4806955 panorama do novo testamento

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  • 7/28/2019 4806955 Panorama Do Novo Testamento

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    Panorama do Novo TestamentoPanorama do Novo Testamento(Por ((Jeane Ktia SS

    INTRODUOO reino do norte, Israel, havia sido conquistado pelos assrios em 722 a. C., sob a liderana d

    Sargo II, que deportou seus habitantes para a Assria e para outras de suas terraconquistadas (II Reis 17:6). Um remanescente formado por pobres lavradores, foi por ele adeixado e, estes lavradores mesclaram-se com povos de outras naes conquistadas peloassrios, os quais, foram importados para povoarem essa rea conhecida como Samaria.

    O reino do Sul, Jud, por sua vez, foi conquistado pelos babilnios, cuja conquista se deu emtrs levas: (1) Em 605 a. C., ocasio em que Daniel foi levado dentre os cativos para a Babilniabem como, membros da famlia real e lderes abastados e, os trs jovens mencionados emDaniel 1; (2) Em 597 a. C., ocasio em que uma curta rebelio foi suprimida, servindo dpretexto para outra deportao, incluindo Ezequiel; (3) Por ocasio de uma revolta aindposterior, conduzida por Zedequias, que foi sufocada em 586 a. C., resultando na destruicompleta do Templo e na deportao de todos para a Babilnia, exceto algumas pouca

    pessoas pobres, que ali foram deixadas, para evitar que o pas se tornasse num deserto.

    Diferena bsica entre a poltica adotada pelos dois tipos de cativeiros:

    - A poltica dos assrios, foi a de tentar destruir todo o vestgio de linhagem nacional e, assimunir todos os povos num s.- No caso do cativeiro babilnico, este foi mais um exlio, do que um cativeiro propriamente dito

    At por que, o propsito das deportaes no foi tanto destruir as linhagens nacionais, e simpunir aqueles que se opunham ao governo babilnico. Inclusive, foi permitido aos cativos, umcerta parcela de liberdade e, eles podiam at mesmo, eleger seus prprios lderes em suacomunidades. Alm disso, conforme podemos ver no relato bblico, muitos desses exilados stornaram lderes no governo babilnico, como foi o caso de Daniel.

    Mudanas que aconteceram a partir do cativeiro babilnico:-A partir da, esses exilados desenvolveram-se na indstria e no comrcio. At que, durante otempos do Novo Testamento, as comunidades judaicas eram primariamente urbanas comerciais, em vez do meio agrcola e pastoral do Antigo Testamento;

    - Durante esse perodo o nomejudeus entrou em uso pela primeira vez. Este nome denotava povo da nao conquistada de Jud;

    - Surgiram nesse perodo, os grupos de adoradores que se reuniam regularmente para ouvirema Lei lida, uma palavra de exortao ou explicao, o cntico de salmos e a recitao doraes. Esses grupos formaram os primdios da instituio que mais tarde veio a se

    conhecida pelo nome grego de SINAGOGA que significa "reunidos juntos";- Foi ainda durante esse perodo que, finalmente, o povo entendeu que a calamidade advindsobre eles, foi devido idolatria por eles praticada, o que levou ao abandono total dessprtica;

    - Na sinagoga surgiu a importante funo de mestre, os quais, podiam ser de linhagemsacerdotal, ou no. O ensino regular da Torah levou uma nfase renovada sobre o Sbado, circunciso e o jejum. Contudo, algumas influncias sutis das religies da Babilnia e da Prsiforam introduzidas nas instrues religiosas dadas pela sinagoga. E estas doutrinas, podem se

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    vistas nas doutrinas em desenvolvimento acerca da vida depois da morte, angeologia demonologia.

    O Perodo InterbblicoA histria do Antigo Testamento se encerrou com o cativeiro que a Assria imps ao reino dnorte, Israel, com o subseqente cativeiro babilnico do reino do sul, Jud e, com o regresso Palestina de parte dos exilados, quando da hegemonia persa nos sc. VI e V a. C.. No NovTestamento, a Palestina subserviente aos romanos. A histria poltica que denota estmudana incide em quatro partes: o perodo persa, o perodo grego, o perodo macabeu ohasmoneu (tambm conhecido como sendo o perodo da independncia), e o perodo romano.

    Esse perodo ficou conhecido, como: "Perodo Interbblico" ou, "Perodo do Silncio ProfticoEmbora no houvesse revelao proftica durante os 400 anos desse perodo Interbblicohouve neles intensa atividade dos judeus e aconteceram fatos importantssimos para a histriisraelita. Para se entender melhor o NT bom pesquisar a histria secular daquele perodosobre a qual daremos rpida pinceladas.

    O perodo Persa (538 - 331 a. C.)Ciro, tendo unido as naes da Mdia, Ldia e Prsia, capturou a Babilnia em 538 a. CEle confirmou muitos dos judeus em suas posies de autoridade governamental. de sressaltar, que a poltica por ele adotada, foi a de permitir o retorno dos povos conquistados parsua terra de origem. Todavia, a maioria dos judeus estavam satisfeitos na Babilnia, tenddecidido ali permanecer, pelo que, apenas 50.000 judeus retornaram Palestina, sob a liderande trs homens em trs pocas diferentes:

    1 volta, sob Zorobabel, prncipe da linhagem real de Davi, em 535 a. C. - D-se incio reconstruo do templo;2 volta, sob Esdras em 485 a. C. D-se incio s reformas, as quais, deveriam ter resultadode longo alcance;

    3 volta, sob Neemias em 445 a. C., este, e depois Malaquias, deu continuidade s reformainiciadas por Esdras;

    Os judeus que optaram por permanecerem na Babilnia, contriburam financeiramente com oque voltaram, afim de que pudessem reconstruir o Templo e a cidade de Jerusalm.

    Os adversrIos da reconstruo do templo, eram uma combinao dos povos, que ali foramdeixados, aps as deportaes sob os assrios e os babilnios; os povos trazidos por Sargo para povoarem o pas; e, os inimigos anteriores dos dois reinos de Israel e de Jud que, em suausncia, tiveram oportunidade de estenderem seus limites de influncias. Os descendentes docasamentos mistos desses grupos foram denominados "SAMARITANOS". Da, a razo d

    rivalidade encontrada no Novo Testamento entre judeus e samaritanos.Em 516 a. C., sob a pregao de Ageu e Zacarias, a reconstruo do templo, finalmente, chegoao fim. Nesse perodo, o oficial mais alto politicamente, era o sumo-sacerdote, o qual, erescolhido mediante aprovao do governo persa.

    Anos mais tarde, ainda durante o perodo interbblico, deu-se a construo do templo no montGerizim, onde os samaritanos passaram a adorar (Jo. 4), o que, sem dvida, veio alargar aindmais a separao entrejudeus e samaritanos.

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    O perodo Grego (331 - 167 a. C.)

    Alexandre, O Grande, tornou-se senhor do antigo Oriente Mdio, ao infligir sucessivaderrotas aos persas, quando das batalhas de Granico (334 a. C.), Isso (333 a. C.) e Arbel(331 a. C.). Admirador que era da cultura grega, Alexandre ordenou que esta fosse ensinada emtodo o seu imprio (foi o chamado HELENISMO, porque a Grcia antiga era chamadHLADA), razo pela qual, a lngua grega, veio a se tornar a lngua comumente falada nessperodo e, at mesmo, nas ruas de Roma nos tempos do Novo Testamento.

    Uma vez que Alexandre, o Grande, no tinha herdeiro para o seu trono, com a sua morte, ao33 anos de idade, em 323 a. C., seu vasto imprio foi dividido em quatro pores entre seuquatro generais, duas das quais, so de suma importncia no pano-de-fundo ddesenvolvimento histrico do Novo Testamento, foram eles: os Selucidas e os Ptolomeus.

    O Imprio dos ptolomeus, centralizava-se no Egito, tendo Alexandria por capital. A dinastigovernante naquela fatia do imprio veio a ser conhecida como ptolomeus.O imprio Selucida centralizava-se na Sria, e tinha por capital Antioquia. Alguns dentre casa ali reinante, receberam o apodo de seluco, mas diversos outros, foram chamados dantoco.

    A Palestina, premida que estava entre esses dois imprios, veio a se tornar vtima da rivalidadexistente entre eles. princpio, os ptolomeus a dominaram por 122 anos (320 a 198 a. C.porm, os judeus gozavam de boas condies nesse perodo e, segundo a tradio, foi soPtolomeu Filadelfo (285 - 246 a. C.), que se deu a escrita da SEPTUAGINTA por 70 sbio

    judeus.

    Contudo, em 198 a. C., Antoco III (da Sria), derrotou o Egito e, a Palestina passou a ficasob o domnio deste. Em virtude disso, surgiu entre os judeus duas faces: a "casa de Onias(pr-Egito) e a "casa de Tobias" (pr-Sria). Foi nessa poca que a Palestina foi dividida emGalilia, Judia, Samaria, Peria e Tranconites. Vale dizer, que no comeo, os judeus puderamexercer sua religio, sob a orientao do sumo-sacerdote.

    A perseguio aos judeus, s teve incio, quando Antoco IV ou Epifnio, assumiu o podeEste, Intencionava helenizar a cultura judaica, o que incluia, a freqncia de judeus aoteatros gregos; adoo de vestes no estilo grego; cirurgia com o fim de se fazer a remoo damarcas da circunciso; e, a substituio de nomes hebraicos por nomes gregos; para isso

    Antoco Epifnio fez a substituiao do sumo-sacerdote Onias III por um irmo deste, Jasom, helenizante, o qual, planejava transformar Jerusalm numa cidade grega. Os judeus que sopunham paganizao de sua cultura, eram chamados os "Hasidim", os piedosos que grosso modo equivale a puritanos; Neles tiveram origem os fariseus e, provavelmente, oessnios.

    A prtica da SIMONIA (venda de cargos sacerdotais), introduzida por Antoco Epifnio, veio

    resultar, POSTERIORMENTE, em srios problemas para os judeus, ocasionando na destruide Jerusalm e na profanao do templo. Entretanto, a resistncia judaica se fez sentprontamente.

    A Revolta dos Macabeus

    Esta resistncia se deu quando Matatias, um sacerdote idoso, recusou-se a oferecer umsacrifcio pago no altar do Senhor e, tirou a vida de um judeu que se prontificou em faz-lomatando tambm em seguida, o agente real enviado por Antoco Epifnio. Tendo feito isso

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    Matatias fugiu para a regio montanhosa, com seus cinco filhos e outros simpatizantes; e, partir da, teve incio o que ficou conhecido como sendo a Revolta dos Macabeus;

    Judas, Macabeu, foi o primeiro filho de Matatias que o substituiu aps sua morte. Ereconquistou Jerusalm, purificou e reconstruiu o templo no ano 165 AC. Esse feito de JudaMacabeu passou a ser comemorado pelos judeus como Festa da Dedicao. Judas exerceo governo sacerdotal e militar, fundado uma dinastia que durou 100 anos.

    de se ressaltar, que a revolta dos macabeus foi tambm uma guerra civil entre prhelenizantes e anti-helenizantes; tendo o conflito prosseguido mesmo aps a morte de Epifni(163 a. C.). Finalmente, os macabeus recuperaram a liberdade religiosa, consagraramnovamente o templo, conquistaram a Palestina e expeliram as tropas srias da cidadela quocupavam em Jerusalm.

