a aprendizagem da pontuação no ciclo de alfabetização - 4º e 5º anos

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Iniciando a conversa .. . Por: Ms. Denise Oliveira / PactoPnaic, 2016

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A aprendizagem da pontuao por alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental: uma anlise a partir da produo de diferentes gneros textuais

Iniciando a conversa...Por: Ms. Denise Oliveira / PactoPnaic, 2016

Dona Sandra sara de viagem. Sua ausncia duraria aproximadamente dois meses, pois visitariana Alemanha seus parentes, os quais no viam h 20 anos. Mas antes de viajar, dona Sandra deixou um presente. No disse para quem era, mas, no pacote havia um cartozinho em que ela havia escrito dicas para se chegar ao destinatrio do presente. Porm, Sandra estava to apressada que no houve tempo para pontuar o bilhete.

Aps a partida, reuniram-se o filho, a nora, os netos e Renata, sua melhor amiga, para ler o carto e saber de quem era esse pacote enorme e tentador.Para quem o presente?

O filho leu a mensagem, e era evidente que sua me havia deixado o presente para ele. Todos iam saindo preocupados, quando Renata gritou: - Um momento ! Eu sabia que Sandra no ia fazer isso comigo, afinal, sou sua melhor amiga. E acrescentou com um sorriso de triunfo:- Escutem isto.Ento leu o carto em voz alta, e ningum pode duvidar: o presente era para ela.A esta altura dos acontecimentos, todos quiseram ler o carto e viram que os dois no estavam mentindo.Vamos ver se voc descobre o mistrio.

O carto era este:Este presente para meu neto no para minha netatambm no penso d-lo para Renata minha melhor amiga no para meu filho jamais ser dado para minha nora ElisaSandra1) Pontue o bilhete de modo que o presente v para ofilho:2) Pontue o textocomoRenataimaginou:3) Coloque os pontos como onetoimaginou:4) Pontue de modo que o presente v para aneta:5) Coloque os pontos como anoraleu:

Como no puderam chegar a um acordo, tiveram que esperar que dona Sandra voltasse, para saber quem era o afortunado. Por sorte, ela estava arrependida de haver deixado s um presente e trouxe mais quatro surpresas. Desta forma, ningum ficou demos vazias e todos ficaram contentes. E assim, a histria do presente chegou ao fim.Querem saber como terminou esta histria?

Leitura compartilhada

A aprendizagem da pontuao por alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental: uma anlise a partir da produo de diferentes gneros textuais

O lugar natural da pontuao o texto.Os sinais de pontuao so recursos lingusticos necessrios (re)construo do(s) sentido(s) do texto, constituem marcas de organizao textual, traos de operaes de conexo e, sobretudo, de segmentao do texto escrito.Os sinais de pontuao no podem mais ser concebidos, nos dias atuais, como sinalizadores de pausas para respirar (SILVA, 2010, p. 141).

Chacon (1997) destaca que a pontuao marcaria na escrita o ritmo da escrita e no apenas o ritmo da linguagem em geral, circunscrito, em certas concepes tradicionais, ao ritmo da lngua oral (SILVA, 2010, p. 142).

A pontuao parte do que se escreve, no do que se diz. So marcas silenciosas que guiam a interpretao. Assim como o conjunto ordenado das letras d seu perfil grfico a cada palavra (muito alm de sua correspondncia com a pauta sonora), os recursos de apresentao, a mise en page e os sinais de pontuao do o perfil grfico do texto (muito alm de uma correspondncia sempre dbil com pausas da elocuo, nfase, ritmo e entonao) (FERREIRO, p. 153).O que pontuao

A relativa liberdade no uso da pontuao

na maior parte das vezes, sempre existe mais de uma possibilidade de pontuar, sendo a escolha por uma ou outra marca determinada, entre outros fatores, pelas preferncias autorais (SILVA, p. 142). No entanto...existem algumas regras que no autorizam uma liberdade total e irrestrita no uso dos sinais de pontuao. Em outras palavras, nem tudo permitido (SILVA, p. 143)a pontuao est diretamente relacionada aos gneros textuais nos quais ela aparece(SILVA, p. 143).

Os diferentes gneros textuais apresentam usos caractersticos da pontuaoEm alguns gneros, como as notcias e as reportagens, predominam pontos, vrgulas e dois-pontos. J nos contos, sinais como ponto de interrogao, ponto de exclamao, dois-pontos, travesso e reticncias tendem a aparecer com maior frequncia. Em outros gneros, como em alguns poemas, a pontuao pode ser, at mesmo, desnecessria (SILVA, 2010, p. 143).determinados gneros textuais, como os anncios publicitrios, por exemplo, permitem a no-obedincia a determinadas regras gramaticais (ROCHA, 1998), o que seria improvvel em um artigo cientfico, por exemplo (SILVA, 2010, p. 143).

