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A dimensão Trágica da A dimensão Trágica da Sala de aula Sala de aula Desbatizar o mundo, Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua para ganhar sua presença”(Juarroz,apud presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004) Larrosa,p.351,2004)

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Page 1: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

A dimensão Trágica da A dimensão Trágica da Sala de aulaSala de aula

“ “ Desbatizar o mundo, sacrificar o Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua nome das coisas, para ganhar sua

presença”(Juarroz,apud presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)Larrosa,p.351,2004)

Page 2: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

Cartografias da gestão Cartografias da gestão educacional na sala de educacional na sala de aulaaula Inspiração: Escola de Atenas-obra Inspiração: Escola de Atenas-obra

de Rafael Sanzio(1509-1510)de Rafael Sanzio(1509-1510) Discutir a sala de aula a partir da Discutir a sala de aula a partir da

tragédia - categoria estética que tragédia - categoria estética que pode desencadear em cada um pode desencadear em cada um de nós a valentia e a liberdade de nós a valentia e a liberdade diante dos conflitos pedagógicosdiante dos conflitos pedagógicos

Page 3: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)
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Um cenário e seus Um cenário e seus personagenspersonagens O cenário - Escola de Atenas - mostra O cenário - Escola de Atenas - mostra

inúmeros personagens:inúmeros personagens: Apolo - a medida de todas as coisasApolo - a medida de todas as coisas Diógenes - esparramado nos degrausDiógenes - esparramado nos degraus Heráclito - solitário e pensativoHeráclito - solitário e pensativo Zaratustra - indicando outras Zaratustra - indicando outras

moralidadesmoralidades Atena - indicando o sentido da Atena - indicando o sentido da

educação.educação.

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As múltiplas salas de As múltiplas salas de aulaaula A dimensão trágica da sala de A dimensão trágica da sala de

aula aparece na sua dissonânciaaula aparece na sua dissonância Expressa-se por meio de sua Expressa-se por meio de sua

vitalidade em falar e ensinar vitalidade em falar e ensinar considerando o diverso e considerando o diverso e multifacetadomultifacetado

A imagem indica os contornos da A imagem indica os contornos da ambivalênciaambivalência

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Como lidar com as turbulências?Como lidar com as turbulências? a) aceitar a dimensão trágica da vida a) aceitar a dimensão trágica da vida

considerando o ponto de vista dos considerando o ponto de vista dos gregos.gregos.

b) reconhecer a ambivalência, o que b) reconhecer a ambivalência, o que nos anima pode ser também o que nos nos anima pode ser também o que nos faz tombar.faz tombar.

c)combater discursos proféticosc)combater discursos proféticos d)não deixar-se capturar pelo hábito e d)não deixar-se capturar pelo hábito e

abrir espaço para a imaginaçãoabrir espaço para a imaginação

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O que os gregos nos ensinaram?O que os gregos nos ensinaram?a)Inserir duas forças no cotidiano: a força a)Inserir duas forças no cotidiano: a força

apolínea e dionisíacaapolínea e dionisíacab)encantar-se com a beleza existente ao b)encantar-se com a beleza existente ao

mesmo tempo que outras morrem e mesmo tempo que outras morrem e desaparecem.desaparecem.

c)Calibrar nossa subjetividade para suportar c)Calibrar nossa subjetividade para suportar queda, os embates do dia a diaqueda, os embates do dia a dia

d)A dimensão trágica da vida não nos autoriza d)A dimensão trágica da vida não nos autoriza a depredar e recusar a ordem pedagógica, a depredar e recusar a ordem pedagógica, mas colocá-la em movimento.mas colocá-la em movimento.

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Reflexão diante dos limites de nossa Reflexão diante dos limites de nossa atuação como educadores:atuação como educadores:

a)a) Evitar a imobilizaçãoEvitar a imobilização

b)b) Inserir novas práticas, outras Inserir novas práticas, outras racionalidadesracionalidades

c)c) Envolver o conjunto dos sujeitos nas Envolver o conjunto dos sujeitos nas dinâmicas pedagógicasdinâmicas pedagógicas

d)d) Planejar e criar processos formativos Planejar e criar processos formativos que extrapolem a dimensão do que extrapolem a dimensão do conteúdo e dos certificadosconteúdo e dos certificados

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Foucault e seus Foucault e seus princípiosprincípios Inversão: nem sempre onde está a ordem , Inversão: nem sempre onde está a ordem ,

a verdade, a lógica está toda a realidadea verdade, a lógica está toda a realidade Descontinuidade: existem topografias Descontinuidade: existem topografias

variadas de poder e sabervariadas de poder e saber Especificidade:os nomes e classificações Especificidade:os nomes e classificações

que criamos como uma espécie de que criamos como uma espécie de violência sobre as coisas ao invés de uma violência sobre as coisas ao invés de uma decifração.decifração.

