118274-parte 2 - geografia humana

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C:\Users\Mario Melo\Documents\Apostila Geo_física\Parte 2 - Geografia Humana.docx CAPÍTULO 3 Atividade Industrial Ciclos de Desenvolvimentos Tecnológicos da Revolução Industrial A força motriz do progresso econômico é a inovação. Riqueza, prosperidade, desenvolvimento vêm da inovação e só dela. Para Schumpeter, inovação tem um significado preciso: é a substituição de formas antigas por formas novas de produzir e consumir. Produtos novos, processos novos, modelos de negócios novos. Essa substituição é permanente, e ele a chamou de "destruição criativa" - expressão que todo mundo usa hoje. É esse processo que faz o sistema capitalista ser o melhor que existe para gerar riqueza e produzir crescimento econômico. O que Einstein chamou de "anarquia do sistema capitalista" é exatamente sua força, segundo Schumpeter. Sem "destruição criativa" não há riqueza. Os agentes da inovação são os empreendedores. Empreendedores são indivíduos (são pessoas, não instituições, não governos, não partidos) movidos "pelo sonho e pela vontade de fundar um reino particular". Por causa da "destruição criativa", homens de negócios prósperos pisam num terreno que está permanentemente "se esfarelando embaixo de seus pés". A instabilidade, o não equilíbrio, a desigualdade e a turbulência são inevitáveis - o preço a pagar pelo progresso. Ditos assim, esses dois pilares do pensamento de Schumpeter - inovação e empreendedorismo - não parecem muito sexy, mas deixe-me elaborá-los um pouco. A Era Pré-Industrial Antes do que chamamos Revolução Industrial, não havia uma maneira ou um sistema unificador no processo de elaboração da matéria-prima. Artesãos, em suas oficinas ou corporações de ofício, produziam os bens manufaturados segundo o que era encomendado por um comerciante que fornecia a matéria-prima; depois do produto acabado, ia buscá-lo para levá-lo ao mercado. Manufatura Doméstica A Primeira Revolução Industrial A era industrial foi inaugurada por volta do século XVIII, quando um conjunto de novas tecnologias, como: a máquina a vapor (1765), a máquina de fiar (1767), e o tear mecânico (1785) foram introduzidos no sistema de produção fabril inglês. Essa primeira revolução industrial esteve restrita, até o início do século XIX, à Inglaterra e sua quase totalidade baseou-se no desenvolvimento da indústria têxtil. Fábrica Símbolo da Industrialização A distribuição espacial das nascentes industriais foi fundamentada na necessidade de proximidade das jazidas de carvão (hulha), sua fonte básica de energia, pois era da sua queima que se geravam o calor e a força mecânica que moviam suas máquinas. Por outro lado o próprio carvão inibia a expansão do processo posto que seu peso dificultava a sua locomoção para áreas mais distantes.

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CAPÍTULO 3

Atividade Industrial

CCiiccllooss ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttooss TTeeccnnoollóóggiiccooss ddaa RReevvoolluuççããoo IInndduussttrriiaall

A força motriz do progresso econômico é a inovação. Riqueza, prosperidade, desenvolvimento vêm da inovação

e só dela. Para Schumpeter, inovação tem um significado preciso: é a substituição de formas antigas por formas novas de produzir e consumir. Produtos novos, processos novos, modelos de negócios novos. Essa substituição é permanente, e ele a chamou de "destruição criativa" - expressão que todo mundo usa hoje. É esse processo que faz o sistema capitalista ser o melhor que existe para gerar riqueza e produzir crescimento econômico. O que Einstein chamou de "anarquia do sistema capitalista" é exatamente sua força, segundo Schumpeter. Sem "destruição criativa" não há riqueza. Os agentes da inovação são os empreendedores. Empreendedores são indivíduos (são pessoas, não instituições, não governos, não partidos) movidos "pelo sonho e pela vontade de fundar um reino

particular". Por causa da "destruição criativa", homens de negócios prósperos pisam num terreno que está permanentemente "se esfarelando embaixo de seus pés". A instabilidade, o não equilíbrio, a desigualdade e a turbulência são inevitáveis - o preço a pagar pelo progresso. Ditos assim, esses dois pilares do pensamento de Schumpeter - inovação e empreendedorismo - não parecem muito sexy, mas deixe-me elaborá-los um pouco.

AA EErraa PPrréé--IInndduussttrriiaall

Antes do que chamamos Revolução Industrial, não havia

uma maneira ou um sistema unificador no processo de elaboração da matéria-prima. Artesãos, em suas oficinas ou corporações de ofício, produziam os bens manufaturados segundo o que era encomendado por um comerciante que fornecia a matéria-prima; depois do produto acabado, ia buscá-lo para levá-lo ao mercado.

Manufatura Doméstica

AA PPrriimmeeiirraa RReevvoolluuççããoo IInndduussttrriiaall A era industrial foi inaugurada por volta do século XVIII,

quando um conjunto de novas tecnologias, como: a máquina a vapor (1765), a máquina de fiar (1767), e o tear mecânico (1785) foram introduzidos no sistema de produção fabril inglês.

Essa primeira revolução industrial esteve restrita, até o

início do século XIX, à Inglaterra e sua quase totalidade baseou-se no desenvolvimento da indústria têxtil.

Fábrica – Símbolo da Industrialização A distribuição espacial das nascentes industriais foi fundamentada na necessidade de proximidade das jazidas

de carvão (hulha), sua fonte básica de energia, pois era da sua queima que se geravam o calor e a força mecânica que moviam suas máquinas. Por outro lado o próprio carvão inibia a expansão do processo posto que seu peso dificultava a sua locomoção para áreas mais distantes.

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Com a Primeira Revolução surge o processo de divisão social do trabalho através do desenvolvimento do Taylorismo – ideologia-técnica de exploração da mão-de-obra onde o processo produtivo compartimentasse: de um lado aqueles que têm capital ou conhecimento científico; do outro aqueles que possuem apenas força de trabalho.

Além do processo produtivo, devemos destacar a

ideologia política que o embasou: O Liberalismo econômico, “desenvolvido” por Adam Smith e que incentivava a livre competição, a livre iniciativa e a não intervenção do Estado na economia que seria regulada pela lei da oferta e da procura.

AA SSeegguunnddaa RReevvoolluuççããoo IInndduussttrriiaall

Os avanços da ciência e do conhecimento levaram à criação de novas tecnologias que começaram a ser agregadas ao processo de produção ou a substituir as antigas tecnologias utilizadas na primeira revolução industrial; entre elas, podemos destacar:

A. O processo de transformação do ferro em aço, criado

por Bessemer, inaugura a siderurgia moderna. B. A substituição do vapor pela eletricidade, com a

criação do dínamo, consolidando esta última como a força motriz da indústria.

C. A criação do motor a combustão interna e a utilização do petróleo como combustível dão embasamento a indústria automobilística, que se tornaria o principal ramo da economia mundial no primeiro quartel do século XX.

Ford e a Era do Automóvel Essa Segunda revolução industrial marca também o

processo de dispersão da atividade industrial. Não apresentam um único centro geográfico; alguns países como a Alemanha, os Estados Unidos e o Japão que conseguem pacificar seus conflitos internos (a unificação, a guerra da secessão e a Revolução Meiji, respectivamente) promovem uma verdadeira arrancada industrial, assinalando o declínio da hegemonia britânica.

Nos Estados Unidos Desenvolve-se o Fordismo ou

sistema de esteira ideologia-técnica produtiva desenvolvida pelo Henry Ford que, eliminava do processo produtivo por meio da distribuição dos operários ao longo de uma esteira móvel, os gestos desnecessários ampliando sobremaneira a produtividade industrial.

Chaplin e a critica ao Fordismo

Processo Fordista de Produção

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Cartel da 7 Irmãs

Por seu turno a ampliação produtiva conjugada com a competição

extremada que caracterizaram o momento acarretou a primeira crise de superprodução industrial-capitalista desencadeando um processo de autofagia empresarial. Como resposta o próprio sistema desenvolveu o sistema monopolista com a estruturação de grandes trustes e Cartéis que passam a expandir seu raio de ação para fora dos centros de poder em busca de novos mercados consumidores, bem como mão-de-obra barata, novas fontes de energia(principalmente o petróleo) e matéria-prima, promovendo o imperialismo ou neocolonialismo através da partilha da África, Ásia e posteriormente os outros continentes.

A Terceira Revolução Industrial

Automatização do Processo Produtivo Estrutura Empresarial em Holding A terceira revolução industrial, também chamada de revolução tecnocientífica, começa a transformar a face do

antigo mundo industrial baseado na siderurgia, metalurgia e na indústria mecânica, quando por volta dos anos 70 começam a emergir novas tecnologias como a telemática, a microeletrônica (informática), a biotecnologia e a química fina ao lado de novos processos produtivos como a automatização e a robótica, que tornam o homem cada vez mais dispensável dentro do processo produtivo.

Essas novas tecnologias e processos produtivos criam um novo conjunto de ramos industriais que produzem

fábricas de mercadorias revolucionárias, deslocando o núcleo de acumulação de riqueza que, até o final da década de 70, estava nas mãos das indústrias tradicionais.

Uma das grandes responsáveis pelo processo de desenvolvimento tecnológico que acarretou a 3ª. Revolução

Industrial foi a guerra fria. À medida que os governos das duas superpotências (EUA e URSS) que rivalizaram no domínio do mundo investiram maciçamente no desenvolvimento de novas tecnologias (principalmente nos setores bélico e aeroespacial), propiciaram com o passar do tempo a incorporação dessas novas tecnologias ao cotidiano das sociedades.

O padrão dessas novas indústrias baseia-se no conceito de produtividade com baixo consumo de energia e intensa aplicação de ciência e conhecimento na elaboração de novos produtos. Ao contrário das indústrias, a condição essencial para o seu desenvolvimento não exige a sua instalação próxima às áreas de jazidas de matéria-prima, como carvão e minerais ou das grandes metrópoles e sim a presença de centros de pesquisa e mão-de-obra altamente qualificada.

Porém os dois maiores avanços desse período foram o desenvolvimento do Toyotismo, Ideologia-técnica

produtiva que ao mesmo tempo tentava reduzir o problema da superprodutividade através do sistema de esteira regulável e reduzir os custos produtivos através do processo de reengenharia, e automatização, e a estrutura empresarial na forma de Holdings – fusão de diversas empresas de setores diferentes, dando um maior equilíbrio e sanidade financeira.

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Regiões Industriais da União Europeia Reino Unido e França

O trecho ocidental da Europa, que envolve principalmente a França e o Reino Unido, é considerado uma das regiões mais industrializadas de todo o planeta. Vários aspectos beneficiam o grande desenvolvimento econômico-industrial desses países. Entre eles destaca-se e presença de recursos minerais e energéticos, como as jazidas de carvão mineral no Reino Unido, os depósitos de petróleo no mar do Norte e as jazidas de ferro e bauxita na França. Este país conta ainda com uma grande capacidade hidrelétrica disponível, a partir dos rios que descem dos Alpes e dos Pireneus.

Os principais centros

industriais dessa parte da Europa estão instalados junto a grandes cidades, como Londres e Manchester, no Reino Unido, e Paris, Lyon e Marselha, na França, e contam com as mais diversas

atividades industriais – siderurgia, metalúrgica, química, e petroquímica, aeronáuticas, eletrônicas, têxteis e alimentícias.

Alemanha

Na porção central da Europa, o país que

mais se destaca é a Alemanha, atualmente o mais industrializado de todo o continente. Com mais de 80 milhões de hab. e intensamente urbanizado, é considerado um dos países mais desenvolvidos do planeta, com uma renda per capita que supera a marca dos 25.000 dólares anuais.

O mais importante recurso natural

existente na Alemanha, que favoreceu todo o seu processo de desenvolvimento industrial, é o carvão mineral. As jazidas distribuem-se por diferentes pontos do país, porém com maior concentração na região drenada pelas águas do rio Reno e de seu afluente, o Ruhr.

Graças à presença dessa importante fonte

de energia é que a região conhecida como Vale do Ruhr se tornou a de maior concentração industrial da Alemanha, em particular do setor siderúrgico. Nesse vale, com pouco mais de 5 mil Km

2 e 8 milhões de

habitantes, localizam-se importantes pólos urbano-industriais, como Colônia, Dortmund e Essen.

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Na verdade, em todo o Vale do Reno observamos hoje a expansão do parque industrial alemão, com uma grande variedade de setores industriais: metalúrgico, mecânico, de máquinas e equipamentos, químico, petroquímico, automobilístico, eletrotécnico e farmacêutico, entre outros. Na porção meridional do continente europeu, o país mais industrializado é a Itália, cujo desenvolvimento industrial ocorreu de forma acelerada no período do pós-guerra, apesar de seu território não contar com importantes recursos naturais que pudessem favorecer a industrialização.

Itália A rapidez da industrialização italiana só foi possível pela participação direta e efetiva do Estado, que facilitou o

processo através de medidas de estímulo fiscal e da criação de infra-estrutura, bem como por meio da instalação de grandes empresas industriais estatais, particularmente voltadas para os setores da indústria de base, como a

siderurgia e a petroquímica. Tudo isso esteve aliado à entrada

maciça de capitais estrangeiros na forma de investimentos diretos, com a instalação de indústrias transnacionais, e de investimentos indiretos, na forma de aplicações no mercado financeiro italiano. Também muito contribuiu para esse desenvolvimento industrial a entrada de divisas por meio do turismo, uma das atividades mais significativas da economia italiana.

