13385081 testemunhos-igreja-perseguida

22
Testemunhos sobre a Igreja Perseguida coletados no site da Missªo Portas Abertas www.portasabertas.org.br Testemunhos postados no site em 2007. Para ler mais testemunhos e obter maiores informaıes, acesse o site. Amados, informem-se, orem e contribuam para ajudar a Igreja Perseguida. A sua ajuda Ø fundamental para os que sofrem. Ana Graa: dedicaªo ao trabalho do Senhor Ana Graa (em pØ) ajuda outras sudanesas com o Projeto de Mulheres SUDˆO (20”)* - Sob o escaldante sol africano, Ana Graa atravessou correndo o pÆtio da casa de chÆ. Os convidados estavam chegando, e ela precisava providenciar para que tudo estivesse em ordem. Enquanto ajeitava algumas pinturas e painØis, seus olhos pousaram em um pedao de cermica negra. Em grandes letras brancas, ela leu: Pela graa de Deus, sou o que sou. Ana Graa, melhor que ninguØm, conhecia a verdade por trÆs dessas palavras. Elias fora construtor profissional nos primeiros anos do casamento, mas Deus, com seu amor, apossou-se dele, e ele tornou-se pastor no incio dos anos 80. Agora ele era bispo, supervisionando 30 pastores e 27 congregaıes na regiªo. *Nota: O nœmero ao lado dos pases indica a sua posiªo na classificaªo de pases por perseguiªo (lista reproduzida ao final deste e-book).

Upload: antonio-ferreira

Post on 13-Aug-2015

29 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Testemunhos sobre a Igreja Perseguida coletados no site da Missão Portas Abertas

www.portasabertas.org.br

Testemunhos postados no site em 2007. Para ler mais testemunhos e obter maiores informações, acesse o site.

Amados, informem-se, orem e contribuam para ajudar a Igreja Perseguida. A sua ajuda é fundamental para os que sofrem.

Ana Graça: dedicação ao trabalho do Senhor

Ana Graça (em pé) ajuda outras sudanesas com o Projeto de Mulheres

SUDÃO (20º)* - Sob o escaldante sol africano, Ana Graça atravessou correndo o pátio da casa de chá. Os convidados estavam chegando, e ela precisava providenciar para que tudo estivesse em ordem. Enquanto ajeitava algumas pinturas e painéis, seus olhos pousaram em um pedaço de cerâmica negra. Em grandes letras brancas, ela leu: �Pela graça de Deus, sou o que sou�. Ana Graça, melhor que ninguém, conhecia a verdade por trás dessas palavras. Elias fora construtor profissional nos primeiros anos do casamento, mas Deus, com seu amor, apossou-se dele, e ele tornou-se pastor no início dos anos 80. Agora ele era bispo, supervisionando 30 pastores e 27 congregações na região.

*Nota: O número ao lado dos países indica a sua posição na classificação de países por perseguição (lista reproduzida ao final deste e-book).

Em pouco tempo, os convidados chegaram. Silenciosamente, ela serviu-lhes o chá, deixando a maior parte da conversação por conta de seu marido. Sua tarefa era informar os visitantes sobre a situação atual no Sudão, o maior país da África.

Após umas poucas palavras, uma senhora dirigiu-se a Ana Graça e perguntou-lhe: �Você poderia nos contar a respeito das dificuldades que encontrou em seu ministério junto às mulheres?�. Elegante, em seu vestido de algodão amarelo e marrom, com seus cabelos negros formando tranças que se enrolavam harmoniosamente sobre sua cabeça, Ana Graça era o retrato da dignidade africana. Até aquele momento, ela nada dissera, mas não precisou pensar muito para responder. �Quando observo minha vida em retrospectiva, não vejo nada que tenha vindo com facilidade�, disse ela aos visitantes. �Tudo o que fiz foi sempre em meio a dificuldades.� Infância em um país devastado pela guerra A guerra civil no Sudão começara mais de dez anos antes do nascimento de Ana Graça. Seu pai era professor e conseguiu assegurar o sustento de sua numerosa família. Durante a juventude, as sementes da mensagem cristã do evangelho lançaram raízes em seu coração. Ela começou a entender o que Jesus havia consumado na cruz do Calvário e decidiu que, acontecesse o que acontecesse, queria seguir e servir o Senhor. Então, sobreveio a tragédia. Seu pai beirava os 50 anos, mas caiu doente e teve de deixar seu trabalho. A família, impotente, viu-o ficar cada vez mais fraco e, em pouco tempo, completamente acamado. A despeito das orações de sua família e de todos os tipos de tratamento, ele faleceu, aparentemente por colapso cardíaco. Um casamento abençoado Aos poucos, o sofrimento de Ana Graça pela morte do pai foi diminuindo. A igreja que sua família freqüentava na Província Central de Equatória era cheia de vida e repleta de jovens. Lá, ela encontrou o pastor Elias, o amistoso ministro dos jovens. Foi uma agradável surpresa quando Elias apresentou-se à sua mãe e pediu Ana Graça em casamento. Em virtude da guerra civil e da terrível situação econômica do Sudão, passaram-se quatro longos anos antes que Elias e Ana Graça pudessem finalmente casar-se. Ana Graça tinha boas razões para estar feliz. Diferentemente de outras mulheres de seu país, ela sabia que seu marido a amava. �Você será minha para sempre�, disse-lhe Elias enquanto, carinhosamente, levantava-lhe o rosto entre suas mãos. �Ninguém jamais a tirará de mim!�. A despeito das palavras otimistas de Elias, ambos, ele e Ana Graça, sabiam que em várias

