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39
LOGÍSTICA A GESTÃO GLOBAL Félix Alfredo Larrañaga Mestre em Ciências Sociais (Relações Internacionais) PUC/SP Doutor em Ciências Sociais (Política) PUC/SP Ex-Professor de Logística PUC/SP, Mackenzie Professor de Logística Unimes São Paulo 2009 2 a edição

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LOGÍSTICAA GESTÃO

GLOBAL

Félix Alfredo Larrañaga

Mestre em Ciências Sociais (Relações Internacionais) PUC/SPDoutor em Ciências Sociais (Política) PUC/SPEx-Professor de Logística PUC/SP, Mackenzie

Professor de Logística Unimes

São Paulo

2009

2

a

edição

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Larrañaga, Félix Alfredo A gestão logística global / Félix Alfredo Larrañaga. -- 2. ed. -- São Paulo : Aduaneiras, 2008.

Bibliografia. ISBN 978-85-7129-531-5

1. Comércio exterior 2. Globalização 3. Integração econômica internacional 4. Logística (Organização) 5. Marketing I. Título.

08-05010 CDD-382.068

Índices para catálogo sistemático:

1. Gestão logística : Comércio internacional 382.068

Copyright

© 2008

Editora: Yone Silva Pontes

Assistente editorial: Ana Lúcia Grillo

Diagramação: Flavia Vanderlei e Nilza Ohe

Ilustração de capa: Carlos Alberto da Silva

Revisão: Izabel Batista Bueno

Impressão e acabamento: Graphic Express

2009

Proibida a reprodução total ou parcial.Os infratores serão processados na forma da lei.

EDIÇÕES ADUANEIRAS LTDA.

SÃO PAULO-SP

– 01301-000 – Rua da Consolação, 77Tel.: 11 2126 9200 – Fax: 11 3159 5044

http://www.aduaneiras.com.br – e-mail: [email protected]

A ortografia desta obra está atualizada conforme o Acordo Ortográficoaprovado em 1990, promulgado pelo

Decreto n

º

6.583, de 30/09/2008, vigente a partir de 01/01/2009.

Page 3: A gestão logistica global.pdf

A meus pais,

a quem devo o que sou!

Page 4: A gestão logistica global.pdf

“(…) Não importa em que setor da indústria da logística

se trabalhe ou que ligações se tenha na cadeia de

suprimentos, os indivíduos e as organizações foram

expostos a desafios logísticos assustadores e a

dramáticas mudanças dos paradigmas operacionais.

A indústria, como tal, respondeu bem,

se adaptou rapidamente e desenvolveu novas maneiras

de gerenciar o sempre crescente

volume de mercadorias a serem movimentadas.

Os clientes, na parte superior e inferior

da cadeia de suprimentos demandam níveis de

serviço cada vez maiores.

Eles exigem um compromisso com

a confiabilidade e a predictibilidade, associado

geralmente com uma elevada precisão.

Atender estas demandas no ambiente global tem

significado repensar a maneira como

tem sido feitos os negócios, deixando de lado os

processos baseados no tempo, e desfazendo coisas que

eram corretas dez anos atrás.

As mudanças fundamentais que têm sido realizadas nos

últimos anos são as que estão

governando os números no modelo logístico atual”.

1

1

WILSON, Rosalyn.

18

th

. Annual State of Logistics Report

. Adaptação etradução do autor. Washington: 6 de junho de 2007, 22 p., p. 13.

Page 5: A gestão logistica global.pdf

“No fim do segundo milênio da Era Cristã, vários

acontecimentos de importância histórica têm

transformado o cenário social da vida humana.

Uma revolução tecnológica concentrada nas

tecnologias da informação

(…) a interdependência global, apresentando uma

nova relação entre a economia, o Estado e a sociedade,

(…) o fim do movimento comunista internacional

(…) o fim da guerra fria,

(…) a alteração da geopolítica global.

O próprio capitalismo passa por um processo

de profunda reestruturação caracterizado por maior

flexibilidade de gerenciamento,

descentralização de empresas, fortalecimento do capital

vis-à-vis

o trabalho, declínio

da influência dos movimentos de trabalhadores,

(…) incorporação maciça das mulheres

na força de trabalho remunerada,

(…) aumento da concorrência econômica global

em um contexto de progressiva

diferenciação dos cenários geográficos e culturais para

acumulação e gestão de capital”.

2

2

CASTELLS, Manuel.

A Era da Informação:

economia, sociedade e cultura –V.1 – A Sociedade em Rede. p. 21 e 22.

Page 6: A gestão logistica global.pdf

Sumário

Índice – Figuras e Tabelas

...................................................... 13

Prefácio – 2

ª

Edição

................................................................ 17

Prefácio – 1

ª

Edição

................................................................ 19

Agradecimentos

...................................................................... 21

Apresentação

........................................................................... 23

Introdução

............................................................................... 27

1. A Função Logística

....................................................... 411.1. Introdução.............................................................. 411.2. Definição de Administração Logística................... 421.3. Componentes do Processo Logístico..................... 421.4. O Papel da Logística na Economia e nas Empresas 44

1.5. Desenvolvimento da Logística no Período 1950-2007

451.6. Relação entre Logística e Marketing..................... 471.7. Logística: uma Função Estratégica........................ 49

2. A Natureza Global do Sistema Logístico

.................... 552.1. Introdução.............................................................. 552.2. A Logística na Economia Global .......................... 552.3. A Logística nos Processos de Integração Regional 602.4. A Visão da Logística Global.................................. 632.5. Níveis Operacionais Globais ................................. 642.6. A Economia Global Interligada............................. 662.7. A Logística e as Cadeias Globais .......................... 68

Page 7: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global10

3. Otimização da Gestão Logística

.................................. 713.1. Introdução.............................................................. 713.2. Integração das Funções Empresariais.................... 713.3. A Gestão Baseada na Demanda............................. 763.4. A Gestão do Custo Total........................................ 833.5. Custeio Baseado em Atividades ............................ 853.6. Medição do Desempenho Logístico e Corporativo 87

4. As Necessidades de Informação na Gestão Logística

994.1. Introdução.............................................................. 994.2. O Papel da Tecnologia na Gestão Logística .......... 994.3. Sistemas de Informação Interorganizacional (IOIS) 1014.4. Identificação por Código de Barras ....................... 1074.5. Identificação por Radiofrequência (RFID)............ 1154.6. Fontes de Informação Eletrônica........................... 1334.7. Escolha de um

Software

de Execução da Cadeia deSuprimentos........................................................... 135

5. A Gestão Logística Global

............................................ 1395.1. Introdução: Logística e Cadeia de Suprimentos.... 1395.2. A Gestão da Cadeia de Suprimentos ..................... 1465.3. A Gestão dos Fluxos de Materiais......................... 1505.4. Efeito Forrester ou de Chicoteamento ................... 1525.5. Integração das Cadeias de Suprimentos ................ 1575.6. Parcerias e Alianças Estratégicas........................... 1685.7. Desenvolvimento e Manutenção de Relações entre

os Parceiros da Cadeia........................................... 1715.8. Evolução e Tendências na Gestão Global.............. 1725.9. Desafios Futuros na Gestão das Cadeias de Supri-

mentos.................................................................... 1835.10. Operadores Logísticos Terceirizados..................... 200

6. Anexos

............................................................................ 2056.1. Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI)................ 2056.2. Soluções de Gestão de Cadeias de Suprimentos