A principal área de concentração industrial da Itália, responsável por cerca de 70% de toda a produção industrial do país, é o Vale do Pó, no norte, uma extensa planície cortada de oeste para leste pelo rio Pó. Aí se destacam importantes pólos industrias, como Milão, Turim e Gênova, com produções diversificadas, a exemplo dos setores siderúrgicos, químicos, petroquímico, de pneumáticos, automobilístico e outros. No leste da

Europa existem dois países que se destacam na atividade industrial: a Rússia e a Ucrânia, cuja produção ainda reflete o longo período – mais de 70 anos – em que essas duas nações tiveram economia socialista. Assim, o parque industrial se volta fundamentalmente para o setor de bens de produção, e as industrias de base se espalham por todo o território, especialmente junto às áreas mais ricas em recursos minerais e de fontes de energia.

Industrialização do Estados Unidos

A gênese da industrialização estadunidense

localiza-se espacialmente no nordeste do seu território, na Nova Inglaterra onde indústrias de consumo foram impulsionadas por Nova Iorque e Boston grandes centros comerciais de então. Com o final da Guerra da Secessão e a descoberta de grandes jazidas carboníferas nos Apalaches e a utilização da hidroeletricidade o eixo de industrialização passou a internalizar-se em direção ao ocidente territorial, criando no final do século XIX o gigantesco pólo industrial denominado Manufacturing Belt, ou seja, Cinturão Fabril.

Nesta região, que se estende do Nordeste

aos Grandes Lagos, desenvolveram-se indústrias de bens de consumo, como a metalurgia, a siderurgia, a indústria química e a indústria mecânica, porém o destaque maior fica por conta desta ser considerado o berço da indústria automobilística dos Estados Unidos. Ao longo da

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primeira metade do século XX diversas obras de infra-estrutura foram implementadas para dinamizar a região, como exemplos podemos citar: a interligação do rio São Lourenço aos Grandes Lagos através de canais e eclusas; a abertura para o oceano Atlântico facilitando tanto a chegada de implementos industriais, bem como o escoamento da produção; a construção de ferrovias interligando os principais centros industriais, etc.

Até a Segunda Grande Guerra a Região do Manufacturing Belt foi a grande responsável pela produção industrial

dos Estados Unidos, porém em virtude de alterações conjunturais, podemos dizer que o período pós Segunda Guerra marca o início do processo de descentralização industrial estadunidense.

Principais Fatores da Descentralização Industrial dos Estados Unidos ao Longo do Século XX

Descoberta de grandes jazidas petrolíferas no Golfo do México e na Califórnia, fatos que facilitariam a industrialização do Sul..

Política de investimentos pesados na ampliação da malha rodoviária, facilitando ao mesmo tempo a interligação entre espaços longos, bem como estimulando a produção industrial automotiva.

Antiga Fábrica da Chrisler em Detroit

Ampliação da política de desenvolvimento hidráulico para outras bacias como as do Tennessee e do Colúmbia, facilitando o desenvolvimento industrial destas regiões.

Estratégia de desconcentração da produção bélica, aeronáutica e espacial em virtude do acirramento da Guerra Fria.

Reconstrução japonesa reatiçando o interesse comercial dos Estados Unidos pela Bacia do Pacífico e conseqüentemente a industrialização da Costa Oeste.

O forte sindicalismo na Região Nordeste estimulou a migração do empresariado da indústria mecânica para a Região Sul e Oeste onde a classe operária ainda não estava organizada.

Descoberta de grandes jazidas de ferro e carvão no Alabama Sudeste e em Los Angeles na Costa Oeste, onde se desenvolveram novos centros siderúrgicos.

Descoberta de jazidas de chumbo, cobre, níquel, estanho e outros minerais nas Montanhas Rochosas próximo a Salt Lake City no Estado de Uhta, gerando novas áreas metalúrgicas.

Surge desta forma o Sun Belt, Cinturão do Sol, nominação para uma nova espacialização industrial que se espalha por diversas novas e emergentes áreas do Sul e do Oeste.

Mais recentemente desenvolve-se

espacialmente como ampliação do Sun Belt a indústria de Alta Tecnologia, que por caracterizar-se por uma fraca dependência de fontes de energia e matérias-primas pesadas, pequenos custos com transportes, bem como alta qualificação técnico-científica da mão-de-obra, acarretou uma multiplicação de novos centros industriais distante dos antigos e tradicionais pólos.

Começaram a surgir à sombra de

diversas universidades grandes centros industriais de alta qualificação tecnológica, Boston onde atualmente sedimentou-se um amplo complexo informático é um bom exemplo dessa simbiose produtiva, posto que, este complexo sorve o fabuloso trabalho de diversos cientistas do MIT (Massachusets Institute of Technilogy); Nova Iorque onde

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SE LIGA, FERA! A pátria do Sol Nascente viveu mergulhada durante milênios numa fragmentação político-espacial atroz imposta pelo regime de Shogunato, tecnicamente similar ao feudalismo europeu.

está instalada a sede da IBM, maior empresa de informática do planeta é outro bom exemplo, porém o centro efervescente e glamouroso deste momento é o Silicon Valley ou Vale do Silício, grande parque industrial eletrônico e de informática estruturado em torno na Baía de São Francisco na Califórnia onde empresas como a Packard, Apple e Hewlett produzem computadores, softwares e programas embalados pelas mãos e mentes de cientistas e técnicos da Universidade de Stanford.

Ao longo do tempo os Estados Unidos foram vivenciando uma retração da importância do Manufacturing Belt e

uma ascensão do Sun Belt. O tradicionalismo fordista cede lugar a um modelo produtivo mais dinâmico, ancorado na flexibilidade, na automatizado, fundamentado na qualidade do conhecimento científico da mão-de-obra e em novos modelos de gestão empresarial, onde se evita o desperdício e descarta-se parte do processo terceirizando tarefas menos importantes para prestadoras de serviços que gravitam em sua volta. Contudo este modelo acarreta problemas sociais graves no trabalhismo estadunidense, como a pouca penetração de sindicatos classistas tradicionais, a utilização marginal de mão-de-obra de baixa qualificação para tarefas simples e principalmente uma elevação constante dos índices de desemprego estrutural.

Industrialização do Japão Fechado economicamente para o mundo este isolamento foi

rompido no século XIX quando ajudado pelo imperialismo estadunidense chega ao poder à dinastia Meiji. Esta dinastia que este no poder entre 1868 e 1912 promoveu profundas reformas política e econômicas que progressivamente transformariam o Japão de um país agrário em uma das maiores potências industriais do planeta.

O primeiro passo não foi de ordem econômica e sim de ordem

política: em troca dos estimados serviços prestados pelos Estados Unidos para destruir o poder dos Shoguns e seus Samurais os Meiji abrem os seus portos até então fechados para o Ocidente.

Contudo os imperadores da dinastia Meiji empenharam-se em implantar

medidas pragmáticas no sentido de industrializar e modernizar o país. Dentre as mais importantes pode-se destacar:

Construção de uma ampla rede de infra-estrutura, como portos e ferrovias.

Investimento na construção de indústrias de produção e de base.

Investimentos em áreas sociais estruturadoras como saúde e principalmente educação para de desenvolvimento de uma mão-de-obra saudável e de boa qualificação para exercer uma atividade econômica até então estranha para a população.

Imposição do Xintoísmo, religião que prega a extrema disciplina e obediência ao superior, e que transformou automaticamente o imperador chefe sagrado do Estado-Nação recentemente criado.

Imperador Mutsuhito Ao lado dessas medidas estruturadoras vários grupos familiares denominados Zaibatsus percebendo os bons

ventos econômicos que começavam a soprar passam a investir pesadamente na indústria. Posteriormente esses grupos que foram os embriões das primeiras indústrias privadas japonesas se tornariam gigantescos conglomerados empresariais.

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Lado a Lado o Maior e o Último Samurai: O Kensei (Santo da Espada) Miyamoto Musashi

e Takeda Territórios conquistados pelo Japão na Segunda

Guerra Mundial

Gokajô no goseimon

(Juramento de cinco cláusulas)

Logo após a devolução do poder ao imperador Meiji, no dia 14 de março de 1868, são editadas em nome do imperador, as diretrizes básicas do novo governo, denominadas Gokajô no goseimon (Juramento de cinco cláusulas):

1) Promover uma ampla assembléia, respeitando a opinião pública.

2) As medidas governamentais deverão ser tomadas em comum acordo. 3) Todos, desde os burocratas até os civis, devem concretizar suas aspirações, sem sobrecarregar-se física ou espiritualmente.

4) Abandonar os velhos costumes restritivos e agir abertamente, baseando-se nos bons costumes.

5) Procurar pelo mundo afora amplos conhecimentos para o bem da nação.

Sob essas diretrizes o novo governo tenta

modernizar o país, introduzindo o sistema ministerial (dajôkan seido), instituindo os três poderes, ou seja, o legislativo, executivo e o judiciário, seguindo o modelo americano.

Promulgação do sistema educacional

A difusão do ensino contribuiu em muito para a modernização do Japão. No ano de 1872 (ano 5 da era Meiji), o governo promulgou o sistema educacional em que estabelece a obrigatoriedade do ensino primário a todas as crianças a partir de 6 anos. Como a construção da escola e a mensalidade ficaram sob a responsabilidade da região, no início o número de alunos não foi grande, mas com o tempo essa situação foi revertida. Foram criadas muitas instituições de ensino superior, tal como a Universidade de Tóquio, contratando-se muitos professores estrangeiros e muitos estudantes receberam bolsas para estudarem nos países europeus e nos EUA. Em 1886 é divulgada a diretriz de educação do imperador Meiji, o famoso kyôiku chokugo, que passa a ser lido em todas as escolas até o fim da segunda guerra. O texto prega o amor fraternal, a amizade, o amor ao próximo, a dedicação aos estudos, o cultivo de conhecimentos, o trabalho para o bem social, obediência às leis para a manutenção da ordem social e a sincera dedicação para a paz e a segurança da nação.

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A disputa pela Bacia do Pacífico O crescimento econômico levou o Estado Japonês a um grave dilema: a exigüidade de recursos minerais e

energéticos do pequeno arquipélago vulcânico poderia acarretar uma grave crise produtiva já no nascedouro da sua industrialização.

Para fazer frente ao problema o Japão implementa uma ostensiva política imperialista contra os seus vizinhos no continente asiático e na bacia do oceano Pacífico.

Neste processo que durou do final do século XIX até o início da década de 1940 a principais áreas ocupadas pelo Japão foram:

Coréia e Taiwan em 1895.

Manchúria em 1931.

Nordeste da China em 1937.

Indochina em 1941.

Ilhas do Pacífico (Iwo jima, Marianas, Carolinas e Palau) entre 1941 e 1942.

A Reconstrução Japonesa / Milagre Econômico Japonês

Literalmente destruído em seu território pelos bombardeiros aliados e assistindo a perda dos territórios ocupados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o Japão soube assimilar o duro golpe e com muito estoicismo e engenhosidade soube superar a derrota e é hoje a maior potência econômica do Oriente, e com certeza uma das 5 maiores do planeta. A retomada rumo ao desenvolvimento pode ser explicada por dois conjuntos de fatores:

1. Conjunturais

A) A chegada da Guerra Fria ao Oriente do

Continente asiático com a adoção do Socialismo pela China com a revolução de 1949 fez com que os Estados Unidos passassem a investir pesados volumes de capitais na reconstrução japonesa. Essa ajuda foi denominada Plano Colombo que corresponde explicitamente ao que foi o Plano Marshall para a reconstrução dos países europeus, ou seja, uma forma de puxar esses países para sua esfera de influência.

B) A proibição do funcionamento das indústrias bélicas japonesas canalizando capitais dessa área para diversos

setores mais produtivos economicamente, como a produção de bens de alta tecnologia.

2. Estruturais

A) Investimento maciço em educação. B) Pré – existência de tecnologia fabril (herança da Era Meiji). C) Incentivos governamentais a exportação de bens industriais. D) Existência de mão-de-obra abundante, barata e qualificada. E) Tradição cultural de obediência, disciplina e coletivismo. F) Poupança interna garantida pelos salários do operariado guardados no início da fase de reconstrução.

Além dos fatores acima listados faz-se necessário salientar que no período imediatamente após a guerra, a

nação japonesa estabeleceu para si um pacto de reconstrução. Previa-se que em um século o Japão retornaria ao grupo dos países desenvolvidos. Técnicos, professores, operários, cientistas, agricultores, enfim, toda a população do país assumiu e aceitou os sacrifícios e os desafios a serem enfrentados nos anos e décadas seguintes.

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De uma forma vertiginosa esses fatores transformaram o espaço japonês de uma terra arrasada na segunda economia do planeta no final da década de 1980 passando a rivalizar na área econômica novamente com os Estados Unidos, porém agora não apenas na Bacia do Pacífico e sim de forma planetária.

Salientando a exigüidade de seus recursos

minerais e energéticos atualmente sua produção econômica anual, (em 1950 correspondia a 8,5% da norte-americana e metade da inglesa) representa 60% do produto anual dos Estados Unidos e quase quatro vezes o do Reino Unido.

Investimentos maciços em geração de energia

hidrelétrica e termonuclear foram feitos nas últimas cinco décadas do século XX, fato que conjugada com o forte protecionismo estatal elevou o Japão a condição de maiores produtores mundiais de aço, automóveis, navios, alimentos, eletrodomésticos, máquinas elétricas e não elétricas, bem como na produção têxtil onde é superada apenas pelos Estados Unidos e Itália.

No campo da microeletrônica, onde

inicialmente os recursos foram aplicados após a constatação de que várias nações estavam investindo somas volumosas em pesquisas sobre semicondutores e radio transistores, além da crença de que o novo setor da computação seria estratégico para agilizar e aperfeiçoar os investimentos empresariais, tornando o Japão extremamente competitivo no mercado internacional, sendo responsável por aproximadamente metade das exportações mundiais.

