23/05/2015 - jornal semanário - edição 3.132

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Muitos motivos para comemorar Produto ajuda a impulsionar a indústria, o turismo e a agricultura locais CRISTIANE GROHE BENTO GONÇALVES Sábado 23 DE MAIO DE 2015 ANO 48 N°3132 R$ 3,00 www.jornalsemanario.com.br Plano Diretor Comunidade quer ampliar discussões Audiência pública mostrou que população quer informações mais detalhadas sobre o estudo da Ufrgs Página 21 Páginas 22 e 23 Dia do Vinho

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23/05/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.132 - Bento Gonçalves/RS

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Page 1: 23/05/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.132

Muitos motivos para comemorar

Produto ajuda a impulsionar a indústria, o turismo e a agricultura locais

CRISTIAN

E GRO

HE

BENTO GONÇALVESSábado23 DE MAIO DE 2015ANO 48 N°3132

R$ 3,00 www.jornalsemanario.com.br

Plano Diretor

Comunidade quer ampliar discussõesAudiência pública mostrou que população quer informações mais detalhadas sobre o estudo da Ufrgs Página 21

Páginas 22 e 23

Dia do Vinho

Page 2: 23/05/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.132

Por um Plano Diretor conscienteEditorial

Nove anos depois da aprovação do Plano Diretor, estamos discu-tindo as mudanças na legislação. Por pressa na análise das mudan-ças, estamos fazendo um retrabalho de organizar estas questões. Mais dinheiro sendo gasto e, principalmente, tempo sendo utiliza-do para rediscutir o que deveria estar formalizado.

Diríamos que o Plano Diretor tem a finalidade de melhorar a vida dos moradores e visitantes de uma cidade. Só que ele não é uma fórmula pronta, como um remédio, o qual ministramos para um município e resolvemos todos os problemas. São necessá-rias muitas pesquisas junto a comunidade a fim de levantar suas necessidades, prever o futuro para antecipar as ações corretivas e intercambiar as ações das várias células temáticas, a fim de fortalecer as ideias válidas e descartar as obsoletas.

O Plano Diretor é uma ferramenta legal para a própria população dizer como quer que seja sua cidade no futuro, por intermédio de um trabalho estudado, planejado e realizado no presente. É desta forma que nós, integrantes da sociedade bento-gonçalvense deve-mos exigir que o novo estudo seja feito. A participação ativa e direta

Os técnicos da Ufrgs apontaram deficiências históricas existentes

em nossa cidade

da população se faz necessária, para que não tenhamos que fazer uma nova revisão do plano daqui a cinco ou seis anos. Uma oportu-nidade como esta não deve ser desperdiçada por uma comunidade que pretender ver seus filhos serem criados numa cidade melhor, cujos itens principais de reclamações hoje são: segurança, educa-ção, empregos com melhores salários, saúde.

Mesmo com as reclamações feitas na primeira audiência pública, é preciso chamar atenção que a principal discussão será feita na Câmara de Ve-readores, local onde as coisas se definem. A pre-feitura pouco tem de poder na hora da definição. Ela pode sugerir, estudar, propor, até pode tra-balhar para de certa forma conquistar a socieda-

de para que aprove a tese que o Poder Executivo mais tem afinida-de a fim de colocar em prática no Plano Diretor a ser reformulado.

Neste momento de discussões, precisamos estar atentos a tudo o que está sendo colocado no estudo. Os técnicos da Ufrgs são profis-sionais isentos e que, de imediato, já apontaram deficiências histó-ricas de nossa cidade, como a falta de parques públicos e áreas de lazer para a comunidade.

Sábado, 23 de maio de 2015 2 Opinião

SEDEWolsir A. Antonini, 451

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Na segunda-feira, desta semana, tivemos a satisfação de re-ceber, no SISTEMA S, toda a diretoria da Expobento, que se fazia acompanhar da equipe operacional, além do Presidente do CIC, Leonardo Giordani, do ex presidente, fiel escudeiro Jordano Zanesco. O CIC é o “pai” da Expobento, a filha estava meio desajustada mas, agora, usando uma linguagem viníco-la, está totalmente harmonizada. Sempre gostei da forma com que a Expobento é articulada, da sucessão natural dos cargos diretivos, do clima de respeito e harmonia que impera. A Ex-pobento é também, a meu ver, um laboratório de revelação e formação de jovens lideranças, processo importante na vida comunitária. Lamento muitíssimo que Esportivo, Fundapar-que e Fenavinho não sejam conduzidas assim, com tamanha propriedade e correção. A Expobento ocupou espaços que a Fenavinho ocupava, um deles é a participação das indústrias vinícolas. Com a volta da Fenavinho (quando será que será?) o ideal seria que a Expobento fosse mantida dentro dos Pa-vilhões e a Fenavinho fosse levada a efeito no Parque (que parque?) e no centro da cidade. Faríamos então Expobento e Fenavinho juntas, cada evento com suas diretorias próprias coordenadas por um Presidente que cuidaria da harmoniza-ção dos dois eventos. É sonhar demais? Não.

Se partirmos da premissa de que temos que fazer o que tem que ser feito e não o que algumas pessoas e grupos entendem que deva ser feito, esse é o caminho que convém a Bento, con-vém ao Prefeito, convém ao CIC e dará condições de ressurgi-mento da Fenavinho com força, na minha modesta opinião. Voltando a visita, foram momentos muito agradáveis, cor-diais, descontraídos, materializados com um bom espuman-te, vinhos, e comida light, da qual sou adepto. O governador disse, esta semana, em entrevista, que “não tinha intenção de ser governador” (eu queria que ele tivesse dito, “eu queria mui-to ser governador, eu gosto de ser governador, eu amo o povo do Rio Grande, vou fazer de tudo para este estado dar certo”). Pois é, eu digo para vocês que vou fazer de tudo para entrar pro Guia Michelin, referência de alta culinária, que estou me esforçando, que o pessoal da Expobento, com alegria, serviu como “cobaias”, tudo “por Bento, pelo Rio Grande”. Falou-se

Henrique Alfredo [email protected]

VISITA de tudo nesse encontro. Do CIC, inclusive da construção da nova sede. Não me agrada ver o CIC construindo a nova sede ali naquele buraco, no lado direito do Parque de Eventos, e não no terreno que a entidade tem no lado direito da casa noturna Bangalô, onde poderia construir uma sede de 14 andares, ma-jestosa, com um restaurante panorâmico (Veranopólis tem um e giratório) no último andar, todo o prédio envidraçado, com visão de 360 graus para a cidade, esplendorosa, de visibilida-de, e demonstrando para Bento, para o Estado, para o país, a majestade da indústria e comércio de Bento. Não, o que vão fazer? Construir uma sede num buraco, em terreno ao lado do Parque de Eventos, terreno este que deveria ser adquirido pela Prefeitura, aumentando a área do Parque Público. Porque as coisas não se conduzem dessa forma? Eu não entendo.

O Grêmio cometeu um erro histórico (com a aprovação dos Conselheiros) na forma de construção da Arena, que agora está tentando consertar. O Esportivo cometeu um erro histó-rico (com a aprovação dos Conselheiros que, diga-se, foram influenciados) e agora está lá com um elefante branco nas mãos, sem capacidade de sustentá-lo, quando deveria estar fazendo na Montanha um investimento imobiliário que tor-naria o clube auto sustentável e um dos mais ricos do estado. O Estádio Montanha dos Vinhedos (que nome!) deveria estar sob domínio da Municipalidade que o tornaria, sem dúvida, num complexo esportivo, social e cultural, exemplar para o estado e país. Lutei, lutei com todas as minhas forças para que isso acontecesse, fui voto vencido. E, agora, vejo, pesa-rosamente, o Clube nesta situação deplorável, tendo como única renda própria o aluguel de um prédio histórico, tom-bado, que “empurraram” pra cima dele, no negócio. E ago-ra minhas expectativas se frustram (com todo o respeito a quem pensa de forma diferente) em relação ao CIC. Embora tenha empresa associada, não fui ouvido. E nem ouvi falar de plebiscito entre os associados, indagando “onde deveria ser construída a nova sede”.

Bem, não vou escrever um “tijolo” como definiu o meu esti-mado amigo Dorvalino Lovera, a quem agradeço as referên-cias e contribuições a respeito de colocações anteriores, e sobre quem mais adiante vou referenciar. Antes de encerrar, venham cá, me digam, será que eu vou ser campeão da Libertadores?

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Painel

Diariamente, os moradores do bairro Borgo enfrentam problemas com a falta de cal-çamento e o esgoto que corre a céu aberto na estrada Linha Burati. Porém, a maior preo-cupação das famílias é em re-lação ao muro de uma pedreira abandonada, que contém ra-chaduras e está prestes a ceder.

Segundo relato dos mora-

dores, a empresa que traba-lhava no local encerrou as ati-vidades há 30 anos, deixando apenas o muro. A situação piora em dias de chuva, pois além do forte odor do esgo-to e do barro na estrada, os moradores também ficam apreensivos com a possibili-dade da estrutura cair.

Letícia Finn afirma que as

famílias já tentaram entrar em contato com o Poder Público diversas vezes, mas nenhuma providência foi tomada até o momento. “Todo mundo aqui tem muito medo. O muro está cada dia mais inclinado e as pedras estão se soltando. Fa-lamos até com vereadores, mas ninguém se importa com isso”, desabafa a moradora.

Risco de queda

Na terça-feira, 26, uma Audiência Pública será realizada no plenário da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, às 14h. O evento tem como objetivo apresentar à comunidade as contas dos Poderes Legislativo e Executivo referentes ao pri-meiro quadrimestre do ano de 2015.

Contas do Legislativo

“Como criar produtos e ser-viços utilizando o Business Model Canvas” será o tema do próximo café da manhã pro-movido numa parceria entre o Sindicato das Indústrias Meta-lúrgicas, Mecânicas e de Mate-rial Elétrico de Bento Gonçal-ves (Simmme) e o Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae). O tema será apresentado pelo empreende-dor digital Rafael Comin.

O evento acontece na quinta--feira, 28, com início às 7h30 e será realizado no Hotel Laghet-to Viverone. Os participantes aprenderão os conceitos bá-sicos da ferramenta Business Model Canvas, a metodologia de modelo de negócios mais popular e mais eficaz do mer-cado. A previsão de encerra-mento é 9h30min.

Rafael Comin é empreende-dor digital e sócio-proprietário

da Seen Digital. É especialista em Business Model Canvas pela HSM Educação Executi-va. Possui Pós-MBA em Inteli-gência Empresarial pela FGV, MBA em Marketing pela FGV e é graduado em Ciências da Computação na UPF. É tam-bém professor de Graduação e Pós Graduação nas áreas de Marketing e Comunicação Di-gital, e-Commerce, Mídias e Redes Sociais e Web Analytics.

Simmme e Sebrae promovem evento

Sábado, 23 de maio de 2015 3

Ampliação de empresas não se vê. Novas empresas surgindo, nem pensar. As que tem, estão fechando ou reduzindo a jornada de trabalho, ou colocando funcionários em férias. Se você olhar para este panorama e ainda levar em conta que os jovens e crianças estão crescendo em direção ao mercado de trabalho, vai se perguntar: onde vão trabalhar (drogas - prostituição - assaltos - roubos)? A taxa de desemprego, que em abril atingiu 6,4% (maior índice desde março de 2011), vai parar de crescer?Envie sua sugestão de pergunta no e-mail: [email protected]

A pergunta que não quer calar

Painel

HUMOR Moacir Arlan SILVIA DA

LMA

S

Postal será o relator da LDO

A Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Con-trole, sob a presidência na quinta-feira, 21, do deputado Marce-lo Moraes (PTB), aprovou a indicação do deputado Alexandre Postal (PMDB) para a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamen-tárias, a LDO, para o exercício econômico-financeiro de 2016. A LDO estabelece as metas e prioridades da administração pública estadual, sendo que no primeiro ano do mandato do governador, as metas e as prioridades para o exercício sub-sequente integrarão o Projeto de Lei do Plano Plurianual.

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Sábado, 23 de maio de 20154 Geral

Novo Plano Diretor?

Novo Plano Diretor? II

O que querem mudar?

Atençao, portanto!

Nesta semana aconteceu o que entendo como a primeira audi-ência pública versando sobre o Plano Diretor de Bento Gonçalves. Entendo, também, que não se trata de um “novo” Plano, mas de re-visão do Plano Diretor atual, o que já estava previsto. Não pude par-ticipar – estava em viagem – desta reunião, mas vou acompanhar o processo todo muito de perto. Já vivi muitas coisas nesta Terra do Vinho. Planos diretores foram modificados na “calada da noite” com o objetivo claro, escancarado de beneficiar os “amigos do rei”. E isso fica bem nítido àqueles que andam pela cidade e observam, atentamente, coisas escabrosas que foram feitas, devidamente “au-torizadas”, e que hoje prejudicam pedestres, veículos e o próprio desenvolvimento do município. Mas, pelo Estatuto das Cidades, esse “poder supremo” do alcaide de plantão não mais existe.

Pois é, o Estatuto das Cidades definiu muito bem as responsabi-lidades. Por força dessa lei os municípios, em seus planos direto-res, tiveram que inserir a criação da Comissão (conselho) de Pla-nejamentos e o Fórum de Políticas Públicas. Nesses dois órgãos devem passar para aprovação todas as mudanças pretendidas por prefeitos, vereadores, interessados de um modo geral. Desta for-ma, mesmo que o Fórum de Políticas Públicas tenha sido solene-mente ignorado ultimamente, ele deverá ser ouvido para qualquer eventual mudança pretendida, da mesma forma que o COMPLAN. Depois disso é que irá para a Câmara para apresentação, discussão e eventual aprovação.

Normalmente, a população não se interessa muito por essas coi-sas. Plano Diretor? Quantos sabem, exatamente, de que se trata e de que forma ele interfere na vida de todos nós? Pois é! Raros, até o momento em que podem sentir na própria carne, no próprio bolso ou na qualidade de nossas vidas a força do Plano Diretor. Já foram feitas tantas bobagens estruturais, em construções e, in-clusive e principalmente no meio ambiente e qualidade de vida da população. Não há mais, portanto, espaço para “favores” e “cane-taços” que prejudiquem a população. Em janeiro foi aplicado um Decreto que eu entendo absolutamente inconstitucional, porque vindo diretamente do Executivo, sem passar pelo COMPLAN, Fó-rum de Politicas Públicas e Câmara de Vereadores. Mas, o que querem mudar, agora? A população consciente espera, certamen-te, que não violentem ainda mais a nossa BACIA DE CAPTAÇÃO.

ÚLTIMAS

Primeira: Um estranho projeto foi retirado da Or-dem do Dia na sessão ordi-nária da Câmara de Verea-dores de segunda-feira, dia 18, pelo líder do governo;

Segunda: Digo “estranho” porque tratava de “doação” ao governo federal de área próxima – ou anexa, poucos sabem – à Reserva Biológica Darwin João Geremia;

Terceira: : No Projeto, em “regime de urgência” (?), com votação única, portanto, dizia-se que era para “pagar débito” junto ao governo federal. Que débito é esse? Qual sua ori-gem? Por que se doar área de preservação ambiental (se for o caso)?

Quarta: E por que foi re-tirado na undécima hora? Sim, um dos motivos é que duvido que todos os verea-dores tivessem plena noção do que se tratava;

Quinta: Menos mal que foi retirado. Agora, certa-mente, a população será devidamente informada so-bre esse projeto, essa dívida e tudo o que o envolve. No mínimo, né?

Sexta: E o Felipão saiu do Grêmio. Tinha tudo, des-de o início, para dar errado, como de fato deu. O “pensa-mento mágico” ruiu. Mais de 36 mil sócios foram per-didos em 2013 e 2014, sem nenhuma conquista;

Sétima: Neste momento, quando escrevo a coluna, ainda não há técnico defi-nido. Mas, uma coisa todos gremistas esperam: que não errem novamente. Não há mais margem para erros.

Antô[email protected]

A partir de agora, a população como um todo; as entidades re-presentativas dela; as entidades de classe; clubes sociais; clubes de serviço; entidades empresariais e entidades de empregados têm o dever, a obrigação de ligarem todos os seus dispositivos de atenção e acompanhamento para que não tenhamos nenhuma surpresa. O Plano Diretor é por demais importante para todos. Não pode servir de instrumento para beneficiar alguns poucos em detrimento da maioria. Esperamos, portanto, que todas essas en-tidades e a parcela da população consciente, acompanhe muito de perto, muito de cima o que pretendem fazer com o Plano.

Campanha de vacinação contra a gripe é prorrogada

Imunização

A Campanha de Vacinação Contra Gripe, que encerraria on-tem, 22, foi prorrogada até o dia 5 de junho. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foi atingido 68% da meta.

