1ª edição vida-up

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A Revista VIDA-UP tem por missão combater estereótipos, criar uma imagem positiva à volta das questões da mobilidade reduzida e contribuir para uma sociedade mais inclusiva.Tem como objectivo motivar e envolver a sociedade para as questões do dia-a-dia das pessoas com mobilidade reduzida, sendo assim um elo de ligação entre profissionais, académicos e qualquer player que de algum modo interaja nesta profissional e científica.

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  • POR UMA VIDA INCLUSIVAEDIO N. 1 | JUN-JUL 2014

    AFd_VC_Caddy_197x258.ai 1 14/04/21 17:02

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    FACTORES DE MOBILIDADE ESTADO DA NAO SOCIEDADE SUSTENTVEL INCLUSO DIGITAL DESISTIR, NUNCA! POLTICAS SOCIAIS

    EXPERINCIAS DE VIDA POSSVEIS TURISMO PARA TODOS

    ACESSIBILIDADE GLOBAL

  • T (+351) 239 096 900 [email protected] facebook.com/IdealMedUnidadeHospitalarDeCoimbra WWW.IDEALMED.PT

    IDEALMED COIMBRA CANTANHEDE FIGUEIRA DA FOZ POMBAL SANGALHOS

    > AAC/OAF

    > ACP

    > ADSE

    > ADVANCECARE

    > ALLIANZ

    > ASSOCIAO DE BASQUETEBOL DE

    COIMBRA

    > ASSP

    > CARES

    > CRITAS DIOCESANA

    > CEFA

    > COLGIO RAINHA SANTA ISABEL

    > FUTURE HEALTHCARE (SAUDE PRIME E

    VITORIA SEGUROS)

    > IASFA

    > IDEALCARE

    > ISCAC

    > ISP

    > MEDICARE

    > MDIS

    > MONTEPIO GERAL - ASSOCIAO

    MUTUALISTA

    > MULTICARE

    > ORDEM DOS ADVOGADOS

    > PREVIDNCIA PORTUGUESA

    > RNA/SERVIMED

    > SAD/PSP

    > SAMS CENTRO

    > SAMS QUADROS

    > SAMS SIB

    > SEPLEU

    > SSCGD

    > SSGNR

    > SSPSP

    > STFPSC

    > SINDICATO DOS FUNCIONRIO JUDICIAIS

    > SINTAP

    > STAAE ZONA CENTRO/FNE

    > TK - GLAMHEALTH

    ACORDOS

    ATENDIMENTO MDICO PERMANENTE 24 HORAS BLOCOS OPERATRIOS CONSULTAS INTERNAMENTO MATERNIDADE

    C

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    Painel 60x180_AF.pdf 1 11/11/10 4:27 PM

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    7EDITORIAL6 NDICE

    JOS MANUEL FIGUEIREDODirector

    A Revista VIDA-UP surge no mercado para divulgar, motivar e envolver a sociedade para as questes mais fundamentais ligadas mobilidade reduzida.

    Partindo de uma noo abrangente do conceito de mobilidade reduzida, em que inclumos todos aqueles que, independentemente da idade, vem a sua actividade limitada, temos como Misso combater esteretipos e criar uma imagem positiva volta desta problemtica, contribuindo para a construo de uma sociedade mais inclusiva.

    Entre as pessoas com necessidades especiais, so as pessoas com mobilidade reduzida seja esta de natureza permanente ou temporria, originada por condio de sade ou deficincia visual, auditiva ou cognitiva as que mais podero sentir o poder da incluso ou excluso no seu meio e quotidiano.

    Intensificar esforos para a eliminao da discriminao, promover a acessibilidade e melhorar a qualidade de vida, a autonomia e a independncia so os objectivos da VIDA-UP, que aqui se assume como elo de ligao entre os que tm necessidades especiais e as suas famlias, os profissionais, acadmicos e quaisquer outros players que, de alguma forma, possam acrescentar valor actividade das pessoas com mobilidade reduzida, enquanto activos indispensveis para a construo de uma sociedade mais sustentvel.

    De periodicidade bimestral, apostando numa comunicao viva, imaginativa e actual, a VIDA-UP afirma-se positivamente: deixa para trs esteretipos e informa, promovendo o bem-estar e a concretizao de sonhos e anseios de simplificao diria a todas as pessoas com mobilidade condicionada e suas famlias, privilegiando as notcias mais relevantes e inovadoras da rea, a que se juntam a crnica, a opinio e o comentrio cientfico.

    Sendo este o primeiro nmero, procurmos ser generalistas, de forma a abranger vrias reas sociais e cientficas em contexto de mobilidade reduzida. Em prximas edies, seremos mais especficos, focando, em cada nmero, temas seleccionados, cuja anlise ser exaustivamente tratada designadamente, Cidades, Turismo, Arquitectura de Interiores e Intimidade, sempre na perspectiva das melhores prticas para a mobilidade.

    No podemos terminar sem afirmar os nossos Valores: observamos rigorosamente os princpios ticos inerentes s boas prticas da imprensa, nomeadamente o pluralismo e a iseno poltica, econmica e religiosa.

    A nossa Viso ser a publicao de referncia para todos os que lidam com problemas de mobilidade reduzida.

    Publicamos textos dos nossos redactores e colaboradores convidados, mas estamos abertos a publicar colaboraes no solicitadas, reservando-nos, neste caso, o direito de as editar ou mesmo recusar, tendo em ateno este estatuto editorial.

    Obrigado por apoiar (um)a VIDA-UP.

    STATUTO EDITORIALMISSO, VISO, VALORES

    ndice

    Director-geralLus Figueiredo Trindade DirectorJos Manuel FigueiredoEditorRui SantosChefe de redaoAlice Lopes da CostaRevisora e redactoraLusa OrtigoJornalistaCarlos CaldeiraDesigner e paginadoraVictria Fernandes

    ColaboradoresAnabela C. PintoClarisse de Oliveira MendesFernando Enes GaioJoo Manhita PereiraMaria do Rosrio Ferin CunhaMarina Halln de BairrosPaula Teles

    PropriedadeBravespiral ComunicaoUnip, LdaR. Prof. Sousa da Cmara, 190, R/C D.to, 1070-219 [email protected]

    Impresso: Artes Grficas Fernandes & Terceiro, SA Periocidade: bimestralDepsito Legal: 376045/14Tiragem: 5000 exemplaresInscrio n. 126464 na ERC

    Interdita a reproduo, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustraes sob quaisquer meios ou quaisquer fins, inclusive comerciais, sem a explcita autorizao da entidade editora: Revista VIDA-UP.

    5 Editorial Estatuto editorial: Misso, Viso, Valores

    6 Radar Notcias da actualidade

    10 Enfoque Incapacidade, deficincias e factores de mobilidade

    13 Ortopedia CEO Referncia nacional em qualidade

    14 Caso Real Marta Rafael Desistir, Nunca!

    16 Unidade Hospitalar IDEALMED UHC

    18 Sade Sociedade e doena crnica

    20 Cincia Implante coclear promete recuperar audio total

    22 Fundao Fundao PT Incluso digital

    24 Healthcare Barra Talasso: centro de talassoterapia

    26 Ajudas Tcnicas Invacare: a inovao torna experincias de vida possveis

    28 Reabilitao CMRA Entrevista com Maria de Jesus Rodrigues

    30 Certificao Norma UNE 170001

    32 Responsabilidade Social Grace Como podem as empresas contribuir para a definio de polticas sociais

    34 Cidades e Vilas Acessibilidade para todos

    36 Associao Associao Salvador tempo de passar do papel ao terreno

    39 Decorao Espao acessvel

    40 Boas Prticas O que de bom tem sido feito

    42 Factos Legais Obras de adaptao, sem autorizao do senhorio?

    44 Terapia Abordagem interdisciplinar vs adequada (re)integrao na sociedade.

    46 Protsica Iceross da ssur

    48 Medicina Alternativa Osteopatia: cincia teraputica global

    50 Design Inclusivo Benefcios para todos

    52 Gadgets Dar apoio aos mais idosos

    54 Turismo Mundo acessvel

    56 Desporto Viver o desporto ao mais alto nvel

    58 Cultura Teatro Nacional D. Maria II

    62 Internacional Wings for Life Correr pela mais avanada tecnologia

    Distribuio gratuita

    www.vida-up.com

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    9RADAR8 RADAR

    A Associao Salvador volta a lanar mais uma edio da Aco Qualidade de Vida. Com o fecho das candidaturas, no passado dia 28 de Maro, esta iniciativa procura ajudar pessoas com deficincia motora e comprovada falta de recursos financeiros a desenvolverem projectos que contribuam para um estilo de vida mais activo.

    A Aco Qualidade de Vida um processo de candidatura anual que j conseguiu apoiar cerca de 133 pessoas, desde 2008, num valor total de 459 mil euros. Para ser possvel dar uma resposta mais justa variedade de pedidos recebida, foram definidas trs categorias, sendo que o candidato apenas se pode candidatar a

    uma delas: Integrao profissional/formao; Prtica desportiva; e Criao do prprio negcio.

    Este ano, ser dada prioridade a candidatos com deficincia motora adquirida sem comprometimento cognitivo. Uma vez que os recursos financeiros da Associao Salvador no so suficientes para dar resposta a todos os pedidos de apoio, todos os anos ficam candidaturas por apoiar, que so depois apoiadas sequencialmente no Preencha Esta Vida, atravs de uma plataforma online de angariao de fundos.

    A edio de 2014 da Aco Qualidade de Vida conta com o apoio do Banco Esprito Santo, da Semapa e da Fundao Calouste Gulbenkian.

    Com a iniciativa Aco Qualidade de Vida 2014, queremos encontrar e apoiar casos que sejam um exemplo para outras pessoas na mesma situao, pessoas que sejam inspiradoras, empreendedoras e activas, assinala Salvador Mendes de Almeida, fundador da Associao Salvador.

    NOVO SMBOLO adoptado em Nova Iorque reflecte uma nova atitude

    O conhecido smbolo internacional de acessibilidade, criado em 1969 (s mais tarde foi adicionada a cabea), alvo de um restyling. A iniciativa partiu de um grupo de designers americanos denominado Accessible Icon Project. Diferentemente do

    desenho esttico e mecnico em que a cadeira de rodas prevalecia , o novo smbolo valoriza a pessoa (inclinada para a frente), activamente a mover a cadeira de rodas com independncia, reforando a ideia de movimento e autonomia para se posicionar no mundo.

    O novo cone comeou a ser usado como uma espcie de arte de guerrilha (selos adesivos colocados nas placas oficiais de sinalizao), em Boston e no resto do pas, at que chegou ao secretrio municipal de Pessoas com Deficincia em Nova Iorque, que se junta causa e decide substituir a antiga sinaltica por esta nova. O novo smbolo prope uma renovada atitude perante a deficincia, tendo despertado j o interesse de vrios pases.

    A Sonae Sierra e a Associao Alzheimer Portugal, com o apoio de diversos parceiros institucionais (Fundao Calouste Gulbenkian, Fundao Montepio e Instituto de Cincias da Sade da Universidade Catlica Portuguesa), celebram o primeiro ano de actividade do Caf Memria, iniciativa lanada em Abril de 2013 e destinada a pessoas com problemas de memria ou demncia, bem como aos familiares e cuidadores. O objectivo reside na partilha de experincias e no suporte mtuo, com o acompanhamento de

    profissionais de sade e de aco social. Desde o seu lanamento, o Caf Memria j realizou 24 sesses, nos primeiros e terceiros sbados de cada ms, nos restaurantes Portuglia do Centro Colombo e do CascaiShopping, respectivamente. Mais recentemente, atravs da parceria com a Santa

    Casa da Misericrdia de Lisboa, foram criados dois novos Caf Memria, com sesses nos segundos e quartos sbados do ms, na Cafetaria do Museu de So Roque e no Espao Santa Casa, em Lisboa.