áreas de seu imenso país, mulheres e crianças eram seqüestradas pelos invasores árabes, ou por homens de tribos africanas, e levadas como escravas. Pregando o evangelho Elias ficava cada vez mais ocupado com seu ministério e trabalho na comunidade. Ana Graça, sempre que podia, acompanhava-o em viagens, porém, usualmente, ficava sozinha em casa. Agora, muitos de seus irmãos já se encontravam casados. Ao observar seus sobrinhos pequenos, era difícil não sentir inveja. Crianças eram um símbolo de prosperidade no Sudão, e Ana Graça perguntava-se por que Deus não respondera a suas orações e ainda não lhe dera um filho. Por volta de 1990, a guerra civil no Sudão intensificara-se dramaticamente. Certo dia, Elias recebeu uma informação confidencial de que era iminente uma enorme batalha entre o governo e o SPLA. Ele disse a Ana Graça: �Rápido, arrume algumas roupas e comida. Precisamos sair da cidade�. Por mais que quisesse protestar, Ana Graça sabia que seu marido estava certo. Certamente era muito perigoso ficar. Muitos de seus vizinhos já haviam fugido para a mata, e Ana Graça e Elias, caso não saíssem agora, talvez não tivessem nova oportunidade. Eles saíram a pé, e Ana Graça, corajosamente, tentava acompanhar os passos apressados de seu marido, caminhando por horas em meio aos arbustos espinhosos. Após horas de caminhada, Elias cortou um pouco do capim que dava no local e arrumou no chão. Naquela noite, essa seria a cama deles. Demasiado cansada para pensar ou lamentar, Ana Graça caiu adormecida. Todavia, quando o sol alaranjado do amanhecer acordou-a no dia seguinte, ela teve de encarar a dura realidade. Agora, Ana Graça e Elias podiam considerar-se parte dos milhões de pessoas desalojadas, os refugiados sem moradia. Após encontrarem um acampamento de refugiados, eles se deram conta de quantos novos desafios enfrentaram. Eles nunca haviam vivido na mata. �Graças a Deus, Ele jamais nos deu um filho�, pensava Ana Graça de vez em quando. �Ele sabia o que estava fazendo. Ele podia ver o que estava adiante.� Chamados a servir Dando-se conta de que poderiam passar-se anos antes que pudessem retornar para casa, eles mudaram-se para um povoado perto da divisa com o Congo, chamado Laso. Certa tarde, os soldados chegaram a Laso. �Onde está o Pastor Elias?�, perguntou um deles. Quando Elias chegou, eles foram logo ao ponto. Disseram: �Precisamos de sua esposa. Nós vamos dar a ela treinamento militar. Ela retornará daqui a 21 dias�. Elias não teve alternativa a não ser deixar Ana Graça ir. Vinte e um dias passaram-se, mas Ana Graça não retornou para Elias. Ao contrário, o exército levou-a para a linha de frente, próxima a Juba e Torit, onde ela foi submetida a treinamento militar junto com os homens. Talvez o SPLA imaginasse que precisava proteger as informações confidenciais que Ana Graça tinha absorvido, mantendo vigilância

sobre ela 24 horas por dia. Ana Graça estava quase morta, emocional e fisicamente, mas seu espírito estava bem vivo. Seu relacionamento com Deus a mantinha caminhando. �Jesus, ajude-me!�, pedia ela várias vezes ao dia, determinada a manter seus olhos no Senhor e não nas circunstâncias que a rodeavam. Mesmo quando as tropas chegaram a seu destino, a vida de Ana Graça não foi facilitada. Ana Graça era miúda e propensa a doenças, em nada talhada para ser um soldado, mas, ainda assim, aprendeu a lutar junto com os homens. Ela odiava ser treinada para atirar em outras pessoas e ficou agradecida por realmente nunca ter atirado em ninguém. Embora diversos homens do exército fossem cristãos dedicados, a brutalidade de alguns dos outros soldados a deixava horrorizada. Certo dia, ela clamou: �Senhor, não posso mais fazer isto! Por favor, tire-me daqui!�, Não fora certamente a primeira vez que fizera aquela oração. Contudo, após longa espera, ela estava a ponto de ver a resposta de Deus. Elias sentia terrivelmente a falta de sua esposa. Esperava havia muito ter sua mulher de volta em casa, mas sabia que o SPLA não a deixaria sair facilmente � ela sabia demais e era uma força importante para a causa deles. Então, teve uma idéia. Todos sabiam que os soldados tinham escassez de óleo diesel para seus caminhões. Assim, com a ajuda do irmão de Ana Graça e de seu tio, fizeram uma negociação. O tio contatou um dos líderes da SPLA e fez uma oferta. Caso eles libertassem Ana Graça, ele lhes daria 20 barris de óleo diesel para seus caminhões. E deu certo. Os líderes do exército aceitaram a oferta. O início de um grande ministério Após anos de espera, Elias e Ana Graça finalmente puderam voltar para casa. Em pouco tempo, Elias foi designado bispo para sua região. Enquanto ele ficava fora, dando aulas ou distribuindo Bíblias para congregações necessitadas, Ana Graça utilizava sua experiência para organizar o ministério com as mulheres de sua igreja, e, com alegria, recebia as mulheres e crianças que vinham a sua casa em busca de ajuda. Enquanto esteve na mata, ela ouvira histórias de famílias que foram expulsas de suas terras e casas. Ela encontrara mulheres que foram raptadas e estupradas. Esses trágicos depoimentos se repetiam agora, quase que diariamente em sua casa. Um sem-número de mulheres eram presas desse ciclo de desespero. Em seu desejo de ajudar, Ana Graça convidou-as para momentos de oração e jejum. Mais tarde, enquanto um grupo de mulheres orava, uma delas teve uma idéia. A igreja possuía uma propriedade próxima do rio Yei, e o rio continha muita areia, um produto muito necessário no Sudão. Ana Graça, desse modo, organizou um grupo de trabalho � ela denominou-o Projeto das Mulheres. As participantes não contavam com carrinhos de mão nem qualquer outro equipamento, mas elas, com ajuda de latas, pequenas caixas ou qualquer outra coisa que pudessem encontrar, começaram a coletar areia às margens do rio.