    Judas Macabeu foi morto em batalha (160 a. C.), seus irmos, Jnatas e, posteriormentSimo, sucederam-no na liderana. Declarando-se herdeiros presuntivos do trono Selucidaum em oposio ao outro, puderam obter concesses favorveis aos judeus. Jnatas comeoa reconstruir as muralhas danificadas e os edifcios de Jerusalm. E, assumiu igualmente, ofcio sumo-sacerdotal. Simo conseguiu o reconhecimento da independncia judaica da part

    de Demtrio II ( um dos que tambm competiam pela coroa dos selucidas), tendo renovado tratado com Roma, que originalmente fora firmado por Judas. Tendo sido proclamado como "grande sumo-sacerdote, comandante e lder dos judeus", Simo passou a reunir oficialmentem sua pessoa a liderana religiosa, militar e poltica do estado judeu.

    O perodo subseqente da dinastia hasmoneana (142-37 AC), consiste de um relato dcontendas internas, derivadas da ambio pelo poder e, isso, fez com que muitos dos hasidinse alienassem de suas inclinaes religiosas.

    O Perodo Romano

    Finalmente, porm, o general romano Pompeu, subjulgou a Palestina em 63 a. C., de modo qudurante o tempo do Novo Testamento , a Palestina estava dominada pelo poderio romano.

    Este general, colocou o idumeu, descendente de Esa, de nome Antipas como governador dJudia. Antipas foi o pai de Herodes, que reinava quando Jesus nasceu. Foi ele quem mandomatar as criancinhas em Belm, na tentativa de eliminar Jesus, o verdadeiro Rei dos JudeusJesus nasceu quatro e cinco anos antes da data oficial dada como do seu nascimento. Este foum erro dos historiadores. Herodes, o Grande, foi rei de 37 AC a 3 AC. Esse Herodes foi pai dHerodes Antpas, o que mandou matar Joo Batista. O Herodes Agripa era neto de Herodes, Grande, o que reinava quando Jesus nasceu. Houve ainda outros Herodes, que no tem grandimportncia.

    Importante notar que certos fatos da Bblia se relacionam com diferentes Herodes. O Antipamatou Joo Batista; o Agripa matou Tiago e prendeu Pedro; o grande matou as crianas emBelm e construiu o templo de mrmore em Jerusalm; Pilatos apresentou Jesus ao AntipasMas, todos era chamados Herodes. Houve ainda o Herodes Filipe, que foi tetrarca, era irmo dHerodes Antipas. Herodias era esposa legtima de Herodes Filipe, tornando amante de Herode

    Antipas, seu irmo. A condenao de tal ato custou a cabea de Joo Batista.

    I. INSTITUIES EXISTENTES NA POCA DE CRISTO

    O Sindrio Era o supremo conclio dos judeus. Surgiu nos tempos de Esdras e Neemias tinha a misso de zelar pela pureza religiosa do povo judeu. Era presidido pelo sumo sacerdote, constitua-se de 70 membros entre sacerdotes e nobres fariseus, saduceus e escribas.

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    A Sinagoga Durante o perodo do silncio proftico surgiu tambm um instituio que veio exercer enorme influncia na disseminao do Cristianismo: a SINAGOGA. Era uma escola paros judeus. Surgiu, mais precisamente, por ocasio do cativeiro babilnico, quando os judeusentiam a falta do templo. A Sinagoga tornou-se o lugar de reunio dos judeus, onde quer quhouvesse um grupo deles. Obteve importncia e se espalhou, existindo ainda hoje no mundinteiro. Segundo o relato bblico, Jesus foi sinagoga e leu as Escrituras (Lc.4.14-21); e

    ensinava frequentemente nas sinagogas (Mt. 4.23; 12.9; 13.54; Mc. 1.39; 6.2; Lc.4.15Jo.18.20). Os missionrios tinham nas sinagogas um ponto de apoio, por onde iniciavam o setrabalho (At. 9.20; 13.5; 14.43; 15.1; 17.1,2; 18.4; 19.8).

    O Templo Salomo construiu o primeiro templo, que foi destrudo por Nabucodonosor. Esdraconstruiu o segundo, mas o templo por ele edificado perdia muito para o de Salomo, sendcomparativamente muito pobre (Ed.6.14; Ag.2.9). Os velhos, que conheceram o primeirtemplo, choravam ao ver a pobreza do segundo (Ed.3.12). Ento, Deus enviou o profeta Ageuque os exortou (Ag. 2.3). Este templo foi destrudo quando Antoco Epifnio ordenou destruio de Jerusalm em 168 a. C.. Em 19 a. C., Herodes, o Grande, tendo causado tantomales aos judeus, quis fazer algo de bom, pelo que construiu um templo para os judeus, o quafoi construdo com enormes blocos de pedra (Mc.13.1,2). Esse templo foi destrudo no ano 7

    AD pelo exrcito romano. No seu lugar existe hoje uma riqussima mesquita muulmana.II - GRUPOS RELIGIOSOS QUE VIERAM A EXISTIR DURANTE O PERODOINTERTESTAMENTRIO:

    Os Fariseus Esse o grupo maior e mais importante. A palavra em si significa "separatistastendo sido, provavelmente, aplicada como expresso de escrnio aos oponentes. maprovvel que eles foram os sucessores dos "hasidins". Seja qual for sua origem, os fariseuforam o resultado final do movimento que teve os seus primrdios com Esdras, intensificadpelos hasidins, sob os srios e romanos, contudo, os propsitos polticos e as intrigas derivadada ambio pelo poder por parte dos hasmoneanos, alienaram muitos dos Hasidins de suainclinaes religiosas. Eles tinham maior controle sobre o povo do que os saduceus, que eram

    mais abastados e politicamente poderosos. Os fariseus controlavam a Sinagoga, e s elesobreviveram Guerra Judaico-Romana de 66-70 DC. Para o fariseu, a tradio oral suplantoa Lei. Este era o principal ponto em que divergiam dos saduceus, que no viam nenhumnecessidade de alterar a lei. Os fariseus diziam, que as finas distines das tradies orais erampara facilitar o cumprimento da lei sob novas condies e, tornar virtualmente impossvel pecase. Eles tambm colocavam uma forte nfase sobre a providncia divina nos assuntos dhomem. No perodo neo-testamentrio, seus seguidores eram tidos, como sendo os mazelosos no cumprimento dos preceitos religiosos e das tradies; todavia, Jesus os chamou dhipcritas, porque se preocupavam mais com a aparncia (Mt.23.13-35).

    Os Saduceus Seita que surgiu na mesma poca em que surgiram os fariseus. Tiveram suorigem nos partidrios aristocrticos de pendores polticos do sacerdcio hasmoneanoGabavam-se de sua fidelidade lei mosaica, em contradistino tradio oral; contudo, erammuito liberais, pelo que, aceitavam a cultura grega, razo pela qual, eram odiados pelos fariseusEram mais voltados para o aspecto poltico. Controlavam o Sindrio e qualquer resqucio dpoder poltico que restava. O sumo sacerdote era sempre o lder deste grupo, pelo que, tambmcontrolavam o templo. Era um grupo fechado e no procurava proslitos como faziam ofariseus. Teologicamente conservadores (diziam), limitavam o cnon Torah ou PentateucoRejeitavam as doutrinas da ressurreio, demnios, anjos, espritos, e advogavam a vontadlivre, em lugar da providncia divina.

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    Os Herodianos Os saduceus da extrema esquerda eram conhecidos como herodianosTirando o nome da famlia de Herodes, eles baseavam suas esperanas nacionais nessa famlie, olhavam para ela com respeito ao cumprimento das profecias acerca do Messias. Elesurgiram cerca de 6 DC. Eram de um tipo bajulador do rei, mais polticos do que religiososFaziam uma oposio inconseqente obra de Deus, unindo-se aos inimigos de Jesu(Mt.22.16 e ss).

    Os Escribas- Naquele tempo no havia outro meio conhecido para se tirar cpias de qualqueescrito, por isso, a classe dos escribas era muito importante. Eles se ocupavam de copiarespecialmente, as Escrituras mo. Como se ocupavam de copiar as Escrituras, eramprofundos conhecedores de seu texto, por isso eram muito respeitados. Vale lembrar, quEsdras era sacerdote e escriba.

    Outros grupos existentes na poca so menos importantes para ns, porque o texto nfala deles, como:

    Essnios Eles representavam o desenvolvimento na extrema direita dos fariseus. Eram tfanticos no seu zelo legalista que se separaram, afim de viverem uma vida asctica, naregies desrticas ao redor do Mar Morto e viviam uma vida rigidamente devota. A partir do

    documentos de Qumram, parece que eles aguardavam um messias que iria combinar alinhagens real e sacerdotal, numa estrutura escatolgica. Esse grupo no mencionado nNovo Testamento. Alguns pensam que Joo Batista fez parte desse grupo, mas no existemprovas disso.

    Zelotes Destes, a Bblia diz apenas que ao apstolo Simo Cananita era zelote (comparaMt. 10.4 com Lc. 6.15). Naturalmente, quanto a Simo, ele se converteu e abandonou o separtido. Estavam interessados na independncia da nao e sua autonomia, ao ponto dnegligenciarem toda outra preocupao. Foram os zelotes que empreenderam uma revolta nano 66 D C, que culminou com a destruio de Jerusalm pelo exrcito romano, comandadpelo general Tito.

    Zadoquistas Eram a ala extremista dos saduceus, que se chamavam filhos de Zadoque oeram apelidados disso. Eram missionrios fervorosos, em busca de um mestre de justia quchamasse Israel de volta ao arrependimento e apareceria no advento do Messias. Elefracassaram no seu intento de promover uma reforma religiosa no II sculo AC e, por isso, forampara Damasco, onde fundaram uma comunidade que denominaram Nova Aliana. Algunvoltaram como missionrios para sua terra natal e depararam com a amarga oposio por partdos fariseus e saduceus. A descoberta de documentos na comunidade de Qumram sugeralguma relao entre os zadoques, os essnios e essa comunidade. Aceitavam toda a palavrescrita, mas rejeitavam a tradio oral. Eram muito abnegados na vida pessoal e leais aoregulamentos da pureza levtica. Deram grande nfase necessidade de arrependimento.III - LITERATURAS PRODUZIDAS NO PERODO INTERBBLICO: APCRIFOS

    Durante o perodo do silncio proftico surgiram muitos APCRIFOS e algumas obras sobre atradies judaicas, como a MISNA , a GEMARA, a MIDRASIM e a CABALA. Escritos emhebraico, aramaico e grego, e datados posteriormente dos perodos inter e neo-testamentrioos livros apcrifos do Antigo Testamento contm histria, fico e literatura de sabedoria

    Apcrifa, um vocabulrio grego que significa "aquilo que est oculto"; mas nos dias dJernimo, designava nova literatura "falsa", isto , no inspirada. Este sentido permaneceu erefere-se coleo de livros no-cannicos, incorporados Septuaginta e Vulgata Latina. O

    judeus e, posteriormente, os cristos primitivos, de modo geral, no reputavam esses livro

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    como Escritura Sagrada; razo pela qual, o termo apcrifos, que originalmente significav"oculto, secreto", e, por conseguinte, "profundo", terminou por significarno-cannico.