    As sesses do Caf Memria tm sido procuradas enquanto locais de partilha de experincias e de apoio, por pessoas que acabam por sentir, no seu dia-a-dia, os efeitos do isolamento e do preconceito social face a estas questes.

    Neste primeiro ano de actividade, o projecto

    mobilizou cerca de 400 participaes, maioritariamente de cuidadores e familiares de pessoas com demncia. Contou com a coordenao de uma equipa constituda por duas tcnicas e o apoio de 30 voluntrios, que dedicaram perto de 700 horas ao projecto.

    A criao do Caf Memria insere-se num projecto mais vasto, o Cuidar Melhor, para apoio aos cuidadores de pessoas com demncia, lanado igualmente pela Associao Alzheimer Portugal e pelos referidos parceiros institucionais.

    CAF MEMRIA CELEBRA 1. ANO DE ACTIVIDADEIniciativa da Sonae Sierra e da Associao Alzheimer Portugal

    ASSOCIAO SALVADOR LANOU ACO QUALIDADE DE VIDA 2014Shubham Banerjee, uma criana de 12 anos da Califrnia, transformou um modelo da Lego (o Minstrom EV3, de 250) numa impressora de braille (cujos modelos convencionais rondam, no mercado, os 1500).

    Shubham, que tinha o dever de preparar uma experincia para a aula de Cincias, aproveitou para provar que possvel ter uma impressora de braille a baixo custo. inveno, Shubham deu o nome de Braigo (abreviatura de braille com Lego).

    A partir de peas do brinquedo Lego e em menos de dez segundos, a impressora imprime qualquer letra do alfabeto em braille. O utilizador insere as letras e a agulha da Braigo e imprime. Isto

    to simples, at a minha irm consegue faz-lo, diz Shubham no vdeo de demonstrao. Em vez de comercializar a sua inveno, publicou na Internet as instrues e o software, para que qualquer pessoa possa fazer o mesmo.

    Na pgina do Facebook da Braigo (BraigoPrinter) so publicados dados

    de relatrios da Organizao Mundial de Sade, que estimam haver 285 milhes de deficientes visuais em todo o mundo, 90% dos quais em pases em desenvolvimento.

    A inveno de baixo custo pode ser uma soluo acessvel para pessoas cegas e desfavorecidas em todo o mundo, afirma Shubham Banerjee. O grande objectivo para a prxima gerao da Braigo dispor da capacidade de fazer o scan de uma pgina com texto e convert-la numa pgina de braille.

    O Grupo Lego j manifestou o seu louvor pelo projecto, twittando: Estamos muito orgulhosos deste impressionante trabalho por uma to grande causa!

    INVENO: IMPRESSORA COM PEAS DA LEGO IMPRIME EM BRAILLE

    Volta a oferecer uma semana de repouso aos pais com filhos com deficinciaO Santurio de Ftima oferece-se para cuidar dos filhos com limitaes profundas, enquanto os pais usufruem de uma semana de repouso, podendo optar por acompanhar os filhos ou deix-los ao cuidado de uma equipa especializada, indo-os buscar no final do perodo de frias.

    Em prioridade, esto os pais que se encontrem em situaes mais graves e que nunca tenham participado nestes encontros. As inscries devero ser remetidas ao Santurio de Ftima (Secretariado Nacional do Movimento da Mensagem de Ftima, Apartado 31, 2496-908, Ftima) ou por e-mail ([email protected]). Os turnos so os seguintes: 30 de Julho-05 de Agosto; 08-14 de Agosto; 18-24 de Agosto; 28 de Agosto-03 de Setembro. As inscries devem ser efectuadas at 15 de Junho.

  • 10 RADAR

    O documento tripartido foi assinado pelos presidentes do Instituto Portugus do Desporto e Juventude, do Instituto Nacional para a Reabilitao e do Comit Paralmpico de Portugal (CPP). Os secretrios de Estado do Desporto e da Juventude, Emdio Guerreiro, e da Solidariedade e Segurana Social, Agostinho Branquinho, procederam homologao do documento.

    A contratualizao agora formalizada visa garantir o financiamento dos praticantes integrados no programa de

    preparao Rio 2016, bem como as respectivas bolsas. O contrato vai ainda permitir desenvolver duas novas dimenses, at hoje nunca apoiadas, designadamente, Esperanas Paralmpicas e Apoio Complementar, as quais so legtimas aspiraes do CPP e que, finalmente, sero dinamizadas.

    O secretrio de Estado do Desporto e Juventude realou o facto de o movimento paralmpico ser a excepo aos cortes no sector do desporto, acrescentando ainda que h vontade poltica de reduzir as diferenas que existem para com os atletas paralmpicos, em comparao com o projecto olmpico.

    Os inovadores instrumentos cirrgicos para o tratamento da sndrome do tnel do carpo (STC), concebidos pelo cirurgio-ortopedista portugus Dinis Carmo, apresentados no 34. Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mo (Maro, em Macei), despertam o interesse de diversas entidades no Brasil (Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto e universidades federais de So Paulo e de Braslia), que pretendem adquirir o material e utilizar o mtodo do cirurgio-ortopedista.

    A STC uma patologia da mo que afecta cerca de seis milhes de pessoas no mundo, sobretudo mulheres a partir dos 35 anos. Carateriza-se por fortes dores, formigueiros e

    adormecimentos nocturnos no punho, mos e dedos, decorrentes sobretudo de actividades que implicam o uso repetitivo das mos, como o caso dos teclados ou ratos

    dos computadores, sendo apelidada como uma doena do sc. XXI.

    Segundo Dinis Carmo, na adaptabilidade destes instrumentos cirrgicos que reside o segredo para o grande interesse que os seus inventos suscitam no Brasil. A utilizao do conjunto de instrumentos cirrgicos que desenvolvi permite executar incises menores e, sobretudo, com muito mais segurana do corte a realizar para a libertao nervosa, evitando, assim, complicaes inesperadas, explica. O kit de material cirrgico concebido por Dinis Carmo est em fase de processo de patente junto da Organizao Mundial de Propriedade Intelectual.

    INSTRUMENTOS CIRRGICOS MADE IN PORTUGALDespertam grande interesse no Brasil

    JOGOS PARALMPICOS RIO 2016:assinatura do contrato-programa

    PORTUGAL TELECOM (PT)A primeira no mundo a autodeclarar a Norma ISO 26000

    A Portugal Telecom (PT) a primeira empresa nacional e a primeira do sector, ao nvel mundial, a autodeclarar que aplica as recomendaes do

    referencial NP ISO 26000:2011. Esta norma internacional de Responsabilidade Social Corporativa fornece orientaes sobre as polticas, os processos e os procedimentos a serem adoptados pelas empresas que pretendam assumir-se como Empresa Socialmente Responsvel.

    Empenhada na adopo das melhores prticas e em permanecer uma referncia em sustentabilidade, a PT rene hoje condies para afirmar que adicionou estas novas linhas de orientao sua actuao diria e aos respectivos processos de gesto, reforando o compromisso da empresa com os princpios da responsabilidade social e garantindo a total convergncia das recomendaes da Norma ISO 26000 com os seus Sistemas de Gesto Integrados (Qualidade, Ambiente e Segurana), no que respeita aos temas de Governao Organizacional, Prticas Laborais e Ambiente.

    PUB

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    12 ENFOQUE 13ENFOQUE

    Uma das mais importantes caractersticas do ser humano a mobilidade, em todas as suas dimenses sociais, econmicas, polticas, culturais e outras. , pois, natural que a deficincia e a incapacidade, na medida em que interferem com esta caracterstica, constituam um dos grandes

    problemas da sociedade actual. por isso que se torna prementemente necessria uma nova atitude da sociedade, que envolva na problemtica todos os actores polticos e

    sociais, pblicos e privados, bem como a prpria populao com deficincia e incapacidade. Esta mudana impe, em geral, exigncias de maior acessibilidade e, especialmente, que o sistema de ensino e o mercado de trabalho garantam maior abertura queles com mobilidade reduzida.

    Historicamente, deficincia e incapacidade tm sido objecto de preconceito e discriminao, atribuindo-se quase sempre estas condies a caractersticas pessoais. Nas ltimas dcadas, porm, o conceito de deficincia tem-se alterado, criando-se uma relao entre deficincia e incapacidade que as define melhor.

    Hoje, considera-se que a incapacidade no um atributo inerente pessoa, mas o resultado da interaco da pessoa com o meio ambiente, no contexto de relaes sociais, culturais e fsicas, em que a discriminao se torna evidente pela prpria envolvente. J a deficincia, fsica ou outra, uma caracterstica pessoal e individual, surgindo aqui a discriminao num contexto de responsabilidade social. E h ainda hoje quem entenda que pessoas com deficincia e incapacidade so doentes.

    Se considerarmos que a deficincia no traz imprescindivelmente incapacidade, abre-se, ento, um debate assente em diferentes tipos de discriminao: a discriminao entre pessoas com deficincia, atributo pessoal que se pode medir, e a discriminao por incapacidade, cuja medida o prprio desempenho social, definido e determinado pela sociedade.

    Em Portugal, a noo de deficincia est mais conotada com condies orgnicas, alteraes anatmicas e limitaes funcionais decorrentes. Este entendimento nem sempre corresponde realidade, pois a deficincia ser mais ou menos evidente conforme a sociedade estiver organizada ou souber responder s necessidades das pessoas com deficincia. Neste sentido, mais do que uma questo pessoal, a deficincia uma questo social.

    Segundo estatsticas de 2011, em Portugal, 53% da populao tem algum tipo de deficincia. Destes,

    apenas 11% apresentam um grau de deficincia superior a 80% e so apenas estes que tm

    incapacidade. Toda a restante populao no possui qualquer tipo de incapacidade.

    Do ponto de vista tico, humano e poltico, estes cidados tm todos os mesmos direitos individuais e sociais. Porque as situaes de deficincia e incapacidade so mltiplas e complexas, tambm a esfera de integrao individual, social e poltica destas pessoas se reveste de complexidade e diversidade. As ncoras fundamentais da integrao social para os cidados com deficincia no podem ser-lhes negadas, sob pena de discriminao educao, sade, emprego e uma vida digna so direitos que assistem a todos os cidados.

    A acessibilidade um conceito que engloba tudo o que tem a ver com os meios necessrios vida quotidiana, para que os deficientes, tanto quanto possvel, sejam autnomos: meios de transporte de fcil utilizao e acesso; meios de locomoo com toda a tecnologia existente para a locomoo ser fcil, segura e rpida; meios de comunicao modernos, utilizando tcnicas inclusivamente inovadoras; utenslios e aparelhos domsticos que os doentes possam utilizar sozinhos; e tantos outros sistemas de auxlio, matria que d para escrever livros e manuais. Todas estas medidas devem ser

    garantidas universalmente, mas variveis, em funo das situaes muito especiais de cada caso. Cabe ao Estado promover programas e incentivar privados a proporcionar aos deficientes uma vida quotidiana mais fcil e mais mvel.

    do conhecimento geral que as deficincias e as incapacidades esto associadas a um baixo nvel de escolarizao, o que, como resultado, leva a condicionamentos no acesso a oportunidades, na participao social e na prpria existncia. Se, em geral, os nveis de instruo da populao so baixos, nos deficientes estes nveis ainda se agravam mais. Assim, consideramos que os nveis de escolarizao so uma dimenso fundamental na vida social, constituindo um recurso essencial para a incluso social e cultural, com claro impacto no acesso ao mercado de trabalho.