(BAAN) ................................................................. 2086.3A. Soluções de Gestão das Cadeias de Suprimentos

(GLS)..................................................................... 209

Page 8: A gestão logistica global.pdf

Sumário 11

6.3B. Sistema de Informação Logística Integrado .......... 2096.4. Glossário................................................................ 2106.5. Fornecedores de Ferramentas de Gestão ............... 2496.6. Pesquisa das “Melhores Práticas” em Logística.... 263

Bibliografia

.............................................................................. 271

Índice Remissivo

..................................................................... 279

Page 9: A gestão logistica global.pdf

Índice – Figuras e Tabelas

Figura 1 Porta-Contenedor Emmaersk, de mais de 13.000TEUs de Capacidade, Realizou sua Viagem Inau-gural no Segundo Semestre de 2006................... 31

Figura 2A Trecho de Malha Rodoviária Brasileira I ........... 38Figura 2B Trecho de Malha Rodoviária Brasileira II .......... 38Figura 4 Fluxo Físico de Materiais ................................... 43Figura 5 Nível de Serviço ................................................. 43Figura 6 Evolução da Logística......................................... 47Figura 7 Relação entre Logística e Marketing .................. 48Figura 8 Logística: uma Função Estratégica..................... 49Figura 9 Gestão Estratégica Empresarial .......................... 50Figura 10 Sistema Logístico Baseado no Tempo................ 53Figura 11 Forças que Facilitam a Globalização .................. 59Figura 12 Barreiras à Logística Global ............................... 61Figura 13 Cadeia Global de Suprimentos – HP .................. 70Figura 14 Modelo de Execução Logística Global............... 70Figura 15 Planejamento e Coordenação de Fluxos e Ope-

rações .................................................................. 75Figura 16 Cadeia de Suprimentos Genérica........................ 91Figura 17 Evolução das Medidas de Desempenho ............. 92Figura 18 Níveis de Inventáro em Função dos Níveis de

Serviço ................................................................ 93Figura 19 Ciclo de Conversão............................................. 95Figura 20

Trade-Off

entre Inventários e Serviço ao Cliente 96Figura 21 Sistema de Processamento de Transações: Pedidos 101Figura 22 Sistema de Processamento de Transações: Caixa 102

Page 10: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global14

Figura 23 Fluxo de Informações Logísticas........................ 106Figura 24 Elementos do Sistema: Etiquetas........................ 110Figura 25 Elementos do Sistema: Equipamentos................ 111Figura 26 Rede Local .......................................................... 112Figura 27 Rede Local Ligada à Internet.............................. 113Figura 28 Empresa Interligada ............................................ 113Figura 29 Etiqueta Inteligente............................................. 115Figura 30 Tamanho Relativo de Etiquetas Inteligentes....... 116Figura 31 Leitora (300 x 400 mm)...................................... 119Figura 32 Sistema de Identificação ..................................... 120Figura 33 Sistema de Identificação por RF......................... 121Figura 34 EPC/GTIN .......................................................... 123Figura 35 Identificação de um

Pallet

de Mercadorias......... 125Figura 36 Utilização do EPC na Indústria .......................... 126Figura 37 Utilização do EPC num Centro de Distribuição . 127Figura 38 Utilização do EPC nas Lojas .............................. 128Figura 39 Método do Acoplamento Indutivo ...................... 129Figura 40 Elementos da Gestão da Cadeia de Suprimentos

(SCM) ................................................................. 142Figura 41 Cadeia Simples ................................................... 145Figura 42 Cadeia Complexa................................................ 145Figura 43 Fluxo Físico: Cereais Empacotados ................... 148Figura 44 Efeito Chicote ..................................................... 153Figura 45A Perspectivas de uma Cadeia de Suprimentos I ... 160Figura 45B Perspectivas de uma Cadeia de Suprimentos II .. 162Figura 46A Aplicação da Enigma Inc. I ................................ 164Figura 46B Aplicação da Enigma Inc. II ............................... 166Figura 47 Evolução da Gestão Empresarial ........................ 174Figura 48 Evolução das Ferramentas de Gestão ................. 183Figura 49 SCEM: Conexões e Controles em Tempo Real .. 190Figura 50 Colaboração em Logística .................................. 190Figura 51A Visibilidade na Cadeia de Suprimentos I............ 191Figura 51B Visibilidade na Cadeia de Suprimentos II .......... 192Figura 52 SCIV:

Supply Chain Inventory Visibility

............ 193Figura 53 Operações da Exel .............................................. 203

Page 11: A gestão logistica global.pdf

Índice – Figuras e Tabelas 15

Tabela 1A Evolução das Exportações Mundiais de Merca-dorias por Região – 1948-2007 (Bilhões de US$) 28

Tabela 1B Evolução das Exportações Intrarregionais daAladi – 1990-2007 (Milhões de U$S) ................ 29

Tabela 2 Evolução das Exportações Mundiais 1950-2007 30Tabela 3 Tráfego de

Containers

2004-2007 (Milhões deTEUs).................................................................. 32

Tabela 4 Custo Estimado do Frete das Importações porGrupos de Países (Bilhões de US$ e %)............. 33

Tabela 5 Custos Logísticos – EUA – 1980-2007 (Bilhõesde U$S) ............................................................... 34

Tabela 6A Custo Logístico para América Latina, 2006(Relação dos Custos Logísticos com o Valor dasMercadorias, %).................................................. 35

Tabela 6B

Custo Logístico de Outros Países (Relação dosCustos Logísticos com o Valor das Mercadorias, %)

35Tabela 7 Custo Logístico e Matriz de Transporte no Brasil

(Bilhões de R$ do Ano 2004 e %) ...................... 36Tabela 8 Matriz de Transportes do Brasil (%)................... 37Tabela 9 Estado das Rodovias Brasileiras (%).................. 37Tabela 10 Custo de Fazer Negócios através das Fronteiras 39Tabela 11 Gestão Baseada na Demanda (DBM)................. 81Tabela 12 Métricas de Serviço ao Cliente ........................... 95Tabela 13 Utilização de Sistemas........................................ 114Tabela 14 Iniciativas de Coordenação na Cadeia de Supri-

mentos................................................................. 157Tabela 15 Associações entre Empresas ............................... 171Tabela 16 Principais Operadores Logísticos Terceirizados

(3PLss) (Bilhões de US$ do ano 2005) .............. 202

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Prefácio – 2

a

Edição

Foi com grande satisfação que recebi o convite do professorFélix para prefaciar esta 2

ª

edição de seu livro sobre logística.

A forte aceitação da 1

ª

edição fala por si só da importânciae qualidade do conteúdo da obra. A oportunidade de uma 2

ª

ediçãofoi aproveitada pelo professor Félix com sua costumeira dedicação,conhecimento e entusiasmo pelo tema. Saíram ganhando os seusleitores, que têm acesso a um novo, ampliado e atualizado trabalhosobre o mundo da logística.

Partindo de uma revisão dos fatores que aplainaram o mun-do, segundo Thomas Friedman, gerando uma economia global logis-ticamente mais integrada, esta nova edição atualiza as informaçõescom uma gama de fontes de dados muito atuais, retratando a forteevolução das atividades logísticas no Brasil e no mundo.

São discutidos nesta edição os desafios atuais do modelologístico, com a preponderância do modal rodoviário, e as transfor-mações necessárias para reduzir o custo logístico do País.