    Vale dizer, ainda, que pela data e pelo local em que cada apcrifo foi produzido, deduz-se quos nomes dados aos livros, no coincidem com a realidade, o que nos leva a concluir que snomes supostos e no-verdadeiros. Essas obras de tradio passaram a receber dos judeuvalor igual ao das Escrituras, ao que Jesus condenou, dizendo: E assim invalidastes, pela voss

    tradio, o mandamento de Deus." (Mt.15.6). E Por que transgredis vs tambm mandamento de Deus pelas vossa tradio? (Mt.15.3).

    IV -PERSPECTIVA JUDAICA NO AMBIENTE DO N.T.

    Devido os 400 anos de silncio proftico, o povo estava sedento por ouvir novamente algumque, como verdadeiro porta-voz de Deus, pudesse dizer com autoridade "assim diz o Senhorainda que isso fosse seguido de uma dura palavra de advertncia, dirigida ao povo. E, nesscontexto de grande expectativa, que surge Joo Batista pregando no deserto, o que, semdvida, explica a atitude de aceitao popular, em relao sua pregao de arrependimento

    Alm disso, havia tambm o fato, de que Joo Batista em tudo se assemelhava, com a imagemque tinham dos profetas antigos, em especial, do profeta Elias.

    Messianismo- Os judeus, dominados que estavam pelo imprio romano, ansiavam pela vinddo Messias anunciado pelos profetas. Todavia, a viso que tinham do Messias, era a de umgrande Rei que viria para libert-los do jugo dos seus opressores, bem como, elev-los comnao, perante as demais naes existentes em seu tempo.

    Ao fazer o milagre da multiplicao dos pes, alimentando toda a multido que O seguia, Jesufez com que os judeus se lembrassem do Man, enviado dos cus, para alimentar o povo deIsrael quando peregrinava no deserto. Os judeus queriam um grande Rei, para eles, o milagrda multiplicao dos pes feito por Jesus, era um sinal, de que o Messias esperado havichegado e, por isso, tentaram coro-LO como Rei de Israel. Os judeus no ansiavam por umMessias sofredor, e sim, por um Messias que mesmo das pedras pudesse tirar o alimento para

    sustento de Seu povo (Mt. 4:3-4).Porque os principais lderes religiosos rejeitaram a Jesus? (70 semanas X ganncidesses lderes);- Porque Jesus proibiu aos seus discpulos que anunciassem que Ele era o Messiaesperado?

    Assim, vimos algumas informaes teis ao entendimento de textos bblicos do NT, que seriamde difcil compreenso sem essa base .

    V - ESTRUTURA LITERRIA DO N.T.

    O CNON DO NOVO TESTAMENTO consiste dos livros aceitos pela Igreja primitiva, como Escrituradivinamente inspiradas. O termo cnon, princpio significava vara de medir, mas terminoadquirindo o sentido metafrico de padro. No que tange ao Novo Testamento, refere-squeles livros aceitos pela Igreja como o padro autoritativo de crena e conduta.

    Como os cristos, princpio, no contavam com quaisquer dos livros que figuram emnosso Novo Testamento, eles dependiam do Antigo Testamento, de uma tradio oral acercdos ensinamentos, da obra remidora de Jesus e, de revelaes diretas da parte de Deus, pomeio dos profetas cristos. Porm, algumas razes de ordem prtica tornaram necessrio que Igreja desenvolvesse a relao de livros que deveriam compor o Novo Testamento. Isso por que

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    herticos como 1Mrcion estavam formando seu prprio cnon das Escrituras e estavamlevando o povo ao erro.

    Marcion propunha a existncia de dois deuses, um mal, o do Velho Testamento, para criar eum bom para redimir. Quando Marcion formou seu Cnon do Novo Testamento, a Igreja se viforada como auto-defesa a se preocupar com o problema de definir quais livros seriamconsiderados cannicos e autoritativos para a f e para a vida. Um pequeno credo para provar

    ortodoxia foi logo elaborado, afim de atender a uma necessidade prtica. Foi nesse perodo, quo prestgio do bispo foi aumentado, devido forte nfase sobre seu ofcio, como centro dunidade contra a heresia. Em troca, isto provocou o posterior desenvolvimento da proeminncido bispo romano.

    Um outro motivo que levou a Igreja providenciar a formao do Cnon, que os cristosuma vez que estavam sendo perseguidos, no estavam dispostos a arriscar suas vidas por umlivro, se no estivessem certos de que ele integrava o Cnon das Escrituras. Como os apstoloestavam saindo de cena, havia a necessidade de alguns registros, que seriam reconhecidocomo autorizados e dignos de adorao.

    O maior teste do direito de um livro estar no Cnon era se ele tinha os sinais d

    apostolicidade ou se era escrito por um apstolo ou por algum ligado intimamente aoapstolos, como Marcos, o autor do segundo Evangelho, que, provavelmente, contou com ajuda de Pedro. A eficcia do livro na edificao quando lido publicamente, e sua concordncicom a regra de conduta e f, serviam tambm de testes. Na anlise final, o que contava para deciso sobre que livros deveriam ser considerados cannicos e dignos de serem includos nNovo Testamento era a verificao histrica de autoria ou influncia apostlica ou a conscinciuniversal da Igreja dirigida pelo Esprito Santo: " dinmico? - Veio acompanhado do podedivino de transformao de vidas?" Alm disso, os pais da igreja tinham a prtica de "em casde dvida: "jogue fora". Isso acentua a validade do discernimento que tinham sobre os livrocannicos.

    de se ressaltar, que o desenvolvimento do Cnon foi um processo demoradobasicamente encerrado em 175 DC, exceto para o caso de uns poucos livros. Tiago, II PedroII e III Joo, Judas, Hebreus e Apocalipse estavam entre os livros, cujo lugar no Cnon ainda erdiscutido. A demora da incluso destes livros deveu-se, sobretudo, incerteza de sua autoriaPorm, Atansio, bispo de Alexandria, em sua carta em 367 DC Igreja sob sua jurisdiorelacionou os mesmos 27 livros do Novo Testamento atual. Conclios como o de Calcednia em451, apenas aprovaram e deram uma expresso uniforme, quilo que j era um fatogeralmente, aceito pela Igreja. A demora com que a Igreja aceitou Hebreus e Apocalipse comcannicos, indica-nos o cuidado e a ateno que ela dispensou a este problema.

    VI - CARACTERSTICAS DOS LIVROS DO NT

    1. Os Evangelhos Sinpticos Sinptico uma palavra que significa visto do mesmngulo, observado do mesmo ponto de vista ou visto sob a mesma tica. So eles: MateusMarcos e Lucas. Eles mostram Jesus, que nasceu de Maria, viveu como homem, foi batizado nrio Jordo por Joo Batista, fez milagres, ensinou, morreu na cruz, ressuscitou e, ordenou quos discpulos anunciassem o Evangelho a todos os povos. Contudo, o estudioso da vida d

    Marcion deixou sua cidade natal, Ponto, em 138 DC e foi para Roma, onde se tornou influente na Igreja RomanaPor entender que o Judasmo era mau, rejeitou a Bblia hebraica e o Iav nela representado. Ele formou seprprio cnon, que inclua o Evangelho de Lucas, os Atos e dez Cartas identificadas com o nome de PauloEmbora seus negcios tenham feito dele rico o bastante para prestar uma substancial ajuda Igreja Romanaele foi expulso por causa de suas idias. Ele fundou, ento, sua prpria igreja.

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    Jesus, de imediato tem de se defrontar com o "problema sinptico": Porque os trs primeiroevangelhos (ou sinpticos) so to parecidos entre si?

    O problema sinptico entra em foco quando a seguinte estatstica observada: Cerca 93-95%do Evangelho de Marcos reproduzido em Mateus e Lucas. Dos 661 versculos contidos emMarcos, todos, exceto cerca de 30, so encontrados nos outros dois sinpticos. A substncia d606 versculos pode ser encontrada em Mateus (correspondendo a 500 por causa de diferent

    disposio do contedo). Lucas reproduz cerca de 320 versculos de Marcos, incluindo 24 quMateus no usou. Isso significa que dos 661 versculos contidos em Marcos, somente 30 naparecem nos outros dois . Isso significa que 93-95% de Marcos encontrado ou em Mateuou em Lucas, mas, somente 58% de Mateus e 41% de Lucas encontrado em Marcos (eapenas 8% de Joo comum a Marcos).

    As concordncias e coincidncias so bem impressivas no Novo Testamento grego. Versculoidnticos nos trs Evangelhos e, idnticos em dois, so imediatamente evidentes. concordncia, em um grande nmero de casos, encontrada no vocabulrio e na ordem dpalavras. Em outros exemplos, so usados sinnimos, e observada a ordem invertidaTambm se observa que a ordem geral da narrativa de eventos seguida. Quando um dooutros dois Evangelhos diverge da ordem de Marcos, o outro fiel a ele. Mateus e Lucadificilmente concordam juntos em contraposio a Marcos.

    Este o problema sinptico. a tarefa do estudante do Novo Testamento tentar explicar asemelhanas e divergncias nos trs Evangelhos. "Porque eles tm tantas coisas em comum, como explicar as diferenas?".

    difcil para muitos, aceitar a idia de que os escritores dos Evangelhos poderiam ter usadhistrias, tanto escritas quanto orais, acerca da vida de Cristo. Sua concepo dos Evangelhos que o Esprito Santo deu o material a cada um dos escritores de maneira mecnica; ou seja, oautores dos Evangelhos eram simplesmente penas nas mos do Esprito Santo. Contudo, prefcio do Evangelho de Lucas (1:1-4), afirma claramente que ele havia investigado muitinteiramente o material a ser escrito. Isso indica que Lucas teve acesso a fonte tanto oraiquanto escritas. Deve ser presumido, ento, que os escritores dos Evangelhos tambm usaram"fontes" para sua obra.

    [Sugerir a leitura do captulo 3 (pg. 55 - 71 - a partir do ttulo: Crtica da fonte) do livro: "Introduo ao Estudo do NovTestamento".Autor: Broadus David Hale. 3 edio - editora: Juerp. 1989. RJ].

    2. O Evangelho Segundo Joo no pode ser contado entre os sinpticos, porque Joo quimostrar Jesus de outro ngulo. Ele fada de Deus, Criador do mundo, que se fez carne e habitoentre ns. Fala dos milagres e dos ensinos de Jesus, mas para provar que Jesus Deus.

    Foi Joo quem registrou a polmica de Jesus como os fariseus, em que Jesus disse: Eu sou po da vida, Jo.6.35. Porque Eu desci do cu (v.38); Eu sou o po que desceu do cu (v.41

    etc. S Joo registrou palavras de Jesus, como: Eu e pai somos um ( Jo.10.30) e, quem mv a Mim vm o Pai (Jo.14.9) e Para que todos sejam um, como tu, Pai, o s em Mim, e eem ti... (Jo.17.21). Finalmente, o que encontramos em Mateus est em Marcos e Lucas, mano est, de modo geral, em Joo. E nem tudo o que est em Joo encontramos nos trsinpticos.

    Evidentemente, Joo era da opinio que os evangelistas sinpticos j haviam apresentadinformaes suficientes sobre o ministrio na Galilia e sobre o Reino de Deus; por esta razosua nfase recaiu sobre a Divindade de Jesus.

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    3. O Livro de Atos Fala da fundao da Igreja, que aconteceu no dia do Pentecoste; do vivedirio dos cristo primitivos; de suas lutas; perseguies e vitrias; e, da expanso dEvangelho atravs das obras missionrias iniciadas com Paulo e Barnab.

