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Para a realização deste projecto foi desenvolvida uma publicação em formato de livro, visando a comemoração do centenário da empresa seleccionada, a Livraria Académica. Ao nível dos conteúdos para a publicação, juntamente com o proprietário da instituição, considerou-se também a importância do ano de 1912 no âmbito da literatura em Portugal, data em que surgiu a Renascença Portuguesa. Neste sentido a presente publicação culmina dois objectivos fundamentais: a comemoração do centenário e homenagem à Renascença Portuguesa.

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A associação que, com este nome, vem triunfando de 1912 para cá, além das suas lições e conferências, ex-posições e concertos, publicou até agora 74 números da sua revista A Águia e mais de 120 volumes diver-sos de literatura, arte, ciência, filosofia e critica social.

Através de todos os embaraços e más-querenças, a Renascença Portuguesa tem ampliado sempre os seus meios de cultura, vivificando energias e despertando novos valores. Insistentemente, indefectivelmente, a Renascença Portuguesa tem caminhado para diante, edificando sem tréguas, e tendo a seu lado, hoje, todos aqueles para quem o trabalho e a vontade são as me-lhores e mais poderosas qualidades da força colecti-va. quem tem um nome sério nas letras, na arte ou na ciência, está neste momento com a Renascença Por-tuguesa, que só tem sido guerreada pelos nulos e que só tem combatido os imbecis.

Pois bem; a Renascença Portuguesa, que tem vivido exclusivamente do seu esforço próprio, que em so-letrado o livro da sua existência página a página, li-nha a linha, letra a letra, vai lançar mão dum outro meio de cultura, abrindo no Porto a sua primeira Li-vraria, onde procure ter — tão variadamente quanto as circunstâncias lho permitam— as melhores obras de todas as literaturas e uma noticia exacta de todo o movimento literário e cientifico estrangeiro. Anexa a essa livraria, manteria uma exposição permanente de arte, onde caberão todas as obras, na pintura, no dese-nho, na escultura, originais ou reproduções que pelo seu cunho de beleza, sirvam a educar o bom-gosto e o amor da Arte. A tarefa ºe ingrata, mas está nos hábitos desta Associação persistir e vencer.

Ainda há pouco um dos mais conscientes professores portugueses, escritor distintíssimo e sábio crítico de arte, dizia na Academia de Ciências aos seus ilustres camaradas, que esta criança seria em breve um po-tentado que livrasse os autores portugueses de certos monopólios e certas injurias tiranias. Houve da parte de S. Ex.ª uma grande generosidade, mas também um grande fundo de esperança verdadeira.

A Renascença Portuguesa persistirá e vencerá.

Em folha junta damos um aspecto da nova fachada da Renascença Portuguesa. Claro é que tínhamos de acomodar um pouco o exterior da casa aos intuitos que nela se erguem. E foi o arquitecto Carlos de Sou-sa, tão simples como artista, tão sabedor e cuidado-so, que fez o milagre de transformar a inçaracterísti-ca frontaria duma casa sem pretensões na agradável e bem proporcionada frente que ficou agora a prender as nacionalizadoreas aspirações da Renasença Portu-guesa ao estilo prórpio da época mais brilhante da na-cionalidade, a esse manuelino evocador, que em cada ornato, em cada pedaço de corda, está a lembrar-nos o destino imortal que essa necessidade de arte traduziu há tantos séculos, para se ir obliterando até uma de-cadência rebaixada e andar novamente surgindo num horizonte que voltamos a enxergar…

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Em vários caracteres e índices somatológicos (capaci-dade craniana, índice sagrado, algumas proporções do corpo, etc.) apresenta o português condições de supe-rioridade antropológica, que lhe dão um lugar de modo algum secundário no grupo das raças europeias em que se filia pelo conjunto da sua caracterização morfo-lógica. Talvez mais concludente é, porém, o estudo das condições fisiológicas do povo português.