São apresentadas novas tecnologias como o RFID, discuti-das com detalhes suas características técnicas, e suas possíveis im-plicações para os processos de gestão da cadeia logística, com umavisão internacional das tendências em curso no mundo.

Esta edição apresenta também uma visão atual sobre astransformações nos modelos de negócios em operações logísticas,com operadores terceirizados, gestores de terceirização, fusões eaquisições que afetam o setor, inseridos no contexto dos efeitos docrescimento e das mudanças nos fluxos de comércio global.

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A Gestão Logística Global18

Trata-se, portanto, de um novo e ampliado conjunto deinformações e análises, que sem dúvida vai atrair novos leitores e queserá de grande importância para todos aqueles que militam no setore que já tiveram a oportunidade de conhecer a 1

ª

edição desta obra.

Professor Doutor James Terence Coulter Wright

Engenheiro Civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1975),Mestre em

Engineering Management – Vanderbilt University

(1977),Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo (1990).

Atualmente é Professor Doutor da Universidade deSão Paulo e Coordenador dos Cursos da Fundação Instituto

de Administração. Tem experiência na área de Administração,com ênfase em Administração de Empresas, atuando

principalmente nos seguintes temas: cenários, logística,

e-commerce

, bens populares e telecomunicações.

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Prefácio – 1

a

Edição

O convite que o professor Félix me fez para prefaciar estaobra vem coroar uma amizade de mais de 20 anos. Num longínquo1983 tive o prazer de conhecê-lo e à sua família, ainda recém-chegados ao Brasil, onde ele viria assumir importante função numaempresa multinacional. Nesses anos todos a amizade se solidificou,acompanhada de um grande respeito da minha parte pela capacidadee disposição para enfrentar desafios, demonstradas de forma indis-cutível pelo meu caro amigo.

Acho que sou responsável, ao menos em parte, pela suamigração para o mundo acadêmico. E fico muito satisfeito e orgulho-so, pois o professor Félix realmente abraçou esta nova carreira deforma integral, ministrando aulas, orientando alunos e, sobretudo,escrevendo livros.

Ele, talvez pela sua formação em Relações Internacionais epelo fato da logística ser uma função de características globais nomundo atual, parte de conceitos de atualidade para definir um cená-rio globalizado, tratando temas tais como o próprio processo deglobalização, a divisão internacional do trabalho, a sociedade emrede e a re-estruturação produtiva para, com isso, colocar sua obraem perspectiva.

Posteriormente, analisa e descreve a logística desde seusprimeiros passos no mundo empresarial, ainda fragmentada, dadécada de 1960, até as modernas cadeias de suprimentos totalmenteintegradas que atuam no cenário global, assim como as ferramentasque a tecnologia coloca à disposição para facilitar a gestão estraté-gica, tática e operacional para esse fim.

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A Gestão Logística Global20

Este seu segundo livro trata de um assunto fundamentalpara a gestão das empresas: a administração de recursos escassos. Alinguagem clara e objetiva, a inserção constante de exemplos escla-recedores e uma estrutura muito didática o torna leitura obrigatóriapara todos os que queiram se aprofundar neste tema de importânciaestratégica na moderna administração de negócios.

William Eid JuniorDoutor em Administração de Empresas

Professor, consultor e autor

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Agradecimentos

A 1

ª

edição desta obra foi publicada em 2003, oportunidadena qual agradeci a diversas organizações, colegas, estudantes e ami-gos pelo apoio e pela colaboração recebida naquele momento, agra-decimentos que reitero efusivamente.

Nesta oportunidade, porém, devo agradecer muito espe-cialmente aos meus leitores que, com sua confiança, esgotaram a1

ª

edição e provocaram uma reimpressão de 5.000 exemplares emfinais de 2007, publicada com data de 2008, conforme as normaseditoriais em vigência. Esse fato provocou o estudo da possibilidadede uma 2

ª

edição, que se apresenta agora.

Desses leitores corresponde uma menção particular à RedeAnhanguera de Ensino, que desempenhou um papel relevante naanálise, seleção e adoção de um livro que cobrisse os tópicos dadisciplina Logística Empresarial. Depois desse processo, foi esco-lhida a 1

ª

edição deste livro para atender as exigências estabelecidas,motivo que me orgulha e pelo qual reitero meu mais profundoagradecimento a esta organização.

Na preparação desta edição contei com a colaboração eas sugestões dos meus estudantes de Logística Empresarial doMackenzie, dos anos 2003 a 2005, assim como dos meus estudantesde Introdução ao Comércio Internacional do

campus

de Guarujáda Unaerp, dos anos 2006 e 2007, aos quais expresso meu agrade-cimento.

Ademais, devo reconhecer o esforço da Aduaneiras, quecom sua excelente rede de distribuição, levou a obra aos mais dife-

Page 17: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global22

rentes usuários. À editora, sra. Yone Silva Pontes, vai meu reconhe-cimento pela ajuda recebida e suas inteligentes observações.

Finalmente uma palavra para minha família, especial-mente para minha esposa, filhos e netos, que partilham e sofremas consequências do meu esforço, pela compreensão e o apoiorecebidos.

São Paulo, 2008.

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Apresentação

Este livro é uma atualização da 1

ª edição publicada emjunho de 2003. Para isso, o texto manteve a estrutura original erecebeu alguns ajustes para incorporar as mudanças que a Logísticasofreu nos últimos cinco anos. A maioria dos dados apresentadosnaquela edição era do ano 2001, quando a história do mundo foiassombrada pelo atentado do dia 11 de setembro, em Manhattan,Nova York, EUA.

Esse fato, conjuntamente com outros anteriores e posterio-res, transformariam o ambiente dos negócios, que passaram a serrealizados em um mundo plano, segundo a feliz definição de ThomasL. Friedman.1 Este autor identificou dez forças ou fenômenos queachataram o mundo, aprofundando a colaboração horizontal e, comisso, o processo de globalização. A maioria dessas forças está direta-mente relacionada com a gestão logística e vale a pena relembrá-las:2

• Queda do Muro de Berlim (09/11/1989): que liberouforças adormecidas dos diversos povos dominados pelaantiga União Soviética e permitiria a livre movimentaçãodas melhores práticas. Aproximadamente na mesma épo-ca foi criada a plataforma básica que inaugurou a revolu-ção da informática em escala global. Essa plataforma, oWindows, promoveria o desenvolvimento e difusão dediversos aplicativos.

1 FRIEDMAN, Thomas L. O Mundo é Plano: uma breve história do séculoXXI. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005, 471 p.2 Ibidem, p. 61-200.

Page 19: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global24

• Netscape foi à Bolsa (09/08/1995): provocando a pas-sagem de uma plataforma de computação baseada emcomputadores, para outra baseada na Internet. Apareceramassim os aplicativos conhecidos como e-mail e browsers.A Netscape ofereceu o primeiro navegador comercial aganhar ampla popularidade. Esse fato foi complementadocom o lançamento da versão Windows 95, uma semanadepois da abertura do capital da Netscape.

• Softwares de fluxo de trabalho: provocado pelas pes-soas que não se conformavam com a troca de e-mails,imagens, fotos, música e a navegação. Elas passaram aquerer desenhar, projetar, criar, comprar e vender, moni-torar estoques, pedidos, entregas, cuidar dos impostos,da contabilidade e muitas outras aplicações. Para issoessas pessoas padronizaram as maneiras como as pala-vras, imagens, músicas e dados deviam ser digitalizadose transportados na Internet, dando lugar aos chamadosfluxos de trabalho.