Até o dia 20, foram registrados os seguintes números: crianças: 2.833; trabalhadores da área da saúde: 2.527; gestantes: 729; puérperas: 137; idosos: 10.313;

portadores de doenças crônicas: 2.327. O total de doses aplicadas foi de 10.313. A SMS espera que os pais levem as crianças para receber a dose, já que o grupo só atingiu 50% da meta. A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B).

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Sábado, 23 de maio de 20156 Geral

Itacyr Luiz Giacomello | [email protected] | n° 1.977

IGVariedades

A FRASE

A vida feliz consiste na tranquilidade da mente! (Cícero)

O XXV Congresso MovergsO município de Bento Gonçalves-RS através de suas forças vivas

vai preparando o XXV Congresso Movergs que deverá reunir cerca de 500 participantes dia 1º de julho 2015 das 8 às 16h com intervalo ao meio dia no Dall Onder Grande Hotel. O Congresso é promovido pela Movergs - Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul e seu presidente Ivo Cansan aguarda um encontro dos mais expressivos que abordará debates sobre o atual cenário econô-mico do setor. Conhecimento e atualização ao empresariado da cadeia produtiva madeira-móveis de alto nível, também estarão na pauta e recheados de novos desafios. Nesta edição o Congresso Movergs vai apresentar um panorama atualizado do setor debatendo sobre a necessidade de empresas repensarem e recriarem alternativas a fim de se manterem competitivas, afirma o presidente Ivo Cansan.

PalestrantesO XXV Congresso Movergs vai contar com painéis apontando

dados quanto a realidade do mercado, investimentos e competi-tividade nos negócios Eis os Palestrantes; Marcelo Villin Prado, José Roberto Mendonça de Barros, Luciano Almeida e Pedro Janot. Painéis importantes para o setor moveleiro! Novos ho-rizontes vêm por ai!

ExpoBento 2015Seguem os preparativos da 25ª ExpoBento – Uma Feira Sem Limi-

tes – a ter lugar em Bento Gonçalves – RS de 4 a 14 de junho 2015 no Parque de Eventos. Promovida pelo CIC/BG seu presidente Leonardo Giordani destaca a importância que o evento representa para a cidade e região principalmente para quem nos visita e deseja boas compras além da farta gastronomia e bom vinho. A expectativa é das maiores!

Novidades e negócios

Piacenza recepciona

Laço Velho – Jantar/Baile

O presidente da ExpoBento 2015 Laudir Piccoli e equipe prepa-ram um evento dos mais expressivos focados em negócios para a sua empresa. Com inúmeros atrativos, shows e novidades, a maior feira Multisetorial do Brasil reunirá 460 expositores, 30 mil itens em produtos, mais de 200 mil visitantes e estimativa de R$ 30 milhões em negócios. O diretor de comercialização da ExpoBento José Carlos Zortea diz que a reserva de espaços estão esgotadas e que as previsões até aqui são otimistas, fruto do empenho para am-pliar o número de expositores. Fique ligado!

Liderada pelo presidente Marcos Antonio Valduga a Confraria In Vino Veritas foi recepcionada na noite da última 2ª feira pela direção da Piacenza - Restaurante e Pizzaria, bairro São Bento comandada pelo seu proprietário Gilmar Durante e equipe que agradeceu a con-vivência dentro de um clima alegre cujo encontro de confraterniza-ção, em espaço para eventos, destaca-se pelo seu espirito acolhedor. Um ambiente especial uma vez que nas palavras de Gilmar Durante além do sabor da Piacenza os vinhos servidos são de origem exclusi-va de Bento Gonçalves, valorizando o que aqui se produz. Os confra-des degustaram e aprovaram os vinhos Miolo-Merlot Terroir safra 2012; Casa Valduga-Leopoldina Premium Merlot e Vinícola Pizzatto –Merlot safras 2011. Como convidado Gilmar Fernando Lazzarotto que agradeceu a acolhida entre amigos! Valeu!

O patrão do CTG Laço Velho Antenor Rizzi e equipe convidando para o Jantar/Baile de Formatura do Curso de Danças de Salão dia 30 de maio de 2015 às 20h30min com animação do Conjunto Can-to Charrua. O curso é ministrado pelos professores Daiane e Leandro Magnaguagno e cerca de 70 casais serão diplomados. Traje social dis-creto ou pilcha tradicional. Fica o convite do patrão Antenor Rizzi para a grande noitada tradicionalista. Informações 3452.3586! Prestigie!

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[email protected]

DenisedaRé

A chegada

Enfim aterrissamos! Suavemente, no comecinho da bota, que é onde fica Milão. Sabe quando a ficha não cai? A minha caiu logo. Eu, nascida lá em “Barbacena”, estava na capital da moda, do design, da cultura, da sofistica-ção, da gastronomia, dos grandes eventos... Eu e a Gisele Bündchen. E Roberto Cavalli, Gucci, Giorgio Armani, Sal-vatori, Prada, Luís Vuitton... Quem diria?!

Fomos, de cara, pra Piazza Del Duomo, que não é a Pra-ça do Homem, como eu supunha, mas sim a Praça da Ca-tedral... Se bem que até poderia ser, pois as centenas de esculturas (de)penduradas na igreja, por fora e por den-tro, são quase todas de homens. E gárgulas, que, na épo-ca, eram quase a mesma coisa. Me antecipando um pouco (Florença e Roma fazem parte dos próximos capítulos), concluí que os caras tinham uma obsessão pelo físico masculino e adoravam esculpi-lo. De preferência nu, para mostrar a beleza de suas curvas e de seus músculos. Já as raras figuras femininas que vi em toda a Itália antiga, car-regam uma barriguinha nada sexy. Eu acho, inclusive, no caso da Catedral de Milão, que, para compensar o descaso com as mulheres, puseram no trono mais alto, no topo da agulha maior, a imagem da Madonnina dourada. Ah, sim: a construção dessa imensa, imponente, majestosa igreja iniciou no século XIV e foi concluída no século dezoito. Deve vir daí a inspiração para muitas obras brasileiras...

Fascinante e intrigante a engenharia e arte antigas. Acredito que não haja nada contemporâneo que se com-pare a isso. Mas, em termos espirituais, duvido que a gen-te vá encontrar Deus nos altares desses magníficos tem-plos. Acho que Ele prefere andar nas ruas, misturado ao povo... Mas esta é questão para mais tarde.

Voltando para as belezas materiais: o segundo passeio foi pela Galleria Vittorio Emanuele, que é o sonho de con-sumo de muita gente. Na praça, nos deparamos com um aglomerado de turistas rindo. Ao nos aproximarmos, vi-mos o tal desenho do touro no chão, cuja tradição manda tocar com o calcanhar e girar três vezes sobre ele. Não tive saco para aguardar a minha vez de pisar nos testículos do animal. Além do mais, quem precisava de sorte? Eu já ti-nha o suficiente para essa minha primeira viagem.

Mas nem só de alimento para o espírito o homem vive. Depois de horas andando em círculo, jogamos nosso can-saço num bistrô, onde fizemos os pedidos em italiano original... original de Bento. Pedi “refrigerante “gelato”, pois estava morrendo de sede. Adivinhem o que o garçom me serviu: “uno gelato” num cascão, nos sabores pistache, creme e morango. Eu agradeci e ele retrucou:

-Prégo!Se eu não fosse uma “madám”, teria respondido: “Vai

você!”Ora bolas! Chupar prego... Eu, hein?!

A situação que motivou pro-testos e gerou preocupação para diversas famílias chegou ao fim. Foi publicada na quin-ta-feira, 21, no Diário Oficial do Estado (DOE), a confirmação de pagamento de parte dos re-passes estaduais em atraso. A alternativa havia sido proposta pela administração do Hospital Tacchini para não interromper os serviços na Unidade de Tra-tamento Intensivo (UTI) Pe-diátrica durante reunião com o Governo na última semana.

A portaria Nº 598/2015 as-segura o repasse financeiro com recursos do Tesouro do Estado a ser transferido ao município de Bento Gonçal-ves, através do Fundo Munici-pal de Saúde, no valor mensal

de R$ 150 mil. A UTI pediátri-ca no Hospital Tacchini tem nove leitos, sendo que três deles estão regularmente con-veniados. Os outros seis leitos foram disponibilizados ao Sis-tema Único de Saúde (SUS), por solicitação do governo es-tadual em 2014, porém nem o Estado e nem a União formali-zaram o convênio.

Segundo o coordenador mé-dico da secretaria de Saúde, Marco Ebert, nos próximos dias a prefeitura se reunirá com a instituição para discutir ade-quações e renovar contratos de setoriais. “Precisamos debater como será o repasse nos próxi-mos meses. O hospital alegou prejuízos de R$ 200 mil men-sais, então precisamos regular os serviços para o valor dispo-nível no momento”, explica. De acordo com o coordenador,

os repasses serão mensurados pela quantidade de atendimen-tos registrados na unidade. Ebert não descarta a possibili-dade de parcerias com outros municípios para aumentar a captação de recursos.

O impasse na UTI pediátrica iniciou há mais de uma semana. No dia 11, a instituição fechou as portas para novos pacientes por problemas no recebimento de recursos, fazendo com que a região perdesse três leitos para atendimento pelo SUS.

Segundo o hospital, o gover-no do Estado e a União deixa-ram de repassar R$ 7,5 milhões em convênios que não foram formalizados ou de parcelas de recursos que não foram repas-sados desde 2014. O hospital reiterou que o acordo não quita as dívidas anteriores do Estado com a instituição.

Estado confirma repasses mensaisUTI Pediátrica

Cristiano [email protected]

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Sábado, 23 de maio de 2015 9Geral

As vagas especiais de esta-cionamento para pessoas

idosas ou com deficiência são essenciais no trânsito e facili-tam a acessibilidade. Porém também é essencial que haja o respeito do restante da po-pulação, para que as vagas prioritárias sejam utilizadas por aqueles que realmente precisam. Pensando nisso, o Poder Público Municipal de-cidiu enfatizar a importância desses espaços com os estu-dantes do município, desen-volvendo a ação ‘Vaga Espe-cial - Eu Respeito!’.

Na iniciativa, crianças e ado-lescentes assistirão palestras e participarão de dinâmicas para perceber que, quando a vaga especial é usada incorretamen-te, outra pessoa pode ser preju-dicada. A realização do projeto é da Coordenadoria de Aces-

Iniciativa do Poder Público consiste em atividades que enfatizam o respeito nos estacionamentos para idosos e deficientes

VITÓRIA

LOVAT

Vitória [email protected]

No lançamento da ação, alunos da Escola Princesa Isabel se apresentaram

Projeto Vaga Especial inicia nas escolasConscientização

sibilidade e Inclusão Social da Pessoa com Deficiência (Cais-pede) por meio da Secretaria de Assistência Social e Secre-

taria de Mobilidade Urbana. O lançamento do projeto ocorreu na manhã desta quinta-feira, 21 na Via Del Vino e contou

com a apresentação do esque-te teatral Virtudes Para a Vida, dos alunos da Escola Municipal Princesa Isabel, além de apre-sentações musicais do grupo de idosos Vivendo Melhor e do músico Mario Bianchi.

A secretária de Assistência Social, Rosali Fornazier, desta-ca que a iniciativa está dentro de um plano maior da Prefei-tura de promover a acessibili-dade. Ela acredita que a ação com os estudantes trará resul-tados positivos já que, além de serem futuros motoristas, eles também levarão o pensamento de respeito para o restante da família. “Queremos transfor-mar Bento Gonçalves em uma cidade em que as pessoas com deficiência e os idosos sejam respeitados nos seus direitos e necessidades”, afirma.

A primeira ação do projeto já foi realizada, que é a divul-gação do que será feito, assim, as escolas da cidade já sabem

que esta nova iniciativa será in-tegrada ao ensino dos estudan-tes. O segundo passo é começar as palestras e atividades educa-tivas que buscarão conscienti-zar e informar a comunidade escolar sobre a Legislação que ampara o uso das vagas espe-ciais. Contudo, Roseli adianta que o restante da comunidade também poderá ser integrado nas ações em um segundo mo-mento, depois que o primeiro estiver consolidado.

O secretário de Mobilidade Urbana, Mauro Moro, aponta que o município conta com 40 vagas para idosos e 20 para portadores de deficiên-cia – mais do que é previsto na Lei. Contudo, mesmo com um número mais alto, ele en-fatiza que a fiscalização é pri-mordial para que as vagas se-jam respeitadas. O secretário também comenta que o nú-mero de multas diminuiu sig-nificativamente desde 2013.

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Sábado, 23 de maio de 201510 Geral

AssuntaDeParis

140 anos – Imigração no Rio Grande Do Sul

Em 20 de maio, celebrava-se os 140 anos do início da colonização italiana no Rio Grande do Sul. Praticamente expulsos de sua terra natal pela miséria imposta pelas transformações sócioeconômicas que o sistema capitalista de produção provocou na Itália, atraídos pela propaganda brasileira, os italianos partem em busca de terra, trabalho e pão. De 1875, quando os pioneiros aqui aportaram, a 1935, entraram no Brasil cerca de 1,5 milhão de italianos. O sonho de “cucagna”, porém, se desfaz tão logo pisam em solo brasileiro. No RS, em vez de abrigos, terra, sementes, escolas, transportes e assistência médica e religiosa, ficaram entregues à própria sorte; não raro tendo apenas o pinhão nativo, a caça e a pesca como alter-nativa de sustento.

Diante das dificuldades brota o espírito heroico que os faz des-bravar a mata, confiantes em sua força de trabalho e amparados pela fé e esperança. Apesar do cenário sombrio aqui encontrado, ainda era melhor do que o deixado no velho continente. A esperan-ça motivava os imigrantes. A tão sonhada “vida nova” não estava pronta, mas podia ser construída com suor e sacrifício...

E assim foi! Aos poucos, as casas substituíram o barracão que abrigou os pioneiros; os cavalos deram lugar ao trem; a uva co-meçou a brotar, ao lado dos pinhões. Dia após dia, as adversidades foram vencidas e a serra gaúcha a tomar forma e a se destacar no cenário nacional.

Lembrar anualmente, a cada 20 de maio, Dia da Etnia Italiana, a epopeia da imigração no RS é, portanto, mais do que preservar a história. E, acima de tudo, celebrar o êxito desses pioneiros, que abriram caminho ao progresso e ao desenvolvimento. É reconhe-cer sua importante contribuição daquela que hoje é uma das mais prósperas regiões do país. Eis a recompensa! Somos um povo de projeção nacional.

Parabenizo todos os que nos ajudam a construir e transmitir a história daqueles que lutaram e venceram, para sermos o que so-mos hoje...

Parabéns, aos organizados e os que apoiaram a “Sétima Italiana Di Bento “ – 140 anni di immigrazione.

O projeto de lei 13.990, de 2012, também conhecido

como Lei de Gestão Democrá-tica, que regula as diretrizes sobre eleições de diretores e vices de escolas estaduais, está causando polêmica no meio acadêmico. Após tomar co-nhecimento da alteração que impossibilita aos gestores em atuação uma terceira candi-datura ao posto, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) realizou na terça-feira, 19, um encontro extraordinário com represen-tantes sindicais e educadores para definir quais medidas de-verão ser adotadas.

De acordo com a presiden-te do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, os problemas tive-ram origem na falta de divul-gação da alteração no projeto. “A lei de Gestão Democrática foi alterada antes de 2012, ou seja, quando ela sofreu a mudança, já existiam profes-sores que exerciam o cargo de liderança. A lei caracte-rizou a então atual gestão como sendo a primeira, e de 2012 a 2015 como a segunda

administração. Os diretores sabiam que só poderiam se reeleger duas vezes, assim muitos se programaram para estar na direção quando fo-rem se aposentar e receber a gratificação de R$ 250 a mais no benefício. Devido à fal-ta de esclarecimento sobre a alteração, os que estavam no cargo em 2012 se reelegeram achando que teriam uma ter-ceira chance, o que deixou de existir e acabou frustrando os planos para aposentadoria dos profissionais”, explica. Segundo ela, 70% dos direto-res do Estado se enquadram no cenário.

Na tentativa de reverter o quadro, a instituição está realizando tratativas com o Governo do Estado para que se abra uma nova excepcio-nalidade no caso. “Estamos negociando com o governo para ter uma singularidade, para que quem exerceu a po-sição entre 2009 e 2015 possa ser eleito por uma última vez, e assim reivindicar o bônus, tendo como justificativa a es-cassez de informação anteci-pada”, afirma.

Além da alteração que não foi amplamente divulgada,

outro assunto também preo-cupa o Cpers. Segundo a ins-tituição, tramita pela Assem-bleia Legistlativa do Estado, um projeto que acaba com o número máximo de candida-turas permitidas para dispu-tar o cargo, permitindo que diretores assumam a posição por tempo indeterminado. “O sindicato classifica o projeto como uma péssima medida para o cenário acadêmico. É preciso que exista reveza-mento entre os professores que estão à frente das escolas para que exista mais demo-cracia nas eleições”, avalia.