    4. As Epstolas Ou Cartas so interpretaes dos ensinos de Jesus e o estabelecimento ddoutrina crist. Elas foram escritas para atender necessidades da poca, e no, com objetivo de compor um volume, como a Bblia que temos hoje. Contudo, Deus estav

    coordenando tudo, visando o estabelecimento da doutrina crist para que, todos os povos emtodas as pocas, pudessem conhecer a Verdade do Evangelho de Cristo. Essas epstolaso:

    Doutrinrias Especialmente Romanos, Glatas e Hebreus; embora as outras tambmtratem do assunto. Um manual de vida crist 1 e 2 Corntios, 1 e 2 Timteo, Tito e 1, 2 e 3 Joo. Pessoais Efsios, Colossenses, Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses, Tiago, 1 e 2 Pedro Judas.

    5. Livro de Profecia: Apocalipse

    O livro de Apocalipse de Joo a previso dos ltimos acontecimentos, tanto com relao aojustos quanto aos mpios. Trata de consumao dos tempos, com a obra de Deus chegando aseu desfecho.

    VII - A VIDA PBLICA DE JESUS - Testemunho extra-bblico.

    Mateus, Marcos, Lucas e Joo - com todo o direito figuram em primeiro lugar como aprincipais fontes de estudo sobre a vida de Jesus. As poucas fontes informativas no-cannica- o historiador judeu do primeiro sculo, Josefo (com posteriores inseres feitas por copistacristos), o Tamulde Babilnico e, os escritores romanos Plnio (o Jovem), Tcito, Suetnio Luciano - so to lacnicas que no se revestem de valor algum, na tentativa de reconstituida carreira de Jesus. No entanto, confirmam que Ele realmente viveu, tornou-se uma figur

    pblica, morreu sob Pncio Pilatos e, que num espao de doze anos aps a Sua morte, aadorao Sua Pessoa j havia chegado lugares to distantes quanto Roma.

    VIII - VISTA PANORMICA DOS QUATROS EVANGELHOS:

    1) O Evangelho Segundo Marcos Estilo Literrio: Estilo romano, que no usa de rodeios, indo direto ao assunto Autoria: Dos quatro livros do Novo Testamento, que so denominados Evangelhos", segundo da ordem aceito pela maior parte dos estudiosos, como sendo o mais antigo. EstEvangelho em si annimo, ou seja, dentro do livro no h nenhuma afirmao definida quanta quem o autor. No incio do 2 sculo foi atribudo a Joo Marcos, sobrinho de Barnab (A13.5), que se tornou companheiro de Pedro (1 Pe.5.13). Alguns estudiosos entendem, que

    jovem mancebo de Marcos 14:51-52, uma referncia encoberta ao autor, isso por quesegundo eles, a incluso de tal incidente isolado, aponta mais logicamente para Marcos do qupara qualquer outra pessoa. Segundo os pais primitivos, Joo Marcos coletou seu material dPedro.

    O Propsito da Escrita: Marcos mostra Jesus como Homem de Ao e Poder.. Destaca maas obras de Jesus e menos suas palavras, valendo para ele mais as aes. No se preocupavcom genealogias, pois, dirige sua obra aos romanos, que no tinham interesse na rvorgenealgica de um estrangeiro. Marcos quer mostrar o PODER DE JESUS. E isso interessaos romanos, que so os donos do poder temporrio.

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    Segundo concorda a maioria dos estudiosos, Marcos escreveu em Roma, para os romanos epor isso, escreveu no estilo romano, usando linguagem e vocabulrio romano. E, porquescreve para os romanos, no cita a lei nem as profecias bblicas, pois, isto no seria claro paros romanos. Tambm, ao falar de coisas que os romanos no conheciam, dava a devidexplicao. Por exemplo que o judeus costumavam jejuar (2.18); que O Monte das Oliveiraficava defronte do templo(13.3); etc

    Enfatizando as obras de Jesus, Marcos faz referncias as 17 curas de enfermidades, 9 milagreligados a fenmenos da natureza, 6 libertaes de endemoninhados e 3 4ressurreies . Marcofoi o primeiro a escrever e sua obra serviu de base par os outros escritores sinpticos.

    Data: Nas citaes dos pais antigos, pode ser observado que parece haver uma concordncigeral de que Marcos escreveu da Itlia ou, mais precisamente, de Roma. Contudo, a poca descrita no to fcil de se definir, pois, muita coisa depende de se Marcos escreveu antes oaps a morte de Pedro. Se como foi sugerido, tanto Mateus como Lucas tomaram emprestadde Marcos, na produo de suas respectivas obras, ento a data mais tardia seria antes dproduo dos dois snpticos restantes. Uma data provvel seria por volta de 65 DC.

    2) O Evangelho Segundo Mateus Estilo Literrio: O estilo usado pelo autor, revela ser ele uma pessoa organizada, que buscapresentar os argumentos de forma sistemtica;

    Autoria:A tradio acerca da autoria do Evangelho de Mateus no to certa quanto a dMarcos. O primeiro livro do nosso Novo Testamento annimo, assim como os outros trevangelhos. Contudo, a tradio antiga unnime em atribu-lo a Mateus, um dos dozdiscpulos de Jesus. A realidade, que pouca dvida pode haver de que ele estava de algumforma, associado com o Evangelho que leva o seu nome, isso por que, a habilidade dorganizao exibida pelo autor concorda com a mentalidade provvel de um cobrador dimpostos, como fora o apstolo Mateus. Alm disso, outras evidncias internas se tornam em

    indicaes notveis de que ele o autor desse Evangelho, em apoio s tradies da Igrejprimitiva.

    O Propsito da Escrita:O Evangelho de Mateus claramente o mais "judaico" dos quatro e melhor entendido, como tendo sido escrito para cristos de fala grega, cuja maioria era dorigem judaica. O autor supe que o leitor esteja familiarizado com o Velho Testamento e avrias seitas da Palestina naquela poca. Esta suposio, da parte do autor, leva o leitor concluir que o livro foi escrito primariamente para os cristos judeus de fala grega (judeuhelenistas).

    Mateus em muitos aspectos, uma ponte entre o Velho Testamento e o Novo Testamento. Hmais de cem citaes do Velho Testamento. Este livro parece efetuar uma transio, d

    expectao judaica de um messias poltico, para o cumprimento de todas as profeciamessinicas em Jesus de Nazar.

    O propsito do autor demonstrar, sem deixar dvida, que Jesus de Nazar o Rei Messias dProfecia hebraica; por esta razo, a palavra chave em seu Evangelho cumprimento, a qual, repetida com freqncia para indicar que as profecias do Antigo Testamento se cumpriram emJesus Cristo. O objetivo do autor organizar e sistematizar suas concluses acerca de Jesus, Cristo.

    Os Evangelhos foram escritos nos dias de crescente separao entre a sinagoga e a igreja. Aigreja se tornava cada vez mais gentia. O cristianismo, que havia adorado lado a lado com

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    judeus no-cristos no templo e nas sinagogas, desde o princpio estava sendo forado a tomauma posio que iria significar separao completa do judasmo. Um dos problemas que a igrejprimitiva enfrentou, quando partiu para o mundo gentio, foi o da liberdade crist. Por um ladoalguns cristos estavam usando a "salvao pela graa" como um pretexto para pecarempromscuamente. Por outro lado, havia aqueles legalistas com um conjunto estrito de regrapara a vida diria; uma lista de "sim" e de "no". Mateus escreveu para combater esses doi

    erros extremos do legalismo e do antinomismo. O cristo livre, mas no livre de uma vidresponsvel. A justia que resulta da graa perdoadora no leva iniqidade. O Dom da justienvolve um padro de conduta que vai muito alm de qualquer sistema de regulamentos. A

    justia dos cristos deve exceder a do fariseu (Mt. 5:20). Essa justia, todavia, no leva justiprpria. O cristo se lembra que ele sempre um receptor da graa perdoadora de DeusJamais est ele numa posio de exigir que Deus satisfaa seus pedidos.

    Data: Se Mateus se valeu do Evangelho de Marcos, e este do perodo de 45 - 70 DCento, provavelmente, Mateus pertence a uma data levemente posterior.

    3) O Evangelho Segundo LucasEstilo Literrio: A facilidade do autor do terceiro Evangelho no uso do idioma grego, suger

    que era gentio (ou, judeu helenista), mais afeito ao idioma grego que a maioria dos judeus t-loia sido. O seu estilo , juntamente com o estilo do autor da epstola aos Hebreus, o mairefinado de todo o Novo Testamento. As excees tm lugar quando parece que ele seguifontes informativas semticas, orais ou escritas, ou ento quando adotava um estilo semticgrego, para que soasse como grego "bblico" da Septuaginta.

    Autoria: O terceiro Evangelho e o Livro de Atos dos Apstolos, forosamente saram da pende um mesmo autor, porquanto comeam ambos com uma dedicatria a Tefilo, alm dcompartilharem de interesses comuns e de um s estilo de redao. Outrossim, o livro de Atofaz aluso ao primeiro livro (At. 1:1). E visto que o terceiro evangelho e o livro de Atos devem tevindo do mesmo autor, deduzimos a autoria lucana de Lucas-Atos, do fato de ter sido ele o nicdos companheiros de viagem de Paulo, que poderia ter escrito as sees "ns" no livro de Atos

    Todas as demais personagem esto excludas por terem sido mencionadas na terceira pessono livro de Atos, ou, devido impossibilidade de harmonizar seus movimentos geogrficos, emconsonncia com essas sees "ns" mencionadas. Outrossim, as antigas tradies confirmama autoria lucana.

    O Propsito da Escrita foi o de mostrar a certeza histrica do Evangelho de Cristo. Lucas sdirige a uma audincia gentlica e, dedica a sua obra a Tefilo. Ele est interessado emestabelecer a inocncia poltica de Jesus sob as leis romanas. Ele procura mostrar que Evangelho universal, que Jesus derrubara a barreira existente entre judeus e gentios einaugurara uma comunidade de mbito mundial, na qual, as antigas desigualdades entrescravos e libertos, entre homens e mulheres, no mais existem. Ele no demonstrou

    interesse judaico pelas profecias messinicas cumpridas, com o mesmo grau de intensidadcom que o faz Mateus. E tambm, modificou expresses peculiarmente judaicas, afim de quseus leitores gentios pudessem compreender melhor o que lessem.

    Lucas, mui provavelmente, era um gentio (ou pelo menos um judeu helenista), podendo ter-sconvertido em Antioquia da Sria. Seu nome de origem grega. Ele apresenta Jesus como Filho de Homem e, dirige sua obra aos gregos. Para ele, Jesus o Homem ideal, com todbeleza perfeio e, Sua humanidade sem participao do pecado. Assim fazendo, Lucamostra que o primeiro Ado falhou, mas o segundo no. Cristo, o segundo Ado, venceu atentaes e desfez as obras do diabo, (I Jo.3.8). Lucas citou ensinos de Jesus sobre os gentios

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    pois, escreveu a gentios. Ele mostra que Jesus salva judeus e gregos (ou gentios). Lucas fodiscpulo de Paulo, apstolo dos gentios. Este evangelho mais amplo e mais minucioso, pois, seu autor fez acurada investigao (1:3) antes de escrev-lo.

