2 fundamentos da teologia - histórica, teologia sistemática e teologia prática. cada uma dessas...
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2 FU N D A M E N T O S DA T E O L O G I A P R T I C A
4 FU N D A M E N T O S DA T E O L O G I A P R T I C A
FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA PRTICACATEGORIA: TEOLOGIA / REFERNCIA
Copyright 2005, por Jlio ZabatieroTodos os direitos reservados
Coordenao editorial: Silvia JustinoPreparao de texto: Renata BoninReviso: Rodolfo OrtizSuperviso de produo: Lilian MeloCapa: Douglas Lucas
Os textos das referncias bblicas foram extrados da verso Almeida Revista e Atualizada.2 ed. (Sociedade Bblica do Brasil), salvo indicao especfica.
Publicado no Brasil com a devida autorizao e com todos os direitos reservados pela:
Associao Religiosa Editora Mundo CristoRua Antonio Carlos Tacconi, 79 CEP 04810-020 So Paulo SP BrasilTelefone: (11) 5668-1700 Home page: www.mundocristao.com.br
Editora associada a: Associao Brasileira de Editores Cristos Cmara Brasileira do Livro Evangelical Christian Publishers Association
A 1 edio foi publicada em janeiro de 2006, com uma tiragem de 2.500 exemplares.
Impresso no Brasil10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 06 07 08 09 10 11
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Zabatiero, JlioFundamentos da teologia prtica / Jlio Zabatiero. So Paulo :
Mundo Cristo, 2005.
Bibliografia.ISBN 85-7325-417-3
1. Teologia prtica I. Ttulo.
05-4223 CDD-230
ndice para catlogo sistemtico1. Teologia prtica : Cristianismo 230
Prefcio 7
Introduo 11
1. A teologia prtica como modo de serda teologia crist 19
2. Teologia prtica: uma teologia daao em discernimento 33
3. Uma cristologia prtica: o senhorio de Jesus 49
4. Uma soteriologia prtica: vida em liberdade 63
5. Uma espiritualidade cristocntrica 77
6. Uma espiritualidade solidria 93
7. A missiologia integral paulina 107
Concluso O circuito teolgico-prtico:a mstica humana do mistrio divino 125
Bibliografia de consulta sugerida 131
Bibliografia 133
Sobre o autor 137
Sumrio
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CONSIDERO JLIO ZABATIERO um dos melhores telogos brasileiros.No me canso de admirar sua habilidade em escrever e principal-mente em compartilhar (quando quer) coisas profundas e compli-cadas com muita simplicidade. Nesta sua obra, mais uma vez elenos brinda com um trabalho de muita criatividade e, ao mesmotempo, extremamente simples para que todos pudessem tirar pro-veito dele.
A teologia prtica precisava ser definida e redesenhada paranossos pastores, professores de seminrios e seminaristas, a fim deque ela pudesse se firmar em relao s outras teologias. Ficavasempre no ar a idia de que a capacidade acadmica de quem traba-lha com a teologia prtica inferior daqueles que trabalham comas demais disciplinas. Creio que o autor rompe as barreiras fictciasdo mundo teolgico, as quais j no se sustentam no mundo mo-derno, ao definir que teologia prtica teologia que nasce da pr-tica teolgica.
Considero tambm valiosa a escolha de uma das cartas do aps-tolo Paulo (Colossenses) como ponto de partida. Mais uma vez,rompem-se barreiras preconceituosas no saber teolgico. Jlio parte
Prefcio
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da ao missionria de uma das pessoas mais marcantes do cristia-nismo para propor que: fazer teologia prtica refletir critica-mente sobre a prtica teolgica em nosso contexto de vida. Emboraesta afirmativa parea bvia, a realidade que, em vez de reiter-la,muitos estudiosos da Bblia tm negado que a misso a me dateologia.1
H autores que no apenas desprezam a misso, mas tambm osque trabalham teologicamente a partir dela. Entretanto, como possvel elaborar teologia sem pratic-la, especialmente por se tra-tar de ao divina? Por isso, a caducidade de certos pensamentosteolgicos. Foram formulados longe da realidade, do contexto emque o povo est inserido.
Precisamos de coragem para romper com os conceitos impostos construo do saber e em especial formao da liderana crist(atravs de seminrios teolgicos, mas no exclusivamente) que vemdespontando e que ter a grande responsabilidade de conduzir aigreja nas prximas dcadas.
O surgimento de tantos modelos eclesisticos tem se tornadoum tremendo desafio para as pessoas preocupadas com o rumo quea igreja vem tomando. No basta apenas criticar os novos mode-los. preciso propor uma teologia adequada aos novos tempos.Por isso, creio que este livro poder auxiliar-nos nas reflexes futu-ras. Refletir teologicamente uma necessidade, e uma necessidadeurgente.
preciso dar um basta na crtica apenas pela crtica, fundamen-tada em postulados teolgicos distantes de nossa realidade, e porisso incuos para a caminhada da igreja de hoje.
Duas colocaes finais. Os textos de Jlio mostram dois fatosbem claros: ele um homem comprometido com a Palavra de Deus,
1Martin KAHLER, Mission is the mother of theology, p. 190.