Aos poucos, o monte de areia crescia cada vez mais. Um homem que trabalhava para uma organização não-governamental (ONG) ficou tão impressionado com o árduo trabalho das mulheres que se tornou seu primeiro cliente. Após sua primeira compra de areia, Ana Graça pôde pagar as pessoas que trabalhavam para ela. Uma vez que muitas pessoas de fora começavam a visitar a área, surgiu uma outra idéia para um negócio rentável para as mulheres. Elas começaram a construir uma hospedaria. Quanto mais hóspedes vinham, mais chalés puderam ser construídos. O Projeto das Mulheres estava prosperando. Ana Graça, nessa época, soube que amigos de seu marido haviam presenteado alguns pastores mais pobres com um saco de sementes. O cultivo de hortas com vegetais ajudara os pastores a alimentar as famílias de suas igrejas. Ana Graça pediu: �Por favor, será que eu também poderia receber um saco de sementes? O cultivo de vegetais poderia gerar mais recursos para o Projeto das Mulheres�. Aquele saco de sementes resultou em uma colheita maravilhosa de cebola, tomate, alho e repolho � e mais sementes. No momento, as mulheres estão verdadeiramente entusiasmadas. Mulheres de outras igrejas juntaram-se à força de trabalho. Informações a respeito de outras possibilidades surgiram, e o Projeto de Fortalecimento das Mulheres Cristãs (CWEP) tornou-se uma forma de compartilhamento do amor de Jesus junto àqueles que não conhecem ao Senhor. A glória pertence a Deus Até o momento, o islamismo falhou em vencer a guerra com armas, mas todos sabiam que os muçulmanos jamais desistiriam. O dinheiro, de todo o mundo islâmico, já estava sendo disponibilizado para escolas e serviços de saúde. Ana Graça e Elias precisavam alcançar as comunidades com o evangelho cristão antes que os muçulmanos as alcançassem com o Alcorão. Não obstante, ela sorria ao observar as expressões radiantes que a cercavam. Ana Graça sabia que, sem sombra de dúvidas, a igreja em seu país estava maior e mais forte do que há vinte anos, quando ela se casou com Elias. A batalha não estava terminada, porém suas mãos �haviam sido treinadas para a guerra�, graças às dificuldades que enfrentara. As dificuldades que teve de encarar a tornaram uma pessoa criativa. O sofrimento que enfrentou a ensinou a dar conforto aos outros. Ana Graça não desperdiçou seus muitos sofrimentos, pois, por intermédio de suas angústias, ela aprendera a confiar em Jesus.

Tradução: Maria Helena Aranha

"Deus ouviu minhas orações e cuida de nós por meio de vocês"

Waty com o marido Abe e a filha Rinda

INDONÉSIA (41º) - É fácil amar Waty. A jovem senhora de 37 anos de idade é calorosa e tem um toque de vulnerabilidade. Kristiowaty, seu nome completo, é esposa de Abraham �Abe� Bentar, o evangelista condenado a quatro anos e meio de detenção na prisão de Tasikmalaya. Ele foi falsamente acusado de difamar o islamismo. A equipe da Portas Abertas encontrou Kristiowaty umas poucas vezes até hoje, geralmente por ocasião de suas visitas à prisão. Nascida na cidade de Magelang, na província da Java Central, Waty era a caçula de oito irmãos. Com 1 ano de idade, foi adotada por outra família e transferida para Java Ocidental. �Naquela época, minha mãe ficou viúva. E, após a morte de meu pai, a família não conseguiria prover para minhas necessidades. Portanto, fui dada para uma outra família�, explicou. Essa família educou-a como uma muçulmana devota. Somente aos 17 anos conheceu sua verdadeira família. Ela continuou: �Após o falecimento de minha mãe adotiva, descobri de onde era minha família verdadeira. Voltei para Magelang à procura de meus familiares. Foi muito difícil, mas finalmente encontrei minha mãe biológica�. O primeiro encontro Sua história de amor teve início quando Waty estava com 19 anos. Em 1989, essa jovem encontrou Abe. O primeiro encontro foi durante uma aula de ginástica. Ela contou-nos: �Meu marido adora dança e ginástica. Naquela ocasião, ele era nosso instrutor de ginástica�. O amor floresceu entre os dois. Ela, timidamente, relatou: �Ele era bonito. Muito diferente de agora. Ele era alto e forte. Agora, por causa de sua doença, ele é pele e osso�. Abe sofreu alguns derrames cerebrais e lutava contra a diabete, mesmo antes de ser preso. Ela prosseguiu: �Ele também é inteligente; naquela época, ele era advogado�.