Alem desses setores industriais salientemos a

sofisticada indústria automobilística japonesa que renovou o conceito do automóvel fordista terminando por criar um novo processo produtivo (o Toyotismo) que passou progressivamente a ser copiado por vários países. Contudo o maior destaque dessa nova face industrial japonesa é o setor da robótica/cibernética, que não foi criada pelos japoneses e sim pelos Estados Unidos, porém aperfeiçoada de forma contundente pelo povo do sol nascente.

Mesmo mergulhado desde o final da década de 1990 numa infindável crise recessiva, diversas corporações

japonesas como a Mitsui, Mitsubish, Toyota Motor, Nissan e Sumitomo estão entre as maiores empresas planetárias. Convém salientar que esta crise recessiva tem como principal pivô à concorrência que passou a enfrentar a economia japonesa dos produtos industriais dos Tigres Asiáticos que na gênese da sua escalada industrial receberam fortes investimentos de capitais japoneses.

Os Países de Industrialização Planificada A economia planificada, ao contrário das economias de mercados as indústrias são estatais e não tem como

finalidade fundamental o lucro e sim a satisfação das necessidades básicas e mais importantes do conjunto da sociedade. Porém essas necessidades infelizmente não eram avaliadas pela sociedade e sim pelos órgãos governamentais encarregados do planejamento econômico, portanto estavam dissociados da realidade de fato.

Os planos governamentais eram elaborados para cada cinco anos (qüinqüenais), variavam de um país para

outro, porém em questão de industrialização todos os planos tanto da URSS, quanto dos países do leste europeu e

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até a China estabeleceram como prioridade o desenvolvimento de uma industrialização de base, voltada para a siderurgia, metalurgia, carboquímica e petroquímicas.

Este modelo de industrialização

apresentou excelentes resultados na União Soviética ao ponto desta tornar-se uma das duas grandes potências econômicas mundiais após a Segunda Guerra, e foi interessante para tornar diversos países de base econômica agrícola como a Polônia, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, em países industrializados, porém não desenvolveu nestes e isto não era prioridade sociedades de consumo e isto provocará repercussões fortíssimas sobre o seu futuro como veremos mais adiante.

Como vimos dos países que

adotavam até há pouco tempo à economia planificada Tcheca, ex-Alemanha Oriental, Polônia, Hungria, Eslovênia, Croácia e Bulgária constituem o grupo mais industrializado, porém a custa de indústrias pesadas e sem levarem em conta a combinação de fatores que serviu para promover o crescimento das empresas capitalistas, a proximidade das áreas de matérias primas, fontes de energias, centros consumidores e mão-de-obra barata e abundante. As indústrias desses países instalavam-se em áreas onde os custos eram maiores dependendo dos interesses do Estado, que giravam em torno de interesses estratégicos como ocupar uma área despovoada, próxima a regiões de conflitos, etc. estes pressupostos explicam porque a partir da década de 1980 este grupo de países passa a apresentar uma obsolescência industrial acelerada perante o crescimento e desenvolvimento tecnológico estadunidense e japonês, que após a Guerra passaram a investir maciçamente em novas tecnologias.

A ineficiência e o atraso tecnológico-industrial, o excessivo centralismo burocrático, que criava planos e mais

planos industriais voltados para a quantidade de produtos, jamais para a qualidade e a diversificação acarretou o engessamento e posterior quebra da economia industrial planificada gerando aumento de desemprego e da inflação, nos países do leste europeu, que dependendo do modelo de transição econômica adotado por cada um que podem ser temporários ou não, etc. A penas a China com sua abertura econômica para o mundo em 1973 está conseguindo superar tranqüilamente a saída de um modelo burocrático estatal para outro liberal – controlado.

Tipos de indústrias

Podemos classificar a indústria de diversas formas devido: a sua diversidade de produção e outras características. De maneira genérica, a indústria pode ser dividida em :

A. Indústria de Beneficiamento É aquela que apenas transforma um produto para que ele possa ser consumido. Exemplo: refinação de açúcar.

B. Indústria de Construção É aquela que utiliza diferentes matérias-primas para criar um produto novo. Exemplo: a construção civil.

C. Indústria de Transformação É a expressão que sintetiza o conceito de indústria. Engloba todas as atividades de reelaboração de uma matéria-prima, utilizando formas de produção com diferentes graus de sofisticação. Exemplo: fábrica de lápis ou de computadores.

Outras formas de Classificação

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Quanto ao grau de acabamento dos produtos

Indústria de Base É aquela que produz bens que servirão de base para utilização em outras indústrias. Exemplo: metalurgia, siderurgia, indústria química de base na fabricação de cimento, indústrias têxteis.

Indústria de derivados

É aquela que utiliza com matéria-prima bens semi-acabados ou que já foram beneficiados, dando-lhe um acabamento novo. Exemplo: indústrias de confecções (utiliza produtos beneficiados pela indústria têxteis).

Indústrias de bens finais

É aquela que produz bens prontos para utilização ou consumo independente de posterior acabamento. Exemplo: indústria de cerâmica.

Quanto à tonelagem de matéria-prima empregada e à quantidade de energia aplicada na produção

Indústrias leves

São classificadas, nesta modalidade, as de produtos alimentares, têxteis, de fumo, de bebida, de produtos farmacêuticos, confecções e calçados.

Indústrias Pesadas

São classificadas, nesta modalidade, a metalurgia, a siderurgia, a fabricação de navios, de máquinas e veículos automotores.

Quanto aos fins ou à destinação dos produtos

Indústrias de Bens não Duráveis

São aquelas que produzem bens que são rapidamente consumidos. Exemplo: produtos alimentares, bebidas, cigarros, calçados, medicamentos.

Indústrias de Bens Duráveis

São todas indústrias que produzem bens que tem um tempo de duração longo, para o constante aproveitamento da sociedade. Exemplos: Indústrias de eletrodomésticos, máquinas, veículos e motores.

Indústrias de bens de capital

Também chamada de indústria de bens de produção, é a mais importante de todas as modalidades de indústrias, pois produz as condições necessárias à realização de outras atividades industriais e aos transportes necessários a realização dessas atividades. Exemplo: indústrias de máquinas e ferramentas.

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Industrialização Tardia ou Periferização do Processo Industrial

Industrialização Tardia Na tentativa de tornar claro esse tema,

sigamos o esquema ao lado: O esquema mostra que os países

desenvolvidos, representados por P que com a Revolução Industrial começaram a desenvolver sua atividade industrial.

Essa industrialização tardia, foi

marcada pelo fato de depender dos países que se industrializavam primeiro. Outra manifestação dessa independência é que boa parte das industrias instaladas na América Latina, na África e na Ásia são filiais de empresas Norte-americanas, européias e japonesas.

Como exemplo de industrialização

tardia, podemos citar os países chamados Sul, cuja atividade industrial começou apenas no final do século XIX.

Existem países do terceiro mundo bem

mais industrializados que os demais. Esses países, chamados de subdesenvolvidos industrializados, são: Argentina, Chile, México e Brasil, na América Latina; República da África do Sul, na África; Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Malásia e Cingapura, na Ásia.

Nesses países a maior parte da população vive nas cidades. Verifica-se aqui, que a importância do setor

industrial, supera o setor agrícola. Por outro lado, há no terceiro mundo, nações bastante industrializadas, mas cuja população vive, em sua maioria, no campo. Por exemplo, no Egito, Índia e Turquia.

Na realidade, o que predomina no terceiro mundo são as nações agrícolas. Isto é, países, cuja população, na

maioria, vive no campo e trabalha na agricultura; na minoria, vive nas cidades e trabalha nas poucas indústrias existentes.

Periferização do Processo Industrial

Para melhor entendermos esse tema, olhemos o esquema a seguir.

Interpretação do Esquema

A) As setas indicam que os produtos das cidades periféricas se dirigem para região central (áreas mais desenvolvidas). Nessa região concentra-se a maior parte da produção industrial, do pessoal ocupado na indústria e da população.

B) As linhas curvas orientadas indicam que as cidades periféricas recebem do centro inovações (tecnologia e investimentos). É importante ressaltar, que essa doação tecnológica e investidora, acarreta um crescimento econômico das cidades A, B, C, D. Os países que compõem a América Latina, Ásia

(exceção o Japão) e África tiveram historicamente suas economias voltadas para a produção de matérias-primas. Porém esta situação reflexo do processo de dominação Ocidental foi-se aos poucos modificando em virtude da saturação dos recursos naturais, energéticos e dos mercados consumidores europeus e estadunidense fazendo com que aos poucos o processo industrial fosse sendo transferido parcialmente após a Segunda Guerra Mundial na forma de filiais de transnacionais para o chamado mundo periférico.

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Durante toda a primeira metade do século XX a industrialização do mundo pobre dependeu de capitais

nacionais, oriundos da grande exportação de bens primários. Surgiram diversas indústrias de bens de consumos privados e de capital tipicamente nacional, ao lado de um pequeno parque de indústrias pesadas – principalmente voltadas para a siderurgia, metalurgia ou produção de energia – estatal. Porém a partir da segunda metade do século XX as empresas transnacionais do mundo rico começam a lançar seus tentáculos sobre o mundo subdesenvolvido abrindo diversas filiais , comprando empresas nacionais ou associando-se a estas.

Este processo não era de todo homogêneo, posto que somente países que possuíssem crescentes mercados

consumidores, abundância de matérias-primas, fontes de combustíveis e flexibilização de impostos serviriam para esse projeto de manutenção e ampliação do lucro capitalista. A partir de 1950 uma crescente onda industrializante varreu a periferia do mundo fazendo com que na atualidade países como Argentina, Brasil, Coréia do Sul, África do Sul, Índia, México, Taiwan (ou Formosa) e alguns outros sejam considerados industrializados. Acontece que esse processo de industrialização chamado de retardatário, tardio ou periférico, pois tais países industrializaram-se muito tempo depois da Primeira Revolução Industrial, teve como característica fundamental a criação de uma forte dependência tecnológica dos países periféricos com os centros de poder.

Outro fator de suma importância para se compreender no processo de industrialização do mundo periférico é

que identificar tipos de indústrias desenvolveram-se em primeiro plano. Ao contrário do mundo desenvolvido e dos países socialistas os países do sul desenvolveram inicialmente indústrias leves ou de bens de consumo como tecidos , alimentos e bebidas para substituir importações, principalmente no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. No que hoje denominamos mundo rico desenvolveram-se ao mesmo tempo indústrias leves e pesadas ou de bens de produção , e nos países de economia planificada desenvolveram-se inicialmente indústrias pesadas.

Divisões da Periferização Industrial Alguns países periféricos atualmente mesmo que

dependentes tecnologicamente , podem ser considerados industrializados, mesmo que não do mesmo modo que os Estados Unidos União Européia ou Japão , porém o volume da suas exportações industriais já alcança significativo valor diante a de produtos primários. São eles:

América Latina

Países Latinos Americanos (Brasil, Argentina, México)

Estes começaram seu processo de industrialização no início do século XX, com capitais nacionais. Apresentam um grande mercado consumidor, mão-de-obra farta e barata, além de matéria prima a custo baixo. Após este surto inicial sofreram um profundo processo de industrialização a base de transnacionais, com forte influência dos Estados Unidos e sua produção voltava-se principalmente voltada para atender o mercado externo.

Tigres Asiáticos Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan,

além de Hong Kong, hoje parte integrante da China). Estes países apresentaram-se como um propício campo para a instalação de diversas indústrias japonesas e estadunidenses em virtude das diversas vantagens oferecidas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial. Entre 1960 e 1995, estes países multiplicaram sua renda per capita por oito, enquanto os da América Latina apenas a duplicaram. Todos os índices sociais cresceram junto com o aumento da produção e das exportações e estes países estão, hoje, no rol dos desenvolvidos ou, no mínimo, chegando perto.

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A receita para este crescimento não foi nada excepcional. As lideranças desses países, ameaçadas pelo espectro do comunismo e decididas a modernizar e transformar seus países e sociedades fizeram uma avaliação realista das suas possibilidades de crescimento. Focar na exportação de minérios ou produtos agrícolas era inviável para nações com escassa área agricultável e quase nenhum produto mineral relevante. A saída era entrar no mercado internacional de manufaturados, mas simplesmente competir livremente neste mercado era inviável, já que não havia, inicialmente, mercado consumidor interno, empresas, base tecnológica, etc. Os trunfos dos tigres asiáticos eram a proteção dos Estados Unidos e o acesso fornecido por eles ao mercado internacional, a mão-de-obra barata, a máquina do Estado e uma ética de trabalho, além da vontade de modernização.

Montou-se, portanto, um modelo voltado para as exportações. Havia a certeza do mercado consumidor externo

e procurou-se atrair capitais internacionais que se interessassem em utilizar a mão-de-obra barata local para criar plataformas de exportação de brinquedos, têxteis, etc.

O Estado, neste contexto, interveio em peso para promover as exportações. As nascentes empresas receberam

incentivos fiscais, crédito barato, subsídios, proteção cambial e outras benesses. O Estado também procurou investir na infra-estrutura e na formação de capital humano, com maciça inversão de recursos na educação superior e na ciência e tecnologia, mas, acima de tudo, na educação básica e média. Ao mesmo tempo, o Estado manteve disciplina fiscal, inflação baixa e práticas de livre mercado, como preços livres e a concorrência. O próprio foco no mercado internacional, além disso, obrigou as empresas nacionais a serem competitivas.