Para a presidente, os próxi-mos meses revelarão o futuro do sistema de aposentadoria de diretores de escolas do Estado, que atualmente está sujeito a três possibilidades: o atual cenário, em que os diretores eleitos nos últimos seis anos não podem mais se candidatar; a apresentação de um novo artigo ao Governo, prevendo a excepcionalidade para que exista a opção de nova candidatura; ou a apro-vação do atual projeto em trâmite pela assembleia, que elimina o número máximo de eleições permitidas.

Mudança no texto impede que diretores concorram ao cargo pela 3ª vez

CRISTIAN

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Segundo Helenir Schürer, presidente da Cpers, modificações afetam diretamente a aposentadoria da classe

Cristiano [email protected]

Cartaz de propaganda na Itália que pertence a historiadora Assunta De Paris, tradução: Terras no Brasil para todos os italianos. Venham todos construir os vossos sonhos com a família

Alteração de lei em 2012 gera polêmica no Estado

Gestão Democrática

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Sábado, 23 de maio de 2015 11Geral

SEC e Sindilojas não entram em acordo Convenção Coletiva

Aumento de salário dos empregados no comércio de Bento Gonçalves ainda está em negociação entre as entidades

Os trabalhadores do comér-cio de Bento Gonçalves

ainda não sabem qual será o seu percentual de aumento de salário em 2015. As negocia-ções da assinatura da Conven-ção Coletiva de Trabalho entre o Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gon-çalves (SEC-BG) e o Sindica-to do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas/BG) seguem sem acordo des-de fevereiro. Contudo, ambos os sindicatos estão dispostos a fazer mais reuniões para que a situação seja resolvida.

Enquanto o SEC-BG pede um reajuste de 12%, o Sindi-lojas oferece a melhoria de 7,68%, justificando o mau mo-mento econômico e a queda de vendas no comércio. A porcen-tagem que não ultrapassa os 8% também está baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A presidente do SEC-BG, Orildes Lottici, destaca que os trabalhadores estão preocupa-dos e querem uma resolução do acordo coletivo. Contudo, ela detalha que, mesmo com a vontade de resolver a situação, não é possível aceitar a propos-ta. Ela aponta a perda do poder de compra dos comerciários, e diz que um aumento mais dig-no pode melhorar a situação. “Estamos vivendo um perío-do de constante aumento de preços em produtos e serviços

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Vitória [email protected]

SEC-BG quer 12% de reajuste, mas Sindilojas oferece proposta de 7,68% justificando mau momento econômico

de primeira necessidade, que reflete negativamente na qua-lidade de vida dos integrantes da categoria”, explica.

Além do argumento, a pre-sidente questiona as metas de vendas impostas que vão além da capacidade de compra dos consumidores. “Os patrões, com suas cobranças, provocam es-tresse e outras doenças invisíveis do trabalho. Por um lado, não querem dar aumento salarial, por outro, cobram trabalho ex-cessivo da categoria”, pondera.

O que diz a categoria

O comerciário Tchaylen Souza, empregado em uma loja de eletrodomésticos e uti-lidades, destaca que, desde

o segundo semestre de 2014, o movimento no estabeleci-mento diminui. Segundo ele, é desmotivador ver a loja assim, já que os funcionários depen-dem da comissão para melho-rar sua renda mensal. “Como vamos nos animar em traba-lhar? Se tivermos um salário base um pouco melhor, a preo-cupação diminui. Mas sendo tão baixo, mesmo que nos es-forcemos ao máximo para ven-der, não adiantará”, lamenta. Sua colega, Daniele Provizzi, lembra que, na maioria das ve-zes, os comerciários precisam se sujeitar ao que é imposto por medo do desemprego.

Outra trabalhadora, que atua há cinco anos no local, diz que se comparar o que ganha hoje

com o valor de suas necessi-dades básicas, em 2010 a sua condição era melhor. “Os pre-ços estão aumentando e nos-so salário diminuindo porque ninguém mais compra, então a comissão é baixa. Nós precisa-mos o mínimo de reajuste para acompanhar a inflação, mas se vier um percentual a mais, será melhor”, espera.

Uma trabalhadora do ramo de farmácias também garan-te que o movimento em maio está mais baixo do que o mes-mo período do ano passado. Segundo ela, é difícil que as informações das discussões de salário sejam repassada para eles antes da decisão. “Se nós tivéssemos o conheci-mento dos fatos, poderíamos

nos reunir e ajudar o sindica-to a conseguir um percentual melhor”, considera.

Resposta do Sindilojas

O Sindilojas garantiu que as negociações ainda não ter-minaram e que o sindicato está aberto a novas propostas. Contudo, o presidente da en-tidade, Daniel Amadio, apon-ta o mau momento econômico também para os empresários, que se deparam com baixas nos faturamentos e também precisam encontrar medidas para superar o ano. “Muitas empresas estão enfrentando dificuldades, principalmente as menores, e é por isso que justificamos o aumento de 7,68% que é referente ao INPC de 2014 e que garantiria, pelo menos, a reposição das perdas com a inflação”, esclarece.

Amadio garante que novas reuniões serão realizadas e diz que ambos os sindicatos são os mais interessados em entrar em um acordo sem a necessidade de intervenção jurídica. “O nosso cenário não é bom, por isso precisamos nos unir para que as perdas sejam as mínimas possível para todas as pessoas, tanto empregados quanto empre-sários. Esperamos que as ne-gociações sejam concluídas dentro do prazo, sem que haja conflitos judiciais, mantendo assim, o clima harmonioso que sempre existiu entre as partes”, conclui.

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Sábado, 23 de maio de 201512 Geral

A ExpoBento, que acontece de 4 a 14 de junho, traz para Bento Gonçalves uma gran-de novidade, principalmente a profissionais que formam a cadeia da moda e beleza. A pro-posta inovadora prevê a realiza-ção de palestras e workshops e quatro desfiles sensoriais numa estrutura montada dentro da área vinícola, no Pavilhão A.

A cada dia, a partir das 19h30min, o Wine Fashion contará com uma palestra ou workshop ministrado por ex-perientes profissionais da área da moda e beleza. Para esses eventos serão disponibilizadas 80 vagas por noite, sendo 60 on-line e mais 20 na hora. As inscrições já podem ser feitas gratuitamente pelo site www.expobento.com.br.

Moda e beleza sempre esti-veram presentes na maior

feira multissetorial do Brasil, assim como o vinho, que nessa edição ganha destaque com a estreia do Mesa ao Vivo no Rio Grande do Sul, sendo realiza-do na ExpoBento 2015. O que chega como novidade é a união desses três elementos em torno de uma proposta inovadora: o Wine Fashion. O projeto, que acontecerá de 8 a 11 de junho, prevê a realização de quatro workshops e quatro desfiles sen-soriais numa estrutura montada dentro da área vinícola.

Idealizado pelo CIC/BG e ExpoBento, juntamente com o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Comercial de Bento Gon-çalves (Senac BG) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Serra Gaúcha, o Wine Fashion é uma atração voltada a profis-sionais que formam a cadeia da moda e beleza, além de pessoas que apreciam o mundo das pas-sarelas e da arte. “Vamos mis-turar de forma elegante moda, beleza e vinho. A ideia é inova-dora, o local também”, destaca Bertolini, que tem o desafio de atrair novos públicos e negócios para a feira. “Queremos apro-ximar o mundo do vinho das passarelas, oferecendo a salões de beleza, por exemplo, a opor-

Workshops, desfiles sensoriais e Mesa ao Vivo são algumas das novas atrações programadas para a edição 2015

Palestras e aulas na programação

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O projeto acontecerá de 8 a 11 de julho nos pavilhões da Fundaparque

Serão disponibilizadas 80 vagas por noite, 60 on-line e 20 na hora

Moda, beleza e vinho na ExpoBentoWine Fashion

tunidade de aperfeiçoamento e incremento do negócio”, asse-gura o diretor de Projetos e da Área Vinícola, Diego Bertolini.

Realizado pela ExpoBen-to 2015, Senac BG e Sebrae, o Wine Fashion contará com quatro workshops profissiona-lizantes. Serão palestras técni-cas voltadas aos profissionais que atuam na área da beleza. As inscrições poderão ser feitas gratuitamente pelo site www.expobento.com.br. O acesso à feira se dá pela aquisição do ingresso de visitante. O projeto tem o apoio do Sindilojas.

Com um conceito inédito no Brasil, contemplando todos os sentidos por meio da temática

do vinho, a moda ganhará as passarelas com quatro desfiles sensoriais super descontraídos. Compondo as produções, se-rão escolhidos vinhos com esti-los diferentes. Para cada estilo de vinho, looks diferenciados, acompanhados por make up específicos. “A proposta é apre-sentar uma performance que traga as principais tendências da moda, harmonizadas com o bom vinho. Uma experiência única, que levará o público a fazer uma imersão a partir da experimentação de alguns pro-dutos durante os desfiles”, com-plementa Bertolini.

O Wine Fashion é direciona-do a proprietários de salão de

beleza, lojistas, profissionais da área da moda e beleza, estu-dantes afins, profissionais libe-rais e público em geral. Para o presidente da ExpoBento 2015, Laudir Miguel Piccoli, esta também é uma forma inova-dora de promover a moda pre-sente na feira, valorizando os expositores, além de oferecer novidade aos visitantes. “A Ex-poBento é incitada anualmente a buscar a superação, apresen-tando novidades para diferen-tes públicos. É o que estamos fazendo com o Mesa ao Vivo e o Wine Fashion, por exemplo. Esperamos que o público apre-cie e aproveite para viver novas experiências”, afirma Piccoli.

Para a diretora do Senac BG, Rosângela de Souza Jardim, es-tar lado a lado com uma feira que tem credibilidade, apostan-do num projeto novo é um pri-vilégio. “Estamos unindo nosso know how em beleza com a ex-periência da feira e valores da cidade, fidelizando um público em torno de um setor que tanto cresce no Brasil”, salienta Ro-sângela. Da mesma forma, Gus-tavo Rech, gestor de projetos do Sebrae Serra Gaúcha, a partici-pação no projeto faz todo sen-tido por acompanhar a missão do Sebrae que é apoiar a micro e pequena empresa. “Temos um projeto específico de capacitação

e gestão dos profissionais desse setor e um de nossos pilares é proporcionar o contato com no-vas tendências. Sozinhos não al-cançamos o resultado desejado. Por isso, apostamos em grandes parcerias como esta, justamente por ajudar as empresas a chegar nesse patamar”, conclui.

A ExpoBento 2015 acontece de 4 a 14 de junho no Parque de Eventos de Bento Gonçalves numa promoção do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG).

Conceito Wine Fashion

Com um conceito inédito no Brasil, contemplando todos os sentidos por meio da temática do vinho, a moda ganhará as passarelas com quatro desfiles sensoriais super descontraídos. Compondo as produções, se-rão escolhidos vinhos com esti-los diferentes. Para cada estilo de vinho, looks diferenciados, acompanhados por make up específicos. “A proposta é apre-sentar uma performance que traga as principais tendências da moda, harmonizadas com o bom vinho. Uma experiência única, que levará o público a fazer uma imersão a partir da experimentação de alguns pro-dutos durante os desfiles”, com-plementa Bertolini.

No dia 8 de junho, o tema será ‘Mídias sociais’ com Ta-tiane Alves, pós-graduada em Moda, consultora do Sebrae e professora por cinco anos do curso de Design de Moda e Tecnologia.

Workshop Tendências e Novidades

O workshop ‘Tendências e novidades da Cosmoprof Bo-logna 2015’ será abordado por Aline Casagrande e Gilber-to Carlos Bassani no dia 9 de junho. Aline é maquiadora e designer de sobrancelhas e tra-balhou com grandes maquia-dores como Samer Khouzami e Raphael Oliver, Carlos Car-rasco e Maurício Pina. Já Bas-sani possui cursos na Escola

Llongueras na Argentina, com participações em feiras como a Cosmoprof e atua na legaliza-ção da profissão de cabeleirei-ro, manicure e afins.

No dia 10 de junho, a con-sultora de moda Cristiane Carvalho abordará ‘Novos ca-minhos da moda’. Cristiane é formada em Moda e Estilo com especialização em Pro-dutos e Negócios de Moda e possui aperfeiçoamentos em colorimetria.

O último dia de Wine Fa-shion, 11 de junho, contará com a palestra ‘Beleza em foco: as ferramentas para um profis-sional de sucesso. O tema será abordado por Daniela Mello, coordenadora e docente de diversos cursos de beleza pelo Senac Canoas.

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Sábado, 23 de maio de 2015 13Geral

Fabiana e Larissa estão preocupadas com o que o MEC vai decidir

Fies

Reajustes podem afetar acadêmicosMEC e instituições privadas discutem questão sobre reajustes de mensalidades feitos no início do ano de 2015

O Fundo Nacional de Desen-volvimento da Educação

(FNDE) prorrogou para sexta--feira, 29, o prazo para renova-ção do Fundo de Financiamen-to Estudantil (Fies), segundo a nota publicada pelo Ministério da Educação (MEC), no Diário da União. Porém, uma questão vem sendo discutida pelo MEC e as universidades privadas des-de o início do ano e pode afetar diretamente os acadêmicos que dependem do programa para estudar. Trata-se da diferença do reajuste nas mensalidades das instituições e o valor a ser pago pelo ministério. O caso está em discussão e cada uni-versidade tratará a situação de forma individualizada.

O impasse começou no iní-cio deste ano, quando o MEC se comprometeu a pagar o FIES de forma integral para as univer-sidades que reajustassem suas mensalidades em até 6,41% em relação ao ano passado. A Asso-ciação Brasileira de Mantenedo-ras do Ensino Superior (ABMES) determinou um reajuste de até 10%, entretanto a média ficou em 9% e, nesses casos, a institui-ção terá que explicar o reajuste ao FNDE, que gerência o progra-ma, para ter a diferença de men-salidade paga pelo MEC. O presi-dente da ABMES, Solón Caldas, informa que caso o governo não faça o pagamento integral das mensalidades, as universidades

Bruna Maria de Moura [email protected]

poderão cobrar a diferença do valor dos estudantes.

Ao estipular o limite no reajus-te, o MEC argumentou que esse limite serve para evitar cobran-ças abusivas e garantir que os es-tudantes consigam quitar a dívi-da quando saírem da faculdade. A pasta, junto com o Ministério da Justiça, formou um grupo de trabalho para analisar a evo-lução dos valores cobrados nas mensalidades e financiados pelo fundo. Em uma das reuniões desse grupo, de acordo com do-cumento (assinado por 38 enti-dades nacionais e estaduais do setor privado e disponibilizado na internet), o MEC propôs que as instituições reajustassem a mensalidade em 6,41% para ter o valor todo coberto pelo Fies no semestre, ou que não cobrassem a diferença. Na quinta-feira, 21, o Ministério da Educação pror-rogou a análise dos reajustes por mais 60 dias.

Para as entidades, isso não é

uma possibilidade, pois os es-tudantes que não têm o finan-ciamento estão pagando o valor cheio do reajuste desde o início do ano. “Não podemos ter pre-ços diferentes para alunos no mesmo curso com e sem Fies. Fere o princípio da isonomia. A instituição não pode baixar o preço para atender à vontade do MEC e cobrar preço menor de que quem paga com recurso próprio”, diz Caldas.

Em Bento Gonçalves as fa-culdades particulares tratam o assunto com tranquilidade, es-perando um posicionamento do Ministério da Educação. A Fa-culdade da Serra Gaúcha (FSG) possui 1.109 acadêmicos que utilizam este financiamento e esses estudantes já haviam con-tratado o programa, então não tiveram problema em adiantar os contratos. O diretor de mer-cado da instituição, Luiz Henri-que Simões, esclarece que o rea-juste da FSG foi de 7,4%, mas a

questão de como será paga essa diferença ainda não foi definida. “Estamos acompanhando todas as questões junto ao MEC para encontrar uma solução benéfica para todos”, explica.

Na Universidade de Caxias do Sul (UCS) o reajuste foi de 7,59%. Segundo Cesar Augus-to Bernardi, responsável pelo setor do Fies na instituição, os alunos foram comunicados no momento da contratação que existia uma divergência e são alertados que no caso do FNDE não repassar a integralidade da mensalidade, a diferença será cobrada deles. “Esta questão já era tratada de forma contratual entre o aluno e a instituição ban-cária, mesmo antes da aplicação destas regras”, informa. Ele res-salta que algumas universidades estão firmando parcerias com instituições financeiras para oferecer outra modalidade de crédito aos alunos e que essas taxas são baseadas em regras de mercado, com juros reais, e o financiamento seria parecido com a modalidade aplicada hoje no financiamento de veículos. “O nosso entendimento é que se aplicarmos estas taxas aos nossos alunos, o valor que irão pagar ao término do contrato será muito elevado em relação ao praticado pelo Fies”, afirma.