    Data:Ao se tentar determinar a data de autoria, muitas coisas so levadas em consideraoFoi constatado que o Evangelho de Lucas forma o primeiro volume de Lucas-Atos. Atos teve quser composto em alguma poca subseqente aos acontecimentos narrados em Atos 28. O

    Evangelho foi escrito antes de Atos (1:1). Outro fator a ser considerado na determinao de umdata, o Evangelho de Marcos. Se Marcos foi uma das fontes que Lucas consultou, em seEvangelho, ento a datao de Marcos tem um apoio definitivo no terminus a quo dEvangelho de Lucas. Se, como muitos estudiosos acreditam, Marcos foi composto durante aperseguies neronianas, ento, a metade dos anos 60 seria a data antiga mais provvel parLucas.

    4. O Evangelho Segundo JooEstilo Literrio: Seu autor demonstra ser profundo conhecedor dos costumes judaicos. Escritem estilo simples e semtico, o ltimo dos quatro Evangelhos exibe uma profundeza teolgicque ultrapassa dos evangelhos sinpticos.

    Autoria: As tradies da igreja primitiva indicam que o apstolo Joo escreveu o quartevangelho j no trmino do primeiro sculo da era crist, em feso, cidade da sia MenoParticularmente importante quanto a isso, o testemunho de Irineu, discpulo de Policarpo, qual, por sua vez, fora discpulo do apstolo Joo - uma direta linha tradio, com um elo dligao entre Irineu e o prprio Joo. Vale lembrar, que o autor do quarto evangelho reivindica oprivilgio de ter sido testemunha ocular do ministrio de Jesus (1:4), alm de demonstrar umestilo semtico em sua redao e de possuir conhecimento acurado sobre os costumes do

    judeus. Tambm, era profundo conhecedor da topografia da Palestina, conforme ela era antedo holocausto de 70 DC. Alm disso, h o relato de detalhes vvidos que s poderiam seesperados da parte de uma testemunha ocular.

    Propsito da Escrita: Na poca em que Joo escreveu este Evangelho, estava senddivulgada uma heresia chamada EBIONISMO, que ensinava ser Jesus um mero homem, masem pecado. O Evangelho segundo Joo foi escrito, com objetivo de refutar essa heresia. Da, razo dele ter colocado nfase na divindade de Jesus.

    5. Sntese Dos Quatros Evangelhos

    Mateus escreveu para os judeus. Mostrou Jesus como o Messias Prometido desde Antigidade. Marcos escreveu para os romanos, mostrou Jesus como o Homem Poderoso e dAo. Lucas escreveu para os gentios ou gregos, mostrou Jesus como o Homem Perfeitoimaculado, ideal. Joo escreveu para a Igreja, para preveni-la contra as heresias. Mostrou Jesucomo Deus, que se fez homem. Os sinpticos contm uma mensagem evangelstica para o

    homens no espirituais; o de Joo contm uma mensagem espiritual para os cristo.Os sinpticos sintetizam quando descrevem milagres operados por Jesus, por sua vez, quandJoo descreve um milagre de Jesus ( e descreve poucos...), geralmente, dedica-lhe amplespao, pois, no se limita ao milagre em si, mas usa-o como ponto de partida para argumentao doutrinria, para rebater heresias, para desmascarar adversrio e, para exaltar pessoa de Jesus. Assim sendo, a cura do cego de nascena ocupa todo a captulo 9, para podeafirmar que, se este no fosse de Deus, nada poderia a fazer ; a ressurreio de Lzaro ocuptodo o captulo 11, para concluir que este milagre foi o pretexto para que o Sindrio decidisse emdefinitivo eliminar Jesus (Jo.11.47-51); e 1 multiplicao de pes ( o nico milagre descrito pelo

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    quadros evangelistas) teve continuidade natural no sermo em que Jesus apresenta como o pvivo que desceu do cu, e que d vida ao mundo. (cap.6).

    Marcos, segundo concorda a maioria dos estudiosos, foi o primeiro a ser escrito. Mateus segundo e, Lucas o terceiro. Mateus parece ter consultado Marcos e Lucas certamentconsultou a ambos. Marcos fala s do ministrio de Jesus na Galilia; Mateus fala de outrosmas principalmente na Galilia; Lucas fala do ministrio de Jesus na Galilia, Judia e Samaria

    Logo, o Evangelho de Lucas mais amplo e contm muitas informaes que outros sinpticoomitiram.

    Lucas citou ensinos de Jesus entre os gentios, pois, escreveu a gentios. Ele mostra que Jesusalva judeus e gregos (ou gentios). Lucas foi discpulo de Paulo, apstolo dos gentios.

    Importantes tesouros s existem no Evangelho de Lucas, como o cntico de Maria ( Magnidicat) 1.46-55; o cntico de Zacarias ( o Benedictus) 1.68-79; o cntico dos anjos ( Glria in excelsis) 2.14; e o cntico de Simeo ( o Nunc dimitis) 2.29-32.Finalmente, o Evangelho de Marcos chamado Evangelho de Pedro, porque Marcos focompanheiro de Pedro; e Lucas chamado Evangelho de Paulo, porque Lucas foi companheirde Paulo. lgico que escreveram, pessoalmente se seus lderes espirituais.

    A ltima semana da vida de Jesus foi alvo da ocupao maior dos quatro: Mateus dedicou 1/3 dseu evangelho ltima semana; Marcos dedicou 1/3; Lucas dedicou1/3; e Joo ocupou metaddo seu evangelho quela ltima semana. Joo gastou 7 captulos s para registrar fatoacontecidos no dia da crucificao do Jesus Cristo, o que representa 1/3 do que livro.

    IX - VISTA PANORMICA DO LIVRO DE ATOS Tema: O irresistvel avano do Evangelho de Jerusalm a Roma. Estilo literrio: O livro de Atos, juntamente com o Evangelho de Lucas e o tratado aoHebreus, contm a redao grega mais culta de todo o Novo Testamento. Por outra parte, seautor seguia fontes semticas, o estilo grego s vezes spero.

    Autoria: De acordo com a tradio da Igreja Primitiva, Lucas foi o autor do livro de AtosAssim sendo, esse livro uma seqncia do Evangelho de Lucas. As evidncias internas dprprio livro de Atos confirmam a autoria lucana. O livro tem incio com uma dedicatria a Tefilotal como sucede com Evangelho de Lucas. Vocabulrio e estilo so extremamente parecidos emambos os livros. O uso freqente de termos mdicos concorda com o fato que Lucas era Mdic(Cl. 4:14). Com o uso do pronome "ns" (s vezes subtendido), ao descrever diversas jornadade Paulo, o autor do livro de Atos deixa entendido que Ele mesmo era um dos companheiros dviagem do apstolo. Outros companheiros de viagem de Paulo no se ajustam dentro doinformes dos textos.

    O Propsito da Escrita: O propsito do Evangelho de Lucas foi o de narrar a vida de Jesus

    com nfase sobre sua certeza histrica. J o propsito central do livro de Atos foi o de traar triunfal progresso do Evangelho, a partir de Jerusalm, onde teve incio, at Roma, capital dimprio.O propsito geral de Lucas-Atos, pois, fazer a exposio dos primrdios do cristianismo, nvida de Jesus e na extenso do cristianismo, dentro da histria da Igreja Primitiva, afim dconvencer aos seus leitores sobre o avano irresistvel do evangelho, mostrando que Deumediante o Seu Esprito, verdadeiramente est operando na histria da humanidade, visando redeno de todos os homens.

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    Data: Este livro foi escrito provavelmente no final da dcada de 60, talvez antes do ano 70quando Paulo estava preso em Roma.

    Esboo do Livro, destaco:(1) O revestimento de poder Isso aconteceu, com a descida dEsprito Santo sobre os crentes no dia de Pentecostes, conforme promessa feita por Jesuspouco antes de sua ascenso aos cus (Lc. 24:44 - 49). Esse revestimento de poder, no visavlevar a Igreja experincias de puro xtase, que por sua vez, no desembocam em aes qu

    glorificam a Deus e edificam o prximo, e sim, capacit-la a ser eficaz testemunha do poder dDeus (At. 1:8); a fazer a diferena em meio a uma gerao corrompida pelo pecado; a ser luz emmeio s trevas. Esse o objetivo do revestimento do poder e, para esse fim que deve ser pons buscado; (2) O evangelho deveria ser pregado em Jerusalm, Judia, Samaria e at oconfins do mundo Essa ordem, nos mostra que o Evangelho no era para ficar s emJerusalm. Os cristo primitivos estavam desfrutando de tantas bnos no incio, que sesqueceram da misso dada por Jesus, de se espalharem para pregar a Palavra de Deus; peque , Jesus permitiu uma perseguio, a primeira sofrida pela Igreja, para que os discpulo(assim como Jonas), fossem forados a cumprirem sua misso. Uma vez dispersos, os crenteiam pregando a todos que encontravam, (8.4). Ao fazer referncia aos samaritanos (os quaiseram inimigos dos judeus), Jesus tencionava mostrar que esses tambm eram alvo da gra

    perdoara de Deus e, por isso, deveriam ser tambm evangelizados. E, assim como Ele estavdisposto a perdo-los, os judeus que se diziam seus seguidores, tambm deveriam fazer mesmo; (3) O martrio de Estevo foi o estopim de uma perseguio geral contra os cristos, poparte de judeus incrdulos. A testa dessa perseguio achava-se Saulo (Paulo), natural dTarso, cidade da sia Menor. (4) Os samaritanos recebem o Esprito Santo: O Esprito Santo ndesceu sobre os crentes samaritanos enquanto Pedro e Joo no oraram e impuseram as mosobre eles, em sinal de reconhecimento de que a promessa era tambm para eles. No poderihaver lugar mais, para antigas rivalidades existentes entre eles; (5) A converso de Saulo: Ocaptulo 9 descreve a converso de Saulo, no caminho de Damasco, quando ia cumprir sumisso de perseguir os crentes. Deus o chamou para pregar o Evangelho aos gentios. Depode longo e srio preparo, o Esprito Santo operou para que ele fosse enviado. Isso est

    registrado no captulo13. E da at o final do livro, s se fala do ministrio de Paulo (que o senome na lngua dos romanos) e da iperseguio que ele sofreu.

    X - VISTA PANORMICA DAS EPSTOLAS PAULINASO apstolo Paulo o autor do maior nmero de livros do NT, em nmero de 13.

    1. As Primeiras Epstolas Paulinasa) Glatas Escrita por Paulo em Corinto, no ano 57. Os glatas tinham sido evangelizado

    por Paulo. Todavia, depois que Paulo saiu da Galcia, chegaram l uns cristos judaizantes(pregadores que diziam: Se no vos iicircuncidardes segundo o costume de Moiss, npodereis ser salvos At.15.1b). Eram judaizantes, porque queiram que os crentes sfizessem judeus, para serem salvos. Ao que Paulo era totalmente contrrio, tend

    enfrentando at ao prprio Pedro por causa disto, Ef.2.11-14. Assunto - Independncia do Evangelho. A palavra principal LIBERDADE. Em Glatas esta nfase de que o crente salvo pela f, isto , quem se acha escravo por causa da lei, agorapode ficar livre pela f em Cristo, pois o homem no justificado por obra da lei, e simmediante a f em Cristo Jesus(2.16), porque o justo viver pela f (3.11); aqui Paulo cita o V(Hc.2.4) mostrando que, desde a antiga dispensao o plano de Deus salvar o pecadomediante a f e no por meio das obras.