Com isto, podemos caracterizar a economia dos tigres asiáticos como uma combinação entre o livre mercado e um Estado desenvolvimentista. Nem uma economia liberal, que deixaria tudo nas mãos do mercado, nem uma economia centralizada. Uma economia capitalista, de livre iniciativa, mas com um projeto nacional e um direcionamento por parte do Estado, numa combinação que deu certo. A única possível exceção foi Hong Kong, mais liberal, mas que tinha, contudo, a imensa vantagem de servir de porto franco para toda a China.

Já na Coréia ou em Taiwan, por exemplo, as empresas tiveram a proteção das barreiras alfandegárias, mas a clareza de que essa situação não duraria para sempre e que elas logo teriam que competir no mercado mundial. O Estado, além disso, forneceu condições para a competitividade e cobrou intensamente que esta se desse. Diferença significativa, que explica porque estes dois países se tornaram potências na área tecnológica enquanto os brasileiros, durante o período da reserva de mercado, se esforçavam para contrabandear seus micros do Paraguai.

Em 1997/1998, uma severa crise atingiu os tigres asiáticos. Para os liberais, uma prova de que intervencionismo estatal não funciona e que as leis de mercado finalmente trabalhavam para colocar os asiáticos no seu devido lugar. Os liberais tinham razão quando ressaltavam que o sistema financeiro dos tigres asiáticos estava cheio de problemas e defeitos, como pouco rigor em empréstimos, uma relação quase incestuosa com as empresas, etc. Também tinham razão ao indicar que uma economia moderna demanda um sistema bancário menos concentrado, com critérios mais sérios para concessão de empréstimos, etc.

No entanto, a crise nestes anos não indicou o fim do modelo asiático, mas a necessidade de reformá-lo. Afinal, mesmo com tantos defeitos, ele funcionou bem por décadas e, mesmo após 1998, a recuperação desses países foi rápida. Afinal, havia uma base produtiva de última geração abaixo das crises políticas e financeiras. Os governos asiáticos, além disso, não seguiram todo o receituário do FMI e, após um primeiro momento de crise intensa por causa da desvalorização cambial, a situação começou a melhorar.

O enfraquecimento da moeda permitiu uma rápida expansão das exportações e os governos asiáticos reduziram os juros e começaram a gastar dinheiro público para sanear o sistema financeiro e estimular a economia. A própria disciplina fiscal desses países permitiu, aliás, que eles se permitissem um momento de liberalização das finanças públicas num momento crítico. Isso apenas revela como seguir o receituário liberal ao pé da letra nem sempre produz resultado, mas como segui-lo em parte pode ser muito produtivo em alguns casos.

Em todos os membros do grupo as transnacionais encontraram as seguintes vantagens:

Mão-de-obra barata , qualificada e disciplinada.

Terrenos a preços baixos.

Ausência de leis ambientais.

Isenção ou redução dos impostos

Facilidades para exportação e envio de lucro para o exterior. Destacam-se no bloco o setor portuário e bancário de Hong Kong , as refinarias de Cingapura , um dos maiores

refinadores de petróleo do mundo e as diversificadas economias de Taiwan e da Coréia do Sul que produzem desde brinquedos eletrônicos e de microcomputadores até roupas , tecidos , brinquedos e produtos eletro-eletrônicos, porém que diferenciam-se pelo fato de predominarem na Coréia do Sul as Chaebol grandes conglomerados , constituídos por cinco empresas gigantes Sansung , Lucky-Goldstar (LG) , Sunkiong (SK) , Daewoo e Hyundai , que controlam metade da economia e exportações do país.

O futuro dos tigres asiáticos, hoje, me parece promissor. Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong

superaram a fase de exportadores de produtos de uso intensivo de mão-de-obra e já estão no mundo da indústria de ponta e de alta tecnologia. Agora, eles podem se dar ao luxo de abrir um pouco seu mercado (o que é louvável, no atual estágio do seu desenvolvimento, para ampliar ainda mais a sua competitividade e melhorar o nível de vida),

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confiar mais no consumo interno como motor do crescimento (mas sem esquecer as exportações), enquanto suas sociedades, mais sofisticadas, começam a demandar por um sistema político menos corrupto e mais democracia.

Um ciclo, assim, se fecha. De exportadores que só tinham a mão-de-obra barata para economias e sociedades mais sofisticadas, que transferem indústrias menos competitivas e capitais para seus vizinhos pobres. Um processo que começou no Japão, seguiu para os tigres e se estabelece na década de 2000 nos neo-tigres ou Dragões Asiáticose a China. No futuro, possivelmente, Vietnã, Birmânia e outros entrarão no processo.

BRIC é um acrônimo criado pelo banco de investimentos Goldman Sachs para se referir aos quatro maiores

países emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia e China. A criação desse grupo ocorreu em virtude da necessidade de englobar e fazer um estudo sobre estes países, tendo em vista que até 2050, suas economias juntas superarão as economias dos seis países mais ricos do mundo atualmente (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália).

Isso tudo se trata de projeções. Os estudos sobre os países do BRIC revelam que cada país tem um desafio a

vencer para chegar às condições projetadas pelos especialistas. Se alguns destes países, por políticas erradas ou até mesmo por má sorte, não conseguir corresponder às expectativas projetadas, poderão, porém alcançar um nível próximo do esperado, mesmo assim, as economias do BRIC poderão alterar toda a conjuntura econômica mundial.

O BRIC não se trata de um bloco econômico, político ou militar, semelhantemente ao que ocorre com Mercosul,

União Européia e OTAN, respectivamente. Podemos classificar o BRIC como uma associação comercial de cooperação mútua, elaborada desde 2002 para alavancar o crescimento das economias emergentes.

Juntos, os países do BRIC representam uma força global poderosíssima: mais de 40% da população mundial e

um PIB de mais de 85 trilhões de dólares. As funções dentro do BRIC naturalmente ficariam definidas: o Brasil serviria como fornecedor de alimentos; a Rússia, de petróleo e gás natural; a Índia, de mão-de-obra e a China, de tecnologia. Se, de fato, formassem um bloco econômico, seriam as maiores potências do mundo segundo projeções, se tornando um bloco de onipotência mundial.

Características comuns destes países:

Economia estabilizada recentemente.

Situação política estável.

Mão-de-obra em grande quantidade e em processo de qualificação.

Níveis de produção e exportação em crescimento.

Boas reservas de recursos minerais.

Investimentos em setores de infra-estrutura (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, etc).

PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento.

Índices sociais em processo de melhorias.

Diminuição, embora lenta, das desigualdades sociais.

Rápido acesso da população aos sistemas de comunicação como, por exemplo, celulares e Internet (inclusão digital).

Mercados de capitais (Bolsas de Valores) recebendo grandes investimentos estrangeiros.

Investimentos de empresas estrangeiras nos diversos setores da economia.

OBS: Economistas afirmam que, mantidas as situações atuais (descritas acima), os países do BRIC poderão se tornar grandes economias num futuro próximo.

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Risco País A expressão "risco país" entrou para a linguagem cotidiana do noticiário econômico, principalmente em países

que vivem em clima de instabilidade, como o Brasil e a Argentina. O "risco país" é um indicador que tenta determinar o grau de instabilidade econômica de cada país. Desta forma, se tornou decisivo para o futuro imediato dos países emergentes. A seguir, estão enumerados alguns pontos básicos que facilitam o entendimento desse conceito, que vem tendo cada vez mais destaque.

O risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+) e mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro.

Este indicador se concentra nos países emergentes. Na América Latina, os índices mais significativos são aqueles relativos às três maiores economias da região: Brasil, México e Argentina.

Dados comparativos de outros países - como Rússia, Bulgária, Marrocos, Nigéria, Filipinas, Polônia, África do Sul, Malásia e outros - também são considerados no cálculo dos índices.

O risco país é calculado por agências de classificação de risco e bancos de investimentos. O banco de

investimentos americano J. P. Morgan, que possui filiais em diversos países latino-americanos, foi o primeiro a fazer essa classificação e é o disponibilizado pelo Portal Brasil em sua seção de índices financeiros.

Variáveis econômicas e financeiras consideradas no cálculo do índice

O J. P. Morgan analisa o rendimento dos instrumentos da dívida de um determinado país, principalmente o valor (taxa de juros) com o qual o país pretende remunerar os aplicadores em bônus, representativos da dívida pública.

Tecnicamente falando, o risco país é a sobretaxa de se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus

do Tesouro dos Estados Unidos, país considerado o mais solvente do mundo, ou seja, o de menor risco para um aplicador não receber o dinheiro investido acrescido dos juros prometidos.

Entre outros, são avaliados, principalmente, aspectos como o nível do déficit fiscal, as turbulências políticas, o crescimento da economia e a relação entre arrecadação e a dívida de um país.

Para o investidor o Índice é um orientador. O risco país indica ao investidor que o preço de se arriscar a fazer

negócios em um determinado país é mais ou menos elevado. Quanto maior for o risco, menor será a capacidade do país de atrair investimentos estrangeiros. Para tornar o

investimento atraente, o país tem que elevar as taxas de juros que remuneram os títulos representativos da dívida. Os efeitos para um país classificado como "risco perigoso" são um retração do fluxo de investimentos estrangeiros e um menor crescimento econômico, o que acaba acarretando um aumento do desemprego e salários menores para a população.

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Industrialização da Índia

Um dos países que mais aceleradamente crescem em todos os sentidos começou seu processo de industrialização dentro do modelo genérico denominado substituição de importações, ou seja, produção industrial de bens até então importados dos centros mais desenvolvidos. Contudo este modelo foi calcado numa crescente transnacionalização que tornou a economia do país extremamente dependente de capitais e tecnologias dos países ricos.

A ex colônia inglesa teve no início do seu processo de industrialização um portentoso apoio tecnológico da extinta União Soviética, bem como o apoio decisivo do Estado para implementação de um vasto parque de indústrias estruturadoras de base que junto a vasta riqueza mineral sustentáculo de um substancioso crescimento e diversificação industrial.

Senhora de um crescimento industrial vertiginoso fundamentado em indústrias tradicionais, como alimentícia, química, têxtil e siderúrgica, localizadas em centros como Mumbai, Calcutá, Madras e Nova Délhi a Índia da modernidade possui sua mais nova e expressiva região industrial localizada em Bangalore, cidade localizada na região sudoeste onde desenvolveu-se um grandioso tecnopolo que detém a denominação de Vale do Silício da Índia. Contudo o acelerado crescimento econômico da Índia não conseguiu superar as graves desigualdades sociais existentes e nem romper com o predomínio da atividade agrícola sobre o conjunto ad economia.

Industrialização Chinesa A China parece representar um grandiloqüente enigma para

a sociedade pós-contemporânea: Decifra-me ou te devoro. País com civilização milenar que viveu grande parte da sua

existência sob dominação de povos conquistadores como os mongóis de Genghis Kan em épocas remotas e a influência de potências imperialistas, como a Rússia, Portugal, França, Estados Unidos e Inglaterra durante todo o século XIX e parte do século XX. Deste período de sombras a China perdeu porções de seu território como Macau (enclave português) e Hong Kong (enclave inglês) ambos devolvidos ao Estado Chinês no final do século XX.

Passada a ferro e a fogo a China assistiu no início do século XX um acordo pragmático para livrar o território dos dominadores estrangeiros e da antiga e servil elite administrativa, os partidos Nacionalistas (Kuomitang) e Comunista que esquecendo temporariamente suas divergências limparam politicamente o seu espaço. Porém passada a fase de purificação as velhas rusgas retornaram mergulhando o país em uma sangrenta guerra civil que culminaria com a vitória dos comunistas liderados por Mao Tse-tung que em 1947 proclamaram a República Popular da China, enquanto os derrotados Nacionalistas liderados por Chiang Kai-chek fugiram para ilha de Formosa atual Taiwan onde fundaram a China Nacionalista.

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O início por influência soviética Mao adotou o modelo socialista planificado com forte controle estatal sobre os meios e instrumentos de produção. A economia voltava-se majoritariamente para a área agropecuarista onde foram instaladas as Comunas Populares, fazendas coletivas onde a produção era socializada.

A área desassistida área industrial só passou a receber pesados investimentos a partir da década de 1950,

quando o governo chinês passou a criar uma vasta rede de infra-estrutura que serviria de alicerce para a instalação de um grandioso parque industrial.

O Grande Salto

A partir de 1958 o “Grande Timoneiro” Mao implementou uma forte campanha de desenvolvimento industrial denominada o ¨Grande Salto para Frente” , que objetivava tornar a China um país desenvolvido economicamente e igualitário socialmente, porém o “Grande Salto” apenas centralizou suas ações na indústria bélica acarretando um caos generalizado sobre a economia chinesa. Contudo o pior ainda estava por vir! No início da década de 1960 em virtude da política dominadora da URSS e antigas rusgas territoriais os soviéticos até então aliados de Pequim suspenderam a ajuda econômica e militar. Resumo da ópera: milhares de pessoas mortas de fome, frio e doenças.

Enfraquecido em seu poder Mao lança mão de duas

práticas que se não são totalmente ortodoxas para regimes totalitários, no mínimo são contumazes. Em primeiro lugar para recuperar o poder absoluto enfraquecido pelo fracasso do “Salto para Frente” Criou junto com a ala mais radical do PC Chinês a “Revolução Cultural”. Apoiado pela Guarda Vermelha Mao varreu o território chinês torturando, prendendo e executando todos aqueles que julgasse inconveniente ou que divergissem do seu pensamento. Ao lado desta política de depuração política Mao passou a implementar a instalação de indústrias de base próximo as grandes jazidas de carvão e minério de ferro.

