a luneta mágina

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A Luneta Mágina

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Page 1: A Luneta Mágina

A LunetaMagica

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Eu e minha companheira, a Desgraça

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A comovente história de Simplício, um rapaz que sofre de um terrível mau: a miopia física e a miopia moral. Que segundo ele é a sua "estrela maligna seu selo do infortúnio" A miopia física é descrita como a que que o impede de ver qualquer coisa a duas polega-das de distância, não sendo capaz de, a essa distância, distinguir um girassol de uma vio-lenta. E a miopia moral: de ser escravo das ideias alheias.Simplicio, órfão aos 12 anos de idade, que além de órfão ficou nas trevas dos olhos e da razão, pois estava acostumado a ver com os olhos da mãe e a pensar com a inteligência de seu pau. Simplicio vive com seu irmão mais velho Américo, que cuida da herança que seus pais deixaram e a sua religiosa tia Domingas e sua talentosa prima Anica. Aos 18 anos de idade, quando começou a compAos 18 anos de idade, quando começou a compreender as proporções da sua desgraça, Simplício procurou médicos e mestres para tratar de sua doença, sem sucesso com a cura, pois aos 22 anos de idade Simplicio mal sabia ler, escrever, fazer contas e, tão pouco, a enxergar, depois de diversos tratamentos tanto homeopatas como alopatas, Simplicio não enxergava uma linha além daquilo que já enxergava. O desgosto de Simplício aumentava com o passar dos anos e sua família sempre o confortava com palavras, seu irmão Améri-co sempre sabia o que dizer quando ouvia as tristes queixas de Simplício, sua tia Domin-gas sempre o consolava com suas idéias religiosas, e sua prima Anica que sempre se em-penhava a lhe agradar com seus apólogos.Um dia, sem que seu irmão sua tia e sua prima soubessem, Simplício foi convidado a participar de uma bancada de júri, conheceu um velho senhor chamado Nunes, que o pediu para ler alguns artigos do seu manual de jurados. Como Simplício não conseguia ler devido a uma das suas miopias ele disse ao velho Nunes que não conseguia ver qualquer coisa a duas polegadas de distância. Então, o Sr. Nunes indicou um homem chamado Reis, dizia-se que ele era conhecido por ser o homem-luz ou homem-fonte de visão para os míopes e se não o fizesse ver era porque és cego. Reis era graduador de vidvidros miraculosos. Convencido Simplício decide ir com Sr. Nunes, conhecer Reis. Ao chegarem no armazém, Reis começou a fazer suas tentativas com suas lentes, e sem suces-so algum Reis percebe que não pode ajudar Simplício. Reis se sente triste com a situação de Simplício, e lhe indica um homem chamado Armênio, um homem com habilidades mágicas que chegou da Europa para trabalhar no seu armazém. Armênio, quando con-hece Simplicio, promete lhe dar a vista que quer mas o alerta que é melhor ser cego do que ver demais. Mas mesmo assim, Simplício aceita. Armênio pede para voltar a meia noite para lhe conceder a vista que tanto quer, Simplício foi para casa e pensou muito e consultou a sua família, e decidiu que iria voltar a meia noite para ver Armênio.Simplicio, então, voltou com Sr. Nunes para o armazém de Reis para encontrar Armê-nio, chegando no armazém, viram o ritual da construção da sua Luneta Mágica, e está Luneta seria o instrumento que lhe daraia visão que tanto sonhava e lastimava por não tê-la. A luneta o faria enxergar aquilo que quisesse ver, Simplicio veria muito, poderia ver demais.

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Em um gabinete muito sombrio e após faíscas e palavras mágicas, Armênio entrega a sua Luneta Mágica e lhe aconcelha sobre o uso da luneta. Armênio pede para Simplício não fixar a luneta por mais de 3 minutos em alguma coisa ou pessoa, pois assim passará a ver a visão do mal, e além disso não fixar a luneta em algo por mais de treze minutos, pois veria a visão do futuro e neste caso a luneta se quebraria para a própria proteção de Sim-plício.