A Faculdade Cenecista (Cnec) não quis se pronunciar devido à falta de um responsável com titulação no setor no momento. Segundo o coordenador dos cur-sos de Administração, Gilberto

Hummes, a instituição não vai permitir que os acadêmicos te-nham qualquer tipo de prejuízo, pois trabalha com uma política de preservação dos alunos. A Fa-culdade de Tecnologia (FTEC), não informou quais os procedi-mentos que serão adotados sobre esta questão.

Alunos estão insatisfeitos

Os mais prejudicados com essa situação podem ser os estudan-tes, que gostariam que o siste-ma funcionasse dando melhores condições para eles continuarem estudando. Larissa Tomedi, de 18 anos, é uma das acadêmicas que utiliza o Fies. Ela cursa Ar-quitetura na UCS e não concorda com o fato dos alunos terem que pagar a diferença da mensalida-de. “As pessoas gostariam de es-tudar e não têm condições. Pre-cisam do recurso para concluir a faculdade. Este programa veio para nos beneficiar”, reclama.

Para Fabiana Teixeira, 24, que cursa Enfermagem na UCS, a situação é bem desestimulante, pois muitos alunos usam o sis-tema e precisam dele. “Acho que o governo está fazendo os estu-dantes de bobos, porque verba eu acho que não tinha. Se tinha era para um ou dois estudantes, não poderia abranger a todos. É uma palhaçada isso tudo. Todas as pessoas deveriam ter oportu-nidade de estudo, pois só assim teríamos melhores profissionais no país”, lamenta a universitária.

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Sábado, 23 de maio de 201514 Geral

Um pedacinho de biodiver-sidade natural dentro da

cidade. A Reserva Biológica Darwin João Geremia, no bairro Planalto, foi entregue novamen-te à comunidade após receber melhorias que permitirão mais qualidade nos estudos e trilhas. A Secretaria do Meio Ambiente, em parceria com a Geremia Re-dutores, desenvolveu um projeto de manejo que visou consertar todas as deficiências que exis-tiam na reserva, como deteriora-ção da cerca e placas indicativas.

Segundo a bióloga respon-sável pelo projeto, Simone Le-mos, a reserva foi criada em abril de 1980 com o intuito de preservar a fauna e flora e também para utilização do es-paço para pesquisas, estudos e trilhas. “Quando a reserva foi criada, ela teve o objetivo de preservação integral para mos-trar às crianças da comunidade a importância de a biodiversi-dade que pode existir em um local como este. No entanto, conforme o espaço se deterio-rou, ficou mais difícil de cum-prir esse propósito”, afirma.

Simone explica que o pri-meiro passo foi a retirada das espécies de plantas exóticas e recolocadas em praças. “Al-gumas espécies não estavam naturalmente ali, então não condiziam com a realidade, como as bromélias”, explica. As partes da cerca que estavam deterioradas foram substituí-das por novas, mas estas não são suficientes para conter a vegetação que naturalmente se expande, então mais linhas de arame foram colocadas. Novos postes foram fixados, assim como placas indicativas com características das plantas.

Projeto de manejo permitirá que estudos e trilhas tenham mais qualidade

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Vitória [email protected]

Evento de reinauguração do espaço ocorreu na manhã de quinta-feira, 21

Reserva biológica reabre após receber melhorias

Material educacional

Além do trabalho de mane-jo, também foi desenvolvido um material pedagógico com base na fauna e flora para que as crianças possam continuar aprendendo em sala de aula. “O material é muito completo porque traz todas as informa-ções da reserva. Os alunos não finalizam os estudos quando saem da trilha, eles podem voltar para a escola e seguir aprendendo sobre o que aca-baram de ver”, explica Simone.

O material lúdico permite que as professoras ensinem mais do que ecologia para os pequenos, como também a importância da preservação e até matemática, contando os metros que eles percorreram na trilha. Além disso, no ca-derno é contada a história da criação da reserva e a impor-tância dela para a comuni-dade. “A memória visual dos alunos é ativada e assim fica ainda mais fácil e divertido de aprender”, completa.

A viabilização do projeto foi

por meio da colaboração da Geremia Redutores, que per-cebeu no local uma grande importância para o município, assim como a necessidade que havia de realizar melhorias. “A preservação ambiental é um dos valores e compromissos da Geremia Redutores e faz parte de nossa cultura e nossos princípios. Darvin João Gere-mia foi um indivíduo convicto de suas responsabilidades e não media esforços para aju-dar e divulgar a necessidade de preocupação com o Meio Am-biente. Por este motivo, quan-do nos foi apresentado o pro-jeto aceitamos de imediato por entender a importância desta Reserva para a comunidade e para as crianças conhecerem nossa flora e fauna”, afirma a diretora da empresa, Fabiana Geremia Bucco.

O evento de reinauguração é um dos eventos da Semana do Meio Ambiente, que segue até o dia 3 de junho. A pro-gramação conta com ativida-des para todas as idades e a maioria é gratuita.

Além de aprender os con-teúdos tradicionais de sala de aula, os alunos do Colégio Scalabriniano Medianeira também têm a oportunidade de ter contato e estudar mais sobre Meio Ambiente, bem estar e alimentação saudável. Os estudantes dos segundos anos desenvolveram o projeto “Coma Bem, Viva Bem” junto das professoras Deise Fronza e Gleice Speranza.

Na atividade que está sendo

Alimentação saudável e aproximação familiar

Os alunos do Colégio Medianeira montaram um livro de receitas

‘Coma Bem, Viva Bem’

desenvolvida no primeiro tri-mestre do ano letivo, os alunos estudaram sobre alimentação saudável e, com recortes, fitas e colagens, construíram um livro de receitas especiais. A coorde-nadora pedagógica da escola, Veridiane Santarosa, explica que o livro também proporcio-nou um contato maior com a família, já que foi dado de pre-sente às mães dos alunos, que tinham o dever de realizar as receitas saudáveis em casa.

Nesta semana, a comissão do Senado autorizou a isenção de impostos para a fabricação de painéis solares. A redução de custos deve tornar as produções mais viáveis fazendo com que o mercado seja incentivado no Brasil. O barateamento chega a 60%, oportunizando, também, a diminuição do valor final e tor-nando os produtos de energia al-ternativa mais populares. A me-dida vem a calhar, tendo a vista os últimos reajustes na energia elétrica e é uma alternativa para as famílias gastarem menos. A aprovação também deve bene-ficiar as indústrias que sofrem com o aumento da energia con-

Produção mais barata favorece popularização

Energia solar

vencional, já que os empresários poderão substituir a sua fonte.

A redução do custo de produ-ção é um incentivo para a fábrica espanhola de painéis de conver-são de energia solar, Intéling, chegar a Bento Gonçalves. Com um investimento de R$ 60 mi-lhões, o empresário Javier Sán-chez citou o potencial que o município tem para a geração de energia limpa e sustentável. O prefeito Guilherme Pasin destaca que os benefícios da chegada da empresa vão além da geração de empregos e aquecimento da eco-nomia, permitindo também que novos investimentos em tecnolo-gia sejam feitos por aqui.

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A votação será realizada na terça-feira, 26

Sábado, 23 de maio de 2015 15Geral

Conselho de cultura escolhe novo presidente

Bruna Maria de Moura [email protected]

O Fórum Setorial da Cultura de Bento Gonçalves coorde-

nará a eleição para os novos in-tegrantes do Conselho Municipal de Política Cultural e a Comissão de Incentivo à Cultura. Na terça--feira, 26, representantes da so-ciedade civil que tenham envol-vimento com a cultura podem se candidatar para integrar a comis-são, visando que é importante a participação de todos os segmen-tos culturais do município.

Serão eleitos dois integrantes de cada segmento para o Conse-lho Municipal de Política Cultural e, para a Comissão de Incentivo à Cultura, serão quatro candidatos, para representar os 16 segmen-tos existentes em Bento Gonçal-ves. O mandato tem duração de um ano e a reeleição é permitida em todos os cargos. Para ocorrer a votação, consta nas normas que 10 representantes de cada

segmento estejam presentes. A exigência para os candidatos é residir na cidade há dois anos e ter três anos de atuação na área cultural. Os candidatos aos car-gos não são informados antes do dia da votação. O Fórum será realizado na fundação Casa das Artes, as 19h30min, e será aberto ao público. As inscrições podem ser feitos pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (54) 3454.5211.

Os segmentos da cultura do município são: artes cênicas, dança, áudio visual, música, ar-tes visuais ou plásticas, artesana-to, folclore, etnias, cultura afro--brasileira, produtores culturais, Sistema Municipal de Bibliotecas Livro Leitura e Literatura (SM-BLLL), Sistema Municipal de Museus (SMM), Sistema Munici-pal de Arquivo Público e Históri-co (SMAPH), Sistema Municipal de Patrimônio Cultural (SMPC) e Sistema Municipal de Equipa-mentos Culturais (SMEC).

Eleição

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Bruna Maria de Moura [email protected]

IFRS

Acadêmicos realizam abaixo-assinadoBuscando respostas, pais e alunos reivindicam reforma na Casa do Estudante do instituto, no campus de Bento Gonçalves

Desde 2013, pais e alunos do Instituto Federal do

Rio Grande do Sul (IFRS), do campus de Bento Gonçalves, aguardam por definições so-bre a Casa do Estudante. Nes-ta semana, eles entregaram à instituição um abaixo-assinado para tentar reverter algumas questões sobre o assunto, como a reforma do internato e a par-ticipação deles nas reuniões do Conselho de Campus – forma-do por representantes de servi-dores administrativos, docen-tes, discentes e comunidade externa. Em reunião realizada nesta quarta-feira, 20, o Con-selho de Campus decidiu pela construção de um novo espaço.

Segundo Elson Schneider, presidente do Sindicato Rural da Serra Gaúcha e representan-te dos pais dos alunos, a situa-ção está bastante preocupante. O principal motivo da reunião foi a votação para resolver o problema, porém sem a pre-sença dos pais, uma das partes interessadas no assunto e que não estavam presente para vo-tar. “Eles se preocupam, pois muitos são de fora e não tem condições de manter os filhos na cidade. Fora a reforma que foi destinada em 2012 que ti-nha que ser feita para que os estudantes tivessem melhores condições de moradia”, explica.

O diretor-geral do IFRS de Bento Gonçalves, Luciano

Manfroi, afirma desconhecer qualquer tipo de abaixo-assi-nado e ressalta que nada che-gou a ele até o momento. “Exis-te a participação de alunos no Conselho e os pais estão sendo representados por eles na insti-tuição. O corpo é formado pelo docente nato, no caso eu, três alunos, três técnicos adminis-trativos, três docentes e uma pessoa da comunidade exter-na”, explica. Ele ainda afirma que o Conselho tem um calen-dário anual de reuniões e qual-quer pessoa pode participar – a única norma é que ela não pode se manifestar, exceto com auto-rização de algum membros do Conselho.

Os estudantes são os princi-pais interessados no assunto, pois enquanto essa situação não é resolvida, eles estão moran-do fora da escola e recebendo

uma ajuda financeira. Segun-do o aluno Gabriel Zanon, que acompanha esse processo des-de 2013 – quando haviam sido feitas as primeiras promessas de reformas–, o auxílio-mora-dia chega sempre atrasado. “E os pais não têm condições de manter os filhos aqui e ainda recebendo o auxílio atrasado. Eles deveriam estar presentes na reunião do Conselho, para poder votar”, opina.

Existem casos de alunos que se sentiram prejudicados e es-tão desistindo do curso, por-que os pais estão inseguros e não concordam que eles mo-rem fora do campus, devido à questões de saúde e seguran-ça. O presidente do Grêmio Estudantil, Guilherme Poletti, diz que os familiares se preo-cupam com a situação, pois a maioria dos que necessi-

tam da moradia, são filhos de agricultores e vêm de cidades distantes para estudar na ins-tituição. “Acho desnecessária essa discussão. A escola teria que nos proporcionar uma casa do estudante boa, como foi decidido, mas isso é a lon-go prazo, então a curto prazo uma reforma básica já resol-veria. E os pais tem razão de fazer um abaixo-assinado por não poderem votar no conse-lho, já que são para os seus fi-lhos”, explica Poletti.

Para Arcelino Fardo, pai do aluno Leonardo Fardo, rei-vindicar a falta de informação sobre a reunião de Conselho é um direito, assim como ques-tionar o fato do internato estar interditado. “Acho que por ser uma escola da tipologia que é, que se qualificava por ter essas condições de moradia, perder o internato é perder a tradição, a história que vêm de anos do instituto. E os funcionários pú-blicos deveriam se responsabi-lizar”, ressalta. Os acadêmicos que não moram no internato também se prontificaram a colaborar com o abaixo-assi-nado, por terem consciência da importância da estrutura do local para aqueles que necessi-tam da moradia.

O Governo Federal disponi-biliza, através do Plano Nacio-nal de Assistência Estudantil (PNAES), várias formas de auxílio. O aluno se inscreve no programa e entra para uma análise de vulnerabilidade

Em reunião, Conselho decidiu pela construção de um novo espaço

social. Se for constatado que ele necessita do benefício, ele receberá uma ajuda de custo para se manter enquanto não for resolvida a situação da obra no IFRS.

Uma nova Casa do Estudante

Na quarta-feira, 20, foi reali-zada uma reunião do Conselho de Campus do IFRS, com no-vas votações para decidir a si-tuação do internato. A decisão foi viabilizar uma nova Casa do Estudante, que poderá dar mais conforto e suprir as ne-cessidades dos alunos.

O abaixo-assinado foi apre-sentado na reunião, mas o documento teria sido descon-siderado, por apresentar ape-nas 37 assinaturas e estar fora das normas, conforme infor-mou Luciano Manfroi, dire-tor do IFRS. “Essas decisões são tomadas em conjunto, os representantes votaram e eu apenas transmito esse resul-tado, nada sou eu que decido sozinho”, salienta.

Elson Schneider, que compa-receu à reunião como represen-tante dos pais, ressaltou que o grupo não irá desistir da re-forma. “Essa obra vai demorar mais quantos anos? Se a verba aprovada não sabemos para onde foi, e já passou anos, ago-ra começar uma nova obra, ir atrás de orçamento e projetos, vai demorar no mínimo dez anos para concluir”, explica.

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ter sua própria moradia e foi quando os problemas sociais e estruturais da cidade começa-ram a aparecer. “Meu primeiro grande entrave foi a moradia. Vindo de outro país não pos-suía fiador para o contrato de locação, o que parece ser um pré-requisito de todos as imo-biliárias da cidade. Cheguei a oferecer o pagamento anteci-pado de seis meses de aluguel, mas ninguém aceitava, era frustrante”, relata. Para findar a situação, Blanquet teve que recorrer ao seu empregador como avalista.

No meio tempo, enquanto rodava pela cidade a procura de emprego e moradia, ou-tra dificuldade surgiu em seu horizonte. A deficiência no transporte público e a falta de informação em terminais de ônibus se tornaram grandes barreiras para a mobilidade. “Na Europa é tudo bem ex-plicado. O trajeto que a linha fará, os locais de parada e o tempo de percurso de um lo-cal a outro estão nítidos nos pontos. Aqui a realidade é ou-tra. É quase impossível utili-zar transporte público se não

souber português. Para conse-guir informação, muitas vezes precisei recorrer ao motoris-ta, que utilizava pontos de referência ao invés do nome de ruas para me explicar. ‘O ônibus passará pela Fasolo e vai seguir no sentido da UCS’, me disse. Se você não conhe-cer esses pontos, estará com problemas”, critica. Para ele, é necessária uma simplificação na explanação sobre transpor-te para estrangeiros, tal qual aumento no número de infor-mações disponíveis nas prin-cipais paradas da cidade.

Decidir morar em outro país, com outras culturas

e formas de pensamento, é um grande passo na carreira pro-fissional, que exige coragem e determinação. Entretanto, o fardo pode se tornar ainda mais pesado se o local esco-lhido para a nova fase da vida não possuir infraestrutura adequada para pessoas de ou-tros continentes. Embora seja de conhecimento popular que Bento Gonçalves é referência em turismo internacional, op-tar por morar na cidade pode não ser uma tarefa tão simples para estrangeiros.

Nascido belga, porém cria-do na Espanha desde seus 3 anos, Sebastien Blanquet, fez amizade com alguns brasilei-ros durante seus anos de fa-culdade como graduando em engenharia agrônomo. Após concluir seus estudos, em vir-tude da escassez de empregos durante a crise econômica que então afetava a Europa em 2012, o rapaz decidiu arriscar suas chances no Brasil.