    At h alguns anos, estes deficientes ficavam nas famlias, que se organizavam em associaes e lhes davam apoio. Felizmente, o Estado tem vindo a tratar este tema com maior ateno, existindo j organizaes controladas e apoiadas institucionalmente, que respondem s necessidades dos deficientes e incapacitados, a fim de lhes dar instruo e formao, para enfrentarem as dificuldades dirias de integrao social.

    Uma das mais importantes

    caractersticas do ser humano a

    mobilidade, em todas as suas dimenses sociais, econmicas, polticas, culturais...

    FERNANDO ENES GAIOMdico

    INCAPACIDADE, DEFICINCIAS E FACTORES

    DE MOBILIDADE

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    1514 ENFOQUE ORTOPEDIA

    A formao de educadores e professores especializados nestas reas uma realidade, mas ainda h muito a fazer no programa de formao e instruo. A dinmica social e a prpria evoluo humana empurram para uma formao que nunca terminar, pois constantemente surgem aspectos novos, que impem a continuao e o desenvolvimento da formao. A integrao no mercado de trabalho de pessoas com incapacidade e deficincia indispensvel para a obteno de autonomia e capacidade de deciso.

    Em Portugal, os incapacitados e deficientes apresentam uma taxa de desemprego de 3,6% (o indicador nacional geral de desemprego ronda os 16%), o que muitas vezes aproveitado pelos polticos. Porm, na verdade, estes trabalhadores so tradicionalmente pior remunerados do que a mdia, o que por vezes conduz a uma estagnao na motivao, causando resignao e acomodamento entre a populao referida.

    A integrao no mercado de trabalho da populao com deficincia deve ser um direito independente do tipo de deficincia e incapacidade, desde que esta integrao seja vivel. H, naturalmente, situaes em que as pessoas no tm perfil de empregabilidade nestes casos, tem de se procurar solues de ocupao pelo trabalho que valorizem as suas competncias, dentro das suas capacidades. O Estado tem de colaborar nesta integrao, bem como empregadores, associaes de famlias e os prprios. Esta integrao pode, ainda, constituir um factor de valorizao das empresas sob o aspecto social, fazendo desenvolver na prpria empresa valores sociais e humanos, que a sociedade reconhece e valoriza.

    Porm, se bem que parea ser fcil a execuo de programas desta natureza, eles exigem uma enorme

    preparao profissional. O Estado possui organizaes que apoiam fortemente estes programas, orientados

    para aplanar desigualdades e discriminaes.

    Um outro aspecto da problemtica da populao com incapacidade e deficincia o problema da solidariedade. Esta uma prtica que, embora

    em grau diferenciado, se verifica em todas as estruturas sociais e tem como finalidade apoiar grupos mais fragilizados. Nas sociedades contemporneas, ela detm um muito importante papel de funo agregadora, solucionando muitos problemas.

    H inmeras associaes que se ocupam das pessoas deficientes e h enormes melhorias neste sector. So, no entanto, as famlias as grandes obreiras na insero das pessoas com dificuldades, pelo que tm o direito de ser apoiadas com todos os meios

    disponveis, que lhes permitam pr em prtica o que humanamente desejam. Este trabalho, embora possa

    e deva ser controlado pelo Estado, tem como principal base de xito uma necessria mudana cultural.

    A problemtica da deficincia merece, em Portugal, uma posio central, no s pela evidente discriminao que sofrem as pessoas com deficincia, mas tambm pelo carcter particular do problema da famlia providncia, que, na sua autopreservao, sofre, portas adentro, diversos dramas, envolvendo o elemento que tem menos oportunidades de integrao.

    A Conveno das Naes Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia diz que, perante a Lei, elas tm igual reconhecimento. Em Portugal, este princpio ainda no est na Lei nem na mentalidade

    cultural, social e poltica, pois poucas destas pessoas se encontram efectivamente

    integradas nas vrias dimenses da vida social. S quando se accionarem todos os recursos da

    sociedade, quando o Estado e todos os agentes sociais participarem fortemente na promoo da igualdade de oportunidades, se poder melhorar a integrao desta populao.

    O Estado e as instituies sociais tm de ser mais responsabilizados, devendo alargar a sua aco e competncias, reforando os meios de interveno. Legislar no resolve, s por si, os muitos problemas que se colocam plena integrao da populao de deficientes e incapacitados.

    O Centro Europeu de Ortopedia (CEO) apresenta-se como uma das maiores referncias no fabrico de prteses e ortteses em Portugal. Esta equipa alia experincia, inovao e sentido de responsabilidade, adaptando-se s constantes necessidades dos seus clientes, que constituem o seu principal foco. Com este objectivo, o CEO aposta numa poltica de Qualidade, visando sempre satisfazer e superar as necessidades dos clientes. O CEO hoje, ao nvel nacional, a nica empresa certificada no seu ramo com o ISO 9001:2008.

    O CEO tem-se distinguido ainda na sua vertente humana e relacional, na

    forma como recebe os seus clientes, considerando-os sempre como parte da famlia, como amigos, pessoas reais com necessidades especiais e diferentes entre si.

    A produo desenvolvida nas oficinas da empresa, sob a direco tcnica de Gustavo de

    Melo Menezes e Vasconcelos, um dos tcnicos mais experientes e credenciados do sector. Conta com uma experincia de mais de 40 anos, entre formaes, actividade e relao com as principais marcas mundiais, contribuindo desde muito cedo para o desenvolvimento da indstria ortopdica em Portugal. A direco tcnica do CEO est, assim, intimamente ligada ao prestgio e ao sucesso alcanados.

    O CEO orgulha-se ainda de fazer parte de um protocolo com as universidades do Algarve e de Lisboa, integrando um programa de estgios curriculares com rotao a cada seis meses.

    CEOCENTRO EUROPEU DE ORTOPEDIA

    Referncia nacional em qualidade, relacionamento e tecnologia

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    17CASO REAL16 CASO REAL

    O acidente de 1996 no a impediu de concretizar as suas ambies profissionais, nomeadamente, ser professora de Educao Fsica. Quais os maiores desafios que enfrentou para conseguir exercer esta profisso?O maior desafio de todos foi, sem dvida, o preconceito, aquela questo que muitos colocavam e ainda colocam: Como que algum em cadeira de rodas pode dar aulas de Educao Fsica? Por parte dos alunos, nunca senti qualquer tipo de rejeio ou de questionamento das minhas capacidades para orient-los muito pelo contrrio, so sempre muito colaborantes.

    Quais foram as etapas biogrficas mais importantes e que impacto tiveram na sua vida actual?A educao e o exemplo dados pela minha famlia foram-me moldando e formando pilares, ensinando-me a nunca desistir. Vir de uma famlia ligada ao desporto de alta competio e ter praticado desporto desde a infncia deu-me um esprito combativo, incutiu-me disciplina, a vontade de dar sempre o meu melhor e superar-me.

    Sem dvida que o acidente foi a etapa que mais impacto teve, porque mudou por completo toda a minha vida. De um momento para o outro, todos os objectivos e sonhos desapareceram, ainda que, com o tempo, tenham vindo a ser ajustados realidade.

    Antes do acidente, o que mais gostava de fazer?Antes do acidente era extremamente independente e andava sempre a 200 hora, bastante ocupada, com tudo planeado ao minuto.

    O que mais gostava de fazer era surf, mas tudo o que envolvesse desporto e emoes fortes era do meu agrado. Tenho principalmente saudades da minha independncia e privacidade.

    Tento fazer as coisas de que mais gostava antigamente, adaptadas minha situao. Entretanto, descobri outras que me do o mesmo prazer e acabaram por substituir as antigas, como a queda livre. Tenho de agradecer pelo apoio que me do, sobretudo a minha me, que est disponvel para mim a qualquer momento.

    Quando acordou no hospital, aps o seu acidente na praia da Barra, em Aveiro, e se

    DESISTIR, NUNCA!A ex-atleta de competio Marta Rafael sofreu, num campeonato de surf em 1996, um traumatismo cervical que a deixou tetraplgica. Partilha aqui a sua experincia de vida, revelando que o mais importante para ultrapassar desafios e preconceitos ter um esprito combativo e nunca desistir.

    apercebeu de que havia sofrido um traumatismo cervical, quais foram os seus primeiros pensamentos?Logo aps o impacto, fiquei sem qualquer movimento do pescoo para baixo, mas estive sempre consciente. Quando me socorreram, disse logo que no me conseguia mexer nem sentia o corpo do pescoo para baixo. Enquanto esperava pela ambulncia, desconfiava de que tinha feito um traumatismo vertebro-medular, porque tinha terminado o 1. ano do curso de Educao Fsica, na FCDEF, actual FADEUP, e uma das cadeiras concludas era Anatomia.

    Mesmo depois de os mdicos fazerem um diagnstico, achava que, com algum tempo e fisioterapia, tudo voltaria ao normal, porque se pensa que isto s acontece aos outros. Nos primeiros meses, fui registando sempre melhorias e recuperei a sensibilidade em todo o corpo, o que me deu ainda mais esperana, mas, aps seis meses, comecei a cair na real e fui-me muito abaixo, ficando deprimida, sem vontade para nada.

    Com a ida para Cuba, e com o facto de me afastar de Portugal, onde estava farta de que falassem de mim, fui, aos poucos, recuperando o nimo e a fora de vontade, porque ia vendo a

    minha evoluo fsica, o que ajudava psicologicamente. Quando regressei, vi a vida de uma forma completamente diferente, achei que tudo era possvel.

    De que forma o tratamento em Cuba se distinguiu do que fazia aqui?A minha ida para Cuba foi decidida com a famlia. Um tio meu era professor na FCDEF e, num congresso no Brasil, teve conhecimento da clnica CIREN e do trabalho l realizado. Envimos toda a documentao para l e, depois da resposta, fui fazer uma semana de exames. No final, deram-me o prognstico. Acabei por ficar um ano. Fazia fisioterapia sete horas e meia por dia, durante a semana, e trs horas ao sbado, com um fisioterapeuta s para mim. A cada 30 dias era reavaliada. Ao fim de um ano, disseram que era melhor voltar, porque estava com um esgotamento muscular e dificilmente recuperaria mais.

    Em Cuba, cada caso era um caso. Por vezes, em Portugal, tem-se a tendncia de rotular as pessoas mediante a leso, e os exerccios realizados so estandardizados, sem ir ao encontro das capacidades de cada um.

    Neste processo, quais os factores que mais a tm ajudado?Neste momento, o meu processo j no de recuperao, mas sim de manuteno e reforo. Tento manter-me optimista, fao um esforo para ver sempre o lado positivo e aceitar-me como sou.

    Claro que o acompanhamento mdico e a fisioterapia tambm ajudam. E muito importante saber aceitar a ajuda que nos do.