O namoro durou apenas cinco meses; eles queriam evitar intrigas por parte dos vizinhos. Ela nos contou: �Abe era viúvo. Sua esposa falecera e deixara-lhe uma criança (educada pela mãe de Abe). Ele é também muito mais velho que eu. Temos uma diferença de 19 anos! Por causa disso, as pessoas começaram a questionar a respeito de sua sinceridade quanto a nosso relacionamento. Quando, finalmente, pediu-me em casamento, as pessoas tranqüilizaram-se, especialmente minha família�. Em 1992 nasceu Rinda Garuda Rahman, sua primeira e única filha. Uma família transformada por Deus Durante os primeiros 10 anos de casamento, eles eram conhecidos como uma família muçulmana. Depois, no final da década de 90, a doença de Abe foi curada depois que um pastor orou por ele. Ele decidiu seguir Jesus Cristo e tornou-se um evangelista em tempo integral. Deixou muitas coisas para trás, até mesmo sua carreira de advogado. Waty, porém, não seguiu seus passos... pelo menos não imediatamente. Ela nos disse: �Eu ainda estava presa ao islamismo. Abe conduzia um grupo de estudos bíblicos uma vez por semana. Eu ainda conduzia as orações do Alcorão, às sextas-feiras, com amigos. Os vizinhos, freqüentemente, ficavam confusos quando nos viam assim divididos quanto à fé�. Waty, certo dia, decidiu estudar a Bíblia passo a passo. A ressurreição de Jesus convenceu-a de que Ele era Deus. Um ano depois da conversão de Abe, ela aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal. Ela admitiu: �Cristo nos transformou. Eu era teimosa e tinha �pavio curto�. Agora aprendi a ser mais obediente e paciente. O Senhor também transformou meu marido�. Waty descreveu o velho Abe como um homem �muito rígido e temperamental, procurando sempre controlar sua esposa�. Seu gênio criou muitas dificuldades em seu casamento. Devagar, porém com firmeza, Deus o transformou paulatinamente. Waty declarou: �Abe mudou muito. Hoje, ele é mais paciente e amoroso�. Os dias sem Abe Desde sua prisão, em março de 2006, Waty tem de fazer a viagem de ônibus, durante a noite, para Java Ocidental, uma província vizinha, para poder visitá-lo. Por causa da distância, ela somente consegue visitá-lo a cada dois meses, se tanto. �No começo, eu ficava muito estressada e estava despreparada para enfrentar a realidade. Entretanto, com o passar do tempo, Deus me deu forças. Eu não teria conseguido se estivesse sozinha, sem o Senhor�, disse ela, e começou a chorar. �Freqüentemente, acordo durante a noite e oro em meio às lágrimas�. Waty ainda se emociona a cada vez que conversa a respeito de seu marido. Ela declarou: �Sinto muita falta dele. Ele é o chefe da família, quem toma as decisões e nos dá

orientação. Converso com ele a respeito de tudo�. Waty é grata pelas lições aprendidas no sofrimento. Disse ela: �Dei-me conta de que Deus está aprimorando nossa família. Ele está moldando Abe para que seja seu servo, preparando-o para ser melhor em seu ministério. Quanto a mim, aprendi a ser mais independente, a não contar tanto com meu marido, como fazia antes. Agora tenho de sustentar minha família sozinha�. Na ausência do provedor da família, Waty conduz um negócio de venda de comida caseira. Portas Abertas dá à família de Abe um apoio financeiro mensal, além de arcar com o aluguel de sua casa pelos próximos dois anos. �Aprendi muito com esta situação. Deus definitivamente nos ama. Ele nos está transformando a todos para sermos melhores servos para Ele�. Ela deu um profundo suspiro e, novamente em lágrimas, continuou: �Eu não sei como, mas Deus ouviu minhas orações e cuida de nós por intermédio de vocês, da Portas Abertas. Muito obrigada�. Waty e Rinda ficaram particularmente felizes com as cartas de encorajamento que vêm recebendo. Disse Waty: �Embora sejam apenas um pedaço de papel, elas me confortaram e me fortaleceram. Muito obrigada�. Pedidos de oração: Por Abe � Ore para que tenha sabedoria para compartilhar as boas novas na prisão. Ore também por sua saúde e por suas condições psicológicas. Por sua família � Ore por Waty e Rinda, uma vez que ainda se ajustam a uma vida sem Abe. Ore também por sua perseverança em buscar ao Senhor e servi-lo. Clique aqui para conhecer mais sobre a história de Abe e participar de uma campanha de cartas de encorajamento.

Tradução: Maria Helena Aranha

"Há muita coisa acontecendo na Coréia do Norte"

Os guardas da fronteira norte-coreana ajudam a assegurar o isolamento do país

CORÉIA DO NORTE (1º) - As reflexões a seguir foram escritas por um viajante depois de visitar a Coréia do Norte em 2006. Leia suas impressões: Agora que tento examinar e interpretar, em retrospectiva, a viagem à Coréia do Norte, não sei por onde começar. Uma visita à Coréia do Norte é como um filme surrealista. Vi muita coisa, mas o que realmente vi? Isso não acrescenta muito, mas como descrever de forma compreensível aos que não estiveram lá? Algo está muito claro: inegavelmente, há muita coisa acontecendo na Coréia do Norte. Em uma tentativa de reunir minhas observações e minha análise, diria que a Coréia do Norte é fechada, todavia a fechadura da porta começa a falhar e, algumas vezes, deixam a porta entreaberta. Movimentação restrita �Fechada� é um termo moderado para descrever a realidade que continua temível e totalitária. De forma objetiva e tangível, o país está fisicamente fechado. Como visitante, você percebe isso na chegada: é difícil conseguir visto, atravessar a fronteira demora muito e há muitos trâmites burocráticos. É quase impossível se movimentar livremente pelo país; a supervisão, que se disfarça com a presença de um guia, é constante. Contudo, essas restrições físicas são muito mais dramáticas para os habitantes, e apenas a elite viaja pelo próprio país. Pyongyang, como capital da elite, é uma fortaleza inexpugnável para os norte-coreanos da área rural. Os �animais sem cauda� (os prisioneiros de campos de concentração) sofrem o confinamento físico mais terrível, e, em geral, não se fala sobre a existência disso no país. No entanto, sabemos disso, por exemplo, por meio de relatos de Soon Ok Lee. Estes são os proscritos do sistema norte-coreano. Bloqueio econômico A economia também é bloqueada. Vemos isso no estado deplorável das rodovias e estradas