Chegando ao país, ficou hospedado na casa de amigos veranenses à procura de em-prego na região por quatro meses. A busca chegou ao fim após a indicação de um conhe-cido paulista, que enviou seu currículo para uma empresa de Bento. Com o emprego já garantido, o rapaz optou por

Sebastien Blanquet, belga que mora em Bento há três anos, aponta qualidades, problemas e desigualdades do municípioCRISTIA

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Uma das principais dificuldades enfrentadas por visitantes é a falta de informação sobre transporte público

Cristiano [email protected]

A cidade na visão de um estrangeiroDiversidade

A outra face

Apesar de todos os tópicos pro-blemáticos apontados, de forma geral, Blanquet classifica Bento Gonçalves como uma cidade de primeiro mundo em um país de terceiro. Para ele, embora a segurança na cidade não possa ser comparada à proporcionada na Europa, onde é possível tran-sitar pelas ruas à noite sem se preocupar, outros fatores sociais e culturais fazem da cidade uma ótima escolha para morar.

Um destes aspectos é a dis-tribuição de renda. O rapaz ex-plana que apesar de não ser a realidade de todas as cidades do Brasil, o que se vê em Bento Gonçalves é similar aos países de primeiro mundo. “O nível fi-nanceiro dos moradores de Ben-to Gonçalves é muito alto, e em-bora isso esteja acompanhado por um custo de vida também elevado, vejo muita semelhança com a Europa”, garante.

Apesar de todos os prós e con-tras que envolvem o município, o jovem engenheiro garante que o que o país realmente tem de melhor é o brasileiro. “Fui mui-to bem recebido e tratado desde meu primeiro dia no Brasil. É um povo muito simpático e sor-ridente, tenho mais amigos aqui do que na Espanha, todos os eu-ropeus são mais introvertidos, exatamente o oposto do encon-trado aqui. Se a infraestrutura do país acompanhasse a boa vontade das pessoas, seria o país perfeito para se viver”, confessa.

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Sábado, 23 de maio de 2015 19Geral

As impressões de Blanquet

Dificuldades em alugar imóveis

“Devido à política interna da grande maioria das imobiliárias da cidade, que exigem ao menos um fiador residente na região com renda comprovada e bens materiais como garantia, muitos estrangeiros que se mudam para a cidade encontram gran-des dificuldades em alugar casas e apartamentos”

Transporte público

“A deficiência no transporte público e a falta de informação em terminais de ônibus se tornaram grandes barreiras para a mobilidade. Os pontos de ônibus da cidade não disponibilizam informações precisas sobre linhas, horários e tempo de trajeto, o que confunde os estrangeiros”

Insegurança

“Embora nada tenha me acontecido nestes três anos, sempre fui aconselhado a evitar ca-minhar sozinho à noite, o que até então era uma prática comum para mim na Espanha”

Cultura capitalista

“O padrão de vida que o brasileiro tenta alcançar é o que chamam de ‘sonho americano’. É uma cultura de posses materiais, amplamente difundida socialmente, que torna pessoas mais simples alvo de deboche. Todos se vangloriam por terem bens materiais, como celu-lares da atualidade e carros, o que contrasta diretamente com a Europa onde eu cresci”

Desvalorização da cultura nacional

“Existe muito desdém pelo turismo nacional, o que para mim é algo inexplicável. O Brasil é um dos países mais belos que já visitei, com praias lindíssimas e diversidade

de atrações, entretanto, o número de turistas brasileiros que vão a Europa anualmente cresce a passos largos. É fundamental aprender a admirar e conhecer seu próprio país antes de partir para outros continentes”

Distribuição de renda

“Bento Gonçalves apresenta o mesmo padrão de vida de países de primeiro mundo. O nível financeiro dos moradores da cidade é muito alto, e embora isso esteja acompanhado por um custo de vida também elevado, vejo muita semelhan-ça com a Europa, onde a desigualdade é muito reduzida”

Receptividade

“O melhor desta cidade são os moradores. Sempre fui muito bem recebido e atualmente tenho mais amigos aqui do que na Espanha. O Brasil é um exemplo de hospitalidade”

Trânsito caótico

“A mobilidade urbana da cidade é algo que realmente precisa ser repensado. Em ho-rários de pico, fica muito difícil se locomover dentro da cidade”

Saúde pública

“A saúde na cidade é boa se o paciente puder bancar por seus custos. O sistema público brasileiro é vagaroso e mal distribuí-do. Ouvi histórias sobre pessoas que foram a hospitais e não re-ceberam atendimento porque não tinham plano de saúde, e is-so pra mim foi algo chocante”

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Sábado, 23 de maio de 201520 Geral

Bruna Maria de Moura [email protected]

“Mão amiga”

Projeto foi um dos finalistas em concurso internacional de tecnologia

Alunas criam aplicativo para ajudar estrangeiros

O interesse em causas so-ciais de cinco colegas do

Instituto Federal do Rio Gran-de do Sul (IFRS) resultou em uma ideia revolucionária para ajudar estrangeiros no Brasil. As estudantes do curso Técni-co em Informática desenvolve-ram um aplicativo para celular e um para website que funcio-na como uma ferramente de ajuda para imigrantes e refu-giados no país.

O aplicativo foi nomeado de Helping Hand, que significa “mão amiga” em inglês. As me-ninas Aline Weber, 18 anos, In-grid Baggio, 17, Laís Roman, 17, Luana Bianchi, 17 e Monique Invernizzi, 17, são as criadoras. Elas levaram seu projeto para participar do concurso interna-cional Technovation Challenge, voltado para inserir mulheres no mercado tecnológico. Para a surpresa das meninas, elas fica-ram entre os semifinalistas do concurso, classificando o proje-to como um dos 10 melhores da America Latina.

O grupo realizou o trabalho mapeando e disponibilizando informações sobre todas as ins-tituições do território nacional que forneciam um suporte para os grupos de estrangeiros. A ferramenta possui endereço e telefone de instituições benefi-centes, comunidades, agências internacionais, assistência ju-rídica, centro de apoio, órgãos governamentais, consulados, entre outras entidades que es-tão próximas da região onde o estrangeiro está localizado. O objetivo é auxiliar pessoas vin-das de outros países a se insta-larem e melhor e se localizarem no Brasil. O aplicativo é dispo-nibilizado em cinco idiomas, português, inglês, espanhol, francês e árabe.

A ideia de desenvolver o apli-cativo surgiu quando as estu-dantes se juntaram e conhe-ceram melhor a realidade de quem chega a uma terra nova em busca de oportunidades e passam por dificuldades, como preconceito, idioma, informa-ções e até mesmo emprego. O grupo de amigas é conhecido

por se interessar por causas sociais e seu objetivo era criar uma maneira de ajudar pes-soas, que trouxesse resulta-dos concretos. Segundo Ingrid Baggio, os refugiados sofrem muitos problemas para se adaptar à cultura local. “Alguns chegam aqui psicologicamente abalados, fugindo de uma guer-ra civil, e precisam de apoio. E mesmo os imigrantes de países desenvolvidos têm obstáculos, dificuldades com a língua e não sabem onde buscar informa-ções”, explica.

A integrante da equipe, Mo-nique Invernizzi, conta que o aplicativo já alcançou mais de 70 downloads e o website tam-bém tem sido bastante acessa-do. “O android é o sistema que usamos, por enquanto, porque precisamos de verba para colo-car na App Store também, mas vamos conseguir”, acredita.

A forma de divulgar o aplica-tivo tem sido feita pelas insti-tuições cadastradas, mas como as integrantes do grupo não tinham um controle para saber se realmente está acontecendo a divulgação, Monique confeccio-na cartazes, que serão colados em vários lugares da cidade.

Para Ingrid, o projeto as dei-xou bastante animadas, porque o objetivo sempre foi a causa social. “Ficamos felizes por ter conseguido ajudar haitianos que estavam nas ruas, porque pessoas do Rio de Janeiro e São Paulo viram o nosso projeto e nos ligaram. É uma questão de sobrevivência, porque muitos não queriam sair do seu país.”, conta animada.

Para conseguir concretizar a ideia e fazer acontecer, elas re-ceberam auxílio dos professores Marcio Bigolin e Tiago Martins da Silva Goulart. Também fo-ram apoiadores Ahmed Shatat, Filippo Petroli, Glenda Heller Cáceres, Marcelo Haydu, Nina Kerouanton, Priscila Werner e Rangel Rottoli. Elas, porém, continuam necessitando de ajuda para custear a divulgação e o domínio do site. O projeto não tem fins lucrativos e toda a verba será usada para o aplica-tivo – o dinheiro restante será repassado para instituições de apoio a imigrantes e refugiados.

Para quem se interessar pelo aplicativo, ele está disponível na versão android, basta baixar no Play Store e se cadastrar.

Colegas do IFRS são conhecidas pelo interesse em causas sociais

Para ajudarAs meninas ressaltam que

precisam de voluntários pa-ra a tradução das línguas do aplicativo. Os interessados podem entrar em contato com alguma das integran-tes – Ingrid (54) 9107.6165 e Monique (054) 9612.3121 – ou pelo e-mail [email protected].

O aplicativo também con-tém uma página chama-da Doe para as instituições que quiserem participar, fa-zer doações e somar de al-guma forma.

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A comunidade bento-gon-çalvense parece não estar

disposta a aceitar mudanças no Plano Diretor que venham debaixo para cima e sem que haja uma ampla e detalhada discussão. Esta foi a impressão deixada na primeira Audiência Pública convocada pela prefei-tura para apresentar o trabalho realizado em cinco meses de atuação dos técnicos da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Críticas pon-tuais, como a falta de um plano de drenagem, a instalação do Fórum de Políticas Públicas e a participação de representantes das entidades do município nos estudos foram alguns dos ques-tionamentos dos cerca de 200 participantes do evento.

Um dos mais críticos ao proje-to foi o farmacêutico da Vigilân-cia Ambiental, Artêmio Riboldi, que há vários anos vem estu-dando as questões envolvendo o impacto ambiental das constru-ções e os problemas que podem afetar os mananciais na região de Bento Gonçalves. Em seu co-mentário, Riboldi destacou que não foi apresentado um Plano de Drenagem, que deveria estar atrelado a um Plano Municipal de Saneamento. Sua preocu-pação maior é com a liberação da construção de edifícios em algumas áreas e que o estouro de tubulações continue, como ocorreu no ano passado na rua General Vitorino, no bairro São Francisco. “A área urbana está se expandindo cada vez mais, mais prédios são construídos e a tubulação é a mesma há mais de 50 anos. Não há capacidade sufi-ciente para dar vazão às águas”, explica o técnico.

Quem também fez cobranças fortes foi o ex-presidente do Conselho Municipal do Plane-jamento, Jaime Dall’agnese. Representando o Conselho Re-gional dos Corretores de Imó-veis (Creci-RS), ele destacou a inércia dos administradores do município em aplicar as de-terminações do Plano Diretor aprovado em 2006. Segundo ele, quase uma década depois, nenhum prefeito aplicou dos artigos 321 e 335 do plano, que preveem, respectivamente, a realização de uma Conferência

Participantes da Audiência Pública fazem críticas ao método apresentado pela Ufrgs e querem mais debates sobre o tema

Análise mostra a falta de áreas de lazer na cidade

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Bento-gonçalvenses exigem informações mais claras sobre o projeto

Comunidade necessita de mais parques públicos, aponta a Ufrgs

Marcelo [email protected]

População quer detalhes dos estudosPlano Diretor

de Planejamento Territorial, com o objetivo de avaliar a execução do que foi aprovado, e a inclusão do Plano Diretor esteja incluso no orçamento do município. “Infelizmente, não há interesse do prefeito em instalar o Fórum de Políticas Públicas e fazer, por força de lei, um orçamento que conte-nha recursos destinados à im-plantação das propostas. Como vamos fazer isso se não há ver-ba destinada no orçamento?”, reclamou o corretor.

Segundo o presidente da Câ-mara de Vereadores, Valdecir Rubbo, a comunidade precisa participar de forma mais ativa das mudanças do Plano Dire-tor. Ele vê como essencial a rea-lização de audiências públicas nos distritos do município, a fim de que os moradores destas localidades saibam qual será o impacto em sua região das mu-danças sugeridas. Além disso, Rubbo afirma que o estudo da Ufrgs faz uma projeção para os próximos 10 a 20 anos, porém, problemas mais urgentes da ci-dade precisam ser discutidos. “As mudanças feitas no atual Plano Diretor foram feitas sem a consulta da população e isso não pode mais acontecer. Se não for feito antes, ampliare-mos o debate público quando o projeto chegar à Câmara de Ve-readores”, destaca o presidente.

Para Cedamir Poletto, inte-grante do Conselho Superior da Ascon Vinhedos, o trabalho rea-lizado pelos técnicos da Ufrgs está correto e muito bem feito, porém, é preciso que se busque uma forma mais prática para

explicar as questões técnicas do projeto. Ele observa que as pes-soas, muitas vezes, não enten-dem termos técnicos e podem interpretar as coisas de manei-ra equivocada. O engenheiro destaca que é fundamental não fazer como o que aconteceu em 2006, quando não houve tempo para a população deba-ter o que foi proposto e tudo virou um balcão de negócios. “Para as próximas audiências, sugiro que seja feita uma ma-quete eletrônica para mostrar aos participantes as vantagens da verticalização, bem como desmistificar que a construção de prédios só traz impactos ne-gativos. Se eles mostrarem as coisas de forma mais clara, o entendimento será mais rápido e muitas críticas serão descons-truídas”, sugere o construtor.

O ambientalista Gilnei Rigot-to não obteve respostas sobre qual o planejamento e o ma-peamento das áreas verdes no município. Ele foi informado pelo diretor do Ipurb, Luciano Cavalet, que para saber deta-lhes deste procedimento, seria necessário um envio de um ofí-cio. Como ficou sem resposta, Rigotto acredita que os técnicos da Ufrgs não tenham efetuado uma avaliação detalhada des-tas áreas na cidade. Além disso, o ambientalista reclamou que as pessoas só podiam fazer a pergunta, e não tinham como contrapor o que era respondi-do pelos técnicos. “Sugiro que para a próxima audiência públi-ca, a população tenha direito a tréplica, mesmo que por tempo determinado”, pontua Rigotto.

O coordenador do grupo de estudos da Ufrgs, Rômulo Krafta, explicou todo o pro-cesso a ser trilhado pelas fa-ses do projeto, assim como o levantamento dos problemas e soluções a serem discutidos pela comunidade. Ele dedicou especial atenção às diretrizes que devem seguir orientações encaminhadas pelo Ministé-rio das Cidades através da Lei Federal 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como Es-tatuto da Cidade.

Um dos problemas aponta-do pelo levantamento técnico é a falta de parques públicos no município. Krafta revela que o estudo constatou a fal-ta de opções de lazer na cida-de, bem como a ausência de áreas verdes, parques. Este é um dos pontos em que devem ser sugeridas várias melhorias pela universidade. Além disso, o coordenador destaca que há poucos pontos que mostrem à comunidade e aos turistas que a cidade está preservando a sua riqueza cultural e a história do seu povo.

O estudo da Ufrgs aponta ain-da que a cidade tem um proble-ma crônico, que é a falta de vias rápidas para cruzar a cidade de

Norte-Sul ou Leste-Oeste, sem passar pelo Centro. Segundo Krafta, assim como em outras cidades, há uma necessidade urgente de se restringir o trân-sito no Centro para preservar o patrimônio histórico do muni-cípio. “Prédios históricos pre-cisam de uma atenção maior e cuidados específicos”, destaca o coordenador.

A equipe técnica da Ufrgs propõe que o estudo siga três elementos fundamentais, com planos de longo, médio e curto prazo. O primeiro segue as di-retrizes do Estatuto da Cidade, com destaque para o controle da densidade populacional e coeficiente de aproveitamento do solo, seguindo um modelo espacial e um plano urbanísti-co. No plano de médio prazo, estão concentradas ações do plano estratégico com plane-jamento do espaço habitável e mecanismos de análise e con-trole, como realização de im-pacto de vizinhança, geração de empregos e controle dos tipos de atividades desenvolvidas em cada área. No curto prazo, estão reunidas ações de geren-ciamento dos problemas provo-cados pela expansão da cidade e controle da qualidade espacial.

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Sábado, 23 de maio de 201522 Geral

Produto produzido na região atrai turistas, gera negócios, moderniza a área rural e também é símbolo do município

Turismo e agricultura fortalecidos a partir da uva

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Cristiane Grohe [email protected]

Vinho tinto é o preferido na hora do brasileiro escolher a bebida Em 2014, Bento Gonçalves recebeu mais de 1 milhão de visitantes

Muitos motivos para celebrar a dataDia do Vinho

O Semanário apresenta a par-tir deste sábado uma série de

quatro reportagens sobre os pro-dutos que mais atraem turistas a Bento Gonçalves: a uva e o vinho. A publicação também aproveita o Dia do Vinho – que começou nesta sexta-feira, 22, e se estende até o dia 7 de junho – para falar sobre como anda o cultivo, a pro-dução e o consumo da bebida.