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Outro índice do valor português encontra-se no estudo da criminalida-de. Como nos nossos trabalhos criminológicos fizemos salientar, Portu-gal tem uma percentagem de criminalidade inferior á de alguns países mais cultos e progressivos. ¶ Os homicídios são aqui mais frequentes do que na França e nos países do norte (efeitos climáticos?), mas são me-nos frequentes do que na Áustria, na Espanha, na Hungria e na Itália. Quanto aos furtos não conheço país algum em que a sua percentagem seja menor. Só nas rebeliões políticas, o nosso país bate o record das ta-xas elevadas. Nos Estados Unidos, a percentagem dos homicídios era em 1897 sete vezes maior do que a correspondente em Portugal. ¶ Dadas as más con-dições economicas da população portuguesa, a sua desorganização familiar, jurídica e política, e o mau ambiente educativo em que ela respira, seria de espe-rar uma delinquência mais desenvolvida. Apenas nas rebeliões políticas o nosso povo obedece ás previsões que um tal condicionalismo sugere.

A moderação observada nas outras taxas de crimi-nalidade, sobretudo na dos crimes contra a proprie-dade, é um documento feliz da psicologia do por-tuguês: «é excessivo e instável (escrevemos nós ha anos), como autêntico meridional, mas em geral ate-nua as suas demasias com os lances duma bondade resignada e simples que floresce ás vezes a par duma coragem épica. Agressivo e inteligente, é dos meri-dionais o menos feroz e o menos astuto».

O Dr. Ferraz de Macedo definiu-o: «é muito inteligente, mas tem pouca iniciativa, tenacidade e persistência; instável na observação e na pesqui-sa como na opinião formulada, mas imitador primoroso; é um impulsivo bom, fatalista e resignado com a pobreza, incauto e imprevidente, pou-cas vezes traiçoeiro e poltrão». Raczynski considera o povo português «inteligente, laborioso, moderado, de carácter bom, doce e alegre». Imaginava-o ainda amante do trono e da religião.

Não esquecendo o valor e a resistência do nosso soldado em expedições coloniais não muito

remotas, António Arroyo escreve com optimismo:

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Os números são talvez mais eloquentes do que todos os retratos,

nalguns dos quais o amor pátrio pode turvar a imparcialidade

do observador. Mas esses mesmos conduzem às conclusões gratas que

rapidamente sumariamos. Silva Teles escreveu:

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A raça é forte, dizemos nós, mas há no seu modo de ser

psíquico um defeito estrutural, que é a causa primária

dos males portugueses.

Como outros povos mediterrâneos, como os seus

vizinhos espanhóis, os portugueses assinalaram-se

na história pelo seu espírito de independência e de

aventura e pelas suas aptidões de conquista, mas faltou-lhes

a tenacidade, a ciência, o carácter, que deveriam imprimir

uma feição duradoura ás suas empresas admiráveis.

Foi esse defeito que tornou inconsistente e frágil a obra colonial

de fomento e civilização, que deveria ter sido o complemento

indispensável da conquista. É esse defeito que avulta hoje

e sempre em todas as manifestações da vida portuguesa.

SOMOS, COMO MUITO BEM DIZ ANSELMO DE ANDRADE,

OS FIDALGOS ARRUINADOS DO MORGADIO DOS MARES.

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Vive-se no regimeda inconstância,

da desorientação, da indisciplina.

Há um alto ideal da Pátria, servido

por uma consciência educada e nobre?

NÃO.HÁ INTERESSES DE SEITA, A QUE UNS CHAMAM IDEAL MONÁRQUICO, OUTROS CHAMAM DE IDEAL REPUBLICANO.

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E não se diga que o génio aventureiro da raça em que assenta uma simplista explicação da nossa epopeia marítima, é prova cabal dessa anciã de mistério e de alem de que a especulação superior é apenas um as-pecto. Sem negar aquela parcela de Sonho que inter-vém como movei oculto mesmo na mais utilitária das nossas ações, o que é certo é que a prudência inteli-gente dos que presidiram a essa empresa está bem de-monstrada entre outros argumentos pela rejeição da proposta de Colombo.

