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FILOSOFIA Professora Erica Frau

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FILOSOFIAProfessora Erica Frau

FILOSOFIA E MITO

FILOSOFIA E RELIGIÃO

• Vemos, portanto, que o mito narra a origem das coisas pormeio de lutas, alianças e relações sexuais entre forçassobrenaturais que governam o mundo e o destino doshomens. Como os mitos sobre a origem do mundo sãogenealogias, diz-se que são cosmogonias e teogonias.

• A pergunta dos estudiosos é a seguinte: ao surgir, a filosofianão é uma cosmogonia, e sim uma cosmologia, umaexplicação racional sobre a origem do mundo e sobre ascausas das transformações e repetições das coisas;

•Mas a cosmologia nasce de umatransformação gradual dos mitos ou de umaruptura radical com os mitos?

•A filosofia continua ou rompe com acosmogonia e a teogonia?

Os estudiosos chegaram à conclusão de queas contradições e limitações dos mitos paraexplicar a realidade natural e humana levarama filosofia a retomá-los, porém reformulando eracionalizando as narrativas míticas,transformado-as numa explicação inteiramentenova e diferente.

A CONVIVÊNCIA ENTRE MITO E FILOSOFIA

•O pensamento filosófico desenvolveu-se emuma forma de conhecimento que se diferenciada mitologia. Se o mito era uma narrativafictícia, uma história imaginada para explicar omundo, a filosofia pretendia ser umpensamento não fantasioso, baseado noraciocínio, no exame consciente das coisas,buscando uma explicação racional, e nãosobrenatural.

A CONVIVÊNCIA ENTRE MITO E FILOSOFIA

•A filosofia, contudo, não substituiu a mitologia.Ambas continuaram convivendo. Platão, emalguns dos diálogos filosóficos que escreveu, fezuso de narrativas míticas para, com base nelas,elaborar suas explicações racionais. Em outrosmomentos, a mitologia foi combatida comopura mistificação. Hoje em dia ocorre algosemelhante. Filosofia e Mito convivem, às vezesconflituosamente.

• A mitologia tem certa proximidade com a religião, mas nãoé exatamente uma religião.

• Qual seria então a diferença?

• Basicamente pode-se dizer que a religião é um conjunto decrenças, em geral amparadas em um texto,compreendidas como uma revelação de Deus (ou de umgrupo de deuses) aos seres humanos.

•Por serem verdades reveladas por Deus, elasnão podem ser contestadas.

•Dizemos, por isso, que as religiões sãodogmáticas, se fundamentam em dogmas,que são verdades absolutas que não podemser questionadas.

• Outra característica importante da religião é a existência deritos que orientam a relação dos seres humanos com a(s)divindade(s).

• Os ritos são normas e comportamentos organizados pelossacerdotes, pessoas consideradas intermediárias na relaçãoentre cada pessoa e a(s) divindade(s).

• De modo geral as religiões se tornam instituições, ou seja,organizações que controlam o funcionamento do gruporeligioso.

• Contam com uma rede organizada de pessoas queocupam diversos postos, dos mais simples aos maiselevados, isto é, formam uma hierarquia.

EM RESUMO, O CONHECIMENTO DE TIPO RELIGIOSO CARACTERIZA-SE:

• Por um conjunto de ideias expressas em um texto ou umlivro sagrado, compondo o dogma da religião –embora existam também religiões baseadas em umatradição oral, que não possuem um livro sagrado.

• Pela organização institucional de um conjunto depessoas que administram esse conhecimento e arelação das pessoas com ele;

• Pela definição de rituais na forma de viver esseconhecimento e se relacionar com ele.

• Esse conhecimento está centrado na fé, umaconfiança absoluta nas palavras que foramreveladas pela divindade. A fé não é racional,embora a razão possa ser utilizada como uminstrumento para compreender os mistérios dafé, como de fato o foi por vários filósofos cristãodurante a Idade Média; às vezes, acreditamosem coisas que não fazem qualquer sentidoquando examinadas racionalmente.

•Os primeiros filósofos foram justamente aqueles que não aceitaram os dogmas religiosos e as explicações míticas, e começaram a buscar outras explicações.

•Os filósofos procuraram construir explicações racionais, que não estivessem prontas nem fossem definitivas, que fizessem sentido e que pudessem convencer pela lógica, e não pela aceitação incondicional do dogma.