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O Gosto do Mal

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Simplício volta para sua casa acompanhado do Sr. Nunes com sua Luneta Mágica, mas Simplício ainda não queria usar a luneta, ele queria esperar até o dia amanhecer para ex-perimentá-la. Depois de uma noite de muita ansiedade, reflexão e pensamentos ao vento, o dia finalmente amanhece e Simplicio experimenta a luneta na aurora, Simplício nunca havia visto uma aurora, ele contempla a aurora sem temer a visão do mal, fica maravilha-do vibra contente a sua visão, contemplava tudo o que via com muita alegria, os pássaros, as árvores, os quadros, tudo! Mas ao passar os três minutos que Armênio tinha lhe aconselhado, inevitavelmente Simplício viu a visão do mal, ficou horrorizado com o que via, as flores fulgurantes foram se apagando, viu nuvens pretas, preparando a tempestade vio-lenta, sentiu a trovoada, o raio, ele acha tudo muito falso, terrível e feio. Assim Simplício entendeu que Armênio tinha razão, pois ver muito era um erro, ver demais era um casti-go. Simplico porém, não conteve a curiosidade de observar as pessoas além dos três minutos, a primeira delas foi sua prima Anica, estava vestida de branco e com os cabelos soltos, não era feia e nem bonita, seus braços eram finos, que davam até dó, passado os três minutos Simplício passou a ver a alma, o coração de Anica era uma pedra de gelo, a alma era um espírito reduzido ao cálculo, viu a tristeza na sua alma, a ambição de um marido rico, era fria e egoísta, incapaz de amizade. Viu a Américo e a hipótese de se casar ou com ele mesmo por causa da fortuna, mas nunca pelo amor. E Américo para sua de-cepção, um ambicioso vulgar, queria subir, queria ter influência, apenas pela fortuna, Américo rouba a família na administração dos bens, almeja dotes altos, mesmo que sua tia sempre diga de sua prima Anita. Enfim chega sua tia Domingas, uma senhora gorda, simpática, plácida e tranquila como a face de um pequeno lago. A visão do mal mostra a face da hipocrisia de sua tia, nvejosa e má, desestima as moças porque é velha, maldiz das traições e dos enganos do mundo porque não espera mais ser traída, não dá um vintém de esmola aos pobres, tem no mundo um amor a sua filha, não gosta de Américo, mas quer que se case com sua filha, pelo seu dinheiro. Depois olhou o seu amigo Sr Nunes, um tratante, era um homem desonesto, falsifica documentos, rasga e some com folhas de autos, já furtou a firma de juiz. Sabia a quanto chegava a fortuna de Simplicio, mais que ele própriele próprio, tinha intenções de explorar a sua fortuna, e casar Simplício com sua filha. Simplício se sentiu sem família e amigos, se sentia enganado, ninguém em quem confiar, nada em que acreditar. Os amigos são todos interesseiros, exploradores, as moças são todas falsas e impuras. Assim decidiu procurar um procurador para cuidar dos seus bens e procurar uma esposa para formar uma nova família. Passou dias procurando alguém que merece-se a sua confiança para cuidar de seus bens. Mas com o passar dos dias as pessoas da cidade se revoltava contra Simplício, ele passa a ser perseguido e detestado por todos, não conspor todos, não conseguia visitar nenhum lugar da cidade, pois acaba sendo expulso, Sim-plicio foi declarado doido pela opinião pública. Mas ele se sentia forte, e em pleno gozo de suas faculdades mentais.

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A família de Simplício acredita que ele está doente, e um médico passou a tratar de Sim-plício, mas acaba diagnosticando o que ele tem é apenas um problema de uma mania ruim. Assim ele não foi considerado louco. O médico acompanhou o tratamento de Simplício até o fim, após alguns dias Simplício já se sentia melhor e confiante em seu médico, no fim do tratamento o médico pediu para Simplício o olhar com a luneta, e o fez, viu o médico com a luneta e após três minutos veio a visão do mal, Simplício ficou desapontado de ver com a visão do mal o médico que cuidou dele. Como podia um homem tão bom, tão tão leal se homem tão bom, tão tão leal se figurar tão escrupuloso no tratamento de sua moléstia. O médico tinha demorado com o tratamento para ganhar mais e mais dinheiro, Sim-plício recordou-se que quando olhasse mais de 13 minutos com a luneta ele veria com a visão do futuro, assim ele decide fixar a luneta nele mesmo, era o seu futuro que interes-sava, e através de um espelho por mais de 13 minutos. Era um homem pálido, abatido, desfigurado, olhos incovados, olhar inquieto, vinque era infame, caluniador e inimigo dos parentes, Simplicio sentiu horror de si próprio, viu-se imundo e tão profundamente asqueroso. Simplicio soltou um grito indivisível e apertou a luneta de tal forma que não sentia a dor do sangue em seus dedos, a luneta é quebrada.