PREFCIO 9
o que torna sua teologia prtica acima de tudo uma teologia bbli-ca, e inteiramente comprometido com a misso da igreja.
Estes dois fatos, por si s, me levam a sugerir-lhe que leia essetexto e use-o como instrumento para aprimorar seu ministrio, ouseja, sua teologia prtica.
ANTONIO CARLOS BARROMestre e Doutor em Missiologia
Membro do Comit Executivo do Congresso de Lausanne
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CONSIDERO O ESCREVER UM exerccio de liberdade e paixo. A liber-dade de refletir criticamente sobre minha prtica, minha igreja,minha escola, enfim o mundo em que vivo, e a paixo de servir aDeus e edificar a igreja, na ardente expectativa do Reino de Deus.
Vivemos em um tempo paradoxal: nunca tantas novidades ge-raram tanta mesmice! O consumismo da ps-modernidade cria edestri seus produtos com imensa velocidade. Tudo tem prazo devalidade efmero. Quantos meses dura um corinho? Quantos anosdura um modelo de igreja? Quantos livros de liderana crist ain-da tero de ser escritos para aprendermos a liderar?
Nunca houve tantos livros de teologia publicados no Brasil.Livros de todos os tipos, de todas as tendncias e pocas, e apesarde tamanha diversidade, porm, a imensa maioria muito seme-lhante, j que no prope formas diferentes de fazer teologia. Fica-mos acostumados a pensar nela a partir das grandes divisesdisciplinares que se formaram na Modernidade: teologia bblica,teologia histrica, teologia sistemtica e teologia prtica. Cada umadessas divises apresenta suas regras, sua metodologia, seus objeti-vos e sua histria.
Em ambientes de formao teolgica, quando se menciona apalavra teologia sem adjetivos, quase sempre se pensa em teolo-gia sistemtica, e logo se revivem nomes como Berkhof, Barth,Tillich, Erickson e outros. Vem-nos mente a imagem de pesados
Introduo
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livros que discutem os grandes temas doutrinrios cristos: Deus,Trindade, revelao, criao, pecado, redeno, igreja, escatolo-gia, cristologia, pneumatologia etc. Para vrios pastores e pastoras,outra lembrana no to agradvel tambm se manifesta: a do exa-me de ordenao...
Depois de muito tempo de domnio quase absoluto, a teologiasistemtica passou a ser desafiada pela teologia bblica. Qual delasteria o direito de ostentar o ttulo de rainha das cincias teolgicas?Ser que a teologia sistemtica, por ser sistemtica, no bblica?At que ponto a teologia bblica efetivamente bblica (fiel s Escri-turas)? Um nome no garante a qualidade da reflexo, afinal, vriasobras de teologia bblica no foram aceitas com entusiasmo pelasigrejas.
De uma forma ou de outra, porm, para muitas pessoas teologiabblica e sistemtica apresentam algo em comum: ocupam-se de con-ceitos, sistemas, noes abstratas que pouco ou nada tm que acres-centar vida cotidiana das pessoas e comunidades crists. Emboraesse juzo no seja de todo correto, transita livremente em vrioscrculos acadmicos e em especial nos eclesiais.
Em sntese: quando se pensa em teologia, a maioria das pessoaslembra de teorias pouco interessantes e relevantes para os desafiosda vida crist e da prtica ministerial. A prpria teologia prtica, emmuitos casos, no tem passado de uma tecnologia, de uma teologiaaplicada, que acaba no sendo nem teologia, nem prtica de acor-do com as noes mais comuns desses dois termos.
Em ambientes acadmicos, a teologia prtica tende a ser relegadaa segundo plano por ser pouco teolgica, e em ambientes eclesiaistende a ser desconsiderada por ser teolgica demais. A maior partedos livros de teologia recm-publicados pode ser facilmente classifi-cada numa dessas fronteiras disciplinares.
Essas breves consideraes sobre a mesmice da novidade e sobreos diferentes prestgios da teologia no dia-a-dia eclesial e acadmico
evanglico visam a ajudar-me a explicar um pouco a natureza destaobra. Embora se trate de um livro sobre teologia prtica, a baseargumentativa a carta de Paulo aos colossenses, a temtica segue aterminologia da teologia sistemtica e o contedo no oferece mode-los nem receitas para a prtica. Voc poderia pensar ento: Afinal,de que tipo de teologia trata este livro?.
Reafirmo o ttulo: trata-se de um livro de teologia prtica. Noentanto, ele considera os limites da modernidade e tira proveito daspossibilidades que a chamada ps-modernidade oferece, transgre-dindo as fronteiras disciplinares convencionais do saber teolgicocom liberdade e paixo.
Certamente este no o primeiro livro de teologia que transgri-de fronteiras disciplinares. Quem est acostumado leitura teol-gica se lembrar de imediato de autoras e autores recentes comoJ. Moltmann, J. Cone, L. Boff, Sallie McFague. De fato, h um am-plo reconhecimento de que as fronteiras disciplinares criadas na mo-d