Nas prticas escolares de anlise lingustica devem ser garantidos momentos sistemticos de anlise e reflexo sobre a pontuao caracterstica dos diversos gneros escritos, compreendendo que no se pontua textos abstratos, mas, sim, gneros que apresentam propriedades gramaticais, textuais e scio-discursivas peculiares (SILVA, 2010, p. 140).

Em uma perspectiva psicolingustica, considera-se que a aprendizagem da pontuao se d aps a apropriao do sistema de escrita alfabtica (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985; FERREIRO, 1996).

Nveis de distino entre letras e sinais de pontuao:(SILVA, 2010, p. 144)

o domnio da pontuao ocorria paralelamente ao domnio do formato grfico do texto, isto , textos sem pontuao ou com pouca pontuao tambm no apresentavam organizao grfico-espacial (SILVA, 2010, p. 146).a evoluo da pontuao e do formato grfico do texto ocorriam de fora para dentro: o formato global (organizao grfica externa do texto) antecedia o formato interno (distino entre narrao e discurso direto) do texto e a pontuao externa antecedia pontuao interna (SILVA, 2010, p. 146).Rocha (1996): Constataes da pesquisa

Ao avaliarmos a pontuao utilizada em um texto devemos considerar os seguintes aspectos:A pertinncia da pontuao utilizada;A variedade dos sinais utilizados;A coordenao (ou ausncia de coordenao) entre os sinais de pontuao;A distribuio dos espaos e o uso de maisculas ou outros aspectos grficos;A consistncia da pontuao utilizada ao longo do texto;A possvel especializao de algum sinal para certos aspectos textuais;A interao entre os recursos de paginao e as escolhas lexicais.(FERREIRO, 1996, p. 149)

Um . de continuao

Vivncia comentada

A carta de solicitao

Dirigida a um receptor

Assimetria entre autor e leitor (um que pede e outro que pode ceder ou no ao pedido)

Estilo formal

Frmulas de cortesia estabelecidas convencionalmente para abertura e encerramento

Podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do singular.(As que so redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor atravs da assinatura, enquanto as redigidas na terceira pessoa identificam-no no corto do texto. Ex.: O abaixo assinado, Carlos Henrique, dirige-se a...)

Ncleos informativos:1. O que o solicitante pretende;2. Condies que rene para alcanar o que pretende.

Salvador, 10 de maio de 2016.

Aos Coordenadores Pedaggicos MultiplicadoresPolo 5 Jequi

Prezados(a) Coordenadores(a),

Informo-lhes que estou enviando textos a serem utilizados em nosso prximo encontro nos dias 30 e 31 de maio/2016, ao mesmo tempo em que solicito que realizem uma leitura atenta dos mesmos destacando pontos que considerem ser importantes sobre as assertivas apresentadas pelos autores. Destaco a importncia da leitura prvia dos textos em anexo no sentido de potencializar as atividades planejadas, bem como a gesto do tempo disponibilizado para a abordagem dos temas propostos. Cordialmente,

Denise Claudete Bezerra de OliveiraProfessora Formadora* Local e data* Identificao do destinatrio * Vocativo* Corpo do texto, seguido de argumentos que justifiquem o discurso manifestado* Expresso de despedida* Assinatura* Nome do remetente

Vamos praticar?

Elaborar uma proposta de atividade para as turmas de 4 e 5 anos a partir do gnero carta de solicitao (argumentar). O que observar para o planejamento da atividade:As competncias/habilidades de Lngua Portuguesa para o 4 e 5 anos; Os tempos didticos propostos na rotina do PDAL; As caractersticas do gnero em estudo; As condies de produo o que escrever, a finalidade, o destinatrio; A atividade deve propor:Estratgias de ensino para assegurar as seguintes aprendizagens: localizar de informaes explcitas; interpretar texto inferindo nas ideias implcitas; identificar o efeito de sentido decorrente o uso da pontuao e de outras notaes; diferenciar entre fato e opinio e estabelecer relaes entre partes de um texto, identificar repeties ou substituies que contribuem para a continuidade de um texto; O modo de organizar a produo de texto: individual, em dupla, coletivo para que o professor possa gerenciar a progresso das aprendizagens; A reviso do texto;O cumprimento da funo social do gnero.

