Estes primeiros gestos grosseiros vo dar origem a uma auto regulao individual na percepo e regulao do prprio movimento. Estes primeiros movimentos sero de grande irregularidade e pouca exactido devido a gestos no controlados pelo atleta (gestos parasitas). No que toca manchete, esta primeira fase uma fase de adaptao colocao dos vrios segmentos corporais em relao bola. Esta fase muito importante porque a maneira como se orientam os vrios segmentos corporais, vai condicionar seriamente o batimento na bola e os deslocamentos. Assim, a verbalizao e a subsequente exemplificao do gesto correcto so da mxima importncia.

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DDI - VOLEIBOL Exercitao: Como nesta primeira fase se trata a manchete como um gesto grosseiro, pensamos que a seguinte srie de exerccios so os mais aconselhados. Dar toques apenas com um dos braos Dar toques com os dois antebraos, simultaneamente Executar a manchete pelo campo, vontade, respeitando os conceitos transmitidos pelo professor (de uma forma global) Executar manchete contra a parede A pares, um colega atira a bola e o aluno executa a manchete.

4.2. 2 Fase (aperfeioamento, coordenao fina, estabilidade gestual) Nesta fase, pretende-se que o gesto tcnico do atleta seja igual ao modelo tcnico transmitido, de preferncia sem erros. O domnio da coordenao grosseira vai implicar uma harmonia crescente entre as diversas fases do gesto tcnico (deslocamento, preparao e contacto com a bola). Aps o domnio deste, obtm-se a coordenao fina do gesto global da manchete. As capacidades mais exercitadas para o sucesso nesta fase so a concentrao e a participao consciente em todo o movimento. O factor imprescindvel para o sucesso desta habilidade , a exercitao consciente da manchete, acompanhado de correces e explicaes por parte do professor (situao tentativa-erro).

Exercitao: Nesta fase j se pretende um aperfeioamento. De acordo com a teoria tentativa erro, vamos ajustando e percebendo a maneira correcta de executar o gesto. Ento, o mais importante ser a estimulao do professor e, em grupos de dois, os colegas corrigirem-se um ao outro. Este mtodo bastante benfico porque ambos esto a aprender e corrigir ao mesmo tempo. A seguinte srie de exerccios pretende exactamente esse objectivo. Manchete directa entre os dois alunos

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DDI - VOLEIBOL Colega envia a bola para o aluno executar a manchete e d indicaes aps esta ter sido executado, relativas execuo do gesto tcnico.

4.3. 3 Fase (domnio dos movimentos, aplicao consciente) Nesta ultima fase, decresce a preocupao com o gesto isolado, aumentando a importncia da aplicao do gesto na situao de jogo. A ateno centra-se cada vez mais na execuo tcnica, visando, atravs de informaes complementares fundamentais, a obteno do rendimento mximo na competio. Executar bem a tcnica diferente de a utilizar bem na situao de jogo, o que pressupe a sua correcta aplicao num dado momento da situao de jogo, em que ela seja exigida. Para que o ponto anterior seja cumprido, as condies de aprendizagem devem ser seleccionadas de acordo com os esteretipos dinmicos e flexveis, decorrentes da situao de jogo.

Exercitao: Nesta ltima fase, o mais importante (para alm do gesto tcnico perfeito e regular) a aplicao do gesto na situao real, ou seja, nas situaes de jogo. A nosso ver, deve-se portanto privilegiar as situaes de jogo simplificadas, a fim do aluno analisar o movimento da bola, o enquadramento com este, e a subsequente utilizao correcta da manchete. A seguinte sucesso de exerccios pretende isso mesmo. Estando um elemento fixo, vai lanar a bola para que o colega se desloque, pare e execute a manchete. O exerccio anterior deve ser feito com lanamentos para distncias diferentes e direces opostas. Situao de jogo 3x3: o As medidas do campo reduzidas o Permitido apenas o uso da manchete e o servio por baixo (apenas como comeo de jogo)

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5. ConclusoPor no se tratar de um trabalho exaustivo, e porque, na escola, no se trata um gesto tcnico isoladamente mas sempre dentro de um contexto (o jogo), acho por bem, dar a este trabalho uma caracterizao pormenorizada do gesto tcnico mas, uma proposta metodolgica mas generalizada, referindo sempre exerccios especficos para o trabalho da manchete. Assim, e pelas razes atrs evidenciadas, fica bastante por se dizer acerca da manchete. Porm, achamos que o essencial foi dito e que a proposta metodolgica, bem como as fases da progresso metodolgicas ficaram bem explicadas, sendo portanto, de fcil compreenso.

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6. Bibliografia

Graa, Amndio; Oliveira, Jos O ensino dos jogos desportivos (3 edio). Centro de Estudos dos Jogos Desportivos, Faculdade de Cincias do Desporto e de Educao Fsica da Universidade do Porto. Mesquita, Isabel; Guerra, Ivone; Arajo, Vicente Processo de Formao do Jovem Jogador de Voleibol (2002). Lisboa, Centro de Estudos e Formao Desportiva. Mesquita, Isabel Pedagogia do Treino: a formao em jogos desportivos colectivos - (cultura fsica; 32) (1997), Lisboa, Livros Horizonte. Volume 3, capitulo 24: Voleibol in Manual de Educao Fsica e Desportos: Tcnicas e actividades prticas pp. 385-396, Barcelona, Editorial Oceano.

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