• Código aberto: ou a intenção de empresas ou gruposespecíficos de disponibilizarem on-line o código-fonte(instruções e comandos que fazem funcionar determina-do programa), permitindo que todos os que tivessemalguma contribuição a dar o aprimorassem e, ao mesmotempo, que outros milhões de usuários o utilizassemgratuitamente, para uso pessoal. Nasceu aqui a chamadacolaboração, que utiliza duas variedades de código aber-to: a informação aberta e o software livre. A esta novaabordagem foi aplicada a ideia de domínio público.

• Terceirização no ano 2000: difusão da revolução daterceirização da tecnologia que começou na Índia com achegada da General Electric em finais da década de1980. Os trabalhos associados ao Bug do Milênio levoumuito trabalho para Índia, China e países semelhantes.Essa nova modalidade de colaboração e criação hori-zontal de valor foi denominada terceirização. Qualquerserviço: call center, operações de apoio administrativo,

Page 20: A gestão logistica global.pdf

Apresentação 25

financeiro ou intelectual que pudesse ser digitalizadopodia ser delegado para fornecedores mais baratos, maispreparados ou mais eficientes, em qualquer lugar domundo. No ano 2000, as redes de fibra ótica permitirama colaboração de países em desenvolvimento com asempresas ocidentais.

• Offshoring: diferente da terceirização, esta solução con-siste em transferir uma empresa ou divisão inteira para oexterior, para produzir o mesmo produto, da mesma ma-neira, só que usando mão-de-obra mais barata, menorcarga tributária, energia subsidiada e menor carga dedespesas de saúde com funcionários. Países como osTigres Asiáticos, a China, a Índia e o México têm sidoos destinos de muitas operações ocidentais, pelos moti-vos mencionados. Estas operações formam parte dasmais diversas cadeias de suprimentos. As distâncias in-corporadas limitam a aplicação pura do sistema de Justin Time, e geram a necessidade de elevados estoques.Porém, as economias decorrentes dos fatores produtivosusados nesta modalidade compensam eventuais estoquesde segurança.

• Cadeias de suprimentos: totalmente integradas e comcomponentes espalhados pelo mundo, permitem a repe-tição contínua, 24 horas por dia, sete dias por semana,365 dias por ano da entrega, seleção, embalagem, distri-buição, compra, fabricação, novo pedido, entrega, sele-ção, embalagem… O presente livro discorre sobre essaforça integradora com mais detalhes.

• Internalização: ou insourcing, é uma nova forma decolaboração e criação horizontal de valor. Este modode colaboração profunda que exige uma enorme dose deconfiança e intimidade entre os parceiros comerciaisconstitui uma força relevante de achatamento. Exemplosdesse comportamento são os motoristas das empresas detransporte montando e instalando os produtos na residên-cia do usuário.

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A Gestão Logística Global26

• In-Formação: consiste na possibilidade de construir eestruturar uma cadeia de suprimentos pessoal, de infor-mação, conhecimento e entretenimento. Trata-se deautocolaboração, sendo o ator o próprio pesquisador,editor e selecionador de entretenimento. Isso se faz hojepor meio do Google, Yahoo, MSN Search e similares,que são motores de busca de alta velocidade.

• Esteróides (digital, móvel, pessoal e virtual): disponi-bilidade de recursos que reúnem as características dedigital porque todos os conteúdos e processos podem serdigitalizados; móvel porque graças à tecnologia sem fio,tudo pode ser feito desde qualquer lugar, por qualquerum, por meio de qualquer dispositivo e pode ser levadopara toda parte; pessoal porque pode ser feito indivi-dualmente, para o indivíduo, no seu próprio aparelho, evirtual porque significa moldar, manipular e transmitirconteúdo digitalizado a altíssima velocidade.

“(…) Quando todas essas forças se reuniram, nosprimeiros anos do século XXI, ficou configurada uma plata-forma com base na que o trabalho e o capital intelectuaispodiam ser realizados desde qualquer lugar, tornou-se pos-sível fragmentar projetos e transmitir, distribuir, produzir, ejuntar suas peças de novo, conferindo uma liberdade muitoampla ao trabalho”.3

É nesse novo ambiente que se desenvolve a gestão logísticaglobal, com um aprofundamento das soluções de colaboração men-cionadas anteriormente. Assim, nas atividades-chave da gestão dascadeias de suprimentos são hoje utilizadas ferramentas que tentamsuperar a fragmentação existente. Cada uma dessas atividades: plane-jamento, fornecimento, produção, distribuição e devolução incluemdúzias de tarefas específicas, muitas das quais contam com seusprogramas específicos. Dessa nova realidade trata o presente livro.

Professor Doutor Félix Alfredo Larrañ[email protected]ão Paulo, 2008.

3 FRIEDMAN, Thomas L. Op. cit., p. 15.

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Introdução

Os efeitos das forças identificadas por Friedman sobre oprocesso de globalização, comentadas anteriormente, são confirma-das por um estudo do Instituto HWWI de Hamburgo, que indica quedois efeitos posteriores à queda do Muro de Berlim se reforçarammutuamente para aprofundar o achatamento do mundo. Eles foram adifusão da democracia e dos padrões ocidentais de consumo, de umlado, e as atividades provenientes do progresso tecnológico baseadona Internet, do outro.

A abertura gradual de grandes áreas comerciais,1 tais comoa China, a Índia e a Rússia, levou a uma transferência maciça decapitais e plantas produtivas ocidentais para o Oriente. Essa mudan-ça, pelo seu tamanho, era desconhecida até o ano 20042 e provocouo aumento dos fluxos comerciais nas grandes distâncias envolvidas,gerando restrições portuárias significativas e visíveis. A utilização deportos secos no interior dos países que participavam desse circuitode comércio não foi suficiente para resolver o problema.

Nasceu assim uma nova percepção da função logística que,se de um lado procura menores custos de produção e distribuição, dooutro gera maiores tempos de viagem, inviabiliza a produção just intime e incorpora restrições ao fluxo de bens e serviços.

1 Especialmente depois da incorporação da China à OMC – OrganizaçãoMundial de Comércio.2 BERENBERG BANK – HWWI. Maritime Trade and Transport Logistics:Strategy 2030, N. 4, Hamburgo, 2006, 146 p., p. 72. Esse comportamento estáalinhado com as propostas de Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823), sobre o aumento da prosperidade resultante da divisão internacional dotrabalho (DIT).

Page 23: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global28

Estas restrições são particularmente significativas pela so-brecarga dos modais de transporte, especialmente o marítimo. Nessecontexto, o sistema portuário mundial não consegue dar conta dacarga sempre crescente, alongando os tempos de espera dos navios,com o consequente aumento do custo final das mercadorias.

As considerações da primeira edição continuam vigorando ese reproduzem depois deste comentário inicial. A última das fases deexpansão internacional então mencionada (1974-2002) se estendeobviamente até o presente, isto é, corresponde ao período 1974-2008.A evolução das exportações internacionais dá uma ideia dos enormesvolumes de mercadorias e serviços movimentados, situação que semostra na Tabela 1A, para o período 1948 a 2007.

