a evolução da população portuguesa

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A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA Importância dos censos Conhecer a evolução da população e a sua constituição é bastante importante tanto para compreender o passado como para planear melhor o futuro. Por isso, realizam-se recenseamentos (ou censos) que consistem na recolha de dados sobre a população (sexo, idade, naturalidade, profissão, lugar de residência, grau de instrução, etc…). Com estas informações os governantes conseguem fazer uma melhor gestão dos recursos que servem a população. Por exemplo, é possível saber onde existe maior necessidade de construir escolas, centros para idosos, novos hospitais, etc… A natalidade e a mortalidade Os fatores mais importantes que influenciam a evolução da população são: a natalidade: número de nascimentos vivos ocorridos durante um ano a mortalidade: número de óbitos (mortes) ocorridos durante um ano Se a natalidade for superior à mortalidade, a população aumenta. Se a natalidade é inferior à mortalidade, a população diminui. Desta forma, verifica-se o crescimento natural da população: CRESCIMENTO NATURAL = NATALIDADE – MORTALIDADE

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História

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A EVOLUO DA POPULAO PORTUGUESA

Importncia dos censos

Conhecer a evoluo da populao e a sua constituio bastante importante tanto para compreender o passado como para planear melhor o futuro. Por isso, realizam-se recenseamentos (ou censos) que consistem na recolha de dados sobre a populao (sexo, idade, naturalidade, profisso, lugar de residncia, grau de instruo, etc). Com estas informaes os governantes conseguem fazer uma melhor gesto dos recursos que servem a populao. Por exemplo, possvel saber onde existe maior necessidade de construir escolas, centros para idosos, novos hospitais, etc

A natalidade e a mortalidade

Os fatores mais importantes que influenciam a evoluo da populao so:

a natalidade: nmero de nascimentos vivos ocorridos durante um ano

a mortalidade: nmero de bitos (mortes) ocorridos durante um ano

Se a natalidade for superior mortalidade, a populao aumenta. Se a natalidade inferior mortalidade, a populao diminui.

Desta forma, verifica-se o crescimento natural da populao:

CRESCIMENTO NATURAL = NATALIDADE MORTALIDADE

Ao longo do sculo XX e da primeira dcada do sculo XXI verificou-se uma diminuio da mortalidade. Tal deve-se s seguintes razes:

melhoria da alimentao

melhores servios de sade e novos medicamentos

melhoria da habitao, do conforto e da higiene

Por sua vez, tambm se verificou uma diminuio da natalidade. As principais razes para esta diminuio so:

desenvolvimento e divulgao de mtodos contracetivos, que permitem decidir o nmero de filhos que se quer ter

aumento do nmero de mulheres a trabalhar fora de casa, o que obriga despesas com amas e infantrios

No entanto, a natalidade continua a ser superior mortalidade, o que faz com que se tenha verificado um aumento da populao ao longo do sculo XX, com exceo da dcada 1960-1970.

Na atualidade, a populao absoluta portuguesa, ou seja, o nmero total de habitantes em Portugal, de cerca de 10 650 000.

A mobilidade da populao

A evoluo da populao absoluta tambm influenciada pela emigrao (sada de pessoas para o estrangeiro) e pela imigrao (entrada de pessoas para um pas).

Quando a emigrao muito intensa, a populao pode diminuir. Por sua vez, a imigrao contribui para o aumento da populao.

Emigrao

Os principais destinos foram: primeiro pases africanos e americanos, sobretudo o Brasil, e mais tarde Frana e Alemanha. Na ltima dcada, a falta de emprego em Portugal fez com que muitos portugueses emigrassem sobretudo para Angola.

De forma geral, as pessoas emigraram devido a razes de natureza econmica:

procura de melhores condies de vida

procura de emprego e melhores salrios

No entanto, entre 1961 e 1974, muitos portugueses abandonaram o pas por razes de natureza poltica:

discordncia com o regime poltico (ditadura)

recusa em participar na Guerra Colonial

Ao longo de dcadas tem-se verificado uma grande emigrao, o que tem tido como consequncias:

negativas: envelhecimento da populao e diminuio da populao ativa

positivas: diminuio do desemprego e receo de remessas dos emigrantes

Imigrao

Nas duas ltimas dcadas tem-se verificado um aumento da imigrao, sobretudo do Brasil, dos Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa (PALOP) e de pases da Europa de Leste.