Exterioridade: determinadas contingências Exterioridade: determinadas contingências viabilizam determinadas verdades.viabilizam determinadas verdades.

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Princípios e suas Princípios e suas possíveis aplicaçõespossíveis aplicações Espaço educacional: caracterizado pelo Espaço educacional: caracterizado pelo

ativismo, pelas faltas e precariedades ao ativismo, pelas faltas e precariedades ao mesmo tempo que encontramos mesmo tempo que encontramos generosidade e dedicação. Indagações:generosidade e dedicação. Indagações:

Pela inversão:Ainda que não tenhamos Pela inversão:Ainda que não tenhamos todo o tempo para ler, qual o tempo que todo o tempo para ler, qual o tempo que lemos efetivamente? Sem que outros me lemos efetivamente? Sem que outros me organizem, qual o tempo que destino para organizem, qual o tempo que destino para planejar meu tempo? Inverter as planejar meu tempo? Inverter as perguntas. perguntas.

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Pela descontinuidade:nos queixamos da Pela descontinuidade:nos queixamos da plataforma, por vezes dos conteúdos, dos plataforma, por vezes dos conteúdos, dos sujeitos, dos tempos, outras vezes destacamos sujeitos, dos tempos, outras vezes destacamos as mesmas coisas expressando diferentes as mesmas coisas expressando diferentes topografias de discursotopografias de discurso

Pela especificidade: mostra o limite do Pela especificidade: mostra o limite do especialista da decifração. O que afirmamos do especialista da decifração. O que afirmamos do curso não é tudo, muita coisa não é curso não é tudo, muita coisa não é verbalizada, mas existe. Por ex: Assumir que verbalizada, mas existe. Por ex: Assumir que não temos o hábito da leitura, que o curso só não temos o hábito da leitura, que o curso só interessa em função do plano de carreira, a interessa em função do plano de carreira, a dedicação é mínima pois outras coisas são dedicação é mínima pois outras coisas são prioritárias, etc. prioritárias, etc.

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Pela exterioridade: condições de Pela exterioridade: condições de possibilidade que indicam tendências.possibilidade que indicam tendências.

Sugestão: que num ato de resistência Sugestão: que num ato de resistência enfrentássemos o lugar clandestino da enfrentássemos o lugar clandestino da educação para evitar pedir sempre mais educação para evitar pedir sempre mais generosidade ao invés de dedicação; generosidade ao invés de dedicação; facilitação ao invés de transpiração; facilitação ao invés de transpiração; negociação ao invés de exigência.negociação ao invés de exigência.

A generosidade por vezes é maldita e A generosidade por vezes é maldita e retira a dignidade do cenário implicado retira a dignidade do cenário implicado pelas práticas educacionais.pelas práticas educacionais.

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A provocação dessa reflexão não A provocação dessa reflexão não desmerece as precariedades, mas desmerece as precariedades, mas deseja fazer proliferar outras forças, deseja fazer proliferar outras forças, asas e encantos para que o lugar de asas e encantos para que o lugar de estudante nesse país possa ser outro, estudante nesse país possa ser outro, superando a síndrome da eternização superando a síndrome da eternização da chance para buscar dignidade e da chance para buscar dignidade e qualidade.qualidade.

Qualidade também é reconhecer Qualidade também é reconhecer quando o prosseguimento de um curso quando o prosseguimento de um curso é inviável para aguardar outros é inviável para aguardar outros tempos e condições como estudante.tempos e condições como estudante.

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Qualidades éticas e Qualidades éticas e estéticas de um estéticas de um educador :educador :

a)a) A consolação nos resgata da dor para que A consolação nos resgata da dor para que sejamos devolvidos para a vidasejamos devolvidos para a vida

b)b) O esquecimento - não fixar a vivência O esquecimento - não fixar a vivência frustrada, não fixar a decepção com o frustrada, não fixar a decepção com o outro, não lembrar das atitudes outro, não lembrar das atitudes inconvenientes, encontrar consolação.inconvenientes, encontrar consolação.

c)c) Retornar sem querer salvar, corrigir, Retornar sem querer salvar, corrigir, reparar, mas estabelecer novas reparar, mas estabelecer novas experiênciasexperiências

d)d) Superar a lógica do déficit para produzir Superar a lógica do déficit para produzir movimentos criativos e ousados em movimentos criativos e ousados em direção a uma formação de qualidade.direção a uma formação de qualidade.

e)e) Ser anfitrião da novidadeSer anfitrião da novidade

f)f) Estabelecer metas e desafiosEstabelecer metas e desafios

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Dimensão trágica e Dimensão trágica e seus desafiosseus desafios A sala de aula por vezes anima, por A sala de aula por vezes anima, por

vezes frustravezes frustra Aquilo que é produtivo nela, cansa e Aquilo que é produtivo nela, cansa e

morre nos obrigando a renová-lamorre nos obrigando a renová-la Superar a excessiva influência da Superar a excessiva influência da

máxima comeniana visando ensinar máxima comeniana visando ensinar tudo a todostudo a todos

Todos não estão na sala de aula e nem Todos não estão na sala de aula e nem tudo interessa a quem está lá.tudo interessa a quem está lá.