de ferro, nos monumentos públicos, nos ônibus, trens e bondes, na total falta de manutenção dos edifícios e no método arcaico de agricultura. E isso é algo doloroso em um país que tem um potencial de riqueza tão grande e uma população com um espírito muito competitivo, além de ser cultural e historicamente muito talentosa. A Coréia do Norte não é um país pobre apenas no sentido literal. É um país que sofre de total má administração e ineficiência desconcertante. Isso significa que a Coréia do Norte está fisicamente fechada, presa em uma ideologia totalitária destrutiva. Confinamento psicológico O confinamento psicológico é menos objetivo, mas não menos real. A forma �juche� de pensar que, em síntese, personifica a superioridade e a autonomia absolutas da nação coreana e a absoluta adoração do homem e suas realizações são catalisadas na liderança absolutista, em um sentido intelectual, prático e moral, do amado �eterno� presidente Kim Il Sung, e o líder atual, seu filho Kim Jong Il. Com a influência do pensamento �juche�, o pai morto e o filho mantêm a Coréia do Norte com garras paralisantes. O pensamento �juche�não é apenas um conjunto de fatos que são considerados verdades, mas também, e principalmente, uma forma de pensar totalitária, uma doutrina. As crianças são criadas nesse sistema, e os adultos doutrinados com informações que são apresentadas como verdades, e estas são reiteradas ao longo da vida. Percebemos isso constantemente nos comentários dos guias de monumentos e de museus. As informações estatísticas são apresentadas de forma impecável: tamanhos, pesos, datas, citações do líder. No entanto, qualquer reflexão, análise e síntese são formas de pensamento não praticadas pelo povo da Coréia do Norte. O resultado é que a forma de pensar ocidental, ou o modo de se iniciar uma conversa (�O que você pensa sobre...?�, ou algo até mais pessoal: �Como você se sente sobre...?�), causa problemas de comunicação intransponíveis. Dessa forma, a Coréia do Norte está psicologicamente aprisionada e, de forma geral, é incapaz de reavaliar os antigos pontos de vista com base em novas informações para chegar a novas conclusões. O isolamento em relação à informação que existe há mais de meio século (a mídia é totalmente controlada) põe os norte-coreanos em um tipo de quarentena involuntária, inconsciente. Soa bastante estranho quando os guias apresentam de forma objetiva informações incorretas. Isso torna vulnerável a interação livre com os norte-coreanos; afinal, quem somos nós para confrontá-los com a ignorância de que estão inconscientes e pô-los em uma posição difícil? Sob o aspecto humano, isso também torna a aceitação do evangelho algo extremamente difícil. No entanto, sabemos e acreditamos que o Espírito de Deus transcende os limites e as fronteiras impostos pelos homens! Espiritualmente fechados O país não é fechado apenas física e psicologicamente. O mais angustiante é que os norte-

coreanos não são livres para crer no que querem. O principal e mais assustador é que o país também é fechado espiritualmente. Revela-se a extensão do sistema totalitário pela prisão e pela condenação à morte de muitos cristãos no país. Encorajam as crianças, em obediência ao �Grande Líder�, a relatar quando vêem seus pais lendo um certo livro preto (a Bíblia) em casa e/ou orando. Encontros de fiéis são proibidos, além de serem fatalmente perigosos. O mesmo se aplica ao fato de possuir uma Bíblia ou de escutar um rádio que não esteja na estação controlada pelo Estado. Na Coréia do Norte, há cristãos que não se ajoelharam para Baal. O antigo e reverente epíteto para Pyongyang, a �Jerusalém do Oriente�, ainda não está totalmente desvanecido, e acreditamos firmemente que ganhará força de novo. A extensão da batalha espiritual no Reino celestial revela-se pelo crescimento tênue da presença da igreja, a presença e penetração de colaboradores da seita Moon (muito ativa a partir da Coréia do Sul) e a crescente influência da, assim chamada, religião tradicional, o budismo. Revela-se no fato de que o nome de Jesus � que nos é dado como a Verdade (absoluta), o Caminho e a Vida � é o único nome na Coréia do Norte que leva à execução imediata ou à detenção em um campo de concentração. E embora objetivamente pareça que haja espaço na doutrina para outras heresias, [isso é] uma prova indireta da integridade do evangelho, pois Deus está presente em sua Palavra. As fechaduras rangem A Coréia do Norte, ou como os guias preferem se referir ao país, o DPRK, República Democrática Popular da Coréia (�somos um povo, uma nação�) é uma prisão. O país está fechado física, psicológica e espiritualmente. Contudo, há sinais de esperança. As fechaduras rangem e já deixam a porta entreaberta. Em nossa chegada ao país, os guias não pronunciaram um tributo a Kim, ao �juche� ou ao país nem nos deram as instruções comuns que deveríamos seguir durante nossa visita (embora não permitissem que tirássemos fotografias que retratassem a pobreza). Ao contrário, os guias eram bem relaxados, faziam brincadeiras e deram bastante espaço para contato com o povo. Está diminuindo a presença dominante de retratos do pai e do filho, Kim, nas ruas e nos prédios. Em muitos lugares, os retratos foram até removidos. Ao passo que há poucos anos, na rua, as pessoas não levantavam os olhos e não reagiam a cumprimentos ou acenos, agora elas, freqüentemente, respondem e parecem relaxadas. É evidente que as pessoas temem se expressar e fazer contato. Cresce a agressividade das polícias de fronteira norte-coreana e chinesa, um sinal óbvio e patente de aumento de tensão no mundo espiritual. Pela primeira vez, o regime pediu auxílio externo por causa da terrível inundação que houve em meados de julho. Embora os guias relatem que houve poucos milhares de vítimas, algumas organizações afirmam que houve centenas de milhares de vítimas fatais. Todos os jogos de massa desse ano foram cancelados. Vale a pena visitar a Coréia do Norte. Se alguém pode trazer libertação para esse país

fechado é o Senhor Deus. É bastante surpreendente que ele nos use, pessoas de carne e osso, sem valor e tão vulneráveis quanto os iludidos norte-coreanos, para ficar na brecha por eles, para orar e para testificar. Os cristãos que visitam a Coréia do Norte, ao ver e ao ouvir os cristãos de lá louvar e orar, comprovam a fidelidade e o amor de Deus por todos. E desde a queda de Jericó, sabemos que as orações, o andar e os vivas do povo fiel precederam o colapso dos muros da cidade. Que Deus, ajudado por nossa obediência e fidelidade, conceda que os muros da prisão da Coréia do Norte também caiam logo.