Este ano, o Dia do Vinho ex-pandiu e ganhou território na-cional pela primeira vez em seis edições. Além da participação de cidades da Serra, da Campanha e de Porto Alegre, a programação conta com atrações no Roteiro do Vinho de São Roque, região que fica a 60 quilômetros de São Paulo. Haverá eventos especiais e degustações em vinícolas. Al-guns estabelecimentos oferece-rão descontos que podem variar de 5% a 15% na compra de pro-dutos. Os hotéis apresentam pa-cotes com programação especial, e os restaurantes, gastronomia alusiva ao período. As ações em comemoração à data são orga-nizadas pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e Sindicato dos Hotéis Restaurantes Bares e Similares Região Uva e Vinho (SHRBS) e têm o apoio do comi-tê formado pelas Secretarias de Turismo dos municípios envolvi-dos e de entidades parceiras.

O vinho brasileiro vem ga-nhando mais espaço nas prate-leiras dos supermercados, em programas de televisão e con-

quista cada vez mais o consumi-dor. Embora o consumo fique abaixo de outros países (dois litros por pessoa), a bebida está ganhando fama por ser aliada no combate ao câncer e proble-mas cardíacos. Para promovê-la ainda mais, várias ações estão sendo desenvolvidas. Conforme o gerente de Promoção da Ibra-vin, Diego Bertolini, é importan-te que o vinho perca o status de elitização e chegue para todos. “Uma das barreiras na hora da venda é a impressão de que o vi-nho não é uma bebida brasileira

e queremos mostrar justamente o contrário”, afirma o gerente. O vinho tinto de mesa (elaborado com uvas americanas e/ou hí-bridas), é o mais consumido no país, seguido pelos vinhos finos e os espumantes.

De acordo com Bertolini, no Rio Grande do Sul o consumo é maior do que no resto do país: a média sobe de dois para seis litros por pessoa. “Essa informa-ção coincide com o fato dos gaú-chos terem muito contato com a produção da bebida e a cultura do vinho”, destaca. E não é por

menos, já que a serra gaúcha é responsável por 90% da produ-ção vitivinícola do país. Segundo ele, 80% do vinho é comerciali-zado em supermercados. “Por isso, uma de nossas ações foi realizar um encontro entre pro-fissionais deste segmento para ter dicas sobre o produto”, conta o gerente.

No mesmo encontro, realiza-do em Porto Alegre no início de maio, foi lançada oficialmente a cartilha Conhecendo os Vinhos do Brasil e integra o projeto de mesmo nome. “O aumento do

São mais de 70 vinícolas ins-taladas em Bento Gonçalves, que geram negócios e atraem visitantes. Segundo o secretário municipal de Turismo, Gilberto Cristino Durante, a cidade re-cebeu no ano passado 1,13mil visitantes. Deste total 95% são brasileiros e 5% são de outros países, principalmente vindos da Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Itália. “O segmento que mais atrai turista é o eno-turismo”, diz Durante. “A nossa cultura italiana se mistura muito com o cultivo da uva e produção do vinho”, avalia o secretário.

A área usada como plantio de parreiras no Rio Grande do Sul é de 41 mil hectares. Segundo o diretor Técnico do Ibravin, Leocir Bottega, em Bento, a área ocupada com o cultivo da fruta é de 6.200 hectares e são 1789 propriedades produtoras. “No município, 90% da produ-ção é usada para a elaboração do vinho”, revela. Segundo Bottega, em 2014 foram pro-cessados 214,8 milhões de qui-los de uva em Bento Gonçalves, o que representa em torno de R$180 milhões de faturamento para os produtores rurais.

Com a necessidade cada vez maior de modernizar e melho-rar a produção, foi implanta-do o Sindicato Rural da Serra Gaúcha, que abrange além de Bento, as cidades de Pinto Ban-deira, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Garibaldi e Carlos Bar-bosa. “Nossa principal função é dar suporte à profissionalização dos produtores da região”, des-taca o presidente do sindicato, Elson Schneider.

Mais do que intermediar demandas da classe junto ao governo, o sindicato funcio-na como uma central técnica,

que oferece apoio nas áreas contábil, jurídica e de enge-nharia agrônoma, civil e am-biental, entre outras. “Um dos nossos principais trabalhos é o Cadastro Ambiental Rural, que é o registro público ele-trônico das informações am-bientais dos imóveis rurais”, avalia. O objetivo do cadastro é a identificação e integração das informações ambientais das propriedades e posse ru-rais, visando o planejamento ambiental, monitoramento, combate ao desmatamento e regularização ambiental. “Que-

remos que os produtores cres-çam e se modernizem ainda mais”, comenta.

Para a presidente do Sindi-cato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves, Inês Fa-gherazzi, o vinho é um produto nobre. “No Dia do Vinho pre-cisamos lembrar dos agriculto-res, que são a base de um pro-duto que faz sucesso no mundo todo”, avalia. Ela explica que os produtores estão buscando o aperfeiçoamento através de cursos e especializações. “A mo-dernização dos agriculores irá refletir na qualidade”, diz Inês.

consumo tem efeitos indire-tos, como na venda de queijos e massas”, explica. Mais de três mil garçons de mil restaurantes de todo país também receberão orientação sobre a forma de ofe-recer e servir a bebida.

A Copa do Mundo, realizada no Brasil nem 2014, foi um dos fatores que ajudou na exportação dos vinhos. “Vendemos para 30 países e as exportações aumenta-ram em 70%”, destaca. Segundo Bertolini, o país esteve na vitrine do mundo e ajudou no aqueci-mento das vendas externas.

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Sábado, 23 de maio de 2015 23Geral

Pesquisas indicam que consumo de uva faz bem à saúde

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Programação do Dia do Vinho em Bento Gonçalves A história do Vinho no Vale

dos Vinhedos - Circolo Tren-tino/Trentino PromozioniAté dia 7 de junhoComunidade da Glória, 40 da Leopoldi-na, Vale dos VinhedosA história do Vinho no Vale dos Vi-nhedos. Informações: 9142.7711

Caixa Wine Run Dia 23 de maio (sábado) das 9h às 14hVale dos Vinhedos O percurso de 21 quilômetros é em meio aos parreirais.Jantar do Codeguin

Dia 29 de maio (sexta-feira) às 20hSalão Paroquial Santo AntônioCardápio: polenta, fortaia, code-guim, radicci com bacon, tomate com cebola, salame, queijo, pão e laranja. Sobremesa sagu com creme.Valor: R$45 (por pessoa)Informações: 3452-1634

Festival Emoções no ValeDe 4 a 6 de junho, das 15h às 20hOnde: Spa do VinhoIngressos a R$ 15, com direito a uma taça. Informações: 2102.7200.

Mesa ao Vivo Serra Gaúcha 25ª ExpoBentoDe 4 a 6 de junho FundaparqueEvento enogastronômico itinerante que percorre o Brasil desde 2004, reunindo chefs famosos. Informações: 2105.1966Filó ItalianoDia 6 de junhoHotel Villa MichelonInformações: 2102.1800*Confira a programação completa de Bento Gonçalves e cidades parti-cipantes no site: diadovinho.com.br/programacao

Estudos comprovam que consumo moderado da fruta e seus derivados garante mais qualidade de vida

Historicamente, há indícios de que a origem da uva tenha sido no Egito, nas redondezas do rio Nilo, mas há também al-guns relatos sobre o vinho em passagens bíblicas nas quais Noé trazia em sua arca semen-tes que havia plantado quando chegou em terra firme. Fato é que a uva traz uma série de be-nefícios, os quais nunca estive-ram tanto em evidência. Uma série de estudos realizados nos últimos anos comprova que o consumo moderado da fruta e seus derivados garante mais qualidade de vida às crianças e adultos. Não é por acaso que a uva é considerada a da saúde.

O suco 100% como aliado para perder barriga foi a boa nova anunciada recentemente. Depois de comprovar os benefícios da bebida para o coração, redução de colesterol, prevenção do cân-cer e melhora da memória, uma pesquisa realizada pelo Centro Universitário Metodista (IPA), de Porto Alegre, indicou que o consumo regular do suco ela-borado com 100% da fruta, sem adição de açúcar, contribui para a redução da sempre indesejada gordura abdominal.

Coordenado pela biomédi-ca Caroline Dani e pela bio-química Cláudia Funchal, o estudo quebra paradigmas ao mostrar que uma bebida doce e saborosa pode ser aliada na alimentação. De acordo com a biomédica estudos anteriores já comprovavam a ação dos componentes da uva e, por consequência, do suco 100% para a proteção do fígado e do coração, redução da pressão arterial, melhora na capacida-de cognitiva, sistema nervoso central e proteção contra os ra-dicais livres, prevenindo doen-ças neurodegenerativas como o Alzheimer e o câncer.

Caroline também coordenou outra pesquisa no IPA na qual idosos que tomaram suco de uva por 30 dias reduziram circunfe-rência abdominal e peso, além do índice de massa corporal (IMC), colesterol total e coles-terol ruim. Não houve alteração nos níveis de glicose nem dos de triglicerídeos. Durante o estu-

do, os voluntários incluíram no cardápio dois copos de suco de 400ml cada por dia, divididos em duas porções de 200ml cada, durante um mês, e mantendo seus hábitos alimentares.

Vinho também traz ganhos à saúde

Os benefícios se estendem tam-bém para o vinho. O cardiologis-ta Jairo Monson, estudioso dos assuntos relacionados ao produ-to, afirma que o consumo mode-rado da bebida, especialmente das variedades tintas, fazem bem ao sistema cardiovascular, pre-vinem câncer, inibe em até 80% o crescimento do HIV, além de ser a bebida mais favorável para os obesos e diabéticos. “Institui-ções que são muito severas nos seus critérios científicos, como o Food and Drug Administration (FDA), American Hart Associa-tion (AHA) e Sociedade Brasi-leira de Hipertensão Arterial, reconhecem que as pessoas que não têm contraindicação, a in-gestão de bebidas alcoólicas, e que bebem vinho com modera-ção, regularmente e durante as refeições, têm benefícios para a saúde”, destacou Monson, autor do livro “Vinho é Saúde! – 50 Respostas Para Entender Por-quê a Bebida de Baco Pode Fa-zer Bem”.

Outro estudo, coordenado pela doutora em enologia, Re-gina Vanderlinde, pesquisadora do Laboratório de Referência Enológica (Laren) e professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), concluiu que, em re-lação às variedades, os vinhos Merlot apresentaram maiores concentrações de resveratrol, que pode ajudar a diminuir o colesterol. O teor máximo entre todas as amostras analisadas foi encontrado em um Merlot bra-sileiro (15,9 mg.L-1). O maior teor médio de resveratrol tam-bém foi encontrado nos Merlot brasileiros (8,73 mg.L-1), dife-renciando-se dos teores médios dos vinhos dos outros países que não apresentaram diferença es-tatística entre si: argentinos (1,71 mg.L-1), chilenos (2,64 mg.L-1) e uruguaios (4,93 mg.L-1).

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Sábado, 23 de maio de 201524 Regional

A programação do Dia do Vi-nho contará com atrações es-peciais em Monte Belo do Sul. Nos dias 6 e 7 de junho aconte-ce a 3ª Mostra do Vinho, Arte-sanato e Agroindústria no Sa-lão Paroquial e na Praça Matriz Padre José Ferlin.

Durante o evento, as casas vi-nícolas associadas à Associação dos Vitivinicultores de Monte Belo do Sul (Aprobelo) estarão expondo e comercializando os seus produtos. Segundo o secre-tário de Turismo, Luciano Ben-venutti, também haverá itens da agroindústria e artesanato, po-rém a mostra será mais focada nas vinícolas. “Os vinhos terão de 20 a 30% de desconto nos produ-tos”, afirma. A entrada é franca.

A programação inicia às 10h e segue até às 17h. Entre às 14h e às 17h acontecem apresentações culturais de danças e corais na Praça. Algumas das atrações são resultados de oficinas coordena-das pelo município.

O projeto “Canto e dança,

A Igreja de São Francisco de Assis de Monte Belo do Sul

tem como pároco há 10 anos, o padre Lóris Cortese. Em 10 anos de atuação na comunida-de, ele destaca que o trabalho desenvolvido é voltado ao auxí-lio dos moradores. “Continua-mos a caminhada com altos e baixos e com pontos positivos e negativos. Algumas coisas têm que ser retomadas. A Igre-ja tem que ser persistente não pode parar”, ressalta.

Na paróquia, as crianças e adolescentes participam da ca-tequese. Atualmente, cerca de 115 catequisandos frequentam as quatro etapas. A Eucaristia acontece no mês de julho e a Crisma em agosto. O pároco relata ainda que são desenvol-vidos encontros de formação destinados aos pais e aos cate-quistas. Ele também participa de atualizações. “O padre que não estuda, não se atualiza, ele sobra”, comenta.

Segundo Cortese, o número de jovens que permanecem nas co-munidades é considerado baixo. “A maioria vai para a cidade em busca emprego, ou até mesmo para estudar”, ressalta. No entan-to, aqueles que permanecem são atuantes. “Temos bons jovens que ajudam nos setores da co-

Entre os temas abordados, está a participação do jovem na Igreja

Mostra do Vinho acontece nos dias 6 e 7 de junho

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Grupo de Danças Italianas é uma das atrações da programação

Em março, Sarcedote completou 10 anos de atuação no município

Estefania V. [email protected]

Padre Cortese fala sobre o trabalho na comunidade

ComemoraçãoMonte Belo do Sul

munidade. Como na questão da liturgia, na catequese, nas festas e nos grupos de família. Há uma presença de jovens no trabalho de igreja, mas poderia ser maior, claro que sim”, analisa. Porém, o padre lembra que a juventude passa por fases. “Existem mo-mentos em que eles vibram e se sentem entusiasmados, mas de-sanimam muito fácil. É próprio deles querer ver resultados ime-diatos. Mas tem uma presença muito boa”, relata.

Festa de São Francisco

A data da festa em honra a São Francisco já está definida. A celebração acontece no dia 4 de outubro. De acordo com o sa-cerdote, a festividade é um mo-

mento da vida da comunidade. “O trabalho do pastor não se res-tringe somente a festa. É uma vi-são muito pequena da ação pas-toral. Falar de igreja e de festa é apenas um detalhe. A pastoral é muito mais que isso”, comenta. Para Cortese, existe todo um tra-balho de evangelização, que é a catequese, liturgia, atendimento aos doentes, a defesa da vida, a organização das comunidades e a formação de lideranças.

Ele reforça que a realização do evento é um celebrativo de toda a caminhada. “A festa tem significado quando reúne o povo e celebra a vida. No fundo é an-tecipação da renovação Cris-tã”, ressalta. A programação do evento conta ainda com a reali-zação do Tríduo.

Monte Belo encanta” possui cinco oficinas. Uma delas é o de Dança Italiana que integra as crianças e adolescentes da ci-dade. Já a invernada artística é formada por alunos da rede mu-nicipal. Ainda, são desenvolvi-das atividades com os corais in-fanto-juvenil e adulto, além das oficinas de violão. Conforme a secretária de Assistência Social, Habitação e Trabalho, Cláudia Spagnollo, o projeto atende cer-ca de 300 participantes.

Para as invernadas, o traje já está definido. A secretária afirma que estão sendo providenciados os violões e a vestimenta para a dança italiana será emprestada por uma escola. Durante a pro-gramação da Mostra, haverá re-presentações de todas as oficinas, porém não serão todos os alunos que irão participar. Cláudia es-clarece que quem não participar nesta oportunidade, irá se apre-sentar no próximo evento. “Eles vão ter que aprender que não vão estar em todos”, pondera.

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Sábado, 23 de maio de 2015 25Regional

Carlos Barbosa está expe-rimentando, pela primei-

ra vez, uma feira totalmente voltada para a beleza e saúde. A Feira do Bem-Estar, promo-vida pela Associação do Co-mércio, Indústria e Serviços (ACI), conta com quatro dias de atividades que envolvem palestras, dinâmicas em gru-po, serviços de saúde e bele-za, além da participação dos expositores e comercialização de produtos. A programa-ção iniciou nesta na noite de quinta-feira, 21, e segue até a noite de domingo, 24, com a entrada e todas as atividades oferecidas de forma gratuita.

Objetivo da iniciativa é pro-mover atividades que con-templem a saúde física, beleza e o bem-estar da mente. Para isso, na programação também constam atividades ao ar li-vre, espaço para exercícios físicos, passeio ciclístico, te-rapias alternativas e o contato com os profissionais da área, que chegam para ensinar e dar boas dicas aos participan-tes. A presidente da comissão organizadora, Marisa Kaspary Zanatta, destaca que são 40 expositores que terão os seus trabalhos envolvidos na feira e que, para um melhor enga-jamento, todos fizeram en-contros antes da realização com dinâmicas em grupo.