    H alguma mensagem que queira deixar aos mdicos ou entidades oficiais do nosso pas?Neste momento de crise, a tendncia olhar mais aos nmeros e menos s pessoas. Tenho conhecimento de quem deixou a fisioterapia porque deixou de ter direito ao transporte e no tem dinheiro para o pagar. A sade devia ser uma das reas prioritrias, porque, se se prevenir, economiza-se mais do que quando necessria uma interveno em fase aguda. Mas os ministros e assessores no tm contacto com a realidade, apenas com nmeros.

    Gostava de que quem est no Governo e na Assembleia passasse um ms na pele de quem necessita de algum tipo de tratamento e, por causa dos nmeros, o visse cortado talvez a houvesse alguma mudana.

    Tendo em conta a motivao e a experincia que tem tido para ultrapassar desafios, que mensagem gostaria de partilhar com os nossos leitores?

    O mais importante no desistir e lutar sempre em todos os aspectos da vida. Tentar ser optimista e ver sempre o lado positivo. Se nos acomodamos, habituamo-nos ao que temos e podemos deixar de ter motivos para tentar alcanar algo mais.

    Vir de uma famlia ligada ao desporto de alta competio e ter praticado desporto

    desde a infncia deu-me um esprito combativo, incutiu-me disciplina,

    a vontade de dar sempre o meu melhor

    e superar-me.

    Sagrou-se campe nacional de Esperanas em 1995. Em pleno auge

    desportivo, faltava um minuto para

    o final do heat das meias-finais, na etapa aveirense do Nacional de Surf

    Esperanas de 1996, quando, ao sair

    da prancha, Marta Rafael bateu com violncia num banco de areia, ficando

    tetraplgica. A sua experincia em Cuba deu-lhe maior alento e viso e, ao chegar a Portugal, terminou o seu

    curso de Educao Fsica, no Porto, onde

    reside. Hoje, aos 36 anos, o gosto pelas

    emoes mantm-se.

    ENTREVISTA | MARTA RAFAELPor Lusa Ortigo

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    19UNIDADE HOSPITALAR

    Permanente (24 horas por dia/7 dias por semana).

    Segundo Jos Alexandre Cunha, apostamos em recursos humanos altamente qualificados, pois pretendemos ser reconhecidos no apenas pelos elevados padres tcnicos e profissionais, mas, sobretudo, pelo retorno da populao que nos visita, pelo reconhecimento dos doentes que aqui procuram resposta aos seus problemas e tambm pela confiana de quem referencia os seus doentes.

    Num modelo inovador e dinmico, a IDEALMED agrega valncias clnicas e profissionais de referncia da regio, que, pela sua experincia e know-how reconhecido e comprovado, se associaram a um projecto de sade altamente diferenciado, com o objectivo de criar um cluster de excelncia no sector da Sade.

    A estrutura hospitalar aposta na diferenciao e elevao da qualidade dos servios prestados, mas garante um acesso fcil e transversal a toda a populao, atravs dos acordos existentes, no apenas globalmente, enquanto unidade hospitalar, como tambm nas diversas estruturas autnomas que integram a IDEALMED.

    Em mltiplas reas, esses acordos incluem, nomeadamente, a ADSE, as entidades seguradoras, os subsistemas de sade e o Servio Nacional de Sade. Por outro lado, a IDEALMED desenvolveu o seu prprio sistema de acesso da populao estrutura, a baixo custo e de grande comodidade, atravs dos planos de sade IDEALCARE.

    INVESTIMENTO DE 50 MILHES DE EUROS A IDEALMED tem-se afirmado como um projecto de excelncia em Coimbra e em toda a regio Centro. Por ms, a Unidade Hospitalar de Coimbra realiza cerca de 18 mil consultas de especialidades e mais de 500 cirurgias, um nmero que ir aumentar a partir de agora, com a integrao da IDEALMED no Sistema Integrado de Gesto de Inscritos para Cirurgia (SIGIC). A IDEALMED

    apresenta-se como uma resposta integrada e abrangente no sector da Sade, sendo j considerada um caso de sucesso. Este projecto representa um investimento de cerca de 50 milhes de euros, tendo sido construdo sem qualquer apoio pblico, afirma Jos Alexandre Cunha.

    UNIDADE CINCO ESTRELAS A IDEALMED-Unidade Hospitalar de Coimbra viu ainda os seus servios serem reconhecidos pela Entidade Reguladora da Sade (ERS), ao serem-lhe atribudas Estrelas em todas as dimenses avaliadas: Excelncia Clnica Segurana do Doente Adequao e Conforto das Instalaes Focalizao no Utente Satisfao do Utente

    O reconhecimento alcanado logo no primeiro ano de actividade motivou a IDEALMED a procurar melhorar os vectores essenciais da sua actividade, continuando a elevar a diferenciao qualitativa das suas instalaes, equipamentos e recursos humanos, por forma a garantir a confiana de todos os que escolhem os seus servios. Assumimos os valores que, desde o primeiro dia, nos nortearam. A Humildade e o Humanismo, bem como a Dedicao e a Lealdade, so, e sero sempre, pilares da nossa postura e os verdadeiros garantes do nosso sucesso futuro, refere o administrador do Grupo IDEALMED.

    A IDEALMED-Unidade Hospitalar de Coimbra, o maior hospital privado da regio Centro, afirmou-se, em apenas dois anos (abriu ao pblico a 16 de Maio de 2012), como um plo de excelncia da Sade. Da variedade da oferta disponibilizada formao especializada, a elevada qualidade dos servios prestados tambm j reconhecida alm-fronteiras.

    Mais de 40 valncias clnicas funcionam de forma integrada nos 35 000 m2 ocupados pela IDEALMED-UHC. Ali se agregam todas as especialidades mdicas e cirrgicas, organizadas em grupos de elevada competncia.

    Jos Alexandre Cunha, CEO da IDEALMED, identifica as prioridades do Grupo: Qualidade nos cuidados prestados, na relao humana com quem nos procura, na organizao dos diferentes servios, na inovao e na diferenciao tecnolgica.

    Os nmeros so reveladores: a IDEALMED garante mais de 400 postos de trabalho, mais de meia centena de camas, cinco blocos

    operatrios e 124 gabinetes mdicos, dando expresso a um projecto de sade singular.

    OFERTA ESPECIALIZADANo que respeita oferta diferenciada de especialidades, a IDEALMED-UHC tem ao dispor dos utentes um Centro de Diabetes, uma Clnica do Sono, um Centro de Dermoesttica, um Centro de Oncologia Mdica, um Centro de Medicina de Reproduo e a nica maternidade privada da zona Centro,

    a Maternidade IDEALMED. Possui, ainda, uma Unidade de Oftalmologia, com equipamentos nicos no pas, e uma Unidade de Imagiologia (Imacentro), que constitui uma referncia nacional e internacional, com meios complementares de diagnstico laboratoriais e de imagem de ltima gerao.

    A Unidade da Coluna e a Unidade do Joelho e Cirurgia Reconstrutiva atraem tambm utentes de todo o pas. Brevemente, a IDEALMED dispor de um Centro de Peritagens Mdico-Legais e Forenses, com caractersticas nicas em Portugal. A Unidade Hospitalar dispe ainda de um Atendimento Mdico

    A QUALIDADENA DIFERENCIAO

    PROJECTOS INTERNACIONAISDesde 2013 que a Unidade Hospitalar de Coimbra procurada por utentes dos pases de lngua oficial portuguesa (PALOP), Europa Ocidental e Central. Medicina de reproduo, cirurgia esttica e plstica e exames de imagem (imagiologia) so as reas mais requeridas.

    Para Jos Alexandre Cunha, todo este reconhecimento externo est intimamente ligado ao facto de Coimbra ser identificada como um plo de excelncia internacional na prestao de servios de sade. A competncia da medicina portuguesa e da organizao da IDEALMED trouxe-nos convites de distintos pases: africanos, asiticos e do Mdio Oriente.

    A aposta em equipamentos de grande sofisticao e em solues mais evoludas. At ao final de 2014, a IDEALMED, com servios em todas as reas de diagnstico e teraputica, continuar os projectos de parceria com entidades em Xangai e Macau, a que se juntar a IDEALMED-Unidade Hospitalar de Cabo Verde.

    A IDEALMED dispe ainda das seguintes unidades, localizadas na regio Centro: IDEALMED Clnica Solum (Coimbra) IDEALMED Clnica Pombal IDEALMED Ponte Galante (Fig. da Foz) IDEALMED Clnica Cantanhede IDEALMED Sangalhos (Anadia)

    IDEALMED-Unidade Hospitalar de Coimbra em nmeros:40 especialidades clnicas52 camas de internamento22 camas destinadas a acompanhantes2 camas peditricas11 beros destinados maternidade e cuidados neonatais5 blocos operatrios26 salas de espera124 gabinetes mdicos

    Jos Alexandre CunhaCEO da IDEALMED

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    2121SADE20 SADE

    A OMS reconhece ainda que os argumentos econmicos so cada vez mais crticos, pois apontam para um peso dos cuidados com as doenas crnicas, nos prximos 20 anos, de cerca de 50% do PIB global, conduzindo para nveis de pobreza milhes e milhes de pessoas.

    Por outro lado, a conhecida relao entre o envelhecimento das populaes, a morbilidade e a prevalncia da doena crnica, com os custos do cuidar, marca definitivamente um ponto de

    viragem, com o estabelecimento de uma Agenda com a mxima prioridade nesta dcada, envolvendo os sectores pblico e privado, bem como a sociedade em geral, na preveno e controlo da doena crnica.

    Mais do que fixar-se numa nica interveno, a gesto da doena crnica uma forma de coordenar os cuidados e de assegurar que os

    doentes tenham o apoio de que necessitam, em tempo oportuno.

    A evidncia sugere que, em oposio s intervenes isoladas e descoordenadas, os cuidados planeados, proactivos e coordenados a todos os nveis podem conduzir a uma melhor qualidade de vida, reduo de cuidados suprfluos e a melhores resultados de sade para as pessoas com doena crnica.

    S uma abordagem abrangente e trans-sectorial pode reunir todos os factores crticos de sucesso, sendo essenciais os seguintes componentes: utilizao de sistemas de informao para acesso a dados-chave dos indivduos e populaes com a doena (identificao, diagnstico, localizao e distribuio geogrfica); estratificao da doena por categorias de risco; utilizao de equipas multidisciplinares (especialistas em medicina e em cuidados de sade primrios, alm de outros profissionais); proviso de cuidados em contexto menos intensivo e de maior proximidade (cuidados intermdios e apoio domicilirio); e envolvimento dos doentes nos seus prprios cuidados.

    Uma eficiente gesto da doena permite reduzir os custos de uma utilizao intensiva dos servios de sade e est no topo das prioridades do modelo preconizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, pois consistente a evidncia de que tais sobrecustos no se traduzem num acrscimo de qualidade assistencial.

    Deste complexo dispositivo de intervenes, pode sobressair a ideia de uma iniciativa complexa de custos elevados.

    No entanto, as estratgias de proximidade de cuidados, recorrendo a sistemas informatizados de telemedicina, tm, inclusive em Portugal, a demonstrao de uma reduo de custos significativa e substancial para o SNS. Esperemos todos contribuir para este grande desafio!