Não se argumente também com spinoza em cuja obra se mostra bem o elemento judaico, embora acidental-mente português. Em regra nós continuamos a enca-rar o mundo da especulação superior através do mo-nóculo de Eça de Queiroz, nas lucubrações bizarras do Montmartre da Cidade e as Serras.

O movimento positivista afora o seguro embora uni-lateral critério que permitiu a Teófilo Braga renovar as bases da critica literária, passou sem conseguir re-novar em novos moldes sociais aquele vago e senti-mental liberalismo que a ideologia de 89 nos legara. A questão social, que na hora presente se põe como um problema tremendo, não depende apenas, como o pretende o materialismo histórico da luta travada entre o capital e o trabalho. A carência de finalidade ética e portanto social de que enfermam os atuais siste-mas de valores em conflito, mostra bem a necessidade de opor á inércia dos valores já mortos, um novo mun-do de ideais, inspirado nas necessidades de momento.

A Democracia, cuja insuficiência de organização supe-rior alguns confundem com uma bancarrota donde sai-ria o renascimento de formas arcaicas para sempre mor-tas, chegou na hora atual ao ponto critico da sua evolução. A dura experiência da guerra atual aliada ao triunfo simultâneo do ideal democrático veio patentear a ne-cessidade de vivificar as suas raízes ideológicas na sei-va vitalizante de novas atitudes.

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Assim o conceito de fraternidade, um dos pilares da trilogia sagrada de 89, inunda-se de luz e de sentido ao contacto do núcleo fundamental da sua metafísica criacionis-ta. Não é já apenas na intuição genial da atitude cristã que esse conceito assenta, porque transcendendo os limites da natu-reza empírica, ele encontra a razão dessa anciã de sacrifício e de amor em que esse conceito se resolve, na necessidade irrefra-gável de postular, como termo ultimo na categoria de real, uma sociedade de mona-das. A fraternidade, conceito cristão, apa-rece-nos racionalizada á luz da fraternida-de cósmica, sem que a alma de S. Francisco de Assis que o pensador artista a cada pas-so deixa entrever na comoção fraterna por tudo o que existe, se recolha condoída ante o frio escalpelo do pensador-filosofo.

O núcleo fundamental da sua ideação filo-sófica repousa na categoria da Relação, mas nem por isso os termos últimos que ela im-plica, perdem o seu valor substantivo, como centros espirituais de energia, que são.

O seu conceito de monada não enferma como o de leibnitz das mutilações que a este fatalmente inflige o terrível impera-tivo lógico, sempre que em dedução bem conduzida tentemos conciliar o domínio absorvente da Monada Suprema ou Deus com a autonomia substancial das monadas secundárias. É que leibnitz, homem do seu tempo não escapou, apesar da originali-dade do seu génio criador, á forte embora obscura reacção contra o humanismo indi-vidualista da Renascença.

A sua harmonia preestabelecida, onde a li-berdade ameaça soçobrar, deixa entrever, embora mitigada por um helênico respeito pelo real, essa absorvente atitude de pensa-mento, que, levando em política ao estabe-lecimento do absolutismo, leva em meta-física ao teocratismo filosófico do grande solitário da Haia, e á monstruosa abdicação da personalidade, no Leviathan de Hume

A OBRA DELEONARDO COIMBRA,

NO SEU ASPECTO SOCIAL,CONTÉM SOLUÇÕES MORAIS

DE ACORDO COM ESSASNECESSIDADES.

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O que eu nuncaconseguira traduzirem frases secas, é o eco indefinido decompreensão simpática

que em mim continuouvibrando após a sua leitura...