Este aumento deveu-se mudana de regime aps o 25 de Abril de 1974 e adeso Unio Europeia que permitiu um desenvolvimento econmico e social que tornou o nosso pas atrativo para populaes de outros pases menos desenvolvidos.

CARACTERSTICAS DA POPULAO PORTUGUESA

Composio da populao por gnero e idade

Conhecer a populao implica tambm saber quantos portugueses so homens ou mulheres e a sua distribuio por idades estrutura etria.

Para caracterizar a estrutura etria comum subdividir a populao em trs grupos etrios (grupos de pessoas com idades semelhantes):

Jovens: at aos 14 anos

Adultos: dos 15 aos 64 anos

Idosos: a partir de 65 anos

Em Portugal tem-se verificado uma diminuio do nmero de jovens, devido diminuio da natalidade e emigrao. Por sua vez, o nmero de idosos tem vindo a aumentar, devido diminuio da mortalidade. Sendo assim, pode-se concluir que a populao portuguesa tem vindo a envelhecer.

Em relao ao gnero, existem mais mulheres do que homens, pois a sua esperana mdia de vida (nmero de anos de vida que uma pessoa tem probabilidade de viver aps o nascimento) maior do que a do sexo masculino.

DISTRIBUIO ESPACIAL DA POPULAO PORTUGUESA

A distribuio da populao

A populao no est distribuda igualmente pelo pas. As pessoas so atradas pelas regies que oferecem melhores condies de vida e maior oferta de emprego regies atrativas. As regies que no oferecem essas condies so designadas como regies repulsivas.

Sendo assim, a populao portuguesa encontra-se mais concentrada no Litoral, onde se localizam as grandes cidades. Por isso, diz-se que a zona do Litoral tem maior densidade populacional (nmero de habitantes por quilmetro quadrado) do que o Interior.

Nas regies autnomas da Madeira e dos Aores, a maior concentrao da populao verifica-se junto costa, onde no passado foi mais fcil o povoamento, e, na atualidade, h mais emprego e melhores condies de vida.

OS CAMPOS: OS VESTGIOS DO PASSADO E AS MUDANAS

Tipos de povoamento

Existem dois grandes tipos de povoamento (modo como as pessoas ocupam e organizam o espao em que habitam e desenvolvem as suas atividades econmicas):

Povoamento rural:

Cujos habitantes se dedicam principalmente agricultura, pecuria e silvicultura

Onde a densidade populacional baixa

Povoamento urbano:

Cujos habitantes se dedicam principalmente ao comrcio, indstria e sevios

Onde a densidade populacional alta

Distribuio do povoamento rural

O povoamento rural pode ser:

Povoamento disperso: se as casas encontram-se dispersas pelos campos

Povoamento agrupado: se as casas agrupam-se em aldeias ou vilas

O povoamento rural disperso mais comum no Litoral Norte, em algumas plancies do Interior, no Litoral Alentejano, na parte ocidental da serra Algarvia e na ilha da Madeira.

O povoamento rural agrupado predomina em todo o Interior de Portugal Continental e no arquiplado dos Aores.

As condies de vida no campo

A habitao

As habitaes do meio rural tm tradio de serem construdas com os materiais da sua regio e so adaptadas ao tipo de clima da regio e s atividades econmicas dos seus habitantes.

Casa rural tradicional do Norte:

construda em granito ou xisto, conforme a rocha predominante da regio

geralmente tem 2 pisos: no inferior abrigam-se os animais e guardam-se os produtos e instrumentos agrcolas, e no superior onde a famlia habita

nas terras mais altas os telhados so muito inclinados devido neve

Casa rural tradicional do Sul:

Construdas em adobe (barro amassado com areia e palha)

Tm um s piso onde habita a famlia. Os animais, produtos e instrumentos agrcolas so guardados em construes junto habitao como currais, celeiros, adegas, etc

As casas das zonas mais quentes (Alentejo e Algarve) so caiadas de barnco para melhor suportar o calor de vero

Casas rurais das regies autnomas

Construdas em basalto

So quase sempre caiadas

Ao longo do sculo XX, a construo tradicional rural tem vindo a ser substituda por um modelo mais prximo do tipo de construo urbana, que proporciona um maior conforto, com o recurso a materiais mais modernos e acessveis a vivenda.