    * Afiliao: Clnica Universitria de MFR, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

    No incio de uma nova publicao de cariz cientfico, no essencial dirigida aos muitos portugueses portadores de

    limitaes funcionais com impacto na sua qualidade de vida, uma honra e com muito prazer que dirijo aos leitores a promessa de uma correspondncia assdua, dando conta dos principais problemas e das potenciais solues que, no nosso pas, tm sido desenvolvidas, ampliadas e dirigidas compensao da mobilidade condicionada, procurando, por todos os meios, a autonomia e a integrao social, familiar e profissional.

    Neste percurso, o foco ser a doena crnica, que representa uma clara ameaa tanto para

    as polticas de sade como para o crescimento econmico, sendo responsvel por 63% das causas de mortalidade nos pases desenvolvidos e por 80% nos pases de menor desenvolvimento econmico. Cerca de metade destas mortes ocorre em anos de vida produtiva, com os consequentes efeitos indesejveis na produtividade global.

    Uma eficiente gesto da doena permite reduzir

    os custos de uma utilizao intensiva

    dos servios de sade...

    SOCIEDADEE DOENA CRNICA

    A gesto da doena crnica uma

    forma de coordenar os cuidados e de assegurar que os doentes tenham o apoio de que necessitam, em

    tempo oportuno.

    ANABELA C. PINTO Mdica, PhD*

    Edio N. 1 VIDA-UP

  • 22 CINCIA

    At hoje, o implante coclear tem sido o recurso mais avanado para o tratamento da surdez profunda bilateral em crianas e adultos utilizado por mais de 300 mil pessoas no mundo. Contudo, a captao de sons mais subtis ainda uma lacuna a ser preenchida por estes implantes.

    Os dispositivos so implantados em pacientes com perda total ou da maioria das clulas ciliadas do ouvido, as que detectam as ondas sonoras atravs de vibraes mecnicas e as convertem em sinais elctricos, captados pelos neurnios do nervo auditivo e enviadas para o crebro. Os sons recuperados por meio destes aparelhos cocleares tradicionais so electrnicos.

    Apesar de a corrente de implante coclear ser um dispositivo binico sofisticado, utiliza apenas 22 elctrodos de platina para estimular o nervo auditivo e, por conseguinte, conseguir transferir informao de som para o crebro. Estes dispositivos fazem uma enorme diferena s pessoas que os possuem, mas restauram apenas uma fraco da audio normal.

    A terapia gentica tem-se mostrado promissora no combate perda de clulas na cclea, contudo, uma das dificuldades em utilizar a tcnica a de conseguir estimular os nervos auditivos na cclea, a parte auditiva do ouvido interno.

    Recentemente, um grupo de investigadores da Universidade de New South Wales, em Sydney (Austrlia), revelou uma nova forma de restaurar a audio perdida: um implante coclear que ajuda a regenerar o nervo auditivo por meio da terapia gentica. Para testar a tcnica, os cientistas criaram um aparelho coclear que contm uma pequena sonda com uma soluo de DNA composta pelo factor neurotrfico (BDNF) protena usada para a regenerao de clulas humanas. Por meio

    de correntes elctricas emitidas pelo aparelho, implantado em ratos modificados para ficarem surdos, foi possvel estimular os nervos auditivos dos animais.

    A unio da soluo e dos impulsos elctricos possibilitou a regenerao do sentido nestas cobaias. A transferncia do factor de crescimento do nervo estimula o crescimento de fibras nervosas a partir das clulas que residem na cclea, aumentando muito a eficcia do ouvido binico, explica Mathias Klugmann, investigador do Departamento de Fisiologia da Universidade de New South Wales e um dos autores do trabalho, publicado na edio de Maio (2014) da revista americana Science Translational Medicine. Portanto, o grande avano desta terapia reside no sucesso do uso do prprio implante coclear como um dispositivo para estimular a terapia gentica de forma mais eficiente para a cclea.

    A percepo auditiva conquistada pelos aparelhos cocleares actuais no consegue recuperar o som de forma completa, mas esta terapia australiana, caso o desempenho se verifique tambm em humanos, poder alcanar esse efeito.

    A tcnica proposta pelos cientistas australianos tambm traz esperanas para o tratamento de um leque amplo de doenas, j que a soluo de BNDF, combinada com outras tecnologias, poder regenerar clulas de partes distintas do corpo humano. Essa tecnologia pode proporcionar tratamentos que melhoram outras aplicaes mdicas, como implantes de retina (viso binica) e a estimulao profunda do crebro, usada para tratar a doena de Parkinson, indica Klugmann. Um dos prximos passos da equipa australiana ser o de compreender detalhadamente o modo como se d a regenerao dos nervos auditivos, a fim de aperfeioar a sua tcnica de reconstituio.

    IMPLANTE COCLEAR COM SOLUO DE DNA PROMETE RECUPERAR AUDIO TOTALPor Alice Lopes da Costa

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    2524

    A Fundao PT acredita que, atravs da promoo das tecnologias, aliadas inovao, possvel melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades onde actua e contribuir para o desenvolvimento sustentvel.

    Esta uma fundao privada que concentra e concretiza o investimento e os compromissos de responsabilidade social da Portugal Telecom. Promove e desenvolve projectos e iniciativas de cariz tecnolgico, com forte impacto social nas reas da sade, educao, acessibilidade e incluso digital e voluntariado, trabalhando num ecossistema de parcerias para a construo de solues inovadoras e adaptadas s necessidades sociais especficas, junto de universidades, centros de investigao, organizaes no governamentais, instituies particulares de solidariedade social, fornecedores, empresas e outras entidades.

    Na rea das acessibilidade e incluso digital, a Fundao PT conta com uma vasta experincia, desenvolvida ao longo de mais de duas dcadas, oferecendo solues tecnolgicas para acesso a servios de

    telecomunicaes e de comunicao aumentativa para pessoas com incapacidades. Este portflio distintivo e nico reconhecido pelas comunidades ao nvel nacional e internacional.

    A estratgia de desenvolvimento da Fundao PT assenta na inovao, na seleco dos parceiros mais adequados e, sobretudo, no trabalho de proximidade com os utilizadores finais, o que permite oferecer solues especzficas e adaptadas s suas necessidades. Estas solues melhoram a qualidade de vida e o bem-estar dos seus utilizadores, possibilitando a sua incluso social, acadmica e profissional.

    Entre as solues disponveis na rea da acessibilidade, destacam-se:

    PT Magic Eye, uma soluo tecnolgica inovadora para acesso ao computador;

    Academia de Lngua Gestual Portuguesa, uma academia online bilingue em portugus e lngua gestual portuguesa (LGP) que, com base em pequenos vdeos, ensina o conceito e o respectivo gesto.

    FUNDAOFUNDAO

    PT MAGIC EYE

    Trata-se de uma soluo especial PT que permite controlar um computador a partir da deteco do movimento dos olhos. Destina-se a pessoas que esto impossibilitadas de utilizar o teclado ou o rato. Atravs de uma cmara de vdeo de alto desempenho, possvel analisar o movimento dos olhos e, assim, deslocar e controlar o rato em todas as suas funes. Alm do controlo do computador, esta soluo pode incluir interfaces que permitem o controlo ambiental, como a iluminao ou a temperatura. Este equipamento melhora a comunicao e a autonomia, reforando a qualidade de vida e o bem-estar dos seus

    utilizadores. O Magic Eye foi concebido atravs de uma parceria com o Instituto Politcnico da Guarda, tendo sido desenvolvido e testado junto de diversas entidades que trabalham na rea da deficincia.

    ACADEMIA DE LNGUA GESTUAL PORTUGUESA

    A Academia LGP uma academia online bilingue (em lngua gestual portuguesa

    e portugus), disponibilizada em Sapo Vdeos www.sapo.videos.pt/academialgp. A partir de pequenos vdeos online, esta academia bilingue ensina a definio de diversos conceitos disciplinares do currculo escolar e introduz o respectivo gesto. De fcil navegao e organizada por disciplina e ano de escolaridade, a Academia LGP conta j com mais de cem vdeos online gratuitos, nas reas da Matemtica, Fsico-Qumica e Histria e Geografia de Portugal. At ao final de 2014, ficaro disponveis cerca de 700 vdeos alusivos a estas disciplinas e, ainda, a Educao Visual e Tecnolgica. Est previsto o alargamento a todas as reas curriculares escolares. Os

    contedos esto dirigidos aos alunos e professores, surdos e ouvintes, do 2. e 3. ciclos do ensino bsico.

    Pela primeira vez, a comunidade surda tem sua disposio um repositrio alargado de contedos pedaggicos e educativos, desenvolvidos em directa ligao com os currculos escolares. Contribui-se, assim, para um verdadeiro acesso dos surdos ao currculo escolar nacional, atravs da sua primeira lngua e estabelecendo sempre a ponte com o portugus escrito e falado. A universalidade e o carcter bilingue desta academia permitem uma aproximao efectiva entre a comunidade surda e a no surda, favorecendo um melhor conhecimento da lngua gestual portuguesa.

    A Academia LGP possibilita tambm a difuso de novos gestos (neologismos), propostos para os conceitos escolares apresentados, e contribui para a manuteno da LGP como uma lngua viva, em desenvolvimento e com importncia crescente nas comunidades de expresso portuguesa. Este trabalho de desenvolvimento da lngua resulta de um esforo conjunto de diversas entidades, nomeadamente o Centro de Educao e Desenvolvimento Jacob Rodrigues Pereira, a Associao Portuguesa de Surdos e a Federao Portuguesa das Associaes de Surdos.

    O lanamento da Academia LGP resultou do trabalho conjunto e da parceria entre a Fundao PT e o Centro de Educao e Desenvolvimento Jacob Rodrigues Pereira. O compromisso com a acessibilidade, com a incluso digital e com a educao, bem como a experincia e o know-how junto da comunidade surda, foram factores crticos para o sucesso deste projecto, traduzido na criao de uma soluo adaptada e ajustada s necessidades.

    INCLUSO DIGITAL

    SOLUES ESPECIAIS PT

    Um mundo em que todos, independentemente das suas limitaes, possam

    aceder e beneficiar da sociedade de informao e conhecimento. Esta a

    viso da Fundao PT para a rea da acessibilidade e

    incluso digital.

  • 26 HEALTH CARE

    turismopara TODOS

    www.accessibleportugal.com

    Barra Talasso Centro de Talassoterapia da Nazar um equipamento com uma forte componente teraputica, baseada na utilizao da gua do mar como elemento de alto valor medicinal, aliada vertente de bem-estar e combate ao stress. Est em funcionamento desde Janeiro de 2013.

    Localizado na Marginal da Nazar, mesmo na praia, Barra Talasso um espao totalmente dedicado promoo da sade e do bem-estar fsico e mental. Os princpios activos da gua do mar e dos elementos de base marinha (algas, argilas, ar martimo e sol), conjugados com sofisticadas tcnicas de tratamento corporal, executadas por pessoal qualificado, sob vigilncia mdica, esto na base de uma vasta oferta de servios de talassoterapia, com fim preventivo e curativo.

    A gua do mar contm sais minerais e elementos qumicos essenciais para os seres vivos, e o seu uso num ambiente controlado permite retirar benefcios fsicos para inmeras patologias. As propriedades do meio marinho catalisam princpios activos de remineralizao, desintoxicao, hidratao, oxigenao e tonificao muscular, alm de proporcionarem uma sensao generalizada de bem-estar.