A feira ocorre em diversos locais da cidade, mas, princi-palmente no Salão Paroquial Municipal, onde estão os ex-positores. As atividades, que são organizadas de hora em hora, são encerradas diaria-mente com um happy hour que integra visitantes e expo-sitores em um momento de

Evento realizado pela primeira vez na cidade segue até este domingo, 24

Vitória [email protected] Programação dos últimos dias

Sábado, dia 23

10h15min: palestra ‘Relação entre estresse, ansiedade e doen-ças orgânicas’ com o médico Luis Fernando Hoff 11h: palestra ‘Osteopatia 13h: terapia do riso no Senac14h: palestra ‘Nutrição na atividade física: erros e acertos’ com a nutricionista Daniele Melere15h: oficina de cuidados com a pele, com a esteticista Cinara Bortolon16h: palestra ‘Tendências numerológicas’ com Vyctor Bem-Hur17h: palestra ‘Valorização da mulher’ com Liane Druck da Costa18h: palestra ‘Bruxismo’ com Guilherme Sfoggia19h: Happy Hour com música ao vivo

Domingo, dia 24

9h30min: passeio ciclístico. Saída do parque estação até a Tramontina10h: palestra ‘O Segredo da Colorimetria’, no Senac11h: palestra ‘Bom Relacionamento com as Mídias Sociais’, no Sebrae13h: técnicas básicas de maquiagem, no Senac14h: palestra ‘Depressão e Tristeza’ com a Melissa Maioli16h: mostra de moda17h: happy hour, show com Joce Sampaio

Ambos os diasDia todo: teste de visão pela Vízia Optica e teste de pressão ar-terial no Hospital São RoquePela manhã: teste de diabetes no Hospital São Roque

Feira do Bem-Estar debate saúde física, mental e beleza

Carlos Barbosa

descontração. “Os expositores estão muito empolgados por ser uma feira com uma pro-posta diferenciada pela diver-sidade de atividades e público que estamos atingindo. Além do que, todos estão partici-pando para dar e mostrar o seu melhor a fim de que todos os visitantes encontrem uma forma de bem estar”, pontua.

O diferencial da feira é re-unir palestras com profissio-nais da saúde, especialistas em suas áreas, mesclados com

profissionais de terapias e tratamentos alternativos. “A expectativa da feira é muito grande, são varias as ativida-des envolvidas em uma pro-gramação extensa e variada, fazendo do evento um aconte-cimento agradável e atraente, com uma estrutura de forma bem organizada e pronta para receber todo o público”, afir-ma. A Feira do Bem-Estar está aberta para visitação no sábado, das 10h às 20h, e no domingo, das 10h às 18h.

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Sábado, 23 de maio de 201526 Bairros

Zatt

Investimentos em projetos educativosAtividades exaltam o comprometimento da escola Maria Borges Frota com a educação e o envolvimento dos alunos

Cleunice [email protected]

Educar é colaborar para que professores e alunos, em

escolas e organizações, transfor-mem as suas vidas em processo permanente de aprendizagem. Nesse sentido, a Escola Munici-pal de Ensino Fundamental Ma-ria Borges Frota (conhecida por ser o antigo Caic), no bairro Zatt, tem como foco o desenvolvi-mento de projetos que auxiliam na educação de seus alunos, os quais são realizados também no turno inverso.

A instituição possui 68 profes-sores que atendem 842 alunos – 385 destes no turno da manhã, do 5º ao 9º ano. No turno da tar-de, 333 alunos do 1º ao 5º ano e no período da noite 124 alunos em turmas da Educação de Jo-vens e Adultos (EJA).

De acordo com o diretor João Roberto Zanchetti, conhecido por Betinho, atividades diversas são disponibilizadas aos estu-dantes em turno inverso ao das aulas. “Promovemos oficinas diferenciadas e que auxiliam na educação de nossos alunos. O bairro está em uma área de risco, então realizamos estas projetos em prol do desenvolvimento dos estudantes para que eles possam ficar por mais tempo aqui na es-cola aprendendo”, ressalta.

Ao todo, sete projetos estão

Moradores elegem novo presidente da comunidadeAntônio Dallasen, 55 anos,

aposentado, é o novo presi-dente do Loteamento Zatt. Em eleição ocorrida na tarde de sábado, 16, ele foi eleito com 159 votos, contra 109 da cha-pa contrária. Já faz 24 anos que Dallasen mora no bairro e conta que viu o mesmo crescer e prosperar. Além desta pre-sidência, já havia assumido a liderança por dois anos, entre 2009 e 2011.

De acordo com Dallasen, al-gumas questões já estão sendo priorizadas, pois os moradores do local o procuraram para re-latar as dificuldades enfrenta-das. “Já estão sendo realizadas algumas melhorias por aqui, como no campo de areia, que foi drenado, mas muita coisa

boa há de vir”, relata.Além disso, o presidente

conta com o apoio dos mo-radores para trabalhar em equipe e afirma que foi eleito para auxiliar a comunidade no que precisar. “A gente tem que trabalhar em conjunto e estou aqui para isso: atender as necessidades dos morado-res do nosso bairro, para que melhore a cada dia”, salienta.

Ele agradece os moradores pela votação, quem ligou pa-rabenizando, aos vereadores e empresas que também pres-taram as felicitações e salienta que quer firmar um convênio com a prefeitura para melho-rar o local onde mora. “Eu pre-ciso do apoio do prefeito para continuar trabalhando em prol

do meu bairro. Quero agrade-cer a todos que colaboraram no dia da votação e os que já estão fazendo melhorias aqui, muito obrigada. Também contamos com o apoio do jornal para que divulgue nossas atividades”, finaliza. A data da posse será marcada nos próximos dias.

Dallasen é casado com Ge-neci de Fátima, doméstica, de 51 anos. Eles têm três filhos: José Luís, 30, chapeador, que mora em Esteio; Jocelino Dallasen, borracheiro e abas-tecedor, de 24 anos; e Jorge Antônio, metalúrgico, 23. Ele é avô e conta orgulhoso quem são os netos. “A Emily de 7 anos, Nícolas, 6, Endrio, 5, Vitor, de 1 ano e meio, e Davi de 5 meses”, finaliza. Dallasen mostra a ata do dia da votação em que sua chapa foi eleita

sendo desenvolvidos. Um deles é o Mais Educação, existente há quatro anos. As 103 crian-ças atendidas participam de oficinas de Apoio Pedagógico, Capoeira, Taekwondo, Tecnolo-gias e Danças no turno inverso ao das aulas.

Outro é o Projeto Social do Bento Vôlei que atende crianças de sete a 17 anos, sem nenhum custo. Na escola, essa parceria existe há aproximadamente três anos e atende a 80 crianças, nas segundas e quartas-feiras, no horário das 17h15min às 19h15min. De acordo com a as-

sistente social, Tatiana Alves, o projeto comemora 10 anos de existência em 2015 e está aten-dendo a 600 crianças desde o início do ano. “O foco, além do ensino do vôlei, é a inclusão, a socialização e o fortalecimento de vínculos. As crianças atendi-das são divididas em duas tur-mas, no caso do Caic, enquanto uma delas aprende vôlei, a outra participa da oficina de inglês”, relata Tatiana.

Além destes, desde 2014, a direção disponibiliza violões e local para atender cerca de 60 crianças, que vêm em dias al-

ternados para aprender músi-ca. A escola também participa das oficinas itinerantes, uma proposta da Secretaria de Edu-cação, onde há dança e grafite uma vez por semana no local. A Maria Borges Frota também realiza o projeto “Caminhos”, coordenado pela professora Marli Fronza, com o objetivo de ampliar horizontes, onde todos os alunos e professores estão envolvidos. Existe, também, reforço de língua portuguesa, chamado “Ao pé da letra” e que atende cerca de 20 alunos por turma, uma vez por semana.

Escola promove diversos projetos que auxiliam no aprendizado

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Diretor, João Roberto Zanchetti, relata as atividades desenvolvidas

ProjetosMais educação;

Aulas de violão;

Parceria com Bento Vôlei;

Escolinha de futebol;

“Ao pé da letra”;

Projeto caminhos;

Oficinas itinerantes.

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Sábado, 23 de maio de 2015 27Obituário/Publ. Legais

Falecimentos

ALVINO DA SILVA, no dia 13 de Maio de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filho de Mauricia Ferreira da Silva e tinha 70 anos.

OLGA FRATTINI DELAZZERI, no dia 13 de Maio de 2015. Natural de Nova Bassano, RS, era filha de Marcello Frattini e Stella Bertuzzi e tinha 64 anos.

CLODOMIRO DOS SANTOS, no dia 14 de Maio de 2015. Natural de Fontoura Xavier, RS, era filho de Marcos dos Santos e Maria Meuler e tinha 75 anos.

HERMES AGOSTINHO MARIANI, no dia 14 de Maio de 2015. Natural de Garibaldi, RS, era filho de Luiz Mariani e Rosa Fitarelli e tinha 86 anos.

CLORINDA SIEGA GRASSI, no dia 14 de Maio de 2015. Natural de Muçum, RS, era filha de Romano Siega e Giacomina Dorigo Toguis e tinha 91 anos.

ARTEMIO LUIS TAFFAREL, no dia 15 de Maio de 2015. Natural de Guaporé, RS, era filho de Arterio Manoel Taffarel e Anna Dorigo Taffarel e tinha 65 anos.

JOSEPHINA BOMBASARO LAGUNAZ, no dia 15 de Maio de 2015. Natural de Encantado, RS, era filha de Pedro Bombasaro e Clementina Villa e tinha 89 anos.

SEVERINO DEBONA, no dia 15 de Maio de 2015. Natural de Roca Sales, RS, era filho de João Debona e Leonilda Debona e tinha 83 anos.

EDNALDO VICENTE DE OLIVEIRA, no dia 15 de Maio de 2015. Natural de Caiçara, PB, era filho de Severino Vicente de Oliveira e Djanira Queiroz da Silva e tinha 47 anos.

MAXIMINO TROIAN, no dia 16 de Maio de 2015. Natural de Casca, RS, era filho de Angelo Troian e Luiza Troian e tinha 76 anos.

DELVINA TARSO DE TONI, no dia 16 de Maio de 2015. Natural de Pinto Bandeira - Bento Gonçalves, RS, era filha de Luiz Tarso e Angela Maria Manara e tinha 78 anos.

DANILO LUNARDI, no dia 15 de Maio de 2015. Natural de Protásio Alves - Nova Prata, RS, era filho de Silvestre Lunardi e Terezinha Cristianetti e tinha 62 anos.

BENITO SETEMBRINO MARTINELLI, no dia 15 de Maio de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filho de Aurélio Martinelli e Inocência Affonso Martinelli e tinha 81 anos.

LEONILDA DALL’OSBEL RUBECHINI, no dia 18 de Maio de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de João Santo Dall’ Osbel e Marcilia De áris Dall’ Osbel e tinha 82 anos.

ADEMAR TARSO, no dia 18 de Maio de 2015. Natural de Pinto Bandeiro - Bento Gonçalves, RS, era filho de Etelvino Traso e Lurdes Manara Tarso e tinha 42 anos.

NEUSA ABELLA PORTO FIANCO, no dia 18 de Maio de 2015. Natural de Quarai, RS, era filha de Victor Vasconcelos Porto e Iva Abella Porto e tinha 69 anos.

JOÃO JOSÉ ZANOTTO, no dia 19 de Maio de 2015. Natural de Nova Prata, RS, era filho de Mario Zanotto e Marcelina Roman Zanotto e tinha 68 anos.

SERGIO FRANCISCO MIOLO, no dia 18 de Maio de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filho de Arlindo João Miolo e Orma Beltrami Miolo e tinha 78 anos.

NATARICE SILVEIRA, no dia 20 de Maio de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Leodoro Silveira e Maria Silveira e tinha 85 anos.

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Sábado, 23 de maio de 2015 28 Segurança

A investigação da 1ª Dele-gacia de Polícia (1ª DP)

esclareceu o homicídio de Ednaldo Vicente de Oliveira ocorrido na semana passada no bairro Ouro Verde. O crime foi uma retaliação a um caso de violência doméstica. Dois acusados prestaram depoi-mento e confirmaram parti-cipação. O autor dos disparos ainda é procurado.

A arma do crime, um revól-ver calibre .38, foi apreendida na quarta-feira, 20, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão nos bairros Ouro Verde e Zatt. Também foram apreendidas diversas munições e roupas utilizadas pelos acusados no momento do crime. Dois sus-peitos foram detidos e confir-maram, em depoimento, par-ticipação no homicídio.

A delegada Maria Isabel Zerman explica que o crime foi uma retaliação. Oliveira agredia a esposa. Um dos deti-dos foi o sobrinho da mulher. Ele trabalha como vigilante e confessou ter emprestado a arma do crime. O outro deti-do é um jovem de 19 anos, que

participou do ataque e escon-deu a arma do crime em uma mochila. A dupla foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo e munição. Eles foram li-berados após o pagamento de fiança, de R$ 1 mil e R$ 500, respectivamente.

A mulher, de 68 anos, tam-bém prestou depoimento e foi liberada. Não foi confirmada a sua participação no assassinato. As identidades foram preserva-das pela autoridade policial.

O autor dos disparos seria o

Revólver utilizado no crime foi apreendido durante ação na quarta

Arma apreendida

Polícia Civil esclarecehomicídio no Ouro VerdeMorte da semana passada foi motivada por caso de violência doméstica

Leonardo [email protected]

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A Patrulha Ambiental da Bri-gada Militar (Patram) prendeu um idoso de 68 anos por posse de artefato explosivo no Vale dos Vinhedos na tarde de quinta--feira, 21. Ele não possuía licença para manejar 4,5 kg de pólvora.

Conforme a ocorrência, às 14h15min, uma guarnição efe-tuava uma notificação ambiental para um funcionário da sub-pre-

feitura local quando ouviu uma explosão. Ao averiguar a situa-ção, localizou a origem atrás da igreja da 6ª Leopoldina.

Com o suspeito, foram apreendidos 4,5 kg de pólvo-ra negra e diversos acessórios para detonação. Como o idoso não possuía a devida licença, acabou preso em flagrante e en-caminhado à delegacia.

Após explosão

Idoso é preso com pólvora no Vale dos Vinhedos

filho da esposa da vítima, Je-ferson Aguimar dos Santos, 31 anos, que é conhecido pelo apelido de Tucano. Ele seria morador de Farroupilha e não foi localizado pela polícia.

Como há informações que Tucano pretende mudar de es-tado, a autoridade policial so-licitou sua prisão preventiva, o que foi deferido pelo Poder Judiciário na quinta-feira, 21. Tucano é considerado foragi-do. Ele não possui anteceden-tes criminais relevantes.

O motorista de um caminhão trator com reboque foi flagrado em-briagado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na manhã de sexta-fei-ra, 22. A abordagem ocorreu em frente ao posto da PRF, no quilômetro 217 da BR-470, por volta das 9h. O condutor do veículo, com placas de Dois Lajeados, foi submetido ao teste do etilômetro, que resultou 0,41mg de álcool por litro de ar expelidos dos pulmões, configurando crime. O acusado, que tem 30 anos e é natural de Encantado, recebeu voz de prisão em flagrante e foi conduzido para a delegacia.

PRF prende caminhoneiro por embriaguez

Homem desaparece no Rio das AntasBombeiros procuram por um homem

que desapareceu no Rio das Antas no final da tarde de quinta-feira, 21. Darci Chiodi, de 48 anos, teria caído da Pon-te dos Arcos, entre Bento Gonçalves e Veranópolis. De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 18h30min de quinta-feira, 21, um chamado informou que um homem havia caído no rio e estava agarrado em um galho pedindo socorro. Quando a viatura chegou, a vítima não foi encon-trada. Buscas foram realizadas até escurecer. A busca foi retomada na sexta-feira, 22. Os mergulhadores do Grupo de Busca e Salva-mento foram acionados para continuar as buscas.

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Sábado, 23 de maio de 2015 29Segurança

Violência nas estradas

Quinta morte registrada na ERS-446Rodovia que liga Carlos Barbosa a São Vendelino foi palco de acidente fatal entre Gol e caminhão nesta quinta-feira, 21

Leonardo [email protected]

Um grave acidente na ERS-446, em Carlos Barbosa,

resultou na morte de Pércio Esteves, de 31 anos, na tarde de quinta-feira, 21. Ele era o moto-rista de um Gol que colidiu con-tra um caminhão. Esteves é a quinta vítima fatal de acidentes, neste ano, na rodovia, que liga Carlos Barbosa e São Vendelino.

A colisão ocorreu por volta das 14h40min no quilômetro 8. Esteves conduzia um Gol, com placas de Belo Horizonte (MG), que colidiu contra um caminhão carreta que vinha do sentido contrário. Esteves morreu no local. O condutor do caminhão, Teilor da Silva Lopes, foi socorrido com lesões graves e encaminhado ao Hos-pital São Roque.