Criando Paradigmas Como nada é eterno, no início da década de

1970 a ala liberal do Partido Comunista Chinês com Deng Xiaoping retomou o poder e a partir de 1978 passou a implementar uma ampla série de reformas econômicas denominadas de “As Quatro Modernizações” que instrumentalizaria profundas transformações na agropecuária, na indústria, na ciência e tecnologia e nas forças armadas. Dentro deste projeto reformista a China criou um novo paradigma: juntar à sua prática política centralizada uma economia liberal aberta para o jogo de mercado que passou a ser denominada de “Socialismo de Mercado ou Capitalismo Social”.

Dentro deste novo pensamento, foram

criadas na fachada litorânea, em 1980, as ZEEs, Zonas de Economias Especiais, espaços econômicos abertos ao capital estrangeiro, com produção agro-industrial privada voltada especificamente para a exportação.

Surpreendendo o mundo a China começou um ciclo virtuoso, onde o crescimento econômico anual cortejava e

ainda corteja taxas entre 9% a 15%. O mundo passou por uma inundação de produtos Made in China mais competitivos que os similares dos denominados “Tigres Asiáticos” sobretudo no que diz respeito ao custo com mão-de-obra.

Esta política gerou uma centralização espacial da industrialização chinesa que se concentra, sobretudo em seu

litoral oriental.

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A Liberdade Controlada A China é o novo Eldorado do capitalismo. Afinal de

contas que empresário não sonha com um lugar rico em recursos minerais e energéticos, onde a legislação ambiental é literalmente inexistente, onde o Estado promovesse uma ampla política de incentivos fiscais, onde o mercado consumidor interno é abundante, farto, opulento e onde a mão-de-obra seja farta, barata, qualificada e dócil? Contudo como não existe via de mão única no pragmático socialismo/liberal chinês essas benesses não vieram acompanhadas de uma abertura política interna ou da perda do controle da economia por parte do Estado chinês que ainda detém o monopólio de setores estratégicos como o energético e as indústrias de base.

Mantendo um forte investimento em setores tecnológicos ponta a China de hoje é o Grande Dragão Vermelho que assusta o mundo capitalista. Setores estratégicos como infra-estrutura e telecomunicações recebem pesados investimentos governamentais, concomitantemente volumosos capitais afluem para as áreas de pesquisa e educação pilares de um portentoso crescimento econômico que a mais de duas décadas gravita em torno dos 10% ao ano gerando um produto interno bruto de aproximadamente 1,6 trilhões de dólares e uma balança comercial superavitária onde o setor industrial é responsável por mais de 50% do total.

O crescimento econômico da China vem causando

um grave trauma para diversos países subdesenvolvidos e industrializados como o México e os Tigres Asiáticos: como os produtos chineses são muito competitivos, vários países ricos estão deixando de comprar bens industriais, principalmente eletro-eletrônicos de seus tradicionais parceiros para adquirir do Grande Dragão, fato que pode acarretar uma grave crise econômica planetária.

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Distribuição Industrial

A lógica atual da espacialidade industrial não é a mesma que consubstanciou o espaço industrial da Primeira e

Segunda Revolução Industrial. Se antes o empreendimento industrializante procurava áreas onde houvesse grandes reservas de matérias-primas, fontes de energia abundante, mão-de-obra barata e mercado consumidor farto, o fenômeno industrializante foi se aperfeiçoando e tornando cada vez mais seletiva a escolha da área para sua implantação.

A evolução tecnológica em informação e dos meios de circulação que literalmente diluíram as noções e conceitos de tempo e espaço, o desenvolvimento de novas matrizes energéticas e a utilização progressiva e maciça de matérias-primas sintéticas destravaram a industrialização das tradicionais áreas que a cativava.

Para ampliar sua lucratividade a burguesia capitalista escolhe espaços próximos aos grandes centros de produção de conhecimento científico. Conglomerados empresariais gigantescos instalam-se em áreas onde políticas de incentivos fiscais são ofertadas, conjugadas a pífias políticas ambientais e desmantelamentos de “velhas” legislações trabalhistas que protegem o operariado tornam o caldo mais rico em lucratividade. Multiplicam-se novos Sun Belts pelo mundo ascende a fumaça do capital.

Industrialização Brasileira O Brasil, como a maioria dos países que foram colônias européias, passou por um longo período de tempo em

que predominavam as atividades artesanais e a manufatura, que mesmo tendo sido importante não foi suficiente para proporcionar um surto industrializante, pois, o caráter antiacumulador imposto pelo conquistador, ou seja, todas as riquezas existentes, bem como todos os frutos da terra e do trabalho, enfim, tudo que tivesse valor era drenado para a metrópole, a regra era clara, tudo que tivesse valor seria utilizado pelo colonizador no comércio fora da colônia. Produzia-se, assim nas colônias um quadro de espoliação e empobrecimento (dilapidação) econômico que distanciava as colônias do processo normal de acumulação de capital anterior à industrialização.

Fruto desse quadro, o Brasil pode ser considerado como um país de “capitalismo tardio”, apresentando desde o

início alguns oásis de tecnologia, em meio a vasta área de produção artesanal; nem mesmo a independência política serviu para dar-lhe liberdade de criação de um parque industrial completo. Quando este dito parque industrial nacional surgiu e cresceu não foi em decorrência das prioridades nacionais, muito pelo contrário, foi a custa dos interesses dos investidores estrangeiros, fato que não levou em consideração a formação de um mercado interno forte, e textualmente desprezou a pesquisa científica e tecnológica que mais de adequava ao desenvolvimento do país.

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Tipos de Periferias Criados com a Industrialização Brasileira Utilizando, a metodologia de esquema, analisemos o disposto abaixo.

A) d1, d2, d3 e d4 representam as distâncias respectivas das cidades periféricas ao centro.

B) por estar mais próximo do centro, pois, d1<d2<d3<d4, então será beneficiada por essa aproximação e por outras condições favoráveis. Neste caso, há maior dinamismo e maior integração com o centro. Possibilitando assim, um crescimento econômico, que pode ser mais rápido ou mais lento. Tudo isso dependendo do tipo de relações que as cidades periféricas mantêm com o centro e de sua capacidade de aproveitamento das inovações.

C) A cidade D, por sua vez, encontra-se bastante distância já é um empecilho no relacionamento dos dois. Por exemplo, podemos substituir D pelo Nordeste. Esta região permanece em posição cada vez mais desvantajosa em relação ao centro. Dizemos que neste caso, a referida região é uma periferia deprimida economicamente, uma vez que, o seu crescimento econômico mostra-se incapaz de compensar o crescimento populacional. Possivelmente, se estivesse mais próximo do trio industrial (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), a história econômica dessa região poderia ser outra.

Fases da Industrialização no Brasil A análise da evolução histórica da industrialização brasileira permite-nos distinguir quatro fases ou etapas.

1.ª Fase (1808-1930) Nessa fase, surge um pequeno processo de industrialização, pois a família real portuguesa que estava no Brasil

liberou a instalação de algumas indústrias. Nesse momento histórico, é interessante ressaltar os fatores que estimularam tanto sua instalação, bem como o seu “crescimento”.

Criação, em 1828, de uma tarifa de 15% sobre produtos importados.

Tarifa Alves Branco, instituída em 1844, elevando a taxação sobre os produtos importados de 15% para 60%.

Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861-1865).

Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

2ª. Fase (1930-1955)

Essa fase começa a ser preparada por fatores anteriores a 1930 em escalas nacional e mundial. São eles:

Expansão da lavoura cafeeira.

Crise do café.

Crack da bolsa de Nova York. Características Medidas de proteção à indústria nacional de

bebidas, vestuário, máquinas e aparelhos fabris. De 1933 até 1939, houve um crescimento

das indústrias de bens não duráveis, como: alimentos, bebidas, porém não gerou-se acumulação suficiente de capitais os quais

possibilitassem a implantação da indústria de bens de produção. Forte intervenção do Estado no processo de implantação das indústrias de base. São criados pelo governo

federal nesse período:

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Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ), em 1941.

Instalação de Fábrica Nacional de Motores (FNM), no Rio de Janeiro, em 1943 (com financiamento norte-americano).

Criação da Petrobrás em 1953 (foi criada sob forte pressão nacionalista).

3ª. Fase (1956-1960) – Período JK Essa fase representa o início do processo de ruptura com a

política nacionalista de Getúlio Vargas. Era uma nova política “nacionalista” chamada Plano de Metas, cujo lema era “crescer 50 anos em 5”, porém havia um problema, como?

O novo modelo de nacionalismo defendido por Juscelino

Kubitschek estava centrado no estímulo ao crescimento acelerado e incentivo à produção local. Como não existisse um grande acúmulo de capitais nacionais para serem investidos, então, rumo à auto-suficiência na produção de bens de consumo, mesmo que fosse dependente de capitais e tecnologia estrangeira.

Para atrair o capital e investimentos estrangeiros, o Estado

tratou de investir pesadamente na infra-estrutura, como ampliação e melhoria do sistema viário, ampliação e aparelhagem de portos, ampliação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Petrobrás, para juntamente com a criação de uma política de incentivos fiscais atrair os grandes capitalistas internacionais.

Resultado do Plano de Metas

Implantação de várias empresas estrangeiras do setor de bens de consumo e relativa ampliação do setor de bens de equipamento.

Elevação da produção de energia elétrica, de aço, de petróleo e de veículos (todos esses setores têm sua produção triplicada no período – 1957-1961).

Elevação do padrão educacional, para atender à necessidade das indústrias estrangeiras em termo de qualificação da mão-de-obra.

Diversificação da economia nacional, produção de máquinas, equipamentos pesados para mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos.

No geral, durante os 5 anos de governo JK, a produção industrial cresceu 80%. 4ª. Fase (1968-1973) – O Milagre Econômico

A partir de 1967, com a

determinação de tornar o Brasil uma potência emergente, o governo militar iniciou um período de substituição do parque industrial nacional por indústrias transplantadas dos Estados Unidos e da Europa. O movimento era bastante propício, pois existia uma grande disponibilidade externa de capitais, era a era da invasão ou penetração das multinacionais em todas as regiões do globo em seu projeto de dominação. Essa

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era, chamada de Milagre Econômico, mostrou uma grande aceleração e diversificação da produção industrial brasileira. Passa-se a produzir, em território nacional, bens de consumo em larga escala: eletrodomésticos, televisores, automóveis. Crescem também a produção das indústrias de base, como: a mineração e a siderurgia; de transformação, como: papel, cimento, fertilizante; equipamentos, como: máquinas, motores, turbinas; e a indústria alimentícia. Paralelamente a esse crescimento a diversificação industrial, os militares fazem pesados investimentos em infra-estrutura, rodovias, ferrovias, telecomunicações, portos, usinas hidrelétricas e nucleares, com o intuito de facilitarem a ampliação da atuação das multinacionais aqui instaladas.

5ª. Fase – Do final do “milagre”(1974) ao Governo Neoliberal de FHC

O “Milagre Econômico” começa a travar com a

crise do petróleo de 1947 que leva o país a uma carência de energia, pois o petróleo, de onde vinha grande parte da energia consumida pelas indústrias era extraído em pequena quantidade, sendo que a maior parte era importada.

Para solucionar esse problema, foi elaborado o II

Plano Nacional de Governo (II PND), que estabelecia como competência do governo a implementação de ousados projetos de crescimento industrial, com aporte de grandes volumes de dinheiro público.

Os investimentos destinavam-se a atender as

demandas geradas pelo crescimento, sobretudo, nos setores de insumos básicos e de energia, e deles de beneficiaram grandes empresas estatais como Eletropaulo, Siderbrás, Petrobrás, Embratel, cuja produção seria aproveitada pelas empresas multinacionais e alguns setores nacionais.

Realmente é inegável a expansão de todos os ramos dos setores industriais, siderurgia, fertilizantes, celulose,

mineração, álcool, petroquímica e de todos os setores de infra-estrutura, como: transportes urbanos, telecomunicações e saneamento básico que levaram o Brasil a um novo surto de desenvolvimento, porém o grande volume de dinheiro investido pelo governo brasileiro durante o II PND foi como já havia sido na era do “milagre econômico”, à custa de empréstimos estrangeiros. Na década de 80, o progresso gerado pelo II PND esgotou-se fazendo com que o Brasil entrasse num período de recessão intensa.

Para combater a crise e a recessão, as diversas empresas adotaram novos métodos de produção e

administração industrial tendo como base o Toyotismo. Visando reduzir os custos de produção e ampliar a margem de lucro, introduz-se os CCQ (Círculo de Controle de Qualidade), just in time (momento certo), a utilização da informática, da robótica e da reengenharia.

Entramos nas eras Collor e Fernando Henrique, tendo como resultado dessa revolução industrial forçada pelo

toyotismo com um quadro de desemprego de caráter estrutural (o homem substituído pela máquina no processo produtivo) que tende a ser agravado pelo modelo econômico implantado pelo primeiro e seguido pelo segundo, chamado por alguns autores de modernização conservadora.

Eleito para ser o Homem do Consenso de Washington

no Brasil, Fernando Collor de Mello na sua paquidérmica arrogância deu continuísmo a incipiente era neoliberal iniciada no espaço brasileiro pelo governo canastrônico do senhor José de Ribamar Sarney onde foram realizadas as primeiras privatizações. Brandindo golpes de judô para acabar com a inflação e espumando frases de efeitos o homem da “República das Alagoas” confiscou a poupança avançou profundamente no processo de privatização, congelou preços e salários (mais preços do que salários) e quase joga o país numa grave crise constitucional.