A sua filosofia é deísta, mas de tal modo que a liberda-de humana e o conceito de Deus não se excluem nem se aniquilam mutuamente. Porque se determinar o conceito de Deus, encará-lo como dado, é negá-lo, fir-mar a sua existência na legitima e universal aspiração por um máximo indefinido de consciência, é humani-zá-lo, mantendo-o todavia como ideal, dada a inesgo-tável virtualidade do devenir espiritual.

A síntese superior que o conceito de divindade pres-supõe, resulta, na sua filosofia, da integração da vo-lonté de conscience de Fouillée no dinamismo inqua-lificado do élan vital de Bergson. Deste modo, a sua doutrina da liberdade evita simultaneamente o indi-vidualismo e a sociocracia.

A igualdade, desfeita a confusão racionalista entre direito e função, aparece-nos como a resultante dos dois conceitos anteriores... Estas breves notas, não esgotando o manancial de sugestões que a obra em mim provocou, bastarão talvez para dar um leve es-boço do que ela é e vale.

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O FENÓMENO BASILAR DA VIDA SOCIAL É O DA COORDENAÇÃO, DE QUE A ADAPTAÇÃO É UMA FORMA.

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pela pedagogiado trabalho

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NÓS, PORTUGUESES, FIXADOS NUM TIPO SOCIAL OBSOLETO POR LONGUÍSSIMOS ANOS DE EDUCAÇÃO DEPRAVADORA E

DE ISOLAMENTO SISTEMÁTICO, APRESENTAMOS O ACABADO EXEMPLO DE UMA SOCIEDADE CUJA ESTRUTURA GUERREIRA NÃO

CONSEGUIU AINDA ADAPTAR-SE AO AMBIENTE INDUSTRIAL DA MODERNA CIVILIZAÇÃO. O TRATAMENTO CUMPRE POR ISSO QUE

SEJA INTENSO, E QUE ATUEM CONCORDEMENTE O ESFORÇO DO ECONOMISTA E O ESFORÇO DO EDUCADOR.

As variações do ambiente obrigam o indivíduo a mo-dificar os seus hábitos, afim de se ajustar ás novas condições desse ambiente. Essas tentativas de trans-formação na maneira de agir do indivíduo, caracte-rizadas pelo esforço consciente, pela indecisão, pela perfeita adequação do movimento aos fins a que se mira, formam os períodos dolorosos que decorrem entre a mudança nas condições externas e a formação de novos hábitos. A tais períodos correspondem, na vida social, as épocas revolucionárias.

Tanto na sociedade como nos indivíduos, a adaptação é tanto mais fácil e suave quanto maior é no organis-mo a flexibilidade, a docilidade com que se amolda, o tino e a inteligência com que recebe e se submete a todas as forças inovadoras, sem prejuízo da unidade e concentração da sua vida. Quando os hábitos e as instituições adquirem desse modo, pela diuturnida-de do mesmo tipo de comportamento, demasiado es-tável ossatura, resulta a impossibilidade da adaptação pronta a novas e prementes condições, determinadas pela natureza variável do ambiente —que esse (ai de nós!) não o podemos fixar e ossificar por nossa pre-guiça c sonolência . . . Daí as revoluções, e, quando não haja juízo, as revoluções violentas.

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A antiga estrutura parasitaria da sociedade tem pro-curado manter-se de mil formas diversíssimas, que todas elas se revelam na insistência purificadora, ou isoladora, na má vontade instintiva á cultura do es-trangeiro. A educação, a literatura, a retórica patrio-teira das glorias depravadoras concordam perfeita-mente com este caracter social; e, o que mais é, os próprios homens de iniciativa e de trabalho não lo-graram eximir-se á ancestral xenofobia. De José Fer-reira Pinto Basto, o industrial, escreveu José Estevão no seu elogio histórico: «As viagens pareceram-lhe sempre ingratidão ao país; a crença no poder estran-geiro um insulto ao nosso pundonor; a confiança da inferioridade das nossas coisas um insulto imperdoá-vel ». Isto explica a verdade destas palavras, que um amável correspondente me dirigia lia pouco tempo:

