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PRINCÍPIOS DIAGNÓSTICOS E DE TRATAMENTO DE CYRIAX 1 http://fisioterapiamanipulativa.wordpress.com

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PRINCÍPIOS DIAGNÓSTICOS E DE TRATAMENTO DE CYRIAX

1

http://fisioterapiamanipulativa.wordpress.com

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A Medicina Ortopédica de Cyriax2

Preocupa-se com o diagnóstico e tratamento de lesões de “partes moles” teciduais

Estas lesões englobam condições como as artrites, reumatismos, fibrosites, cervicalgias, dorsalgias, lombalgias, sacroileítes, dor “ciática”, compressões nervosas, estiramentos musculares, “ombro congelado”, “cotovelo do tenista”, L.E.R., torções de joelho e tornozelo, algias de um modo geral, inflamações e lesões desportivas em geral.

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Princípios Diagnósticos3

Dificuldades no diagnóstico

O exame de Raio X

- Cápsulas articulares, ligamentos, fáscias, músculos, tendões, bursas e discos >>> Estruturas que podem causar dor >>> Invisíveis ao Rx quando inflamadas;

- Quando a dor é originada dessas estruturas, com o Rx poderemos ter 2 situações distintas:

I) Arcabouço ósseo normal, induzindo a um falso negativo e/ou um paciente neurótico

II) Alterações normalmente assintomáticas são incorretamente apontadas como causa da dor >> falso positivo

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Princípios Diagnósticos4

Dificuldades no diagnóstico

O exame de Raio X

- Diante de lesões de partes moles, o Rx apresenta-se como um recurso de utilidade duvidosa, podendo gerar um sério problema diagnóstico;

- Antes do tratamento ser instituído, deve se identificar o tecido verdadeiramente acometido, podendo a terapêutica ser erroneamente direcionada a outra estrutura, que não aquela que causa a dor;

- Toda dor apresenta uma origem. A tarefa do profissional é encontrá-la.

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Princípios Diagnósticos5

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Princípios Diagnósticos6

Dificuldades no diagnóstico

A Palpação

- A palpação, por si só, normalmente é enganosa. Os tecidos moles apresentam dor referida em um trajeto segmentar (Dermátomo);

- A maioria dos quadros dolorosos das estruturas do ombro é referida no local correspondente aos dermátomos embrionários C5 e/ou C6;

- Caso nada mais forneça o local exato da dor, nem a palpação do ponto exato da dor é totalmente esclarecedor. Assim como o Rx, a palpação pode gerar muitos enganos.

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O Caminho diagnóstico7

Introdução

- O exame clínico é a resposta;

- Uma estrutura saudável exerce sua função de maneira indolor, enquanto que uma estrutura lesada não;

- O mecanismo diagnóstico será a “Tensão Seletiva”, que consiste na aplicação manual de tensão em todo o tecido sob suspeita diagnóstica de estar causando dor e também naqueles à sua volta, sempre de forma separada.

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O Caminho diagnóstico8

Estruturas contráteis e inertes- As estruturas contráteis são os músculos e inserções;- As estruturas inertes são as cápsulas articulares, ligamentos, fáscias, bursas, a dura-máter e as bainhas das raízes nervosas;

O que as diferencia?????

- As primeiras têm a capacidade de contração e relaxamento, diferentemente das segundas;- As primeiras poderão ser tensionadas através de estiramentos ativos, enquanto as segundas apenas através de estiramentos manuais passivos ou autopassivos.

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O Caminho diagnóstico9

Estruturas contráteis e inertes

Movimentos Passivos

- Quando o fisioterapeuta realiza a movimentação passiva do membro do paciente, realizando o arco de movimento, as estruturas inertes estarão sendo estiradas;- As estruturas contráteis não serão submetidas a tensão;- Quando o estiramento passivo é doloroso = estrutura inerte alterada.

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O Caminho diagnóstico10

Estruturas contráteis e inertes

Movimentos resistidos

- Quando o paciente realizar a ativação de suas estruturas contráteis contra o examinador (movimento contra-resistência), pouca tensão será gerada sobre as estruturas inertes;- Caso o movimento resistido apresente-se doloroso, o sítio da dor estará nas estruturas contráteis.

Obs.: A articulação deve ser restrita na metade do movimento articular resistido.

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Exame Clínico11

Movimentação Passiva

- Uma lesão de estruturas contráteis não limitará a movimentação passiva. Logo, caso existe limitação passiva a causa estará em uma estrutura inerte.

- No caso de lesão em estrutura inerte, determinar:> Lesão capsular ou não capsular> Desarranjo interno> Estiramentos ligamentares

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Exame Clínico12

Movimentação Passiva – Lesões Capsulares

- A lesão capsular produzirá limitação da movimentação passiva em diferentes graus, seguindo um padrão de acometimento capsular que:

1.) varia de articulação para articulação2.) compreende sempre uma limitação da

movimentação não fixa em determinado grau ou ângulo de movimento

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Exame Clínico13

Ombro Abdução +++ ; Rot. ext. ++ ; Rot. Int. +

Cotovelo Flexão +++ ; Extensão ++ ; Rotação +

Punho Flexão e extensão +++ ; pouca limitação para os desvios

Quadril Flexão e Rot. ext. +++ ; Abdução ++ ; Adução e Rot. int. +/-

Joelho Flexão ++++ ; Extensão +

Tornozelo Flexão plantar +++ ; Flexão dorsal +

Cervical Limitação igual para todas as direções, exceto para a flexão

Torácica Extensão, Flx. Lat. e rot. +++ ; Flexão +

Lombar Flx. Lateral ++++ ; Flexão e extensão ++

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Exame Clínico14

Movimentação Passiva – Desarranjos Internos

- Lesões capazes de restringir o movimento, porém não envolvem a articulação inteira;- Lesões que não seguem um padrão de acometimento capsular;- Subluxação carpal do osso capitato provoca uma flexão dolorosa de ADM normal; extensão dolorosa limitada e desvios laterais normais >> diferente do padrão capsular do punho.