Devorado pelo processo de impeachment restou ao vice

Itamar Franco recriar bucólica e mineiramente o Brasil, seu projeto mais ambicioso foi à recriação do Fusquinha, denominado fusca do Itamar.

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Explodindo rancores contra os seus opositores que esperavam ver num dos criadores da “Teoria da Dominação” escrito na década de 1970 produzir um espaço econômico e social livre das amarras dominadoras dos países centrais e tiveram que se contentar com um sonoro “Esqueçam o que eu Escrevi”, o projeto de modernização conservadora do senhor Fernando Henrique Cardoso foi gestado décadas antes de chegar ao poder: no Consenso de Washington em 1989.

Seguindo o perfil traçado pelo consenso FHC implementou ainda ministro do governo Itamar Franco à dolarização da economia brasileira (a exemplo do que já havia ocorrido com o México – Plano Salinas e na Argentina – Plano Cavallo) e ao ser leito presidente (é claro que o plano econômico deu visibilidade a um enrustido megalômano político) aprofundou as reformas econômicas rumo ao neoliberalismo moreno.

Progressivamente a economia brasileira foi-se abrindo em flor para uma nova dominação extra-nacional.

Satanizando o monopólio estatal em diversos setores implementou um profundo processo de privatizações que acarretou no repasse tecnológico-produtivo nacional para as mãos da iniciativa privada transnacional (entre 1991 e maio de 2000 65 empresas com capital estatal federal), quebrou os monopólios estatais de energia, petróleo e telecomunicações, criou o contrato de risco para exploração petrolífera no espaço brasileiro, abriu a economia brasileira para que transnacionais pudessem investir livremente no Brasil sem que precisassem pagar impostos e promoveu políticas de alteração a legislação trabalhista com objetivo de quebrar a força dos sindicatos face ao capital e instituiu a quebra do pacto federativo promovendo uma verdadeira guerra fiscal entre as unidades da federação e incluiu o Brasil definitivamente no Projeto ALCA, quando ainda ministro de Itamar assinou a Carta de Cartagena, documento de inclusão à área de dominação então criada pelos Estados Unidos. Ao lado disto tudo desviou capitais acumulados pelas privatizações para pagamento da dívida e manutenção de um Real Estável.

Face a essas alterações o que ocorreu foi uma verdadeira quebradeira da indústria nacional (o discurso de fim

de reserva de mercado para modernizar a economia não gera frutos se não for precedida de uma política de reestruturação da economia nacional para que a competição seja pelo menos paritária) vivenciamos um processo de deglutição das indústrias de iniciativa privada nacional por grandes corporações transnacionais, bem como a explosão do desemprego estrutural e de uma situação no mínimo inusitada: Inflação pseudocontrolada ao lado de um processo gradual recessivo gerado por uma política de juros elevados com o objetivo de atrair investimento de capitais, capitais improdutivos, geram mais capitais para os investidores, porém não geram empregos.

O Governo Lula e o PAC

Assumindo com um perfil nacionalista liberal o governo Lula

reavaliou o processo de privatizações que foi paralisado, reviu o processo de isenção fiscal que foi modificado e passou a implementar fortes políticas de incentivo a produção de novas matrizes energéticas, sobretudo os biocombustíveis.

Por outro lado implementou a busca de novos investimentos

industriais em outros parceiros fora do eixo EUA, exemplos disso são a Venezuela e a União Européia. Surgem novas áreas industriais como a Refinaria de Suape em Pernambuco.

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No campo internacional busca nova áreas consumidoras para os produtos nacionais fora do eixo EUA – UE – Japão, exemplos típicos são as parcerias com a Rússia, a Índia, a China e a Venezuela.

Para manter o crescimento econômico o governo pratica e incentiva uma rígida política de responsabilidade

fiscal, estabilidade monetária e política de juros ainda elevados que desincentivam o consumo. Internamente o governo prevê através do PAC uma aceleração do crescimento econômico como conseqüência

de investimentos pesados em infra-estrutura viária e portuária, bem como da redução progressiva de impostos diretos e indiretos, além da ampliação da facilitação do crédito para o pequeno e médio empresário.

Espacialização das Indústrias no Brasil Centralização Industrial

Como vimos

anteriormente o estado de São Paulo e especificamente sua capital nutriram-se dos instrumentos urbanos e creditícios, além do forte mercado consumidor e disponibilidade de mão – de – obra farta barata e bem preparada desenvolvidos pela cafeicultura para promover um vigoroso processo de industrialização.

Com efeito, já por volta

da segunda década do século XX este estado assumia a liderança nacional da produção industrial, fato que continuou de forma crescente até os primeiros anos da década de 1970. Durante todo este período outras áreas foram perdendo posição industrial, enquanto em São Paulo abriam-se cada vez mais estabelecimentos desse setor. Diversos fatores

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contribuíram para que a atividade industrial concentrasse-se inicialmente no estado de São Paulo e posteriormente no eixo Sudeste – Sul:

Crença dos planejadores governamentais da primeira e segunda fase da industrialização brasileira na necessidade de se criar um grande pólo de desenvolvimento, tendo São Paulo como centro de onde o desenvolvimento se propagaria em círculos concêntricos, contagiando outras inicialmente áreas e posteriormente as demais regiões do país. Em virtude deste pensamento foram promovidos grandes investimentos públicos em infra – estrutura como, expansão da rede de energia, transporte e construção de siderúrgicas, além de aquisição de grandes somas de empréstimos no exterior, fatos que promoveram a ampliação da economia industrial paulista e a sua expansão numa menor escala para os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Política Varguista de substituição de importações, com forte intervenção do Estado na economia promovendo uma industrialização estruturadora de base para sustentar as demais indústrias impedidas de importar máquinas, equipamentos, aço, combustíveis, etc. Foram construídas a Siderúrgica Nacional em Volta Redonda, Rio de Janeiro (1942), além da criação da Companhia Vale do Rio Doce em Minas Gerais (1942) e a Petrobrás (Petróleo Brasileiros S.A.) em 1953. Todas na Região Sudeste.

O Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek, que aprofundou a concentração industrial no estado de São Paulo, pois utilizou as ótimas condições de energia elétrica, transportes, mercado consumidor e mão –de – obra qualificada já existente na capital paulista e cidades vizinhas como Santo André, Guarulhos, São Bernardo, Cubatão, São Caetano, Diadema, etc., para sua implementação. Estas políticas industrializantes acarretaram uma forte concentração espacial da atividade econômica e

industrial terminou por agudizar as desigualdades regionais e os desequilíbrios sócios econômicos já existentes plasmando de forma clara a Região Sudeste como a de mais forte concentração financeira , comercial , populacional , de renda e logicamente industrial.

AA RReellaattiivvaa DDeessccoonncceennttrraaççããoo IInndduussttrriiaall,, RReeggiioonnaalliizzaaççããoo ddaa AAttiivviiddaaddee IInndduussttrriiaall nnoo BBrraassiill ee UUrrbbaanniizzaaççããoo

A partir da década de 1970 o Brasil passou a

apresentar um processo brando de desconcentração industrial do eixo São Paulo – Rio que passou a apresentar um decréscimo relativo de instalação de empresas industriais, enquanto outros estados e regiões passaram apresentar um maior crescimento. Aos poucos outras unidades da Federação como, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, Mato Grosso, Bahia, Paraná, etc. tiveram em seus territórios a implantação de diversas unidades industriais.

Isto se deve em primeiro lugar ao processo

relativo de esgotamento do Estado de São Paulo, pela elevação dos custos com terrenos, impostos, além da elevação da poluição, constantes engarrafamentos que dificultam a circulação de matérias – primas e mercadorias, etc. A capital paulista já na década de 1970 deixou de ser o centro de interesse das novas indústrias que passaram a escolher cidades litorâneas e do interior para instalar suas unidades.

Por outro lado à combatividade dos sindicatos

formados durante a industrialização paulista começa a impor limitações ao lucro capitalista, na medida que

passam a organizar greves e a conquistar diversos direitos trabalhistas como elevação salarial, jornadas de trabalhos menores, seguridade social, direito à greve, etc.

Porém o fator decisivo para que esta desconcentração ampliasse-se começa com o Regime militar de 1964 –

1982 cujos governos passam a intervir de forma mais veemente no espaço geográfico brasileiro a partir da criação de órgãos para promover o planejamento regional, voltados para o aproveitamento econômico das regiões e sua industrialização. Órgãos como a SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste), SUDAM (Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia), SUDECO (Superintendência para o Desenvolvimento do Centro-Oeste), SUDESUL (Superintendência para o Desenvolvimento do Sul) e SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus), foram criados para desempenhar esta tarefa , porém não estavam sozinhos foram criados programas especiais como , Polamazônia (Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia),

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Polonordeste (Programa de Áreas Integradas do Nordeste), Polocentro (Programa de Desenvolvimento do cerrado) , etc. para aproveitar as potencialidades naturais de certas áreas do país.

Essa estratégia favorece por um lado o capital estrangeiro que beneficiasse dos incentivos fiscais oferecidos,

especificamente loteando a região amazônica onde foram erguidas grandes empresas mineradoras e agropecuáristas , e por outro ao próprio regime militar que assegura um forte controle sobre a sociedade brasileira ao atuar de acordo com o interesse das elites nacionais e internacionais.

Rapidamente foram-se se constituindo em várias regiões diversos pólos industriais voltados principalmente para

de capitais, tais como: O Pólo Petroquímico de Camaçari na Bahia, o Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul, o Pólo Metal-mecânico do Rio Grande do Sul, além da Zona Franca de Manaus , onde instalou-se em 1967 um forte distrito industrial sob o controle da SUFRAMA.

A crise econômica dos anos 1990 e a quebra do

pacto federativo serviram para impulsionar ainda mais o processo descentralizador da industrialização brasileira, porém o com o processo de globalização onde as industrias sofisticaram seu processo produtivo utilizando cada vez mais técnicas modernas onde o trabalhador necessariamente deve possuir uma melhor qualificação técnica e educacional houve um refluxo deste processo desconcentrador, visto que é no centro-sul que se encontram as melhores universidades, centros de pesquisas e índices de escolarização.

RReeggiiõõeess IInndduussttrriiaaiiss ddoo BBrraassiill

No Brasil reproduz como a divisão espacial entre o

centro e a periferia. O cento logicamente seria o eixo São Paulo – Rio e as periferias as demais regiões.

RReeggiiããoo SSuull

Desenvolveu inicialmente uma industrialização voltada para atender as suas necessidades internas. Isto foi uma

marca desta região que fundamentou historicamente o seu desenvolvimento no trabalho do imigrante europeu e em uma economia voltada para dentro, fatos que a tornaram a segunda mais industrializada do Brasil.

PPrriinncciippaaiiss áárreeaass iinndduussttrriiaaiiss::

No Rio Grande do Sul, destacam –se a Grande Porto Alegre com um significativo Pólo Industrial; a região serrana com sua indústria vinícola e o litoral sul onde a cidade de Rio Grande com a sua industria Carboquímica apresenta como destaques o seu porto e a Refinaria Alberto Pasqualine, pertencente a Petrobrás.

Em Santa Catarina, destacam – se as cidades de Brusque, Blumenau e Gaspar no Vale do Itajaí - Mirim com formando um importante centro industrial de tecidos, couro, alimentos e mecânica. Ao lado desta região podemos destacar as cidades de Joinvile e Jaraguá do Sul com suas indústrias de tecidos e elétricas; também a cidade de Siderópolis e Criciúma apresentam áreas industrializadas, porém voltadas especificamente para o ramo carboquímico, além logicamente de Florianópolis com o seu tecnopolo.

No Paraná destacam-se a Região Metropolitana de Curitiba, com suas indústrias siderúrgicas, metalúrgicas, alimentícias e mecânicas, além de Londrina e Maringá.

RReeggiiããoo NNoorrttee

Nesta região destacam-se a Zona Franca de Manaus, além dos projetos de mineração e beneficiamento de

minérios instalados próximos a região de Carajás como a Alumar , Alunor , etc.

RReeggiiããoo CCeennttrroo--OOeessttee

Nesta região existe ainda uma industrialização concentrada especificamente em algumas cidades como Brasília

, Goiânia , Campo Grande e Corumbá , que destaca-se na indústria extrativa.

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RReeggiiããoo NNoorrddeessttee Antiga região centro da economia brasileira, porém cai com a desvalorização do açúcar no mercado mundial.

Apresentam fortes pólos industriais em Recife e sua região metropolitana, Salvador com o seu Pólo petroquímico de Camaçari e o Pólo Ford, e Fortaleza com seu reaquecimento industrial processado no final dos anos 90.

Esse processo desconcentrador industrial promoveu um acelerado crescimento urbano na sociedade brasileira.

Rápida e crescentemente diversas levas de migrantes se dirigiam inicialmente de outras regiões para São Paulo e posteriormente do campo para as cidades. Foi notório o crescimento urbano cidades reaparelharam-se com o processo de industrialização, ruas foram asfaltadas, redes de iluminação foram ampliadas, saneamento e esgoto proliferaram, moldando um Brasil mais urbano e industria.

EExxeerrccíícciiooss

01. UFMT – 2008.Considere as afirmações a seguir sobre a rede urbana brasileira.

I. O processo de urbanização, acelerado na década de 1990, produziu uma nova categoria de cidades, as cidades globais, cuja concentração maior está na região Sudeste, pois é a região mais integrada ao mercado mundial.

II. A região Norte ainda não apresenta cidades com características de metrópoles regionais. A grande dimensão territorial e a fraca integração econômica fazem com que as cidades da região tenham mais relações com as metrópoles regionais do Nordeste e Centro-Oeste.