Tradução: Maria Helena Aranha

Pastor Rey, um homem de coragem

VIETNÃ (8º) - Rey é pastor de uma área e supervisiona as igrejas domésticas nas províncias do planalto central do Vietnã. Ele executa seu trabalho principalmente para três grupos tribais da área. Atualmente, cerca de 40 cooperadores ajudam-no em regime de tempo integral. Ele iniciou seu trabalho em 1992, tendo somente sua família como membros da igreja. Em 14 anos, realizou a implantação de 32 igrejas, com um total de 700 membros. �Embora enfrentemos muitas perseguições, Deus fez a igreja crescer�, disse ele. Em 1992, o Pastor Rey inscreveu-se no Programa de Treinamento Pastoral da ICI (Instituto de Correspondência Internacional). Por intermédio da ICI, ele se tornou mais efetivo em seu trabalho da igreja e viu crescer sua fé e seu conhecimento da Bíblia. O pastor Rey terminou seu treinamento somente em 2001. �Fui preso enquanto estava estudando na ICI e retornei aos estudos somente em 1997, após minha libertação,� disse ele. Entretanto, seu atrito com as autoridades continuou, e, recentemente, sua casa foi confiscada, e sua família, banida do povoado. �Não conto com um local de reuniões onde meus cooperadores possam ter comunhão entre si e receber treinamento. Por favor, orem para que em breve tenhamos uma casa.� Ele está hospedado com um bom amigo que também é membro de sua igreja. O pastor Rey mantém o destemor em meio à perseguição. �Por vezes, tenho medo da perseguição, mas depois me recordo das palavras de Jesus, em João 16. Ele venceu o mundo e, portanto, não devo temer nem me preocupar.� Para aqueles que constantemente oram pela igreja vietnamita, o pastor Rey diz: �Obrigado. A igreja se mantém graças às orações e às intercessões de muitas pessoas ao redor do mundo�. Pedidos de oração: � Pelo Pastor Rey � Para que ele seja ungido e abençoado por Deus, à medida que dá início a seu trabalho de evangelização em dois novos grupos tribais. � Por um novo local para encontros � Por favor, ore para que ele e sua família tenham, brevemente, uma casa que também sirva de local de encontro para os cultos de adoração, para comunhão dos irmãos e para formação dos cooperadores. � Pelo ministério do pastor Rey � Ore por proteção, sustento e saúde para ele e sua família enquanto desempenham suas funções ministeriais.

Cura de uma filha leva família à salvação ÍNDIA (29º) - Deepak e Pratima tinham perdido toda esperança de que sua filha se recuperasse de uma misteriosa doença. Manju sofria de uma dor de estômago tão intensa que a impedia de freqüentar a escola regularmente. Ela perdia peso progressivamente e era angustiante para os pais assistir a isso tudo. Parecia que Deepak e Pratima tinham tentado tudo. Eles fizeram sacrifícios para seus deuses, buscara ajuda médica, e submeteram a filha enfraquecida a um longo tratamento médico. O médico indicou uma cirurgia, mas Deepak e Pratima já tinham gasto a maior parte de seus recursos em tratamentos anteriores e em sacrifícios de animais para seus deuses e deusas. Eles mal tinham dinheiro para comer. Definitivamente não havia dinheiro suficiente para pagar pela cara cirurgia. Eles estavam tão desesperados por ver o sofrimento da filha que pensavam em acabar com a própria vida. Então Pratima encontrou Narander, um missionário da agência Gospel for Asia, que atua na região. Ela contou ao missionário as lutas da família e ele testemunhou e orou por sua filha. Narander continuou a visitar a família, encorajando-os a confiar em Jesus. Os cristãos da igreja de Narander oraram e jejuaram pela cura de Manju e o Senhor respondeu, restaurando a saúde da jovem. Cheia de gratidão a Jesus, a família inteira recebeu Jesus como Salvador. Hoje Manju freqüenta a escola e passa bem. No vilarejo em que mora, sua cura é um vibrante testemunho do poder e da glória de Jesus.

Tradução: Cristina Ignácio

Professores de escola dominical ensinam alunos a perseverar

Crianças cristãs oram

CHINA (12º) - A irmã Wang é professora de escola dominical e coordenadora da região central da China que supervisiona mais de quatrocentos professores em vinte distritos ligados a sua rede de igrejas não registradas. Ela compartilha o testemunho de crianças das escolas públicas que se recusaram a negar Cristo apesar do ultimato que receberam. O lenço vermelho Uma vez que se descubra que o aluno da escola pública freqüenta a escola dominical, em geral, eles sofrem pressão dos professores, baseada nos regulamentos escolares, e decidem largar a escola dominical. Quando a professora da escola de Xiao Mei* descobriu que ela freqüentava a escola dominical, ameaçou a menina: �Se continuar a freqüentar a escola dominical, você terá de deixar de usar o lenço vermelho!�. Na China, as crianças que freqüentam escola pública usam um lenço vermelho que significa que são membros dos Jovens Pioneiros, a organização do Partido Comunista chinês para crianças. Xiao Mei enfrentava um dilema � o que era mais importante: continuar freqüentando a escola dominical ou continuar a usar o lenço vermelho? Todos os outros alunos da classe dela usavam o lenço vermelho. Ela queria ser como seus colegas. Ela foi para casa com o coração em tumulto e chorou. Depois, telefonou para sua professora da escola dominical em busca de conselho. A professora encorajou-a e disse-lhe para orar pedindo que Deus a orientasse na decisão. No dia seguinte, quando a professora da escola de Xiao Mei abordou-a depois da aula, ela estava pronta, e falou com audácia para a professora: �Se não posso usar o lenço vermelho, acreditarei em Jesus!�. Em uma escola, as autoridades ameaçaram as crianças da escola dominical com a expulsão dos Jovens Pioneiros e com a vergonhosa remoção do lenço vermelho, a menos que parassem de ir à escola dominical. Os professores cristãos ensinaram as crianças a responder a tais ameaças de maneira a não