Tabela 1A – Evolução das Exportações Mundiais de Mercadoriaspor Região – 1948-2007 (Bilhões de US$)

Elaboração do autor a partir dos dados do International Trade Statistics 2005 (274 p.),2006 (274 p.) e 2007 (262 p.). Acessado em 12/09/2008.

ITS 2005: http://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2005_e.pdfITS 2006: http://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2006_e/section3_e/ii01.xlsITS 2007: http://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2007_e/section1_e/i06.xls

Região 1948 1953 1963 1973 1983 1993 2003 2004 2005 2006 2007Mundo 58,0 84,0 157,0 579,0 1.838,0 3.670,0 7.582,0 9.218,0 10.482,0 12.108,0 13.898,0América do Norte 16,4 20,9 31,2 100,2 308,8 660,6 1.163,0 1.324,2 1.478,8 1.675,2 1.853,8

América Central e do Sul

6,6 8,2 9,9 24,9 80,9 110,1 219,1 285,0 355,9 431,3 495,6

Europa 18,3 29,3 65,0 262,9 799,5 1.666,2 3.386,5 4.051,0 4.397,5 4.975,5 5.768,8Comuni-dade de Estados Indepen-dentes

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 55,1 194,6 265,5 340,4 425,5 507,8

África 4,2 5,5 8,9 27,8 82,7 91,8 177,9 237,6 308,2 366,1 421,9Oriente Médio 1,2 2,3 5,0 23,7 125,0 124,8 302,5 401,5 542,0 657,9 720,9

Ásia 7,9 11,0 19,5 86,3 351,1 957,9 2.138,3 2.653,2 3.058,8 3.576,2 4.129,0Outros/ erros/ omissões

3,4 6,8 17,5 53,2 90,0 3,5 -7,3 -8,9 -21,0 11,7 N/D

Membros do Gatt/ WTO

35,0 57,7 114,3 473,6 1.406,1 3.284,7 6.923,5 8.345,9 9.590,0 11.064,2 N/D

Page 24: A gestão logistica global.pdf

Introdução 29

Tabela 1B – Evolução das Exportações Intrarregionais da Aladi – 1990-2007(Milhões de U$S)

(*) Os dados de 2007 foram calculados pelo autor, aplicando aos valores do ano 2006,o crescimento das exportações de cada país no período de jan./set. de 2006-2007.

Com a finalidade de oferecer ao leitor uma comparação daevolução do comércio regional com o comércio mundial, a Tabela 1Bapresenta o comércio intrarregional da Aladi, que inclui países daAmérica do Sul, Cuba e México.

Para completar o quadro e oferecer uma ideia mais apurada daevolução do comércio mundial, tanto em valor como em volume, sedesenhou a Tabela 2, em valores constantes do ano 2000, cobrindo operíodo 1950-2007. Os dados processados foram tomados das esta-tísticas oferecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) epermitem comparar o número de vezes que aumentou o comérciomundial em valor (192,0), em volume (29,8), assim como o PIB mun-dial (8,1), nesse período de 56 anos. Isso indica que o crescimentodo comércio foi significativamente superior ao aumento da geração deriqueza, tanto em valor (23,8 vezes), como em volume (3,7 vezes).

País/Ano 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Argentina 3.128 9.625 12.422 12.015 10.618 11.153 13.450 15.293 18.264 23.031

Bolívia 413 422 640 835 809 1.047 1.456 1.832 2.523 2.949

Brasil 3.194 9.975 12.902 12.225 9.866 12.920 19.699 25.428 31.382 40.294

Chile 1.019 2.985 3.796 3.853 3.281 3.452 4.877 6.075 8.630 8.811

Colômbia 652 2.393 2.974 3.494 2.986 2.630 4.235 5.350 5.823 7.040

Cuba N/D N/D N/D N/D N/D N/D 301 315 299 302

Equador 294 761 1.085 1.030 946 1.227 1.369 2.049 2.631 2.594

México 867 3.108 2.680 2.852 2.610 2.394 4.215 6.060 8.165 7.830

Paraguai 426 596 648 652 653 800 960 1.041 1.128 1.442

Peru 431 889 1.116 1.184 1.089 1.335 2.061 3.275 4.118 4.913

Uruguai 670 1.116 1.217 1.025 772 867 1.027 1.136 1.404 1.414

Venezuela 1.075 3.941 3.331 2.555 2.502 2.458 4.108 4.726 5.910 8.635

TOTAL 12.169 35.811 42.811 41.720 36.132 40.283 57.758 72.580 90.277 109.255

Fontes:

Aladi/SEC/Estudio 126

Aladi/SEC/di1630

Aladi/SEC/di1880

Aladi/SEC/di1977

Aladi/SEC/di2072 e 2083.2

28 de abril de 2000, 86 p.

2 de abril de 2002, 60 p.

17 de novembro de 2004, 58 p.

2 de maio de 2006, 60 p.

maio e dezembrode 2007

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A Gestão Logística Global30

Tabela 2 – Evolução das Exportações Mundiais 1950-2007Número Índice = 100 (2000)

Fonte: Elaboração do autor, a partir dos dados estatísticos da OMC disponíveis no site:http://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2007_e/appendix_e/a01a.xls.Valores de 2007 estimados a partir de dados de fontes duvidosas.

Ano Valor Volume PIB

1950 0,978 4,616 14,627

1951 1,319 5,055 15,782

1952 1,290 5,275 16,167

1953 1,321 5,714 17,321

1954 1,367 6,154 17,706

1955 1,490 6,813 18,861

1956 1,659 7,253 19,631

1957 1,798 7,912 20,401

1958 1,737 7,693 20,401

1959 1,866 8,572 21,556

1960 2,056 9,671 22,710

1961 2,148 10,110 23,865

1962 2,258 10,770 25,405

1963 2,474 12,088 26,559

1964 2,767 13,407 28,484

1965 2,996 14,286 29,639

1966 3,271 15,385 31,563

1967 3,441 16,264 32,718

1968 3,818 18,023 34,643

1969 4,360 20,221 36,952

1970 4,995 21,979 38,848

1971 5,581 23,517 40,573

1972 6,604 25,495 42,856

1973 9,142 28,572 45,828

1974 13,246 30,111 46,776

1975 13,821 27,913 47,424

1976 15,637 31,210 49,860

1977 17,784 32,529 51,931

1978 20,598 34,067 54,319

1979 26,152 35,825 56,480

1980 32,059 36,863 58,144

1981 31,674 36,641 59,320

1982 29,647 35,835 59,806

1983 29,054 36,803 61,530

1984 30,768 39,931 64,382

1985 30,676 40,969 66,639

1986 33,559 42,608 68,902

1987 39,432 44,951 71,482

1988 44,835 48,772 74,719

1989 48,332 51,894 77,525

1990 54,567 53,720 79,499

1991 55,385 55,707 80,148

1992 59,096 58,381 81,060

1993 58,978 60,833 81,810

1994 66,999 66,430 83,633

1995 79,929 71,279 85,565

1996 83,606 74,915 88,393

1997 86,449 82,406 91,394

1998 85,325 86,362 93,325

1999 88,652 90,334 96,007

2000 100,000 100,000 100,000

2001 95,900 99,600 101,468

2002 100,503 103,086 103,327

2003 117,488 108,653 105,963

2004 142,866 119,192 110,134

2005 162,581 126,939 113,721

2006 187,781 137,348 117,850

2007 204,118 145,309 137,265

Ano Valor Volume PIB

Variação entre 1950 e 2006 (número de vezes) 192,044 29,758 8,057

Page 26: A gestão logistica global.pdf

Introdução 31

Retomando a questão das restrições marítimas comentadasanteriormente e para agravar a situação, espera-se que aproximada-mente 140 navios porta-contenedores chamados “super post pana-max”, capazes de transportar mais de 7.500 TEU cada um, similaresao Emmaersk indicado na Figura 1, sejam incorporados à frotamundial no ano 2008.3 Uma visão estratégica do comércio mundialfacilita a interpretação do enorme volume ou fluxo de mercadorias aser gerenciado. A Tabela 3 dá ideia do crescimento do fluxo demercadorias conteinerizadas recebidas em alguns portos relevantes,nos últimos anos.