III. Cada vez mais, São Paulo centraliza as funções de metrópole nacional e global, pois é o “nó” de vários fluxos que integram a economia nacional à global: capitais, mercadorias, informações etc.

IV. Na atualidade, a idéia de uma rede urbana hierárquica está ultrapassada, pois cada centro urbano, independente de seu tamanho populacional consegue manter relações econômicas, políticas e sociais com outros centros.

Está correto somente o que se afirma em

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) II e IV.

E) III e IV.

02. UEPB – 2009. Pela Internet (Gilberto Gil)

In: CD Quanta. Gilberto Gil. Warner Music Brasil Ltda, 1997, faixa 11. CD 1.

Criar meu web sit Fazer minha home-page Com quantos gigabytes

Um barco que veleje Que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré Que leve um oriki1 do meu velho orixá

Ao porto de um disquete de um micro em Taipe [...] Que leve meu e-mail até Calcutá

Depois de um hot-link Juntar via Internet

Num site de Helsinque [...] Eu quero entrar na rede Promover um debate [...]

[...] Um haker mafioso acaba de soltar Um vírus pra atacar programas no Japão

Eu quero entrar na rede pra conectar Os lares do Nepal, os bares do Gabão

Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar

(grifos nossos)

(1 Oriki palavra da língua Yorùbá, que tem vários significados, um deles pode-se traduzir como literatura ou textos para a língua

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portuguêsa. (http://pt.wikipedia.org))

A partir dos fragmentos da letra da música, é possível perceber as transformações que o meio técnico-científico-informacional introduz na sociedade contemporânea, tais como:

I. A necessidade do domínio de um vocabulário específico e universal para se ter acesso ao sistema informacional e dele poder participar.

II. A permanente necessidade de atualização a partir da rapidez das transformações e da constante obsolescência dos objetos que são lançados no mercado.

III. O surgimento dos crimes virtuais e de novas formas de arbitrariedades só possíveis com o advento dessas novas tecnologias.

IV. O conhecimento do mundo ocorrendo em tempo real e simultâneo, o que permite não só a globalização econômica mais também cultural.

Estão corretas as proposições

A) I, II, III e IV.

B) I e III, apenas.

C) I, II e III, apenas.

D) II, III e IV, apenas.

E) I, II e IV, apenas.

03. UEPB – 2009. “Em 1905, a Ford tinha 33 fábricas nos Estados Unidos e 19 no estrangeiro. Todas produziam o mesmo carro negro, o Ford ‘T’ – o carro de ‘todo o mundo’ –, fabricando quinze milhões de exemplares de maneira padronizada”.

“A Nissan inventa o automóvel à la carte” “O sistema [...] já está operando em todas as concessionárias da Nissan desde agosto de 1991. [...] é um sistema de informação de ponta que coordena a produção e a venda, e [...] que permite dar ao cliente o prazo exato. [...] a fabricação se aproxima de uma produção segundo a demanda”.

(BECKOUCHE, Pierre. Indústria um só mundo. São Paulo: Ática, 1995. p. 28 e 31.) Os dois fragmentos de texto acima exemplificam as transformações dos métodos de produção e de trabalho, com conseqüentes mudanças na forma de consumo da população mundial. Eles falam respectivamente

A) da produção flexível e do pós-fordismo.

B) do fordismo e do taylorismo.

C) do socialismo e do capitalismo.

D) do fordismo e do método Just-in-time.

E) da indústria planificada e do toyotismo.

04. UEPB – 2008. “Em Paris, um gigante do setor têxtil, [...] o quadro de funcionários é [...] gente muito qualificada para desenhar, criar e desenvolver produtos. Mas as fábricas não estão na França, [...] 60% das peças são fabricadas na China, e os outros 40% no Leste Europeu, para dar mais velocidade de reposição de estoques. Sem investimentos, é difícil criar empregos, e o país que buscar importações baratas, perde competitividade nas exportações”.

(In: www.globo.com/jornaldaglobo. Acesso em 26/03/2007)

No fragmento da reportagem podemos identificar

A) A importância da mão-de-obra barata, abundante, desqualificada e sem tradição sindical como atrativo na localização das indústrias fordistas de produção em série.

B) A insignificância adquirida pela força de trabalho com a revolução técnico-científica, que torna a mão-de-obra um elemento nulo para a atração das atividades industriais.

C) A divisão internacional do trabalho, que se torna mais complexa com a produção flexível, que fragmenta as etapas produtivas, embora mantendo as atividades cognitivas nos países centrais.

D) A clássica divisão internacional do trabalho, que atribui aos países centrais a função de produtores de bens industriais e destina aos países periféricos a produção de bens primários.

E) A uniformização do espaço com a globalização capitalista, que desconsidera a base territorial para a ação das grandes empresas, que passam a atuar livres das fronteiras nacionais.

05. UEPB – 2008. Escreva V(Verdadeira) ou F(Falsa) para as proposições, que analisam a dinâmica do espaço industrial brasileiro.

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( ) A geografia industrial depende das estratégias de infraestrutura do Estado. Nas décadas de 1940 a 1960 a política estatal de desenvolvimento reforçou a concentração industrial na Região Sudeste. Nas demais regiões as indústrias estabeleceram-se como enclaves isolados. ( ) Na década de 1970 e nos decênios seguintes observa-se a força das deseconomias de aglomeração. O aumento dos custos industriais vem contribuindo para o deslocamento de investimentos para outras áreas, objetivando uma melhor alocação para o capital. ( ) A evolução da tecnologia, a infra-estrutura dos meios de transportes e das comunicações não vem reduzindo os custos de transferências. Essa maturidade industrial não contribui para a ruptura da concentração espacial. ( ) A novas tendências não configuram rigorosamente um processo de desconcentração, mas um processo de “descentralização na concentração”. Os novos investimentos impulsionaram o desenvolvimento industrial também em outras regiões do país. A alternativa que apresenta a seqüência correta é:

A) V V F F

B) V V F V

C) F F V V

D) V F V F

E) V V V F

06. UEPB – 2008.

A charge satiriza um programa lançado pelo Governo Federal. As proposições tratam desse programa, logo

I. O PAC é um conjunto de regras, compromissos de ações e diretrizes de governo que objetivam recolocar o país na temática do desenvolvimento econômico, aumentando o número de empregos e melhoria das condições de vida da população brasileira.

II. À Paraíba foi destinado 80% do orçamento do PAC, sendo portanto um dos estados mais beneficiados pelo programa.

III. O PAC depende da participação efetiva dos poderes Executivo e Legislativo, dos empresários e trabalhadores.

IV. A s medidas do PAC vão contribuir para incentivar os investimentos do setor privado, aumentar os investimentos do setor público em infra-estrutura e remover obstáculos ao crescimento econômico.

Está(ão) correta(s):

A) apenas as proposições I e II

B) apenas as proposições I, III e IV

C) apenas as proposições I e III

D) apenas as proposições I e IV

E) todas as proposições

07. UECE – 2008. No que se refere à industrialização brasileira, assinale o INCORRETO.

A) Após a Segunda Guerra Mundial, a queda na capacidade de importação, em virtude da dificuldade cambial e das crises no comércio internacional, leva a industrialização brasileira a inaugurar o processo de substituição de importações.

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B) Além da crise econômica mundial, um dos fatores que contribuíram para o impulso da atividade industrial foi a subordinação ao capital açucareiro paulista que, no início do século XX, dominava a pauta das exportações.

C) A crescente diferenciação intra-regional, sobretudo entre o Nordeste e as demais regiões brasileiras, ensejou um projeto de industrialização de base autônoma proposto pelo GTDN/SUDENE.

D) O capital industrial, originado ainda no final do século XIX, foi uma conseqüência da acumulação do capital no setor cafeeiro.

08. UESPI – 2008. Os chamados Tigres Asiáticos se destacam no cenário econômico mundial como países que:

A) Possuem uma cultura oriental, valorizam a disciplina, a educação, o trabalho, possuem um acentuado orgulho nacional e são detentores de um sistema escolar acessível a todos.

B) Alcançaram um grande desenvolvimento econômico-social no pós-Segunda Guerra Mundial, período 1950-1960.

C) Têm como integrantes a China e a Índia, que vêm alcançando elevadas taxas de crescimento econômico, nas últimas décadas.

D) Iniciaram o seu processo de industrialização via a substituição das importações.

E) Associaram, ao grande desenvolvimento industrial, um desenvolvimento, também, das atividades agrárias.

09. UFRN – 2008.1. O modelo industrial predominante no século XX vem passando por um progressivo declínio, em decorrência da Revolução Técnico-Científica, que inaugurou profundas mudanças no processo produtivo. Essa Revolução se caracteriza pelo

A) uso intensivo do petróleo como fonte de energia alternativa nas atividades que empregam tecnologia de ponta.

B) aumento da produção de bens e serviços baseado na flexibilização produtiva e na agregação de conhecimento.

C) crescimento da produção de bens e equipamentos, fundamentado na rigidez produtiva e na indústria de base.

D) excessivo uso do carvão como fonte de energia para o desenvolvimento da indústria de alta tecnologia.

10. UFRN – 2009.1. Ao longo do tempo, a atividade industrial, para melhor cumprir sua finalidade de gerar lucros no âmbito do sistema capitalista, desenvolveu diferentes modos de organização do trabalho e da produção.

No que se refere às formas de organização do trabalho implementadas no século XX, é correto afirmar:

A) O fordismo tem uma estrutura de desenvolvimento de atividades que favorece a especialização do operário, beneficiado pela flexibilização dos contratos de trabalho e pelos investimentos na qualificação profissional.

B) No taylorismo, há uma flexibilização do tempo dedicado a cada fase do trabalho, e o operário é estimulado a desenvolver habilidades criativas no processo de produção e de divisão das tarefas.

C) O toyotismo apresenta um modelo flexível de produção, em que o operário é qualificado permanentemente, visando-se ao desempenho de funções diversificadas no processo de desenvolvimento do trabalho.

D) No pós-fordismo, ocorre uma acentuada divisão do trabalho, o que propicia o desenvolvimento de tarefas especializadas e repetitivas, separando-se as atribuições dos dirigentes daquelas executadas pelos operários.

Mais exercícios propostos

1. (UFMS) Observe a ilustração ao lado: Os elementos constantes nessa figura retratam os habitantes do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul, podendo ser explicados:

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a) pelas múltiplas formas de controle e exploração econômica historicamente estabelecidas pelo Hemisfério Norte sobre a maior parte das regiões do sul do planeta. b) pela opção do Hemisfério Norte em adotar os princípios da Revolução Industrial enquanto que no sul houve maior empenho em estabelecer uma economia de base agrícola. c) pela concentração de jazidas minerais de valor no norte e da existência de raras jazidas de minérios valiosos no sul. d) pela adoção precoce de uma política de controle da natalidade no norte e pela inexistência da mesma política no Hemisfério Sul, ampliando assim o contingente de pobres. e) pela articulação de uma sólida proposta de desenvolvimento econômico e social no Norte enquanto que no Sul tal questão ainda não foi assumida pelos governantes. 2. UFF-RJ As ações militares, envolvendo a OTAN e a Sérvia na disputa pelo controle da região de Kosovo, marcaram um novo quadro geopolítico no cenário internacional. Isto fica evidente ao se constatar:

a) a intervenção decisiva do Conselho de Segurança da ONU, evitando a eclosão de conflitos entre os sérvios e demais povos dos Bálcãs; b) a fragilidade dos estados europeus, sobretudo da França e da Inglaterra, que se recusaram a participar das ações militares contra o Estado Sérvio; c) a participação militar direta da Hungria, Polônia e Romênia, países eslavos que ingressaram, recentemente, na Organização do Tratado do Atlântico Norte; d) o fortalecimento da hegemonia militar dos EUA a partir do alargamento das intervenções militares da OTAN e do enfraquecimento político do Conselho de Segurança da ONU; e) a criação de uma aliança político-militar pan-eslava com o objetivo de defender a Europa Oriental, reunindo a Iugoslávia, a Sérvia e a Rússia. 3. (UFRJ) A ocupação de que trata o mapa ao lado resultou:

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a) do interesse comercial americano no Pacífico; b) da expansão do capitalismo após a Segunda Guerra; c) da preocupação americana ante a ameaça da expansão socialista; d) do interesse militar americano em cercar o Vietnã; e) do interesse comercial americano no Índico. 4. (UFSC) O cenário mundial registrou mudanças a partir do final da década de 80. Assinale a(s) proposição(ões) Verdadeira(s) que indica(m) essas mudanças. I - II 0-0) Proliferação de movimentos separatistas. 1-1) Aumento da estatização dos meios de produção. 2-2) Expansão do capitalismo neoliberal. 3-3) Equilíbrio econômico-social entre os países do Norte e os do Sul. 4-4) Aumento dos conflitos relacionados a questões étnico-religiosas. 5. (UFMS) “Os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a submergir a América na miséria, em nome da liberdade.” (Simón Bolívar, 1929) Com o saldo de inúmeras mortes e guerrilhas, os EUA construíram e dominaram até 1999, o ponto estratégico de ligação entre os dois maiores oceanos do globo. Falamos do: a) estreito de Gibraltar; b) canal de Suez; c) estreito de Dardanelos; d) canal do Panamá; e) canal do Golfo. 6. (UFRN) A partir de 1990, o Leste europeu tem sido palco de sangrenta guerra civil. Assinale a opção que indica as causas dessa guerra e o país desse conflito. a) Ideal sérvio de conquistar a independência da Rússia. b) Divergência étnica, religiosa e cultural da antiga Iugoslávia. c) Ideal sérvio de construir a grande Sérvia, independente da Romênia. d) Idéias separatistas reforçadas pelo fortalecimento da ex-União Soviética com a glasnost e a perestroika. 7. (FGV-SP) Mais de uma década após a queda do Muro de Berlin, em 1989, novas fronteiras político-estratégicas e econômicas vêm sendo delineadas na Europa. As afirmações abaixo revelam o movimento atual dessas fronteiras, EXCETO que: a) a extinção da fronteira estratégica da Cortina de Ferro tem permitido a expansão de estruturas do bloco ocidental para os territórios do antigo bloco soviético. b) o alargamento do bloco ocidental europeu significa, por sua vez, o aprofundamento da influência estratégica norte-americana na Europa. c) Ucrânia e Belarus, integrantes da Comunidade dos Estados Independentes, funcionam como uma faixa estratégica entre o bloco ocidental e a Rússia.