O trabalho

As principais atividades econmicas no meio rural so:

Agricultura

Pecuria

Silvicultura

No entanto, a introduo da mquina nas atividades econmicas tem libertado os habitantes das aldeias para outras atividades profissionais:

no ncleo urbano mais prximo: na indstria ou em servios

em casa ou em pequenas oficinas: atividades artesanais, reparaes mecnicas, eltricas, etc.

O dia-a-dia

A vida da populao do meio rural sofreu grandes alteraes, sobretudo a partir da segunda metade do sculo XX. Destacam-se as melhorias a nvel de:

saneamento bsico: rede de esgotos, canalizao, recolha de lixo, tratamento de gua

infra-estruturas: distribuio de eletricidade e de gs, rede de transportes, estradas

equipamentos coletivos: escolas, centros de sade, campos desportivos, espaos verdes

Hoje em dia frequente as famlias terem carro prprio e a deslocao s vilas e s cidades mais prximas tornou-se mais fcil. Sendo assim o acesso a bens e servios desses meios mais facilitado o que contribui tambm para a melhor qualidade de vida das populaes do meio rural.

No entanto, ainda existem algumas povoaes, sobretudo do Interior, que no tiveram acesso a muitas destas melhorias continuando muito isoladas do resto das povoaes e ncleos urbanos.

PROBLEMAS DA VIDA QUOTIDIANA NAS CIDADES E NO CAMPO

Acessibilidade

As necessidades do mundo moderno tm provocado transformaes importantes nas vias de comunicao. cada vez maior a circulao de pessoas e de produtos e a velocidade das deslocaes fundamental para, por exemplo, as pessoas chegarem a horas ao emprego e os produtos frescos chegarem ao destino em boas condies.

Sendo assim, os meios de transporte e as vias de comunicao tm vindo a sofrer um grande desenvolvimento nas ltimas dcadas. No entanto, possvel verificar desigualdades entre o meio urbano e o meio rural.

No meio urbano

Aspetos positivos:

Variedade de meios de transporte (viatura particular, autocarro, txi, metro, comboio, etc.)

Grande rede de vias de comunicao que interligam os vrios meios de transporte

Aspetos negativos:

Volume de trfego intenso

Demora nas deslocaes, sobretudo nas horas de ponta

Transportes coletivos frequentemente cheios e com dificuldade em cumprir os horrios

Poluio

No meio rural

Aspetos positivos:

Volume de tfego reduzido, por isso as deslocaes locais so rpidas e fceis

Aspetos negativos:

Nmero reduzido de vias e meios de comunicao

Poucos transportes pblicos

Nveis de conforto

A qualidade de vida depende do nvel de conforto da habitao e dos bens e servios a que a populao tem acesso.

Na sua maioria, no meio urbano, as habitaes possuem as condies consideradas mnimas de conforto: gua canalizada, eletricidade e saneamento bsico (instalaes saitrias). No entanto, no meio rural, ainda predominam muitas habitaes sem estas condies mnimas de conforto, sobretudo as mais antigas e mais afastadas de ncleos urbanos.

Tambm a nvel de servios e equipamentos coletivos verificam-se algumas desigualdades. nas cidades que se encontram os melhores e mais modernos hospitais, centros clnicos, universidades, escolas, bibliotecas, teatros, cinemas e recintos desportivos. No meio rural existe pouca oferta de servios de assistncia mdica, maior dificuldade no acesso instruo e cultura e a outros servios teis como bancos.

De uma forma geral, pode-se concluir que no meio urbano onde se encontram melhores nveis de conforto, por isso tem-se verificado um grande movimento da populao do meio rural para os ncleos urbanos. No entanto, tambm as cidades tm os seus problemas, como o trnsito, a poluio e insegurana, o que leva a algumas pessoas a preferirem o meio rural.