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    Ensinos principais Os glatas haviam ouvido de Paulo a mensagem da salvao em Cristode graa, mediante a f. Mas, os judaizantes os confundiram, com a idia de mistura com a lePaulo lhes escreve indignado por eles terem aceitado tal idia, e exclama: glatainsensatos! Quem vos fascinou a vos outros ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto comcrucificado? Quero apenas saber isto de vs: recebestes o Esprito pelas obras da lei ou pelpregao da f? (3.1,2).

    Ao tratar do srio caso dos glatas, Paulo escreveu de prprio punho, pelo menos uma part(6.11) de sua carta. Ao dispensar o seu escriba, que sempre escrevia as cartas que ele ditavaPaulo demostrava o seu zelo pelas ovelhas que estavam sob os seu cuidados.

    To srio foi o desvio dos crentes glatas para o legalismo, que Paulo chamou tal movimento deoutro evangelho(1.6.7) e recomenda que nenhuma mensagem estranha, venha de onde viede anjo ou at do prprio Paulo, jamais poderia ser aceita (1.8,9).

    A lei da semeadura e da colheita est no final da epstola (6.6-10) e a sua base de Deus nse zomba (v.7).

    b) 1 Tessalonicenses Escrita por Paulo em cerca de 53, quando estava em Corinto. A cidad

    de Tessalnica ainda existe, com o nome de Salnica. Pertencia a Macednia. Paulo fundoaquela igreja, depois que saiu de Filipos (At.17.1-4). A carta foi levada por Timteo.

    Assunto A volta de Cristo o tema principal. Para esperar a volta do Senhor, Paulrecomenda a santificao, conservao da esperana, pois, sua volta iminente e existe umrecompensa para o servo fiel.

    Ensinos Principais Em Tessalnica, Paulo foi acusado de transtornar o mundo (At.17.6Isso mostra a dinmica do trabalho do apstolo. Fala do conceito adquirido pela igrejtessalonicenses (1.8) e adverte acerca da pureza (4.1-5). D a doutrina da ressurreio (4.1318) e d uma lista de recomendaes: Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dagraas ... No extinguais o Esprito. No desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende

    bem. Abstende-vos de toda aparncia do mal.(5.16-22).c) 2 Tessalonicenses Paulo escreveu esta epstola logo aps a primeira, no ano de 53 AD. igreja dos tessalonicenses ia bem. Sua f crescia muitssimo (1.3). Mas, uma falsa epstola ohavia confundido (2.2) Paulo apela que nada deveria demov-los de sua firmeza da f.

    Assunto A expresso epstola como de ns, indica uma perturbao criada por algumque, maldosamente, teria forjado uma epstola como se fosse escrita por Paulo, afirmando que consumao do dia de Cristo era para aqueles dias. Paulo o desmente, afirmando: no serassim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho dperdio; o qual se ope, e se levanta contra tudo o que se chama Deus... (2.3,4). No hreferncias ao VT porque a epstola era dirigida a gentios, que no conheciam as Escrituras.

    Ensinos principais - O ensino principal sobre a Segunda vida de Cristo. A referncia ahomem do pecado esclarece pontos importantes da Escatologia (o estudo sobre as ltimacoisas), pois referem-se ao anticristo, que a besta referida no Apocalipse, contra os quaceitaram o falso ensino da volta iminente de Cristo e que no queiram mais trabalhar, Paulo diz...se algum no quiser trabalhar, no coma tambm. Porquanto ouvimos que alguns entre vandam desordenadamente, no trabalhando ... (3.10,11). O princpio ensinado por Paulo que, embora creiamos na volta de Cristo a qualquer momento, devemos viver nossa vidnormal.

    2. As Epstolas Principais de Paulo

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    a) I Corntios Escrita por Paulo em feso por volta do ano 59,no final do ministrio ali. Paulhavia fundado a igreja de Corinto, tendo ficado l um ano e meio. Com sua sada, surgiramproblemas srios na igreja. A igreja escreveu a Paulo, para perguntar-lhe acerca de algunassuntos. Esta carta foi escrita para responder as questes e orientar os irmo ali, (7.1).

    Assunto Nesta epstola, Paulo d lies de vida crist, a conduta imoral, as demandas entrirmos na f; orientaes sobre casamento, vida conjugal e divrcio, sobre celebrao de Cei

    do Senhor, dos dons espirituais e defende a verdade sobre ressurreio. No fez os escritosistematicamente, mas tomou cada assunto no importando a sua ordem, e dissertou sob eles.

    Ensinos principais Em 1 Co. Paulo trata de assuntos do dias a dia da vida dos irmosMas, nem por isso deixou de invocar sua autoridade para doutrinar. Veja-se o incio do captul2 onde ele diz: E eu, irmos, quando foi ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deusno com sublimidade de palavras ou de sabedoria, (v.1). A minha palavra, e a minhpregao, no consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstrade Esprito e poder.(v.4). Tal prtica nos deixa uma bela lio de importncia de termos, comministros do Senhor, uma base espiritual slida para o exerccio do trabalho.Neste livro, Paulo mostra a fragilidade da sabedoria humana em contraste com a profundidad

    do conhecimento de Deus, que para os homens parece loucura.b) II Corntios Escrita por Paulo no ano 60, quando ele estava na Macednia. Ela foi enviadpor meio de Tito, que conduziu tambm a primeira e ajudou na soluo dos problemas da igrejade Corinto, (2.13).

    Assunto Muita crtica havia surgido contra a autoridade do apostolado de Paulo. Ele, entcontrariado, mostra que os obreiros que lhe negaram tal autoridade no tinham nada parcomparar ao seu testemunho. Os frutos do seu apostolado estavam espalhados pelos lugarepor onde ele passou e os prprios corntios eram exemplos desata verdade (1 Co.9.20). Oadversrios de Paulo, sim, eram falsos apstolos (11.13). E para se defender, Paulo o faconstrangido (11.21 e segs.).

    Ensinos principais E a mais pessoal de todas as epstolas paulinas. Tem elevado cunhauto autobiogrfico, tratando inclusive de traos mais ntimos, como o espinho na carne(12.7) seu arrebatamento ao paraso(12.4), bem como das privaes e grandes sofrimento porqupassou no seu ministrio, como fala em 11.23-27. Ensina sobre o perdo (2.6), sobre a graa dcontribuir (captulos 8 e 9); sobre a morte (captulo 5); sobre o jugo desigual (6.14-18); sobre pureza (7.1).

    c) Romanos escrita por Paulo, quando estava em Corinto, enviada por algum a Febe (16.1aos crentes que estavam em Roma, por volta do ano 57.

    Assunto Trata dos assuntos mais importantes, focalizando os temas mais notveis d

    teologia da salvao. Muitos dos mais importantes comentaristas consideram Romanos o livrmais importante que j foi escrito na terra; Coleridge diz que A obra mais profunda quexiste. Myer Pearlman citou a opinio de que Romano a catedral da doutrina crist. ParGuilherme W. Orr, Romanos o corao e a alma de revelao de Deus ao povo desta pocae a mais completa histria da necessidade do remdio e dos resultados da morte de Cristo ainda o pensamento chave a justia de Deus ... da completa condenao at a integral e justglorificao.

    Ensinos principais O apstolo Paulo, sob tremenda manifestao do Esprito Santo dSenhor, escreveu ordenadamente sobre a doutrina da salvao, inicialmente mostrando todo um

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    universo sob condenao. Depois, mostra a salvao imerecida, pela f em Jesus, depois crente cheio do Esprito Santo, vitorioso por meio de Cristo e vai at mostra o crente glorificadcom Cristo. E tudo isto de um modo magistral.

    Ele mostra a fraqueza da carne, no captulo 7. Mas, mostra tambm a fora do crente, parvencer, no final do captulo 8 e diz: as aflies deste tempo presente no so para comparacom a glria que em ns h de ser revelada. (8.18).

    3. As Epstolas Paulinas da Priso - Efsios, Filipenses, Colossenses e Filemon comprendemas chamadas epstolas da priso, assim denominadas porque Paulo se achava encarceradquando as escreveu. H dois perodos conhecidos de aprisionamento de Paulo, um emCesaria, durante o governo de Flix (At. 23-26) e, outro em Roma, enquanto Paulo esperavser julgado perante Csar (At. 28). A posio tradicional atribui todas as chamadas epstolas dpriso ao perodo de aprisionamento em Roma, mas a possibilidade que isso tenha ocorrido emfeso ou Cesaria no deve ser descartada, no caso de uma das epstolas da priso.

    a) Efsios Escrita por Paulo em 62, quando ele estava em Roma, preso. Por isso chamad Epstola da Priso, ao lado de Colossenses, Filemon e Filipenses. feso era cidadimportante da sia Menor, com um teatro para 50 mil pessoas, o templo da Diana, que foi um

    das sete maravilhas do mundo antigo. Paulo ficou l durante 3 anos (At.20.17,31). Em fesoPaulo afirma ter lutado com feras1 Co.15.32. Mas, Paulo fez tambm muitos amigos ali, oquais choraram na sua despedida em Mileto, At.20.36-38.

    Assunto O assunto de fesios a Igreja. Cristo a Cabea da Igreja. A idia no duma igreja local, mas a Igreja Universal. a mais impessoal das epstolas de Paulo. mensagem abordada com grande realismo ideolgico: h conflitos na vida crist e acontecemfracassos; mas, h uma vitria no final da carreira, com uma possesso de glria para ovencedores.

    Ensinos principais Nesta epstolas, a salvao do crente assegurada como fato passadoDeus nos abenoou, escolheu, predestinou(1.1-5). A teologia da salvao est novament

    expressa claramente em 2.9. Trata de assuntos domsticos, comparando marido e mulher comCristo e a Igreja (5.22-33) e fala da armadura espiritual do crente (6.10-20).

    b) Filipenses Escrita por Paulo na priso em Roma, por volta de 63. A Igreja fora fundada poPaulo e a cidade dos filipenses era importante centro militar. Quando a igreja de Filipos, levandesta epstola de Paulo quela igreja.

    Assunto Alegria, regozijo, paz so palavras de conforto nesta carta. Paulo se alegraapesar da sua priso. O seu exemplo havia estimulado os crentes ao evangelismo. O seestado de preso no o impedia de pregar a Palavra; os que pregavam por inveja, porfia oqualquer outro motivo de alegria.

    Ensinos Principais Paulo disse nesta carta: Porque par mim o viver Cristo, e o morrer ganho.(1.21) O exemplo de Cristo, como padro para o crente notvel. O texto de 2.5-11 uma pea do mais alto valor teolgico. O reconhecimento da insignificncia das glrias terrena narrado no trecho de 3.4-14. Finalmente, uma palavra de esperana (3.20,21) e de gratidpela ddiva enviada para o seu sustento (4.10); sua palavra sobre a capacidade de se contentaem qualquer situao de grande importncia (4.11-14).

    c) Colossenses Paulo a escreveu na priso em Roma, em 62. A cidade de Colossos ficavprximo de feso, na sia Menor. A igreja colossense no fora fundada por Pau

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    pessoalmente, mas parece ter sido trabalho de Epafras ou rquipo. Epafras tambm foi presopelo que a carta foi enviada atravs de Tquico e Onsimo (4.7-9).

