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Page 1: A importância da musicalização - editoradobrasil.com.br · plano de educação musical. Em 1931, o maestro organizou uma concentração or-feônica chamada Exortação Cívica,

A importância da musicalização

“A música é o material para um proces-so educativo e formativo mais amplo, di-rigido para o pleno desenvolvimento do indivíduo, enquanto sujeito social”.

(PENNA, 1990)

A citação deste autor engloba um dos fatores de mobilização para inclusão da música no currículo escolar, já que a par-tir deste ano as escolas se deparam com esta novidade. Segundo a Lei nº 11.769, sancionada no mês de agosto de 2008, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) – n. 9.394, de 20 de de-zembro de 1996 –, torna-se obrigatório (não exclusivo) o ensino de música no Ensino Fundamental e Médio. As esco-las públicas e particulares do país terão três anos para realizar a inserção.

“A lei não torna obrigatório o ensino em todos os anos, e é isso que será articula-do com os sistemas de ensino estaduais e municipais”, explica Helena de Frei-tas, coordenadora geral de Programas de Apoio à Formação e Capacitação Docente de Educação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ní-vel Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC). “O objetivo não é formar músicos, mas oferecer uma formação integral para as crianças e a juventude. O ideal é articular a música com outras dimensões da formação artística e es-tética.” Alguns parâmetros ainda serão definidos e os regionalismos devem ser

respeitados. Pernambuco pode dar desta-que maior ao maracatu, enquanto no Rio Grande do Sul o destaque será os ritmos folclóricos gaúchos.

A ideia é modificar as práticas, legiti-mando a música como componente fun-damental para o desenvolvimento cogni-tivo, social e afetivo dos educandos. Isso porque a música está presente em todas as culturas, sendo considerada impor-tante para a formação dos cidadãos há bastante tempo, uma vez que, na Grécia Antiga, esta manifestação da linguagem estava ao lado da matemática e da filo-sofia. Enfim, a música é a linguagem universal que ultrapassa as barreiras de tempo e espaço.

Segundo Monique Andries Nogueira (Doutora em Educação pela Universi-dade de São Paulo – USP e Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás – UFG), a forma pela qual a música, como lin-guagem, acontece no seio dos diferentes grupos sociais é bastante diversificada. A música que é vivenciada em uma ceri-mônia do Quarup, no Parque do Xingu, por exemplo, tem um caráter bastante di-verso da música que colocamos no CD player do nosso carro; o mantra entoado em um templo budista, por sua vez, não apresenta a mesma função de um canto de lavadeiras do rio São Francisco. Ape-sar dessas diferentes funções, em todas

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essas situações e em muitas outras a mú-sica acompanha a trajetória dos seres hu-manos. E, em especial atualmente, deve ser vista como uma das mais importan-tes formas de comunicação: segundo o pedagogo Snyders (1992), nunca uma geração viveu de maneira tão intensa a música como as atuais.

Respiramos música, mas não recebe-mos uma educação adequada sobre ela; somos uma sociedade semianalfabeta musicalmente.

Fonte: http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/infancia/G_mu-

sica.html

A tônica do trabalho pedagógico

A música ajuda a afinar a sensibilidade dos alunos, aumenta a capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória, além de ser forte desencadeadora de emoções.

Sendo assim, deve ser valorizada no espaço escolar e se centrar em um am-biente de descobertas e revelação do imaginário infantil que utilize a expres-são musical como um caminho. A dife-rença está em como a escola despertará o apreço pela música.

Mas surge um questionamento: se no contexto atual nossas crianças e jovens sofrem uma invasão de músicas em seu

cotidiano, que contribuição o ensino de música nas escolas pode oferecer?

Deve-se entender que o conteúdo e a forma de qualquer música são produtos de um processo histórico e de escolhas coletivas, e sinalizam a identificação de valores de um determinado contexto. A escola deve mostrar que a música está sempre associada à ação humana.

Um pouco de história...

O ensino de música nas escolas brasilei-ras iniciou-se no século XIX. A apren-dizagem era baseada nos elementos téc-nico-musicais e realizada, por exemplo, por meio do solfejo.

No fim da década de 1930, no entanto, Antônio Sá Pereira e Liddy Chiaffarelli Mignone buscaram inovações. Sá Perei-ra defendia a aprendizagem pela própria experiência com a música; Chiaffarelli propunha jogos musicais e corporais e o uso de instrumentos de percussão.