Figura 1 – Porta-Contenedor Emmaersk, de mais de 13.000 TEUsde Capacidade, Realizou sua Viagem Inaugural no

Segundo Semestre de 2006

http://www.3PLswire.com/2006/10/10/yantian-receives-emma-maersk/

Da mesma maneira, podem-se confirmar as restrições por-tuárias mencionadas anteriormente, com os dados da Tabela 4, querelacionam o valor das importações e seus custos de transporte, porgrupos de países entre os anos 1990 e 2005.

3 BERENBERG BANK – HWWI. Maritime Trade and Transport Logistics:Strategy 2030, N. 4, p. 74.

Page 27: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global32

Tabela 3 – Tráfego de Containers 2004-2007(Milhões de TEUs)

Fonte: 2007 Review of Maritime Transport, p. 99.http://www.unctad.org/en/docs/rmt2007_en.pdfValores de 2007 projetados pelo autor em função do crescimento entre 2004 e2006, mantendo constante a participação de 2006.

Considerando os valores mundiais, observa-se que o custopassou de 5,3% a 6,2% do valor das importações, ou seja, registrou-se um aumento da ordem de 17% no custo dos fretes marítimos.

Os custos logísticos apresentados na página 35 da 1ª ediçãoforam atualizados conforme os dados das tabelas seguintes.

No caso dos EUA, esse custo como relação ao PIB manteveuma queda regular desde 1980 até o ano 1993, permaneceu na faixade 10% até 1999 para retomar a casa dos 10% em 2000. Posterior-mente registrou valores de um dígito com o mínimo no ano 2003,para retomar uma tendência de aumento a partir de 2004. Os dadosincluem custos associados ao comércio internacional daquele país. Aevolução está detalhada na Tabela 5.

O comportamento dos últimos anos comprova o quadromencionado sobre a mudança de paradigmas na gestão logística. Asrestrições portuárias têm sido contribuintes relevantes do aumento decustos. Já os custos logísticos da América Latina são os apresentadosna Tabela 6.

País ou Região 2004 2005 2006 2007 % em 2006

Mundo 356,7 387,7 440,0 488,8 100,0

China 54,9 66,9 81,9 90,9 18,6

Cingapura 21,3 23,2 24,8 27,4 5,6

Hong Kong 22,0 22,4 23,5 25,9 5,3

Coréia 14,2 14,9 15,5 17,1 3,5

Taiwan 13,0 12,8 13,1 14,7 3,0

Brasil 5,1 5,4 6,1 6,8 1,4

Índia 4,5 5,0 5,6 6,4 1,3

África do Sul 2,7 3,1 2,6 2,9 0,6

México 1,9 2,1 2,7 2,9 0,6

Chile 1,7 1,8 1,8 2,0 0,4

Argentina 1,5 1,4 1,6 1,9 0,4

Uruguai 0,4 0,4 0,5 0,5 0,1

Page 28: A gestão logistica global.pdf

Introdução 33

Tabela 4 – Custo Estimado do Frete das Importações por Grupos de Países(Bilhões de US$ e %)

Fonte: 2007 Review of Maritime Transport, Tabela 42, p. 92.http://www.unctad.org/en/docs/rmt2007_en.pdf

O custo logístico do Brasil foi calculado para 2004 porMaurício Pimenta Lima4 com a promessa de atualizá-lo periodica-mente. Na falta de uma versão mais nova, utilizou o artigo do mencio-nado autor para montar a Tabela 7, que permite observar a composiçãodo custo logístico determinado por meio da adaptação da metodologianorte-americana usada nos Relatórios Anuais sobre a Situação daLogística naquele país. O custo calculado nessa pesquisa é da ordemde 12% do PIB, valor significativamente menor que os tradicional-mente utilizados.5

Ano Grupo de PaísesCusto do Frete

das ImportaçõesValor das

ImportaçõesFrete como

% Importações

1990 Mundo 189,8 3.590,2 5,3

Países Desenvolvidos 115,2 2.635,1 4,4

Países em Transição 10,2 154,5 6,6

Países em Desenvolvimento 69,0 800,1 8,6

2000 Mundo 333,4 6.642,1 5,0

Países Desenvolvidos 200,8 4.617,7 4,3

Países em Transição 9,4 120,0 7,8

Países em Desenvolvimento 126,1 1.904,4 6,6

2004 Mundo 481,8 9.446,6 5,1

Países Desenvolvidos 296,3 6.909,1 4,3

Países em Transição 14,2 259,3 5,5

Países em Desenvolvimento 173,5 2.877,6 6,0

2005 Mundo 632,4 10.172,2 6,2

Países Desenvolvidos 341,1 7.035,7 4,8

Países em Transição 24,1 317,5 7,6

Países em Desenvolvimento 259,9 3.359,0 7,7

4 LIMA, Maurício Pimenta. Custos Logísticos na Economia Brasileira, Revis-ta Tecnologística, Janeiro de 2006, p. 64-68.5 O Banco Mundial publicou, no mês de agosto de 2007, um trabalho para aConsulta de San José, titulado “Latin America: Addressing High Logistics Costsand Poor Infrastructure for Merchandise Transportation and Trade Facilitation”,que se encontra disponível no site: http://www.globalautoindustry.com/article.php?id=77&jaar=2006&maad=1&target=Latin.

Page 29: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global34

Foi utilizada a pesquisa mencionada para estabelecer a ma-triz de transporte do Brasil, em milhões de TKU, que continua mos-trando uma elevada participação do modal rodoviário e baixa utiliza-ção dos modais mais econômicos, como o ferroviário e o aquaviário.

Tabela 5 – Custos Logísticos – EUA – 1980-2007(Bilhões de U$S)

Compilado pelo autor, a partir de dados dos Relatórios Anuais do Estado da Logística18th Annual State of Logistics Report: The New Face of Logistics, June 6, 2007.17th Annual State of Logistics Report: Embracing Security as a Core Business Function,

June 19, 2006.15th Annual State of Logistics Report: Globalization, June 7, 2004.http://inlandecon.blogpot.com/2008/06/19th-annual-state-of-logistics-report.html. Acessado

em 12/09/2008.