    As tcnicas de talassoterapia so particularmente indicadas para o tratamento das seguintes patologias:

    reumatismo e sistema osteoarticular, afeces das vias respiratrias superiores, doenas dermatolgicas, doenas neurolgicas, sistema circulatrio venoso e linftico, stress, ansiedade e distrbios do sono. A talassoterapia ainda muito eficaz no combate obesidade e na recuperao fsica ps-traumtica.

    RECUPERAR OS BANHOS QUENTES SALGADOSBarra Talasso um investimento de um grupo hoteleiro local, o Grupo Miramar, que pretende recuperar a tradio dos antigos banhos quentes, que, durante dcadas, atraram milhares de turistas praia da Nazar, em busca de alvio para o reumatismo atravs de tratamentos com gua do mar aquecida.

    O Centro de Talassoterapia da Nazar composto por uma zona colectiva de piscina e duches, com gua do mar aquecida a temperaturas entre

    os 32 C e os 36 C, uma zona para administrao individual de tcnicas de hidroterapia e por uma rea seca, composta por gabinetes dedicados a tratamentos corporais e faciais. O complexo disponibiliza ainda gabinete mdico, onde se efectuam as consultas de prescrio e acompanhamento das curas de talassoterapia.

    No que respeita arquitectura, o edifcio carateriza-se pela simplicidade das linhas direitas e inspira-se na cultura martima nazarena, destacando-se os elementos decorativos dos alados, que remetem para as linhas das proas dos barcos de pesca artesanal e para as ondas do mar. No interior, a principal preocupao prende-se com o aproveitamento da localizao privilegiada, em pleno areal da praia, de modo a que os clientes possam usufruir da deslumbrante vista sobre o mar, desde a zona de acolhimento, na recepo, at aos gabinetes individuais de hidroterapia, sem esquecer a grande piscina dinmica de gua ocenica.

    CENTRO DE TALASSOTERAPIA DA NAZARA SADE QUE VEM DO MAR

    Usada desde tempos imemoriais para combater diversos males, a talassoterapia um mtodo natural de preveno e de tratamento das chamadas doenas da

    civilizao: stress, ansiedade, fadiga extrema, dores crnicas e obesidade. ainda muito eficaz na diminuio dos sintomas associados ao reumatismo e s

    doenas osteoarticulares, entre outras.

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    2928 AJUDAS TCNICASAJUDAS TCNICAS

    Desenvolver produtos inovadores, que possam ir ao encontro das necessidades ainda no satisfeitas, um dos lemas centrais da Invacare. Neste mbito, a investigao e recolha de informaes junto dos utilizadores de produtos de apoio, dos profissionais de sade e dos revendedores crucial para a concepo de novos produtos.

    O ano de 2013 e o incio de 2014 trouxeram vrias novidades, entre as quais destacamos a tecnologia Invacare iPortal Liberty e a cadeira de rodas elctrica InvacareFox inovadoras e tecnologicamente revolucionrias.

    TECNOLOGIA INVACARE IPORTAL

    A tecnologia iPortal Liberty, considerada um acessrio para cadeiras de rodas elctricas, permite ao utilizador aceder e controlar dispositivos iOS, smartphones, tablets Android e computadores pessoais, atravs do interface de controlo da sua cadeira (joystick convencional, comando de cabea, comando mentoniano...).

    Num mundo cada vez mais dependente das novas tecnologias, onde o desejo de as pessoas estarem conectadas em rede

    premente e o acesso informao crucial para estar integrado, a tecnologia iPortal Liberty surge como a ltima inovao que est a mudar a vida de pessoas em todo o Globo. Esta tecnologia particularmente importante para utilizadores em cadeiras de rodas elctricas com limitada funo

    manual, que no conseguem operar dispositivos multi-touch. Com o iPortal Liberty, os utilizadores com inexistente ou limitada funo da mo e membro superior podero aceder, por exemplo, a um iPhone atravs do joystick da cadeira (sem recurso ao interface multi-touch do dispositivo iOS) para efetuarem chamadas telefnicas, navegar na Web ou no Facebook, ouvir msica, fazer vdeos e tirar fotografias, ler ebooks, escrever mensagens de texto e e-mails e usar aplicativos.

    O acesso App Storetorna-se tambm uma janela de oportunidades para lazer, educao e trabalho.

    Podemos, assim, constatar que o poder de integrao do iPortal Liberty imenso e se traduz no seguinte:

    Acesso a um dispositivo de comunicao universal (iPhone, iPad, smartphone, tablet) e no a um produto de apoio desenvolvido de forma adaptada para pessoas com deficincia;

    Maior nmero de oportunidades para estar conectado com familiares e amigos, fortalecendo os laos com os mesmos (acesso a redes como Facebook, Twitter);

    Possibilidade de aceder s lojas online, para efectuar compras de forma simples, rpida e eficaz, sem necessidade de sair de casa;

    Oportunidades ao nvel educacional e laboral. O acesso e controlo de novas tecnologias crucial para acompanhar e desenvolver as aprendizagens escolares e potenciar propostas de trabalho;

    Auxiliar pessoas com dificuldades de comunicao (incapacidade de expresso verbal), que necessitam de recorrer a Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicao (SAAC), sendo a Grid um exemplo prtico.

    Controlo ambiental, possvel atravs de aplicativos que podemos descarregar atravs da Web ou, em casos mais complexos, controlo atravs de sistemas de domtica. Conforme se pode comprovar, o potencial de funcionalidade e autonomia do utilizador amplamente incrementado atravs do iPortal Liberty.

    CADEIRA DE RODAS ELCTRICA INVACAREFOX

    Sob o mote Construindo flexibilidade atravs da inovao, apresentada a cadeira de rodas elctrica Invacare Fox.

    Flexibilidade na quantidade de ajustes posicionando confortavelmente o seu utilizador e na facilidade em desmontar e transportar a Fox na mala do automvel, assim como na forma como o eixo dianteiro pendular se adapta a terrenos irregulares, para manter as quatro rodas em contacto com o cho.

    Inovao pelo seu sistema de encarte completamente distinto de uma cruzeta convencional e que se caracteriza por ter mais pontos de ligao, incrementando a resistncia e durabilidade da cadeira. Inovao, ainda, pela facilidade com que a cadeira se transforma num trolley para ser facilmente transportada e arrumada. Inovao por toda a flexibilidade demonstrada!

    A Fox uma cadeira de rodas elctrica de entrada de gama, completamente revolucionria e desenhada para maximizar a independncia dos seus utilizadores!

    A INOVAOTORNA EXPERINCIAS DE VIDA POSSVEIS

    Dedicada ao consumidor e inovao, a Invacare apresenta, para 2014, duas revolucionrias novidades que iro mudar a sua vida a tecnologia Invacare iPortal

    Liberty e a cadeira de rodas elctrica InvacareFox.

    Invacare Corporation um grupo multinacional, com sede em Ohio,

    Estados Unidos da Amrica, lder mundial na produo e distribuio de produtos inovadores de cuidados mdicos promovendo a recuperao de estilos de vida activos , sendo a maior empresa do ramo ao nvel internacional. A Invacare emprega cerca de 5400 colaboradores e comercializa os seus produtos em 80 pases.

    A viso da Invacare desenhar, criar, produzir e fornecer o melhor valor em produtos mdicos, que promovam a recuperao e um estilo de vida activo para as pessoas que, em casa ou em qualquer outro local, necessitem de produtos de apoio.

    Em Portugal, a unidade industrial da Invacare est presente em Lea do Balio (Porto), onde se produzem camas articuladas, cadeiras de rodas e elevadores de transferncias para todo o mundo. Dispe ainda da Unidade Comercial incluindo servios de Marketing e Ps-Venda que assegura a distribuio e assistncia, no territrio portugus, de toda a gama Invacare.

    A equipa em Portugal oferece suporte comercial rede de revendedores e apoio tcnico aos profissionais de

    sade que necessitam de conhecer e aconselhar os produtos Invacare.

    O portflio de produtos abrangente, com uma ampla oferta de cadeiras de rodas manuais, elctricas, scooters de mobilidade, auxiliares de marcha, camas hospitalares, colches e almofadas para preveno de lceras de presso, produtos para banho e higiene pessoal. Recentemente, foi introduzida uma linha de concentradores de oxignio, com solues portteis e estacionrias.Com Integridade, Inovao, Liderana, Excelncia e Responsabilidade, os colaboradores da Invacare enfrentam o desafio dirio de tornar experincias de vida possveis para as pessoas com mobilidade reduzida.

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    3130 REABILITAOREABILITAO

    Que sinergias se estabelecem entre as vrias unidades de sade da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa (SCML)?As diversas unidades de sade da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa encontram-se alinhadas com a sua filosofia, ao servio das pessoas, cooperando entre si sempre que necessrio, por forma a prestar a melhor resposta a quem as procura.

    O Centro de Medicina e Reabilitao de Alcoito (CMRA) conquistou o estatuto de instituio de sade de projeco mundial na prestao de cuidados, acompanhamento, desenvolvimento e investigao

    na rea da medicina fsica e reabilitao. O que tem sido feito para se ter alcanado este estatuto?A par do desenvolvimento de instalaes, da modernizao de equipamentos e tecnologias, o CMRA tem assumido tambm o compromisso de promover, de forma continuada, o desenvolvimento cientfico, profissional e humano dos profissionais de reabilitao. Um compromisso que persegue desde a sua fundao, em 1966, na ptica da procura do melhor tratamento para todos os que o recorrem a este centro.

    Qual o apoio da SCML na formao de equipas de profissionais e de investigao nas reas da reabilitao, de forma a adequar os servios s necessidades da sociedade actual?A direco da Santa Casa tem prestado continuado apoio s equipas no terreno, no deixando de estar atenta e de investir, sempre que necessrio, na melhoria das condies dos vrios equipamentos e servios, tendo em vista a prestao de um melhor servio aos utentes.

    Considerando o aumento de casos de AVC, est o CMRA preparado ou tem capacidade de resposta para os receber?O Centro tem vindo a adaptar a sua resposta s necessidades emergentes. Relativamente ao crescente nmero

    de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), a direco da Santa Casa decidiu, a ttulo de exemplo, investir na recuperao do 4. piso deste Centro, encontrando-se actualmente em finalizao as respectivas obras. Este novo piso, com 33 camas, destinar-se-, exclusivamente, a instalar uma nova Unidade de Tratamento de AVC. Alm destas infra-estruturas, o Centro tem investido na formao especfica da equipa multidisciplinar.

    O CMRA est plenamente adaptado s limitaes fsicas dos utentes, oferecendo-lhes condies de autonomia?O CMRA teve, desde a sua origem, o objectivo de ser um centro de reabilitao para pessoas com mobilidade reduzida e portadoras de deficincia. Deste modo, toda a arquitectura, mobilirio, acessibilidades e ambiente envolvente esto totalmente acessveis, mantendo-se a sua arquitectura actual at aos dias de hoje.

    As famlias so o ponto-chave para o sucesso da recuperao, juntamente com os tcnicos do CMRA. Que apoios tem a SCML programados para as famlias mais carenciadas?Prestar apoio a famlias mais carenciadas desde sempre a misso da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa e do CMRA, em particular. As situaes so avaliadas caso a caso e acompanhadas pelo servio social, que estuda e prope apoios, sempre que necessrio. A ttulo de exemplo, sendo as ajudas tcnicas indispensveis autonomia dos utentes, as mesmas so oferecidas sempre que as famlias no renam as condies necessrias para as adquirir.