Nossa capacidade de influenciar, Nossa capacidade de influenciar, educar, desenvolver é relativa.educar, desenvolver é relativa.

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A contribuição de A contribuição de Apolo e DionísioApolo e Dionísio Considerar as medidas, os curriculos, Considerar as medidas, os curriculos,

os padrões de avaliaçãoos padrões de avaliação Encantar-se com a beleza que pode Encantar-se com a beleza que pode

acontecer na sala de aula e ao mesmo acontecer na sala de aula e ao mesmo tempo entender àquelas que morremtempo entender àquelas que morrem

Sensibilizar-se com os estudantes Sensibilizar-se com os estudantes presentes, inteiros, envolvidos, mesmo presentes, inteiros, envolvidos, mesmo percebendo que outros escapam, dão percebendo que outros escapam, dão as costas, fogem.as costas, fogem.

Page 17: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

A interrupção como A interrupção como aprendizagemaprendizagem Talvez alguns estudantes fogem das Talvez alguns estudantes fogem das

medidas em excesso e podem medidas em excesso e podem produzir nossa “regeneração produzir nossa “regeneração docente”docente”

Para a didática existe a medida e a Para a didática existe a medida e a não-medida.não-medida.

Na sala de aula precisamos da Na sala de aula precisamos da medida, mas também da loucura e da medida, mas também da loucura e da ironiaironia

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A experiência no A experiência no contexto da educaçãocontexto da educação

Cada vez mais a possibilidade de Cada vez mais a possibilidade de fazer experiências tem se fazer experiências tem se

reduzido. Motivos:reduzido. Motivos:

a)Excesso de informaçãoa)Excesso de informação

b)Excesso de opiniãob)Excesso de opinião

c) Falta de tempoc) Falta de tempo

d)Excesso de trabalhod)Excesso de trabalho

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Segundo Larrosa, experiência vem do latim Segundo Larrosa, experiência vem do latim “experiri”, provar. O radical é “periri”, que “experiri”, provar. O radical é “periri”, que se encontra também em “periculum”, se encontra também em “periculum”, perigo.A raiz indo-européia é “per”, com a perigo.A raiz indo-européia é “per”, com a qual se relaciona antes de tudo a idéia de qual se relaciona antes de tudo a idéia de “travessia”, passagem, percurso.“travessia”, passagem, percurso.

O sujeito da experiência tem algo desse ser O sujeito da experiência tem algo desse ser fascinante que se expõe atravessando um fascinante que se expõe atravessando um espaço indeterminado e perigoso, pondo-se espaço indeterminado e perigoso, pondo-se à prova e buscando nele sua oportunidade.à prova e buscando nele sua oportunidade.

Page 20: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

O sujeito da experiência não é um sujeito que O sujeito da experiência não é um sujeito que permanece sempre em pé, ereto, erguido.permanece sempre em pé, ereto, erguido.

O sujeito incapaz de experiência é aquele a O sujeito incapaz de experiência é aquele a quem nada acontece, pois não permite ser quem nada acontece, pois não permite ser tocadotocado

Um sujeito incapaz de experiência seria um Um sujeito incapaz de experiência seria um sujeito firme, forte, impávido, sujeito firme, forte, impávido, autodeterminado, anestesiado, definido autodeterminado, anestesiado, definido apenas por seu saber, por seu poder, por sua apenas por seu saber, por seu poder, por sua vontade.vontade.

A experiência é o que nos acontece, é um A experiência é o que nos acontece, é um território de passagem, é um espaço da território de passagem, é um espaço da paixão.paixão.

Page 21: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

Novas cartografias da Novas cartografias da docênciadocência Produzir fluxos, gerar experiências, Produzir fluxos, gerar experiências,

mobilidades visando qualificar os mobilidades visando qualificar os processos formativos.processos formativos.