comprometer a fé. Uma criança, quando pressionada, respondeu desta maneira ao seu professor: �E daí se você me expulsar dos Jovens Pioneiros?!�. Isso soa um pouco desrespeitoso, mas a recusa deixa o professor atônito! As lições provaram-se benéficas para ajudar as crianças a permanecerem firmes.

Tradução: Maria Helena Aranha

Entregas preciosas

CHINA (12º) - O relato abaixo foi escrito por Pedro (pseudônimo), líder de uma rede de igrejas chinesas que participou durante muitos anos do programa de distribuição de Bíblias da Portas Abertas. Nele, Pedro fala da importância que os cristãos da Igreja chinesa dão à Bíblia. �Há 26 anos, quando não tínhamos uma Bíblia, a Portas Abertas correu o risco de nos trazer o primeiro exemplar. Eu sei o que significam essas Bíblias e fico com o coração contrito quando, nos dias de hoje, vejo alguém na igreja que não vê a Bíblia como um bem extremamente precioso. Recentemente estive na província de Henan, vi Bíblias sujas e desorganizadas. Fiquei muito triste. Na primeira vez que fui a Wuhan, região central da China, conheci Ana, uma distribuidora da Portas Abertas e a vi carregando dois pacotes pesados, um em cada mão. Essa pequena mulher cristã carregava mais do que eu mesmo podia levar, sendo homem. Ana foi um canal de bênçãos para nossas vidas e uma grande auxiliadora da Igreja. Bíblia manuscrita Uma velha senhora cristã correu o risco de ser morta durante a Revolução Cultural por esconder uma Bíblia em casa. Quando nós descobrimos que ela tinha uma Bíblia, ajoelhamos e pedimos que ela nos emprestasse para copiá-la, mas ela se negou. O marido dela ficou furioso. Depois de muita insistência, ela finalmente se dispôs a nos emprestar sua Bíblia por 20 dias. Nós nos organizamos em turnos, dois copiavam e dois corrigiam, dia e noite. Ao final da última noite, concluímos o trabalho e fomos devolver a Bíblia. Como estávamos exaustos, adormecemos no caminho. Pela manhã nos apressamos a encontrar a senhora de idade e nos desculpamos pelo atraso. A partir desse dia, começamos a ler nossa cópia feita a mão. Naquele momento nós

Bíblia chinesa

tínhamos 10 igrejas e usávamos a Bíblia durante nossos encontros. Esta cópia ia passando de igreja em igreja. A primeira Bíblia impressa da Igreja Quando soubemos que uma mulher que ajudava em nossos encontros tinha uma Bíblia, pedimos que a doasse para a Igreja, mas ela disse: �Não!�. Os membros da congregação se juntaram ao redor dela, ajoelharam e imploraram: �Irmã Ping, por favor nos dê a Bíblia! Essa Bíblia é como nossas próprias vidas!� Oramos até ficarmos sem voz e Deus não nos respondeu. Nem nos importamos se tinha gente andando por perto. Decidimos instigar a Irmã Ping para que ela nos entregasse a Bíblia. Começamos a segui-la por diferentes lugares, encontros e até chegamos a viajar com ela algumas vezes, percorrendo uma distância de cerca de 100 quilômetros. Até que um dia ela finalmente nos deu a Bíblia! Distribuição Em junho de 1981, a Portas Abertas distribuiu um milhão de Bíblias pela China em apenas uma noite. Eu não estava entre os contatados para recebê-las. Mas, havia algumas Bíblias do Projeto Pérola, que estavam com alguns pescadores. Alguns irmãos e irmãs compravam dos pescadores e as doavam para a rede de contatos da Igreja. Essa Bíblia foi muito preciosa para nós. Nós a escondíamos em um buraco cavado no lugar em que fazíamos os cultos e cobríamos o esconderijo com uma pedra. Assim foi durante dez anos, até ser descoberta e confiscada. Depois disso, veio um milagre. Josué (outro distribuidor da Portas Abertas) nos deu uma sacola com Bíblias. Nunca tínhamos visto tantas delas! Nossos horizontes se ampliaram. Ficamos muito felizes em receber aquelas Bíblias para as igrejas! Foi uma experiência preciosa, sem preço. Entregamos uma Bíblia para cada igreja. Na época, os irmãos e irmãs oravam e choravam continuamente, dizendo: �Nos preparamos para sermos presos por causa dessa Bíblia�. 60 caixas com Bíblias Lembro de uma vez em que estávamos com poucas Bíblias e livros cristãos. Então recebemos de Ana uma caixa com 60 Bíblias. Depois de orarmos, distribuímos as Bíblias entre diferentes igrejas durante todo o dia e noite, sem dormir. Não sabemos quem nos deu as 60 caixas, mas sempre oramos por essas pessoas. O avivamento da Igreja Chinesa aconteceu de porta em porta com esses colaboradores do exterior e Deus sabe o quanto somos gratos!