    Assunto intimamente relacionado ao de fesios: Cristo, Cabea da Igreja. Combate aheresias do ascetismo pago, mistura do legalismo judaico com filosofia grega, que mais tardfoi conhecido como gnosticismo. Os gnsticos defendiam a tese da importncia dconhecimento, mais que da revelao de Deus. Para eles, isso era privilgio de algun

    iluminados, o que significava discriminao em relao aos mais atrasados ou ignorantesPaulo refuta estas idias, mostrando que Cristo a total revelao, porque nEle habitcorporalmente toda a plenitude da divindade; e estais perfeitos nEle, que a Cabea de todprincipado e potestade. (2.9,10).

    Ensinos principais O ascetismo pago a doutrina da mortificao da carne, do autflagelo, com vistas a ganhar a bno divina. o mesmo que fazer penitnicias, subindescadas de joelhos, a renncia do conforto fsico. Paulo condenou isso no trecho de 2.20-23Elas tm apenas aparncia de santidade. Condena o legalismo dos judaizantes (2.11-19), e falde verdadeira circunciso, no da carne: a circunciso de Cristo(v.11). Princpio Santificao s por meio da obra de Cristo. Nunca filosofias.

    d) Filemom Escrita na priso em Roma e no ano 64 AC. Destinada a Filemom, membro digreja de Colossos.

    Assunto Filemom era um rico senhor de escravos. Um escravo seu, de nome Onsimofugiu e converteu-se a pregao de Paulo, na priso romana. Paulo lhe aconselhou a retornar casa de seu dono, agora irmo em Cristo e lhe d esta carta, que Onsimo leva pessoalmentePaulo pede a Filemom o perdo para Onsimo. Se Onsimo ficasse com Paulo, ser-lhe-ia muittil; e til o significado do nome de Onsimo (v.11).

    Ensinos principais O tratamento de Paulo a Filemom muito respeitoso; seu apelo em favode Onsimo cheio de amor; o apelo paulino se te fez algum dano, ou te deve alguma coisape isso minha conta(v.8), pode significar que Filemom fosse um homem severo. A maio

    lio a devoluo do roubado por aquele que encontra Cristo.

    4. As Epstolas Pastorais de Pauloa) I Timteo Paulo a escreveu na Macednia, no ano 65 AD. Timteo era pastor em fesosendo discpulo e grande amigo de Paulo, de quem merecia total confiana.

    Assunto Paulo escreveu trs epstolas chamadas pastorais: 1 e 2 Timteo e Tito. Tratde doutrinas falsas ou heresias, orienta sobre a liderana da Igreja, quanto s qualificaes doobreiros. Ensinos principais Trata dos deveres dos crentes, tanto homens como mulheres. Ddoutrina para os ministros de Deus e aos diconos. Fala da apostasia dos ltimo tempos. Ensinos ministros sobre como trabalhar com os mais velhos, os moos, sobre a assistncia s vivas

    b) II Timteo Paulo a escreveu em Roma, no ano de 67 AD, na priso. Pediu que Timtefosse v-lo (4.9,13,21). Esta priso de Paulo a segunda. Na primeira, ele pde ficar numa casalugada, com liberdade para receber visitar vontade. Nesta Segunda, ficou na prisManertina, em Roma.

    Assunto A esse tempo, Paulo s contava com a presena de Lucas a o seu lado (4.11Alguns dos seus amigos e companheiros o haviam abandonado, devido s grandes pressecontrrias. Outros tinham sido por Paulo enviados a fazerem a obra em vrios lugares. Apeloento para que Marcos viesse auxili-lo, pois lhe seria til, agora mais experiente (4.11).

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    Ensinos principais Trata Paulo aqui de fazer suas despedidas: Porque eu j estou sendoferecido por asperso de sacrifcio, e o tempo da minha partida est prximo. Combati o bomcombate, acabei a carreira e guardei a f. Desde agora, a coroa da justia me estguardada...(4.6-8) . Traz uma exortao ao pastor Timteo, para suportar as aflies tpicas dseu ministrio. Manda ensinar tudo que aprendera a homens fiis, que fossem capazes densinar a outros (2.2). Assim a obra no sofreria soluo de continuidade. Exorta o obreiro

    apresentar-se a Deus aprovado e avisa ser inevitvel ao fiel a sofrer perseguies.c) Tito Escrita por Paulo na Macednia, em 65 AD. Como epstola pastoral,assemelha-se a 1a e 2 Timteo. Tito foi grande colaborador de Paulo e exercia o pastorado emCreta, lugar de gente difcil, como afirma em1.12, usando palavras de um poeta cretense, quchama seus conterrneos de mentirosos, bestas, ruins, ventre preguiosos. E Pauacrescenta: Este testemunho verdadeiro(1.13).

    Assunto Orientar Tito sobre como se portar diante de um povo estranho, de comportamentdifcil. Paulo manda exortar severamente para que sejam so na f, (1.13). A misso dTimteo era nada fcil. Ele tinha de colocar em ordem as coisas e rebater a obra da falsomestres.

    Ensinos prticos - A misso do presbtero ou bispo, com suas exigncias e qualificaedada a responsabilidade da obra. A resistncia que deve ser feita contra os mestres falsos. Oconselho para no fazer uso das genealogias, que nada edificam. A valorizao do ministro dSenhor e o cuidado para no impor as mos precipitadamente sobre obreiros nefitos.

    XI - CARTA AOS HEBREUS JESUS O NOSSO GRANDE SUMO SACERDOTE

    Autor desconhecido. H quem defenda autoria de Paulo, mas nada pode provar isso. Foi escritno ano 65 AD, e parece ter sido escrita em Roma, conforme 13.24. Motivo: estava havendmuita perseguio aos cristos. Tanto que muitos de pouca experincia e convico estavamvoltando ao judasmo. A epstola encorajava os crente a perseverarem. Em 10.38,39 umsntese dessa tese; os heris da f no captulo 11 um desafio perseverana.

    Assunto E um livro da superioridade. Uma salvao superior, um Sumo sacerdotsuperior, uma esperana superior, um santurio superior, um descanso superior, um concertsuperior, um caminho superior, um pacto superior, tudo no livro superior. Tal a qualidade dmensagem do livro, que ele foi aceito e reconhecido como inspirado, no obstante o seanonimato autoral.

    Ensinos principais A perfeita revelao de Deus em Cristo patenteada no capitulo 1. Crist superior aos anjo (cap. 2); superior a Moiss (cap.3); Cristo oferece um repouso (caps. 3 e4); Cristo superior aos sumos sacerdotes (4.14 6.20); o sacerdcio de Cristo segundo ordem de Melquisedeque, superior ao da Aro (cap.7); Cristo mediador de um novo pactoselado com seu prprio sangue (cap.8); o sacrifcio superior, feito por Cristo, dispensa repeti

    (caps.9 e 10); por tudo isto, vale a pena preservar na f, embora isso custe sofrimento (10.19 12. 29). Uma palavra a respeito da necessidade de servir a Jesus fora faz portas de Jerusalmparece conter um apelo de e Deus para livrar os crentes da iminente destruio daquela cidadeque se deu no ano 70 AD. Veja 13.12-14. O captulo 13 traz diversas exortaes quanto aamor fraternal, a hospitalidade, assistncia aos encarcerados, a santidade conjugal, o combat prostituio, a obedincia aos pastores e a imitao de sua f e maneira de viver, etc. Hebreu a mais rica interpretao do livro de Levtico. A saudao final uma semelhana com oescritos de Paulo, por isso alguns autores defendem sua autoria.

    XII - AS EPSTOLAS UNIVERSAIS

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    Esse vocbulo veio a ser aplicado pela Igreja primitiva s epstolas de Tiago, I e II Pedro, I - IJoo e Judas, porque, excetuando II e III Joo, elas no contam com indicaes de terem sidendereadas a alguma localidade. Deve observar que receberam o nome de seus autoretradicionais, no que se parecem com os Evangelhos, mas, diferentemente das epistolas paulinae de Hebreus, que derivam seu nome dos seus destinatrios tradicionalmente atribudos.

    a) Tiago Esse Tiago era irmo de Jesus e no um dos dois apstolos que tinham este nom(ver Mc. 6.3). Tiago e seus irmos estavam na reunio de orao quando os 120 forambatizados no Esprito Santo (At.1.14). Acredita-se ter sido ele pastor da igreja em Jerusalm (A15). A tradio diz que ele morreu martirizado em Jerusalm (At.15). Ele destinou sua epstolaos judeus dispersos, das 12 tribos de Israel, referindo-se naturalmente aos crentepertencentes s 12 tribos, pois fala a crentes.

    Assunto Tiago defende a tese de uma f que redunda em obras. Para ele, se no produzobras, a f morta. Paulo fala da salvao pela f independente das obras no podem salvaTiago ensina que a f que no leva o crente a praticar atos de um verdadeiro convertidotambm no a f que salva. Jesus mesmo ensinou que a f que salva promove um novonascimento.

    Ensinos principais Tiago s fala de cristianismo prtico. Nada de teorias. H quemconsidere o texto de Tiago como o mais superficial dos textos neotestamentrios. Mas, porquele prtico. Fala sobre dois tipos de sabedoria: uma de Deus e outra de demnio (3.15,17Encoraja o crente nas tentaes, exorta a cumprir a Palavra de Deus, condena o fazer acepde pessoas, traz a melhor exortao contra o tropeo na palavra, condena a opresso dos ricoe ensina sobre a uno dos enfermos com azeite.

    b) I Pedro Escrita pelo apstolo Pedro em cerca de 65 AD. Na Babilnia (5.13). Sua cartacomo a de Tiago, destinada aos cristos judeus (1.1), mas tambm aos gentios (2.10).

    Assunto Os judeus crentes dispersos estavam vivendo em grande pobreza e sofrimento. O

    objetivo da carta dar-lhes conforto. A ordem na vida do crente esta mesma: primeirsofrimento; depois, a glria.

    Ensinos principais Pedro reconhece que os escritos de Paulo so nivelados s demaEscrituras. Trata do sofrimento do cristo como motivo de benos. Pedro trata, nas suaepstolas, de todas as doutrina bsicas do cristianismo; o novo nascimento (1.23); a redenpela morte de Jesus na cruz (2.24); a ressurreio (3.20); a volta de Jesus (1.7.13; 5.4). Ensinsobre a esperana, a santidade, a conduta entre os incrdulo, a submisso s autoridades, comportamento do crente novo junto ao seus padres seus patres ou senhores, os devereconjugais, o amor fraternal, a pacincia, e sobre os deveres dos prebteros.

    c) II Pedro Escrita pela apstolo Pedro em 66 AD destinada aos que conosco alcanaram a f

    igualmente preciosa (1.1). So os mesmos destinatrios da primeira. A diferena que se nota nlinguagem pode ser explicada por ter tido Pedro vrios auxiliares, e um ajudou-o na primeiraoutro na segunda.

    Assunto Havia muito problema externo a sia Menor, naquela poca. A igreja erpressionada e perseguida. Esta carta tinha visava estimular os crentes perseverana contrtodo tipo de heresia e oposio. Oposio, perigo externo; heresia, perigo interno.

    Ensinos principais Advertncia contra os falsos mestres. A suficincia da proteo divinaNenhuma Escritura tem interpretao particular, mas precisa ser compreendida luz do se

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    contexto escriturstico. Explica a razo da demora de volta do Senhor (3.9) e diz que o crente participante da natureza de Deus (1.4).

    d) I Joo autor: Joo, o apstolo. Escrita em feso, por volta de 95 AD Joo foi quemdemorou a escrever e quem mais viveu, dentre os apstolos.