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Exame Clínico15

Movimentação Passiva – Estiramentos Ligamentares

- Geralmente apresentam dor durante a realização de um movimento passivo.

- O achado clínico é o aparecimento de dor no limite da movimentação na direção contralateral

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Exame Clínico16

Movimentação Contra-resistência

- O fato do movimento resistido produzir dor é sinal de que a estrutura contrátil em questão é o sítio da dor; Os movimentos passivos serão completos e indolores em todo arco de movimento.

- Os testes de movimento resistido são simples:

1.) a art. deve ser movida passivamente até a metade do arco total de movimento, para manter as est. inertes sem tensão. Nenhum mov. art. deve ser realizado

2.) outros músculos que não estejam sendo testados devem se manter em repouso. O paciente indica seu limite

3.) examinador deve estar atento a sua posição e a do paciente, e procurar sinais de dor e fraqueza muscular

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Exame Clínico17

Movimentação Contra-resistência – Achados no exame

1.) Força muscular normal e mov. indolor – nada de errado com a estrutura contrátil

2.) Força normal e mov. doloroso – lesão pequena em alguma parte do músculo, tendão ou inserção

3.) Fraqueza muscular indolor – ruptura completa de um músculo ou tendão, ou mais freqüentemente uma lesão neurológica

4.) Fraqueza muscular dolorosa – casos mais graves como fraturas.5.) Repetições dolorosas – claudicação intermitente6. Todos os movimentos são dolorosos – lesão proximal da

articulação (padrões desorganizados) >>alterações psiquiátricas

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História18

Anamnese

- Uma anamnese clara com ordem cronológica é um pré-requisito;

- Deve-se perguntar sobre os fatores desencadeantes, os fatores associados, o início da dor e sobre todos os eventos, em ordem cronológica, que aconteceram após isso;

- Muitas ou quase todas as lesões de partes moles possuem uma história distinta.

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A Dor Referida19

Dor percebida pelo paciente em um outro local que não seja seu verdadeiro sítio de origem;

Praticamente toda dor pode comportar-se como dor referida;

Quando o estímulo doloroso provém de uma estrutura profunda, sua representação cortical se faz baseada nas experiências prévias do sensorium. Portanto, a dor será referida na área da pele relacionada àquela porção do córtex cerebral que está recebendo o estímulo;

Esta área da pele é chamada de dermátomo.

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Regras que governam a Dor Referida21

É referida segmentariamente – a dor pode ocupar um dermátomo total ou parcialmente. Quando a dor se apresenta em mais de um dermátomo ou se a mesma migra de um dermátomo a outro teremos 4 possibilidades:

1.) o paciente descreve uma dor sem causa orgânica2.) a lesão, em si, está mudando3.) a lesão está aumentando4.) origina-se de um tecido que não apresenta o tipo de dor referida baseada nos dermátomos (dor dural)

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Regras que governam a Dor Referida22

É referida distalmente

Nunca cruza a linha média

A extensão do local de dor referida é controlado por:

1.) tamanho do dermátomo e posição do tecido lesado no dermátomo (dermátomo grande; lesão proximal ou lesão distal)2.) intensidade do estímulo (quanto maior a intensidade, maior a quantidade de células nervosas estimuladas)3.) profundidade do tecido acometido (quanto mais profundo o tecido acometido, maior será sua representação de dor referida)

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Princípios do Tratamento23

Massagem Transversa Profunda – M.T.P.

- Fricção digital sobre o local exato da lesão e transversalmente ao sentido das fibras musculares afetadas;

- As sessões duram pelo menos 20 minutos, podendo-se causar algum desconforto durante os minutos que antecedem a analgesia;

- Nas lesões musculares, ela quebra as adesões formadas nas cicatrizes entre as fibras musculares;

- Nos tendões, a cicatriz pode ser alterada por ações abrasivas;

- Nos ligamentos, a prevenção das adesões pode ser feita com a movimentação do ligamento sobre a superfície óssea, imitando-se seu movimento normal.

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Princípios do Tratamento24

Massagem Transversa Profunda – M.T.P.

- A técnica pode variar para cada condição, mas o princípio é o mesmo.

1.) A lesão deve ser posicionada entre os dedos do examinador

2.) O tecido que será massageado deverá ser tensionado de maneira conveniente

- Músculo >> deve estar relaxado- Tendão sem bainha >> posicionado de maneira mais

acessível- Tenossinovites >> tendões esticados para permanecer

imóveis e tesos, formando um apoio onde a bainha do tendão será friccionada

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Princípios do Tratamento25

Massagem Transversa Profunda – M.T.P.

3.) O tratamento deve ser aplicado com as pontas dos dedos.

- A técnica compreende a movimentação da mão e dos dedos como um todo, com a pele do paciente e os dedos do examinador também se movendo juntos, evitando uma lesão por atrito;

- Apenas dois dedos são suficientes para tratar grandes lesões, ou mais freqüentemente um dedo apenas reforça o outro.

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Princípios do Tratamento26

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Prática – M.T.P.27

Massagear as seguintes estruturas:1.) Bíceps e Tríceps2.) Ligamento radial e ulnar do carpo3.) Tendão patelar4.) Tendão de Aquiles5.) Tendão do supra e infra-espinhal6.) Extensores do punho7.) Ligamento Talo-fibular anterior, posterior e

Calcaneofibular