Apresentar sua natureza anfitriã, Apresentar sua natureza anfitriã, cavando espaços com outros sujeitos na cavando espaços com outros sujeitos na direção da construção de uma instituição direção da construção de uma instituição comprometida com seu tempocomprometida com seu tempo

Colocar em movimento as forças éticas e Colocar em movimento as forças éticas e estéticas em direção a uma gestão estéticas em direção a uma gestão democrática da sala de aulademocrática da sala de aula

Page 22: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

O sentido pedagógico O sentido pedagógico da Tragédiada Tragédia Um exemplo: Antígona de SófoclesUm exemplo: Antígona de Sófocles Tema: moralidade. Indagações:Tema: moralidade. Indagações: 1) Como devo agir?1) Como devo agir? 2)Como posso julgar a minha ação e a dos 2)Como posso julgar a minha ação e a dos

outros?outros? 3)Quais os critérios segundo os quais faço 3)Quais os critérios segundo os quais faço

esse julgamento?esse julgamento? 4)Quais os princípios que devem orientar 4)Quais os princípios que devem orientar

minha ação?minha ação? Fonte:Itinerário de Antígona: a questão da Fonte:Itinerário de Antígona: a questão da

moralidade. Bárbara Freitag. (1992)moralidade. Bárbara Freitag. (1992)

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Funções da TragédiaFunções da Tragédia

1) Expressão artística comunicando 1) Expressão artística comunicando emoções, problemas e conflitosemoções, problemas e conflitos

2)educação do público por meio de 2)educação do público por meio de diálogos permitindo ao público formar diálogos permitindo ao público formar sua opinião após conhecer as partes sua opinião após conhecer as partes diversas do problemadiversas do problema

3)função catártica promovendo uma 3)função catártica promovendo uma identificação dos espectadores com identificação dos espectadores com um ou outro personagemum ou outro personagem

Lição que a Tragédia ensina: agir é Lição que a Tragédia ensina: agir é perigosoperigoso

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A Tragédia como A Tragédia como desafiodesafio Sófocles ensina que toda ação Sófocles ensina que toda ação

humana é suscetível de erro, que humana é suscetível de erro, que cada ponto de vista defendido cada ponto de vista defendido tem sua razão de ser.tem sua razão de ser.

Antígona representa a lei divina Antígona representa a lei divina em nome da qual enterra o irmãoem nome da qual enterra o irmão

Creonte representa a lei dos Creonte representa a lei dos homens e condena Antígona à homens e condena Antígona à morte.morte.

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De onde vem a De onde vem a consolação expressa na consolação expressa na Tragédia por Sófocles:Tragédia por Sófocles: 1) coro dos anciãos1) coro dos anciãos 2) o corifeu( porta-voz)2) o corifeu( porta-voz) 3) Tirésias ( filósofo sábio e 3) Tirésias ( filósofo sábio e

cego chamado Divino)cego chamado Divino)

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Lições da tragédiaLições da tragédia

Evitar a precipitaçãoEvitar a precipitação Coordenar a vigência simultânea das Coordenar a vigência simultânea das

duas leis: dos deuses e dos homens.duas leis: dos deuses e dos homens. O espectador aprende com os erros O espectador aprende com os erros

e a intolerância de Antígona e e a intolerância de Antígona e CreonteCreonte

A prática do bem coincide com a A prática do bem coincide com a busca interminável do conhecimento busca interminável do conhecimento em busca da justiçaem busca da justiça

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Coro e suas palavras Coro e suas palavras finais:finais: Destaca-se a prudência sobremodo Destaca-se a prudência sobremodo

como a primeira condição para a como a primeira condição para a felicidade. Não se deve ofender os felicidade. Não se deve ofender os deuses em nada. A desmedida deuses em nada. A desmedida empáfia nas palavras reverte em empáfia nas palavras reverte em desmedidos golpes contra os desmedidos golpes contra os soberbos que, já na velhice, soberbos que, já na velhice, aprendem afinal prudênciaaprendem afinal prudência

Page 28: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

O coro e a docênciaO coro e a docência

A dimensão trágica da sala de aula A dimensão trágica da sala de aula quer apresentar sua natureza quer apresentar sua natureza anfitriã, para cavar com o educador anfitriã, para cavar com o educador um espaço novo tanto para a um espaço novo tanto para a medida, a ordem quanto para o seu medida, a ordem quanto para o seu avesso para colocar em movimento avesso para colocar em movimento as forças artísticas de um sujeito as forças artísticas de um sujeito interessado em gente e por isso tão interessado em gente e por isso tão importante em um país como o importante em um país como o nosso.nosso.

Page 29: A dimensão Trágica da Sala de aula “ Desbatizar o mundo, sacrificar o nome das coisas, para ganhar sua presença”(Juarroz,apud Larrosa,p.351,2004)

Muito obrigada!!Muito obrigada!! Lúcia Schneider HardtLúcia Schneider Hardt

Profª Fundamentos Profª Fundamentos filosóficos/UFSCfilosóficos/UFSC

E-mail: [email protected]: [email protected]