«Tenho vivido meses na Alemanha, na França, na Bélgica, na Holanda, alguns dias na Inglaterra, na Itá-

lia, e sempre que de lá volto sofro a sensação de entrar num outro planeta, onde a vida é ainda rudi-mentar e acanhada». A causa e a consequência de tudo isto é a nos-sa ignorância do trabalho, possi-bilitada por condições históricas especialíssimas;—e o que se de-duz desta verdade histórica é que a nossa futura pedagogia deverá ser, essencialmente, uma pedago-gia do trabalho e da organização

social do trabalho. Foi isto que vislumbrou ha 70 anos o génio seguro e forte de Herculano. Já em 1841 ele marcava nitidamente o contraste entre «o sistema de instrução nacional que ha-dc ser c o da instrução excepcional que foi c é; questão entre a educação e melhoramento dos agricultores, dos artífices, dos fabricantes, c a propagação dos causídi-cos, dos casuístas, dos pedantes; questão entre o trabalho e o ócio... en-tre a maquina a vapor e o provará do rábula». E ainda: «Necessário é ao pobre o ser activo e industrioso, e não será decerto com o antigo sistema de instrução que o povo português progredirá na industria.

«O TESOURO DO ESTADO SUBSTITUÍA A ACÇÃO DOS HOMENS»;

A EDUCAÇÃO CONQUISTADORA PRODUZIU A ECONOMIA PARASITARIA,

O COMUNITARÍSMO DE ESTADO, E ESTE POR SUA VEZ A PEDAGOGIA

PARASITARIA. O QUE A PEDAGOGIA PARASITARIA HOJE PREPARA,

EM ULTIMA ANALISE, É O PIOR DOS PROFISSIONAIS DO PARASITÍSMO,

O POLÍTICO DE PROFISSÃO: «A CONSEQUÊNCIA DESTE ESTADO DE

CULTURA INTELECTUAL, FALSA, INEXPLICÁVEL E VIOLENTA, É

QUE AS MUITAS ESPERANÇAS MENTIDAS, AS MUITAS AMBIÇÕES

RECALCADAS, TODOS OS ANOS ARREMESSAM PARA A ARCA

DOS BANDOS CIVIS CENTENARES DE CORAÇÕES GENEROSOS,

QUE INSOFRIDOS ANTE UM PROSPECTO DE MISÉRIA SE ARROJAM

ÁS LIDES POLÍTICAS, PARA PERECEREM OU PREAREM NO

CADÁVER DEFECADO DO PATRIMÓNIO DA REPUBLICA»

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E A SUA LITERATURA

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DE UMA TRINCHEIRA

PARA A OUTRACONTO DE NATAl

coral monstruoso e a voz heróica

HENRI DE REONIER

espanha, maio de 1918.

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da minha

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III

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A pequena distância, eleva-se o fumo de um lar, desenhando,

sobre o escuro telhado, o fantasma aéreo da casa.

Perto dali, a meio da colina, onde raros pinheiros mostram

o seu esguio vulto escuro, Silvana guarda os bois.

Como ela vive e transmite a sua vida àquele pequeno ermo!

Oh, a presença da Infância!

IV

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Eis o que eu pensava, debruçado

na minha janela, com os olhos

no seu vulto distante e na serra

do Marão, nesses altos píncaros

de silêncio que formam trechos

de paisagem lunar, onde apenas

vagueamos em corpo remoto...

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Quando contemplo esta paisagem pelo outono,

não sei que tristeza me anoitece…

VI & VII

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VIII

As coisas que cercam a minha alma, são a areia do meu deserto,

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a matéria do ermo em que vivo.

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IX

EU CHORO

SOBRE A INDIFERENÇA

DAS COISAS...

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Na morte em que elas jazem,paira ainda a sombra da remota vida que viveram... sombra que

se projecta em meu espirito, o seu hábito de melancolia...

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