Prisão O Senhor Deus me disciplinou usando o tempo em que passei na prisão para meu crescimento espiritual. Em 1981, Deus me disse claramente que no dia seguinte eu teria

minhas mãos atadas. Esse acontecimento me fez querer fugir. Eu corri para pegar um ônibus. Fiquei esperando, esperando, esperei a noite toda e quando o ônibus finalmente passou, não parou para mim. Voltei para o lugar do encontro com os irmãos. E só quando eu subi ao púlpito para pregar é que a polícia veio e me arrastou para fora. Eles também pegaram alguns outros irmãos e irmãs e os forçaram a ajoelhar. Eles me amarraram com as mãos para trás atadas à Bíblia. Eu agradeço a Deus por essa oportunidade de ter sido amarrado com a Palavra de Deus. O tempo passou, a dor começou a ficar intensa e eu orei. Fiquei de mãos atadas por seis horas. A polícia colocou os cristãos capturados na minha frente e perguntou se me conheciam. Eles disseram que não. A polícia perguntou de novo, usando a força para perguntar �se eles não conheciam o seu líder�, mas eles mantiveram a negativa: �Nós não o conhecemos! Nós não o conhecemos!�. Quando a polícia virou-se para mim, eu não conseguia mais sentir as minhas mãos. Fui espancado até que os bastões usados pelos policiais se quebraram. Eles ficaram assustados, mas por dentro eu estava feliz. O Senhor me disse: �Filho estarei com você nesse momento de sofrimento e você reinará comigo�. Comecei a rir. Sim, eu não estava chorando, estava sorrindo! Eles acharam que um nervo havia sido atingido por causa dos açoites e ficaram com receio de bater mais. Pensaram que eu tinha enlouquecido. Estive na prisão por quatro vezes. Deus me protegeu e permitiu que eu orasse e lesse a Bíblia sem ser incomodado. Na prisão eu podia me conectar a Deus e pude pregar a Palavra na cadeia. Mais de 20 pessoas vieram para Cristo com o meu testemunho na cela. Lição Na prisão, aprendi a importante lição sobre a perseverança. Antes eu não conseguia tolerar meus colaboradores. Na prisão, perdi minha liberdade e me senti espiritualmente só, o que é pior do que a solidão física. Na última vez em que saí da prisão pedi a Deus que não me deixasse mais ir para a cadeia. Hoje estou escondido e sou perseguido. O mundo me vê como um fugitivo. Não posso voltar para casa, mas isso não é motivo suficiente para parar de servir a Deus. Ainda há muitas tarefas a cumprir. Nós temos novos crentes em regiões montanhosas pobres. Temos milhares de Bíblias anualmente. Se o Senhor nos deu tudo isso, temos mais é que ter livros para orientar e pastorear nossos líderes. Tradução: Tsuli Narimatsu

Classificação de países por perseguição* Os países em que há mais perseguição aos cristãos

Classificação publicada em 6.3.2006

Classificação de países por perseguição1º semestre 2006

Janeiro 2006

País Nota Incerteza

1 Coréia do Norte 82,0 7,0

Perseguição severa

Opressão

Limitações severas

Algumas limitações

Alguns problemas

2 Arábia Saudita 68,5 0,0 3 Irã 67,5 0,0 4 Somália 62,0 2,0 5 Maldivas 60,5 0,0 6 Butão 59,0 0,0 7 Vietnã 58,0 0,0 8 Iêmen 58,0 0,0 9 Laos 56,0 0,0 10 China 56,0 0,0 11 Afeganistão 53,0 5,5 12 Uzbequistão 52,5 0,0 13 Turcomenistão 52,0 2,0 14 Eritréia 50,5 3,0 15 Comoros 47,5 2,0 16 Paquistão 47,0 0,0 17 Egito 46,0 0,0 18 Mianmar(Burma) 45,0 0,0 19 Azerbaidjão 41,5 0,0 20 Marrocos 41,5 1,5 21 Brunei 41,5 1,5 22 Líbia 41,0 7,5 23 Iraque 39,5 0,0 24 Cuba 39,0 0,0 25 Djibuti 36,5 8,0 26 Índia 36,0 0,0 27 Sudão 35,0 0,0 28 Nigéria (Norte) 34,5 0,0 29 Tadjiquistão 34,0 0,0 30 Sri Lanka 33,5 0,0 31 Repúblicas Muçulmanas

da Federeção Russa: Tchetchênia, Daguestão e Kabardino Balcária Líbia

33,0 3,0

32 Tunísia 32,5 5,0 33 Catar 32,0 3,0 34 Nepal 31,0 0,0 35 Indonésia 31,0 3,5 36 Turquia 30,5 0,0 37 Argélia 30,0 4,5 38 Etiópia 28,5 5,0 39 Bangladesh 28,5 0,0 40 Mauritânia 27,5 12,5 41 Kuweit 27,5 2,0 42 Emirados Árabes Unidos 27,5 0,0

Saiba como a Classificação é formada

Portas Abertas criou esta Classificação para acompanhar o grau de intolerância para com os cristãos ao redor do mundo. Ela é muito útil para manter você sempre alerta em relação aos países mais fechados ao Evangelho e acompanhar aqueles em que a perseguição está se tornando mais intensa.

As colunas da Classificação

� A 1ª coluna apresenta a posição do país na lista. O país em primeiro lugar é aquele cuja situação é pior em termos de perseguição religiosa. � A 2ª apresenta o nome do país ou região. � A 3ª traz a nota final obtida no questionário mais recente. � A coluna 'Incerteza' mostra o grau de falta de informação precisa sobre o lugar. Se uma questão é respondida pela opção "Não se sabe/Nenhuma informação disponível", o número máximo de pontos possíveis é atribuído a tal pergunta. Quanto mais pontos, menor a certeza. Isso também significa que a nota somada aos pontos de incerteza é o pior cenário possível para tal país. Veja a lista anterior, de 2005

*Nota: Esta é a lista de 2006, embora a lista de 2007 já tenha sido publicada. É que ela ainda não está disponível no site, mas pode ser solicitada por e-mail. E a pouco tempo

foi publicada no Letras Santas.