Ano CustoInventário

CustoTransporte

CustoAdministração

CustoTotal

PIBTrilhões U$S

Custo como% do PIB

1980 220 214 17 451 2.801 16,11982 234 222 18 474 3.260 14,51983 211 243 18 472 3.540 13,31984 240 268 20 528 3.930 13,41985 227 274 20 521 4.220 12,31986 217 281 20 518 4.460 11,61987 225 294 21 540 4.740 11,41988 251 313 23 587 5.100 11,51989 282 329 24 635 5.480 11,61990 283 351 25 659 5.800 11,41991 256 355 24 635 6.000 10,61992 237 375 24 636 6.340 10,01993 239 396 25 660 6.660 9,91994 265 420 27 712 7.070 10,11995 302 441 30 773 7.400 10,41996 303 467 31 801 7.820 10,21997 314 503 33 850 8.300 10,21998 321 529 34 884 8.750 10,11999 333 554 35 922 9.270 9,92000 374 594 39 1.007 9.820 10,32001 320 609 37 966 10.130 9,52002 300 582 35 917 10.490 8,72003 304 607 36 947 11.000 8,62004 336 652 39 1.027 11.730 8,82005 393 744 46 1.183 12.490 9,52006 446 809 50 1.305 13.182 9,92007 486 857 57 1.400 14.141 10,1

Page 30: A gestão logistica global.pdf

Introdução 35

Tabela 6ACusto Logístico para América Latina, 2006

(Relação dos Custos Logísticos com o Valor das Mercadorias, %)

Fonte: GONZALEZ, GUASCH & SEREBRISKY, p. 9 e 16.The World Bank, August 2007.

Tabela 6BCusto Logístico de Outros Países

(Relação dos Custos Logísticos com o Valor das Mercadorias, %)

Fonte: http://www.finprolive.fi/index.php?4&cmsshow=37;jutut;11Copyright Finpro 2006.

País/Região Custo (%)

Peru 32,0

Argentina 27,0

Brasil 26,0

Colômbia 23,0

México 20,0

Chile 18,0

América Latina 22,5

EUA 9,5

OCDE 9,0

Cingapura 8,5

País/Região Custo (%)

China 40,0

Finlândia 10,0

Europa Central 5,5

Page 31: A gestão logistica global.pdf

A Gestão Logística Global36

Tabela 7 – Custo Logístico e Matriz de Transporte no Brasil(Bilhões de R$ do Ano 2004 e %)

Fonte: http://www.finprolive.fi/index.php?4&cmsshow=37;jutut;11Copyright Finpro 2006.

Outras referências à matriz de transporte estão disponíveisna Internet, no site da Fiesp, e oferecem os dados consolidados daTabela 8.6 Esses valores coincidem, praticamente, com aqueles ofe-recidos por Pimenta Lima.

Já os dados dos custos comparativos apresentados peloDiretor de Planejamento do Ministério dos Transportes, Baptista daCosta, mostram uma participação do modal rodoviário de 62%,ferroviário de 24% e hidroviário de 14%, também aproximados dosvalores mencionados. Porém, resulta evidente que o modal rodoviá-rio (o mais caro de todos) é o mais utilizado no Brasil.

% do PIBR$ 1,8 Trilhões

BilhõesR$

%Valor

Matriz Transporte 2004

Milhões TKU % TKU

Transporte

Veículos a diesel 96,3

Outros veículos 7,0

Pedágio 2,6

Gerenciamento de risco 3,3

T. Rodoviário 109,2 48,9 512.000 59,3

T. Ferroviário 7,5 3,4 206.000 23,9

T. Aquaviário 12,5 5,6 105.000 12,2

T. Dutoviário 2,1 0,9 39.000 4,5

T. Aeroviário 2,0 0,9 1.000 0,1

Total Transporte 7,4 133,3 59,7 863.000 100,0

Estoque 3,9 69,8 31,3

Armazenagem 0,7 11,7 5,2

Administração 0,5 8,5 3,8

CUSTO LOGÍSTICO 12,4 223,3 100,0

6 COSTA, Francisco L. Baptista da. A Matriz de Transporte e o Plano Nacio-nal de Logística e Transportes. Florianópolis, 27 de julho de 2006, 31 slides.http://www.crea-sc.org.br/noticias/2006/ago/arquivos/7.ppt

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Introdução 37

Tabela 8Matriz de Transportes do Brasil (%)

Fonte: http://www.fiesp.com.br/infraestrutura/distribuicao.aspx

A malha rodoviária total do país é de 1.610.076 km, dosquais 196.094 km pavimentados (12,2%) e 1.413.982 km não pavi-mentados (87,7%). Desse total, só 4.483 km foram concedidos paraadministração privada (2,3% da malha pavimentada). O estado dessamalha, conforme pesquisa da CNTT do ano 20057 é o seguinte:

Tabela 9Estado das Rodovias Brasileiras (%)

Fonte: BENATTI, Flávio. Plano Nacional de Logística do Transporte, slide 15.

Com uma malha nesse estado, não se pode desconhecer oimpacto perverso no custo do modal cuja participação na matriz decarga é o mais significativo. Quase 75% da malha rodoviária nacio-nal é deficiente, ruim ou péssima. Um exemplo dessa afirmação semostra nas Figuras 2A e 2B.

Modal 2004 2006

Rodoviário 63,0 59,0

Ferroviário 20,0 24,0

Aquaviário 13,0 13,0

Dutoviário 3,7 3,7

Aéreo 0,3 0,3

Total Transporte 100,0 100,0

7 http://www.centran.eb.br/docs/proj_estru/logistica/workshop_3108/apres_cnt_pnlt_310806.pdf

Ótimo 11,6

Bom 13,7

Deficiente 36,4

Ruim 23,7

Péssimo 14,6

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A Gestão Logística Global38

Figura 2A – Trecho de Malha Rodoviária Brasileira I

http://www.centran.eb.br/docs/proj_estru/logistica/workshop_3108/apres_cnt_pnlt_310806.pdf

Figura 2B – Trecho de Malha Rodoviária Brasileira II

http://www.centran.eb.br/docs/proj_estru/logistica/workshop_3108/apres_cnt_pnlt_310806.pdf

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Introdução 39

Por sua vez, a malha ferroviária nacional é só de 28.671 kmem três bitolas diferentes (4.968 km de bitola larga, 23.342 km debitola métrica e 361 km de bitola mista). Embora o sistema ferroviá-rio tenha melhorado seu desempenho desde a privatização, sua ex-tensão não é compatível com o tamanho e as distâncias de um paísde dimensões continentais como o Brasil e, ao mesmo tempo, suaparticipação na matriz de transporte é muito baixa, se comparadacom os países de maior desenvolvimento.

Um quadro de situação mais amplo e completo relacionadocom os elevados custos logísticos e a fraca infraestrutura disponívelna região é oferecido pela base de dados do Banco Mundial, quecobre 155 economias (estudo comparativo sobre o custo de fazernegócios através das fronteiras forma parte dessa base de dados), sereproduz na Tabela 10.

Tabela 10 – Custo de Fazer Negócios através das Fronteiras

Fonte: Doing Business Report 2007, The World Bank, apud GONZALEZ, GUASCH &SEREBRINSKY, 2007: 8.