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d) o espaço Centro-Europeu vem sendo reconstituído pelos investimentos alemães em países ex-socialistas como a Polônia, a República Tcheca e a Eslováquia, além de outros. e) após sua integração formal à Comunidade dos Estados Independentes, os Estados Bálticos, por intermédio da Polônia, estreitaram relações com a Europa Central. 8. UnB-DF Julgue os itens abaixo. I - II 0-0) Sob o regime soviético, a vida nos países socialistas estava regulada pelo unipartidarismo e pelo totalitarismo, que permitiam ao Estado e a seu partido o controle absoluto das instituições e das organizações sociais. 1-1) Durante o domínio da URSS sobre os países do Leste Europeu, a defesa da integridade territorial do bloco socialista foi um instrumento usado por Moscou para legitimar o rígido controle e as intervenções sobre as nações que desafiassem sua hegemonia. 2-2) As mudanças das fronteiras políticas na região do Leste Europeu, que levaram à formação de novos países e ao desaparecimento de outros, por meio de políticas belicistas, com a retomada de territórios e a anexação de outros, estão fundamentadas tanto na origem quanto na crise da formação/desintegração do bloco socialista. 3-3) Conflitos envolvendo diferentes etnias que lutam entre si pelo domínio de territórios autônomos, permitindo-lhes formar países independentes, estão localizados, principalmente, nas regiões do Cáucaso, dos Bálcãs e do Oriente Médio. 9. U.Católica Dom Bosco-MS “Em agosto de 1990, o Iraque invadiu o território do Kuwait, área rica em reservas petrolíferas. O governo deposto obteve imediato apoio do Ocidente, que não se mostrava disposto a privar-se do petróleo da região, explorado, em sua maior parte, por empresas estrangeiras. As Nações Unidas e os Estados Unidos exigiram a retirada iraquiana, porém Sadam Hussein, presidente do Iraque e comandante das Forças Armadas, negou-se a fazê-lo. Após várias tentativas de negociação, os Estados Unidos estabeleceram um prazo para a desocupação da área. Enquanto isso, Hussein tentava formar uma frente árabe contra Israel e Estados Unidos, manipulando a questão palestina.”

(Mello & Costa, p. 349) Como conseqüência da Guerra do Golfo, nome dado ao conflito referido no texto, ocorreu: a) o fim da guerra com um acordo de paz entre as partes, sem vitórias efetivas de qualquer país beligerante, pois, embora a força militar americana fosse maior, o Iraque contou com o apoio dos países árabes; b) o ataque feito ao Iraque por mísseis israelenses, destruindo bases militares iraquianas, sendo que, a pedido da ONU, não houve revide de Sadan Hussein, evitando-se o prolongamento da questão; c) o agravamento do clima de tensão entre os Estados Unidos e a URSS, estimulando a Guerra Fria e colocando em risco a paz mundial; d) um verdadeiro desastre ecológico, naquela região, em termos de degradação do meio ambiente, principalmente com a destruição de poços de petróleo; e) a reconstrução do país e a prestação de assistência às famílias iraquianas afetadas pela guerra, com a ajuda da ONU. 10.U.Católica Dom Bosco-MS

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A partir da análise da charge e dos conhecimentos sobre a dinâmica da natureza e a produção do espaço africano, pode-se afirmar: a) O litoral africano é de formação geológica recente e bastante recortado, o que facilitou a implantação de portos. b) A ocupação do interior do Continente Africano só ocorreu no início do século XX devido à expansão do comércio internacional. c) A partilha da África feita pelos colonizadores forçou uma junção de grupos autônomos, sem que a diversidade étnica e cultural fosse respeitada. d) O processo de descolonização da África é um fato recente, que só foi possível devido à fragilidade econômica da Europa durante a Primeira Guerra Mundial. e) As ferrovias africanas implantadas pelo colonizador objetivavam a integração do continente. 11. (FGV-SP)."Em 1991, um tratado foi assinado na cidade holandesa de Maastricht, cujo texto apresenta significativa revisão do Tratado de Roma de 1957. Esse novo Tratado redefine os objetivos e diretrizes político-econômicas de uma comunidade de países, agora em um mundo não mais polarizado por duas grandes potências." O texto refere-se ao Tratado assinado pelos: a) sete países de maior importância no mundo capitalista busca da adoção de uma política de salvaguardas de seus interesses comuns; b) Estados Unidos, Alemanha, França, Japão e Canadá, redefinem estratégias econômicas globais para o planeta e formas de incorporação política da Europa Oriental; c) países ligados à Otan, que determinam ações imediatas a serem implementadas contra todos os países que, como o Iraque a Líbia, continuam produzindo armamentos pesados; d) países do Mercado Comum Europeu e pelo Japão, que reforçam as suas relações político-econômicas voltadas ao fortalecimento de seus programas de ajuda mútua; e) países da Comunidade Européia, definindo uma etapa superior de unificação econômica e política, inclusive com a adoção de uma moeda única. 12. (UFMG). Todas as alternativas apresentam características que se associam ao processo de multinacionalização de empresas dos países denominados Novos Países Industrializados, exceto: a) adoção de princípios das empresas dos países ricos, no que diz respeito à procura de condições gerais de produção mais baratas; b) busca de soluções para o problema do desenvolvimento insuficiente do mercado interno desses países; c) utilização de empresas relacionadas ao setor industrial de bens duráveis e de produção, que se instalam nos países economicamente avançados; d) ocorrência em países da América Latina e da Ásia, que são também importantes acolhedores de investimentos diretos dos países ricos; e) possibilidade de liderança regional aos países que possuem as sedes das empresas participantes desse processo. 13. (MACK-SP). O Nafta, criado em 1992, tem parceiros com desiguais características econômicas e demográficas. O Canadá, um dos seus membros, procura através deste acordo: a) ampliar sua penetração no poderoso mercado de consumo dos Estados Unidos; b) vencer a influência que os americanos têm sobre a economia dos países do Caribe; c) ganhar melhores condições de exportação dentro do mercado latino-americano; d) equilibrar as relações econômicas com o México que são totalmente monopolizadas pelo mercado dos outros países latinos; e) aumentar sua exportação de manufaturados, pois oferece preços melhores que aqueles comercializados em todo o mercado americano. 14 (UECE). Recentemente, os chefes políticos dos Estados Unidos, Japão, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e Canadá discutiram em Lyon (França) os riscos e as chances para a economia mundial. Estes países constituem: a) os pólos da Nova Ordem Mundial; b) o grupo dos países mais ricos do mundo - o G-7; c) os únicos países que formam o FMI; d) os pólos das novas regiões geoeconômicas ou mercados comuns. 15. (PUC). Leia com atenção. "Criado em 1991 (...) o Mercosul é, na verdade, uma plataforma de inserção competitiva numa economia mundial que simultaneamente se globaliza e se regionaliza em bloco(...) Busca a liberalização de entraves aos fatores produtivos para dentro e para fora do espaço econômico comum. Por isso tem a vocação de pólo

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aberto, não tendo, inclusive pela própria natureza de sua dimensão econômica, a possibilidade de ser um bloco ensimesmado(...) (Celso Lafer, in Folha de S.Paulo, janeiro de 1994.) A posição do autor, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, reflete as políticas desenvolvidas pelos governos dos países do Mercosul, desde os primeiros acordos para a sua instituição. Assinale a alternativa que contém as afirmações concordantes com essa postura: 1. A formação do Mercosul, como bloco regional, cria saídas econômicas para os países membros, tornando desnecessária e indesejável a adesão à globalização econômica, visto que ela representa novas formas de dominação e exploração. 2. O dinamismo comercial entre Brasil e Argentina - as duas economias mais poderosas do bloco -, estimulado pelo Mercosul, não vai excluir a condição de "global traders" (países que comercializam com todo o mundo) de ambos. 3. A integração desses países num único bloco possibilita a complementaridade de suas economias, permitindo a livre circulação de bens e serviços, barateando custos de mão-deobra e uniformizando tarifas alfandegárias. 4. A principal finalidade do Mercosul, para as economias dos países membros, é a de se erguerem barreiras contrárias ao processo de globalização econômica (como as tributárias, por exemplo). a) todas; b) 1,2 e 3; c) 3 e 4; d) 2 e 3; 16. (UFF-RJ) A geografia do mundo contemporâneo é marcada por uma Divisão Internacional do Trabalho, na qual se tornou mais difícil definir o papel econômico dos Estados-Nações. Isto ocorre porque: 1. Na Nova Ordem internacional a intensa fragmentação político-cultural impede os processos de integração econômica nas áreas periféricas e semi-periféricas, onde os Estados são frágeis e excluídos da sociedade de consumo capitalista. 2. As empresas estão muito mais flexíveis quanto à localização de suas bases produtivas, podendo se estabelecer em várias regiões do mundo, dadas as atuais condições tecnológicas de transporte e de comunicação. 3. A divisão tradicional entre países basicamente fornecedores de matérias-primas e países industrializados vem cedendo lugar a uma Divisão Internacional do Trabalho baseada nos níveis tecnológicos da produção e no nível de qualificação da força de trabalho. Analisando-se estas afirmativas, conclui-se que: a) apenas a 3 está correta; b) apenas a 1 e a 2 estão corretas; c) apenas a 1 e a 3 estão corretas; d) apenas a 2 e a 3 estão corretas; e) todas estão corretas. 17.(UFPR). "O mundo atual está cheio de contradições. De um lado, uma parte importante dos habitantes do planeta é capaz de receber informações e consumir produtos que têm a sua origem em lugares muito distantes. Uma empresa pode ter sua sede nos Estados Unidos e fábricas na América, na Ásia ou Oceania. Para ouvir rádio, os colombianos utilizam transistores fabricados na Malásia, e as crianças brasileiras brincam com bonecas confeccionadas na China. Todavia, quando os mexicanos querem ir para os Estados Unidos, encontram fronteiras que impedem a passagem; o mesmo sucede com os marroquinos que querem chegar até a Espanha e não conseguem atingir seu objetivo..." (Alberti,A.P.et a!., 1989.) A partir do texto anterior, é correto afirmar: I - II 0-0) As fronteiras políticas não têm importância no mundo atual devido ao processo de globalização. 1-1). No mercado mundial contemporâneo, as atividades comerciais tornam-se cada vez mais dependentes da proximidade do mercado consumidor. 2-2) O conceito de aldeia global contrasta com a existência de fronteiras políticas entre os países pobres e os países ricos. 3-3) As correntes migratórias atuais têm, como único propósito, a solução de problemas religiosos. 4-4) Os movimentos migratórios deixaram de existir devido à internacionalização da economia, tornando-se um fenômeno geográfico ultrapassado.

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18. (FGV-SP). I. Entre 1985 e 1992, os Estados Unidos dobraram o valor de suas exportações, elevaram a produtividade de sua indústria - a maior do mundo - e começaram a modificar sua política internacional criando novas barreiras comerciais. II.Em fevereiro de 1993, em Davos (Suíça), houve uma reunião de chefes de governo, empresários e intelectuais para discutir os rumos da economia mundial e concluíram que há cerca de 20 anos foi deflagrada uma guerra no comércio internacional. Relacionando as informações dos dois textos, podemos afirmar que a guerra comercial mencionada trava-se somente entre Estados Unidos, a) Japão e União Européia; b)União Européia e países do Mercosul; c) Japão e Rússia; d) países árabes do Oriente Médio e do Sudeste Asiático; e) países da Opep e Rússia. 19. (UFPR) A década de 1990 está sendo marcada pelo recrudescimento das idéias neoliberais entre os governos de muitos países e pela chamada globalização da economia. Esses acontecimentos, embora muito difusos, apresentam certas características que os identificam, tais como: I. A globalização promove a expansão das muItinacionais e a padronização dos modelos de consumo, como as cadeias de "fast food". II.O neoliberalismo é o prosseguimento econômico da "glasnost e da "perestroika", após o desmantelamento político da URSS. III. Os neoliberais pretendem que uma das funções do Estado na condução da economia é manter o controle dos preços através de políticas antiinflacionárias e cambiais, garantindo com isso a estabilidade financeira e monetária. IV.Os países mais prejudicados com a mundialização são aqueles que constituem o chamado G-7. São afirmações certas apenas: a) II e III; b) I e IV; c) III e IV; d) I e II; e) I e III. 20. (UEL-PR).Sobre a admissão do México no Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte) é correto afirmar que esse país: a) transformou a organização no maior bloco econômico do mundo, superando a União Européia tanto em população como em PIB; b) assumiu a liderança política e econômica do bloco latinoamericano, suplantando as tradicionais lideranças do Brasil e da Argentina; c) pelo fato de pertencer à organização aumentou suas relações econômicas com os outros países latino-americanos; d) promoveu amplas reformas socioeconômicas internas, reduzindo consideravelmente os níveis de pobreza entre a população; e) atendeu aos interesses dos outros membros com seu petróleo e mão-de-obra abundante e barata.