    Numa vertente de investigao, a SCML fomenta alguma relao entre o CMRA e as congneres internacionais? O que j foi desenvolvido?As relaes internacionais so bastante valorizadas no CMRA, sendo, por isso, desenvolvidas regularmente, atravs do contacto mantido entre os seus profissionais e entidades congneres, em todo o Mundo. A propsito, salienta-se que, em 2014, entre 23 e 25 de Outubro, se organizam as VI Jornadas sob o tema Intervir + Intervir = Reabilitar, que pretendem transmitir uma mensagem assertiva acerca da tnica inovadora que a SCML deseja imprimir actividade do CMRA, associando a investigao e a boa prtica clnica para a prestao de um servio da maior qualidade aos utentes.

    A directora clnica do Centro de Medicina de Reabilitao de Alcoito da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa, Maria de Jesus, Rodrigues, em entrevista VIDA-UP, diz que, a par do desenvolvimento de instalaes, da modernizao de equipamentos e tecnologias, o Centro tem assumido tambm o compromisso de promover, de forma continuada, o desenvolvimento cientfico, profissional e humano dos profissionais de reabilitao.

    CENTRO DE ALCOITOCOM NOVA UNIDADE DE

    TRATAMENTO DE AVCENTREVISTA | MARIA DE JESUS RODRIGUES, directora clnica do CMRAPor Carlos Caldeira

    Prestar apoio a famlias mais carenciadas desde sempre a

    misso da Santa Casa da Misericrdia de

    Lisboa...

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    3332 CERTIFICAOCERTIFICAO

    referem-se a um conjunto de requisitos para que as pessoas possam realizar (sem dificuldade ou esforo excessivo) as aces de passagem, percepo, localizao e comunicao garantindo, assim, a acessibilidade global nas organizaes (com acesso aos produtos e servios) e avaliando se o ambiente adequado para a finalidade a que se destina.

    ZONAS DE PASSAGEM

    Os requisitos referentes s zonas de passagem do ateno s reas de circulao, de manobras, a pavimentos e iluminao. No caso dos pavimentos, devem ser uniformes, lisos, no escorregadios e fceis de limpar, com a existncia de espao de manobras, sem obstculos (portas ou outras barreiras de separao) e sempre com uma iluminao adequada, sem mudanas bruscas de intensidade. As portas devem ter um mnimo de 80 cm de largura, com uma altura de dois metros. Para mudar de piso, dever haver escadas adequadas (inclinao uniforme e um mximo de 10 degraus), rampas ou at elevadores prprios.

    PERCEPO

    Os requisitos de percepo tm o objectivo de facilitar as aces na manipulao ou utilizao de mecanismos, objectos e produtos com que o utilizador tenha de interferir, como pegar num objecto, acender um interruptor, tirar uma senha para atendimento, uso de corrimo, transportes rodovirios, etc. Assim, todas estas aces tm de estar ao alcance de todos.

    LOCALIZAO

    Os requisitos para a localizao referem-se aco para encontrar o lugar certo em que est algo ou algum ou para facilitar a

    orientao e localizao de lugares e objectos que intervenham neste processo, nomeadamente a localizao de pessoal qualificado. Em termos gerais, consideram-se aqui a sinalizao visual, acstica e tctil, que poder ser de orientao ou informao (sadas de emergncia, por exemplo).

    COMUNICAO

    Na comunicao, os requisitos so a aco de intercmbio da informao necessria para o desenvolvimento de uma actividade. A comunicao poder ser no interactiva (painis, outros meios de comunicao grfica ou escrita, sinais luminosos, acsticos e tcteis), interactiva, que interpessoal (o apoio ao cliente, verbal ou sinais), ou unidireccional, como o caso dos teclados, avisos sonoros ou braille.

    O Sistema de Gesto da Acessibilidade Global faz com que se cumpram os requisitos DALCO anteriormente mencionados no espao estabelecido e definido segundo a Norma 170001, ou seja, aplicados no local onde a organizao presta os seus servios.

    O Sistema de Gesto desta norma inclui uma melhoria contnua da gesto, com enfoque em todos os processos e nos utilizadores, assim como o compromisso de cumprimento de todas as regras legais, regulamentos e normas existentes.

    Existem requisitos gerais e documentais. Os gerais so todos

    aqueles que definem as actividades e os utilizadores, nomeadamente definem objectivos para satisfazer os requisitos DALCO no tempo e nas aces, assegurando os recursos existentes, medindo o grau de satisfao dos utilizadores e implantando sempre melhorias. Os requisitos documentais referem-se a toda a poltica e objectivos de acessibilidade definidos e requeridos pela norma.

    A responsabilidade tem de ser geral, isto , tem de implicar um compromisso por parte da direco e a existncia de uma poltica de acessibilidade global definida, ou seja, uma forte deciso estratgica. A gesto dos recursos, tanto os humanos como a infra-estrutura, tem de ser assegurada. A planificao da acessibilidade global no seu todo tem de ser cumprida com base na legislao existente, e os produtos ou servios tm de estar em consonncia com os requisitos DALCO. Por fim, ter de haver uma auditoria e adaptaes de melhoria dos procedimentos gerais, medindo e analisando o desempenho e as necessidades, de forma a desfrutar em pleno dos servios e valias da norma.

    Em suma, trata-se de oferecer um conjunto de polticas, objectivos, planificao, recursos e anlises que permitam incorporar o conceito de acessibilidade global na gesto do dia-a-dia da organizao. Os benefcios que da advm so inmeros, como uma optimizao de recursos, reconhecimento social, diferenciao no mercado e notoriedade da organizao, que assume um compromisso social a integrao de todos os que tm mobilidade reduzida.

    A informao acerca da Norma 170001 foi facultada pela Bureau Veritas.

    A acessibilidade refere-se a distintas dimenses da actividade humana, como deslocar, comunicar, alcanar, entender

    e utilizar. Garantir a acessibilidade implica que estas actividades possam ser desenvolvidas por qualquer pessoa, sem encontrar qualquer tipo de barreiras.

    A Norma de Acessibilidade Universal, UNE 170001, aplica-se a qualquer tipo de organizao que vise a garantia da igualdade de oportunidades no acesso e utilizao do ambiente envolvente (nomeadamente, lugares, edifcios, estabelecimentos e instalaes), onde a sua actividade realizada. Neste mbito, a certificao desta norma reconhece que o Sistema de Gesto de Acessibilidade Global adoptado por uma determinada organizao garante a todas as pessoas independentemente da idade, sexo, origem cultural ou nvel de mobilidade a mesma possibilidade de acesso ao local e de desfrutar dos servios prestados, com a maior autonomia possvel. A Acessibilidade Global vai alm da eliminao das barreiras arquitectnicas.

    Sob o ttulo geral de Acessibilidade Universal, a Norma UNE 170001 formada pelos critrios DALCO, que visam facilitar a acessibilidade ao meio envolvente, e pelo Sistema de Gesto da Acessibilidade Global.

    Com o cumprimento dos requisitos DALCO da Norma UNE 170001, a organizao estar preparada para garantir que acessvel, sendo que essa acessibilidade no apenas ocasional, mantendo-se ao longo do tempo. Esses requisitos resumem-se em quatro grandes

    grupos: Deambulao/andar, Apreenso/percepo, Localizao e Comunicao.

    Os requisitos DALCO destinam-se a todas as organizaes que aspiram a aumentar a acessibilidade global, em conjunto com a satisfao do cliente, atravs da aplicao eficaz do sistema. Pode candidatar-se qualquer organizao que pretenda tornar o seu local de trabalho num lugar acessvel para todos ou cujas actividades se realizem em locais com afluncia de pblico, como hotis, restaurantes, lojas, museus, universidades, hospitais e centros de atendimento. Alm de facilitar o cumprimento da legislao, cada vez mais rigorosa nas organizaes, os requisitos DALCO ajudam a optimizar os recursos humanos e favorecem um clima laboral positivo.

    No caso de determinada situao no ir ao encontro de uma das condies de acessibilidade DALCO, a organizao dever colocar disposio do utilizador uma soluo alternativa, com o mesmo nvel de benefcios e dignidade.

    Os critrios para a acessibilidade global, subjacentes DALCO,

    A Acessibilidade Global vai alm da eliminao das barreiras

    arquitectnicas...

    CONCEITO DE ACESSIBILIDADE GLOBALANLISE DOS PRINCPIOS BSICOS DA

    NORMA UNE 170001

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    3534 RESPONSABILIDADE SOCIALRESPONSABILIDADE SOCIAL

    A responsabilidade social das empresas um conceito novo mas consolidado em Portugal, adoptado

    pela maioria das empresas internacionais com sede no nosso pas e implementado, de modo crescente, pelo sector empresarial portugus.

    Apesar da heterogeneidade das suas manifestaes e do diferente grau de maturidade e abrangncia, a efectivao dos quatro pilares (econmico, social, ambiental e cultural) uma realidade transformadora e que em muito contribui para o desenvolvimento harmonioso da sociedade. justo, por isso, valorizar o papel que as empresas tm vindo a desenvolver, mesmo em conjuntura

    de adversidade, na promoo da riqueza e criao de emprego, no envolvimento da comunidade, na defesa do ambiente e na salvaguarda dos valores culturais.

    Enquanto investidoras e parceiras, as empresas garantem, neste momento, a realizao de muitos projectos e iniciativas, de elevado interesse para a sociedade, que de outra forma no aconteceriam.

    Evoluindo de uma atitude filantrpica ou comercial para uma abordagem cada vez mais sustentada e alinhada com o prprio negcio, o sector empresarial vem reforando a sua contribuio para a coeso social e para o desenvolvimento, entendido numa perspectiva holstica.

    Neste sentido, a sua perspectiva no pode ser ignorada quando se reflecte sobre algumas questes cruciais da contemporaneidade e a sua experincia no pode ser esquecida quando se desenham polticas sociais em matrias como a conciliao trabalho e famlia, igualdade de gnero, preveno da violncia, promoo do envelhecimento activo, combate ao sobreendividamento, empregabilidade e muitas outras.

    O territrio da empresa um territrio frtil para o aparecimento de necessidades sociais e tambm um excelente laboratrio de medidas para a sua resoluo. Muitas das empresas portuguesas que integram o GRACE (Grupo de Reflexo e Apoio Cidadania Empresarial) tm vindo a investir na responsabilidade social interna e no estabelecimento de parcerias virtuosas com entidades da economia social, em prol do bem-estar dos seus colaboradores e familiares, bem como da comunidade envolvente.

    Enquanto maior organizao de responsabilidade social, o GRACE apoia as suas empresas associadas no desenvolvimento de programas que permitem estabelecer relaes mais duradouras com as demais estruturas da sociedade civil e actua, pedagogicamente, no sentido de sensibilizar dirigentes e trabalhadores para a mais-valia de ajudar a construir uma sociedade mais justa e coesa.

    As questes da mobilidade, da promoo de uma perspectiva inclusiva e universal, so um dos nossos desafios, que originaram j a produo do guia As organizaes, a diversidade e a incluso e justificaram a atribuio do trofu Boas Prticas no Mundo do Trabalho, na IV Gala da Incluso, promovida pelo Instituto Politcnico de Leiria.

    As empresas podem dar um extraordinrio exemplo ao

    implementarem boas prticas, testarem novas polticas, financiarem iniciativas inovadoras e partilharem o seu know how em prol de uma actividade social mais eficaz e sustentvel.