    Assunto - Trata da segurana do salvo (5.13). Joo fala do crente como estando muito pert

    de Deus e longe do mundo. Este texto considerado como dos mais ntimos da Bblia, ao ladde Cantares do VT.

    Ensinos principais Joo fala como ouviu, viu e apalpou o Senhor. Combate as heresias quexistiam em abundncia nos seus dias. Os ebionitas ensinavam que Cristo foi uma emanade Deus, que desceu sobre Jesus; os docetas pregavam que Cristo era apenas uma aparnciano tinha corpo, logo no sofreu na cruz. Joo condenou todas essas idias em sua cartaFalou sobre o anticristo, os falsos profetas e mostrou que o amor a maior caracterstica dcrente, porque Deus amor (4.8) e o que falso no pode amar.

    e) II Joo Escrita pelo apstolo Joo, no ano 97 AD, em feso. uma epstola pessoadirigida `a senhor eleita e aos seus filhos, talvez uma mulher crente, muito hospitaleira, qu

    recebia muitos missionrios em sua casa. Assunto Joo escreve para avisar senhora eleita sobre o perigo de hospedar pregadorede heresias, que trariam danos Igreja, porque j muitos enganadores entraram nmundo(v.7). E diz; Se algum vem ter convosco, e no traz esta s doutrina, no o recebais emcasa, nem tampouco o saudeis (v.10).

    Ensinos principais A to recomendada hospitalidade no deve ser extensiva aos qupossam trazer-nos danos. O amor fraternal sempre louvado por Joo, o apstolo do amorNada nos deve demover da doutrina pura e santa do evangelho ensinado pelos apstolos.f) III Joo Autor Joo, o apstolo. No ano 97 AD, em feso, sia Menor. Destinatrio: o irmGaio.

    Assunto Um indivduo de nome Ditrefes estava desviando a correspondncia de Joodirigida `a igreja, para ficar na sus liderana, e ainda fazia campanha com acusaes pessodo apstolo (vv.9,10). Joo dirige-se a um membro influente da igreja, tentando fazer chegaqueles irmos. E apela para que Gaio no se deixe influenciar pelo mal (v.11).

    Ensinos principais A igreja nunca ficou e jamais ficar na terra sem problemas internas externos. Mas o crente fiel no deve dar lugar ao esprito de oposio aos verdadeiros ldereespirituais, colocados por Deus frente do seu rebanho. O elogio a Demtrio uma lio dque o crente fiel, mesmo em meio s lutas, ser reconhecido no cu e na terra.

    g) Judas Este Judas tambm um dos irmos de Jesus, como Tiago (Mc.6.3). Escreveu em67 AD.

    Assunto Alerta sobre o progresso da apostasia. O estmulo para lutar pela f, contra tudque falso mestre, filosofia v, que ensinava a vida licenciosa dos crentes. Tais mestres diziamque Deus bom demais para punir os pecador. Judas desmascara tais pregadores e ensina verdade.

    Ensinos principais - conscincia de horror ao pecado. Fala de uma profecia de Enoquesobre a vinda de Cristo (14,15). E se refere ao enterro de Moiss, cujo corpo foi pretendido posatans; e o arcanjo Miguel lutou contra satans por essa causa.

    XIII - VISTA PANORMICA DE APOCALIPSE

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    1. Autoria Autor Joo, o apstolo, que tambm escreveu o Quarto Evangelho, 1 , 2 e 3Joo (epstolas). Quando Joo estava na ilha de Patmos, como exilado, por perseguireligiosa. Ao ser liberto, fixou residncia em feso. Patmos, ilha grega do arquiplagDodecaneso. L existe um mosteiro em homenagem a S. Joo, que dispe de umriqussima biblioteca (Enciclopdia Brasileira Mrito).

    2.

    Data Nos ltimos dias do reinado de Domiciano, cerca de 96 AD. Domiciano se ocupara ddesencadear uma perseguio, como o propsito de erradicar a Igreja. Mas, a morte dDomiciano em 96 teria mudado o rumo, havendo libertao para Joo, sob o imprio dNerva. Joo viveu at o governo de Trajano, que tambm perseguiu a Igreja a partir do an100 AD.

    3. Assunto - a Revelao de Cristo Jesus. A palavra grega APOCALIPSE significREVELAO. O contudo do Apocalise s tem alguns paralelos nos profetas do VT, potem grande viso sobre temas poucos citados. Jesus tambm falou de temas apocalpticosespecialmente em Mt.24. O Apocalipse , sem dvida o complemento das Escrituras, bem sua chave de fechamento (22.19)

    4.

    Diviso O livro traz a smula de sua diviso natural:a) As coisas que so;b) As coisas que depois destas ho de acontecer. As que so se referem aos tempos em que Igreja est na terra; as que depois destas ho de acontecer, so fatos que tero lugar no futuro.

    5. Mostra de Cristo Glorificado - Jesus em sua glria aqui mostrado, com em nenhum outrlugar (1.9-20). Mostra as igrejas locais, representadas por estrelas, significando os ministroque as representam nas mos do Senhor. Aquele que tocar num ministro do Senhor, fere amos do Senhor.

    6. Destinatrios do livro Existe uma interpretao de que as sete cartas do Apocalips

    referem-se profeticamente as sete perodos da Histria da Igreja. feso perodo do declnio, no final da era dos apstolos; Smirna perodo de 300 anos de perseguies; Prgamo perodo de Constantino ao papado; Tiatira perodo papal, do sculo VI ao XVI (ou do VI ao XII); Sardes - perodo papal, do sculo XII ao XVI (ou do XVI ao avivamento metodista) Filadlfia - perodo da Reforma do sculo XVI at os nossos dias ( ou do avivamentmetodista chamado Perodo Missionrio. Laudicia O perodo que vai do tempo presente at a volta de Jesus. Assim sendo, ntemos uma definio sobre se estamos no perodo de Filadlfia ou de Laodicia. A diferena

    que Filadlfia no recebeu nenhuma repreenso do Senhor; mas Laodicia no fria nemquente. A qual delas pertencemos?

    7. O nmero sete em Apocalipse Os nmeros 3 e 7 so considerados perfeitos naEscrituras. Em Apocalipse temos: sete maldies, sete selos, sete personagens, settrombetas, sete taas e sete novas coisas.

    8. A grande tribulao A maior parte do livro se ocupa da grande tribulao, sendo todos ocaptulos do quarto ao dcimo nono.

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    9. O cu descrito A descrio do cu no Apocalipse outra pea indita. Mas o principaobjetivo um convite para VIR A CRISTO.

    10. Relao com outras Escrituras Tem mais citaes do VT do que o prprio Evangelho dMateus. Mateus fez 92 citaes; Hebreus tem 102; Apocalipse 285. E Apocalipse o niclivro da profecia do NT.

    BIBLIOGRAFIA

    PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO - Ed. Vida Nova/ 1997Roberto H. Gundry, Ph. D.

    INTRODUO AO ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO. Ed. Juerp.3 Edio/1989 . RJ - Broadus David Hale

    O CRISTIANISMO ATRAVS DOS SCULOS - Uma histria da Igreja Crist - 2. Ed. SP. EVida Nova, 1995. Earle E. Cairns.

    Apostila elaborada pelo PR. WALTENSIR L. DE SILVA, a qual, foi por ele elaborada tendo combase a seguinte Bibliografia:

    1. SINTESE BIBLICA DO NT Mateus a Joo CPAD/1983Carlos Johansson e Ivan Hellstron2. 27 CHAVES PARA O NT Impressa Batista Regula/1985 Guilherme W.Orr3 ATRAVS DA BBLIA LIVRO POR LIVRO Emprevan Editora/1974 Myer Pearman4. MANUAL BBLICO - Livraria Editora Evanglico/1963 H. Halley5. O NOVO COMENTRIO DA BBLIA 3o volume Edies Vida Nova/1963 Autores diversos

    NOTAS DE FIM

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    iCAUSAS DA PERSEGUIO POR PARTE DO IMPRIO ROMANOA) Poltica: No incio, a perseguio quase sempre partia de fontes judaicas. Isso por que, o cristianismo eravisto at ento pelas autoridades romanas, como parte do judasmo, que era uma religio licita, isto , umaseita legal. Mas, logo que foi distinguido do judasmo como seita separada e pde ser classificado comosociedade secreta, o cristianismo recebeu a interdio do estado romano que no admitia nenhum rival obedincia por parte de seus sditos. Tornou-se ento, um religio ilicita, considerada como ameaa segurana do estado romano. O estado era o supremo bem em uma unio dele com a religio. No poderiahaver religies particulares. A religio somente seria tolerada se contribusse para a estabilidade do estado. A

    religio crist , por sua vez, exigia exclusiva lealdade moral e espiritual daqueles que aceitavam a Cristo;assim, quando a escolha entre a lealdade a Cristo e a lealdade a Csar tinha de ser feita, Csar era colocadoem segundo plano. Era este o temor dos lderes romanos, empenhados em preservar a cultura clssicadentro da estrutura do imprio estatal. Os romanos passaram a ver os cristos como desleais ao Estado, queestavam tentando fundar um estado dentro do estado. A soberania exclusiva de Cristo confrontou-se com asreivindicaes de Csar soberania exclusiva.

    Muitas prticas crists pareciam confirmar as suspeitas da deslealdade bsica dos cristos ao Estadolevantadas pelas autoridades romanas. Os cristos, recusavam-se terminantemente, a o oferecer incensonos altares devotados ao culto ao imperador romano, com quem o bem estar do estado erainextricavelmente associado na mente do povo ao perodo de imperial entre Csar Augusto e Constantino.Quem sacrificasse nesses altares, podia praticar uma segunda religio particular. Os cristos no faziamesses sacrifcios e eram, conseqentemente, tomados como desleais. Os cristos tambm realizavam amaioria de suas reunies noite e em segredo. Para a autoridade romana isto deixava claro que se

    preparava uma conspirao contra a segurana do estado.

    B) Religiosas: Os romanos no se opunham a acrescentar um novo dolo ao grupo de panteo, desde que adivindade se subordinasse s pretenses de primazia feitas pela religio do Estado. Os cristos por sua vez,no tinham dolos; suas oraes no era dirigida a nenhum objeto visvel. Isso para os romanos nada maisera do que atesmo. O sigilo dos encontros dos cristos tambm suscitou ataques morais contra eles. Poucadiferena fazia se estes boatos eram verdadeiros ou no.

    CARTA OS GLATASA epstola de Paulo aos Glatas diz respeito controvrsia judaizante por causa da qualse reuniu o conclio de Jerusalm (At. 15). Muitos dos primeiros cristos, por serem judeus, em grandemedida continuaram a viver segundo seus moldes judaicos, incluindo freqncia sinagoga e ao templo deJerusalm, oferecendo holocausto, observando os rituais e os tabus dietticos da legislao mosaica, emantendo-se socialmente distantes dos gentios. Mas, a converso dos gentios forou a Igreja ver-se diantede diversas importantes questes. Deveriam os cristos gentios ser obrigados a se submeter-se circunciso

    e a praticar o modo judaico de vida, conforme era exigido dos proslitos gentios que entravam no judasmo?Para o caso daqueles gentios que no estavam dispostos a torna-se totalmente judeus, deveria haver umacidadania de segunda classe no seio da Igreja como sucedia no caso dos "temente a Deus" gentios dentro doJudasmo