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O Gosto do Bem

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Simplício fica oito dias inclusurado maldizendo sua infelicidade, recebeu a lição da insa-ciabilidade de sua ambições. A família de Simplicio fica feliz e comemora a quebra a luneta, a notícia se espalhou pela cidade que ficou feliz e tranquilizada. Simplicio decide, ao passar pela cidade não consegue ver nada, porém ouve os comentários das pessoas, que diziam, "míope ou cego como dantes" ou "perdeu o encanto" e tantas outras calúnias. Eis que Simplicio reencontra Reis, Simplicio pede perdão e diz que foi ingrato, após conversarem Simplício decide reencontrar Armênio em seu gabinete mágico para constconstrução de sua nova luneta mágica. Marcaram no mesmo lugar e na mesma hora, Sim-plício presencia todo o ritual da luneta mágica novamente. E Armênio desta vez o alerta, novamente que ele não fixe essa luneta em alguma pessoa ou algum objeto por mais de três minutos, que ele poderia ver demais, haveria de ver a visão do bem. Simplício retor-na a sua casa, feliz ele decide escrever para jornais sobre as maravilhas de Armênio. Sim-plício com a luneta do bem começa a ver tudo com a visão do bem. Começando pela sua familia, em sua prima Anica, Simplicio vê, um anjo de inocência e de candura, senhora de juízo reto e de exemplar virtude, a tia Domingas, a devoção e a piedade personalizada; o mano Américo, a pura dedicação fraternal, o irmão viva pensando nneles negociando por leve. Simplicio tinha a febre da felicidade. Percebeu como a visão do mal era perversa e é caluniadora. Maravilhado com a visão do bem acaba se apaixonando pela sua prima Anica, e muitas outras moças, pela beleza e simplicidade das moças, até mesmo por Es-meralda que é uma prostituta. Simplício vê com sua luneta a bondade e a beleza de todos ao seu redor, Simplício acaba ficando com o coração bom com as coisas que vê, então passa a ajudar a todos em sua volta, pagando jantares, dividas, doações, e cada vez au-menta o numero de pessoas que precisam ser ajudadas. Simplício reencontra Nunes e desse vez aceita o convite de seu amigo para jantar e porfiem conhecer sua família. Dona Edwiges sua esposa e dona Ana sua filha, a quem chamam carinhosamente de Nicota. Simplicio as olha com sua luneta e vê que Edvirges era bonita, boa e afável, sua filha Nicota era morena, bela, agradável e jubilosa. Simplicio se apaixona Nicota, agora ele amava Anica, Esmeralda e Nicota, não conseguia escolher entre elas. Nicota conta a Simplicio sobre a dívida que seu pai possui e Simplício com seu enorme coração salda a divida de seu pai. Simplício passa a ser explorado por todos sem perceber, de repense Simplicio viu-se rodeado de amigos. Em dois meses Simplicio contrai empréstimos, gasta parte de seu dinheiro, ajudando pessoas e honrando dívidas alheias.

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Da morte a nova vida

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Certo dia no jantar, Américo discute veemente com seu irmão a cerca dos gastos que ora ele estava aumentando com sua insistente ajuda as pessoas que supostamente precisava, dele, pois para Americoa Simplicio estava sendo explorado. Sua família o alerta das pes-soas que estão lhe explorando mas fica confuso porque acredita que as pessoas são boas. Simplicio continua com sua luneta a observar as pessoas primeiramente vê ódio, rancor, magoa, impurezas, ambições e traições, mas passados os três minutos Simplício observa o quanto eles o amam e só lhe querem o bem, o quanto são pessoas boas. Simplicio per-cebe que realmente fora muitas vezes enganado e desesperado, percebe que a visão do bem é um martírio. Simplicio descobre que seu irmão havia assinado no jornal, onde estava escrito, que não honraria mais nenhuma dívida contraída por Simplicio. Se vê desesperado, atormentado, ninguém fazia ideia da dor que atormentava o seu coração. Simplicio recorre a dois amigos que lhe deviam quantias em dinheiro, mas eles viram as costas e se recusam a pagar, Simplicio os observa com sua luneta, mas nenhum deles era mal.Eis que desolado, Simplicio vê um funeral e decide participar do velório e ver o defunto, a princípio observa um caixão de madeira, com um cadáver em corrupção, fétido e re-pugnante. Com sua luneta mágica Simplicio observ que ela, a morte, tão caluniada e jul-gada pelos homens é um sonho plácido, suave e que desperta com as delícias da eterni-dade, percebe que a morte é a glória que a morte é a luz! Fabricio sentiu-se consolado, forte, invencível, conte e feliz. Simplicio agora almejava morrer. Ele sobe até o alto do Corcovado, sobe a ladeira do Desterro a fim de se jogar de lá de cima. Simplico encontra a lua. Antes da morte, ele pensa uma vez na visão do futuro, dá uma última olhada at-ravés da luneta mágica para cidade, a capital do Império do Brasil. Simplício fica maravil-hado com o que via, ajoelh-se e reza. Ao passar o treze minutos antes de enxergar o futuro luneta quebra em migalhas, sente se nas trevas e na escuridão e não hesita ao abismo, "Adeus" diz Simplício, e joga-se ao precipício quando se acha segurado por Armênio. Estirado no chão e em um convulsivo tremor Simplicio ainda guardava a con-sciência, que vivia das lembranças das sensações que vivia, mas violentas que lhe tinham torturado a alma. Ele ajoelha, reza e por fim agradece ao seu amigo. Então Armênio dis-cursa: " A exageração degenera os sentimentos, desvirtua os fatos, desfigura a verdade, ex-agerar é mentir. No mundo há o vem e o mal como há na vida o prazer e a dor. Não há perfeito bem, não existe absoluto mal. Absoluto é Deus! A sociedade que aceite cada homem com as suse qualidades e com os seus defeitos. Tu errastes pela exageração!" Armênio concedeu a Simplicio mais uma luneta, a luneta do bom senso. Com ela recon-hecerás onde está o bem e onde está o mal, mas não poderá livrar-se do mal e nem aproveitar-se do bem. Não pode falar e não pode escrever tudo pela gratidão ao único amigo Armênio.

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Da morte a nova vida

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