Os números da ERS-446 neste ano preocupam. Os 14 quilômetros que ligam Carlos

Pércio Esteves era o motorista do Gol com placas de Belo Horizonte

Trânsito brasileiro é o quinto com mais mortes

A cada ano 45 mil pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito no Brasil. Os números foram divulgados pelo Ministé-rio da Saúde e colocam o trân-sito brasileiro como o quinto mais violento. As principais vítimas são motociclistas.

Somente em 2013, as ocorrên-cias com motos resultaram em 12.040 mortes, o que correspon-de a 28% dos mortos no trans-porte terrestre. Nos últimos seis anos, as internações hospitala-res no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas aumentaram 115%.

De 2008 a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre aumen-tou 72,4%. Considerando apenas os acidentes envolvendo motoci-

clistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito. Desse total, 88.682 fo-ram decorrentes de motos.

Perfil das vítimas

De acordo com Sistema de Vigilância de Violências e Aci-dentes, que traça o perfil das vítimas atendidas em serviços de urgência e emergência do SUS em capitais brasileiras, 78,76% das vítimas de acidente de transporte terrestre envol-vendo motociclista são homens, na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre os motociclistas ouvidos, 19,6% informaram o uso de be-bida alcoólica antes do acidente e 19,7% estavam sem capacete.

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Barbosa a São Vendelino já fo-ram palco de cinco mortes.

Este foi o segundo acidente fatal envolvendo colisão com caminhão. Em março, a víti-ma foi um morador de Bento Gonçalves. Nelci Inácio dos Santos, 46 anos, conduzia um Chevette que colidiu contra um caminhão de Portão no quilômetro 2 da rodovia.

A primeira vítima do ano foi Sidinei Anderle, 31. O aciden-

te no quilômetro 9, no dia 21 de janeiro, envolveu três veí-culos. A vítima conduzia uma D-20, roubada horas antes, e fugia de uma perseguição po-licial.

Em maio, duas idosas mor-reram atropeladas no quilô-metro 1 no dia 9. Ledivina Isa-bela Werner Schaffer, de 85, e Teresinha Janete Assmann, 46, foram atingidas por um Uno com placas do Paraná.

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Sábado, 23 de maio de 201530 Segurança

Alunos cobraram reportagem pela capa da edição de quarta-feira

Mobilização ganhou apoio de familiares e ex-estudantes

Contra o preconceito

União pelo verdadeiro Dona IsabelEstudantes se mobilizam para mostrar que colégio do bairro Universitário é muito mais que um fato isolado de violência

Leonardo [email protected]

É nos momentos de dificul-dades que os melhores la-

ços se revelam. Foi com união que o Colégio Estadual Dona Isabel reagiu ao ato de violên-cia entre alunos ocorrido na segunda-feira, 18. O desabafo da estudante Carolina Stum Noronha, em nome do Grêmio Estudantil, nas redes sociais foi uma convocação para a fa-mília Dona Isabel mostrar sua verdadeira cara e combater um histórico preconceito.

Direção, professores e alu-nos são unânimes em afirmar que a agressão a faca foi um fato isolado. Porém, as reações da comunidade exemplifica-ram um olhar distorcido que existe contra a escola. “Existe um preconceito. É muito co-mum acontecer algo errado, uma exceção, e falarem ape-nas disso, banalizando nossa escola. Queremos mostrar o nosso lado bom. Voltamos com o Grêmio Estudantil após 12 anos e estamos tentando reer-guer a escola, nos unir mais e mostrar para sociedade o nos-so melhor”, explica a vice-pre-

Foi por meio das redes so-ciais que o Grêmio Estudan-til do Dona Isabel desabafou contra a imagem negativa que o colégio estava sendo retratado após o incidente. A foto do protesto dos alu-nos da turma ultrapassou as 300 curtidas.

Quem escreveu o texto foi a secretária do Grêmio, Carolina Stum Noronha, 15 anos. “Foi um pouco de re-volta. No sábado fizemos um projeto muito grande e não veio ninguém (da impren-sa). E na segunda ocorre aquela confusão, sai na capa do jornal e todo mundo co-meçou a julgar nossa escola como a pior, que isto sempre aconteceria. O que o Grêmio quer mostrar é que não é verdade. Que temos pro-jetos bacanas, como a 19ª Semana da Cultura, a Feira de Ciências, a Feira de Hal-loween e o nosso próximo projeto, que é a Olimpíada de Filosofia. Temos muito a oferecer. Todas as escolas tem o seu lado negativo, mas nós temos muito mais lados positivos”, exalta.

Um dos fatos que incomo-dou os alunos e professores foi o episódio de violência ter sido destaque na capa da edição de 20 de maio do Se-

“Não nos julguem por um”, pede Grêmio Estudantil

manário. Atendendo ao con-vite dos alunos, a reportagem esteve na escola na manhã de quinta-feira, 21, e conversou com os estudantes. “Somos uma família. Sempre fomos extremamente unidos, temos projetos como a Semana da Cultura e a Feira de Ciências, e é isso que queremos passar para a sociedade. Todas as escolas têm brigas e proble-mas. Mas aqui dentro somos felizes e receptivos”, corrobo-rou a vice-presidente do Grê-mio, Alessandra.

Estudantes fazem questão de mostrar seu orgulho pela escola

sidente do Grêmio Estudantil, Alessandra Prates, de 16 anos.

A intenção dos estudantes não é diminuir o fato grave ocorrido, mas ressaltar que esta é uma exceção que não re-presenta os mais de 800 alunos do colégio. “Foi um fato isola-do. Eu me sinto muito acolhi-do no Dona Isabel. Quem fala de fora é porque não conhece. Imaginam o pior porque a es-cola é de periferia, fica para os lados dos bairros Ouro Verde e Zatt, mas isso é um preconcei-

to”, afirma Victor Vasconcelos, 15, que começou a estudar no colégio estadual neste ano.

Bruno Possamai, 15, lembra que a violência entre jovens é um problema atual, mas que a direção e professores do Colé-gio Dona Isabel estão sempre atuando na resolução de de-savenças. “Discussão sempre tem, mas sabemos resolver nossos conflitos. Uma briga é um fato isolado. A escola está sempre melhorando”, garante o estudante.

A iniciativa dos estudantes faz parte do que a direção percebe como a melhor forma de com-bater este preconceito histórico. Trabalhar o lado humano dos alunos e divulgar os bons pro-jetos realizados é a solução para que a comunidade conheça o verdadeiro Dona Isabel.

A vice-diretora Silvania Lui-za Chiarello, que trabalha há 16 anos no colégio, não sabe dizer de onde surgiu esta visão distorcida. “Historicamente existe uma impressão que há problemas, o que não é verda-de. É um preconceito que não sei explicar. Quando lidamos com crianças e adolescentes ocorrem incidentes. A escola não vive isolada, está em um contexto e retrata a sociedade. São fatos que não devem ser considerados comuns, mas que infelizmente ocorrem em todas as instituições”, argumenta.

Silvania afirma que a direção

Reação dos alunos orgulha direçãoentende a gravidade do ocorri-do e tomou todas as medidas necessárias. Porém, salienta que os estudantes envolvidos eram considerados alunos tran-quilos. “Não compreendemos a reação destes meninos. É um paradoxo que dois adolescentes tranquilos tenham chegado a este ponto. Certamente alguma coisa os desestabilizou e é ne-cessário trabalhar. Temos cer-teza que eles podem crescer e aprender, e fazemos questão de ajudar”, garante.

Politizados contrao preconceito

Por outro lado, a reação dos demais alunos ao fato e a re-percussão na imprensa é vis-ta como positiva. A palavra orgulho resume o momento do Dona Isabel. “Não me sur-preendeu, porque nossos alu-nos são assim mesmo. Temos

um lado humano fantástico. Todos se sentem em casa. Eu tenho orgulho dessa escola”, afirma a vice-diretora.

O professor de sociologia e história, Eldo Dorneles Jú-nior, corrobora com o discur-so. “Com a volta do Grêmio Estudantil no ano passado, os alunos estão cada vez mais po-litizados e socializados. Esta repercussão deles é justamen-te para mostrar que os alunos gostam da escola”, declara.

O próximo passo é trabalhar com os alunos para mudar a visão errônea da comunida-de sobre o Dona Isabel. “Este preconceito deve vir de muito tempo atrás. Como combater? Divulgando o que fazemos, projetos como a nossa Feira de Ciências e a Semana da Cul-tura. Vamos divulgar as coisas boas para que as pessoas nos vejam com outros olhos”, co-menta o professor.

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Sábado, 23 de maio de 2015 31Segurança

Infelizmente, a violência en-tre adolescentes é uma rea-

lidade da sociedade que acaba por afetar, também, o ambien-te escolar. Diante desta cons-tatação, o coordenador da 16º Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Leonir Olimpio Razador, faz questão de ressaltar o comprometi-mento das escolas em com-bater estes casos e prestar o apoio necessários aos jovens.

Após o incidente de segun-da-feira, 18, no Colégio Esta-dual Dona Isabel, quando um aluno esfaqueou outro no ros-to após um desentendimento, o ex-prefeito de Monte Belo do Sul encontrou um espaço na sua agenda para receber o Semanário e falar sobre os desafios diários da educação. Em foco, a qualidade e o nível de exigência que precisa ser mantido na rede estadual dos 25 municípios da 16ª CRE.

Jornal Semanário: Como está a violência na rede es-tadual de Bento Gonçalves?

Leonir Razador: Quere-mos ressaltar que desta or-dem (uma facada) é um caso estritamente isolado, que se-guramente foi um rompante, um momento. São adolescen-tes que precisamos entender e trabalhar. Este é o nosso papel como instituição, so-ciedade e família. Fatos desta ordem não são corriqueiros, mas que precisam ser olha-dos com muito cuidado, que precisa de uma atuação so-bre esta realidade. Mas nos preocupa, mesmo sendo um fato isolado. Precisamos dar assistência a estas escolas, estes alunos e estas famílias. Precisamos olhar para esta realidade.

JS: A violência entre jo-vens é uma realidade no Brasil. Como esta hostili-dade interfere nas escolas?

Razador: É um contexto nacional. Você imagina o que significa um grupo de adoles-centes cheios de vida. A escola não é o órgão que proporciona, mas sim que recebe o produto desta violência. A escola recebe este adolescente e trabalha esta

realidade. O fato deles se en-contrarem juntos dentro deste contexto, é entendível que aja determinadas situações decor-rentes desta realidade. Existem situações, não estamos isentos. O que nos preocupa é que elas possam se potencializar. É isto que precisamos trabalhar, jun-to com a família, a sociedade e os órgãos competentes.

JS: Qual a sua visão so-bre a agressão de segunda--feira no Dona Isabel?

Razador: Não houve falha da escola, pelo que temos de informações. Ainda estou me inteirando plenamente da si-tuação. Mas foi um fato de um rompante de dois adolescen-tes. É algo grave que evidente-mente não estamos satisfeitos e temos preocupação. Com relação ao trabalho da esco-la, precisamos acompanhar. Todas as medidas necessárias foram tomadas pelas escolas. Precisamos trabalhar sobre esta realidade, sem potenciali-zar este fato. É a nossa respon-sabilidade.

JS: Que providências po-dem ser tomadas?

Razador: Seria muito fácil e cômodo transferir estes alunos. Mas, eu penso que precisamos trabalhar sobre a situação. São adolescentes que merecem um olhar de adulto. A escola tem instituições com orientação educacional e iremos nos so-correr de todos os órgãos que podem nos dar auxílio no sen-tido de reconstruir estas situa-ções. São adolescentes, seres em construção que merecem nossa atenção de adultos.

JS: Como está a parce-ria com os órgãos de segu-rança pública e proteção ao adolescente, principal-mente no sentido de com-bater as drogas?

Razador: Temos uma par-ceria muito forte em Bento Gonçalves. Há uma preocupa-ção compartilhada. Mas sabe-mos que o crime organizado está bem organizado. Para tra-balhar todas estas instituições precisamos de muita força, partindo de um âmbito nacio-nal até chegar a nossa reali-dade. Este problema não é es-pecífico. Nós vemos situações muito piores todos os dias, mas não é este o nosso foco. Dentro das nossas escolas, te-mos situações corriqueiras, mas em paralelo temos muita coisa boa acontecendo. Um trabalho muito intenso, inclu-sive, nesta escola. É uma esco-la de praticamente mil alunos, mil ideias diferentes. Temos 2% de problemas, que precisa-mos trabalhar, e 98% de coisas boas, e isto é importante e nos ajuda a superar esta situação.

JS: Qual avaliação da 16ª CRE sobre a rede estadual na região?

Razador: Temos um uni-verso de 25 municípios e 77 escolas. Praticamente 23 mil alunos e 1,3 mil professores. É um universo passível e possível de situações diárias. Professor pode ficar doente, se aposentar ou ser exonerado. Esta rotativi-dade diária é que merece aten-ção. O Governo do Estado tem se esmerado no sentido de co-locar professores na escola. Da mesma forma com os funcio-

nários. Com relação a estrutu-ra física, das necessidades das nossas escolas, é perfeitamente normal pois são 77 prédios ex-postos às condições climáticas e ao tempo de uso. É normal ter uma escola que amanhece com a instalação sanitária en-tupida, que o vento leva parte do telhado ou que tenha uma janela quebrada. Mas, no ge-ral, nossas escolas estão bem. Só que carecem todos os dias da nossa atenção. A vida é di-nâmica e são necessidades diá-rias. Este é o nosso trabalho, a nossa realidade e fazemos frente com uma parceria muito grande com os municípios.

JS: Como está a relação professor e aluno?

Razador: O universo do saber se diversificou tanto... O potencial de informações que o aluno tem acesso é in-finitamente maior que em outras épocas. E talvez a es-cola não tenha esta velocida-de das transformações, tenha dificuldades de acompanhar e isto gera conflitos. Vive-mos uma inversão de valores. Neste sentido, penso que a imprensa tem um papel im-portante para nos ajudar. Há muitos contra-valores veicu-lados nas mídias que contri-buem para estas situações. Tenho certeza que a escola não contribui para isso, mas é paciente destas situações. Este somatório é que gera os conflitos que temos nas esco-las. Na terça, participei de um fórum em Porto Alegre sobre a educomunicação, a comu-nicação na educação. Que diz justamente que se tivermos uma comunicação não violen-ta, nós seguramente vamos encontrar alternativas mui-to melhores. Este é o grande trabalho que pretendemos es-tabelecer. Assim distensiona-mos muitas situações.

JS: Estes problemas de comunicação são recorren-tes e um foco da 16ª CRE?

Razador: O grande pano de fundo do nosso trabalho é justamente a solução dos conflitos. Seja conflito pro-fessor e aluno, professor e professor, professor e dire-ção, professor e comunidade, comunidade e escola... São

Violência entre jovens

“A escola é paciente de uma realidade”Coordenador da 16ª CRE ressalta importância das instituições de ensino apoiarem adolescentes em situações de conflito

Leonardo [email protected]

estas situações diárias que es-tão colocadas pela velocidade dos dias atuais que provocam reações. Precisamos inves-tir em um trabalho conjunto escola, família e comunidade para construir valores e uma comunicação de paz.

JS: Como manter esta qualidade que exaltamos em Bento Gonçalves?

Razador: Podemos dizer que é uma realidade mais tranquila (que em outras re-giões). Mas destaca-se neste aspecto o comprometimento das equipes gestoras das esco-las. O comprometimento das nossas instituições seja Mi-nistério Público ou a Polícia. Há um trabalho conjunto. Se falarmos especificamente de Bento Gonçalves é uma cida-de de migração, um universo complexo. Certamente a po-tencialização de alguns pro-blemas acontecem com mais frequência. Mas se fizermos uma análise do todo, temos muito mais coisas boas. Exis-tem problemas, não somos ingênuos de dizer que está um paraíso. Não estamos isen-tos da violência. É diário, nós lemos as estatísticas, não só dentro das escolas, como fora delas. Precisa de uma atenção da nossa parte, de um traba-lho para que os problemas não se potencializem.

JS: Qual a nota o senhor daria para a rede estadual?

Razador: Pelo que eu disse dos problemas e coisas boas, poderia dizer que seria uma nota 8. Mas não podemos quantificar. O que posso afir-mar é que o trabalho da nossa equipe gestora é nota 10. Evi-dente que não podemos dar nota 10 para as situações pro-blemáticas.

JS: Se o trabalho das equipes gestoras é nota 10, mas a avaliação geral não é nota 10, é porque está faltando mais gente para as equipes gestoras?

Razador: Não, não. É que as situações externas que são levadas para dentro das es-colas é que conflitam nestes problemas. A escola é pacien-te destas situações e se esforça para trabalhar esta realidade.

Leonir Razador exalta o trabalho das equipes gestoras na região

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