Região, Economia ou País

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Ásia Oriental e Pacífico 6,9 23,9 884,8 9,3 25,9 1.037,1Europa e Ásia Central 7,4 29,2 1.450,2 10,0 37,1 1.589,3América Latina e Caribe 7,3 22,2 1.067,5 9,5 27,9 1.225,5Oriente Médio e África do Norte

7,1 27,1 923,9 10,3 35,4 1.182,8

Países da OCDE 4,8 10,5 811,0 5,9 12,2 882,6Ásia do Sul 8,1 34,4 1.236,0 12,5 41,5 1.494,9África Sub-Sahariana 8,2 40,0 1.561,1 12,2 51,5 1.946,9EUA 6,0 9,0 625,0 5,0 9,0 625,0Argentina 6,0 16,0 1.470,0 7,0 21,0 1.750,0Brasil 7,0 18,0 895,0 6,0 24,0 1.145,0Chile 7,0 20,0 510,0 9,0 24,0 510,0Colômbia 6,0 34,0 1.745,0 11,0 35,0 1.773,0Costa Rica 7,0 36,0 660,0 13,0 42,0 660,0México 6,0 17,0 1.049,0 8,0 26,0 2.152,0Peru 7,0 24,0 800,0 13,0 31,0 820,0Uruguai 9,0 22,0 552,0 9,0 25,0 666,0

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A Gestão Logística Global40

Embora o desempenho dos países da América Latina listadosseja aceitável, se comparado com outras regiões do mundo, essedesempenho deixa muito a desejar se comparado com aquele dospaíses da OCDE8 e dos EUA. No ranking das 155 economias, o Brasilocupa o 107º lugar, segundo a mesma fonte (Gonzalez, Guasch &Serebrisky, 2007:8).

O quadro de situação apresentado nas tabelas anterioresindica que os custos logísticos regionais (América Latina) e nacio-nais (especificamente o Brasil) são contribuintes relevantes da baixacompetitividade das mercadorias produzidas aqui. Tanto o custo dotransporte, como o impacto da ineficiente infraestrutura correspon-dente, assim como o elevado custo de armazenagem, a eventualinterrupção das entregas, o elevado tempo médio para nacionalizarprodutos e a enorme burocracia, coloca os países da América Latinaem uma situação de desvantagem competitiva. Resolver a equaçãologística será um importante passo na direção de uma inserção eficazdo país nos negócios mundiais.

8 OCDE: Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.

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1 A Função Logística

1.1. Introdução

É um fato econômico conhecido que os recursos e os con-sumidores estão espalhados numa ampla área geográfica. Além dis-so, os consumidores não residem perto dos bens ou produtos quenecessitam e as unidades de transformação, em geral, estão afastadasdas fontes de matérias-primas que utilizam no processo produtivo.

A concepção de agrupar atividades relacionadas ao fluxo deprodutos e serviços para administrá-las de forma coletiva foi umaevolução do pensamento administrativo e levou ao conceito de admi-nistração logística.

A palavra logística tem origem no verbo francês loger, quesignifica alojar e que era utilizada para identificar o abastecimentomilitar de grandes exércitos com tudo o que era necessário para abatalha na linha de frente, longe de suas bases e recursos. Emboraa batalha pelo cliente nas linhas de frente dos negócios não seja umaatividade bélica, ela é um teste para a sobrevivência das empresassubmetidas a grandes pressões no ambiente competitivo de hoje.

Podemos entender a logística como a gestão dos inventá-rios, estejam eles imobilizados em algum lugar ou movimentando-seentre pontos, ao longo de um fluxo de materiais que vai desde ofornecedor das matérias-primas até o ponto final de consumo.

Na década de 1980, as empresas estavam mais abertas apensar nos componentes logísticos, tais como fornecedores, com-pras, administração de materiais e distribuição física em forma iso-lada, do que no processo do qual aqueles componentes eram parte.

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A Gestão Logística Global42

Houve uma evolução notável nas duas últimas décadas, especialmen-te pelo desenvolvimento das tecnologias de informação, como severá a seguir.

1.2. Definição de Administração Logística

O CLM1 acunhou a seguinte definição:

Processo de planejar, implementar e controlar ofluxo e armazenamento eficiente e eficaz em termos decustos, dos bens, serviços e informações relacionadas, des-de a origem até o consumidor, com o objetivo de obedeceràs exigências dos consumidores.

Assim, pode-se considerar que para as empresas que fabri-cam e/ou distribuem produtos, a logística é o processo-chave dosnegócios para entregar serviço aos consumidores.

1.3. Componentes do Processo Logístico

A partir das definições anteriores, pode-se tentar identificaras atividades que formam parte desta função, com o objetivo deagrupar todos os elementos que podem ser administrados em conjun-to. A Figura 4 é orientadora nesse sentido. Ele identifica um sistemade transformação que possui, como todo sistema, entradas e saídas.O fluxo de entrada é chamado de fluxo inbound ou fluxo de supri-mento físico e o de saída de fluxo outbound ou fluxo de distribuiçãofísica.

Conforme Ballou,2 a logística empresarial trata de todas asatividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxode produtos (bens e serviços) desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos deinformação que colocam os produtos (bens e serviços) em movimen-to, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aosclientes a um custo razoável.

1 CLM: Council for Logistics Management, 1992.2 BALLOU, R. Logística Empresarial. p. 18-27.

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A Função Logística 43

Figura 4 – Fluxo Físico de Materiais

Essa definição identifica as atividades primárias, ou seja,transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos,formando o ciclo crítico da distribuição que pode ser representadopela Figura 5.3

Figura 5 – Nível de Serviço

As atividades de apoio que suportam as atividades primáriassão: a armazenagem, a movimentação de materiais, a obtenção, asembalagens, a tecnologia de informação e a programação de produ-

3 BALLOU, R. Op. cit., p. 26.

Obtenção

MercadoFontes de

Matérias-Primas

Unidades de

Transformação

FLUXO INBOUND (ENTRADA)FORNECIMENTO FÍSICOADMINISTRAÇÃO DE MATERIAISFORNECIMENTO FÍSICO DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

FLUXO OUTBOUND (SAÍDA)

TransporteArmazenamentoMovimentaçãoInventáriosProcessamento de PedidosPlanejamento da ProduçãoCompras, EmbalagemInformação

TransporteArmazenagemMovimentaçãoInventáriosProcessamento de PedidosPlanejamento da DistribuiçãoEmbalagemInformação

TRANSPORTES

NÍVELDE

SERVIÇO

MANUTENÇÃODEESTOQUES

PROCESSAMENTODE DADOS

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A Gestão Logística Global44

tos. Outros autores acrescentam às anteriores inúmeras outras ativi-dades, que podem levar a listagem das atividades logísticas a ter 20ou mais componentes. Assim, pode-se mencionar:

– Armazenagem.– Compras/Suprimentos.– Disposição de Refugos.– Distribuição Física.– Embalagem/Paletização/Fracionamento.– Emissão e Processamento de Pedidos.– Faturamento.– Gestão de Inventários.– Localização Industrial.– Logística Reversa.– Movimentação de Materiais.– Previsão de Demanda.– Serviço ao Cliente.– Suporte de Peças e Serviços.– Transporte.

1.4. O Papel da Logística na Economia e nas Empresas

A logística é vital para a economia e para a empresa, sendoainda um fator fundamental para incrementar o comércio regional einternacional. Sistemas logísticos eficientes e eficazes, ao permitir aredução do custo final dos produtos, significam um melhor padrão devida para toda a sociedade.

A logística empresarial tem como objetivo prover ao clienteos níveis de serviço desejados, o que é possível administrando ade-quadamente as atividades já mencionadas. O tamanho das operaçõeslogísticas em diferentes países e sua relação com os respectivos PIB,permite entender qual é o papel que a logística tem na economia e naempresa. Para a economia norte-americana, o custo logístico pareceter se estabilizado em torno de 10% do PIB, embora o ano 2001apresente o menor valor de todo o período, conforme indica aTabela 5. Para as empresas o custo depende do tipo de atividades eprodutos comercializados.