OS CENTROS URBANOS: REAS DE ATRAO DA POPULAO

Caractersticas dos centros urbanos

O povoamento urbano corresponde a um espao onde a densidade populacional elevada e onde existe um grande nmero de habitaes e edifcios industriais prximos uns dos outros. Nos centros urbanos possvel apontar algumas caractersticas:

Existncia de um centro histrico: que corresponde ao primeiro ncleo de habitantes. Geralmente nesta zona encontram-se casas comerciais e de servios, centros escolares e de sade, instalaes administrativas e judiciais. sua volta foram crescendo novos espaos habitacionais medida que a cidade foi crescendo

Existncia de poucos espaos verdes: os que existem so geralmente criados pelo Homem

Existncia de grandes centros comerciais: hipermercados e grandes centros comercias surgem nos arredores da cidade

Distribuio do povoamento urbano

Os centros urbanos localizam-se sobretudo junto ao litoral. No Interior existem poucas cidades e so de pequena dimenso.

Nas Regies Autnomas, destacam-se o Funchal, na Madeira, e Ponta Delgada, nos Aores.

As condies de vida no centros urbanos

A habitao

Os edifcios mais frequentes nos centros urbanos so os prdios com vrios andares divididos em apartamentos. No entanto tambm existem outros tipos de habitao que refletem duas realidades bastante diferentes: as vivendas e as barracas.

O trabalho

As principais atividades econmicas no meio urbano so:

Comrcio

Indstria

Servios

O dia-a-dia

Ao longo das ltimas dcadas, tem-se verificado uma melhoria das vias de comunicao e das redes de transporte, o que contribuiu para a reduo da distncia-tempo, ou seja, o tempo gasto em deslocaes.

Nos centros urbanos, o acesso a servios de sade, educao, lazer, etc. bastante mais fcil do que no espao rural. Existe tambm uma maior oferta de bens de consumo e existem tambm mais habitaes e mais bem equipadas. A oferta de emprego maior, bem como o acesso aos estudos e melhores condies de vida. Por isso, considera-se que os centros urbanos so reas atrativas, o que tem provocado o seu aumento e desenvolvimento com a chegada de mais pessoas

PROBLEMAS DA VIDA QUOTIDIANA NAS CIDADES E NO CAMPO

Acessibilidade

As necessidades do mundo moderno tm provocado transformaes importantes nas vias de comunicao. cada vez maior a circulao de pessoas e de produtos e a velocidade das deslocaes fundamental para, por exemplo, as pessoas chegarem a horas ao emprego e os produtos frescos chegarem ao destino em boas condies.

Sendo assim, os meios de transporte e as vias de comunicao tm vindo a sofrer um grande desenvolvimento nas ltimas dcadas. No entanto, possvel verificar desigualdades entre o meio urbano e o meio rural.

No meio urbano

Aspetos positivos:

Variedade de meios de transporte (viatura particular, autocarro, txi, metro, comboio, etc.)

Grande rede de vias de comunicao que interligam os vrios meios de transporte

Aspetos negativos:

Volume de trfego intenso

Demora nas deslocaes, sobretudo nas horas de ponta

Transportes coletivos frequentemente cheios e com dificuldade em cumprir os horrios

Poluio

No meio rural

Aspetos positivos:

Volume de tfego reduzido, por isso as deslocaes locais so rpidas e fceis

Aspetos negativos:

Nmero reduzido de vias e meios de comunicao

Poucos transportes pblicos

Nveis de conforto

A qualidade de vida depende do nvel de conforto da habitao e dos bens e servios a que a populao tem acesso.

Na sua maioria, no meio urbano, as habitaes possuem as condies consideradas mnimas de conforto: gua canalizada, eletricidade e saneamento bsico (instalaes saitrias). No entanto, no meio rural, ainda predominam muitas habitaes sem estas condies mnimas de conforto, sobretudo as mais antigas e mais afastadas de ncleos urbanos.

Tambm a nvel de servios e equipamentos coletivos verificam-se algumas desigualdades. nas cidades que se encontram os melhores e mais modernos hospitais, centros clnicos, universidades, escolas, bibliotecas, teatros, cinemas e recintos desportivos. No meio rural existe pouca oferta de servios de assistncia mdica, maior dificuldade no acesso instruo e cultura e a outros servios teis como bancos.

De uma forma geral, pode-se concluir que no meio urbano onde se encontram melhores nveis de conforto, por isso tem-se verificado um grande movimento da populao do meio rural para os ncleos urbanos. No entanto, tambm as cidades tm os seus problemas, como o trnsito, a poluio e insegurana, o que leva a algumas pessoas a preferirem o meio rural.