    Considero, por isso, que as empresas deveriam poder integrar as redes sociais, ter assento nas estruturas consultivas em matria social (voluntariado, envelhecimento, combate pobreza) e fazer ouvir a sua voz, como construtoras de uma sociedade que se pretende mais harmoniosa e justa.

    COMO PODEM AS EMPRESAS CONTRIBUIR PARA A DEFINIO DE POLTICAS SOCIAIS?

    PAULA GUIMARES | Presidente do GRACE, em representao do Montepio

    Como forma de promover o desenvolvimento e coeses sociais, as empresas tm sua disposio diversas iniciativas.

    A ttulo de exemplo, refiro duas parcerias que o GRACE

    estabeleceu: uma delas, com a Critas Portuguesa, a plataforma In Spira, que pretende combater o desemprego +45 anos; e outra, com o ACIDI, atravs do projecto

    ENGAGE, direccionado para a incluso da populao imigrante.

    O GRACE est igualmente a finalizar o guia Como mobilizar

    as empresas para projectos sociais, ferramenta fundamental

    para aproximar as entidades do terceiro sector ao sector

    empresarial.

    As questes da mobilidade, da promoo de uma perspectiva

    inclusiva e universal, so um dos nossos desafios, que originaram

    j a produo do guia As organizaes, a diversidade

    e a incluso...

  • Edio N. 1 VIDA-UP

    37CIDADES E VILAS36 CIDADES E VILAS

    Deste programa nacional abrangente, surgiram duas geraes de planos de Promoo de Acessibilidade, aos quais aderiu cerca de um tero dos municpios e que permitiram orientaes especficas, que iro dotar os seus territrios de melhores condies de acessibilidade para Todos, envolvendo tanto aces materiais como imateriais.

    Mais recentemente, a reviso do Plano Estratgico Nacional do Turismo para 2013-2015 introduz a componente da acessibilidade para Todos, inexistente no documento que o precedeu. Tornar Portugal num destino acessvel para todos, tal como refere o Plano, , agora, tambm um objetivo a atingir, como forma de criar um destino turstico acessvel. Para tal, prope-se o desenvolvimento de um conjunto de actividades que permitiro qualificar recursos humanos, melhorar as condies de acolhimento de turistas com mobilidade reduzida e prestar melhor informao sobre a acessibilidade das infra-estruturas e servios tursticos do Destino Portugal.

    Na ltima dcada, para l da entrada do tema na agenda poltica, como tambm comprova a instituio do Ano Europeu das Pessoas com Deficincia, pela Comisso Europeia, em 2003, paralelamente, em Portugal, nascia um projecto pioneiro em matria de acessibilidade, a Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos (REDE). Lanado pela Associao Portuguesa de Planeadores do Territrio, este projecto constituiu-se como um grande desafio lanado a todos os municpios que, livremente, tiveram a coragem de iniciar um processo em prol da construo de cidades acessveis a todos, identificando problemas existentes no seu espao pblico e propondo a sua eliminao de forma faseada no tempo.

    Decorridos cerca de dez anos desde o lanamento da REDE, o Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM) desenvolveu o Certificado de Acessibilidade, com o objectivo de desenvolver o atlas da acessibilidade, identificando os lugares, pblicos ou privados, que sejam verdadeiramente acessveis e divulgando-os numa plataforma de informao online. Esta plataforma, importante tambm em termos tursticos, permite aos cidados organizar a sua viagem ou a simples deslocao aos locais auditados, bem como a criao de produtos diferenciadores dos demais, incrementando a atractividade e competitividade dos seus servios.

    Em 2013, fruto da necessidade de rentabilizao dos escassos recursos financeiros, o ICVM cria e desenvolve a Rede de Cidades e Vilas de Excelncia. S o trabalho em rede possibilitar, com as actuais condies, o desenvolvimento no quadro das diminutas possibilidades financeiras. A Rede Cidades e Vilas de Excelncia desafia, assim, os municpios a executarem aces de baixo custo mas de rendimento mximo, num horizonte temporal de quatro anos, em temticas como a acessibilidade, o turismo, a regenerao urbana ou a mobilidade amigvel.

    Ter um territrio de excelncia um desgnio de futuro. Ter um territrio

    de excelncia v-lo projectado econmica, social e culturalmente para nveis de optimizao mpares.

    PROGRAMAS, PROJECTOS E FUNDOS ESTRUTURAIS: OPORTUNIDADES QUE NO SE PODEM PERDER

    Falar em transformao do territrio impossvel sem referenciar as cmaras municipais, motor do desenvolvimento, os gestores e empreendedores principais dos territrios. Contudo, em poca de profunda crise econmica mundial, todas as questes relacionadas com a acessibilidade e mobilidade para todos surgem com particular importncia, pois so tambm uma questo de sustentabilidade social e dos territrios.

    Os municpios portugueses tm, hoje, menor disponibilidade financeira para efectuar projectos e obra, para construir e requalificar o seu espao pblico e edificado, sendo, por isso, imperativo utilizar os escassos recursos de forma acertada. Ser, pois, de extrema importncia que todos os novos projectos incorporem o desenho universal, o desenho que serve todos os cidados.

    Uma enorme oportunidade ser aproveitar o novo ciclo de fundos comunitrios que esto para chegar Portugal 2020. Nestas novas oportunidades de investimento, no se pode perder o desafio inequvoco de construir a pensar em Todos. Ser determinante o acompanhamento e avaliao da aplicao desses fundos comunitrios em matria de acessibilidade, sob pena de, irrecuperavelmente, se perder uma enorme oportunidade de Portugal 2020 tambm ser para Todos. Esperemos que essa exigncia faa parte da avaliao dos projectos em causa.

    As (i)mobilidades que desenham os territrios so uma problemtica do desenvolvimento sustentado das economias.

    Por isso, torna-se urgente e obrigatrio fazer planeamento, desenvolvimento e gesto

    corrente da mobilidade nas escalas nacional, regional e local, sentida e fiscalizada pelos diversos agentes que participam na sociedade.

    Para as pessoas com mobilidade reduzida, a vivncia diria nas nossas cidades e vilas pode ser um verdadeiro desafio. As barreiras existentes so diversas e, apesar

    de as mais visveis serem as fsicas, urbansticas e arquitectnicas, muitas outras existem, como as psicolgicas e as da informao e comunicao. A Acessibilidade para Todos significa poder usar os equipamentos e os servios tursticos, havendo oferta de servios e actividades orientadas para o gosto e a preferncia das pessoas com mobilidade reduzida. A eliminao das barreiras urbansticas e arquitectnicas no territrio deve ser um desgnio dos nossos tempos.

    PORTUGAL PARA TODOS: ACTUAR PARA ALCANAR ESTE DESGNIO

    H, hoje, uma maior sensibilidade nos agentes do sector tcnicos, arquitectos e engenheiros. Aplica-se, de facto, o D-L n. 163/06, de 8 de Agosto, com maior ateno e zelo, tambm um reflexo da entrada na agenda do design inclusivo. Os polticos deram um contributo importante nesse sentido, accionando mecanismos internos e externos que integraram esta nova preocupao, particularmente nas polticas urbanas locais

    Os sucessivos governos tm envidado esforos para inverter a actual situao nestas matrias. Desde logo, importa mencionar a criao do Plano Nacional de Promoo da Acessibilidade, por meio do qual se procedeu sistematizao de um conjunto de medidas para proporcionar s pessoas com mobilidade condicionada ou dificuldades sensoriais a autonomia, a igualdade de oportunidades e a participao social a que tm direito como cidados.

    ACESSIBILIDADE PARA TODOS O ESTADO DA NAO Ter um territrio de excelncia

    v-lo projectado econmica, social e culturalmente para nveis de optimizao

    mpares.

    PAULA TELES Professora universitriaPresidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade

  • 38

    Edio N. 1 VIDA-UP

    ASSOCIAO 39ASSOCIAO

    Em Agosto de 1998, depois de regressar de uma noite de copos com os amigos, tive um acidente de mota. O consumo de lcool e a fadiga foram fatais e,

    depois de seguir em frente numa rotunda, o acidente foi inevitvel... As suas consequncias tambm. Fiquei tetraplgico com apenas 16 anos. A partir desse dia, tudo mudou na minha vida, das coisas mais simples s mais complexas. E at os sonhos mudaram!

    No baixei os braos. Foquei-me na minha recuperao e empenhei-me na minha formao. Ao longo desta etapa, fui-me cruzando com imensas pessoas com dificuldades to ou mais graves do que as minhas.

    Em 2003, decidi criar a Associao Salvador, com a misso de promover a integrao das pessoas com deficincia motora na sociedade e melhorar a sua qualidade de vida. Os projectos da Associao Salvador assentam em trs reas distintas: Integrao, Acessibilidades e Sensibilizao.

    Neste artigo, vou focar a rea das Acessibilidades. A acessibilidade, ou a falta dela, foi uma das preocupaes de sempre da Associao Salvador. Em 2008, crimos o site Portugal Acessvel. Pretende-se que seja o guia

    portugus de referncia, com informao relativa acessibilidade fsica em diferentes tipos de espaos, como hotis, restaurantes e monumentos, entre outros. A pretexto deste projecto, visitamos localmente todos os espaos, para entrarmos em contacto com os seus responsveis e para os sensibilizar para a importncia de promover as acessibilidades. Neste momento, o site apresenta informao sobre mais de 3500 espaos em Portugal Continental, incluindo dez itinerrios acessveis. Em 2013, lanmos tambm a aplicao para telemvel Portugal Acessvel Mobile, disponvel para os sistemas iOS, Android e Windows Phone.

    Em 2010, aps vrias reunies e muito esforo de nossa parte, conseguimos, junto da Cmara Municipal de Lisboa (CML), a emisso de 50 licenas para que pudessem circular os primeiros txis adaptados em Lisboa.

    2012 foi o ano em que ganhmos, em parceria com ACAPO, ACA-M, ADFA, ANACED, APEDV, FPDD, Fundao LIGA e Gulliver, o Projecto Lisboa Acessvel, que havamos submetido a voto atravs do Oramento Participativo da CML. Foram destinados a este projecto 500 mil euros, destinados, por exemplo, a remover obstculos e a adaptar passeios e passadeiras. No fundo, para tornar pedonalmente acessvel o percurso entre Entrecampos e o Marqus de Pombal. As obras ainda no tiveram incio, mas estamos empenhados na sua realizao, reunindo regularmente com responsveis pelo projecto na CML, para obter respostas e informaes acerca do que est a acontecer, dando o nosso parecer.

    No incio de 2014, foi aprovado, no Municpio e respectiva Assembleia, o Plano de Acessibilidade Pedonal da Cmara Municipal de Lisboa. O Plano um documento que

    apresenta as necessidades de interveno na cidade de Lisboa, para que a cidade se torne cada vez mais acessvel. Apresenta projectos e conceitos, comprometendo-se com datas e valores. Desde a primeira hora, demonstrmos que no pretendemos que este plano seja apenas mais um estudo.

    Queremos que passe do papel para o terreno! E queremos que acontea nas devidas condies e que sirva a todos alis, as acessibilidades so essenciais para toda a populao, dos idosos aos pais com carrinhos de bebs Desta forma, propusemos CML

    a criao de uma Comisso de Acompanhamento Execuo do Plano de Acessibilidade Pedonal da Cidade de Lisboa, da qual orgulhosamente fazemos parte Queremos saber o que se vai fazer, quando e onde.

    Querem