AVALIAO DE COMPETNCIAS:

1. TEMA: Ser avaliado como ocorreu a compreenso da proposta de produo textual e seu desenvolvimento no texto produzido.2. GNERO: Ser avaliado o conhecimento organizacional do gnero, ou seja, o domnio do uso das caractersticas bsicas do gnero carta de solicitao.3. COESO/ COERNCIA: Ser avaliada a manuteno da perspectiva da autoria, do remetente, do assunto/informao e dos elementos de tempo e espao, na organizao da sequncia lgica dos enunciados.4. REGISTRO: Ser avaliada a aplicao das convenes e normas do sistema da escrita: ortografia, segmentao de palavras, frases e pargrafos, concordncia e regncia, pontuao.

Socializao da atividade

Sistematizao

Produo de texto na escola

https://www.youtube.com/watch?v=graksZ607ZE

O planejamento e o desenvolvimento da atividade devem proporcionar ao aluno a clareza sobre:

qual a finalidade do texto a ser escrito; o que se deseja comunicar e qual o gnero textual adequado para faz-lo; quem o leitor-destinatrio e quais so as caractersticas dele que precisamos levar em conta como escritores; que tom (registro mais ou menos formal) vai-se poder usar na hora de escrever; em que espao de circulao o texto produzido ser lido; qual suporte ser adequado para divulgarmos o texto naquele espao.

conhecer o gnero em questo, lendo bons textos que servem como modelo para refletir sobre suas caractersticas; viver uma elaborao do tema a ser escrito, antes de comear a escrever, refletir sobre as ideias/ informaes que vai querer expressar; antecipar como vai organizar as ideias/ informaes no texto, de modo a dar conta das propriedades do gnero; revisar a verso inicial do que conseguiu produzir, buscando melhor-la do ponto de vista:da textualidade; da convencionalidade da escrita (obedincia ortografia);do emprego da norma prestigiada, de modo a alcanar, de modo mais eficaz, o objetivo junto ao destinatrio-leitor.Os encaminhamentos adotados para a realizao da atividade ajudaro o aluno a:

Quais conhecimentos lingusticos aqueles estudantes j dominaram e quais eles ainda precisam desenvolver? Seleo lexical apropriada Usou o travesso na primeira ocasio em que era necessrio, mas no o fez no final do texto. Uso da onomatopeia Demonstra conhecer a necessidade de marcar as interrupes do discurso e de segmentar, no interior de um enunciado, as unidades.Domnio da concordncia, da regncia e do emprego dos tempos verbais.

Os poucos erros ortogrficos que poderia ser ajudado a superar envolviam o emprego de acentos (como o de inteligencia) ou a notao de palavras irregulares (H em lugar de Oh!, mais)28

Toda introduo de um gnero na escola o resultado de uma deciso didtica que visa a objetivos precisos de aprendizagem, que so sempre de dois tipos: trata-se de aprender a dominar o gnero, primeiramente, para melhor conhec-lo ou apreci-lo, para melhor saber compreend-lo, para melhor produzi-lo na escola e fora dela; e, em segundo lugar, para desenvolver capacidades que ultrapassam o gnero e que so transferveis para outros gneros prximos ou distantes (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004, p. 69).Para refletir

.FINAL

Referncias:

BAHIA. Secretaria de Educao. Superintendncia de Desenvolvimento da Educao Bsica. Orientaes Curriculares do Trabalho Pedaggico no Ensino Fundamental de Nove Anos. Salvador: Secretaria de Educao, 2013.

DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michelle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequncias didticas para o oral e a escrita: apresentao de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2013. p. 81-108.

FERREIRO, Emlia. et al. Os limites do discurso: pontuao e organizao textual. In: FERREIRO, Emilia. et al. Chapeuzinho Vermelho aprende a escrever: estudos psicolingusticos comparativos em trs lnguas. So Paulo: tica, 1996. p. 123-150.

LEAL, Telma Ferraz; BRANDO, Ana Carolina Perrusi (Orgs.). Produo de textos na escola : reflexes e prticas no Ensino Fundamental. Belo Horizonte: Autntica, 2007.

SILVA, Alexsandro. A aprendizagem da pontuao por alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental: uma anlise a partir da produo de diferentes gneros textuais. Cadernos de Educao: FaE/PPGE/UFPel/Pelotas [35], janeiro/abril 2010. p. 139-169. Disponvel em:https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1618/1501. Acesso em 01/05/2016.