Naquela época, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ganhava destaque. Em 1927, três anos depois de conviver com o meio artístico parisiense, ele voltou ao país e apresentou, em São Paulo, um plano de educação musical. Em 1931, o maestro organizou uma concentração or-feônica chamada Exortação Cívica, com 12 mil vozes. Após dois anos, assumiu

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a direção da Superintendência de Educa-ção Musical e Artística, quando a maio-ria de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, o presi-dente Getúlio Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o curso de pedagogia de música e canto.

Em 1960, o projeto de Anísio Teixei-ra e Darcy Ribeiro para a Universidade de Brasília (UnB) deu novo impulso ao ensino da música, com a valorização da experimentação. A ideia era preservar “a inocência criativa das crianças”. Duas décadas depois, a criação da Associação Brasileira de Educação Musical (Abem) e da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abra-ce) contribuiu para a formação de profes-sores no ensino das linguagens artísticas em várias universidades. No ensino de música, a experiência direta e a criação são enfatizadas no processo pedagógico.

Na década de 1990, o ensino de artes pas-sou a contemplar as diferenças de raça, etnia, religião, classe social, gênero, op-ções sexuais e o olhar mais sistemático sobre outras culturas. O ensino passou a ter valores estéticos mais democráticos.

Atualmente, a aprendizagem musical deve fazer sentido para o aluno. O ensino deve se dar a partir do contexto musical e da região na qual a escola está situada, e não com base em estruturas isoladas.

Nossa contribuição

Com a implantação dessa nova demanda, a Editora do Brasil apresenta o Projeto Brincando com Som e Tom, com o ob-jetivo de trabalhar a competência leitora por meio de músicas, textos e canções.

Neste projeto, os professores poderão contar com textos de domínio público, narrativas modernas, poemas, parlendas folclóricas, cantigas populares e músicas criadas especialmente para o trabalho com a coleção.

O trabalho com este material na escola sugere uma abordagem interdisciplinar de ensino, que propõe a exploração do tema, para cada faixa, por mais de uma área do conhecimento.

Além das faixas musicadas e narradas, que constam no CD, as escolas contarão com um vasto repertório de sugestões, para que as músicas e os textos sejam utilizados no cotidiano da sala de aula, contribuindo com o trabalho pedagógico do professor e o enriquecimento da sensibilidade dos alunos e de sua competência leitora.

Ao final do livro, encontram-se as su-gestões de atividades, orientadas por um índice remissivo. Neste, por meio das cores, o professor poderá compreender as atividades propostas, organizando-as em seu planejamento cotidiano.

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Quando a faixa do índice for de cor amarela, significa que a letra da música ou canção se encontra no Livro do Alu-no. (A faixa do CD está especificada ao lado do título no item Número, e a pági-na se refere ao Livro do Aluno da disci-plina na qual conste a faixa). No projeto há orientações de como explorar a letra no Livro do Aluno.

Quando a faixa do índice for de cor azul, significa que a letra da música ou can-ção se encontra apenas no final do Livro do Professor, fazendo parte, exclusiva-mente, do Projeto Brincando com Som e Tom. (Neste caso, a faixa do CD está especificada ao lado do título no item Número, e a página se refere ao Livro do Professor, ou seja, à página do projeto, e não à do Livro do Aluno. Nessas pági-nas, o professor encontrará, além da letra da música ou texto, orientações de como explorá-los com os alunos).

Quando a faixa do índice for cor-de-rosa, significa que a letra da música ou canção se encontra no Livro do Aluno, mas tem indicação de trabalho interdis-ciplinar. (Neste caso, a faixa do CD está especificada ao lado do título no item Número, e a página se refere ao Livro do Professor, ou seja, à página do pro-jeto, e não à do Livro do Aluno. Nessas

páginas, o professor encontrará, além da letra da música ou texto, orientações de como explorá-los com os alunos.

Outras referências

Música Clássica para Crianças – Qua-dros de uma exposição<http://caracol.imaginario.com/letraso-nora/quadros/apresentaqe.html>

O autor brinca com a ferramenta virtual para traçar e colorir imagens do poema musical de Modest Mussorgsky (1874).

História da Música<http://www.edukbr.com.br/artemanhas/historiadamusica.asp>

Da Antiguidade ao século XX, inclui áu-dios com músicas de alguns composito-res famosos.

E a ciranda está presente em nossas vidas <http://www.iseveracruz.edu.br/aluno/revista/cultura1.htm>

Trata das cantigas de rodas, brincadeiras nas quais a canção está associada ao mo-vimento, geralmente em formação cir-cular. Têm influência lusitana, africana, ameríndia e francesa.

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